Casino “ Macau” : evolução da RAE Macau
desde a t ransferência de administ ração
Por
Ant ónio M. de Almeida Serra (CEsA/ ISEG/ UTL)
Um observador da evolução de Macau no f inal da administ ração port uguesa e no início da administ ração chinesa da act ual Região Administ rat iva Especial de Macau seria t ent ado a dizer que “ os port ugueses j á não sabem o que f azer... e o pior é que os chineses t ambém não” .
Os dados sobre a evol ução da produção de Macau desde 1998 parece conf irmarem a part e relat iva à administ ração port u-guesa e deixam a port a abert a para a um j ulgament o semelhan-t e, mas não semelhan-t ão negat ivo, quant o aos primeiros t empos da administ ração chinesa (de Macau) da Região.
As t axas de desemprego apont am, algo nat uralment e, no mesmo sent ido: de 4,6% em 1998 passou-se a 6,4% no ano seguint e.
Macau: taxa de crescimento real médio anual do PIB (%)
-4,6
5,7
10,1
14,2
6,7
2,9
-2,4
28,3
-10 -5 0 5 10 15 20 25 30
O t ext o que agora iniciamos visa principalment e const it uir umt our d’ hor izon sobre
as grandes l inhas de evolução de Macau após a t ransf erência da sua administ ração para a República Popular da China.
Macau português : o modelo das grandes obras
Est a, como se sabe, ocorreu às zero horas de 20 de Dezembro de 2000, dat a escolhida de f orma a assegurar que a t ransf erência da administ ração se f azia depois da de Hong Kong, “ pont o de honra” da part e port uguesa j á que ela assegurava que Port ugal, o primeiro país europeu a chegar à Ásia, seria o últ imo a deixá-l a. Mais prosaicament e, há indicações de que a dat a foi escolhida t ambém para evit ar o incómodo de muit os dos port ugueses virem passar o Nat al a Port ugal e depois t erem de volt ar a Macau só para ent regarem as chaves...
Est a dat a sat isf azia t ambém a part e chinesa j á que lhe permit ia cumprir dois dos seus obj ect ivos fundament ais: fazer a passagem do milénio com (quase...) t oda a China reunif icada (f icava apenas a f alt ar a “ cerej a” do bolo, Taiwan) e... “ dar uma bof et ada de luva branca” aos ingleses, que t inham t ornado as negociações com a China para a t ransf erência de Hong Kong num quase pesadelo.
Not e-se que a pront idão com que a nova administ ração se encarregou de eliminar t odo e qualquer sinal da ant erior presença administ rat iva de Port ugal --- simbolizada pelo rápido t apar dos símbolos e dizeres no edif ício do Leal Senado logo que t erminaram as badaladas da meia-noit e --- parecia apont ar para uma vont ade de cort ar radicalment e com o passado, nomeadament e o mais recent e, provavelment e não apenas no domínio polít ico-administ rat ivo mas t ambém nout ros domínios.
As dif iculdades que a economia do t errit ório sent iu nos últ imos anos da administ ração port uguesa (vej am-se as t axas de desemprego e as t axas de cresciment o negat ivas que ent ão ocorreram e que se f icaram
a dever, em part e, a f enómenos ext eriores a Macau como a crise asiát ica de 1997-98) poderiam j ust if icar que t al l inha de “ rupt ura” com o passado se est endesse à economia, ainda que no quadro geral do compromisso de “ um país, dois sist emas” .
e de Carlos Melancia (1987-90), a quem coube execut ar muit as das obras planeadas e out ras.
Foi nesse cont ext o que, com o obj ect ivo (ilusório?) de dar a Macau uma relat iva aut onomia f ace a Hong Kong e, mesmo, à zona cont ígua da China Popular (a província de Guangdong/ Cant ão) que diminuísse a sua dependência face aos seus vizinhos, se lançou a const rução de várias infraest rut uras (nomeadament e o aeroport o, o port o e a cent ral eléct rica mas t ambém pont es de ligação ent re a península de Macau e a ilha da Taipa) e se negociaram acordos com inst it uições ext eriores a Macau --- nomeadament e organizações int ernacionais como a União Europeia, o GATT, et c.
De not ar que as linhas mest ras do desenvolviment o do Territ ório naquilo que j á se sabia que seriam os últ imos anos da administ ração port uguesa f oram def inidas num cont ext o em que não se sabia ainda --- e era dif ícil prever --- quais seriam as consequências para Macau --- e para a própria China --- das alt erações de orient ação do desenvolviment o da RPChina aprovadas pelo Part ido Comunist a Chinês no final de 1978.
Uma das linhas orient adoras dest as ref ormas f oi a criação de “ zonas económicas especiais” , uma das quais abrangendo a zona front eiriça de Macau (Zhuhai; vd fot o ao lado), dest inadas a capt ar invest iment os est rangeiros.
Na sequência dest as alt erações, a part e mais signif icat iva da produção indust rial macaense 1t ransf eriu-se para aquela ZEE chinesa, deixando Macau com uma reduzida dimensão de produção indust rial e, em consequência, ent regue essencialment e à prest ação de serviços.
Nest e cont ext o o t urismo assumia agora uma ainda maior import ância. E, na época (como agora), quem f alava de “ t urismo” f alava de “ j ogo” .
A implement ação dest e modelo foi essencialment e financiado pelas receit as proporcionadas por est e, as quais subiram bast ant e na sequência da revisão, em 1976, do acordo de concessão de monopólio (dat ado de 1962) com o t ycoon do mesmo,
St anley Ho. Os impost os cobrados à indúst ria do j ogo asseguravam cerca de met ade das receit as da administ ração do Territ ório.
No f inal da administ ração port uguesa, que coincidia t ambém, parcialment e, com o final do período de monopólio do j ogo, viveu moment os part icularment e agit ados devido às lut as que se est abeleceram ent re as “ t ríades” chineas, nomeadament e com base em Hong Kong. Est e f enómeno e a insegurança pública que lhe andou associado, const it uiu, segundo alguns observadores, uma limit ação à cont inuação da rápida
1
expansão do j ogo no t errit ório que t erá sido uma das bases das dif iculdades económicas que o t errit ório sent iu no f inal dos anos 90.
Aquele modelo de cresciment o baseado nas “ grandes obras” f inanciadas essencialment e pelas receit as do j ogo t inha como inconvenient e principal o de que est ava condenado à part ida a esgot ar-se mais ou menos rapidament e devido à reduzida dimensão do Territ ório, a qual não permit ia que se prolongasse muit os anos a const rução de equipamentos colect ivos e de inf raest rut uras.
A cont inuação do desenvolviment o de Macau, adivinhava-se, est ava em causa e, adivinhava-se t ambém, só poderia ocorrer no cont ext o de uma sua inserção na região sul da China (pelo menos). Mas isso est ava dependent e da própria China e só ela a poderia levar a cabo. Daí que Port ugal “ j á não soubesse o que fazer” porque, só por si, pouco poderia fazer. Abençoado moment o da t ransferência de responsabilidades...
O modelo chinês de desenvolvimento de Macau:
mais do mesmo ou Casino Macau
Herdeira de uma sit uação económica pouco invej ável, com pouca experiência de gest ão macroeconómica --- what ever i t means numa economia de 20 e poucos kms2 e
de cerca de 500 mil habit ant es --- e, mal gr é bongr é, com um grau de aut onomia de
decisão f ace a Pequim ainda por t est ar, a nova administ ração não est ava nas melhores condições para ser capaz de, só por si, lut ar por uma ret oma económica que, no mínimo, “ marcasse a diferença” (pela posit iva) em relação à administ ração que a precedera.
Daí que a recuperação económica a que se assist iu nos dois primeiros anos se t ivesse f icado a dever mais a dois ef eit os relat ivament e ext eriores a Macau do que à “ bondade” das polít icas adopt adas.
Esses f oram: um cresciment o por arrast ament o relat ivament e ao da economia de Hong Kong (+10% em 2000); um import ant e
aument o dos visit ant es da nova RAEM com origem na China,
principalment e organizados em excursões que assim iam ver o “ filho pródigo”
recém-regressado ao convívio dos seus iguais no cont ext o da “ Grande China” .
Visit ant es organizados em pacot es t uríst icos
Ano Tot al Cont inent alDa China
1998 870 988 474 960 1999 1 056 134 600 999 2000 1 493 677 946 424 2001 1 603 819 982 401 2002 2 102 586 1 425 205 2003 1 536 998 1 258 215 2004 2 497 781 2 068 246 2005 2 675 753 2 101 745
Ent radas de t urist as Tx. anual cresci-ment o
1998 6 948 535
1999 7 443 924 7
2000 9 162 212 23 2001 10 278 973 12 2002 11 530 841 12
2003* 11 887 876 3 2004 16 672 556 40 2005 18 711 187 12
Not e-se, nos quadros acima, o abrandament o do cresciment o do número de t urist as em 2003. A causa dest a evolução é o despolet ar da chamada crise da SARS. Síndroma da Insuf iciência Respirat ória Aguda que at ingiu a Ásia, part icularment e a China, Taiwan e Hong Kong, em 2003. Est e abrandament o regist ou-se quer em relação ao t ot al dos t urist as ent rados em Macau quer, nat uralment e, aos que o f izeram em excursões organizadas provenient es da China Cont inent al.
Em respost a a est a sit uação e procurando evit ar o event ual desencadear de uma crise económica em result ado dest a descida de visit ant es o Governo de Pequim aut orizou em meados de 2003 que as visit as dos cidadãos chineses a Hong Kong e a Macau deixassem de ser, quase obrigat oriamente, ef ect uadas no quadro de excursões organizadas por uma qualquer est rut ura/ organização da RPC e permit iu que elas passassem a ser f eit as t ambém individualment e ou por f amílias.
O fim da SARS e das rest rições às viagens individuais a Macau t rouxeram consigo uma verdadeira explosão do número de t urist as: em 2004 ele aument ou 40% relat ivament e ao ano ant erior, passando de cerca de 12 milhões para quase 17 milhões. Também as viagens organizadas conheceram um grande aument o, t endo o número de chineses que visit aram Macau dest a f orma aument ado 800 mil em 2004 relat ivament e a 2003 (mais 65%).
Est a l iberalização das visit as de chineses a Macau (eles represent avam 12% dos visit ant es em 1998, 25% em 2000 e 56% em 2005) cont ribuiu decisivament e para o desenvolviment o do t urismo e do comércio. Quant o ao primeiro, a t axa de ocupação dos hot éis passou de 54% em 1999 para 58% no ano seguint e e para 76% e 71%, respect ivament e, em 2004 e 2005 apesar de o número de quart os t er aument ado de 9 mil em 1998 para 11 mil em 2005.
Quant o ao segundo, o comércio, é de salient ar que os visit ant es represent am um mercado import ant íssimo --- nomeadament e para o comércio propriament e dit o e a rest auração --- j á que se est ima que a sua despesa média sej a de cerca de 2300 MOP, o equivalent e a cerca de 230 €. Trat a-se, pois, de um cont ribut o import ant e para o PIB de Macau.
Est e cresciment o rápido do número de t urist as, part icularment e da RPC, f oi um dos fact ores que t erão cont ribuído para o grande int eresse de empresas especializadas nos “ j ogos de f ort una e azar” para aproveit arem o f im do monopólio da STDM-Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, em 2002, para concorrerem a uma das t rês licenças de j ogo que o governo da RAEM resolveu leiloar para diversif icar e t ent ar increment ar a indúst ria do j ogo. Cada uma dest as licenças é, por sua vez, “ desdobrável” em seis out ras, mult iplicando signif icat ivament e o número de casinos que j á f uncionam ou podem vir a f uncionar, de f act o, em Macau.
Not e-se que as subconcessões das licenças de j ogo --- aut orização para uma companhia diferent e da inicialment e concessionada pelo Governo da RAEM operar j ogo sob uma licença das empresas concessionárias --- foram t ransaccionadas pelo dobro do mont ant e do invest iment o inicial impost o aos concessionários nos acordos por eles assinados com o Governo.
Melco/ PBL t erá pago cerca de 900 milhões USD (equivalent es a cerca de 7, 2 mil milhões MOP) à Wynn Resort s, uma das empresas a que o Governo da RAEM concedeu uma licença (desdobrável em seis) para a exploração de casinos. O invest iment o a que est a se obrigou foi de 4 mil milhões MOP no tot al 2.
Um dos casinos recent ement e inst alados em Macau, o Sands (ao lado), é act ualment e o maior
casino do mundo relat ivament e ao número de máquinas e de mesas disponíveis para j ogar. Foi inaugurado em Maio de 2004 e a sua rent abilidade é t al que os seus propriet ários, que t inham est imado um período de 5-7 anos para recuperarem o invest iment o, viram est e amort izado ao f im de cerca de ... um ano e meio.
Aquando da sua inauguração est e casino veio j unt ar-se a out ros j á exist ent es como o “ pat riarca” “ Casino Lisboa” , do grupo STDM (fot o em cima, à esquerda).
Ent ret ant o f oi inaugurado out ro grande casino, o Wynn (fot o acima) e à esquerda do
2
As t rês empresas vencedoras do concurso para a concessão das t rês licenças de j ogo foram a SJM-Sociedade do Jogo de Macau (do grupo STDM, de St anley Ho, que t inha sido a monopolista dos j ogos desde 1962), a Wynn Resort , de Las Vegas, e a Galaxy Holdings, t ambém com capit ais de Las Vegas. Os
invest iment os a que se obrigaram no cont ext o dos respectivos cont rat os de concessão foram de, respect ivament e, 4,7 mil milhões de MOP, 4 mil milhões e 8,8 mil milhões (as duas últ imas deverão efect uar os seus invest iment os no prazo de 7 anos).
O novo Macau
CasinoSands 2004
Casino Galaxy Waldo 2004
Casino Wynn 2006
Casino Grand Lisboa 2006
Casino Galaxy St arWorld 2006 Casino/ Hotel Venet ian 2006-09 Casino Galaxy Cot ai 2006-09
Casino MGM Macau 2007
Casino Park Hyat t 2007
Pont e Sai Van 2004
Pavilhão Desport ivo 2005
Port o de Pescadores 2005
“ Pont e 16” 2006
Cent ro de Ciência 2006
Cent ro Shun Tak 2007-09
“ Casino Lisboa” est á a ser const ruído o Gr and Lisboa, do grupo SJM (vd. acima f ot o da
fase de const rução e maquet a). Por det rás do “ Lisboa” e do “ Wynn” est á sendo const ruído out ro grande casino.
Todos est es casinos (nomeadament e o MGM Grand Macau e o Galaxy St arWorld, f ot os das maquet as ao lado) est ão a ser edif icados numa zona que alguns j á apelidaram de “ Macau St rip” , na zona e ao longo da Avª da Amizade, que limit a a nort e os Novos At erros do Port o Ext erior.
Simult aneament e com o “ redesenhar” dest a zona, out ra est á em pleno desenvolviment o: o at erro ent re as ilhas da Taipa e de Coloane e que f oi bapt izado de COTAI (de COloane e TAIpa). Est e at erro (vd maquet a abaixo) cont ribuiu para o
aument o da área do Territ ório dos cerca de 22 kms2 de há alguns at rás para os act uais 27,3 kms2.
Nele est ão a inst alar-se algumas das maiores inf raest rut uras hot eleiras de Macau, sempre com casinos associados. O t ot al dos invest iment os nest a zona est á est imado ent re 5 e 10 biliões de USD, devendo os vários hot éis a const ruir t ot alizar cerca de 60 mil quart os.
De quant o f ica dit o parece evident e que a est rat égia seguida pelas novas
O modelo adopt ado passa a ser, pois, de “ Turismo & Diversões” (incluindo o j ogo e organização de convenções) e os grandes proj ectos hot eleiros e de casinos cont emplam, no essencial, est a dupla dimensão.
Not e-se que est a dif erença de “ grau” --- “ mais do mesmo” ou, at é, “mui t o mais do
mesmo” --- só est ava, na verdade, ao alcance das aut oridades chinesas j á que elas é que det êm a “ t orneira” dos fluxos t uríst icos da China Cont inent al e só elas poderiam, como f izeram, adopt ar uma polít ica, enquadrada em opções ao nível nacional e não apenas local, de t ransf ormar Macau no que se est á a t ornar: o “ Casino Macau” , onde t oda a China vai f azer uma das coisas de que mais gost a --- desaf iar a sort e j ogando! Est a via --- ou, pelo menos a sua escala --- est ava, pela nat ureza das coisas, vedada à administ ração port uguesa.
Dit o ist o, há lugar a f azer aqui uma ressalva: a de que as aut oridades de Macau e, principalment e, os principais invest idores na indúst ria do j ogo --- part icularment e os que t êm a sua base em Las Vegas --- t êm, aparent ement e, uma visão muit o mais ampla do seu mercado pot encial. Ele não se rest ringe à China Popular, ant es se est endendo a t oda a Ásia Orient al (do Japão a Singapura e Indonésia) e, mesmo, out ras zonas do globo que se poderão sent ir at raídas por est a “ Las Vegas do Orient e” .
Est a t ransf ormação de Macau no casino da Ásia não dispensa, ant es reforça, uma out ra vert ent e do desenvolviment o no t empo da administ ração port uguesa e que parece cont inuar na act ualidade: a de const rução de grandes infraest rut uras de apoio ao referido desenvolviment o (pont es, reordenament o urbano, COTAI) e que exigem, nomeadament e, um aument o signif icat ivo das despesas públicas, part icularment e de capit al. Est as, que no f inal da administ ração port uguesa
represent avam 8,5% dos gast os t ot ais, represent aram cerca de 21,6%, em média, no biénio 2004-05.
Not e-se, porém, que o período 1998-99 não será represent at ivo do período de maiores invest iment os em Macau pela administ ração port uguesa por a maior part e deles est ar j á, ent ão, concluída.
Est as despesas e, em geral t odas as despesas públicas, f oram f inanciadas essencialment e com recurso às receit as do Est ado, part icular-ment e as resul t ant es da t ribut ação do j ogo. Despesas t ot ais
(mil MOP)
Tx. Cresc. %
1998 15.505.724
1999 16.636.176 +7,3 2000 15.024.270 -9,7 2001 15.220.788 +1,3 2002 13.486.946 -11,4 2003 15.712.968 +16,5 2004 17.703.006 +12,7 2005 21.184.258 +19,7
Despesas de capit al (1000 MOP)
1998 1.595.479 TxCresc% 1999 1.122.404 -30 2000 865.067 -23 2001 1.118.972 29
Est a, part icul arment e depois de revist o o regime de exploração do mesmo --- fim do monopólio de 40 anos da STDM em 2002 --- viu os seus valores aument arem signif icat ivament e, mais que duplicando ent re 2002 e 2005. Not em-se, part icularment e, os grandes acréscimos regist ados em 2003 (início do novo regime de exploração do j ogo) e em 2004, ano do início da exploração do Sands, act ualment e o maior casino do mundo.
A import ância relat iva dest as receit as no conj unt o das receit as do Est ado t ambém aument ou, passando dos 51% de 2002 para os 64 e 61% de 2004 e 2005, respect ivament e. Ist o t raduz um aument o da dependência das finanças públ icas de Macau em relação às receit as da t ribut ação dos “ j ogos de fort una e azar” .
Agradeciment os
Est e t ext o não t eria sido possível sem o f inanciament o parcial da FCT no quadro do apoio plurianual concedido ao CEsA, o cent ro de est udos da área do desenvolviment o do ISEG/ UTL a que o aut or pert ence e de que é act ualment e vice-president e.
Da mesma f orma, não t eria sido possível sem as cont ribuições, result ant es de ent revist as conduzidas em Macau, de José João Pãosinho, Regina Tam e Sau San Chan.
BIBLIOGRAFIA
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DSEC-Direcção dos Serviços de Est at íst ica e Censos da RAEM Bol et i ns Mensais de Est at íst i ca, vários números
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2004
WELKER, Jennif er The new Macau, China-Link Publishing (Macau), 2005
Receit as públicas (milhões MOP)
(1)
Tot al
(2)
Impost os sobre o
j ogo (3)
% (3)/ (2)
(4)
Taxa de cr esc. das r ecei t as
t ot ai s (%) (5)
Taxa cr esc. Rec. Jogo
(%) (6)
2002 15.227 7.766 51
2003 18.370 10.579 58 21 36
2004 23.864 15.237 64 30 44
Timel i ne
da evolução da RAEM
(baseado em W.S. Ho Macao’ s Economy Si nce t he Handover, 2005, Aut oridade
Monet ária de Macau)
1999
20 de Dezembr o – A Região Administ rat iva Especial de Macau da República
Popular da China é of icialment e est abelecida.
2000
Agost o – Aos resident es permanent es de Hong Kong são concedidos vist os de
ent rada com a duração de um ano, aquando da sua visit a a Macau. Para além disso, o período de est ada permit ido para visit ant es que não necessit am de vist o de ent rada, aument a para 30 dias.
Out ubr o – O proj ect o Fi sherman’ s Whar f/ Port o de Pesca Tradicional que cust ará
0,8 mil milhões MOP, é aprovado pelo governo RAEM.
2001
Novembr o – O chefe Execut ivo do Governo RAEM faz um discurso onde anuncia
um conj unt o de medidas de polít ica f iscal a serem t omadas j á em 2002, com o obj ect ivo de est imular a economia. Est as medidas incluem sobret udo: isenção e redução de impost os no valor de 250 milhões MOP, financiament o para especialização e reemprego no valor de 400 milhões MOP e invest iment os em infra-est rut uras e out ros t rabalhos públicos no valor de 1,6 mil milhões MOP. Dest aca ainda o fact o de a est rut ura económica de Macau ser suport ada por serviços (com ênf ase no t urismo e no j ogo) que serviam de aj uda ao desenvolviment o de out ros sect ores.
Dezembr o – Vint e e uma empresas submet em licit ações para t rês licenças de
j ogo, a serem emit idas paralelament e à nova lei de j ogo em vigor.
2002
Fever ei r o – A Comissão de Avaliação para a Concessão de Licenças de Jogo
anuncia que as concessões de exploração de casinos foram at ribuídas à Sociedade de Jogos de Macau, SA; à Wynn Resort s (Macau), SA; e à Galaxy Casino, SA. As concessões foram at ribuídas t endo em consideração a experiência dos licit adores no do j ogo e negócios afins, t ais como a gest ão de r esor t s, ent ret eniment o, exposições e conf erências. O result ado f ormal
surge paralelament e com a polít ica governament al para o desenvolviment o de Macau como cent ro regional de serviços, com ênfase no t urismo e no j ogo.
Abr i l – A SJM assina com o Governo RAEM um cont ract o de 18 anos para a
concessão de casino de j ogos, o qual ent rou em vigor a 1 de Abril de 2002. A SJM compromet e-se a invest ir, ao longo dos anos seguint es, 4,7 mil milhões MOP em j ogo, ent ret eniment o e proj ect os relacionados. Onze casinos, 330 mesas de j ogo e mais ou menos 7000 empregados foram
t ransf eridos da STDM, a ant iga concessionária de casinos e shar ehol di ng
da SJM, para a SJM.
Junho – O governo da RAEM assina um cont ract o de 20 anos, para a concessão da
f icam obrigadas a cumprir o invest iment o previst o de 4,0 e 8,8 mil milhões MOP, respect ivament e, nos set e anos seguint es.
Dezembr o – O Secret ário da Economia e Finanças da RAEM af irma est ar conf iant e
no desenvolviment o de Macau em t rês plat af ormas de serviços: primeiro, a plat aforma de serviços empresariais da China cont inent al; segundo, a plat af orma de promoção de act ividades empresariais ent re a China cont inent al e os países de língua oficial port uguesa; finalment e, a plat af orma de conexão além-mar das act ividades empresariais chinesas.
2003
Segundo t r i mest r e – o surt o da Síndroma Respirat ória Aguda / Pneumonia At ípica
(SARS) af ect a negat ivament e o cresciment o económico de Macau e as economias dos países vizinhos.
Agost o – O Conselho de Est ado decide o início dos t rabalhos de preparação para
a Pont e Hong Kong-Zuhai-Macau.
12-14 de Out ubr o – O primeiro f órum a nível minist erial sobre Cooperação
Económica e Comercial ent re a China e os Países de Língua Oficial Port uguesa t eve lugar em Macau. Funcionários e empresários da China e de set e países de língua port uguesa part iciparam nest e event o, nomeadament e Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Port ugal e Timor-Lest e. Durant e o event o que durou t rês dias os países part icipant es assinaram o “ Plano de Acção da Cooperação Económica e Comercial” para incent ivar a cooperação f ut ura, a nível económico e int er-governament al.
17 de Out ubr o – O Acordo de Est reit ament o de Relações Económicas ent re o
Cont inent e Chinês e Macau (CEPA) e os seus seis anexos é assinado. De acordo com o acordo comercial, duas das part es f ormariam uma parceria mais est reit a em t rês grandes áreas, nomeadament e, o comércio de bens, o comércio de serviços, e o auxílio ao desenvolviment o do comércio e invest iment os. Desde 1 de Janeiro de 2004 que alguns produt os macaenses dent ro de cat egorias de impost os seleccionadas, usuf ruem de t arif as-zero na sua ent rada na China Cont inent al. Algumas empresas locais e alguns prof issionais t ambém obt iveram acesso ao mercado da China Cont inent al.
2004
1-3 de Junho – O “ Pan-Pearl River Delt a Regional Cooperat ion and Development
Fórum” t em lugar em Hong-Kong, Macau e Guangzhou. Of iciais do governo e empresários das nove províncias/ regiões, assim como duas Regiões Administ rat ivas Especiais part iciparam nest e acont eciment o. Durant e o event o, que durou t rês dias, as províncias/ regiões part icipant es e as RAEs assinaram o “ Pan-Pearl River Delt a Cooperat ion Framework Agreement ” para f oment ar a cooperação, a compat ibilidade geral e o desenvolviment o económico da região.
29 de Out ubr o – É assinada a segunda fase do acordo do CEPA (CEPA II), ent re o