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DO TRATAMENTO CONFERIDO AO EMIGRANTE PELA LEI BRASILEIRA DE MIGRAÇÃO: AVANÇOS E DESAFIOS

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REPATS, Brasília, V. 5, nº 2, p 488-506, Jul-Dez, 2018

ISSN: 2359-5299

E-mail: repats.editorial@gmail.com

REPATS, Brasília, V. 5, nº 2, p 488-506, Jul-Dez, 2018

DO TRATAMENTO CONFERIDO AO EMIGRANTE PELA LEI BRASILEIRA DE MIGRAÇÃO: AVANÇOS E DESAFIOS

THE TREATMENT GRANTED TO THE EMIGRANT BY THE BRAZILIAN MIGRATION LAW: ADVANCES AND CHALLENGES

Fernanda Campos Marciano* Deilton Ribeiro Brasil**

RESUMO: A política migratória brasileira era regulada pelo Estatuto do Estrangeiro (Lei n.º 6.815/1980), sob o enfoque da segurança nacional, e tratava o país apenas como local de destino de estrangeiros. Entretanto, muitos brasileiros deixaram (e deixam) o país em busca de melhores condições de vida, o que fez necessário desenvolver uma política migratória direcionada aos emigrantes. Esta pesquisa é de natureza teórico-bibliográfica e documental seguindo o método indutivo onde se analisa a Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração), que foi regulamentada pelo Decreto nº 9.199/2017, em especial quanto ao tratamento conferido aos emigrantes, a relação entre o Brasil e seus nacionais que vivem fora do país, sobretudo sob um viés protetivo, inclusivo e garantidor de direitos humanos, destacando nos resultados finais os seus avanços e desafios.

Palavras-chave: Política migratória brasileira; Estatuto do Estrangeiro; Lei de Migração; Emigrantes; Fluxo migratório.

ABSTRACT: Brazilian immigration policy was regulated by the Foreigner Statute (Act 6,815/1980), under a focus of national security, which treated the country only as a destination for foreigners. However, many Brazilians citizens have left (and will leave) the country in quest for a better living conditions, which made it necessary to develop a migratory policy directed to the emigrants. This research is of a theoretical-bibliographic and documentary nature, following the inductive method where the Act 13,445/2017 (Migration Law) which was regulated by Decree 9,199/2017 is analyzed, especially regarding the treatment accorded to emigrants, the relationship between Brazil and its nationals living

Recebido em:14/07/2018 Aceito em: 12/08/2018

*Mestranda do PPGD – Mestrado em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de

Itaúna-MG. Pós-graduada em Ciências Penais e Direito de Família pela Cândido Mendes-UCAM. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. Tabeliã.

**Pós-doutor em Direito pela Università degli Studi di Messina, Itália. Doutor em Direito pela

UGF/RJ. Professor da Graduação e do PPGD - Mestrado em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna (UIT) e das Faculdades Santo Agostinho (FASASETE)

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outside the country, under a protective slant, inclusive and human rights guarantor, emphasizing on the final result their advances and challenges.

Keywords: Brazilian migration policy; Foreigners Statute; Migration Act; Emigrants; Migratory flow.

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INTRODUÇÃO

A política migratória brasileira era regulada, até 2017, pelo Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, lei sancionada durante o período militar, de caráter autoritário e repressivo. Referida normativa tratava o estrangeiro como uma ameaça à segurança nacional, e nada dispunha acerca dos emigrantes.

Por diversos motivos, muitos brasileiros deixaram o país em busca de melhores condições de vida no exterior, fazendo necessário que o ordenamento jurídico nacional, gradativamente, criasse meios para protegê-los. Sob esse manto protetivo, foi publicada, em 24 de maio de 2017, a Lei nº 13.445, regulamentada pelo Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, normativa destinada não só aos imigrantes, como também aos visitantes, apátridas, residentes fronteiriços, refugiados e os emigrantes, tratados em item próprio.

Nesse contexto, o presente artigo propõe-se a analisar a Lei de Migração Brasileira sob a nova perspectiva de inclusão e proteção dos emigrantes e de manutenção de seus vínculos jurídicos com o Brasil, apontando os avanços e desafios quanto à temática.

A escolha do tema justifica-se por sua relevância prática e teórica, haja vista que é elevado o número de brasileiros que vivem fora do país e, por ser uma lei recente, há poucos estudos acerca do tratamento dos emigrantes pela legislação pátria.

A estrutura do artigo foi organizada da seguinte forma. Primeiramente, foram realizados breves apontamentos sobre o fluxo migratório e a proteção de direitos humanos, com destaque para a condição de vulnerabilidade dos migrantes, os quais carecem de uma efetiva proteção. Em seguida, abordou-se a política migratória desenvolvida na vigência do antigo Estatuto do Estrangeiro, o qual, ao considerar o Brasil apenas como país de destino, nada dispôs sobre os nacionais que deixavam o país. Por último, analisou-se o tratamento conferido ao emigrante pela Lei nº 13.445/2017, regulamentada pelo Decreto nº 9.199/2017 ressaltando-se os direitos e as políticas públicas

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destinadas a eles previstos por essa normativa que se constitui no primeiro marco legal brasileiro a respeito da emigração.

Utilizou-se da pesquisa teórico-bibliográfica e documental, a partir do estudo de obras, artigos e diplomas legais sobre a temática, e, por meio do método indutivo, buscou-se estabelecer as premissas conceituais e práticas aplicadas na construção de uma política migratória para emigrantes no Brasil.

1. FLUXO MIGRATÓRIO E PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

A proteção internacional dos direitos humanos, estabelecida a partir da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), surge como decorrência das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, na tentativa de fornecer condições mínimas de sobrevivência à humanidade, por meio da proteção de direitos essenciais ao homem.

Valério de Oliveira Mazzuoli (2014) assim conceitua:

Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional(especialmente por meio de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as violações e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pessoas sujeitas à sua jurisdição. São direitos que estabelecem um nível protetivo (standard) mínimo que todos os Estados devem respeitar, sob pena de responsabilidade internacional. Assim sendo, garantem às pessoas sujeitas à jurisdição do Estado meios de vindicação de seus direitos, para além do plano interno, nas instâncias internacionais de proteção.

Esses direitos são aqueles essenciais para que o homem possa sobreviver de forma digna. “São aqueles dos quais o ser humano é titular em função de uma construção histórica que buscou assegurar proteção à dignidade humana, característica inerente aos seres humanos, e que todos possuem simplesmente por serem humanos” (JUBILUT, 2007, p. 51).

Fábio Konder Comparato (2001, p. 01) aponta como base dos direitos humanos o fato de que:

Todos os seres humanos, apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe

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social, grupo religioso ou nação – pode afirmar-se superior aos demais.

As migrações, em grande medida, se relacionam com a proteção dos direitos humanos. Migrações internacionais podem ser definidas como o movimento de pessoas entre países, nos quais se estabelecem, provisória ou permanentemente. Possuem as mais variadas causas, podem decorrer de critérios econômicos e financeiros, desastres ambientais, guerras, perseguições religiosas, políticas ou culturais, etc.

Em regra, os indivíduos deixam seus lares por circunstâncias alheias à suas próprias vontades, sempre em busca de melhores condições de vida, sobretudo de uma vida digna. Quando chegam a outro território estão fragilizados e enfrentam diversos problemas, como, por exemplo, dificuldades relacionadas à língua, à cultura e aos costumes, dificuldades financeiras e obstáculos à inserção no mercado de trabalho. Ficam, muitas vezes, à mercê da solidariedade e boa vontade de (poucos) nacionais.

Sobre a situação e dificuldades enfrentadas pelos migrantes, o Ministério da Justiça e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada destacam:

Essas pessoas precisam ter proteção integral que abranja, de maneira destacada, a sua integração no país de acolhida. Esta proteção do imigrante e sua integração passam, necessariamente, pelo acesso a direitos e, especificamente, aos serviços públicos essenciais. (...) Mesmo diante das iniciativas nacionais e internacionais para conferir proteção integral aos imigrantes e garantir o respeito e realização de seus direitos, situações de violação de direitos humanos, dificuldades de acesso a serviços e documentos ou de integração da população imigrante são ainda identificadas e noticiadas, demonstrando a necessidade de avanços nestes aspectos. (...)Estas iniciativas são importantes, mas ainda persistem situações de violação de direitos dos imigrantes e obstáculos de acesso a serviços, tais como o trabalho escravo, xenofobia e agressões; trabalho precário e outras formas de violação de direitos trabalhistas ou ainda obstáculos para o acesso ao trabalho, entre outros. (...)O relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) de 2013 sobre o estado da migração no mundo, dedicado ao bem-estar dos migrantes e ao desenvolvimento, constata a vulnerabilidade dos migrantes no que concerne à realização de seus direitos básicos ligados ao acesso aos serviços públicos essenciais, visto que eles têm menos chances do que os nacionais de satisfazer suas necessidades essenciais e mais chances de se encontrar nos grupos de baixa renda (MINISTÉRIO; IPEA, 2015, p. 22-24).

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As questões relacionadas à migração, assim, extrapolam as fronteiras dos Estados, merecendo proteção internacional. A esse respeito, Valério de Oliveira Mazzuoli argumenta:

Os direitos humanos e liberdades fundamentais (também consagrados em várias disposições da Carta da ONU) e, bem assim,outros assuntos tipicamente nacionais, como os relativos à imigração, nacionalidade, trabalho e armamentos, não são mais (como já o foram um dia) assuntos essencialmente internos dos Estados, ou que dependam essencialmente de sua jurisdição interna (para se utilizar da expressão da Carta), mas assuntos de legítimo interesse internacional (MAZZUOLI, 2014).

É necessário, pois, estabelecer um rol protetivo de direitos dos migrantes, que, como dito, encontram-se muitas vezes fragilizados, sem condições mínimas de sobrevivência e acesso aos bens mais básicos da vida.

Segundo Deilton Ribeiro Brasil, é necessário construir uma sociedade global fraterna, de respeito mútuo, em que sejam assegurados os direitos essenciais do homem:

A perspectiva da construção de uma sociedade fraterna global, pela concepção de um espaço público mundial, a partir de um projeto cultural que tenha por fundamento o sentido da existência do humano traz um grande e novo desafio à humanidade, que na organização da própria convivência terá que, antes de priorizar a reivindicação do caráter funcional, deverá priorizar a reivindicação do caráter humano (BRASIL, 2018, p. 760).

Acrescenta ainda Deilton Ribeiro Brasil, citando Carlos Augusto Alcântara Machado, que:

Assim, a concretude da dignidade da pessoa humana, valor máximo e fundamental dos Direitos Humanos, apenas ocorrerá em uma sociedade considerada fraterna, em que há o respeito ao próximo e convivência harmônica para reger as relações entre os indivíduos. Em outras palavras, essa fraternidade deve ser compreendida como uma virtude da cidadania, que supera as fronteiras da pátria ou da nação (cidadania interna), numa perspectiva universal de pessoa humana (cidadania global), reivindicando o sentido da existência do humano e a sua continuidade no tempo e espaço (BRASIL, 2018, p. 761).

Deve-se buscar atingir um ideal de cidadania universal, representada por um conjunto de direitos inalienáveis, intrínsecos ao ser humano, cuja proteção

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deve abranger a todos, indistintamente, independentemente do país de origem ou da nacionalidade (MILESI, 2007).

Ante o crescimento do fluxo migratório mundial, o direito internacional tem buscado desenvolver mecanismos que visem garantir a mobilidade das pessoas e estabelecer diretrizes quanto à proteção dos direitos dos migrantes. Os Estados, também, precisam fazê-lo.

Os Estados estão obrigados, especialmente em razão do princípio de não discriminação, a respeitar os direitos humanos dos imigrantes,inclusive daqueles em situação irregular. Além disso, os Estados são responsáveis por todas as pessoas que se encontram em seu território, sejam elas nacionais ou não, o que exige garantir condições de realização, respeito e proteção dos direitos humanos dos imigrantes, incluindo os direitos econômicos, sociais e culturais, tais como o direito à saúde, à educação, à moradia e ao trabalho, dentre outros, que se reflete na garantia do acesso dos imigrantes aos serviços públicos essenciais. Em consequência, os direitos humanos devem ser parte integrante das políticas e do marco normativo migratório (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA; IPEA, 2015, p. 22).

As legislações internas, assim, necessitam também evoluir, contexto no qual foi sancionada, no Brasil, a Lei nº 13.445/2017.

2. A POLÍTICA EMIGRATÓRIA BRASILEIRA: DO ESTATUTO DO ESTRANGEIRO À NOVA LEI DE MIGRAÇÃO

Uma vez demonstrada a aproximação entre migração e proteção de direitos humanos, passa-se à análise do objeto deste estudo, qual seja, o emigrante. Antes de adentrar o estudo do tratamento que lhes é conferido pela nova lei de migração, importante discorrer sobre como a política emigratória brasileira se desenvolveu antes da vigência do referido e inovador diploma legal.

A imigração, no ordenamento jurídico pátrio, era regulada pelo Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815), lei promulgada em 1980, época em que o país enfrentava um período de ditadura e o cenário mundial era marcado pela guerra fria. A normativa, assim, possuía caráter eminentemente militarista e repressivo, e preocupava-se, principalmente, com a segurança nacional.

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Nesse contexto, a lei tratava o imigrante, isto é, o estrangeiro que vinha para o território nacional, como uma ameaça à ordem social do país, que deveria, tanto quanto possível, ser mantido fora das fronteiras. A esse respeito, Sidney Guerra (2017, p. 1722-1723) sustenta que:

Não se pode olvidar que à época em que o estatuto foi concebido, a prioridade consagrada na legislação encontrava-se alicerçada em questões relativas à segurança nacional, aos interesses socioeconômicos do Brasil e ao trabalhador nacional. O termo estrangeiro adotado pela norma citada, indicava a existência de um indivíduo que “é natural de outro país; que não faz parte de uma família, de um grupo”.

O IPEA e o Ministério da Justiça acrescentam ainda que:

A norma principal para o controle de entrada e permanência em território nacional (Estatuto do Estrangeiro) data do período da ditadura militar e segue a lógica de segurança nacional. Tal norma, frente à Constituição de 1988, é incoerente por não se pautar em um viés protetivo e centrado nos direitos humanos. Em consequência, o texto constitucional resta ineficiente em termos de garantias e proteção por não estar acompanhado de normas infraconstitucionais coerentes (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA; IPEA, 2015, p. 35).

A política migratória brasileira então vigente, autoritária e discriminatória, concebia o país apenas como território de destino, de modo que nenhuma abordagem foi feita, pela revogada Lei nº 6.815/1980, em relação ao emigrante.

Ocorre que a partir de meados da década de 80, até os dias atuais, o Brasil, por diversos motivos, tais como, estagnação econômica, desemprego, globalização, facilidades de transporte e de informação, passou a ser um país de origem de pessoas para o exterior, em busca de melhores condições de vida.

Atualmente, mais de 3.083.000 brasileiros vivem fora do Brasil. Desses, 48% encontram-se na América do Norte, sendo 1,4 milhão só nos Estados Unidos. 24% estão estabelecidos na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha. Outro país muito buscado pelos emigrantes é o Japão e, recentemente, Canadá e Austrália também os têm atraído (NEXO JORNAL, 2018).

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A importância dos emigrantes, razão pela qual é interessante ao Estado manter com eles os vínculos jurídico-políticos, consubstancia-se em suas contribuições financeiras e participação política.

Segundo dados da Organização Internacional para Migrações – OIM, o Brasil, em 2009, atrás apenas do México, tornou-se o segundo maior receptor de recursos provenientes do exterior, constituídos por valores superiores a 5 bilhões de dólares por ano (AMARAL; COSTA; ALLGAYER, 2017, p. 261).

No cenário político, o Tribunal Superior Eleitoral evidencia uma crescente inscrição de eleitores no exterior. Na eleição de 2018, o número de brasileiros que moram no exterior e se inscreveram para votar cresceu 41% em relação à eleição 2014. Nas últimas eleições, mais de 500 mil brasileiros estavam aptos a votar fora do Brasil, sendo 160.000 só nos EUA (PORTAL G1, 2018).

Ante o grande número de brasileiros emigrando para o exterior, os quais têm se mobilizado na luta e reivindicação por direitos de cidadania, somados a sua importância política e econômica, bem como às dificuldades por eles vividas no exterior, como exploração no trabalho, discriminação, marginalização, tráfico de pessoas, o Estado sensibilizou-se e percebeu a necessidade de se desenvolver, gradativamente, uma política migratória voltada à proteção dos emigrantes, “principalmente nos planos institucional, por meio da atuação do Itamaraty, e participativo, visando à inclusão e integração dos emigrantes” (AMARAL; COSTA; ALLGAYER, 2017, p. 261).

Nesse contexto, o antigo Estatuto do Estrangeiro tratava apenas dos imigrantes. Em relação aos emigrantes existiam apenas ações isoladas1, razão pela qual, em 2010, foi editado o Decreto nº 7.214, no intuito de promover o desenvolvimento e melhoria das condições de vida dos brasileiros residentes no exterior, por meio da previsão de uma maior atuação consular e diplomática.

1 Como exemplo dessas ações pontuais, podemos citar a instituição da “Casa do Brasil de Lisboa”, associação criada em 1992 por brasileiros e portugueses que viveram no Brasil com o objetivo de defender os direitos dos emigrantes brasileiros em Portugal junto ao governo dos dois países; bem como a fundação pelo governo brasileiro, em 1995,do “Programa de Apoio aos Brasileiros no Exterior”, que criava consulados itinerantes para prestarem assistência aos brasileiros (AMARAL; COSTA; ALLGAYER, 2017, p. 260-264)

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Referido decreto estabeleceu princípios e diretrizes2 da política governamental para as comunidades brasileiras no exterior; instituiu as Conferências Brasileiras no Mundo e criou o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (BRASIL, 2010). Somente após essa normativa, o Brasil passou a ter, oficialmente, uma política migratória voltada aos emigrantes. Entretanto, por ser um decreto, sofria limitações por parte do Estatuto do Estrangeiro.

Nesse contexto de necessidade de se instituir uma política migratória protetiva, que se coadunasse com os direitos humanos e que tratasse não só dos imigrantes, em 2017, então, foi sancionada a Lei nº 13.445, regulamentada pelo Decreto nº 9.199/2017.

3. OS EMIGRANTES E A LEI Nº 13.445/2017

A Lei de Migração Brasileira foi publicada em 24 de maio de 2017, entrou em vigor somente em novembro de 2017, regulamentada pelo Decreto nº 9.199 de 20 de novembro de 2017. A Lei nº 13.445 revogou o Estatuto do

2 Artigo 1º. A política governamental para as comunidades brasileiras no exterior nortear-se-á pelos seguintes princípios e diretrizes:

I - pleno direito de locomoção dos brasileiros, respeitadas as normas legais e regulamentares cabíveis;

II - adequada informação sobre requisitos de entrada e permanência em outros países;

III - aumento da interação entre o Ministério das Relações Exteriores e os brasileiros que vivem fora do Brasil;

IV - promoção do autodesenvolvimento e de melhores condições de vida aos brasileiros que vivem no exterior, inclusive mediante a prestação de serviços consulares de segunda geração, como nas áreas de educação, saúde, trabalho, previdência social e cultura;

V - incentivo a pesquisas que permitam o mapeamento das comunidades brasileiras no exterior e subsidiem a formulação de políticas públicas nessa área;

VI - defesa e apoio das comunidades brasileiras no exterior, e valorização e aprofundamento do conhecimento sobre o seu perfil, de forma a destacar sua colaboração para os países receptores;

VII - incentivo à inserção harmoniosa da comunidade brasileira na sociedade local, sem prejuízo da preservação da identidade brasileira e dos vínculos com o Brasil;

VIII - realização de parcerias para aproveitamento do potencial dos brasileiros no exterior, com destaque para comunidades específicas, tais como científica, cultural, jurídica, política e esportiva, com o objetivo de promover o Brasil, sua cultura e seus produtos;

IX - atuação diplomática, nos âmbitos bilateral, regional e multilateral, em defesa dos legítimos direitos dos emigrados e viajantes brasileiros, com base no direito internacional;

X - articulação da política para as comunidades brasileiras no exterior com as políticas emigratórias e imigratórias que venham a ser desenvolvidas pelo governo brasileiro; e

XI - ação governamental integrada, sob coordenação do Ministério das Relações Exteriores, com a participação de órgãos do governo com atribuições nas áreas temáticas mencionadas nos incisos anteriores, com vistas a assistir as comunidades brasileiras no exterior.

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Estrangeiro – Lei nº 6.815/1980, ao assumir, no ordenamento jurídico brasileiro, uma postura positiva em relação a esta normativa.

A Nova Lei de Migração pode ser considerada como um avanço no campo dos direitos humanos e da política migratória brasileira (...) seu texto mostra o interesse da reversão de pontos arenosos, como a personalidade militarista ainda identificável no Estatuto do Estrangeiro. Reflete um movimento de atualização e de aproximação às pautas de direitos e questões humanitárias mundialmente consolidadas. A partir do próprio título comum, a nova lei sinaliza os seus interesses a partir de uma própria e interna renovação conceitual: não mais se refere ao estrangeiro, mas sim ao termo imigrante (AMARAL; COSTA; ALLGAYER, 2017, p. 270).

A Lei nº 13.445/2017, diferentemente da lei de 1980, sob um viés de efetividade de direitos humanos, passou a considerar o migrante como sujeito de direitos e deveres, em condição de igualdade com os nacionais. A ele foram conferidos direitos fundamentais assegurados pela Constituição Federal de 1988, sobretudo direito3 à inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade,

3 Artigo 4º. Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, bem como são assegurados:

I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos; II - direito à liberdade de circulação em território nacional;

III - direito à reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e dependentes;

IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de crimes e de violações de direitos;

V - direito de transferir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país, observada a legislação aplicável;

VI - direito de reunião para fins pacíficos;

VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos;

VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;

IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

X - direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;

XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória;

XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante declaração de hipossuficiência econômica, na forma de regulamento;

XIII - direito de acesso à informação e garantia de confidencialidade quanto aos dados pessoais do migrante, nos termos da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011;

XIV - direito a abertura de conta bancária;

XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional, mesmo enquanto pendente pedido de autorização de residência, de prorrogação de estada ou de transformação de visto em autorização de residência; e

XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as garantias que lhe são asseguradas para fins de regularização migratória.

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segurança e propriedade. Assegura, ainda, dentre outros direitos, o acesso do migrante a serviços públicos de saúde, assistência e previdência sociais, bem como a aplicação de normas de proteção ao trabalhador (BRASIL, 2017).

Além disso, a Lei de Migração regulamenta a entrada e saída de pessoas do território nacional, considerando o Brasil como um país de trânsito, destino e origem. Prevê, inclusive, uma acolhida humanitária a esses indivíduos, com caráter protetivo dos direitos humanos.

São destinatários da Lei nº 13.445/2017 os migrantes – que envolvem os imigrantes, emigrantes e apátridas4 – os visitantes e os residentes fronteiriços.

Assim como a história de acolhimento migratório brasileiro é significativa, a presença dos brasileiros pelo mundo apresenta uma questão quantitativa de vulto. No reconhecimento da problemática desses cidadãos em sua acolhida em diversos países e em busca de uma reciprocidade positiva, a Nova Lei de Migração procura consolidar uma cultura de acolhimento (AMARAL; COSTA; ALLGAYER, 2017, p. 270).

A nova lei conferiu tratamento especial aos brasileiros que se encontram fora do país em razão da representatividade desse grupo, dedicando-lhes capítulo próprio. O emigrante foi conceituado, pelos artigos 1º da lei e do decreto em estudos, como o brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior (BRASIL, 2017).

Corroborando o interesse da lei de atender humanitariamente as necessidades daqueles que deixam o país, está elencado, dentre os princípios e diretrizes da política migratória brasileira, “a proteção ao brasileiro no exterior” (BRASIL, 2017). Ademais, estabeleceu-se um capítulo próprio intitulado “Do Emigrante”, dividido em duas seções, sendo a primeira destinada às políticas públicas para o emigrante e a segunda responsável por entabular os direitos destes.

§ 1o Os direitos e as garantias previstos nesta Lei serão exercidos em observância ao disposto na Constituição Federal, independentemente da situação migratória, observado o disposto no § 4o deste artigo, e não excluem outros decorrentes de tratado de que o Brasil seja parte.

4 Decreto nº 9.199/2017, Artigo 1º, Parágrafo único. Para fins do disposto na Lei nº 13.445, de 2017, consideram-se: I - migrante - pessoa que se desloque de país ou região geográfica ao território de outro país ou região geográfica, em que estão incluídos o imigrante, o emigrante e o apátrida; (...)

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Os artigos 77 da Lei de Migração e 256 do Decreto 9.199 elencam os princípios e diretrizes das políticas públicas para os emigrantes. Os consulados são importantes suportes aos nacionais fora do país, na mediação e resolução de problemas, o que é reforçado pela normativa, a qual prevê a “I - proteção e prestação de assistência consular por meio das representações do Brasil no exterior; a fim de proteger os interesses dos nacionais brasileiros” (BRASIL, 2017). O registro consular deve ser facilitado e os consulados também devem prestar serviços relativos “às áreas de educação, saúde, trabalho, previdência social e cultura”, sempre no intuito de promover uma vida digna aos emigrantes (BRASIL, 2017).

As questões que envolvem a emigração de brasileiros pelo mundo muitas vezes são conhecidas formalmente de maneira reducionista. Como os ingressos ilegais e demais questões de restrição ocorrem sob o manto da invisibilidade por envolverem condutas que extrapolam a lei, o incentivo de estudos e aproximações a essas realidades e suas possibilidades mitigativas são questões de dignidade (AMARAL; COSTA; ALLGAYER, 2017, p. 274).

Nesse sentido, para possibilitar uma maior abordagem da questão emigratória, o artigo 77, III, estabelece a “promoção de estudos e pesquisas sobre os emigrantes e as comunidades de brasileiros no exterior, a fim de subsidiar a formulação de políticas públicas” (BRASIL, 2017).

A lei prevê, também:

IV - atuação diplomática, nos âmbitos bilateral, regional e multilateral, em defesa dos direitos do emigrante brasileiro, conforme o direito internacional

V - ação governamental integrada, sob a coordenação do Ministério das Relações Exteriores, com a participação de órgãos do governo com atuação nas áreas temáticas mencionadas nos incisos anteriores, visando a assistir as comunidades brasileiras no exterior (BRASIL, 2017).

É importante dedicar atenção governamental a essas comunidades, pois são grupos de convívio que servem como forma de mútuo apoio, fortalecimento social e cultural. E no intuito de implementar de forma célere esse rol de medidas, o inciso VI previu um “esforço permanente de desburocratização,

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atualização e modernização do sistema de atendimento, com o objetivo de aprimorar a assistência ao emigrante” (BRASIL, 2017).

O Decreto nº 9.199, regulamentando a Lei de Migração, nos artigos 257 e seguintes, aborda a assistência consular, a qual compreende:

I - o acompanhamento de casos de acidentes, hospitalização, falecimento e prisão no exterior;

II - a localização e a repatriação de nacionais brasileiros; e

III - o apoio em casos de conflitos armados e catástrofes naturais (BRASIL, 2017).

Entretanto, a assistência consular, sempre pautada nas disposições de direito internacional e direito local do país de destino (parágrafo 2º), não compreende o custeio de despesas decorrentes desse suporte, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário (parágrafo 1º), (BRASIL, 2017).

Ademais, dentro das políticas públicas para os emigrantes, estabelece o decreto que caberão aos Ministérios das Relações Exteriores e da Fazenda “buscar garantir a isonomia de tratamento aos brasileiros que, residentes no exterior, recebam suas aposentadorias e suas pensões no âmbito de tratado sobre previdência social de que o País seja parte” (artigo 258), (BRASIL,

2017).

Essas políticas visam, de sobremaneira, solucionar problemas enfrentados pelos brasileiros no exterior, como situação de irregularidade, restrições de entrada e permanência, prisões ilegais decorrentes da imigração, dificuldades para alocar-se no mercado de trabalho, exploração, inclusive com casos de tráfico de pessoas, dentre outros.

Na Seção II do Capítulo VII da Lei e também no Decreto, estão previstos os direitos do emigrante. Um deles diz respeito à permissão de que o emigrante retorne ao Brasil de posse de seus bens, sem ser por isso tributado, desde que sejam compatíveis com as circunstâncias de sua viagem e que não tenham características comerciais ou industriais (BRASIL, 2017).

Em seguida, estabelece-se hipótese de proteção ao emigrante em condições específicas:

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Artigo 79. Em caso de ameaça à paz social e à ordem pública por grave ou iminente instabilidade institucional ou de calamidade de grande proporção na natureza, deverá ser prestada especial assistência ao emigrante pelas representações brasileiras no exterior (BRASIL, 2017).

Acrescenta o decreto que, nos casos de instabilidade política ou catástrofe natural, caberá ao Ministério das Relações Exteriores “avaliar a efetiva ameaça à integridade física dos brasileiros afetados por desastres naturais, ameaças e conturbações diversas e avaliar as ações de apoio que se mostrem efetivamente necessárias” (BRASIL, 2017).

Por fim, a lei prevê, ao tripulante brasileiro “contratado por embarcação ou armadora estrangeira, de cabotagem ou a longo curso e com sede ou filial no Brasil, que explore economicamente o mar territorial e a costa brasileira”, um seguro contra morte, invalidez e acidente de trabalho, a cargo do contratante, sem excluir eventuais benefícios decorrentes de apólice estrangeira mais favorável (BRASIL, 2017).

Como se observa, a nova normativa trouxe grandes inovações quanto ao tratamento do emigrante pela legislação brasileira, sobretudo sob um viés de proteção dos direitos humanos.

Percebe-se, pelo exposto, que para se implementar referidos direitos e efetivar as políticas públicas estabelecidas, será necessária uma significativa atuação dos consulados e repartições diplomáticas brasileiras no exterior. Ademais, não é fácil determinar tratamento aos brasileiros fora do território nacional, pois envolve questões de soberania dos Estados. Muito ainda precisa ser estudado, debatido, detalhado e regulamentado, mas, decerto, um importante passo foi dado pela Lei nº 13.445/2017.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fluxo migratório mundial é, sem dúvida, uma questão de direito humanos, que merece atenção dos Estados e Organismos Internacionais,

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sempre no intuito de garantir aos migrantes os direitos essenciais a uma vida digna.

A política migratória brasileira, até 2017 era regulada pelo Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/1980), era considerada militarista, repressiva e discriminatória. Além de considerar o imigrante como uma ameaça à segurança nacional, nada dispunha acerca dos brasileiros que deixavam o território nacional em busca de melhores condições de vida no exterior.

Sob um viés de proteção de direitos humanos, foi sancionada a Lei nº 13.445/2017, regulamentada pelo Decreto nº 9.199/2017, os quais estabelecem proteção não só aos imigrantes, como também aos apátridas, refugiados, visitantes e emigrantes.

Por diversas razões, muitos brasileiros se dirigem para o exterior e, lá, encontram-se em situação delicada: enfrentam problemas de integração, têm dificuldade de inserção no mercado de trabalho ou são sub-remunerados, sofrem com discriminação e marginalização, encontram obstáculos de acesso aos serviços públicos, representando situação de verdadeira vulnerabilidade.

Como resultado de pesquisa observou-se que tanto a Lei de Migração e o Decreto regulamentador trazem uma abordagem ainda inicial de proteção ao emigrante, mas já de grande avanço e inovação. Sua plena implementação ainda é dificultada, em razão de envolver questões de soberania, pois visa a garantia de direitos em outros territórios. Entretanto, um importante passo foi dado. E espera-se que, por meio desse olhar protetivo e humanizado da lei, esses princípios, diretrizes e direitos sejam gradativa e efetivamente implementados, e não fiquem somente no papel.

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REFERÊNCIAS

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