• Nenhum resultado encontrado

Alguns casos de placas de xisto gravadas excepcionais do Sul de Portugal: Anta do Curral da Antinha, Anta Grande da Comenda da Igreja, Anta do Zambujo, Gruta artificial Alapraia 2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Alguns casos de placas de xisto gravadas excepcionais do Sul de Portugal: Anta do Curral da Antinha, Anta Grande da Comenda da Igreja, Anta do Zambujo, Gruta artificial Alapraia 2"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

5.º Congresso

do Neolítico

Peninsular

VICTOR S. GONÇALVES

MARIANA DINIZ

ANA CATARINA SOUSA

eds.

estudos &

memórias

8

(2)
(3)

5.º Congresso

do Neolítico

Peninsular

Actas

Faculdade de Letras

da Universidade de Lisboa

Casa das Histórias Paula Rego

7-9 Abril 2011

(4)
(5)

5.º Congresso

do Neolítico

Peninsular

Actas

Faculdade de Letras

da Universidade de Lisboa

Casa das Histórias Paula Rego

7-9 Abril 2011

VICTOR S. GONÇALVES

MARIANA DINIZ

(6)

estudos & memórias

Série de publicações da UNIARQ

(Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa) Direcção e orientação gráfica: Victor S. Gonçalves 8.

GONÇALVES, V.S.; DINIZ, M.; SOUSA, A. C., eds. (2015), 684 p.

5.º Congresso do Neolítico Peninsular. Actas. Lisboa:

UNIARQ.

Capa, concepção e fotos de Victor S. Gonçalves. Pormenor de uma placa de xisto gravada da Anta Grande da Comenda da Igreja (Montemor o Novo). MNA 2006.24.1. Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa. Paginação e Artes finais: TVM designers

Impressão: Europress, Lisboa, 2015, 400 exemplares ISBN: 978-989-99146-1-2

Depósito Legal: 400 321/15 Copyright ©, os autores.

Toda e qualquer reprodução de texto e imagem é interdita, sem a expressa autorização do(s) autor(es), nos termos da lei vigente, nomeadamente o DL 63/85, de 14 de Março, com as alterações subsequentes. Em powerpoints de carácter científico (e não comercial) a reprodução de imagens ou texto é permitida, com a condição de a origem e autoria do texto ou imagem ser expressamente indicada no diapositivo onde é feita a reprodução.

Lisboa, 2015.

Volumes anteriores de esta série: 1.

LEISNER, G. e LEISNER, V. (1985) – Antas do Concelho

de Reguengos de Monsaraz. estudos e memórias, 1.

Lisboa: Uniarch. 2.

GONÇALVES, V. S. (1989) – Megalitismo e Metalurgia

no Alto Algarve Oriental. Uma aproximação integrada.

2 Volumes. estudos e memórias, 2. Lisboa: CAH/Uniarch/INIC.

3.

VIEGAS, C. (2011) – A ocupação romana do Algarve.

Estudo do povoamento e economia do Algarve central e oriental no período romano. estudos e memórias 3.

Lisboa: UNIARQ. 4.

QUARESMA, J. C. (2012) – Economia antiga a partir

de um centro de consumo lusitano. Terra sigillata e cerâmica africana de cozinha em Chãos Salgados (Mirobriga?). estudos e memórias 4. Lisboa: UNIARQ.

5.

ARRUDA, A. M. ed. (2013) – Fenícios e púnicos, por terra

e mar, I. Actas do VI Congresso Internacional de Estudos

Fenícios e Púnicos, estudos e memórias 5. Lisboa: UNIARQ. 6.

ARRUDA, A. M. ed. (2014) – Fenícios e púnicos, por terra

e mar, 2. Actas do VI Congresso Internacional de Estudos

Fenícios e Púnicos, estudos e memórias 6. Lisboa: UNIARQ 7.

SOUSA, E. (2014) – A ocupação pré-romana da foz do

(7)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

662

Nota prévia

As placas de xisto gravadas constituem um dos mais interessantes artefactos ideotécnicos da Pré ‑História do território hoje português. Mas também, pela natureza esquiva de alguns artefactos de este tipo, aquele que mais especulações despertou, a maior parte delas, aliás, apesar de imaginativas, sem o menor fundamento sólido.

Num trabalho como este, com limitações óbvias de espaço, o que se escolheu dizer respeita apenas a movi‑

mentos de indivíduos e grupos, a circulações de bens e produtos (Sousa e Gonçalves, 2012), das rotas internas do território do Centro e Sul de Portugal, e das margens com a actual Espanha (Gonçalves, 2007b). Acrescenta ‑se um conjunto de leituras possíveis sobre quatro placas de xisto gravadas, e ainda referências bibliográficas gerais e de suporte a três perspectivações actuais sobre significa‑ dos e tipos significantes (ainda que, em Arqueologia, de algum modo, todos o sejam).

Alguns casos de placas de xisto

gravadas excepcionais do Sul de Portugal:

Anta do Curral da Antinha, Anta Grande da Comenda da Igreja,

Anta do Zambujo, Gruta artificial Alapraia 2

VICTOR S. GONÇALVES

1

R E S U M O O autor proferiu uma conferência na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, no âmbito do CNP 5, onde apresentou 56 placas de xisto gravadas inéditas ou pouco conhecidas. Seria inviável publicar aqui a totalidade de essa apresentação, que, con‑ sideravelmente ampliada para 200 placas, será proximamente divulgada em livro. Escolhe‑ ram‑se assim quatro placas, duas da categoria E (excepcionais). As outras duas, com deta‑ lhes raros, ilustram também o mecanismo de difusão das placas e os contactos entre o Alentejo médio e a Península de Lisboa, neste caso Alapraia, em Cascais.

Palavras chave: Megalitismo, Calcolítico, Práticas funerárias das antigas sociedades camponesas, PLACAS DE XISTO GRAVADAS.

A B S T R A C T During CNP 5, the author gave a lecture in the House of Stories of Paula Rego, in Cascais, where he presented 56 engraved schist plaques, unpublished or very little known. It would be impractical to publish here the totality of these presentation, which will be revised and published in book form, then with 200 plaques. Thus chosen four plaques, two of the E (for exceptional) category. The other two also illustrate the mechanism of dif‑ fusion of the engraved schist plaques and the contacts between Middle Alentejo and the Lis‑ bon Peninsula, Cascais in this case, one from the passage grave Anta do Zambujo (Arraio‑ los), the other from Alapraia 2 (Cascais), an rock‑cut tomb.

Keywords: Megalithism, Chalcolithic, Funerary practices of ancient peasant societies, ENGRAVED SCHIST PLAQUES.

Viagem longa só se justifica Se o proveito for grande

Manual dos comerciantes gowachin, Introdução à Ética do Graluz,

(8)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 663 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

1. Duas placas de categoria E

(excepcional), uma das quais recortada e teomórfica explícita, outra com gravação bifacial, «a síndrome bipolar»,

e com simetria vertical definida por eixos

Placa da Anta do Curral da Antinha

A placa da Anta do Curral da Antinha 2003.37.1, ac‑ tualmente no Museu Nacional de Arqueologia (Figuras 2.1 e 3.1), símbolo escolhido para o 5.º Congresso do Neolítico Peninsular, contém componentes simbólicas notáveis.

De cima, para baixo

Cabeça:

• Sobrancelhas preenchidas com linhas verticais; • Olhos não solares, constituídos por elipses oblíquas,

preenchidas com retícula; • Nariz vertical, reticulado;

• Tatuagens ou pinturas faciais duplas.

Corpo:

• Quatro bandas de triângulos reticulados com o vér‑ tice para baixo;

• Duas «pernas», incluindo «pés», o direito com três dedos, o esquerdo com quatro.

Esta representação teomórfica, cujo aspecto huma‑ nóide é reforçado pelo contorno recortado, que define ombros oblíquos, levanta o mesmo problema que a placa da Anta 2 de Alcarou e algumas estelas ‑estátuas de Rouergue (Gonçalves, no prelo): trata ‑se realmente de duas pernas estilizadas e colocadas numa posição mais central do que seria admissível ou, antes, de um cinto ou écharpe de cintura?

Considerando a complexidade das representações simbólicas, cujos gravadores ou pintores deslocam, por vezes, da localização «normal», a posição dos compo‑ nentes de uma imagem, o que não criava para os grava‑ dores qualquer espécie de problema, pode bem tratar‑ ‑se de qualquer uma de estas possibilidades.

Como já várias vezes se verificou, a morfologia dos olhos também não é um factor de identificação segu‑ ra, que permita falar em olhos de mocho ou de coruja, representando um ou outra, só por haver ou não, neles, traços radiantes. Nesta última situação, que já foi in‑ vocada para falar de placas ‑ave, as representações ac‑ tuais, ou mesmo antigas, contêm o mesmo problema, sendo os olhos representados com ou sem radiação. Quero dizer que os Olhos surgem nas placas de xisto gravadas, nas falanges decoradas, na cerâmica, com ou sem radiação ocular. Tal como nas representações da coruja ateniense (que não é outra se não Palas Atenaia, sendo portanto Deusa e não coruja).

Nas representações actuais de mochos e corujas, notamos idêntica situação: não representam Atenas, Fig. 1 Localização das placas de xisto gravadas objecto de este texto.

1. Alapraia 2, uma gruta artificial de uma necrópole de quatro; 2. Montemor‑o‑Novo (Anta Grande da Comenda da Igreja); 3. Arraiolos (Anta do Zambujo, Anta do Curral da Antinha).

(9)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

664

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

Fig. 2 Placa de xisto da Anta do Curral da Antinha (1); a face e o verso da placa da Anta Grande da Comenda da Igreja, este último com a sigla do mítico desenhador do Museu Nacional de Arqueologia Fernando Valença (2); placa da gruta artificial Alapraia 2 (3); placa da Anta do Zambujo.

1

3 4

(10)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 665 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

Fig. 3 Desenho das placas da Anta do Curral da Antinha e da Anta Grande da Comenda da Igreja.

1

(11)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

666

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

Fig. 4 Anta do Curral da Antinha: pormenor do Corpo da placa, com triângulos isósceles preenchidos e com o vértice para baixo (1); a «perna» direita, com três dedos (2); a perna esquerda, com quatro (3).

1

(12)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 667 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

a não ser em moldes ou reproduções de exemplares da Grécia antiga. Mas são sempre oculadas, com ou sem radiação... E, como nas placas de xisto gravadas, a ra‑ diação pode ser integral em todo o perímetro do círcu‑ lo (Figura 5.1, 5.2 e 5.3) ou apenas parcial (Figura 5.4), tal como na placa da Anta 2 da Herdade da Comenda, ou estar mesmo completamente ausente (Figura 5.5).

A Figura 5.2, a da coruja de Atenas, mostra também uma impressionante convergência entre aquele mo‑ delo e os calcolíticos, de Los Millares ou Vila Nova de S. Pedro, quando os Olhos são representados com a radiação contida em moldura... isto é: dois círculos concêntricos e o espaço entre círculos preenchido com linhas radiantes.

Fig. 5 Alguns mochos e corujas da colecção pessoal do autor, que ilustram a problemática da diversa representação dos Olhos. 1 – mineral indeterminado, origem Europa Oriental, altura 55,09 mm; 2 – metal, reprodução italiana de coruja ateniense, altura 86,35 mm; 3 – cerâmica, coruja tunisina, altura 109,52 mm; 4 – cerâmica, México, datada de 2000, altura 124,03 mm; 5 – pasta vítrea, Ittala, Finlândia, altura 146,34 mm.

1

4 5

(13)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

668

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

A placa da Anta do Curral da Antinha apresen‑ ta também, no Corpo, uma área extensa com quatro bandas irregulares de triângulos preenchidos, com o vértice para baixo (Figura 4.1), figurações consensuais do triângulo púbico da Deusa, presentes em muitas figurações sobre diferentes suportes, nomeadamen‑ te cerâmicos. Abaixo da última banda de triângulos, foram gravadas duas pernas, definidas por três traços verticais cortados, para efeito de quadrícula, por linhas horizontais, sobretudo na «perna» direita (Figura 4.2), gravadas da esquerda para a direita. O que é interes‑ sante, no entanto, é o facto de os dedos constituírem um prolongamento das linhas verticais, de onde par‑ tem. Por isso são três. Na «perna» esquerda (Figura 4.3), o mesmo acontece, mas há um quarto dedo, solto, do lado esquerdo da perna.

São estas «pernas» que dão, muito mais que o resto, um certo ar de ave à placa. Mas isso só seria admissível para quem desconhecesse a placa de Alcarou e as este‑ las antropomórficas de Rouergue...

Esta é uma placa teomórfica e a sua figura é também claramente feminina, pela sua composição e pela dis‑ posição dos componentes.

Placa da Anta Grande da Comenda da Igreja

A placa da Anta Grande da Comenda da Igreja 2006.24.1, actualmente no Museu Nacional de Arqueo‑ logia (Figuras 2.2, 3 – em baixo – e 6.2), seleccionada para o poster do CNP 5, sobressai de um extraordiná‑ rio conjunto de placas proveniente daquele notável monumento. Que, a este nível, e ao da simples arqui‑ tectura, compete com outros do núcleo megalítico de Montemor ‑o ‑Novo.

Para começar, é uma placa de dupla face, a «sín‑ drome bipolar», situação que é conhecida em outros núcleos megalíticos, mas sobretudo na associação de uma face completa e coerente nos seus motivos, com outra, contendo esboços de gravação, gravações in‑ completas, ou mesmo incoerentes. Pelo contrário, esta placa, tal como a da Anta do Monte das Pedras, apre‑ senta duas faces decoradas de forma acabada, tal como se tratasse de uma colagem, pelas faces lisas, de duas placas «normais». É assim difícil escolher uma «face» e um «verso», o que fiz, considerando face a que apresen‑ ta maior rigor de execução, particularmente na grava‑ ção do eixo central.

Independentemente do número dos triângulos pre‑ enchidos com retícula (9 na face, coluna da direita + 7 e 1, reduzido, na coluna da esquerda – 7 no verso, colu‑ na da direita + 6, na coluna da esquerda), a sua orien‑ tação, pouco comum, paralelizável com a da placa de Aljezur MNA 985.39.49 (Gonçalves, 2004, Figuras 15, 40, 41, 45, 50, 69), é do vértice apontado para a direita, numa coluna, e para a esquerda, noutra. Tanto na face como no verso.

Na face, há duas situações curiosas, a primeira con‑ siste num preenchimento (por erro?) de um espaço vazio entre triângulos preenchidos (entre T3 e T4, do lado direito da placa). É um preenchimento desastra‑ do, que contrasta com o que se verifica numa placa que foi gravada com firmeza, mas que pode ser posterior à gravação inicial da placa. O preenchimento é feito não com reticulado, mas com linhas oblíquas irregu‑ lares (Figura 6.1). É o mesmo tipo de situação que se regista na face da placa J.8 ‑667, da Anta 3 da Herdade de Santa Margarida, em triângulos das Bandas 1, 3 e 6 (Gonçalves, 2003a, p. 176 e 181), onde também há es‑ paços entre triângulos preenchidos de forma caótica.

J.8 ‑667 foi datada, de forma indirecta, mas firme, a dois sigmas, entre 2920 e 2870 a.n.e. (Beta ‑166422, Gonçalves, 2003a, p. 297) e o seu contorno recortado remete ‑a para desenhos mais recentes na vida do com‑ plexo mágico ‑religioso a que pertence.

Uma outra situação se verifica entre T4 e T5, do lado esquerdo da placa (Figura 6.2). O traço poderia cor‑ responder a um risco pós ‑deposicional na placa ou à representação intencional da fenda vulvar. No verso de esta placa, há uma situação parecida (entre T5 e T6 da coluna direita), mas o traço prolonga ‑se para o Separador central, anda que aí menos nítido. O que me leva a atribuir ‑lhe uma origem pós ‑deposicional e não simbólico.

2. O movimento dos símbolos

As placas da Anta do Zambujo (Arraiolos) 2006.250.1, actualmente no Museu Nacional de Arqueologia (Figu‑ ras 2.4, 7.1 e 8), e da Gruta 2 de Alapraia , actualmente no Museu do Conde de Castro Guimarães (Figuras 2.3, 7.2 e 9), consubstanciam não uma exportação de padrões globais de representação, mas a significante presença de um motivo específico. Motivo desconhe‑ cido em outras placas de xisto gravadas, mas também presente em raras cerâmicas campaniformes de deco‑ ração compósita... da segunda metade do 3.º milénio («Castro» da Rotura, Setúbal).

A situação admite dois cenários quanto aos VV dis‑ postos na vertical:

1. foram gravados de início, com a preparação da placa;

2. foram gravados posteriormente, adicionados a uma gravação preexistente.

O problema é que nada permite uma conclusão de‑ finitiva. A análise macroscópica evidencia, no caso da placa da Anta do Zambujo (Figura 2.4), uma similitude de traço entre os motivos nucleares (triângulos isós‑ celes em bandas, com o vértice para cima, preenchi‑ dos com retícula) e os VV que aparecem gravados nos espaços vazios. Em toda a placa são dois VV, sempre

(14)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 669 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

na vertical, formando ao todo, na placa, 9 conjuntos. Basicamente, esta placa foi muito bem paginada: as 3 bandas do Corpo contém cada uma dois triângulos isósceles, com o vértice para cima, preenchidos com retícula, flanqueados por triângulos parciais, virtual‑ mente triângulos rectângulos, que marcam o início e o fim de cada banda. Como a gravação tem condicio‑ nantes próprias à mão do gravador e à própria matéria prima, o traçado dos triângulos depende do traçado anterior das bandas em que eles se inserem. Quanto mais regulares elas forem mais regulares poderão ser os triângulos.

O caso da placa de Alapraia 2 (Figura 2.3), é ligeira‑ mente diferente: no Corpo, há duas bandas centrais, enquadradas em cima por um Separador Cabeça – Corpo com pequenos triângulos associados aos pares e, na banda indicadora de fim de placa, tripartida, por triângulos orientados para baixo na primeira sub‑ ‑banda, para cima na segunda e de novo para baixo, na terceira. Em cada uma das duas bandas centrais, os tri‑ ângulos isósceles preenchidos são quatro, flanqueados em ambos casos por triângulos rectângulos também preenchidos com retícula. Temos assim, por banda, cinco espaços vazios onde entram os VV, 2 na banda de cima e três na banda de baixo.

A placa de Cascais parece mais tardia e inclui, após a gravação dos seus motivos principais, e sobrepondo ‑se a eles, dois «falsos Olhos» cupuliformes. Ademais, é um exemplo da «síndrome das placas loucas» (Gonçalves, 2003a, b), na Variante em que a síndrome se regista exclusivamente na Cabeça. Mas também deve ser dito que, no caso de esta placa, a gravação dos VV não des‑ toa tecnicamente da restante. Independentemente dos números, o verdadeiro significado da situação geral é que ela se refere ao uso de um motivo muito raro, os VV verticais, sejam eles 2 ou 3, numa placa proveniente de Arraiolos e noutra de Alapraia, Cascais. Em termos modernos, cerca de 124,73 km em linha recta e um Rio largo separam os dois sítios. O que implica trocas a distância ou um gravador itinerante. Mais uma vez o comércio ou abastecimento de sílex, em direcção ao Alentejo, e do anfibolito, em direcção à Península de Lisboa, podem ajudar a compreender situações como esta. O movimento das economias complementares e dos símbolos que delas emergem, ou que a elas se co‑ lam...

3. Catálogo e comentários

Anta Grande da Comenda da Igreja, placa MNA 2006.24.1,

Comentários

Face

A decoração da face organiza ‑se de acordo com o eixo central vertical, constituído por três faixas preen‑

chidas com oblíquas incisas, com orientação diversa de faixa para faixa. Sensivelmente a meio da placa, a largura destas faixas, lidas da direita da placa para a esquerda, é de 11,18; 9,73; 7,14 milímetros.

Do lado direito da placa, contam ‑se triângulos com o vértice virado para a direita, organizados na seguinte fórmula: 1 remate na base da placa + 7 triângulos pre‑ enchidos + remate no topo da placa. Entre o triângulo 2 e 3, junto ao primeiro, há um traçado errado de um dos lados do triângulo, posteriormente corrigido. Entre os triângulos 5 e 6, o espaço vazio foi preenchido com oblíquas paralelas.

Do lado esquerdo da placa, temos 1 remate na base da placa + 6 triângulos preenchidos, com vértice para esquerda. Entre os triângulos 2 e 3, o espaço vazio foi cravado com um traço horizontal que transforma o triângulo num forma vulvar. Entre os triângulos 4 e 5, nota ‑se um tentativa corrigida de alterar o traçado do triângulo. O topo esquerdo da face não é simétrico com o direito, apesar de se registar a definição infe‑ rior de um possível remate de topo. Os triângulos de faixa não são assim simétricos com os da esquerda, que apresentam maior dimensão. A mesma assime‑ tria verifica ‑se na base, sendo os remates de dimensão diferente: o da faixa esquerda é quase o dobro do da faixa direita.

Verso

O verso de esta placa poderia confundir ‑se com a face, se considerarmos a assimetria da base até às per‑ furações, onde se regista, do lado direito, um remate e do lado esquerdo um vazio. O eixo central de esta placa é ambíguo, por consistir em duas faixas assimétricas, ainda que ambas preenchidas com oblíquas. É esta as‑ simetria global que permite defender ser este o verso, uma vez em que, na maior parte dos casos, é este pior paginado que a face.

Sensivelmente a meio, as faixas apresentam dimen‑ sões de largura de 9,26 e 15,10 mm. Estas dimensões são também diferentes na base (12,62 e 8,24 mm, e, no topo, 3,99 e 13,17 mm).

As bandas, preenchidas com triângulos reticulados apontando no lado direito, estão organizadas da se‑ guinte forma:

• Lado direito: 1 remate de início de banda + 5 triân‑ gulos preenchidos + remate de topo de banda. • Lado esquerdo: 1 remate de início de banda + 5 tri‑

ângulos preenchidos, sem remate de topo de banda.

Entre o triângulo 1 e 2, do lado direito do verso, observa ‑se um risco que poderia ser entendido como uma versão da figuração vulvar da face, mas uma ob‑ servação macroscópica mostra que o traço se prolonga pelo meio da face. Trata ‑se assim de um acidente de gravação.

(15)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

670

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

Fig. 6 Placa da Anta Grande da Comenda da Igreja. Detalhes do espaço entre triângulos T3‑T4, do lado direito da face, preenchido por erro ou distracção (6.1) e traço que transformaria o espaço entre triângulos do lado esquerdo T4‑T5 da face numa figuração vulvar (6.2).

1

(16)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 671 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

Anta do Curral da Antinha, placa MNA 2003.37.1

Comentários

Observar na banda 3, o remate de início de banda e os últimos triângulos de B1, B2, B3 e B4.

As pernas têm o mesmo tipo de preenchimento que as figurações da cabeça.

Placa gravada com um instrumento de ponta fina e aguçada.

A paginação da face foi feita de forma deficiente na vertical do lado esquerdo da placa.

O ultimo triângulo da Banda 1 não liga com o de B2, mas este liga com o de B3 e B4.

A largura do retoque do ombro direito é 11,59 e do esquerdo é 11,58 mm.

Traços de polimento agressivo no verso.

Perfuração muito provavelmente feita do verso para a face.

Nota ‑se que esta placa é extremamente fina (a es‑ pessura num ponto central da base não ultrapassa os 2,72 mm) e o polimento dos bordos é feito em gume du‑ plo do lado direito e em gume simples do lado esquer‑ do, no topo da cabeça, e, parcialmente, na base.

Anta do Zambujo, Arraiolos, placa MNA 2006.250.1.

Comentários

À parte os já comentados VV dispostos na vertical, deverá ser sublinhada a simplicidade da composição da Cabeça, com apenas duas bandas radiantes definin‑ do a Cabeça dentro da Cabeça, neste caso triangular, e dois remates laterais, em simetria.

Gruta artificial Alapraia 2, placa MCCG ALP 2, 72.

Comentários

Falso olho esquerdo, com movimentos circulares de abrasão ainda visíveis, atingindo numa micro ‑área a outra face da placa. Falso olho direito com traços de abrasão vertical.

A paginação original da placa separa as varias áre‑ as com particular relevo para a cabeça onde se traçam cinco linhas guia: a primeira organiza à sua direita e à sua esquerda, a montagem de dois segmentos de faixas ziguezagueantes, com remate na base e outro no topo; a segunda linha guia não é uma verdadeira linha guia, mas o traço direito do triângulo ‑cabeça; a terceira li‑ nha guia divide ao meio, na vertical, a cabeça triangu‑ lar da placa; a quarta linha guia define o segundo lado do triângulo da cabeça dentro da Cabeça e articula um complexo conjunto de gravações entre a 5.ª e a 4.ª linha

guia, com remate na base e remates no topo. Fig. 7(Cascais) Placas da Anta do Zambujo (1) e da Gruta artificial 2 de Alapraia

2 1

(17)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

672

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

(18)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 673 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

(19)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

674

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

1

4

2 3

Fig. 10 Cabeça da placa da Gruta artificial 2 de Alapraia, com a «síndrome das placas loucas» e desmonte da sua organização espacial, o que chamo «paginação». A inserção dos «falsos Olhos» é o último momento do processo.

(20)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 675 ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

1 Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ), Grupo de

Trabalho sobre as Antigas Sociedades Camponesas. vsg@campus.ul.pt INDICAÇÕES DE LEITURA E REFERÊNCIAS:

Dos textos mais recentes, escolhi dois grupos, o dos estudos «monográfi‑ cos» ou monotemáticos, que publicam ou comentam directamente pla‑ cas ou grupos de placas, e os que se referem sobretudo ao seu significado e interpretação.

Alguns textos, pela sua debilidade intrínseca, ou pela falta de funda‑ mento, não justificam menção num trabalho como este. Serão objecto de análise crítica em livro em preparação.

E S T U D O S M O N O G R Á F I C O S

***GONÇALVES, V. S. (2003) – STAM ‑3, A anta 3 da Herdade de

Santa Margarida (Reguengos de Monsaraz). Lisboa: IPA.

***GONÇALVES, V. S. (2004) – As placas de xisto gravadas dos monumentos colectivos de Aljezur. Arqueólogo Português. 22. P. 163 ‑318 e Aljezur: Câmara Municipal. Reedição do texto publicado em Arqueólogo Português, com uma introdução inédita.

GONÇALVES, V. S. (2004) – As deusas da noite: o projecto «PLACA NOSTRA» e as placas de xisto gravadas da região de Évora.

Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 7:2; p. 49 ‑72.

GONÇALVES, V. S.; ANDRADE, M.; PEREIRA, A. (2004) – As placas de xisto gravadas da gruta artificial S. Paulo 2 (Almada). Revista

Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 7:2; p. 73 ‑96.

GONÇALVES, V. S.; ANDRADE, M.; PEREIRA, A. (2004) – As placas de xisto gravadas das grutas artificiais do Tojal de Vila Chã (Carenque) e da necrópole das Baútas (Mina, Amadora) propósito

do reaproveitamento de algumas placas de xisto gravadas da região de Évora. Arqueólogo Português, s. 4, 22, p. 113 ‑162 GONÇALVES, V. S.; PEREIRA, A.; ANDRADE, M. (2005) – As notáveis

placas votivas da Anta de Cabacinhitos (Évora). Revista Portuguesa

de Arqueologia. Lisboa. 8:1; p. 43 ‑109.

GONÇALVES, V. S.; PEREIRA, A.; ANDRADE, M. (2005) – As placas de xisto gravadas e o báculo recolhidos nas duas Antas da Loba (N.ª S.ª de Machede, Évora). Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 8:2; p. 5 ‑53.

***GONÇALVES, V. S. (2011) – As placas de xisto gravadas (e os báculos) do sítio do Monte da Barca (Coruche). [Cadernos da UNIARQ 7]. Lisboa.

I N T E R P R E TA Ç Ã O D O S I G N I F I C A D O D A S P L A C A S

*** textos chave.

BUENO RAMÍREZ, P. (1992) ‑ Les plaques décorées alentéjaines: approche de leur étude et analyse. L’Anthropologie, 96 (2–3), p.  573–604. ***BUENO RAMIREZ, P. (2010) – Ancestros e imágenes antropomorfas

muebles en el ámbito del megalitismo occidental: las placas decoradas. In  Cacho, C.; Maicas, R.; Eduardo, Galán; Martos, J. A. (eds.). ‑  Los ojos que nunca se cierran. Ídolos en las primeras sociedades campesinas (16 diciembre 2009). Madrid:  MuseoArqueológico Nacional, p. 39 ‑77. http://man.mcu.es/ publicaciones/OJOS/OJOS0902.html

GONÇALVES, V. S. (1970) – Sobre o Neolítico na Península de Setúbal. In Actas das I Jornadas da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa: AAP. p. 407 ‑421.

GONÇALVES, V. S. (1989) – Manifestações do sagrado na Pré ‑História do Ocidente Peninsular. 1. Deusa(s) ‑Mãe, placas de xisto e cronologias: uma nota preambular. Almansor. Montemor ‑o ‑Novo: Câmara Municipal. 7. p. 289 ‑302.

GONÇALVES, V. S. (1992) – Revendo as antas de Reguengos de Monsaraz. Lisboa: UNIARQ/INIC. 264 pp, 22 Mapas, 28 Figuras, 48 Fotografias. GONÇALVES, V. S. (1993) – Manifestações do sagrado na Pré ‑História do Ocidente Peninsular. 3. A Deusa dos olhos de sol. Um primeiro olhar. Revista da Faculdade de Letras de Lisboa. Lisboa, 15. 5.ª série. p. 41 ‑47.

GONÇALVES, V. S. (1999) – Reguengos de Monsaraz, territórios

megalíticos. Lisboa: Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz.

***GONÇALVES, V. S. (2003b) – Manifestações do sagrado na Pré ‑História do Ocidente Peninsular. 4. «A síndrome das placas loucas». Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 6:1, p. 131 ‑157. ***GONÇALVES, V. S. (2004b) – Manifestações do sagrado na

Pré ‑História do Ocidente peninsular. 5. O explícito e o implícito. Breve dissertação, invocando os limites fluidos do figurativo, a propósito do significado das placas de xisto gravadas do terceiro milénio a.n.e. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 7:1; p. 165 ‑183.

GONÇALVES, V. S. (2005) – Manifestações do Sagrado no Ocidente Peninsular. 6. As representações da Deusa no edifício funerário tipo tholos do Monte Novo dos Albardeiros (Reguengos de Monsaraz, Évora). O Arqueólogo Português. Lisboa. 4.ª S. 23, p. 197 ‑229. ***GONÇALVES, V. S. (2006a) – Manifestações do sagrado na

Pré ‑História do Ocidente peninsular. 7. As Placas Híbridas: Definição do conceito, alguns poucos exemplos e, de novo, os possíveis significados das placas. Revista Portuguesa

de Arqueologia. Lisboa. 9:2; p. 27 ‑59.

GONÇALVES, V. S. (2007a) – Manifestações do sagrado na Pré ‑História do Ocidente peninsular. 8. Sete placas de xisto gravadas (e algumas outras a propósito). O Arqueólogo Português. Lisboa. S. 4. Vol. 24, p. 167 ‑231.

GONÇALVES, V. S. (2007b) – Breves reflexões sobre os caminhos das antigas sociedades camponesas no Centro e Sul de Portugal.

Estudos Arqueológicos de Oeiras. Oeiras. 15, p. 79 ‑94.

***GONÇALVES, V. S. (2008) – Na primeira metade do 3.º milénio a.n.e., dois subsistemas mágico ‑religiosos no Centro e Sul de Portugal. In HERNÁNDEZ PÉREZ, M.; SOLER DÍAZ, J.; LÓPEZ PADILLA, J., eds. Actas del IV Congreso del Neolítico Peninsular. Alicante: MARQ. Tomo II, p. 112 ‑120.

GONÇALVES, V. S. (2009) – Construir para os mortos. Grutas artificiais e antas na Península de Lisboa. Algumas leituras prévias. Estudos

Arqueológicos de Oeiras. 17. Oeiras: Câmara Municipal. P. 237 ‑260.

Versão inglesa: GONÇALVES, V. S. (2010) –Building for the dead. Rock ‑cut tombs and passage graves in the Lisbon Peninsula. Some previous readings. In Cámara Serrano; Marrero, A.; Spanedda, L. Links between Megalithism and Hypogeism in Western Europe, BAR international series 2151, Oxford, p. 77 ‑93.

GONÇALVES, V. S.; ANDRADE, M.; PEREIRA, A. (2004a) – As placas de xisto gravadas da gruta artificial S. Paulo 2 (Almada). Revista

Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 7:2; p. 73 ‑96.

GONÇALVES, V. S.; ANDRADE, M.; PEREIRA, A. (2004b) – As placas de xisto gravadas das grutas artificiais do Tojal de Vila Chã (Carenque) e da necrópole das Baútas (Mina, Amadora) propósito do reaproveitamento de algumas placas de xisto gravadas da região de Évora. Arqueólogo Português, Lisboa, s. 4, 22, p. 113 ‑162 GONÇALVES, V. S.; PEREIRA, A.; ANDRADE, M. (2003) – A propósito

do reaproveitamento de algumas placas de xisto gravadas da região de Évora. Arqueólogo Português, Lisboa, s. 4, 21, p. 209 ‑244.

(21)

5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR

676

ALGUNS CASOS DE PLACAS DE XISTO GRAVADAS EXCEPCIONAIS DO SUL DE PORTUGAL: ANTA DO CURRAL DA ANTINHA, ANTA GRANDE DA COMENDA DA IGREJA, ANTA DO ZAMBUJO, GRUTA ARTIFICIAL ALAPRAIA 2  VICTOR S. GONÇALVES  P. 662-676

GONÇALVES, V. S.; PEREIRA, A.; ANDRADE, M. (2005) – As notáveis placas votivas da Anta de Cabacinhitos (Évora). Revista Portuguesa

de Arqueologia. Lisboa. 8:1; p. 43 ‑109.

GONÇALVES, V. S.; PEREIRA, A.; ANDRADE, M. (2005) – As placas de xisto gravadas e o báculo recolhidos nas duas Antas da Loba (N.ª S.ª de Machede, Évora). Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa. 8:2; p. 5 ‑53.

LILLIOS, K. (2000) – Some new views of the engraved slate plaques of southwest Iberia. Revista Portuguesa de Arqueologia. Lisboa: 5: 2, p. 135 ‑151.

***LILLIOS, K. (2008) – Heraldry for the Dead. University of Texas Press: Austin.

SOUSA, A. C.; GONÇALVES. V. S. (2012) – In and out. Tecnologias, símbolos e cultura material. Interacções e identidades regionais no Centro e Sul de Portugal no 3.º milénio a.n.e. In CONGRESO

INTERNACIONAL REDES EN EL NEOLÍTICO. Circulación e intercambio de materias, productos e ideas en el Mediterráneo Occidental (VII ‑III milenio AC). Rubricatum, 5, p. 383 ‑392.

Referências

Documentos relacionados

Contemplando 6 estágios com índole profissionalizante, assentes num modelo de ensino tutelado, visando a aquisição progressiva de competências e autonomia no que concerne

Este estudo tem o intuito de apresentar resultados de um inquérito epidemiológico sobre o traumatismo dento- alveolar em crianças e adolescentes de uma Organização Não

14 Gráfico 9 - Frequência absoluta de casos clínicos na área clínica de Doenças Infecciosas em cada grupo de espécies.. 16 Gráfico 10 - Frequência absoluta de casos clínicos

Lawless and Singhal (1978) adapted Furnival and Wilson algorithm to non-linear regression and Kuk (1984) applied the former adaptation to proportional hazard models in

No entanto, alguns sugerem que em catalisadores ternários compostos de cobre e óxido de zinco, o sítio ativo seria o cobre e, nesse caso, há discussão se tal efeito

Para Pseudomonas aeruginosa verificou-se elevada percentagem de resistência ao cotrimoxazol e minociclina ao longo dos anos de estudo pelo que estes antibacterianos não

The ultimate objectives of this work are to obtain the Failure, Mode, Effects, and Criticality Analysis (FMECA), with application of the Reliability Centered

The objectives of this article are as follows: (1) to describe the assessment protocol used to outline people with probable dementia in Primary Health Care; (2) to show the