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Origem dos Grandes Grupos de Seres Vivos e a Biodiversidade

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Academic year: 2019

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Capítulo 5

Origem dos Grandes Grupos de Seres Vivos

e a Biodiversidade

Introdução

Estudos recentes mostram que a vida surgiu no nosso planeta há, aproximadamente, 3,8 bilhões de anos. Considerando-se que a Terra se formou há 4,5 bilhões de anos e que até, aproximadamente, 3,9 bilhões de anos era impossível a manutenção da vida no planeta devido as condições que ele apresentava, podemos concluir que a vida surgiu muito rapidamente. Portanto, assim que as condições físicas da Terra tornaram possível o surgimento da vida e sua manutenção, a vida floresceu.

Parece certo que o primeiro ser vivo era uma bactéria, extremamente parecida com algumas bactérias ainda vivas atualmente.

Muitas pessoas pensam que assim que a vida surge em um planeta, rapidamente ela se desenvolve formando seres vivos cada vez mais complexos. Portanto, para essas pessoas, o difícil é surgir a vida. Uma vez surgida, seu desenvolvimento seria inevitável.

Na verdade não é isso que os estudos recentes demonstram. O fato de a vida na Terra ter surgido imediatamente após o planeta ter dado condições mínimas para sua ocorrência, reforça bastante a tese de que o surgimento da vida não é difícil, podendo inclusive

ser abundante no universo. Boa parte dos especialistas no assunto acreditam que deve haver vida em alguns satélites do nosso sistema solar.

Além disso, nós já aprendemos que a evolução não tem direção. Portanto, é errado dizer que há uma predisposição para que a vida se torne cada vez mais complexa. Se isso fosse verdade, não existiriam bactérias vivas tão parecidas com os primeiros seres vivos, elas já teriam se tornado bem mais complexas.

Forma X química

É verdade que a vida surgiu rapidamente no nosso planeta, na forma de bactérias, que são células procariontes.

Como dito, se analisarmos bactérias atuais, verificaremos que muitas delas são muito parecidas com suas antecessoras. É interessante notar que as que diferem não o fazem no aspecto morfológico. As células procariontes “adotaram uma postura muito conservadora” no que diz respeito a modificações na sua forma. As inovações por elas feitas durante sua evolução se referem basicamente a vias metabólicas, a sua bioquímica.

Assim, hoje podemos verificar bactérias muito diferentes, cada uma capaz de fazer um determinado conjunto de reações químicas, mas todas extremamente parecidas no aspecto físico.

Surgimento dos eucariontes e mudanças no “projeto”.

Como vimos, sempre que submetidos a pressões seletivas os procariontes se “defenderam” modificando sua natureza química.

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O projeto eucarioto é muito diferente. A estratégia por eles adotada foi o m o r f o l ó g i c o. O volume de uma célula eucariótica costuma ser mais de 10.000 vezes maior que o de uma procarionte.

Além disso, elas desenvolveram um envoltório em torno do material genético (envoltório nuclear) e outras organelas membranosas (retículo, Golgi). Duas dessas organelas, mitocôndrias e cloroplastos, parecem ter tido uma origem bastante interessante.

Muitos indícios nos levam a crer que mitocôndrias e cloroplastos eram bactérias que viviam independentemente e que foram incorporadas por células eucarióticas. Elas então “aprenderam” a viver dentro dessas outras células, até que ficaram intimamente ligadas como se formassem um único organismo.

Esse processo em que um novo ser surge pela união de dois outros é chamado de simbiogênese. A autora Lynn Margulis acredita que a simbiogênese pode ter sido responsável por esse e muitos outros passos da história evolutiva do nosso planeta.

Talvez você esteja com a impressão de que essa passagem do procarionte para o eucarionte tenha sido fácil e tranqüila. Mas não foi bem assim.

Tudo indica que os primeiros seres vivos foram bactérias e que elas tenham surgido há, aproximadamente, 3,8 bilhões de anos atrás. A primeira aparição comum de eucariotos aparece no registro fóssil há apenas 1,6 bilhão de anos atrás. É provável que eles tenham surgido antes, mas que não existissem em quantidade suficiente para ser registrados nos fósseis.

Então, durante 2,2 bilhões de anos, a Terra foi domínio de procariotos. Logo, a passagem de organismos procariontes para eucariontes não foi tão fácil. Esses dados nos confirmam que não havia uma predisposição para que isso acontecesse, a evolução NÃO TINHA de seguir esse caminho (lembre, ela não tem direção). Isso apenas aconteceu por uma

série de fatores que os cientistas ainda estão estudando.

A União de células eucariontes

Uma outra característica muito importante de células eucariotas foi o desenvolvimento da capacidade de se manterem unidas e de se “comunicarem”. O desenvolvimento da multicelularidade foi fundamental para o aparecimento de seres vivos maiores.

Alguns passos são fundamentais para o desenvolvimento de animais maiores. Podemos destacar dois:

• Novos métodos de comunicação entre as células;

• Desenvolvimento de um novo tipo de esqueleto intracelular, o citoesqueleto, que permitiu que células eucariotos aumentassem enormemente de tama-nho em relação às procariotas.

Até o surgimento dos eucariontes, vimos que o ritmo da evolução foi bastante lento (lembre-se de que durante mais de 2 bilhões de anos só havia procariontes). Mas, quando atin-gimos 1 bilhão de anos atrás, o ritmo da evolução começa a aumentar rapidamente. A capaci-dade de mudança morfológica dos eucariotos parece ter sido funda-mental para isso.

Há 1 bilhão de anos já existiam e foram encontradas em fósseis, várias espécies eucarióticas. Elas incluem as primeiras algas vermelhas e verdes.

É interessante notar que, apesar da multicelularidade, nesse período ainda não há animais grandes o suficiente para serem vistos a olho nu.

Fósseis de animais macroscópicos aparecem nos fósseis há menos de 600 milhões de anos.

Explosão de vida do Cambriano

A explosão de vida do período Cambriano (veja quadro das eras geológicas) é um dos mais discutidos temas da história da vida na Terra.

Realmente é impressionante que em um período de, no máximo, 60 milhões de anos, depois de o planeta ter passado bilhões de anos sem seres vivos macroscópicos, TODOS os grandes filos animais existentes e muitos outros que não existem mais tenham surgido. A Tudo leva a crer que a mitocôndria era uma célula procariótica que foi

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esse fenômeno é que damos o nome de explosão de vida do Cambriano.

Se pudéssemos voltar no tempo e passear pela Terra há 550 milhões de anos, teríamos uma visão desoladora. A terra firme seria estéril, sem vida. Se mergulhássemos nos mares, não veríamos nenhum peixe, ou crustáceo, ou estrelas-do-mar. Poderíamos encontrar alguns vermes ou medusas, mas nada com um esqueleto (seja ele externo, como nos artrópodos, ou interno, com em nós).

É claro que esses animais não podem ter surgido do nada. Desde Darwin que sabemos que todos os seres vivos descendem de um ancestral. A fauna do Cambriano não é

uma exceção. O aparecimento “súbito”de vida vertebrada, há mais de 540 milhões de anos é simplesmente a primeira aparição de organismos com esqueletos grandes que produzem fósseis facilmente observáveis.

Portanto, os cientistas estão localizando alguns fósseis que foram precursores dessa nova fauna. Mas não deixa de ser surpreendente essa imensa aceleração do ritmo evolucionário.

A grande pergunta que fica é por que essa diversificação ocorreu apenas há 600 milhões de anos? Que fatores permitiram sua ocorrência?

Outras Surpresas do Cambriano

Se estudarmos a classificação atual dos seres vivos, verificaremos que há um número imenso de espécies de animais diferentes (milhões delas) mas que todos estão agrupados em poucos filos (existem de 28 a 35 filos).

Ora, os filos definem um padrão corporal básico. Assim, quando falamos dos artrópodos imediatamente nos vêm a cabeça animais com um esqueleto externo e patas articuladas. Quando falamos de cnidários, também desenhamos mentalmente o aspecto geral de seus corpos. Portanto, os cientistas se surpreenderam quando se deram conta que uma diversidade tão imensa de espécies animais estavam agrupadas em poucos filos. Ou, pensando de uma outra maneira, existem poucos planos corporais básicos para se construir um animal na Terra. Por que isso? Será que o ambiente físico (gravidade, clima…) limita os planos corporais a apenas essas opções? Será que sempre foi assim?

Aparentemente, não. O que surpreende no Cambriano é justamente isso. Nesse período aparecem de vez (se estivermos

interpretando corretamente os fósseis) praticamente todos os filos animais existentes. Mas, mais que isso. No Cambriano parece que o número de filos chegou a 100!

Ou seja, havia uma maior diversidade de planos corporais de animais no Cambriano, do que hoje. A diferença é que, no Cambriano, cada filo tinha poucas espécies e, atualmente, existem poucos filos, mas cada um com um grande número de espécies. Para ficar mais claro, imagine que um filo é uma árvore e as espécies são galhos. No Cambriano havia muitas árvores com poucos galhos. Hoje, há poucas árvores com muitos galhos.

Ainda não está claro porque esses filos se extinguiram e poucos restaram. Mas há ainda uma outra surpresa. Aparentemente, depois do Cambriano, não surgiu nenhum outro filo! Não que não houvesse oportunidade para o seu surgimento. Veremos adiante que, depois do Cambriano, houve alguns momentos de extinção em massa, em que a Terra ficou com muitos espaços vazios. Eles representaram uma ótima oportunidade para experiências evolutivas. Era um momento de baixa competitividade entre os seres vivos. Mas, ainda assim, não surgiram novos filos, surgiram apenas níveis taxonômicos inferiores, como famílias, gêneros e espécies.

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Ainda não conhecemos o porquê disso. Havia algo de diferente no ambiente do Cambriano que gerou esse marco da nossa história, ou tudo não passou de uma coincidência?

Causas da Explosão Cambriana

Como já foi dito, ainda não estão plenamente resolvidas as questões a respeito da explosão de vida do Cambriano. Mas algumas hipóteses sobre por que ela aconteceu foram elaboradas. Essas possíveis causas da explosão de vida podem ser divididas em dois grupos: causas ambientais e causas biológicas.

Causas ambientais.

1. O oxigênio atingiu uma limite crítico.

Esta é a hipótese mais aceita. Durante os primeiros bilhões de anos da Terra, a nossa atmosfera não possuía oxigênio livre (O2). Isso aconteceu, porque, no início, não havia organismos fotossintetizantes que liberassem oxigênio e, mesmo depois que eles surgiram, ainda era preciso que o oxigênio se acumulasse nos mares e na atmosfera. É bom lembrar que o oxigênio é extremamente reativo, portanto, sua tendência não é de ficar livre, na forma de O2. Ele tende a reagir com outras substâncias, como o ferro. Enquanto havia ferro dissolvido nos mares, o oxigênio reagia com ele. Com isso não se acumulava na forma de O2. Só quando esse estoque de ferro acabou, é que o oxigênio pôde emergir dos mares e, lentamente, ir-se acumulando na atmosfera.

A presença do oxigênio é fundamental para a construção de seres vivos de maior porte, porque um corpo maior exige mais energia e, como todos sabemos, o processo respiratório que faz uso do O2 (respiração aeróbia) é muito mais eficiente na obtenção de energia do que a respiração sem O2 (respiração anaeróbia).

Além disso, antes do oxigênio se tornar abundante na atmosfera, talvez, já houvesse esqueletos na forma de colágeno (material proteináceo). Mas, sem O2, os organismos têm muita dificuldade em precipitar minerais, como estruturas esqueléticas. Isso é válido, tanto para os nossos ossos, como para conchas calcáreas e silicosas. Portanto, além da maior eficiência na obtenção de energia, o oxigênio pode ter sido fundamental para o desenvolvimento de esqueletos que, por sua vez, é essencial na construção de animais de maior porte.

O gráfico abaixo foi adaptado da prova do ENEM - 2000. Observe que o início do período Cambriano coincide com o momento em que a concentração de O2 na atmosfera está subindo

rapidamente. Aparentemente, esse aumento do O2 atinge, no Cambriano, um limiar crítico que permite

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2. Maiores quantidades de nutrientes.

Qualquer ecossistema, especialmente os ecossistemas marinhos, precisam de uma boa quantidade de nutrientes orgânicos e inorgânicos para florescer. Parece que antes do Cambriano fosfatos e nitratos (nutrientes inorgânicos importantíssimos) não estavam disponíveis em quantidades suficientes. Acontece que o fim do Pré-Cambriano foi um período de intensa atividade de tectônica de placas. Essa movimentação da crosta terrestre provocou uma alteração nas correntes marinhas. Com isso, águas profundas foram trazidas para a superfície do mar. Essas águas carregaram com elas esses nutrientes inorgânicos que estavam depositados no solo oceânico. Ao atingir a superfície do mar, eles puderam ser utilizados pelos seres vivos, deixando de ser um fator tão limitante para o desenvolvimento da vida.

Causas Biológicas.

1. Esqueletos.

Alguns pesquisadores acreditam que o surgimento dos esqueletos não produziram apenas um acréscimo nos planos corporais já existentes. Eles simplesmente permitem a construção de planos corporais novos. Por exemplo, com partes duras é possível construir patas ou mandíbulas ou suporte do corpo. Isso possibilita comportamentos completamente novos.

2. Predação.

Há ainda aqueles que acreditam que o desenvolvimento da predação pode ter impulsionado o desenvolvimento evolutivo. Ao surgir partes duras, novas formas de predação podem ter aparecido. Por exemplo, com o advento das conchas muitos organismos começaram a utilizá-la para se alimentar por meio da filtração da água. A predação, então, teria criado uma pressão seletiva nova que impulsionou o desenvolvimento de novos corpos.

Biodiversidade

Você já deve ter percebido que o desenvolvimento da vida na Terra não foi contínuo. Não houve uma gradual evolução aumentando o nível de complexidade dos seres vivos. Observando o registro fóssil, a impressão que temos é que a vida se desenvolveu por espasmos.

Durante muito tempo, a Terra foi dominada por procariotos. Então surgem os eucariotos. Mas um bom tempo se passa e, como que repentinamente, surgem pratica-mente todos os filos animais a um só tempo (veja a figura ao lado).

Analisando a evolução da biodi-versidade na Terra, nós verificamos que a vida já teve muitos sobressaltos. É sobre isso que vamos tratar agora. Mas, antes, vamos definir o que se entende por biodiversidade, que é um assunto tão falado atualmente.

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.

Medidas de Biodiversidade

Diversidade taxonômica:

É uma medida da variedade dos táxons superiores (ou grupos taxonômicos) a que pertencem as espécies da área estudada . Uma espécie de mosca, uma mariposa e um gafanhoto têm maior diversidade taxonômica do que três espécies de gafanhotos. Pode-se, além disto, dar peso às espécies que pertencem a um grupo pequeno, ou que seja considerado especial por outras razões.

Diversidade filogenética:

É parecida com a diversidade taxonômica. Se tivermos conhecimento do parentesco evolutivo entre diferentes espécies da região que estudamos - ou seja, se existe um esboço da árvore evolutiva do táxon superior a que as espécies pertencem - podemos medir a variedade evolutiva de um grupo de espécies. Quanto mais distantes evolutivamente as espécies, maior a diversidade filogenética do conjunto. Pode-se, ainda, atribuir valor maior a espécies que são evolutivamente isoladas, ou seja, "especiais". Por exemplo, o Peripatus acacioi é uma espécie de artrópode que tem alto valor filogenético, por pertencer a um táxon muito pequeno - os OnicóforosI - e que, do ponto de vista evolutivo, é bastante especial. Como ele está na lista brasileira das espécies ameaçadas de extinção, sua presença em certas áreas de Minas Gerais é considerada mais importante do que a de outros artrópodes, pertencentes a táxons maiores e mais comuns.

Diversidade funcional:

Pesquisadores preocupados com o funcionamento de ecossistemas têm questionado se, deste ponto de vista, todas as espécies têm a mesma importância. Para manter a integridade e o funcionamento dos ecossistemas, é necessário que haja organismos que cubram todos os processos envolvidos neste funcionamento. A diversidade funcional pretende avaliar se, em um dado ecossistema, há espécies, cujo conjunto de atividades e interações garante os processos essenciais para a existência continuada do ecossistema. Essa preocupação é importante para o conceito de sustentabilidade, mas ainda é bastante controversa e necessita de muita pesquisa adicional.

Diversidade genética

A diversidade genética geralmente tem sido estudada dentro de espécies, medindo tanto as diferenças entre indivíduos, quanto as diferenças entre populações naturais, que hoje muitas vezes estão separadas entre si pela perda e fragmentação dos hábitats naturais.

A diversidade genética é cada vez mais avaliada por métodos moleculares, em que se examina diferenças na constituição do DNA, RNA ou de determinadas proteínas entre os organismos ou populações. Esse estudo é essencial para a conservação biológica, porque a perda de diversidade genética de uma espécie aumenta muito o risco de que ela venha a se extinguir, sendo perdida para sempre.

Diversidade de ecossistemas

Embora mencionada na maioria das definições atuais, a diversidade de ecossistemas é a mais difícil de caracterizar. Isso porque os ecossistemas são definidos pelo seu modo de funcionamento e seu tamanho pode variar, desde uma pequena poça de poucos metros de tamanho, até um tipo de floresta que se estende por muitos quilômetros, sem limites claros. Embora toda região geográfica contenha uma mistura de ecossistemas, é difícil, na prática, medir a sua diversidade.

A diversidade de ecossistemas tem sido entendida, geralmente, como a diversidade de tipos de ambiente, ou hábitats, que existem numa região. Os hábitats aquáticos são frequentemente caracterizados por características físicas (por exemplo, água corrente ou parada; leito ou substrato de pedra, areia ou argila). Nos hábitats terrestres, costuma-se dar maior importância à vegetação e sua fisionomia para caracterizá-los. Assim, é possível avaliar e comparar a estrutura de hábitats e sua diversidade em uma região.

Texto adaptado deThomas Michael Lewinsohn, professor e doutor em Ecologia no Instituto de Biologia da Unicamp.

I

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Biodiversidade ao longo do tempo A biodiversidade

em nosso planeta já foi afetada por eventos de extinção em massa (período relativamente curto de tempo em que um grande número de seres vivos se extin-guem). O gráfico ao lado mostra a evolução no número de famílias de invertebrados marinhos desde o período Cam-briano até hoje. As setas chamam a atenção para cinco eventos de extin-ção em massa.

Desde o Cam-briano, parece ter ocor-rido quinze eventos de extinção em massa. Essas cinco represen-tadas no gráfico foram as mais graves.

Apesar dessas extinções, que tiveram causas variadas e ainda em estudo, observe que o número de famílias tem apenas aumentado, sendo que os níveis atuais nunca tinham sido antes alcançados.

Atualmente, a diversidade de espécies por grupos taxonômicos superiores está representada no gráfico ao lado.

Alguns pesquisadores defen-dem que as atividades humanas estão nos levando a um novo momento de extinção em massa. Vários dados sobre a atual perda de espécies parecem confirmar isso. O estudo da evolução da vida no nosso planeta mostra quantos passos foram necessários e quanto tempo foi preciso até que tivéssemos a Terra tão

exuberante em vida. Eu acredito que quanto mais conhecermos a biologia e, em especial, a evolução, mais fácil será entendermos a imensa responsabilidade que temos com o nosso planeta.

Fonte: Integrated Principles of Zoology.

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Eras Geológicas

O tempo está em milhões de anos. Os valores entre parêntesis indicam a duração do período.

Era

PERÍODO

TEMPO

FATOS

Quaternário

-1,6

C

en

o

ic

o

Terciário

-66,4 (64,8)

Transição dos mamíferos primitivos para os modernos. Evolução humana durante os útlimos 5-8 milhões de anos.

Cretáceo

-144 (78) Inícia o domínio das angiospermas. Extinção de muitas aves e répteis.

Jurássico

-208 (64)

Aparecem muitas gimnospermas e angiospermas modernas. Há grande diversidade de répteis e surgem as primeiras aves.

Me

so

ic

o

Triássico

-245 (37)

As gimnospermas dominam e aparecem as primeiras angiospermas. Surgem os precursores dos dinossauros e os primeiros mamíferos verdadeiros aparecem.

Permiano

-286 (41) Aparecem répteis semelhantes a mamíferos e muitos anfíbios se extinguem.

Carbonífero

-360 (74) Há grandes faunas de artrópodos. Há uma radiação de anfíbios e surgem os

primeiros répteis.

Devoniano

-408 (48)

Aparecem as primeiras florestas e insetos alados. Os peixes mandibulados se espalham e muitos agnatos desaparecem. Aparecem os primeiros tetrápodos.

Siluriano

-438 (30) Aparecem os primeiros artrópodos terrestres e peixes com mandíbulas.

Ordoviciano

-505 (67) As algas se tornaram mais complexas, plantas vasculares podem ter estado

presentes e peixes agnatos tinham ampla distribuição.

Pa

le

o

ic

o

Cambriano

-600 (95) Explosão de vida. Surgimento dos filos animais.

Proterozóico

-2500 (2000)

Aparecimento de organismos multicelulares – algas, fungos e invertebrados.

Pr

ec

am

b

ri

an

o

Arqueano

-4500 (2000)

Formação da Terra e desenvolvimento da litosfera, hidrosfera e da atmosfera.

(9)

Supra -Sumo

• A vida surgiu muito rapidamente na Terra. Assim que as condições mínimas para a origem da vida foram estabelecidas, ela apareceu e se manteve.

• Os primeiros seres vivos eram procariotos.

• As inovações evolutivas dos procariotos eram bioquímicas, ou seja, eles modificaram muito pouco sua forma, mas criaram uma grande diversidade de vias metabólicas.

• Os eucariotos demoraram muito tempo para surgir.

• Ao contrário dos procariotos, os eucariotos inovaram evolutivamente, modificando sua morfologia. • Os eucariotos desenvolveram a multicelularidade.

• Os primeiros animais macroscópicos só surgiram há 600 milhões de anos (Cambriano).

• Uma das causas mais aceitas da explosão de vida do Cambriano é o aumento da concentração de oxigênio (O2) na atmosfera.

• A biodiversidade é fruto de muitos fatores e não só do número de espécies diferentes.

• A Terra já viveu momentos de extinção em massa mas, apesar disso, a diversidade biológica (em termos de número de espécies) nunca foi tão alta como atualmente.

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Bibliografia

Alberts e outros. Molecular biology of the cell. 3a ed. Garland. 1994

Behe, Michael. A caixa preta de Darwin. 1a ed. Jorge Zahar Editor. 1996.

Blanc, Marcel. Os herdeiros de darwin. 1a ed. Editora Scritta. 1994.

Darwin, Charles. A origem das espécies. Tradução da 1a ed. Editora Itatiaia. 1859.

Desmond, Adrian & Moore, J. A vida de um evolucionista atormentado – Darwin. 1a ed. Geração Editorial. 1995.

Fortey, R. Vida: uma biografia não-autorizada. 1a ed. Editora Record. 1997.

Futuyma, Douglas J. Biologia evolutiva. 2a. ed. Sociedade Brasileira de Genética. 1992.

Hickman, Cleveland & Roberts, Larry & Larson, Allan. Integrated Principles of Zoology. 9a ed. WCB.

Krebs, J. R. & Davies, N. B. Introdução à ecologia comportamental. 3a ed. Atheneu Editora. 1996.

Margulis, Lynn. O planeta simbiótico. 1a ed. Editora Rocco. 2001.

Voet & Voet. Biochemistry. 2a ed. Wiley. 1995.

Ward, Peter. O fim da evolução. 1a ed. Editora Campus. 1997.

Ward, Peter & Brownlee, D. Sós no universo?. 1a ed. Editora Campus. 2001.

Wilson, E. O., ORG. Biodiversidade. 1a ed. Editora Nova Fronteira. 1997.

Literatura Recomendada

Todos os livros citados na bibliografia são muito importantes para uma melhor compreensão da evolução. Mas, para o estudante de ensino médio, talvez alguns deles apresentem alguma complexidade. Por isso, segue abaixo uma relação de livros que certamente o ajudará a entender melhor a história da vida na Terra e que você, estudante do ensino médio, terá todas as condições de compreender.

Origem das Espécies.

Escrito pelo próprio Darwin, esse livro lança as bases do evolucionismo. Além disso, muito se tem falado de Darwin e, para evitar as interpretações incorretas, nada melhor do que ler o que ele mesmo escreveu.

Vida: Uma Biografia não Autorizada.

Livro muito bom de ler porque o autor conta a história evolutiva do planeta de maneira clara e atraente.

O Fim da Evolução.

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Sós no universo.

Os autores defendem a tese de que a vida bacteriana deve ser abundante no universo mas a vida animal complexa raríssima. Independente de você concordar ou não com essa afirmativa, é um livro muito bom para entender os processos que devem ter levado à origem da vida e sua evolução. Você vai se surpreender com a numerosa seqüência de “acasos” que foi necessária para que o nosso planeta se tornasse o que ele é hoje.

O Planeta Simbiótico.

Excelente livro que defende a idéia de que a simbiose exerceu um papel muito mais importante na origem das espécies, do que se tem considerado até agora.

Revistas

Revista “Ciência Hoje”.

Seguramente uma excelente revista de divulgação científica do Brasil.

Sites Recomendados

Ciência Hoje on-line (www.uol.com.br/cienciahoje/).

Site contendo notícias atualizadas sobre o mundo científico.

Com Ciência (www.comciencia.br/).

Site vinculado à SPBC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que traz várias matérias científicas com uma abordagem aprofundada

Folha Online Ciência (www.uol.com.br/folha/ciencia/) Mais um site com notícias atualizadas sobre ciência.

Referências

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