EDUARDO
NOBUYUKI
USUY
JUNIOR
DISAUTONOMIA
FAMILIAR:
RELATO
DE
CASO
Trabalho apresentado à Universidade Federal
De
Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduacaoem
Medicina.
FLQRIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
EDUARDO
NOBUYUKI
USUY
JUNIOR
DISAUTONOMIA
FAMILIAR:
RELATO
DE CASO
Trabalho apresentado à Universidade Federal
De
Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduaçãoem
Medicina.
Coordenador do Curso: Prof. Dr. Edson José Cardoso
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo José Melo da Silva Co-orientador: Dr. Eugênio Grillo
FLORIANÓPOLIS
_
SANTA CATARINA
conclusão do Curso de Graduação em Medicina - UFSC.
1. Doenças do sistema nervoso autônomo; 2. Disautonomia familiar; 3 Neuropatias hereditárias sensoriais e autônomas.
A‹;RA1›EcnvrENTos
Numa
época marcada
pela perdade
valores e virtudes clássicascomo
o
respeito, a honra, a ética e a solidariedade, registro
minha
gratidãoprimeiramente ao grande Pai Celestial pela
maior
das dádivas, a vida.Meus
sinceros agradecimentos a todaminha
família, especiahnente aomeus
paisEduardo
e Iracema pelaminha formação
e tudoque
fizeram
pormim
e por
meu
irmão.Agradeço
aoGovemo
do
Brasil e à Universidade Federal de SantaCatarina pela oportunidade
da fomiação
profissionalem
uma
escola pública, gratuita ede
excelente qualidade.Manifesto
minha
gratidão a todos os colegas de curso, professores eservidores
da
UFSC
e especiahnentedo
Hospital Universitário.Demonstro
também
meus
agradecimentos à todas as pessoasque de
alguma
forma, diretaou
indiretamente contribuíram nas pesquisas e elaboraçãodo
presente trabalho.Às
enfermeirasda enfermana de
Pediatriado
HU
e todaequipe
de enfemiagem.
Em
especial à Dra. Paula dos Santos, Dr. SérgioDuwe,
Dra. Célia Alves de Queiroz, Dra.
Rosana
Cunha,
Dra. Eliana Ternes Pereira eao Dr. Luiz Felipe de
Souza
Nobre.Registro
o
agradecimento à Dra.Susan
Slaugenhauptda Harvard Medical
School pela
execução
dosexames
molecularesno
DNA
do
paciente.Agradeço
aomeu
orientador, Dr.Ronaldo
Melo
da
Silva.Minha
gratidão1 . Introdução ... .. 2. Literatura ... .. 2.1
Dados
históricos 2.3 Patologia/ patogenia ... .. 3. Objetivo ... .. 6. Discussão ... .. 7.Conclusão
... .. 8. Referências ... .. 2.2 Prognóstico ... .. 4.Método
... .. 5. Resultados ... .. 5.1. Relatodo
Caso
... .. u n u ¢ u c c o n u u n zu 9.Normas
Adotadas
... .. 10.Resumo
... .. 11.Summary
... .. n n Q o o ¢ n n n o n ¢ num1.
INTRODUÇAO
Constantemente são classificadas e identificadas novas neuropatias
sensoriais periféricas congênitas.
Devido
sua raridade,o
diagnóstico muitas vezes é dificill.A
disautonomia familiar(DF)
é a mais extensivamente descrita e estudadaneuropatia sensorial periférical. Foi incluída
na
classe dasdoenças
pós-antibióticosz.
Essa
condição era clinicamente irreconhecível, porqueeram
fataisnas crianças recém-nascidas afetadas.
A
disautonomia familiar envolvemal
fimcionamento do
sistema nervosoautonômico
e os bebêsnascem
com
osreflexos
comprometidos
e dificuldadede amamentação,
geralmentevão à
óbitona
infância por desnutriçãoou
por infecçãopulmonar
por aspiraçãode
líquidos.Depois
do
usoda
penicilina, as criançascom
infecções respiratórias secundáriasà
anormalidades nervosas e de desenvolvimento,puderam
sobrevivertomando
asua
doença
visível aos pesquisadores.A
DF,
também
conhecidacomo
Síndrome
de Riley-Dayou
NeuropatiaSenosorial Hereditária tipo III, é
uma
desordem
autossômica recessivaque
afetao
desenvolvimento e funcionamentode
neurônios dos sistemas sensorial,simpático e parassimpático3. Indivíduos
com
DF
apresentamuma
grandevariedade de manifestações, incluindo diminuição
da
sensibilidade para dor e temperatura, instabilidade cardiovascular,pneumonias
recorrentes, crisesde
2.
LITERATURA
2.1.
DA1›os
Hlsrómcos
Em
1949, Riley,CM;
Day,
RL;
Greeley,DM
et al.4 descreveramuma
bizarra síndrome até então desconhecida, caracterizada por episódiosde
hipertensão, suor excessivo,manchas
cutâneas, acrocianose, vômitos cíclicos,pele e olhos secos.
A
síndrome foi inicialmentechamada
de “disfunçãoautonômica
centralcom
lacrimejamento defieiente”.Notaram
diminuiçãoimportante
da
sensibilidade dolorosaem
alguns dos casos estudadosoriginalmente,
mas
não
consideraram esteum
sintoma proeminenteda
síndrome.Todos
os cinco pacientes estudadoseram
oriundos de famíliascom
descendência judaica
de
Nova
York4. Smith,AA
e Dancis, J 5 adicionaramà
descrição original a falta
de
eritema reacional apóso
teste de injeçãode
histamina intradérmica eo achado
clínico de ausência das papilas fungiformesna
língua.Mais
tardedefiniram
outros dois critérios diagnósticos: ascendênciajudia
Asquenaze
e diminuição dos reflexos profundosó.Como
muitos casosocorriam
em
uma mesma
família, Riley,CM;
Freedman,
AM
e Langford,WS7
encurtaram
o nome,
em
1954, paraDisautonomia
Familiar, estabelecendoque
adoença
tem
um
padrão de herança autossômico recessivo.Brown,
JC
e Johns,RJ8
estudarama
velocidadede condução
nervosaem
ll crianças.
Concluíram que
as velocidades decondução
sensitiva estiveramdentro dos limites normais e as velocidades
de condução motora
estiverambaixas.
Os mesmos
autores encontraramum
fenômeno não
usualem
grandeparte dos indivíduos:
quando o
estímulo eraaumentado
graduahnentede
40
para3
grande latência (baixa velocidade),
o
que
sugeria Luna populaçãode
fibrasnervosas
de
baixa velocidade e outra de alta velocidade.As
anormalidadesnão
pareciamconfinadas
aos nervos periféricos.Estudos eletroencefalográficos realizados por Niedenneyer, E;
McKusic,
VA,
Blunt,
P
et al.9mostraram que
um
número
importantede
pacientes apresentadesorganização difusa, atividade excessivamente lenta para a idade e
anonnalidades paroxísticas de grau leve a
moderado.
Estes achadossugerem
um
distúrbio neuronal difuso, indicando maisum
componente
metabólicodo que
primariamente estrutural.
Em
1970, Brimt,PW
e McKusil‹,VAIO
assimdefiniram
a síndrome:ausência
de
lágrimas, labilidade emocional, hipertensão arterial paroxística,sudorese aumentada,
mãos
e pés frios, anestesiacomeana,
rash cutâneoeritematoso, e sialorréia.
A
ausência das papilas fungiformesda
língua é característica e a escoliose é freqüentemente severa.As
juntas neuropáticasde
Charcot
podem
estar presentes. Propuserarn aindao
primeiro estudo genéticoda
doença,
com uma
vasta revisão bibliográfica,além
de detalhadas entrevistas eexames
clínicosem
210
pacientes.Não
encontraram diferença significativanos
sexos acometidos
nem
na
incidêncianem
na
mortalidade; dos344
pais apenasuma
mãe
não
eranem
tinha descendência Judaica, sendoque
todoseram
da
linhagem Asquenaze.
Acharam
consangüinidadeem
5,3%
dos casais.Concluiram
também
que
a descendênciaAsquenaze não
eraum
critério essencial parao
diagnóstico,mas
importante, apesarda
predileção por essasfamílias,
há
uma
pequena,mas
possível freqüênciado
geneem
populaçõesnão
Judaicas.Em
Israel,como
nos Estados Unidos, a maioria dos casos ocorreem
pessoas de
origem Asquenaze
procedentesda
Polônia”.Maayan,
C; Kaplan, E;Shachar,
S
et al.” calcularam a incidência de 1em
3.703 para aDF
entre judeusNos
raros casos descritosem
não-judeus,o
diagnósticotem
sidoquestionado”.
Por
exemplo,um
paciente descrito por Burke,V”
em
1966
foirevisado por Rogers,
JG” em
1993,que
concluiuque
se tratava deuma
outra neuropatia hereditária enão
deDF.
A
biópsiado
nervo sural”pode
sero melhor
critério para diferenciar aDF
de outros tiposde
neuropatias sensoriais congênítasl.Finalmente, Axelrod,
FB”
definiuque o
diagnóstico clínico ébaseado na
presença de cinco sinais: ausência
de
eritema reacional apósa
injeçãointradénnica
de
histamina, ausênciade
papilas fungiformesna
língua,miose
após
o
instilação conjtmtival de cloretodo
metacolina a 2,5%, reflexostendinosos
proñmdos
ausentes efluxo
lacrimal diminuído. Axelrod,FB;
Pearson, J; Teppenberg, J et a1.lem
1983 relataramo
caso deuma
criançacigana
com
outra neuropatia sensorial congênitaque
teve todos os 5 sinaisalém
de
anormalidades esqueléticas, características dismórficas, e hipohidrose.Entretanto, a biópsia
do
nervo sural era inconsistentecom
DF.
Axelrod,
FB;
Porges,RF
e Stein,ME"
sugeriramque
a suspeitade
DF
sempre
deve ser feita diantede
um
recém-nascido deorigem
judaicaAsquenaze
com
apresentação pélvica, aspiração de líquido amniótico meconial, sucçãodébil, hipotonia,
ou
hipotennia.O
diagnósticopode
serconfirmado
pelainspeção
da
língua para as papilas fungifonnes, abusca
de reflexos tendinosos profundos, testede
reação à histamina intradérmica e de testes intraocularescom
pilocarpina.Se
os resultadosem
dos últimos dois testesforem
normaisou
inconsistentes,
devem
ser repetidos após6
semanas
de idade.Em
1994, Tonholo-Silva,ER;
Takahashi, SI e Yoshinaga, Lls publicaramo
relato deuma
criança brasileirasem
ascendência judiaque
foi a óbitono
primeiroano de
vidacom
diagnósticode
síndrome de Riley-Day.s
2.2.
PRoGNÓsTIco
Em
1964, Yatsu,F
eZussman,
W”
relataramo
seguimentode
um
dos 5 casos originahnente relatados por Riley e colaboradores.O
pacientemorreu
subitamente aos 31 anos.
Em
1982, Axelrod,FB
e Abularrage, JJ2° estudaramo
prognósticoa
longo prazoda
DF.
De
1969
a 1982,227
pacientes tinham sido avaliadosno
Centrode
Disautonomia
Familiarna
Universidade deNova
York.Na
época do
relatório,59
pacientes tinham20
anos de idadeou
mais e correspondiam a33%
dospacientes vivos.
O
mais velho tinha38
anosde
idade.Axeh°od,
FB”
em
1998, forneceuuma
atualização sobre pacientesdo
Centro
de
Disautonomia.Na
ocasião,40%
da
população dos307
pacientestinham mais de
20
anos.Além
da
disfunção sensorial periférica, os adultosqueixavam-se de desequilíbrio, instabilidade de marcha, e dificuldade
de
concentração.
Observaram
tendência à depressão, ansiedades e fobias.O
reflexo
simpático-vagal
tomou-se
mais precáriocom
piorada
hipotensão ortostática,da
hipertensão arterial e biadiarritmias ocasionais.
Existem
dois relatos deDF
em
mulheres grávidas cujas gestações2.3.
PATOGENIAI
PATOLOGIA
Gadoth,
N;
Schlaen,N; Maschkowski,
D
et al.” encontraramo reflexo
pupilar diminuído e interpretaram-no
como
indicativo denervação simpática.Sugeriram
que
a denervação seria mais ftmcionalque
estrutural.A
administração parenteral de metacolina teve efeito transitório,
aumentando
alacrimação, nomializando os reflexos tendinosos profundos e a resposta à
histamina intradérmíca. Fishbein,
D
eGrossman,
RF23em
1986 descreveram
ascomplicações pulmonares
em
um
homem
de 29
anos de idadecom
DF. Brown,
WJ;
Beauchemin,
JA
e Linde,LM24
descreveram
os achados da autópsiaem
dois pacientes, a saber, desmielinizaçãona
medula,na
formação reticularda
ponte e
do
tiacto dorsolongitudinal; e degeneração, pigmentação e perdade
células nos gânglios autonômicos.
Smith,
AA
e Dancis, J5demonstraram
um
aumento da
excreção urináriade acido homovanílico
(HVA)
em
pacientescom
DF
quando
comparada
a controles.Em
1970, Gitlow, SE; Bertani,LM;
Wilk,E
et al.”demonstraram que
pacientes mais jovens
com
FD,
com
menos
de
cinco anos de idade,não
apresentavam excreção
amnentada
deHVA.
Goodall,M;
Gitlow,SE
e Alton,H26
demonstraram
uma
diminuiçãona
síntesede
noradrenalina.wi-zinsiiiibdiim,
RM
z Axeiidd,J”
veiifidzizm diminuiçãoda
atividadeda
dopamina-beta-hidroxilase(DBH),
aenzima que
converte adopamina
em
norepinefrina.
Algumas
criançascom
DF
não
demonstravam
nenhuma
atividade plasmáticada
DBH
e suasmães
tinham a atividade diminuída.Siggers,
DC;
Rogers, JG; Boyer,SH
et al.”mediram
as 3 subunidadesdo
fator de crescimento neural(NGF)
e encontraramum
aumento
na concentração7
urna anomialidade qualitativa
do
beta-NGF
na
DF.
Anomialidades no
NGF
játinham sido descritas
na neurofibromatose
eno
carcinoma medularda
tiróideza.Em
fibroblastos cultivados de pacientescom
DF,
Schwartz,JP
e Breakefield,XO29
encontraramum
aumento
de10%
do
NGF.
O
isoproterenol,um
agonistabeta-adrenérgico,
não
produziunenhuma mudança
no
beta-NGF
em
célulasde
pacientescom
DF,
sendoque
um
aumento
importante ocorreuem
células controle.O
nível debeta-NGF
erao
mesmo
nas células dos doentes e nascélulas controle antes
da
estimulação.Um
defeitono
processamentodo
precursor
ou
na
estruturada
subunidade beta biologicamente ativade
NGF
foipostulado. Johnson,
EM;
Gorin,PD;
Brandeis,LD
et al.3°mostraram
que
a raiz dorsalde
gânglios neuronais de ratos e porcos estão destruídos pela exposiçãointra útero
ao
anticorpo materno contraNGF.
Sugeriram estecomo
um
modelo
experimental útil paraDF.
Usando
sondas deDNA
parao
gene que codificao
beta-NGF,
alguns pesquisadoresnão
puderam
observar relação entre este fator e aDF”.
Em
1993,Biumenfeia
A, siaugznizzuptsA,
Axzimâ
FB,
et. al.”mapearam
o
geneda DF,
chamado
deDYS,
numa
regiãodo
cromossoma
9q31.A
região candidata tinha cerca de2500
kb. Posteriormente a região foi reduzidapara
471
kb”
e recentemente para l77kb34. Defeitos moleculares nesta regiãosão responsáveis por mais de
99,5%
dos casosem
judeus asquenaze”.O
reconhecimento
do
gene e de sua proteína, batizada deIKBKAP35, tem
permitido
o
diagnóstico pré natalem
judeus asquenaze e traz grandes3.
OBJETIVO
Relatar
o
casodo
paciente T.C.C. de l ano,que
esteve internadono
Hospital Universitário
em
2000. Discutir o diagnóstico e apresentaruma
revisão bibliográfica sobre disautonomia familiar.9
4.
MÉTo1›o
Esse trabalho foi retrospectivo clínico.
É
apresentado e discutidoo
casode
um
menino
deum
anode
idade.O
paciente foiacompanhado
pelo autor durante suas duas últimas internaçõesno
Hospital Universitário eno
Hospital InfantilJoana
deGusmão,
nos últimosmeses
de2000
e nas primeirassemanas de
2001.Foram
revisados os registrosnos prontuários
médicos
das intemações anterioresno
Hospital Universitário.Dúvidas
a respeitoda
históriada doença
e dos antecedentespuderam
ser sanadasdiretamente
com
os pais.Todos
osexames complementares foram
realizadosno
HospitalUniversitário e
no
Hospital InfantilJoana de
Gusmão,
com
exceção dosexames
moleculares
no
DNA
do
paciente e de seus paisque foram
enviados ao Institutode Genética
Humana,
na
Universidade de Harvard, Boston,MA,
EUA.
Detalhessobre as técnicas dos
exames
de genética molecular utilizadaspodem
ser5.
REsULTADos
5.1RELATQ
DE
cAso
O
paciente éum
menino, terceiro filho de pais consangüíneoscomo
mostra
o
heredograma
(fig. l).O
primeiro filho foi a óbito por causadesconhecida após parto prematuro aos
6
meses
de gestação.O
segundo
faleceu duranteo segundo
mês
de vida por sepse após gestação a termo.A
mãe
realizou 8 consultas pré-natais e a gestação foi consideradade
risco por polidrâmnio,mas
transcorreusem
intercorrências graves. Foi realizado parto cesariano porapresentação pélvica.
O
peso ao nascimento foi 4000g, a estatura51cm
e osíndices
de
Apgar
de 8 e9
no
primeiro eno
quinto minuto respectivamente.C)
1,1
ll
Aos
2 meses
foiintemado
pela primeira vez por insuficiência respiratóriacom
cianose, tosse seca e recusa alimentar.O
hemograma
mostravaanemia
(hemoglobina de
8,7mg/dL
e hematócrito de28,2%)
com
anisocitose,macrocitose, microcitose, poiquilocitose discretas, alguns ovalócitos e esquizócitos.
A
série brancanão mostrou
alterações importantes. Passadosnove
diasde
internaçãocom
antibióticos por infecção respiratória, recebeu altacom
melhora
do
quadro.Aos
2 meses
e20
dias de idade, reinternacom
desconforto respiratório,gemência, tosse, cianose, tiragens intercostais e batimento de asa-de-nariz.
À
ausculta observaram-se sibilos, subcreptantes e roncos. Durante a internação notou-se dificuldade respiratória durante asmamadas.
Uma
seriografia esofago- gastro-duodenalmostrou
faringecom
motilidade normal,sem
refluxo
faringo- nasal,refluxo
gastro-esofágico acentuadocom
clearance lento,mal
funcionamento
da
epiglote (figura 6).À
ausculta cardíaca observou-seum
sopro inocente.O ECG
mostrou
taquicardia sinusal.O
hemograma
seguiacom
características semelhantes.A
radiografia de tórax reveloucondensação
em
LMD.
Pennaneceu 34
diasintemado
com
antibioticoterapia porpneumonia
aspirativa.
Aos
6meses
de idade foinovamente intemado
com
tosse produtiva e febre alta.A
radiografiamostrou
consolidaçãoem
lobo superior esquerdo.O
leucograma era infeccioso.
Após
antibioticoterapiacom
penicilina cristalinarecebeu alta hospitalar
com
diagnósticode
broncopneumonia.Aos
llmeses
foi readmitido por infecção respiratóriasem
melhora
com
penicilina procaína e amoxicilina. Apresentava crises de apnéia desencadeadas por choro,com
cianose intensa e duração de cerca de 1 minuto,que cediam
espontaneamente.
Ocorriam
até dez vezes por dia.O
hemograma
seguiamostrando anemia
com
leucocitose e desvio à esquerda.Recebeu
alta após ll diascom
melhora
do
quadro pulmonar.Um
eletro encefalograma foi normal.Aos
llmeses
emeio
constatou-se bruxismo,com
perdados
dentes incisivos inferiores.Intemou
para investigação odontológicaque
confirmou
avulsão desses dentes,
sem
conclusão diagnóstica.Com
12meses
foi intemadocom
gemência, vômitos pós-alimentares, tosse produtiva, febre, diarréia, crises de cianose desencadeadas por choro, secreção conjuntival amarelada bilaterahnente.A
radiografiade
tóraxmostrou
infiltrado peri-hilar.Durante esta intemação
foram
observadas úlceras decómeas
bilaterais(figura 2), xerofizalmia e ausência
de reflexo comeano, reflexo
fotomotor lentobilateralmente. Foi iniciado tratamento
com
antibióticos tópicos,com
cicatrização lenta.Nesta
intemaçãoforam
também
observados: língua despapilada (figura 3), diminuição dos reflexos de estiramento e hipotonia generalizada.Nesta
ocasião se evidenciou auto-mutilação,com
lesãoem
segundo
quirodáctilo direitocom
os dentes (figura 4),o que
sugeriacomprometimento da
sensibilidade dolorosa,que
foiconfirmado
com
aobservação de reação diminuída a procedimentos dolorosos
como
venopunções
ou
injeções intramusculares.A
curvade
crescimento estavano
percentil 10,com
queda da
curvacoincidindo
com
as intemações e seguidas de recuperação.O
desenvolvimento psicomotorcom
a idade de 1ano
era compatívelcom
8meses
de idade.Um
eletrocardiograma nas posições supina e ortostática foi normal,mas
constatou-se hipotensão postural.
No
controle diárioda
pressão arterialnão
seobservou labilidade significativa.
O
ecocardiogramanão mostrou
nenhuma
alteração. Continuava
com
crises de vômitos e alterações de temperatura,que
oscilava entre35
e 39°C.As
dosagens de ácido vanilmandélico e homovanílicoforam
nonnais.O
diagnóstico deDF
foi suspeitadocom
base nos seguintes achados: diminuição dos reflexos de estiramento, diminuição das lágrimas, testede
reação13
dérmica
à
histaminasem
eritema reacional (Figura 5) e língua despapilada.Não
conseguimos
confirmar
nenhuma
ascendência asquenaze.Exames
molecularesno
DNA
do
paciente e seus paisnão
mostraram
nenhuma
dasmutações
observadasem
judeus asquenaze.Figura 2. Ulcera comeana à esquerda.
Figura 4. Lesão de automutilaçäo em primeiro quirodáctilo esquerdo.
1
~ “\ ' " ' ` ~=z'á%I~.'...=,‹f.;.»z 1+* 'fiçãií-.**¿§;;ê$~§-¿*`¡I*¿ë'¡¡““`“^* 1..1:V~‹:..-*-§.'›Í"!Ê "°`›^»". wa. ~ z. “al *`-'vs sr -zw» r <'ff-â;zfl;fi-z*fr\'r'@..'4- W: à-' ` -W " ¢~ 1- 'N . -- -` ~ fià '~}i@*3= zw “ ^ršI¡'.;"*§,1$â:2 - ‹ ‹~ ›="`~'>~'"» ›' ' `¬ "«z " ` ` ' ¬, ze» r '*›*š":f'~"?Í‹,'\fE“z:'f`×.~=-*Ef` Í: É r “* r ,ä-âiwà. .Lz »"‹ " ' › ' -i zzz v :.`F«-1`*1;"','¿\' Í`,__¿J›;¡Ífí ›` ~ €:"».“'-W.líifiÊÍí1Í$*f%`1*?eÇëͧ""Y-ff5*:T1 É 2 .' - f;,;_¬. .ffšfi = z.z'í ' ‹ '¿.;›`_ z , i‹ ._\¿ . _`.,¡`_,\¿,~..À ar. .¢.¡›_~¡.« f-.zu 4 , , z.›~b«.f'“ ~§q›\ \ .l 1- ¬.' `›, z'/:::
~f,,.,z;:z‹-zfivzmffifezzâãâ'-4, ,-z_.F1~›»,; i , '- ~‹
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z ' ,À-;f›¬‹‹'.~s~ _ . ‹ 3-›¬:»Hz,:~‹›f;_`¬,- , - - , ~. ~ - - ‹ ~ .<׋ú¬-__*-z¿.¬¬‹-..~.z.‹7,._.×›~ . V :~ z. -. -. › - zz-W -z ‹+¿ V . l , . -V ‹-- - vê - , `~ ' ' fz ~ ~ ~ ' ' ¬¬ .,..«,.k-.<.,.~_z..é . ~'.-« r - ' 1 ¬ -- _ ._ ~ ., ~..~-z››.›.-_\,... «,« fl:-.-›~ , , . V 1 - -- .›.-‹... ,_ zl,-_z\.« ` l e- .~ r ‹ \‹Fig. 5. Teste intradérmioo de reação à histamina.
À
direita um paciente controle com reação normal(observe o eritema reacional ao redor da pápula).
À
esquerda o paciente com Disautonomia Familiar (sem o6.
DIscUssÃo
Riley,
CM;
Day,
RL;
Greeley,DM
et al.36,definiram
em
1966
como
critérios essenciais para
o
diagnósticode DF:
história sugerindo dificuldadede
alimentação desde
o
nascimento, diminuiçãona produção
de lagrimas, ausênciaou
hiporeatividade dos reflexos tendinosos profundos, ausênciado
reflexo
comeano,
hipotensão postural, labilidade emocional, relativa indiferença à dor, ausência de papilas fungiformes linguais. Outros achadoseram
comtms,
porem
não
essenciais para 0 diagnostico: descendênciade
judeus asquenaze, eritemacutâneo à alimentação e/ou excitação,
má
regulaçãoda
temperatura, sudoreseprofusa, motilidade esofageana
anormal
e elevaçãoda
taxaHVA/I-IMA
urinários.
Mais
tarde, Axelrod,FB”
defmiu
que
o diagnóstico clínico ébaseado
na
presença
de
cinco sinais: ausênciade
eritema reacional após a injeçãointradérrnica de histamina, ausência de papilas
fimgifonnes na
língua, rnioseapós
o
instilação conjtmtival de cloretodo
metacolina a 2,5%, reflexostendinosos profundos ausentes e
fluxo
lacrimal diminuído.Na
tabela I,mostramos
um
quadro publicadono
trabalho de Brunt,PW
eMacKusic,
VAIO,um
dos mais completos estudos acercada
sintomatologiada
DF,
que
será várias vezes citado durante a discussão.O
primeiro fatorque
analisamos éo
fato dos paisserem
primosde
segundo
grau (figura 1).A
consangüinidade direciona a investigação parauma
doença
de herança autossômica recessiva. Brunt,PW
eMacKusic,
VA1°
encontraram
uma
taxa de5,3%
de casamentos consangüíneos entre os pacientes17
Tabela I. Freqüência dos Sinais e sintomas Clínicos
Sinais e
Sintomas
%
Ausência de papilas fungiformes l0 Ausência de lágrimas 10 Distúrbio vasomotor 98 Sudorese anomial 97 Febre episódica 92 Incordenação e instabilidade 90 Dificuldade de deglutição na infância 85
Retardo fisico 78
Vômitos episódicos 67
Crises de detenção respiratória 66 Instabilidade emocional 65
Escoliose 55
Distúrbios intestinais 49
Brunt PW, McKusic VA. Familial dysautonomia -
A
report of genetic and clinical studies, with a review of literature. Medicine 1970; 49 (5):343-74.Não
conseguimos
obter dados precisos sobre a causada
morte dos dois primeiros filhosdo
casal.O
primeiro foi prematuro e possivelmente faleceupor
complicações
da
prematuridade.O
segundo, entretanto, faleceu aos2
meses por
sepse e possivelmente tinhaDF.
Com
basena
história e quadro clínico levantamos a hipótesede
DF
eprocedemos
à investigação.Todos
os achados clínicos descritosna
literatu1a37' 38*16' 2°' 17' 1°” 21° 4° 7
comparados
com
Sintoma/ Sinal Caso Relatado Geral Sudorese excessiva
Atraso do
DNPM
Baixo PesoDiminuição cicatrização
Auto mutilação Mãos e pes fi'ios
Insensibilidade a dor
Insensibilidade térmica
Má
regulação temperaturaLabilidade emocional
Crise de detenção respiratória
Atraso Crescimento Ausente Presente Presente Ausente Presente Ausente Presente Não testado Presente Não se aplica Presente Ausente Dermatológico Eritema pontilhado Ausente
Psiquiátrico Ansiedade
Depressão
Não se aplica
Não se aplica
Obstétrico Apresentação pélvica
Baixo peso ao nascer
Instabilidade temperatura neonatal
Presente
Ausente
Não se aplica
Exames laboratoriais Aumento
HV A
urinárioDiminuição
VMA
urinárioDiminuição
DBH
sérico Anemia Hipersensibilidade aNE
Hipotensão a Metacolina Ausente Ausente Ausente Presente Não testado Não testadoOftalmológico Laguna' as diminuídas
Ulceras de cómea Miose a Metacolina 2,5% Pouca fotorreação reação a Pilocarpina 0,l25% Anestesia cómea Cicatrizaeão lenta Estrabismo Atrofia óptica Presente Presente Não testado Presente Não testado Presente Presente Presente Não testado
Cardiológioo Hipotensão ortostática
Labilidade da PA Picos hipertensivos Aumento intervalo
QT
Disritmias Presente Ausente Ausente Ausente AusenteOtorrinolaringológico Ausência papilas fungiformes
Ulceras orais
Mandíbula pequena Dentes sobrepostos
Perda precoce dos dentes
Bruxismo Presente Ausente Ausente Ausente Presente Presente
Neurológico Reflexos tendinosos diminuídos
Crises convulsivas
Crises autonômicas
Diminuição de fibras não mielinizadas
Diminuição sensibilidade dor
hipotonia ataxia Presente Ausente Presente Não testado Presente Presente Ausente Nefro Aumento
BUN
Baixo fluxo sanguíneo
Não testado
Perda de sal Insuficiência renal Ausente Ausente Ortopédico Escoliose Cifose Lordose Juntas neuropáticas
Não sente fi'aturas
Torção tíbia Não se aplica Não se aplica Não se aplica Ausentes Não se aplica Ausente
Gastroenterológico Lactância e sucção débeis
Vômitos
RGE
Acalasia Presente Presente Presente Ausente PneimiológicoPNM
aspiração Rx com atelectasias Presente PresenteAlgtms
trabalhosmostraram
a elevada incidênciade
partoscom
apresentação pélvicaem
pacientescom
DF39,30%
dos casos,em
contrastecom
os 3 a8%
nas gestaçõesem
geral".O
pacientetambém
nasceu
com
apresentação pélvica.
Dentre as causas fetais de polidrâmnio estão
malformações
do
sistemanervoso central e obstrução
do
trato digestivo alto.Não
encontramos referências a polidrâmniona
DF
mas
esseachado
neste paciente poderia estar associado aostranstomos
da
deglutiçãono
feto.A
curva de crescimentodo
paciente estavadentro nos limites normais,
com
algumas quedasna
velocidade de crescimentocoincidindo
com
as intemações e seguidas de recuperação.Segtmdo
os estudosde
Brunt,PW
eMacKusic, VA'°,
as afecções ofiahnológicas severas são características ede
grande valor parao
diagnósticoda
DF,
como:
diminuiçãode
lágrimas, hipoestesiacomeana,
estrabismo emiose
induzida por metacolina.A
combinação de
hipoestesiacomeana
e hipolacrimiafazem
das úlceras decómea
um
distúrbio bastante freqüente.Alguns
estudosmostram
miopiaem 77%
dos pacientesw. Outroachado
importante é aacentuada tortuosidade dos vasos retinianoslo.
Em
nosso paciente,foram
achadas úlceras de
cómeas
bilaterais, hipolacrimia, ausênciade reflexo
comeano,
anestesia decómea
e fotomotor lento. Foi iniciado tratamentocom
antibióticos tópicos,com
cicatrização bastante lenta. Smith,AA
e Dancis, J5descreveram
maior
reatividade das pupilas à luzcom
instilação conjtmtivalde
acetil-beta-metacolina.Não
conseguimos
demonstrar tal reação devido adificuldades para obter a substância,
mas
amiose
induzida por metacolina servecomo
um
teste de triagem,no
entantonão
épatognomônicow.
O
sintoma neurológico mais encontrado é a diminuiçãoda
sensibilidade àdor, variando de intensidade
em
cada
indivíduow* 4°.Nesse
pacientenotamos
algumas
lesõesque
indicavam automutilação devido àpouca
sensibilidade dolorosa (figura 3).Segundo
observaçõesda enfermagem,
havia respostaanormal à procedimentos dolorosos.
A
força muscular, a propriocepção e a sensibilidade vibratória geralmenteestão intactas e
a
fala éem
geral monotônica, anasalada e disártrica7;o que não
pudemos
avaliar devido àpouca
idadedo
paciente.Na
DF,
a inteligência éde forma
geral preservada",o
que
a distinguede
outras condiçõesque
produzem
manifestações semelhantes,como
indiferençaà
dor e suor excessivo”.
O
paciente possuíaum
atrasodo
desenvolvimentomotor
de cerca de dois meses,
com
funções mentais aparentemente preservadas.Crises de detenção respiratória,
podem
ser encontradasem
pacientescom
DF42' 1°' 2°.Uma
hipótese
da
patofisiologia dessas crises, éo
mal
desenvolvimento
ou
imaturidade funcionaldo
sistema nervoso autonômico,com
predominância
do
sistema simpático sobreo
parassimpático,que
desencadeariaas crises de detenção respiratória tanto
do
tipo cianótico, quantodo
não
cianótico”.Apresentava crises de apnéia
com
cianose intensa, precedidas de choro,gerahnente
desencadeado
por estresse produzido pela manipulaçãodo
paciente,chegando
a até 10 episódios diários,com
perdada
consciência, duraçãode
cercade l minuto e resolução espontânea.
A
observação clínica destes episódios foisuficiente para
o
diagnóstico de crises de detenção respiratóriado
tipo cianótico e severo.21
Nosso
paciente apresentava anemia,que não
éum
sintoma característicoda
DF.
Entretanto, devido a dificuldadesna
alimentação, vômitos, infecçõespulmonares
recorrentes e conseqüente desnutrição, aanemia não
éum
achado
que
surpreenda.A
mais importante causade
mortalidade nesta síndrome são asbroncopneumonias
recorrenteszo.No
entanto, algunssugerem que
a hipersecreção brônquicacomo
manifestaçãoda desordem
autonômica, poderiaser mais responsável pelas manifestações respiratórias
do
que a infecçãopropriamente dita”. Fishbein,
D
eGrossman, DF23
descreveram osachados
radiológicos
que
incluem infiltrado intersticial, atelectasias,enfizema
ebroncopneumonia
crônica.Em
nosso paciente, aos4
meses, foi relatadadificuldade respiratória
quando
usavamamadeira.
Até o
primeiroano
de vidaesteve
intemado 6
vezes por infecções respiratórias e febre alta.A
provávelpatogenia dessas pnetunonias seria a aspiração de líquidos e alimentos, tanto durante
a
alimentação devido à dismotilidadeda
epiglote, quantopor
regurgitação de alimentos deglutidos, por causado
refluxo gastro-esofágico.Vários distúrbios gatrointestinais
foram
descritosna
síndrome, a maioriadevido disfunção
do
sistema nervoso autônomo. Distúrbiosda
motilidadeesofageana, megaesôfago, piloroespasmo, ulcera gástrica, distensão
de
jejuno emegacólon,
foram
descritos. Outroachado
comum
é diarréia ealgumas
vezesconstipaçãolo.
Dificuldade
de sucção é constante, principalmentenos
bebês,quando
asmães
relatam horas de tentativasmal
sucedidasde
alimentar oslactentes, muitas vezes observando engasgos e vômitos,
com
conseqüenteaspiração.
Como em
outras disfagias neurológicas, a alimentaçãocom
líquidos émais dificil
do que
com
sólidosw. Margulies, SI;Bnmt,
PW;
Donner,MW
etal.“ realizaram estudos dinâmicos e
mostraram que o
distúrbio primáriona
deglutição é relacionadocom
o
relaxamentodo
esfincter esofageano superior associadocom
aspiração traqueal.Também
foram
observados dismotilidadede
todo
o
esôfago emn
certo graude
dificuldadetambém
do
relaxamentodo
esfincter inferior.
A
relação entre adoença
crônicapuhnonar
com
outrasdesordens
do
mecanismo
de deglutiçãonão
estãobem
reconhecidas.A
seriografia esofago-gastro-duodenal de nosso paciente mostrou: faringecom
motilidade normal,sem
refluxo
naso-faringeo,refluxo
gastro-esofágicoacentuado
com
clearance lento, emal
funcionamentoda
epiglote.Em
um
estudo para avaliar alterações cardiovasculares, Axelrod,FB,
Putman
D,
BerlinD
et al.”demonstraram
hipotensão ortostáticaem
todos ospacientes estudados e
aumento do
intervaloQT
no
eletrocardiogramaem
32%
dos casos.
Em
nosso caso,o
eletrocardiograma nas posições supino e ortostática teve resultado normal,mas
confirmou-se
a presençade
hipotensão postural.Foram
descritas anormalidades odontológicascomo
má
oclusão dentária esobreposição
de
dentes devido aotamanho
reduzidoda
mandíbula e maxilar”.Há
relato de salivação excessiva,mas
não
foi quantificado. Portanto,pode
estarmais relacionado à
não
deglutiçãodo que
àprodução
excessiva”.Mass,
E
eGadoth,
N45
publicaramum
trabalho relatando alguns casos de automutilaçãooro-dental
na
DF,
com
bruxismo levando até a perda precoce de dentes.Aos
llmeses, nosso paciente apresentava bruxismo
com
perda dos dentes incisivosinferiores.
A
ausência de papilas fungiformesna
língua éum
dos sintomas essenciaispara
o
diagnóstico de DF°' 10'13"”.Não
encontramos explicaçãona
literatura para a patofisiologia desse sinal.Smith,
AA
e Dancis J5em
1963demonstraram
uma
elevação nos ácidoshomovanílico e vanihnandélico nos pacientes
com
DF,
mas
estenão
éum
achado
obrigatório.Segimdo
os estudos de Gitlow, SE; Bertani,LM;
Wilk,E
et al.” pacientescom
idademenor
de 5 anosnão
apresentavam excreção urinaria23
de
HVA
aumentada.Foram
solicitadas dosagens deHVA
eVMA
em
nosso
caso,
com
valores normais.Os
sintomas ortopédicos incluem escoliose, cifose, lordose, articulações, . ,. . . , . . .
, 46,
neuropaticas e tendencia a fraturas devido a
pouca
sensibilidade dolorosa” 2°,42.
Os
distúrbios neurológicos são supostamente a causada
cifoescolioseque
freqüentemente
acomete
estes pacientes.Deformidades
esqueléticas desse tipotambém
são observadasem
outras doenças neuromuscularescomo
distrofiasmusculares e ataxia de Friedreichlo.
Não
encontramosnenhuma
alteração ortopédicaem
nosso paciente,que
ate
o
momento
não
havia adquirido a marcha.Devido
a ausência de alteraçõesno
sistema nervoso centralem
necrópsias, a pesquisa foi direcionada aos nervos periféricos.Em
1963, Smith,AA
eDancis
J 5demonstraram que
as criançascom
DF
tinhamuma
reaçãoanormal à
histamina intradérmica.Uma
pápulacom
bordosbem
delimitados surgiaao
redordo
localda
injeção,sem
no
entanto desenvolvero
eritema reacionalao
redorda
lesãoque
era normal. Esse teste éusado
como
padrão para avaliar aintegridade dos nervos periféricos.
Em
nosso casoo
teste indicou a existênciade
uma
neuropatia periférical.Segundo
Axelrod,FB;
Pearson, J;Teppemberg,
J et al.', paraconfirmação
em
casos particularescomo
esse,uma
análise histopatológicado
nervo sural poderia ser importante.Os
achadoscomo
tamanho
reduzidodo
nervo,numero
total
de
axônios reduzidos, principahnente nas fibrasnão
mielinizadas, sãocaracterísticos
da
DF
15.Brimt,
PW
eMacKusic,
VA”
concluíramque
a completa ausênciade
ancestrais judeus é muito dificilou
impossível de sercomprovada.
Portanto, a ascendência asquenazenão
eraum
critério essencial para o diagnóstico,mas
sim
importante, apesarda
predileção por essas famílias,há
Lmia pequena,mas
confirmar
nenhuma
ascendência judaicaem
nosso paciente.O
sobrenome
do
pai é italiano eda
mãe
é português.Conhecem
pouco
sobre sua genealogia.Como
os pais são consangüíneos, consideramos a possibilidadede
um
ancestralcomum
judeu
asquenaze.Por
isso solicitamos a pesquisa das mutações34° 35responsáveis por
99,5%
dos casosem
judeus asquenazeno
DNA
do
paciente ede seus pais. Estes
exames
afastaram estas mutações.O
primeira descriçãoem
não-judeus cabe a Riley,CM;
Freedman,
AM
e Langford,WS7
em
1954.Em
seguidaforam
descritos vários outros casos'3' 48” 49' 47' 18.Mas
como
não
havianenhum
teste diagnóstico comprobatório e asmanifestações
podem
variar,algumas
vezes esses diagnósticosforam
questionadosl° 14.
Em
1976
Suzuki, T; Higa, S; Hayashi,A
et al'47 realizaramuma
revisão desses casos não-judeus,a
essesjuntamos
os casos de Orbeck,H
eOfiedal,
G”
eo
relato de Tonholo-Silva,ER;
Takahashi, SI e Yoshinaga, Lls; totalizando 21 casos de não-judeusna
literatura científica;comparamos
entãocom
o
nosso pacientena
tabela III.Pudemos
observar queo
pacientedo
presentetrabalho, é
o
casoque
mais apresenta os sintomas clássicos descritos pelaDysautonomia
Treatmentand
Evaluation Center46' 42 de todos os descritosanteriormente.
Não
existenenhuma
outradesordem que
apresente asmesmas
característicasda
DF”.
Existem
algumas neuropatias sensoriais progressivasque
podem
apresentar algumas características semelhantes”, porexemplo a
Neuropatia Sensorial Congênita
com
Anidrose, caracterizadapor
déficitsensorial, diminuição dos reflexos patelares, diminuição
do
paladar e ausênciado
eritema reacionalno
testecom
histamina intradérmica;mas
é diferenciadada
DF
pela diminuiçãona produção de
lágrimas e falha de produzirmiose
após+ + + I ` I I + I + + É age 8 '_šã + + + + + + + + + _ . + . ' + + + I Í + _ +|__ + + + + Êšmm agêm 8~ä_u__E Sã + + + + + I . + + I + + + “SSE â°ã3ä°S_ I I + I + + + + I + + EEE Qšë + + + + + + + I + I + + + + + + + + + kg fi guga u_ššãn__a___ + + + + + + + aâã gia “__ __ä¿ + + I + ' + + ÊÊ ãš 3 §__õ _§3&§_ I + _ + + + OÊÊ + + + + + + + + ' + + + + 8____ã> + + + + + + + _ + + + + ãäši 8 ÊÊ + + + + + + + + + + + + + + + _ã°_8§_ 88:33 + + + + + + + + + + + + + + + ã_8_____°38 gi 3 “soh + _ V +7 + Í I + ++_ ++ ++ I + + + + šaä + _ + l + __ + | ' + + ____ã8_¬ oflãaä + __ + _ + | | + + + I I_++ I_I +I I ++ ++ ++V -+ + + + + + :Ê É šâi + + + + Í ___ __ +À+ + +_+ + + +_ ++ + + + + + fiêâmm <Zm nã 8E_ÊD ' I I + _ + + I I I I I I I EÊ :Gabão 8: 'E ãa_: mas _ _: 338 “ :_ :Ê gi 23 gi Ê: _: “Qd um qm g “N äëz “_
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É
8°=8mm É 8 ëëm kfl_
“_
_¶_
wëfiahâ I _ É 5 Qmi21
7.
CONCLUSÃO
O
caso relatado preenche4
dos 5 critérios diagnósticos atualmenteutilizados pelo
Dysautonomia
Foundation Center5°: diminuiçãode
lágrimas, ausência de papilas fungiformesna
língua, ausência de eritema reacionalno
teste
da
histamina e diminuição dos reflexos de estiramento.Mas
no
entanto,não
tinha ascendência dos judeus asquenaze conhecida.A
ausência dasmutações
responsáveis por99,5%
dos casosem
judeus asquenaze afasta apossibilidade
de
um
ancestral desta linhagem,comum
aos pais consangüineos.Apesar de
serum
dos critérios diagnósticos, inúmeros casos deDF
em
não
judeus
foram
relatadosna
literatura. Analisandoum
totalde
21 desses casos,pudemos
observarque
esse paciente éo
que
mais se assemelha à sintomatologiaclássica
da
doença.Não
existenenhuma
outradesordem que
apresente asmesmas
característicasda
DF”.
Segundo
Axelrod,FB;
Pearson, J;Teppemberg,
J et al.' para confirmaçãodiagnóstica
em
casos particularescomo
esse, urna análise histopatológicado
nervo sural poderia ser importante. Entretanto
não conseguimos
realizar talexame
por dificuldades de estrutura.Concluímos
tratar-sede
uma
neuropatia sensorial periférica congênita,um
8.
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9.
NoRMAs
ADOTADAS
Foi utilizado
a Normatização
para Trabalhos deConclusão
do
Curso de
Graduação
em
Medicina,Resolução
N°
001/99do
Colegiadodo
Curso de
Graduação
em
Medicina da
Universidade Federalde
Santa Catarina.10.
RESUMO
Disautonomia
Familiar éuma
síndrome autossômica recessiva, descrita pela primeiraem
1949. Caracteriza-se poruma
grande variedadede
sinais esintomas incluindo diminuição
da
sensibilidade dolorosa, instabilidadecardiovascular,
pneumonias
recorrentes, crisesde
vômitos e diminuiçãode
lágrimas.Os
critérios parao
diagnóstico clínico são: descendência direta dos JudeusAsquenaze,
ausência de papilas fungiformes linguais, diminuição dos reflexosde
estiramento, ausênciade
eritema reacionalno
teste de histamina intradérmico e diminuição de lágrimas.O
paciente éum
menino,com
pais consangüíneos,sem
ascendência judia.Nascido
de cesariana por apresentação pélvica.Até
os 12meses
esteveintemado
6 vezes
com
diagnósticosde pneumonias
aspirativa.As
seriografias esofago-gastro-duodenal
mostravam refluxo
gastro-esofágico acentuado emal
funcionamento
da
epiglote.Observou-se úlceras de
cómeas
bilaterais, diminuição de lágrimas eausência de reflexo
comeano.
A
língua era despapilada e possuía diminuição dosreflexos
de
estiramentocom
hipotonia generalizada. Atravésda
observaçãodo
comportamento, e devido lesões de auto-mutilação, sugeriu-se
que
tinhadiminuição
da
sensibilidade dolorosa.Constatou-se hipotensão postural, e apresentava crises de vômitos e
alterações
de
temperatura.Analisamos
um
total de 21 casos deDF
em
não-judeus epudemos
observar
que
esse paciente éo que
mais se assemelha à sintomatologia clássicada
doença.37
Para a
confirmação
diagnósticaem
casos particularescomo
esse,uma
análise histopatológica
do
nervo sural poderia ser importante. Entretantonão
conseguimos
realizar talexame
por dificuldades de estrutura.Concluímos
tratar-se deuma
neuropatia sensorial periférica congênita,ll.
SUMMARY
Familial
dysautonomia
isan
autossomic recessive condition firstly described in 1949. There are awide
rangeof
signsand
symptoms
includingdecreased sensitivity to pain, cardiovascular unsteadiness, recurrent respiratory infections, vomiting
and
lackof
tears. Diagnostic criteria are:Ashkenasi Jewish
descent, absenceof
fungiform papillae, decreaseddeep
tendon reflexesand
absence
of
overflow
tears.The
author reportsa
caseof
hereditary neuropathy in ayoung
boy, productof
a consanguineous mating, admitted six times during the first yearof
age for recurrent aspirative pneumonia. Contrastedroentgenogram
showed
gastroesophagic
reflux
with dysfunctional epiglottis. Bilateralcomeal
wounds
and
absenceof
overflow
emotional tearsand
fungiform papillaewere
observed.Deep
tendon reflexeswere
decreased with generalized hypotonia. Behavioralpatters during painful procedures
and
self mutilation indicated decreased painsensitivity.
A
sural nerve biopsywould
be
useful in this unusual case but this studycould not be carried
on
for operational problems.The
author concludes that clinical features in this case strongly suggestTCC
UFSC
PE
0424 Ex.l N-Chflm TCC UFSC PE 0424Autor: Usuy Junior, Eduar
Título: Disautonomia familiar : relato
IIIII III III ||Il| IIII III II IIIII
972804118 Ac. 2540l9