• Nenhum resultado encontrado

Zero, 2000, ano 16, n.1, maio

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Zero, 2000, ano 16, n.1, maio"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

páginas

8

a 10 _(

ouxas

caem

todos

os

golpes

Fiasco

e

viol

Â

(2)

ZERO

ANO XVI

- N° 1

:

MAIO

DE 2000 :

CURSO

DE

JORNALISMO: CCE

:

UFSC

Jornal

Laboratório do

Curso de

Jornalismo

da

Universidade

Federal

de

Santa Catarina

Nosso

editorial

o

laboratório

com um

computador

e sem

espaço

físico.

Arte

Marcos Daniel Barros

Colaboração

Ana Paula Lacerda Clóvis

Geyer

Felipe

Pereira

KelenVanzinda SilvaMicheli

CristianaRibas

Coordenação

Professor

Henrique

Finco

Copy-Write

Elissa Bonato

Humberto Maia Junior Lúcia PassafaroPeres

Mário

Ignácio

Coelho Junior MarthaHuff Martins

Rhodrigo

Deda

Edição

Elissa Bonato

Humberto MaiaJunior Mário

Ignácio

Coelho Junior

Rhodrigo

Deda

Editoração

Eletrônica ElissaBonato

Mário

Ignácio

Coelho Junior Sinuê Giacomini

Fotografia

HumbertoMaiaJunior Leonardo Miranda

Mário

Ignácio

CoelhoJunior

Micheli Cristiana Ribas Sinuê Giacomini

Projeto

Gráfico

Pedro Valente

Rhodrigo

Deda

Textos

Ana Paula de Sousa Andi..éa Fischer

Camille Cristina dos Reis Humberto Maia Junior LeonardoMiranda LúciaPassafaro Peres Márcia Bizzotto

Mário

Ignácio

CoelhoJunior

Martha HuffMartins

Raquel

Sabrinada Silva

Impressão

O Estado

Redação

Curso de Jornalismo

(UFSC­

CCE)

Trindade,CEP88040-900

Florianópolis/Se

Telefones:

(48)

331-9490

(48)

331-9215 Fax:

(48)

381-9898 Home

Page:

www.jornalismo.ufsc.br

Endereço

eletrônico: zero@cce.ufsc.br

Depois

de mais de 70 dias de espera, o Zero

finalmenteestápronto, oque

pode

parecer muito

tempo para quem não faz parte do dia-a-dia do nossoJornal Laboratório.

Mas, nas

condições

ern

que trabalhamos, o re­ sultado

pode

serconsideradosatisfatório: na mu­

dança

do

prédio,

o Zero ficou alocado em uma sala de

aula,

em que a

porta

não tinha chave. O resultadofoi queosdois únicos

equipamentos

(um

computador

e uma

impressora)

foram

queimados.

O

computador, conseguimos

recuperar;a

impres­

sorafoi

completamente

perdida.

Além

disso,

quan­ do haviaaulas deoutras

disciplinas,

não

podíamos

trabalharnoZero,oque também acaboupor dis­ persar boaparte dos alunos interessados.

Isto tudo é ainda mais desanimador

quando

se constataque todosos outroslaboratóriosdenos­ so

Departamento

foram alocados em

condições

razoáveis de funcionamento

-alguns

em condi­

ções ótimas,

incluindo laboratóriosvoltados

exclu-sivamente para atividades de extensão.

Mas deixamosodesânimo de ladoefomosà luta: criamoseocupamos umespaço de 3por 4 metros, feito de divisórias e sem

janelas.

Com a

ajuda

da Diretoria do CCE,

conseguimos

um scanner em­

prestado

erecauchutamos um

computador.

O edi­

tal para a

impressão

de nosso

jornal

também não haviasido

providenciado.

Denovo o

prof.

Felício

Margotti,

Diretordo

CCE,

socorreu-nos,resolven­ doesse

problema

comcriatividade.

O Zero é um

jornal

muito

importante,

enão só

porserumlaboratóriode

jornalismo,

mastambém porsero único

jornal

realmente

independente

de

SantaCatarina: emváriasocasiões,fomos osúni­

cosaabordarpautasrecusadas por todaa

impren­

sa de nosso

estado,

como o caso de

superfatura­

mento nos

aluguéis

de

prédios

públicos,

entre ou­ tras.

O fato é que continuamos de

e nossa

próxima

edição

estará ainda melhor. Até lá.

Greve

na

UFSC

raquel

sabrina

OSindicatodosTrabalhado­ resda Ufsc

(Sintufsc)

decidiupa­

rar asatividadesnaúltimasexta­

feira,

dia 15demaio.A

Associação

dos Professores da Ufsc

(Apufsc)

resolveram

naassembléia realiza­ da no dia 16,

apoiar

a greve dos servidorese

podem

pararasaulas a

partir

da

próxima

quarta

feira,

dia25,

quando

tambémoDiretório Centraldos Estudantes

(DCE)

deve

apresentar sua pauta

própria

de

greve.Fazempartedas reivindica­

ções

a

reposição

salarial,que não

acontecehá5anos,adefesa doser­

viço público

e oaumentoderecur­ sosparaaUniversidade.

Os funcionários da UFSC

estãooficialmenteemgreve.Aco­ ordenadoraelo comando degreveda

Sintufsc,

JussaradaCosta

Godoy,

afirmaqueonúmerode funcioná­ rios

parados

chega

a 700/0, sendo

que 8dos 11 centrosda universi­

dade estãofechados. entreeles o Restaurants UniversitáriopaBi­

blioteca. As

reinvinelicaçães

dos servidores federaissãoa

reposição

salarialde63,68%,

fixação

da

data-baseemmaio para

reajustes

sala­

riais,

além do pagamento de vale­

alimentação.

Osservidores querem

tambéma

garantia

damanutenção

do

serviço

público

edasaçõessala­ riaisobtidasna

Justiça.

Os

professores

aprovaram o indicativo degreveparaa

próxima

quarta-feira,

dia25,

quando

estão

programadas

reuniõesnossetores,

pela

manhã e uma assembléia, à

tarde,

decidiráse os

professores

da universidade

paralisam

ounão. A Presidente da

Apufsc, professora

Corália Piacentini, afirma que o númerode

professores

quecompa­

recemàs assembléiasvemaumen­ tando num processo crescente de

mobilização.

Para as aulas serem suspensas,os

professores dependem

deumadecisão nacional quedeve

acontecernaReunião do Setores das

Instituições

Federais de Ensino Su­

perior,

dia 22emBrasília.

Osestudantes têmsereunido nos Centros Acadêmicos de cada curso e noDeE. Atéo dia 19,eles

pretendem

decidirse

apóiam

ounão

o indicativodegrevedos

professo-res eservidoresda Ufsc. EmFlori­

anópolis,

parte dos estudantes da UDESC

(Universidade

do Estadode Santa

Catarina)

decretaramgre­ ve. Em

alguns

cursos da Ufsc há

mobilização

para

manifestações

e

paralisação.

Os alunos apontam

como causasparaagreveocortede verbas e de bolsase a

cobrança

de

taxas.

Segundo

Maíra

Souto,

coor­ denadora do movimento de greve

pelo

DCE,

alémdaUDESC,asuni­ versidadesestaduais

paulistas

Uni­

camp,

USP,

Unesp

e aUniversida­ de Federalde Santa Maria

(RS) já

pararam.

Em váriossetoresdaUniver­ sidadesão

apontadas

tambémcomo causasdegrevea

insatisfação

com a

política

dogovernoFernandoHen­

rique

Cardoso. Arepressãoviolenta às

manifestações

durante a come­

moraçãodos 500anosdo

Brasil,

a

ameaçade colocaroexércitona rua

para combater o Movimento Sem Terrae asmanobras

políticas

para

fixação

dosaláriomínimoemR$151

sãoos

principais

motivosdodescon­

tentamentocomo

presidente.

-FLorianópoLis

-5/2000

(3)

Fotojornalismo

Estas fotos foram tiradasno dia 19 de

abril,

às

15h,

numapra­

ça

perto

do Beira Mar

Shopping,

no centro de

Florianópolis. Lá,

crianças

de 10a 15anos domor­ ro Nova Trento brincavam no

parquinho

e

jogavam

bola. Per­

guntei

se

poderia

tirarumas fo­

tos.Consentiram.

Enquanto

foto­

grafava, percebi

que

algumas

brincavam de

polícia

e

ladrão,

usando armas de

brinquedo.

Depois

de

algumas

fotos da

garotada jogando futebol,

eufui

fotografar

quatro

crianças

que

brincavamno

"trepa-trepa".

Che­

gou entãoum senhor deterno e

gravata,

umapastana

mão,

apa­ rentando uns 40 anos.

Pergun­

touoqueeufazia.

Expliquei

que

eraestudante de Jornalismoe es­

tava

fotografando

para o meu

portfólio.

A

reação

dele foi violen­

ta:

"jornalista

é tudo

safado,

põe

a arma na mão de uma

criança

para

depois

colocar no

jornal

e

chamá-lade bandida!". Procuran­ domantera

calma,

expliquei

que

não estava usando as

crianças,

que a arma de

brinquedo

não havia sido dada por mim e que não

pretendia

expor

ninguém.

As

agressões

continuaram. Mandei minha razão para o in­

ferno e comecei a

xingá-lo

tam­ bém. Para

mim,

aquele

senhorre­

presentava

um

tipo

de elitecon­

tra a

qual

vou lutar durante o

restoda minha vida. Apraça pa­ rou'viramosdoisleõesnomeiode um

picadeiro.

A

platéia,

formada

pelas crianças

epessoas que pas­ savam

pelo local,

ficousurpreen­

didacom oridículo

espetáculo.

pelas

tantas,ohomemda

pasta

foi

embora,

ainda

gritando.

Senteinapraça,chameiascrian­

ças e tentei

explicar

o que tinha acontecido. Disse queminhasfo­ tos não erampara

expô-las,

mas

para mostraro abandonoe a hi­

pocrisia

deumasociedade falida

efamintapor

dignidade

e

respei­

to.

Logo,

a

gurizada

voltouabrin­ car como senada tivesse aconte­ cido.

Aí,

volteiaotrabalho.

o

fotojornalismo

transita entre dois pontos da

linguagem

visual: o estético e o histórico.

O trabalho do

fotojornalista

é

juntar

a estética com a notí­

cia. A

fotografia

precisa

ficar equilibrada

num ponto mediano

entre a arte e o

jornalismo.

O bom

fotojornalista

é

aquele

que consegue

juntar

a

magia

da arte com o seu trabalho de contar um

fato.

A discussão se

[otojornalismo

é arte ou não

e

ultrapassada. Fotojornalis

mo ti

mais do que arte, é mais do que historia.

É

uma incansável bus­ ca no

equilibrio

entre o sentimento e a razão.

por

Leonardo Miranda

Florianópolis

(4)

110

desvio

é

melhor

que

o

viaduto",

diz

vereador

ônibus

de

turismo

não passa por

baixo

do

viaduto

ZERO

textQ

márcia bizzotto fQtQS

micheli nbas

seram

aproveitá-lo",

conta Passos. O chefe da divisão

de obras da

prefeitura,

Dalton da

Silva,

garante

queaProsulfoicontrata­

da através de

licitação,

masnãosabe dizer

quais

as outras empresas con­ correntes."Eu só cuido da

obra",

afirmou.

Apessoa que

poderia

esclarecertodasessasdú­

vidas,

osecretáriodeobras

da

prefeitura,

Francisco de

Assis,

nãofoiencontra­

do para falar a

respeito.

Durante duas semanas

nossareportagem tentou

localizá-lo,

maseleestava

sempre

"para chegar

den­ troduas

horinhas",

segun­

do seus assessores. Na

única vez em que encon­

tramososecretárioem seu

escritório,

fomos informa­

dos queeleestava"muito

ocupado

para dar

entre:

vistaportelefone".

O elevado do CIC deve serconcluído dentro

detrêsmeses.

"

Agora

es­

tamosfazendoasfinaliza­

ções'

a

drenagem

e o as­

faltamento",

contaDalton Silva. Mas o vereador Mauro

Passosjá

temuma conclusão: "Estaéaúnica obraemqueodesvio éme­ lhorqueoviadutoem si". Muitosmoradoresda

capi­

talconcordam.

As

ineficiência

suspeitas

dedo elevado do

CIC,

levantadaspor

engenhei­

rose

arquitetos

deFloria­

nópolis

desde meados do último ano, finalmente

chegam

à Câmara de Ve­ readores. Nofinalda últi­ ma semanade

abril,

oór­

gão

entroucom

pedido

de

investigação

sobrea

obra,

iniciada

pela

empreiteira

SESBE

emjunho

de 1998 e agoraem fasefinal.

O erro mais

visível,

deacordocomo

professor

do Curso de

Arquitetura

da

UFSC,

Paulo

Rizzo,

diz

respeito

à alturadoviadu­

to. "Ele deveria ter sido construído para que um ônibus de dois andares

pudesse

passarem

baixo,

mas isso não foi

feito",

afirma. O

projeto,

desen­

volvido

pelo

consórcioPro­

sul,

não

previu

essedeta­

lhee oúnico

jeito

decorri­

gir

a falha agora, segun­

do

Rizzo,

seria escavar a

pista

embaixo da ponte,

algo

inviável em um ter­ renodemanguecomo oda

AvenidaBeiraMar.

"Apri­

meira chuva

alagaria

tudo", completa

o

profes­

sor.

A

arquiteta

Lisiane

Schineider,

moradora do

bairro Trindade

aponta

outra falha no elevado:

"

Quem

quer pegaraBeira Mara

partir

doCIC éobri­

gado

a ir até a rótula do Santa Mônica para, só

então, fazer o retorno para o centro ou para as

praias",

reclama. Osmoto­

ristasquevêmdonorteda

ilhaem

direção

à Trinda­ deouàUFSC tambémso­ frem: têm que fazero re­ torno

depois

dosupermer­

cado

Angeloni.

Segundo

o vereador Mauro

Passos,

a

planta

da Pro

sul,

orçada

em pouco maisde

R$

9.678.000,

ja­

mais foi

apresentada

à Câmara para

aprovação.

"A obra toda foi

conduzi-da de uma forma muito fechada. A lei

prevê

que

dois vereadoresaacompa­

nhem,

masissonuncafoi

permitido.

O

porquê

a

gente

não

sabe",

Passos denuncia.

O vereador também

questiona

oprocessoado­

tado naescolhado

proje­

to. "Um aluno da

Arqui­

tetura

(da UFSC)

apre­

sentou, como conclusão decurso,umaalternativa

paraoelevado do CIC. O trabalho

ganhou

um con­ curso nacional e seria mais

barato,

masnão

(5)

o

que

fizeram

com

a

Praça XV1

artesaos

se

recusam

a

7r

para

a

rua

Victor Meirelles

A

Praça

XVfoi rea­ bertanodia

17,

numa ce­ rimôniaque contoucom a

participação

da

prefeita

Angela

Amin

(PPB)

e da

Orquestra

da Câmara

Municipal

Amor à Cidade. A reforma custou

R$109

mil.

A reabertura seria em março, mas

segundo

Edelberto

Adam,

diretor

de

operações

da Floram

(Fundação Municipal

do

Meio

Ambiente),

ostraba­ lhos de

restauração

da

praçademorarammaisdo

que o

previsto

porquefo­ ramartesanais.

A etapadaobra que

exigiu

mais

tempo

foi a

restauração

do

piso,

queé

obra do artista

plástico

Hassis. Além

disso,

foram

feitos

trabalhos

de

jardi­

namento,reformano core­

to e

limpeza

nos monu­

mentos.No finaldarefor­

ma, a

Praça

XV recebeu nova

iluminação,

80novos

bancosde madeirae gra­

desnoscanteiros.

APrefeituraespera­

vaqueareforma

estives-se

pronta

até dezembro do

ano

passado,

antesdache­

gada

dos

turistas,

masal­ guns

problemas impedi­

ramoiníciodas obras. Em

julho

doanopas­

sado,

membros da Secre­

taria

Municipal

deTrans­

porte

eObras edaFloram sereuniramcom os arte­

sãos para

negociar

asaí­

da dapraçaeasobraspu­

dessemseriniciadas. Ne­

nhum

acordo,

noentanto, foi firmado. Como

apoio

de

alguns

vereadores,

osar­ tesãos

conseguiram

per­

manecernapraçaatéque

9:9'Ul'O"

"f}

.100

tesãos estão

hoje

gun"do

e

taocal

o

al é difetent

üenta a

P1-àça

.

iiO

públi:...

.

00 da

Praça

XV ia lá para

com-..prarartesanato.

aqui

é um

lo�

cal de passagem onde as pesso­

as nãoparam para comprar.

Se�

remos

obrigados

a

vender

outro

e

pata eles

a:

ni�'O

c ãó

�{)

lado

do Terminal Urbano de Floria­

nópolis

foi

o

local

escolhido

maioria dos artesãos. Mas nem

todos qué'rempermanecetno

cal.

texto

humberto mala e martha

martins fotos

humberto maia

fosse cedido outro local.

Outromotivodoatrasofoi

ademora daPrefeituraem arrecadar averba neces­ sária para o começo das obras.

Havia

suspeitas

de

quea praçafossetomba­

da,

o que

impediria

mu­

danças,

pois patrimônios

tombados não

podem

ser alterados.MasEdelberto

negou que a reforma na

Praça

XV

seja ilegal.

O di­

retorafirmouqueapenas

a

figueira

eos

prédios

ao

redordapraçasãotomba­

dos.

rmouquesuasvendas'; aumentaram desde a

mudança

parao novo

lugar.

"Não

adianta'

ficarmos

brigando

pela Praça

XV. O

jeito

énos

adaptarmos

ao

local

que nos cederem".

Florianópolis

(6)

No

meio

do

deserto,

sem

� .

agua

e

com

penqo

ZERO

texto e fotos

márcia

bizzptto

ValedaMorte:

"Omais

solitário,

o mais quente, o mais

mortal e

perigoso

pon­

to nos Estados Uni­ dos". -New York

World,

1899.

Setembro,

começodo outono americano. Oter­

mômetro do carro marca

110°Farenheit - mais de

43° Celsius. Do lado de

fora,

pequenosarbustose flores

selvagens

fazemes­

quecer que estamosnare­

gião

maisquenteda Amé­

rica,

odeserto doVale da

Morte,

nosudeste daCa­ lifórnia. Na vastidão da

paisagem

vê-se apenas

morros e umaestradasem

fim,

mas o cenário muda

decore.relevoatodo ins­

tante.

Trocando a estrada

principal

por uma trilha dequase 5 Km- a Wildro­

se Road

-chegamos

ao

Telescope

Peak: o ponto mais alto do Vale da Mar­

te, queofereceumavista fabulosadetodooparque.

A 3.355 metros, as árvo­ ressão altase

pode-se

ou­ viros

pássaros

cantando,

mas

água

é inexistente nessa

época

doano.A

ve-Florianópolis

-5/��OO

getação

se

adaptou

ao meio e sobrevive das re­ servas do

inverno,

quan­

do o

pico

fica coberto de neve. Há mais de 900 ti­

pasde

plantas

noVale. O

Telescope

Peakéo único

lugar

do parque

ondeo

camping

é

gratui­

to.Obanheiro serestrin­

ge a um vaso sanitário colocado sobreumburaco semfim. Do lado de

fora,

um

placa

alerta para o

perigo

de

queimadas:

"Se

você ouvirumbarulhose­ melhante ao deum trem se

aproximando,

deixe sua barraca

imediata-mente e

dirija-se

a umas das trilhas de

fuga

para

incêndio indicadas no

mapa".

Indústria

primitiva

Na estrada de Wil­ drose vê-se os

primeiros

sinais da tentativa de vida novale:pequenasestufas

de

pedra,

construídas no finaldoséculo XIXparaa

produção

decarvão.Opro­

duto era usado por duas indústriasde

fundição

de

prata,situadasamais de 40 Kmaoeste.Asestufas

de Wildroseempregavam

quarentahomens e a re­

gião

setornouolar decer­ ca de cem pessoas. Em

1878,

asindústriasdepra­ ta faliram e a fábrica de

carvão foi

abandonada,

apenas um ano

após

en­

traremfuncionamento. Anos mais

tarde,

em

1884,

umoutro

tipo

dein­ dústria começou noVale

da Morte. A mina de bo­ raxde

Harmony chegou

a

produzir

trêstoneladas do minério por

dia,

mas du­

rante o verão as ativida­ des tinhamqueserpara­ lisadas.O caloreratão

in-tenso que não

permitia

quea

água processada

es­ friasse o suficiente para

cristalizaroborax extraí­ do.

Outra dificuldade enfrentada

pelos

traba­ lhadores de

Harmony

era

fazersua

produção

chegar

atéomercado. Para resol­

vero

problema,

acompa­ nhia passou a usar um time de vinte

mulas,

que

puxavaduascarroçascar­

regadas

comominériopor

quase265 km atéaestra­

da deferro do

Mojave.

O

comboiotornou-se o sím­ bolo da indústriadeborax nosEstados Unidos.

A mina de

Harmony

foi desativada em

1888,

mas suas ruínas fazem

parte

da

paisagem

doVale da Morte até

hoje.

Nooes­

tedoparque,encostadoàs

montanhas,

ainda

pode-se

ver

máquinas,

tanques e

restos da construção. Os

resquícios

de borax tam­

bémestãoexpostosemSto­

vepipe

Wells

Village,

cer­ ca de umahora aosulda mina.

O banho da semana

---::s- I

(7)

110

cenário

muda

de

cor

e

relevo

a

todo

instante"

res de aventureiros que, em

1849,

iniciaramamar­

chaparaooeste, embus­

cadoourorecém descober­

tonaCalifórnia.

Viajando

em carroças

puxadas

por

cavalos,

muitosnão supor­

taramadura travessiada

região

desérticae morre­ ram.

Naquela época,

ha­ viaumpequeno

lago,

que um

viajante

passouacha­ mar de Badwater

-água

ruim

-depois

que seuca­

valose recusouabeber lá.

Badwater é o que restou do

Lago Manly,

um dos muitosque

preenchiam

o

vale há cerca de 10 mil

anos.

Hoje

o

lago

de 183 metrosde

profundidade

se

resumeauma

grande

ba­

cia de sal e uma poça de

água suja,

habitat de

plantas microscópicas.

A

água

persistiu

portan­ totempodevido aorelevo

do

lugar.

A 86 metros

abaixo do nível do mar,

Badwater éa

região

mais

baixa do hemisfériooeste.

O relevo também éa razão do

surgimento

do deserto. Localizadoaoles­

te da cadeia de monta­

nhas de Sierra

Nevada,

o

Vale da Mortenãorecebe

aumidade vinda do Oce­

ano Pacífico e, devido à alta

temperatura

- duran­

teo

verão,

a

temperatura

média é de 50° Celsius

-a poucachuvaquecai eva­

pora

rapidamente.

Ao

mesmo

tempo

que

repele

a

presença

humana,

ovale

setornao

paraíso

paraas

mais de 900

espécies

de

plantas

e animais que

aprenderam

a VIver no

vale.

COMOCHEGAR

Linhasaéreas,rodoviáriaseferroviáriasvãoaté Las

Vegas,

Nevada.

Barstow,

na

Califórnia.

é servida por

trens

¢.

ônibus.

f}partir

dç uma dess� cidades

Você

precisa

deumcarro, de

preferência alugado.

ParaquemvemdaCalifórnia,arodovia US 395

passa;ªoestedo Vale da

l'4orte

econectacom ás estaduais 178e

190,

quelevamao

parque.

VindodeNevada,aUS 95 passaalesteefaz conexãocomas.estaduais

267,

374e373,paraovale.

PARADORMIR

Mahogany

Flat:notopode

Telescope

Peak,é

frescoecomsobra,massó veículos pequenos

podem

ir atélá.

Apesar

do banheiro

precário

edaausência

total<le água,tem

umaótimavista

para

oparqueeéo

único

camping gratuito.

Mesquite Springs:

espaçosparaMotorhomese

banlleiros comágua, a3�

de

Scotty's

Castle.

$10,00.

FUrnace Creek:comespaço paraMotorhomese mesas,esse

camping possui

chuveiros,lavanderiae

piscjJla.

$16,00.Fone:

(760)786-2331.

Stovepipe

WeBs

Village:

uma

pequena

pousada

com

piscina aquecida,

éomelhor

lugar

do deserto.Tem

tambémumrestauranteeUmbar;comsalãode

jogos.

FUrnace CreekInn Resort: construídoem

pedra,

o

lugar

pareceumoásisnomeiodo deserto. Com

restaurante,

piscina,

bare4

quadras

detênis. Fone:

FurnaceCreekRanch;aolado docentrode

informações

turísticas,oferece restaurante,bar,

coffee

shop,

piscina, passeios

acavaloe umcampo de

golfe.

Quem

querconhecer

o Vale da Morte deve ir

preparado

para passar uns três dias sem tomar

banho. Comoemtodo de­

sertoquesepreze,

água

é

artigo

deluxosóencontra­

donosdois minúsculos vi­

larejos

doparque - Stove­

pipe

Wells

Village

e Fur­

naceCreek Ranch.

O único banheiro

com

água

fora das vilas

fica há cerca de duas ho­

ras ao norte de

Telescope

Peak. Em frente ao case­

bre,

uma

placa

com

expli­

cações

sobreolocaleuma

mangueira

para a salva­

ção

dos corpos

empoeira­

dos.

Stovepipe

Wells Vi­

llage

é

parada

obrigatória

para esticar as pernas,

comprar artesanato e

co-nhecerumpoucomais da

história doparque.

Além de

objetos

da

antiga

minade

Harmony,

um

antigo

caminhão do corpo de bombeiros tam­

bémestáà mostra lá.

Em

Stovepipe

é pos­ sível abastecer o carro e renovar o

estoque

de co­

midapara odia. O

próxi­

mo

ponto

de

civilização

fica

quatro

horas.

Em Furnace Creek funcionaocentrode infor­

mações

turísticas. O

lugar

abriga

umalivrariae um

museu,onde há

exibições

diárias de vídeos sobre a

história natural do Vale da Morte.

Agrande husca.nelo

ouro

O Vale da Morte her­ douesse nomedos

milha-NÃODElXEDEVER

Scotty's

Castleé umamansão deUS$2,5milhõesno

estilomouro,que começoua serconstruídaem

1924enuncafoi concluída. Acasafuncionou comohotel por

alguns

anos,

hospedando

artistas comoBetteDaviseNorman Rockwell.

ArtistsPalette éumapequena trilha demãoúnicaao nortedeBadwater,ondese

pode

verOmulticolorido das rochas, causado por

depósitos

vulcânicose minérios sedimentados.

ZabriskiePointtem umadasmelhoresvistas do Vale da Morte. A beleza do

lugar

foitemadeumfilme

quelevouseu

próprio

nome,feito

pelo

italiano

Michelangelo

Antonioni.

Dante's View ficaamais de 1525metrosnoalto de BlackMountains. aosui deZabriskie Point. De Ia

pode-se

verquasetodoOVale daMorte

(8)

ZERO

texto

ana

paula

de sousa e andréa fischer fotos

máno coelho

Júmor

e micheli ribas

Florianópolis

-5/2000

Golpes

para

todos

os

gostos

e

tipos

de

trouxas!!!

André Manoel de

Oliveira, delegado

do 10

DP da

Capital,

conta que as pessoas caem em

gol­

pes porqueacreditamque

possam terlucrosnasitu­

ação

criada

pelos golpis­

tas. O

delegado

adverte

que é no fim do

mês,

quando

se recebe o salá­

rio,

queos

golpes

sãomais

freqüentes.

Tambémocor­ rem muitoem

dezembro,

Ele

pede

a senha e o nú­ meroda

agência

davítima

e

finge

que estátentando

resolver o

problema.

Não

consegue, então oferece

umcelular à

vítima,

for­ necendoonúmero de um

falso

serviço

de atendi­

mento. Avítima telefona

e quematende éoutrola­ drão. Ele orienta para

que a pessoa deixe o car­

tãona

máquina,

vá embo­ ra evoltenooutro

dia,

an­

tes dobanco abrir. A víti­ ma acredita. O

golpista

ficanobancocom onúme­ roda

agência

e asenhada

pessoaeretiraodinheiro.

em

função

dodécimoter­

ceiro salário. Amaiorpar­ tedasvítimas são mulhe­

res,comidadeacimade 60 anos. Omaiscomuméos

golpistas agirem

em con­

junto (geralmente

emdu­

pla).

Os

golpes

mais

apli­

cadossãoos

seguintes:

Cola e cartão

O

golpe

docartão de

créditopresoédado

geral­

mente à noite. A vítima

está sacando o dinheiro

no caixa eletrônico e seu cartãoficapreso.Isso

pode

acontecer porum

proble­

ma da

máquma

ou

pela

ação

dos

golpistas.

Neste

momento, aparece o la­ drão e lhe oferece

ajuda.

Para se

prevenir

desse

tipo

de

golpe,

oconselho é

queaspessoasnãoaceitem

ajuda

estranha na hora em que estão efetuando

operações

nocaixa eletrô­ nico. Sósedeve

pedir aju­

da afuncionários do ban­

co, devidamente identifi­

cados.

Além

deste,

existem mais dois outros

golpes

com cartão de crédito. O

maiscomuméodocartão

clonado.Umadas vítimas

foi um

professor

da Uni­ versidadeFederaldeSan­

ta Catarina que não

quis

seidentificar. Ele foi avi­ sado no did 20 de março

que seucartãohavia sido

clonado. As compras, no

valor de

R$

1.600,

foram feitas em três estabeleci­

mentosdo Riode

Janeiro,

trêsdiasantes.A

operado­

ra, sabendo que o cliente mora em

Florianópolis

e não esteve no Rio de Ja­

neiro,

concluiuquesetra­ tava de um caso de clone de cartão. Mesmo

assim,

não soube informarcomo issoocorreu.Atéqueaope­ radora mande um novo

cartão,

ele não

poderá

re­ tirardinheirooutalãode

cheques

nocaixaeletrôni­

co ou fazer compras com

cartãodecrédito.

Segundo

o

delegado

Oliveira

Filho,

nas com­

prascomcartãode crédito

duas faturassãoemitidas:

uma fica para o cliente e

outra para o estabeleci­

mento comercial. O

golpe

acontece

quando

afatura do

comerciante,

que con­ tém os dados necessários

para fazer uma

cópia

do

cartão, é

entregue

a um

falsificador.

Após

aclona­

gem,ocartãoé usadopara

compras,

geralmente

de alto valor.

Achei um

cheque!

O

golpe

do achadi­ nhoacontececompessoas

que se deixam convencer

pela possibilidade

de obter dinheirode maneira fácil.

Este

golpe

é

aplicado

em

dupla:

na saída de um

banco,

o

golpista

deixa cair um

cheque

de alto valor. A vítima que vem

logo

atrás,

achao

cheque

eten­ ta devolver. O ladrão

nega que

seja

seu.

Logo

de­

pois

aparece outro ladrão

dizendo ser ele o dono do

cheque

e oferece um

prê­

mio aos ctui� por elos te­ rem-no devolvic!o () 11.­

drãofazuni

cheque

demt'­ nor valor e leva a vítun,

atéaentrada deumedifí­ cio

pedindo

para que ela váaté umcertoandare o desconte.Masooutro

gol­

pista

diz terdireito a me­ tade do

prêmio.

Ele

exige

que a pessoa deixe sua bolsa como

garantia

que vaidescercom odinheiro.

Os doisladrões

fogem

e a vítima

quando volta,

sem

dinheiro,

não encontra

mais nada.

Outro

golpe aplicado

com

cheque

é o da conta

fantasma. O

golpista

vai

aobanco e abre uma con­

tacomdocumentosfalsos. Ele retira o talão de che­

quesefazcomprassócom

chequespré-datados.

Quando

ocomercian­

tevaidescontaro

cheque,

ele nãotem fundo.

Loteria

Neste

golpe,

avítima

é abordada na rua por uma pessoa que

pede

in­

formações

sobreum

ende-reço que não existe. Di­

zendo estar

perdido,

con­

ta querecebeuumbilhete

premiado

da Loteria Fede­ ral como

pagamento

por um

serviço

feito. Nesse

momento

chega

o outro

golpista,

convidandopara

iratéuma casalotéricare­ ceber o dinheiro do

prê­

mio. Ao

chêgar

na lotéri­

ca, os números conferem. Mas são do sorteio anteri­

or, invalidando o

bilhete,

o quepassa

despercebido

pela

vítima. O

segundo

la­

drão

propõe

à vítima que comprem obilhete do su­

posto

ganhador

edividam

eles dois o

prêmio.

Os la­

drões então

fogem

com o

dinheirodacompradobi­

lhete.

O

golpe

do chute O

golpe

do chute é

praticado

há mais de 20 anos em Santa Catarina. Em Balneário

Camboriú,

foram 100casos sóno ano

passado

e em

Itajaí

é

regis­

tradoumcasopordia. Em

Florianópolis

onúmero de casos ainda é pequeno:

quatro

denúnciasem1999.

O

golpe

consiste em vender mercadorias que

supostamente

seriamleilo­ adas

pela

Receita

Federal,

mas amercadoria nãoexis­

te.Ochutador recebeopa­

gamento

e a vítima fica semdinheiroe sem a mer­ cadoria. Noano

passado,

o

golpe

movimentou

US$

200milhõesnascidades de

Itajaí

e Balneário Cambo­ riú.

Segundo

o

delegado

Oliveira

Filho,

99%daspes­

soasquecaem nesse

tipo

de

golpe

são

empresários.

A

primeira

coisaqueoesteli­

onatário fazéprocurarna lista telefônica o nome de

empresários

que tenham

umaboa

situação

financei­ ra e que possam estar in­

teressados em comprar

mercadorias. Os contatos

com as vítimas são feitos

pormeio de

ligações

telefô­

nicas feitas em celulares

comprados

com documen­

tosfrios.

O estelionatário pro­

põe

venderasmercadorias a umpreçobem inferiorao

queelas valem. Sãoofere­

cidos

aparelhos

eletrônicos,

máquinas

para agropecu­

ária, computadores,

ouro,

café, tecidos,celulares,

te­

levisão,

pneus,

óleo,

ovade tainha.

Os

golpistas

inven­

tam nomes para sie para os seus

supostos

superiores

(chefes)

naReceita Federal

- Dr.

Palhares,

Dr. Rodol­ fo- e

para mostraraos em­

presários

que o

negócio

é

seguro,

alguns pedem

do­ cumentos da empresa,

comopor

exemplo

o

Cadas-troGeral do Contribuinte

(CGC).

A

negociação

dura deuma semana adez dias edurante todoesse

tempo

é mantida apenas por te­

lefone.

Depois

detudo acer­ tadoavítima sai dasuaci­ dade em

direção

ao local onde está a mercadoria. EmSanta

Catarina,

asci­ dades onde existemosmai­ ores índices de

golpe

do chute

registrados

são

aquelas

que têm

portos:

São Francisco do

Sul,

Ita-aproxima do chutador

cumprimentando-o pelo

nomefalsoeentrano

pré­

dio da Receita. Pouco de­

pois,

soba

alegação

deque vai entregar o dinheiro a seu

superior,

o esteliona­ tário pega o dinheiro do

empresário

e entra sozi­ nho no

prédio.

Promete voltarpara mostrara mer­

cadoria,

massai

pelos

fun­ dos levando todoodinhei­ ro.Paraa

vítima,

quando

percebe

quetudo nãopas­

soude um

golpe, já

é

tar-jaí,

Balneário Camboriú.

Existem três

tipos

de

golpe

do chute

Segundo

o

delegado

Oliveira,

em 90% dos ca­ sos o estelionatário age usando a mesma tática: recebe o dinheiro direta­

mentedasmãosdoempre­

sário,

sem confrontos e sem precisar usar armas ou

força

física. Os"chuta­

dores",

pessoas que

apli­

cam o

golpe,

vãoatéo ae­

roporto

receber o empre­

sário,

levam-no até um hotel e marcam um local

para fazer a

negociação.

Namaioria dasvezeséem

frentedo

prédio

da Recei­

taFederal.

Para dar mais credi­ bilidade à

negociação,

uma

segunda

pessoa se

de demais.

No

segundo tipo

de

golpe,

oestelionatário

pede

para o

empresário

trans­ ferira

quantia

combinada do banco da cidade onde

mora para a cidade onde

está amercadoria. A víti­ mafazatransferênciaeo

golpista

retira o dinheiro usando uma carteira de identidadefalsa.

Segundo

o

delegado Oliveira,

embo­ ra ainda existam casos sendo

registrados,

essa maneira de

agir

temdimi­ nuídonosúltimostempos

porque os bancos passa­ ram a

exigir

prazo de 24 horas para a retirada de

grandes

quantias

de di­ nheiro.

O terceiro e último

tipo

de

golDE'

do chute éo

ZERO

caem nos

golpes

os que

também

querem tirar

vantagem

(9)

Outro

golpe

é

o

do

bilhete

premiado

mais violentoe oque àsvezes aca­ ba resultando na morte dos em­

presários.

Os estelionatários le­

vam as vítimas a um local onde

dizem estara

mercadoria,

apon­

tam uma arma para a vítima e

forçam-na

a

entregar

odinheiro.

Alguns

reagemesãomortos. Esse

tipo

do

golpe

dochute écomo um

assalto,

com a

diferença

dequea

vítima

conheceosassaltantes.

Quem

são os

golpistas

Os chutadores

geralmente

são pessoas de classe baixa que

cumpriram

pena e,em90%dos

A comerciante

E.S.R.teve1.Unpre­

[uízn

em

agosto

desse ano:

R$

20 mil

em

jóias

emais

R$ 1,1

milemdinhei­

Iro. Avítima conta que

quando

entra­ IVa no Centro

Comercial

Santa Môni­ ea

foi

abordada por um

homem

que �oht6u ser do interior e

analfabeto,

perguntando

onde ficavaumcertoen­

dereço.

O

golpista

dissequetinhacom­

prado

roupas com a pessoa residente

nesse

endereço

e

precisava pagá-las.

Também queria

a

ajuda

para retirar

a

quantia

de

R$

30mil- valor

inven-ado

pelo golpista

para o

prêmio

do bilhete deloteria que carregava.

Um

segundo

homem

apareceu

entando

ajudar. A

vítimae o

homem

O

agropecuarista E.D.A.R.,

de São

Borja,

Rio

Grande

do

SuI,

caiu no

golpe

do

chute

em mar­

ço

deste

ano. A vítima ficou sa­

bendo por

meio

de seu

vizinho

que uma colheitadeira

apreendi­

da na Receita

Federal

de Flori­

anópolis

estava à

venda. Entrou

emcontato como chutador

-que

se passava por Dr.

Rodolfo,

de­

legado

da Receita

-que confir­ mou estar

apreendida

uma

co-Florianópolis

-5/2000

casos,semi-analfabetos.O

delega­

do Oliveiraconta queastrês

pri­

meirascoisas queos estelionatá­ rios

fazem,

assim que têm o di­

nheiroem

mãos,

são comprarum carronovo, enchera

geladeira

de comida e ir para as boates "fes­

tar"com os

amigos.

As maneiras mais usadas

pela

Polícia para identificar os

chutadores são: a

descrição

(re­

trato-falado),

o reconhecimento

por meio de banco de dados e o

reconhecimento com a

ajuda

de

informantes,

queéométodoque

oferece melhores resultados. Na

foram até a lotérica

conferir

os nú­ m�;ros everificaram que o

valor

do

prêmio

erabem maior:

R$

124 mil.

O

segundo

homem

propôs

que

E.s.R.

deveria recebera recompen­ sa de

R$

15mil por ter

ajudado.

O

est�lionatário

que

estava

comobi­

lhete disse que tinha medo de ser

enganado

e

pediu

queos dois

(a

ví­

tima e o

segundo golpista)

deixas­

semcomele

algum

bemdevaloren­

quanto

estivessem

retirando

o

prê­

mio.O

golpista

mostroudólaresque

trazia na maleta. A vítima foi até

em casa e trouxe

jóias

e

dinheiro,

numtotal de

R$

21,1

mil.

Os dois

foram

buscaro

prêmio

.

lheitadeira. A

mercadoria

seria leiloada até o

dia

30

daquele

mês,

mas O

golpista

ofereceu-a

ao

empresário pelo

valor de

R$

78 mil.

Depois

de

vários

contatos

telefônicos,

o

agropecuarista

saiu da cidade

de São

Borja

com

destino a

Florianópolis.

No dia

seguinte,

o Dr. Rodolfo apresen­

tou a vítima a seu

chefe,

o DI'.

Palhares,

também nome

falso,

e

maioria doscasos, oschutadores sãoidentificados com a

ajuda

de

informantes.

Os informantes são empre­

sários,

donos de casas de

jogos,

policiais,

presidiários,

namoradas

dos

chutadores,

os

próprios

golpis­

tas e ex-chutadores que se arre­

penderam

do que faziam.

Dos

quatro

golpes

do chute a

plicados

este ano em Florianó­

polis,

dois

estãoresolvidos. Os

chutadores

foram identificados e osoutros,

segundo

o

delegado

Oli­

veira,

têm 90% de chance deserem encontrados.

As

jóias,

o

dinheiro

e os dólares falsos

ficaramcom odono do

bilhete,

que

con­

formeo

combinado,

iria devolvê-los

junto

com arecompensa, assim que tivesseo

dinheiro do

prêmio.

Um pouco

depois,

obandido

pediu

para

descer do

éarro

porque.

precisava

avisarsua filha doque iria

fazer.

Aví­ tima retornou ao local onde tinha dei­

xado osbens com o

estelionatário,

mas ao

chegar

lánãooencontrou,

Retornou

em

busca

do

segundo homem,

que tam­

bém tinha

desaparecido.

E.S.R. ficou

apenas com o canhoto de

loteria,

que

nada valia. O

dinheiro

e as

jóias

não foram

recuperados,

nemos

e$telionatá­

rios

identificados.

os

três

se deslocaram até o

pré­

dio da Receita

Federal,

onde

o

empresário

entregou

aos

golpis­

tas a

quantia

combinada.

Depois

de uma hora de espera em fren­

te ao

prédio,

a vítima

percebeu

o que estava acontecendo: o

gol­

pe do chute. A

ocorrência foi

re­

gistrada

na I"

Delegacia

de Po­

lícia de

Florianópolis

e os

golpis­

tas ainda não foram identifica­ dos.

II

Caí

no

golpe

do

bilhete

e

perdi

21

mil reais"

(10)

Lembranças

do

passado

A

partir

desta

edição,

o Zero vai

resgatar

a memória de

alguns

dos craques do

futebol

catarinense.

Oberdan,

Mengálvio, Zenon,

Toninho... Nesta

edição,

vamos contar um pouco da história de

Jurandir,

ex-goleiro

do

Grêmio,

e

Balduíno,

ídolo tanto noAvaí quanto no

Figueirense.

ZERO

texto

mário coelho

junior

fotos

sinuê

giacomini

Jurandir,

de

goleiro

a

contador

judicial

Balduíno,

o

pequeno

grande

craque

"Quando

o

jogador

aindatem

dinheiro,

bebe

uísque; quando pára

enão

possui

maisdinheiro,vaina

cachaça

mesmo",diz JurandirAscn­ diada

Cunha,

o

popular

Jurandir,

ex-goleiro

compassagens

pelo

Grê­

mioeCriciúma,falando sobrecomo é difícilpararacarreira.

"Quando

eu

parei

de

jogar

foi um

baque

paramim".Jurandiracre­ ditaqueafalta de

exposição

namí­ diapara quem

pára

de

jogar

é fator

decisivoparaterproblemascom a

bebida. ''Vocêsaidecasa e

ninguém

maistecumprimenta.No

jornal

ne­

nhuma notíciasarevocê édada.

É

difícil",

conclui.

Jurandir começou a carreira de

jogador

defutebolnoGrêmioem

1971,nas

categorias

debasedoclu­

be,

levado

pelo

também

jogador

tri­

colorBeta Fuscão.

Naquela época,

quem

jogasse

enãofosseboêmio,era

João Carlos daSilva, opopu­ larBalduíno:

polêmico, falador,

cra­

que debola. Com a mesmahabili­

dade que tratava abola dentro de

campo,falade

política,

da crônica

esportiva

catarinense, e comonão

poderia

deixardeser,de tudo rela­ cionadoaofutebol.

Badu,comoé chamado

pelos

amigos,

começoua

jogar

na

várzea,

na

equipe

daFriamberiaDona Cla­ ra."Naquele tempoagente

jogava

com os

pés

descalços. Apenas

oadul­

tonavárzea

podia

jogar

dechutei­

ras."

Começou

como

profissional

no

Avaí, sendocampeãoestadualem

1973 e 1975. Em 1978, foi para o

Joinville,ondefoicampeãodocata­

rinensede 1978. Em 1981,dividiu

seutempoentreacadeira de

profes­

sordefutebol daUdesce o

Figuei­

rense.No

período

emque esteveno

timedoestreito,foi

tri-vice-campeão

do estado.

Balduínoafirmaque

jogar

nas

equipes

da

Capital

foiseumaioror­

gulho

e

frustação

nofutebol.

"Jogar

noAvaíe no

Figueirense

éamelhor

coisado mundo. "Minhaúnica

frus-consideradoum"dedo duro". "Tinha­ seaconcepçãona

época

dequepara

ser

jogador

defutebol não

podia

es­

tudar,tinhaque

beber,

saira

noite,

etc.",afirma.

Por queumatletade Floria­

nópolis

começaacarreiraemPorto

Alegre?

Jurandirdizquefaltapara

osclubes

daqui

estrutura para

apoi­

ar as

categorias

debase."Elesnão

gostam deinvestirem

garotos".

O

ex-goleiro

destacaoAvaícomo um

clubequeconsegue revelar poucos

jogadores.

Os cincoanos

passados

noGrê­

mioforam delutaconstante,

que

a

equipe

passavaporumafaseruim.

"Otimeeraperdedor,e acadaano

precisava

de uma

reformulação",

diz.A torcidaexerciaumapressão

muito

grande, pois

além de fazer

más

campanhas,

omaiorrival,oIn­

ternacional,havia sido

pentacam-taçãoénãotersidocampeãoquan­

do

passei

pelo Figueirense".

A

arbitragem

catarinenseme­

receu o

destaque

de Balduíno: "a

maioriadosárbitros nãotemcondi­

çõesde

apitar aqui. É

faltade crité­

rio,preparo

físico,

entre outrosfato­

res". Na

opinião

deBadu,omelhor

juiz

de futebolno estadoéRenildo

Nunes.

umapena que ele tenha selicenciado porum anoparafazer

mestrado.Ele éomelhordetodos", afirma.

"O

problema

do Brasil éadis­

tribuiçãode

renda",

conclui, quan­

do começaafalar de

política.

Mas

diz que nãovotanocandidatoeter­ nodoPTàpresidênciadaRepública

Luís Ináci.o Lula da Silva. "Como

possovotarem

alguém

que critica

quem mora no Morumbi e tem fi­ lhos estudandonoexteriormasfaz o

mesmo?",

pergunta.

Depois

dizque não concordacom aradicalidadeque

o

partido

mostra

Após

obrevecomentáriosobre

a

política

nacional,Balduínu

dispa­

rasuametralhadora

giratória

con­

traa crônica

esportiva

da

Capital,

peãoestadual.Foiaíque Jurandir trocoude

equipe,

indoparao

Ipiran­

ga de Erechim.

Jogou

lá por três

temporadas,

atéserconvidado

pela

primeira

vezpara

jogar

em Santa

Catarina

pelo

J

oaçaba.

Após

apassagem

pelo

time domeio-oeste,Jurandirfoicon­ tratado

pelo

Criciúma. "Foines­

te momento daminha carreira queeu me senti

profissional

de novo.

Cheguei

na cidade

junto

com o

presidente

do clubenum

jatinho".

Comoem

Joaçaba,

foi

consideradoomelhor

goleiro

do

estado.

A maior emoção para Ju­ randir

foijogar

contraAvaíeFi­

gueirense. "Jogar

contra os

grandes

da

capital

éamaioremo­

ção

possível.

Você dáosanguenes­

taspartidas

esperando

reconhe­ cimento."

da

qual chegou

a fazer parte até

1991.

"Aqui

todostêma mesmama­

niadesó falar do

negativo

queacon­

tece duranteas

partidas".

Váriasno­ mesdejornalistas

esportivos

sãoci­

tados,

como Roberto

Alves,

Miguel

LivramentoeClaudionir Miranda. "Umvelho defeito do

pessoal

daqui

é manter uma

opinião

até o fim.Sóquenofutebolnenhumaver­

dadeduramais de 24horas",diz.

Florianópolis

-5/2000

(11)

tuitos,

nofinal de

janei­

ro, os dois maiores pro­ vedores pagos do

país

·-texto--Na

briga

de

gigantes,

os

mário coelho

júnior

foto

micheli ribas

provedores gratuitos

viram

moda

no

pars

e

Lutam

por in

tern autos

Nós

pagarnão

nada,

vamosé

tudo

free.

Com a música de Raul

Seixas,

a iG mostra na sua

campanha

publici­

tária o fenômeno que

está acontecendo no

país

nos últimos meses: acesso

gratuito

à Inter­

net. Neste

período,

a

comunidade de inter­

nautas aumentou

15%,

segundo

pesquisa

di­

vulgada pelo

Internati­

onal Data

Corporation

(IDC),

um dos maiores

institutos de

pesquisa

do ramo. Os

pioneiros

desse

serviço

não foram

os

provedores,

mas sim

dois dos maiores bancos

privados

do

país:

Bra­ desco e Unibanco.

A

primeira

empre-"Nõo

existe internet de

graça.

Quem

paga

a

conta

é

o

consumidor"

Florianópolis

-5/2000

sa nacional a entrar no

mercado foi o

provedor

mineiro

BRFree,

que

. .

Inaugurou seus serviços

no dia 7 de

Janeiro,

em

Belo

Horizonte,

esten­

dendo-se para São Pau­

loe Rio de Janeiro. Dois

dias

depois,

a

iG,

que

tem por trás da sua es­

trutura o

Grupo

Garan­

tia e o Banco

Opportu­

nity, lançou

seu

portal

na rede.

Apenas

no

pri­

meiro dia de funciona­

mento,

a iG

conseguiu

35 mil cadastros.

Em doze

dias,

o

país já

contavacommais

quatro

provedores

gra­

tuitos:

BRFree,

iG,

C@tolico

e o

Superll.

O

C@tolico

recebeu 70 mil

. . - ..

inscrrçoes no prrmerro

dia apenas na Grande

Porto

Alegre

e o

Super

11 começou a

disponibi­

lizar acesso para mais

de 50 cidades brasilei­

ras, favorecendo os usu­

ários que não residem

nas

grandes capitais.

Em mais da metade de­

las,

o

provedor

oferece um número de telefone 0800 para o acesso, ou

seja:

o internauta não precrs a pagar nem os

impulsos

telefônicos. Em

represália,

a

Associação

Brasileira dos Provedores de Aces­

so à Internet

(Abranet)

entrou com

pedido

de

consulta no Conselho

Administrativo de Defe­

sa Econômica

(Cade)

e na

Agência

Nacional de

Telecomunicações

(Ana­

tel)

sobre a

possibilida­

de de

suspender

o.s aces­ sos

gratuitos

à rede

mundial de

computado­

res. Mas o

superinten­

dente de

Serviços

Públi­

cos da

Anatel,

Edmundo

Matarazzo,

afirmou que

os bancos e empresas

que estão oferecendo

acesso

gratuito

não es­

tão

infringindo

a

legis­

lação.

"Nada está acon­

tecendo fora da

regula­

mentação",

disse. Paranão

perder

as­

sinantes,

os

provedores

pagos estão melhorando

o conteúdo dos seus por­

tais.

Segundo

Ricardo José

Giani, gerente

ge­

ral da Matrix Florianó­

polis,

aformaparaman­

ter clientes é investir

em

vantagens

exclusi­ vas. "Estamosmelhoran­

doo nosso

conteúdo,

au­

mentando os benefícios

dos clientes

Dial-up

e

criando diferenciais

para o cliente ser fiel a

banda estreita".

Mesmocom aAbra­

net

pedindo

para sus­

pender

os acessos

gra-. .

erraram seus serviços

gratuitos:

o

UOL,

com o

NetGratuita,

e o Zaz

-que mudou seu nome

para Terra

após

ter

sido

comprado

pela

em­

presa

espanhola

Tele­

fônica

-lançando

oTer­

ra Livre.

Ao mesmo

tempo,

o grupo

Starmedia,

um

dosmaiores

portais

vol­ tados para a América

Latina,

associou-se a

fundos de investimen­

to para criar um mega­

portal

latino-america­

no, o Grátis 1. O últi­ mo a entrar no merca­

do nacional foi o Tuto­

pia, lançado pela

em­

presa americana

IFX,

que

adquiriu

pequenos

provedores,

como a

Brasilnet.

Apenas

na

primei­

ra semana de funciona­ mento dos

portais

gra­

tuitos,

haviam

chegado

ao

Cade,

pela Internet,

41 denúncias de prove­

dores contra o acesso

gratuito.

A Anatel diz

que não há

impedimen­

to para que os bancos

ofereçam

o

serviço.

Para Caio Túlio

Costa,

diretor-geral

do Uni­

verso Online

(empresa

dos grupos Folha e

Abril),

não existe Inter­

net de graça.

"Alguém

vai estar sempre pa­

gando

a conta. E quem

paga a conta é o consu­

midor."

Yantagens?

A maior

vantagem

Referências

Documentos relacionados

O curso “Museu Virtual na Escola: organização de acervos mediada por recursos Web 2.0” (YOSHIMOTO, 2016), produto educacional objeto (e também resultante)

Fenestra mandibular externa ausente (0) ou presente como fenda estreita, sem concavidade fenestral discreta na margem dorsal do angular (1) ou presente com concavidade discreta

Com enfoque em englobar os três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico e social, a General Motors de São Caetano do Sul desenvolveu o projeto Zero Aterro que visou o

Caviar HS é feito à base de água, por isto ele pode ser misturado em diferentes bases e usado em qualquer tipo de pele (especialmente em peles oleosas) porque não

LVT APFCAN-Associação de Produtores Florestais dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré SF 02-16B 2004 LVT APFCAN-Associação de Produtores Florestais dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré

62, da Lei Federal nº 8666/93, pela COMPROMISSÁRIA, será considerada como fato qualificador da inexecução total ou parcial, dependendo do caso, da presente Ata de

Um modelo de autômato, para o dispositivo, é representado por uma lista composta de transições organizadas também como listas. Cada uma das transições constitui-se de um símbolo

Identificou-se que os fatores de risco modificáveis para a HAS em docentes do nível superior mais citados na literatura são: sedentarismo, tabagismo, hábitos alimentares,