• Nenhum resultado encontrado

Casino “Macau”: evolução da RAE Macau desde a transferência de administração

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "Casino “Macau”: evolução da RAE Macau desde a transferência de administração"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

Casino “ Macau” : evolução da RAE Macau

desde a t ransferência de administ ração

Por

Ant ónio M. de Almeida Serra (CEsA/ ISEG/ UTL)

Um observador da evolução de Macau no f inal da administ ração port uguesa e no início da administ ração chinesa da act ual Região Administ rat iva Especial de Macau seria t ent ado a dizer que “ os port ugueses j á não sabem o que f azer... e o pior é que os chineses t ambém não” .

Os dados sobre a evol ução da produção de Macau desde 1998 parece conf irmarem a part e relat iva à administ ração port u-guesa e deixam a port a abert a para a um j ulgament o semelhan-t e, mas não semelhan-t ão negat ivo, quant o aos primeiros t empos da administ ração chinesa (de Macau) da Região.

As t axas de desemprego apont am, algo nat uralment e, no mesmo sent ido: de 4,6% em 1998 passou-se a 6,4% no ano seguint e.

Macau: taxa de crescimento real médio anual do PIB (%)

-4,6

5,7

10,1

14,2

6,7

2,9

-2,4

28,3

-10 -5 0 5 10 15 20 25 30

(2)

O t ext o que agora iniciamos visa principalment e const it uir umt our d’ hor izon sobre

as grandes l inhas de evolução de Macau após a t ransf erência da sua administ ração para a República Popular da China.

Macau português : o modelo das grandes obras

Est a, como se sabe, ocorreu às zero horas de 20 de Dezembro de 2000, dat a escolhida de f orma a assegurar que a t ransf erência da administ ração se f azia depois da de Hong Kong, “ pont o de honra” da part e port uguesa j á que ela assegurava que Port ugal, o primeiro país europeu a chegar à Ásia, seria o últ imo a deixá-l a. Mais prosaicament e, há indicações de que a dat a foi escolhida t ambém para evit ar o incómodo de muit os dos port ugueses virem passar o Nat al a Port ugal e depois t erem de volt ar a Macau só para ent regarem as chaves...

Est a dat a sat isf azia t ambém a part e chinesa j á que lhe permit ia cumprir dois dos seus obj ect ivos fundament ais: fazer a passagem do milénio com (quase...) t oda a China reunif icada (f icava apenas a f alt ar a “ cerej a” do bolo, Taiwan) e... “ dar uma bof et ada de luva branca” aos ingleses, que t inham t ornado as negociações com a China para a t ransf erência de Hong Kong num quase pesadelo.

Not e-se que a pront idão com que a nova administ ração se encarregou de eliminar t odo e qualquer sinal da ant erior presença administ rat iva de Port ugal --- simbolizada pelo rápido t apar dos símbolos e dizeres no edif ício do Leal Senado logo que t erminaram as badaladas da meia-noit e --- parecia apont ar para uma vont ade de cort ar radicalment e com o passado, nomeadament e o mais recent e, provavelment e não apenas no domínio polít ico-administ rat ivo mas t ambém nout ros domínios.

As dif iculdades que a economia do t errit ório sent iu nos últ imos anos da administ ração port uguesa (vej am-se as t axas de desemprego e as t axas de cresciment o negat ivas que ent ão ocorreram e que se f icaram

a dever, em part e, a f enómenos ext eriores a Macau como a crise asiát ica de 1997-98) poderiam j ust if icar que t al l inha de “ rupt ura” com o passado se est endesse à economia, ainda que no quadro geral do compromisso de “ um país, dois sist emas” .

(3)

e de Carlos Melancia (1987-90), a quem coube execut ar muit as das obras planeadas e out ras.

Foi nesse cont ext o que, com o obj ect ivo (ilusório?) de dar a Macau uma relat iva aut onomia f ace a Hong Kong e, mesmo, à zona cont ígua da China Popular (a província de Guangdong/ Cant ão) que diminuísse a sua dependência face aos seus vizinhos, se lançou a const rução de várias infraest rut uras (nomeadament e o aeroport o, o port o e a cent ral eléct rica mas t ambém pont es de ligação ent re a península de Macau e a ilha da Taipa) e se negociaram acordos com inst it uições ext eriores a Macau --- nomeadament e organizações int ernacionais como a União Europeia, o GATT, et c.

De not ar que as linhas mest ras do desenvolviment o do Territ ório naquilo que j á se sabia que seriam os últ imos anos da administ ração port uguesa f oram def inidas num cont ext o em que não se sabia ainda --- e era dif ícil prever --- quais seriam as consequências para Macau --- e para a própria China --- das alt erações de orient ação do desenvolviment o da RPChina aprovadas pelo Part ido Comunist a Chinês no final de 1978.

Uma das linhas orient adoras dest as ref ormas f oi a criação de “ zonas económicas especiais” , uma das quais abrangendo a zona front eiriça de Macau (Zhuhai; vd fot o ao lado), dest inadas a capt ar invest iment os est rangeiros.

Na sequência dest as alt erações, a part e mais signif icat iva da produção indust rial macaense 1t ransf eriu-se para aquela ZEE chinesa, deixando Macau com uma reduzida dimensão de produção indust rial e, em consequência, ent regue essencialment e à prest ação de serviços.

Nest e cont ext o o t urismo assumia agora uma ainda maior import ância. E, na época (como agora), quem f alava de “ t urismo” f alava de “ j ogo” .

A implement ação dest e modelo foi essencialment e financiado pelas receit as proporcionadas por est e, as quais subiram bast ant e na sequência da revisão, em 1976, do acordo de concessão de monopólio (dat ado de 1962) com o t ycoon do mesmo,

St anley Ho. Os impost os cobrados à indúst ria do j ogo asseguravam cerca de met ade das receit as da administ ração do Territ ório.

No f inal da administ ração port uguesa, que coincidia t ambém, parcialment e, com o final do período de monopólio do j ogo, viveu moment os part icularment e agit ados devido às lut as que se est abeleceram ent re as “ t ríades” chineas, nomeadament e com base em Hong Kong. Est e f enómeno e a insegurança pública que lhe andou associado, const it uiu, segundo alguns observadores, uma limit ação à cont inuação da rápida

1

(4)

expansão do j ogo no t errit ório que t erá sido uma das bases das dif iculdades económicas que o t errit ório sent iu no f inal dos anos 90.

Aquele modelo de cresciment o baseado nas “ grandes obras” f inanciadas essencialment e pelas receit as do j ogo t inha como inconvenient e principal o de que est ava condenado à part ida a esgot ar-se mais ou menos rapidament e devido à reduzida dimensão do Territ ório, a qual não permit ia que se prolongasse muit os anos a const rução de equipamentos colect ivos e de inf raest rut uras.

A cont inuação do desenvolviment o de Macau, adivinhava-se, est ava em causa e, adivinhava-se t ambém, só poderia ocorrer no cont ext o de uma sua inserção na região sul da China (pelo menos). Mas isso est ava dependent e da própria China e só ela a poderia levar a cabo. Daí que Port ugal “ j á não soubesse o que fazer” porque, só por si, pouco poderia fazer. Abençoado moment o da t ransferência de responsabilidades...

O modelo chinês de desenvolvimento de Macau:

mais do mesmo ou Casino Macau

Herdeira de uma sit uação económica pouco invej ável, com pouca experiência de gest ão macroeconómica --- what ever i t means numa economia de 20 e poucos kms2 e

de cerca de 500 mil habit ant es --- e, mal gr é bongr é, com um grau de aut onomia de

decisão f ace a Pequim ainda por t est ar, a nova administ ração não est ava nas melhores condições para ser capaz de, só por si, lut ar por uma ret oma económica que, no mínimo, “ marcasse a diferença” (pela posit iva) em relação à administ ração que a precedera.

Daí que a recuperação económica a que se assist iu nos dois primeiros anos se t ivesse f icado a dever mais a dois ef eit os relat ivament e ext eriores a Macau do que à “ bondade” das polít icas adopt adas.

Esses f oram: um cresciment o por arrast ament o relat ivament e ao da economia de Hong Kong (+10% em 2000); um import ant e

aument o dos visit ant es da nova RAEM com origem na China,

principalment e organizados em excursões que assim iam ver o “ filho pródigo”

recém-regressado ao convívio dos seus iguais no cont ext o da “ Grande China” .

Visit ant es organizados em pacot es t uríst icos

Ano Tot al Cont inent alDa China

1998 870 988 474 960 1999 1 056 134 600 999 2000 1 493 677 946 424 2001 1 603 819 982 401 2002 2 102 586 1 425 205 2003 1 536 998 1 258 215 2004 2 497 781 2 068 246 2005 2 675 753 2 101 745

Ent radas de t urist as Tx. anual cresci-ment o

1998 6 948 535

1999 7 443 924 7

2000 9 162 212 23 2001 10 278 973 12 2002 11 530 841 12

2003* 11 887 876 3 2004 16 672 556 40 2005 18 711 187 12

(5)

Not e-se, nos quadros acima, o abrandament o do cresciment o do número de t urist as em 2003. A causa dest a evolução é o despolet ar da chamada crise da SARS. Síndroma da Insuf iciência Respirat ória Aguda que at ingiu a Ásia, part icularment e a China, Taiwan e Hong Kong, em 2003. Est e abrandament o regist ou-se quer em relação ao t ot al dos t urist as ent rados em Macau quer, nat uralment e, aos que o f izeram em excursões organizadas provenient es da China Cont inent al.

Em respost a a est a sit uação e procurando evit ar o event ual desencadear de uma crise económica em result ado dest a descida de visit ant es o Governo de Pequim aut orizou em meados de 2003 que as visit as dos cidadãos chineses a Hong Kong e a Macau deixassem de ser, quase obrigat oriamente, ef ect uadas no quadro de excursões organizadas por uma qualquer est rut ura/ organização da RPC e permit iu que elas passassem a ser f eit as t ambém individualment e ou por f amílias.

O fim da SARS e das rest rições às viagens individuais a Macau t rouxeram consigo uma verdadeira explosão do número de t urist as: em 2004 ele aument ou 40% relat ivament e ao ano ant erior, passando de cerca de 12 milhões para quase 17 milhões. Também as viagens organizadas conheceram um grande aument o, t endo o número de chineses que visit aram Macau dest a f orma aument ado 800 mil em 2004 relat ivament e a 2003 (mais 65%).

Est a l iberalização das visit as de chineses a Macau (eles represent avam 12% dos visit ant es em 1998, 25% em 2000 e 56% em 2005) cont ribuiu decisivament e para o desenvolviment o do t urismo e do comércio. Quant o ao primeiro, a t axa de ocupação dos hot éis passou de 54% em 1999 para 58% no ano seguint e e para 76% e 71%, respect ivament e, em 2004 e 2005 apesar de o número de quart os t er aument ado de 9 mil em 1998 para 11 mil em 2005.

Quant o ao segundo, o comércio, é de salient ar que os visit ant es represent am um mercado import ant íssimo --- nomeadament e para o comércio propriament e dit o e a rest auração --- j á que se est ima que a sua despesa média sej a de cerca de 2300 MOP, o equivalent e a cerca de 230 €. Trat a-se, pois, de um cont ribut o import ant e para o PIB de Macau.

Est e cresciment o rápido do número de t urist as, part icularment e da RPC, f oi um dos fact ores que t erão cont ribuído para o grande int eresse de empresas especializadas nos “ j ogos de f ort una e azar” para aproveit arem o f im do monopólio da STDM-Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, em 2002, para concorrerem a uma das t rês licenças de j ogo que o governo da RAEM resolveu leiloar para diversif icar e t ent ar increment ar a indúst ria do j ogo. Cada uma dest as licenças é, por sua vez, “ desdobrável” em seis out ras, mult iplicando signif icat ivament e o número de casinos que j á f uncionam ou podem vir a f uncionar, de f act o, em Macau.

Not e-se que as subconcessões das licenças de j ogo --- aut orização para uma companhia diferent e da inicialment e concessionada pelo Governo da RAEM operar j ogo sob uma licença das empresas concessionárias --- foram t ransaccionadas pelo dobro do mont ant e do invest iment o inicial impost o aos concessionários nos acordos por eles assinados com o Governo.

(6)

Melco/ PBL t erá pago cerca de 900 milhões USD (equivalent es a cerca de 7, 2 mil milhões MOP) à Wynn Resort s, uma das empresas a que o Governo da RAEM concedeu uma licença (desdobrável em seis) para a exploração de casinos. O invest iment o a que est a se obrigou foi de 4 mil milhões MOP no tot al 2.

Um dos casinos recent ement e inst alados em Macau, o Sands (ao lado), é act ualment e o maior

casino do mundo relat ivament e ao número de máquinas e de mesas disponíveis para j ogar. Foi inaugurado em Maio de 2004 e a sua rent abilidade é t al que os seus propriet ários, que t inham est imado um período de 5-7 anos para recuperarem o invest iment o, viram est e amort izado ao f im de cerca de ... um ano e meio.

Aquando da sua inauguração est e casino veio j unt ar-se a out ros j á exist ent es como o “ pat riarca” “ Casino Lisboa” , do grupo STDM (fot o em cima, à esquerda).

Ent ret ant o f oi inaugurado out ro grande casino, o Wynn (fot o acima) e à esquerda do

2

As t rês empresas vencedoras do concurso para a concessão das t rês licenças de j ogo foram a SJM-Sociedade do Jogo de Macau (do grupo STDM, de St anley Ho, que t inha sido a monopolista dos j ogos desde 1962), a Wynn Resort , de Las Vegas, e a Galaxy Holdings, t ambém com capit ais de Las Vegas. Os

invest iment os a que se obrigaram no cont ext o dos respectivos cont rat os de concessão foram de, respect ivament e, 4,7 mil milhões de MOP, 4 mil milhões e 8,8 mil milhões (as duas últ imas deverão efect uar os seus invest iment os no prazo de 7 anos).

O novo Macau

CasinoSands 2004

Casino Galaxy Waldo 2004

Casino Wynn 2006

Casino Grand Lisboa 2006

Casino Galaxy St arWorld 2006 Casino/ Hotel Venet ian 2006-09 Casino Galaxy Cot ai 2006-09

Casino MGM Macau 2007

Casino Park Hyat t 2007

Pont e Sai Van 2004

Pavilhão Desport ivo 2005

Port o de Pescadores 2005

“ Pont e 16” 2006

Cent ro de Ciência 2006

Cent ro Shun Tak 2007-09

(7)

“ Casino Lisboa” est á a ser const ruído o Gr and Lisboa, do grupo SJM (vd. acima f ot o da

fase de const rução e maquet a). Por det rás do “ Lisboa” e do “ Wynn” est á sendo const ruído out ro grande casino.

Todos est es casinos (nomeadament e o MGM Grand Macau e o Galaxy St arWorld, f ot os das maquet as ao lado) est ão a ser edif icados numa zona que alguns j á apelidaram de “ Macau St rip” , na zona e ao longo da Avª da Amizade, que limit a a nort e os Novos At erros do Port o Ext erior.

Simult aneament e com o “ redesenhar” dest a zona, out ra est á em pleno desenvolviment o: o at erro ent re as ilhas da Taipa e de Coloane e que f oi bapt izado de COTAI (de COloane e TAIpa). Est e at erro (vd maquet a abaixo) cont ribuiu para o

aument o da área do Territ ório dos cerca de 22 kms2 de há alguns at rás para os act uais 27,3 kms2.

Nele est ão a inst alar-se algumas das maiores inf raest rut uras hot eleiras de Macau, sempre com casinos associados. O t ot al dos invest iment os nest a zona est á est imado ent re 5 e 10 biliões de USD, devendo os vários hot éis a const ruir t ot alizar cerca de 60 mil quart os.

De quant o f ica dit o parece evident e que a est rat égia seguida pelas novas

(8)

O modelo adopt ado passa a ser, pois, de “ Turismo & Diversões” (incluindo o j ogo e organização de convenções) e os grandes proj ectos hot eleiros e de casinos cont emplam, no essencial, est a dupla dimensão.

Not e-se que est a dif erença de “ grau” --- “ mais do mesmo” ou, at é, “mui t o mais do

mesmo” --- só est ava, na verdade, ao alcance das aut oridades chinesas j á que elas é que det êm a “ t orneira” dos fluxos t uríst icos da China Cont inent al e só elas poderiam, como f izeram, adopt ar uma polít ica, enquadrada em opções ao nível nacional e não apenas local, de t ransf ormar Macau no que se est á a t ornar: o “ Casino Macau” , onde t oda a China vai f azer uma das coisas de que mais gost a --- desaf iar a sort e j ogando! Est a via --- ou, pelo menos a sua escala --- est ava, pela nat ureza das coisas, vedada à administ ração port uguesa.

Dit o ist o, há lugar a f azer aqui uma ressalva: a de que as aut oridades de Macau e, principalment e, os principais invest idores na indúst ria do j ogo --- part icularment e os que t êm a sua base em Las Vegas --- t êm, aparent ement e, uma visão muit o mais ampla do seu mercado pot encial. Ele não se rest ringe à China Popular, ant es se est endendo a t oda a Ásia Orient al (do Japão a Singapura e Indonésia) e, mesmo, out ras zonas do globo que se poderão sent ir at raídas por est a “ Las Vegas do Orient e” .

Est a t ransf ormação de Macau no casino da Ásia não dispensa, ant es reforça, uma out ra vert ent e do desenvolviment o no t empo da administ ração port uguesa e que parece cont inuar na act ualidade: a de const rução de grandes infraest rut uras de apoio ao referido desenvolviment o (pont es, reordenament o urbano, COTAI) e que exigem, nomeadament e, um aument o signif icat ivo das despesas públicas, part icularment e de capit al. Est as, que no f inal da administ ração port uguesa

represent avam 8,5% dos gast os t ot ais, represent aram cerca de 21,6%, em média, no biénio 2004-05.

Not e-se, porém, que o período 1998-99 não será represent at ivo do período de maiores invest iment os em Macau pela administ ração port uguesa por a maior part e deles est ar j á, ent ão, concluída.

Est as despesas e, em geral t odas as despesas públicas, f oram f inanciadas essencialment e com recurso às receit as do Est ado, part icular-ment e as resul t ant es da t ribut ação do j ogo. Despesas t ot ais

(mil MOP)

Tx. Cresc. %

1998 15.505.724

1999 16.636.176 +7,3 2000 15.024.270 -9,7 2001 15.220.788 +1,3 2002 13.486.946 -11,4 2003 15.712.968 +16,5 2004 17.703.006 +12,7 2005 21.184.258 +19,7

Despesas de capit al (1000 MOP)

1998 1.595.479 TxCresc% 1999 1.122.404 -30 2000 865.067 -23 2001 1.118.972 29

(9)

Est a, part icul arment e depois de revist o o regime de exploração do mesmo --- fim do monopólio de 40 anos da STDM em 2002 --- viu os seus valores aument arem signif icat ivament e, mais que duplicando ent re 2002 e 2005. Not em-se, part icularment e, os grandes acréscimos regist ados em 2003 (início do novo regime de exploração do j ogo) e em 2004, ano do início da exploração do Sands, act ualment e o maior casino do mundo.

A import ância relat iva dest as receit as no conj unt o das receit as do Est ado t ambém aument ou, passando dos 51% de 2002 para os 64 e 61% de 2004 e 2005, respect ivament e. Ist o t raduz um aument o da dependência das finanças públ icas de Macau em relação às receit as da t ribut ação dos “ j ogos de fort una e azar” .

Agradeciment os

Est e t ext o não t eria sido possível sem o f inanciament o parcial da FCT no quadro do apoio plurianual concedido ao CEsA, o cent ro de est udos da área do desenvolviment o do ISEG/ UTL a que o aut or pert ence e de que é act ualment e vice-president e.

Da mesma f orma, não t eria sido possível sem as cont ribuições, result ant es de ent revist as conduzidas em Macau, de José João Pãosinho, Regina Tam e Sau San Chan.

BIBLIOGRAFIA

CHAN S. S. The Macau economy, Universidade de Macau, 2000

DSEC-Direcção dos Serviços de Est at íst ica e Censos da RAEM Bol et i ns Mensais de Est at íst i ca, vários números

HO, W. S. “ Macao’ s economy since t he handover” in Bol et i m Tr i mest ral da AMCM, nº 14,

Janeiro/ 2005, Aut oridade Monet ária de Macau, 2005

NUNES, Maria Rosalina C. de Cast ro, Macau: um pequeno t er r i t ór i o em gr ande t r ansf or mação. Um ol har sobr e as duas úl t i mas décadas do Séc. XX, CEsA – Document o

de Trabalho nº 38, Lisboa, 1995

PAO, Jay W. “ Recent development s and prospect s of Macao’ s t ourism indust ry” in

Bol et i m Tr i mest r al da AMCM, nº 13, Out ubro/ 2004, Aut oridade Monet ária de Macau,

2004

WELKER, Jennif er The new Macau, China-Link Publishing (Macau), 2005

Receit as públicas (milhões MOP)

(1)

Tot al

(2)

Impost os sobre o

j ogo (3)

% (3)/ (2)

(4)

Taxa de cr esc. das r ecei t as

t ot ai s (%) (5)

Taxa cr esc. Rec. Jogo

(%) (6)

2002 15.227 7.766 51

2003 18.370 10.579 58 21 36

2004 23.864 15.237 64 30 44

(10)

Timel i ne

da evolução da RAEM

(baseado em W.S. Ho Macao’ s Economy Si nce t he Handover, 2005, Aut oridade

Monet ária de Macau)

1999

20 de Dezembr o – A Região Administ rat iva Especial de Macau da República

Popular da China é of icialment e est abelecida.

2000

Agost o – Aos resident es permanent es de Hong Kong são concedidos vist os de

ent rada com a duração de um ano, aquando da sua visit a a Macau. Para além disso, o período de est ada permit ido para visit ant es que não necessit am de vist o de ent rada, aument a para 30 dias.

Out ubr o – O proj ect o Fi sherman’ s Whar f/ Port o de Pesca Tradicional que cust ará

0,8 mil milhões MOP, é aprovado pelo governo RAEM.

2001

Novembr o – O chefe Execut ivo do Governo RAEM faz um discurso onde anuncia

um conj unt o de medidas de polít ica f iscal a serem t omadas j á em 2002, com o obj ect ivo de est imular a economia. Est as medidas incluem sobret udo: isenção e redução de impost os no valor de 250 milhões MOP, financiament o para especialização e reemprego no valor de 400 milhões MOP e invest iment os em infra-est rut uras e out ros t rabalhos públicos no valor de 1,6 mil milhões MOP. Dest aca ainda o fact o de a est rut ura económica de Macau ser suport ada por serviços (com ênf ase no t urismo e no j ogo) que serviam de aj uda ao desenvolviment o de out ros sect ores.

Dezembr o – Vint e e uma empresas submet em licit ações para t rês licenças de

j ogo, a serem emit idas paralelament e à nova lei de j ogo em vigor.

2002

Fever ei r o – A Comissão de Avaliação para a Concessão de Licenças de Jogo

anuncia que as concessões de exploração de casinos foram at ribuídas à Sociedade de Jogos de Macau, SA; à Wynn Resort s (Macau), SA; e à Galaxy Casino, SA. As concessões foram at ribuídas t endo em consideração a experiência dos licit adores no do j ogo e negócios afins, t ais como a gest ão de r esor t s, ent ret eniment o, exposições e conf erências. O result ado f ormal

surge paralelament e com a polít ica governament al para o desenvolviment o de Macau como cent ro regional de serviços, com ênfase no t urismo e no j ogo.

Abr i l – A SJM assina com o Governo RAEM um cont ract o de 18 anos para a

concessão de casino de j ogos, o qual ent rou em vigor a 1 de Abril de 2002. A SJM compromet e-se a invest ir, ao longo dos anos seguint es, 4,7 mil milhões MOP em j ogo, ent ret eniment o e proj ect os relacionados. Onze casinos, 330 mesas de j ogo e mais ou menos 7000 empregados foram

t ransf eridos da STDM, a ant iga concessionária de casinos e shar ehol di ng

da SJM, para a SJM.

Junho – O governo da RAEM assina um cont ract o de 20 anos, para a concessão da

(11)

f icam obrigadas a cumprir o invest iment o previst o de 4,0 e 8,8 mil milhões MOP, respect ivament e, nos set e anos seguint es.

Dezembr o – O Secret ário da Economia e Finanças da RAEM af irma est ar conf iant e

no desenvolviment o de Macau em t rês plat af ormas de serviços: primeiro, a plat aforma de serviços empresariais da China cont inent al; segundo, a plat af orma de promoção de act ividades empresariais ent re a China cont inent al e os países de língua oficial port uguesa; finalment e, a plat af orma de conexão além-mar das act ividades empresariais chinesas.

2003

Segundo t r i mest r e – o surt o da Síndroma Respirat ória Aguda / Pneumonia At ípica

(SARS) af ect a negat ivament e o cresciment o económico de Macau e as economias dos países vizinhos.

Agost o – O Conselho de Est ado decide o início dos t rabalhos de preparação para

a Pont e Hong Kong-Zuhai-Macau.

12-14 de Out ubr o – O primeiro f órum a nível minist erial sobre Cooperação

Económica e Comercial ent re a China e os Países de Língua Oficial Port uguesa t eve lugar em Macau. Funcionários e empresários da China e de set e países de língua port uguesa part iciparam nest e event o, nomeadament e Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Port ugal e Timor-Lest e. Durant e o event o que durou t rês dias os países part icipant es assinaram o “ Plano de Acção da Cooperação Económica e Comercial” para incent ivar a cooperação f ut ura, a nível económico e int er-governament al.

17 de Out ubr o – O Acordo de Est reit ament o de Relações Económicas ent re o

Cont inent e Chinês e Macau (CEPA) e os seus seis anexos é assinado. De acordo com o acordo comercial, duas das part es f ormariam uma parceria mais est reit a em t rês grandes áreas, nomeadament e, o comércio de bens, o comércio de serviços, e o auxílio ao desenvolviment o do comércio e invest iment os. Desde 1 de Janeiro de 2004 que alguns produt os macaenses dent ro de cat egorias de impost os seleccionadas, usuf ruem de t arif as-zero na sua ent rada na China Cont inent al. Algumas empresas locais e alguns prof issionais t ambém obt iveram acesso ao mercado da China Cont inent al.

2004

1-3 de Junho – O “ Pan-Pearl River Delt a Regional Cooperat ion and Development

Fórum” t em lugar em Hong-Kong, Macau e Guangzhou. Of iciais do governo e empresários das nove províncias/ regiões, assim como duas Regiões Administ rat ivas Especiais part iciparam nest e acont eciment o. Durant e o event o, que durou t rês dias, as províncias/ regiões part icipant es e as RAEs assinaram o “ Pan-Pearl River Delt a Cooperat ion Framework Agreement ” para f oment ar a cooperação, a compat ibilidade geral e o desenvolviment o económico da região.

29 de Out ubr o – É assinada a segunda fase do acordo do CEPA (CEPA II), ent re o

Referências

Documentos relacionados

Técnico da Federação Portuguesa de Voleibol responsável pelo Gira-Volei, em colaboração com a Câmara Municipal local e a Escola Secundária de Castro Verde, contou com

e) Manutenção Adaptativa: São consideradas manutenções adaptativas as mudanças em requisitos não funcionais da aplicação. As demandas de manutenção adaptativa são

A responsabilidade global da Entidade pelo valor das transacções irregulares efectuadas com o Cartão, em consequência da sua perda, extravio, furto ou roubo (salvo quando o

Maria Celeste Monteiro de Souza Costa.. Chefe

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO E ENGENHARIA AGRÍCOLA Área de Conhecimento: Extensão Rural.. 01- GEDERSON

Para além dos limites e possibilidades do trabalho dos assistentes sociais, se estes são ou não reconhecidos pela fala do “não faço”, em tempos de precarização há de

vezes, ao assistirem os fatos extraordinários pessoalmente construíam narrativas e as publicavam em jornais de suas províncias, demonstrando o desejo de se colocar na

Destaca-se ainda os cuidados com os curativos da ferida operatória e a promoção do conforto, seja na orientação da imagem corporal ou no esclarecimento de dúvidas, no