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Qualidade de vida, dor musculoesquelética e nível de estresse e proposta de tratamento fisioterapêutico em cuidadores de crianças com sequelas neurológicas / Quality of life, musculoskeletal pain and stress level and proposal for physiotherapeutic treatme

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Qualidade de vida, dor musculoesquelética e nível de estresse e proposta de

tratamento fisioterapêutico em cuidadores de crianças com sequelas

neurológicas

Quality of life, musculoskeletal pain and stress level and proposal for

physiotherapeutic treatment in caregivers of children with neurological

sequelae

DOI:10.34117/bjdv6n8-115

Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação:12/08/2020

Patrícia Meireles Brito

Doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal de Pernambuco Endereço: Av. Jorn. Aníbal Fernandes, 173 - Cidade Universitária, Recife - PE, 50740-560.

E-mail: meireles.patricia@hotmail.com Juliana Pereira Machado de Lucena

Fisioterapeuta pela Faculdade Pernambucana de Saúde

Endereço: Rua dos Navegantes, número 2350, Boa Viagem, Recife – PE. E-mail: julianamachado_29@hotmail.com

Neide Maria Gomes de Lucena

Doutora em educação física pela Universidade de Granada Endereço:Francisco Claudino Pereira, 11, Manaíra, Recife – PE.

E-mail: neidemariaglucena@hotmail.com RESUMO

Crianças com sequelas neurológicas apresentam dependência funcional e necessitam do cuidador, no qual, com a sobrecarga do cuidado, necessitam também de cuidados. O estudo objetivou avaliar a qualidade de vida, dor musculoesquelética e o nível de estresse dos cuidadores, a partir disso, desenvolver uma proposta de intervenção fisioterapêutica. Pesquisa de corte transversal, composta por 30 cuidadores. Como instrumentos, foram utilizados: questionário semiestruturado sociodemográfico, SF36, diagrama de Corllet e Bihop modificado, Escala de Estresse Percebido e os dados da criança. A qualidade de vidae apresentou os domínios “Dor” (55,71) e “Vitalidade” (55,52) com menores valores; o nível de estresse foi moderado (27,68), na sintomatologia dolorosa 78,6% foi coluna lombar. Estes resultados subsidiaram a proposta do programa de tratamento fisioterapêutico, bem como elaboração de um manual de orientação postural. Os resultados reforçaram a necessidade de oferecer possiblidades de uma melhor assistência no cuidado com as crianças com sequelas neurológicas juntamente com o seu cuidador.

Palavras-chave: Cuidador, saúde, fisioterapia. ABSTRACT

Children with neurological sequelae have functional dependence and need the caregiver, who, with the burden of care, also need care. The study aimed to assess the quality of life, musculoskeletal pain and the level of stress of caregivers, based on that, to develop a proposal for physical therapy

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intervention. Cross-sectional research, comprising 30 caregivers. The following instruments were used: semi-structured sociodemographic questionnaire, SF36, Corllet diagram and modified Bihop, Perceived Stress Scale and the child's data. The quality of life and presented the domains "Pain" (55.71) and "Vitality" (55.52) with lower values; the level of stress was moderate (27.68), in painful symptoms 78.6% was a lumbar spine. These results supported the proposal of the physical therapy treatment program, as well as the elaboration of a postural guidance manual. The results reinforced the need to offer possibilities for better assistance in the care of children with neurological sequelae together with their caregiver.

Keywords: Caregiver, health, physiotherapy.

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento acerca das condições de saúde dos cuidadores e a identificação precoce dos fatores que alteram o estado de saúde mental, sobrecarga física e da qualidade de vida vem sendo objeto de estudo em trabalhos anteriores (BRITO, 2013 - 2014; RODRIGUES, 2013). Assim, as atividades desenvolvidas com o cuidar da criança são desempenhadas pelo cuidador que na maioria são mães, as quais ocupam o seu tempo com estas tarefas sem nenhuma remuneração, se tratando de um trabalhador informal. Nesse sentido, se faz presente a fisioterapia laboral com aplicação de técnicas preventivas nos distúrbios osteomioarticulares e síndromes dolorosas, dentro e fora do ambiente de trabalho (ARAÚJO, 2014).

O cuidador pode ser definido como uma pessoa que exerce a função de cuidar, isto é, realiza atividades direcionadas ao cuidado pessoal à outra que apresenta algum grau de dependência (BIDARRA, 2010). Dessa forma, a dependência funcional da criança com sequelas neurológicas implica ao cuidador a preocupação e o cuidado constante que geram sobrecarga, desgaste físico e emocional que assumem com frequência os cuidados com o filho (CARVALHO, 2010).

O comportamento da criança e a demanda pelo cuidado pode influenciar fortemente a saúde psíquica e física dos cuidadores. Deste modo, o estado psicológico e a saúde física, pelo nível de independência e pelas relações sociais e ambientais podem influenciar a qualidade de vida dos cuidadores (ALMEIDA; 2013). Assim, o objetivo desse estudo foi desenvolver uma proposta para o programa de intervenção fisioterapêutica para a melhoria da qualidade de vida e diminuição da dor musculoesquelética, nível estresse e sobrecarga dos cuidadores.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo observacional, com corte transversal com abordagem quantitativa com a finalidade de, mediante os resultados obtidos, propor um programa de intervenção, além da elaboração do manual de orientação postural para os cuidadores de crianças com sequelas neurológicas. Assim, o estudo foi realizado no Serviço Infantil de Fisioterapia da

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Universidade Federal da Paraíba (SIF/CCS/UFPB) em João Pessoa/ PB, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da UFPB, e após sua aprovação (CAAE: 50483015.3.0000.5183), os sujeitos foram avaliados somente mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A amostra foi composta por 30 obedecendo aos critérios de inclusão: familiares e ou responsáveis com idade igual ou maior que 18 anos e prestando cuidados há mais de 2 meses, excluindo crianças com diagnóstico ainda em investigação. A proposta do programa de tratamento foi fundamentada na fisioterapia laboral com ênfase para a cinesioterapia baseada nos exercícios de Williams (1998) e técnicas de relaxamento de Eutonia (DASCAL, 2005; ALEXANDER, 1983), bem como elaboração de um manual de orientação postural para conscientização de posturas para melhor desempenho das atividades relacionadas ao ato de cuidar para os cuidadores.

Como instrumentos de medida se utilizaram: Questionário Sociodemográfico elaborado e adaptado por Trigueiro, et al (2011), o qual avalia parâmetros incluindo idade, sexo, estado civil, escolaridade, tempo de atuação como cuidador do paciente, se há grau de parentesco, quantidade de filhos, renda familiar, se há recebimento de benefícios/pensão por invalidez, hábitos de vida como fumar, consumir bebida alcoólica, atividade física; tipo de transporte para realizar translado com a criança e como é realizado esse translado; Diagrama de Corlett e Bishop modificado para a localização de desconforto/presença de sintomatologia dolorosa e de sinais e sintomas musculoesqueléticos e a intensidade desse desconforto/dor do cuidador.

Para avaliar o nível de estresse foi utilizada a Escala de Estresse Percebido (PSS), a qual possui 14 questões relacionadas aos distúrbios emocionais. Um instrumento sobre os sentimentos, pensamentos e ações cotidianas referentes ao último mês. Contendo opções de resposta que variam de zero a quatro (0=nunca; 1=quase nunca; 2=às vezes; 3=quase; sempre 4=sempre). O total da escala é a soma das pontuações das questões, com escores variando de zero a 56. Assim, quanto maior o escore maior o nível de estresse (COHEN, 1983).

A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey (SF-36), o qual é um questionário genérico de avaliação da qualidade de vida traduzido e adaptado para a população brasileira. Nesse questionário, são mensurados oito domínios: Capacidade Funcional, Limitação por Aspectos Físicos, Dor, Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais, Limitação por Aspectos Emocionais e Saúde Mental. Apresenta um escore final de 0 a 100, no qual zero corresponde ao pior estado geral e 100 à percepção de melhor qualidade de vida relacionada à saúde (LEMOS et. al, 2006; ALMEIDA et. al 2013).

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Inicialmente foi feito contato com os responsáveis pela instituição estabelecida (CEIF/UFPB), com os cuidadores (familiares ou responsáveis) de crianças com sequelas neurológicas. Foi dado início à coleta de dados, de maneira individual por meio de entrevista em local pré-estabelecido na instituição (SIF/CCS/UFPB), pelo aluno treinado sob a supervisão do professor orientador.

Os dados coletados foram organizados através do software SPSS versão 20.0 com a elaboração de um banco de dados, incluindo a análise e técnicas estatísticas descritiva utilizando as medidas de tendência central (média, variância e desvio padrão) e análise das variáveis categóricas por meio de frequência absoluta e percentual.

Resultados e discussão

A idade média dos cuidadores era de 34,43 anos (±10,09), todas do sexo feminino, 89,3% eram mães, 46,4% casadas. Os dados do perfil da amostra estão descritos na tabela 1.

Tabela 1. Perfil sociodemográfico dos cuidadores

Variáveis n=30 % Sexo Feminino Masculino 30 02 100 04 Relação de parentesco Mãe Outros 25 03 89,3 10,7 Estado civil Casado Solteiros Divorciados Outros 14 10 2 3 46,4 35,7 7,1 10,7 Número de filhos 1 11 39,3 2 12 42,9 3 4 14,3 4 1 3,6

Renda familiar (Salário mínimo) 1 a 2 >2 21 08 42 16 Recebimento de benefício Recebem Não recebem 12 16 42,9 57,1 Tempo de dedicação (horas/dia)

Todo período do dia

Menos que todo o período do dia

24 4

85,7 14,3 Translado (manuseio) realizado com a criança

Auxiliava parcialmente a criança Auxiliava totalmente a criança

9 19 32,1 67,9 Hábitos de vida Fumante Etilista

Prática de atividade física regular

1 4 1 3,6 14,3 3,6

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O valor médio da qualidade de vida geral dos cuidadores (62,77) se apresentou acima da metade do valor máximo (100); cujos domínios “Capacidade Funcional” (79,82) seguido por “Aspectos Sociais” (66,37) e “Limitação por Aspectos Físicos” (66,07) obtiveram maior valor; porém, notaram-se que apenas os domínios “Dor” (55,71) e “Vitalidade” (55,52) apresentaram menores valores, os resultados estão descritos na tabela 2.

Tabela 2. Média dos domínios do SF 36 dos cuidadores

Domínios do SF 36 Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Capacidade Funcional 79,82 22,33 25 100

Limitação por Aspectos Físicos 66,07 38,01 0 100

Dor 55,71 28,29 10 100

Estado Geral de Saúde 58,14 14,24 32 80

Vitalidade 55,52 21,66 15 92

Aspectos Sociais 66,37 28,84 12,5 100

Limitação por Aspectos Emocionais 57,76 37,58 0 100

Saúde Mental 65,07 21,35 0 100

Escore global 62,77 18,11 22,69 90,63

Sintomatologia dolorosa: 78,6% dos cuidadores referiram maior comprometimento na coluna lombar, cuja intensidade da dor corresponde à “dor intensa” (32,4%) e “dor moderada” (32,4%) e “dor máxima” (10,7%). Foi referido do também na região cervical (21,5%), seguida por trapézio e ombro esquerdo (14,4%) e joelhos direito e esquerdo (18%) (Figura 1).

O nível de estresse apresentado pelos cuidadores foi uma média de 27,68 pontos, que está acima do valor mediano do escore total (mediana = 28, mínimo = 0 e máximo = 56 pontos), portanto pode ser considerado como estresse moderado.

0 20 40 60 80 100 Lombar Cervical Torácica baixa Trapézio esquerdo Trpézio direito Ombro esquerdo Braço direito Braço esquerdo Joelho direito Joelho esquerdo Intensidade (%) Lo cal da do r

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Nos dados da criança a média de idade era de 1,39 anos (± 0,50), 60,7% do sexo masculino e 39,3% feminino, a maioria foram diagnosticadas com Encefalopatia crônica não progressiva (50%), seguida por Microcefalia (10,7%) e Síndrome de Down (10,7%). Quanto ao diagnóstico cinético funcional, a maioria das crianças foi diagnosticada por tetraplegia espástica (28,6%), seguido por hemiparesia à direita (10,7%). 89,3% crianças possuem o tipo de deficiência somente física e 10,7% deficiência física e mental.

Diante dos resultados encontrados e sabendo-se que o cuidador de crianças com sequelas neurológicas, geralmente não recebem orientação adequada quanto ao manuseio da criança, alteração na rotina, e o tempo despendido no cuidado. Todos esses fatores promovem impacto negativo no estado de saúde (estresse, sobrecarga, sintomatologia dolorosa e da qualidade de vida), ocasionado o risco de o cuidador também, se tornar um paciente dentro do sistema (OLIVEIRA, 2008; BRITO, 2016).

Por essas razões, o Programa de Intervenção Fisioterapêutico (PIFis) está fundamentado na Fisioterapia laboral. Portanto, fundamenta-se na prevenção, resgate e manutenção da saúde do indivíduo dentro ou fora do ambiente de trabalho, abordando diversos aspectos: orientações posturais, consciência corporal, exercícios e técnicas de relaxamento com aplicação de técnicas preventivas nos distúrbios osteomioarticulares. Objetiva-se melhorar a qualidade de vida do indivíduo, diminuindo e evitando a manifestação sintomas músculosesqueléticos de origem ocupacional ou não, gerando aumento do bem-estar, desempenho e produtividade (ARAÚJO, 2014; SILVA et al, 2020).

A cinesioterapia (cinesio = movimento) é um recurso fisioterapêutico, o qual utiliza o movimento humano como tratamento a fim de restaurar, manter ou proporcionar a funcionalidade do corpo, mantendo o seu bem-estar. Para isso se faz necessário o conhecimento prévio de anatomia, fisiologia e biomecânica, no intuito de proporcionar ao paciente um trabalho mais eficaz de prevenção, cura e reabilitação (GUIMARÃES; CRUZ 2003). Este recurso é desenvolvido pelo fisioterapeuta com finalidade de prevenir, manter e recuperar funções dos indivíduos antes que doenças alcancem um horizonte clínico irreversível (SILVA et al, 2015). Portanto o PIFis será realizado de forma individual e posteriormente em grupo.

Considerações finais

A assistência à saúde geralmente é voltada, por meio de toda uma equipe multidisciplinar, para a criança. Entretanto, parece passar despercebido o fato de que o cuidador também está sujeito às doenças físicas e emocionais que são oriundas das exigências e sobrecargas provindas do cuidado. Os resultados apontaram a necessidade de programas de assistência à saúde deste

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alvo, a fim de contribuir para melhora na qualidade de vida e diminuição dos níveis de estresse e consequentemente favorecer maior desempenho da criança com alterações neuromotoras no processo de reabilitação. Para isso, uma proposta de programa de intervenção fisioterapêutico, a fim de proporcionar um melhor bem-estar para este público-alvo.

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ANEXO A

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PARA O CUIDADOR INFORMAL DE CRIANÇAS COM SEQUELAS NEUROLÓGICAS.

PROCEDIMENTOS

O Programa de Intervenção Fisioterapêutica (PIFis) consta de duas fases: Educativa (teórica-prática ) ; Prática ( sessões de cinesioterapia em grupo).

1 FASE EDUCATIVA (TEÓRICO-PRÁTICA)

Inicialmente se realizará palestras sobre a anatomia e biomecânica da coluna vertebral, cintura pélvica, flexibilidade; noções de relaxamento (Tecnica de Eutonia) e exercícios para relaxamento da coluna vertebral (Exercicios de Williams) e treinamento do Manual de orientação postural com o auxílio de recursos audiovisuais.

1.1 NOÇÃO DA ANATOMIA E BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL (ÊNFASE

PARA AS CURVATURAS FISIOLÓGICAS E ALTERAÇÕES POSTURAIS);

A coluna vertebral é uma estrutura arquitetônica que situa-se no eixo central do nosso corpo e tem as funções de favorecer os movimentos do tronco, estabilizar a postura e proteger a medula espinhal, entre outras. Constitui-se um tecido de alta fragilidade, por onde passam as conexões motoras e sensitivas que vão desde a periferia ao centro (cérebro). São 33 pares de nervos, os quais saem lateralmente pelo canal vertebral. Estes nervos descem do pescoço para os braços, os do dorso vão para o tórax e da os da região lombar vão para as pernas. Uma estrutura como esta, de tal fragilidade, deve ser bem protegida (CARDIA, 2006 p. 42; COUTO, 1996).

A coluna vertebral atua como uma haste flexível e resistente, com elementos que se movem para a frente, para trás, para os lados e em rotação. É formada por 33 ossos, denominada vértebras, distribuídas de tal forma: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 a 4 coccígeas.

(TORTORA, 2010, p.2013).

Na vista de perfil da coluna vertebral apresenta quatro curvaturas fisiológicas ou normais. Partindo da região anterior do corpo, as curvaturas da cervical e lombar são convexas (curvadas anteriormente), denominadas de lordose; enquanto as curvaturas torácica e sacral são côncavas (curvadas posteriormente), denominadas de cifose (TORTORA, 2004, p. 213). Sendo as curvaturas

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consideradas patológicas o aumento ou retificação dessas curvaturas, ou ainda o desvio lateral, denominado escoliose, apresentando-se em formato de “C” ou “S”.

Entre uma vértebra e outra existe discos cartilaginosos (intervertebrais) formados por um anel fibroso e um núcleo pulposo, denominado assim de discos intervertebrais. Sua função é de ligamento entre as vértebras, a atuante como amortecedor contra choques mecânicos e dá elasticidade à coluna, diminuindo o risco de lesões.

De acordo com a biomecânica da coluna vertebral, é permitido os movimentos de flexão, extensão, lateralização, rotação e circundução, sendo esses movimentos de maior amplitude na região cervical e lombar. Deste modo a estabilidade corporal depende dos ligamentos, da musculatura, adaptação das curvas fisiológicas, as quais fazem contraposição das cargas excessivas.

A coluna também recebe força, principalmente, de tração e compressão, sendo estas equilibradas pelas estruturas da vertebra (corpo e lâmina), além dos músculos e ligamentos (NATOUR, 2004).

- Cintura pélvica e sua biomecânica

a) A pelve (bacia): é formada pela junção dos ossos ílio, ísquio e púbis. Em sua face posterior, articula-se como saco, na região do acetábulo articula-se com a cabeça do fêmur e região do púbis articula-se com o outro osso ilíaco formando assim a cintura pélvica.

Sua importância clínica é proteger os órgãos do sistema urinário, digestório, reprodutórios e genitais; promover uma base firme para a articulação dos MMII e músculos de manutenção da postura; e receber o peso do corpo proveniente da cabeça, através da coluna. Além disso, a pelve tem importância na conscientização dos ísquios e a pequena pelve, participa na estabilização da postura, participa do equilibrio na distribuição do peso nas diferentes partes do corpo, e influencia e melhora o tônus no funcionamento das vísceras e do assoalho pélvico.

- Flexibilidade

As tensões musculares reagem aos eventos da vida e são responsáveis por todas suas ações, moldando assim a postura do corpo. Dessa forma, o tônus, a qual age como alicerce para a postura ereta e os movimentos corporais, é trabalhado como alvo da eutonia, percebendo as suas variações,

“As curvaturas da coluna vertebral aumentam sua resistência, ajudam a manter o equilíbrio na posição ereta, absorvem impactos durante o caminhar e ajudam a proteger as vértebras contra fraturas.” (TORTORA, 2010, p. 2013).

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as quais, estando em pontos de tensões, ocorrem às limitações de uma postura flexível (GANDOLFO, 2013).

De acordo com Milazzotto e Voigth (2004), a flexibilidade é definida como o grau de mobilidade passiva corporal com sua própria resistência da unidade músculo-tendão ou outros tecidos. Dessa forma, a flexibilidade depende da viscoelasticidade do tecido conjuntivo e, quando limitada, predispõe o indivíduo a lesões de origem musculoesqueléticas (MILAZZOTTO; CORAZZINA; LIEBANO, 2009).

- Técnica de relaxamento Eutonia

A Eutonia estuda e reeduca os movimentos e os dinamismos das tensões, visando à reestruturação sistemática da imagem corporal. Por meio das “posturas de controle” os próprios pacientes descobrem as “tensões ilegítimas” e aprendem a eliminá-las, estendendo a observação e eliminação à rotina cotidiana. A meta final será a regulação harmônica das tensões, a coordenação das reações neurovegetativas e psicomotoras, a distribuição e o uso adequado mais racional das energias disponíveis.

Um dos objetivos mais importantes da Eutonia no âmbito físico é que o indivíduo consiga a regulação do tônus muscular, ajudando a pessoa desenvolver uma consciência mais profunda da realidade de seu corpo. No âmbito psicológico a pratica da Eutonia leva a pessoa ao contato com ela mesma, e com isso, o autoconhecimento, visando a autodescoberta e construção de uma aptidão para ser sujeito à própria observação.

Partindo desse princípio, eutonia atua, como abordagem corporal, alcançar maior flexibilidade do tônus, possibilitando o movimento de forma leve e preciso, pois utiliza a força necessária para cada atividade pelo movimento eutônico, a fim de adaptar-se às exigências do movimento (PINTO, 2014). De modo geral, a eutonia busca o estímulo consciente sobre esses receptores a fim de melhorar as suas atividades reflexas, aumentar a autopercepção postural estática e dinâmica e a percepção espacial. Partindo disso, vale ressaltar a diferença entre consciência postura e cinestesia; este primeiro se dá pela percepção do corpo em posição estática, já a cinestesia corresponde à percepção do corpo em movimento, sendo assim, há depende de fatores como direção, amplitude e velocidade.

Quanto ao esquema corporal, se entende como a forma que o corpo se comporta mediante ao ambiente externo, ou seja, o conceito espacial individual da forma tridimensional do próprio corpo em relação ao mundo circundante (externo). Portanto, a eutonia busca melhorar a autopercepção corporal, abrindo assim possibilidades para a vida, visando melhorar um melhor esquema corporal.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761 - Os movimentos eutônicos

Os movimentos trabalhados na Eutonia são chamados e orgânicos, ou seja, todos os órgãos trabalham de forma harmoniosa e todo o organismo trabalha como uma unidade. Portanto, pode-se ressaltar que o relaxamento se por meio da passividade consciente e voluntária, cujo objetivo é atingir o máximo de eficácia em um tempo mínimo em um mínimo de esforço, como uma medida profilática. Sabendo-se que este estado passivo é pouco evidente em uma vida moderna, torna-se difícil alcança-lo e maneira rápida pela primeira vez. Portanto, o relaxamento realiza-se de forma progressiva. Dessa forma os exercícios são realizados da seguinte maneira:

Para Vishnivetz (2005), “o movimento eutônico é uma” experiência que a pessoa realiza ao deslocar seu corpo ou diversos de seus segmentos no espaço é caracterizada pelo alinhamento corporal, pela mente tranquila e alerta e pela atenção e consciência em todos os repetições, nunca o realizando de modo mecânico.

- Repouso (Calma)

O repouso, por meio do estado de passividade, assume grande importância na regeneração dos tecidos cansados e gastos por sua ação. Portanto é preciso reconhecer que o estado de passividade deve ser realizado de forma consciente, voluntariamente ativo. Para buscar a passividade global (imobilidade), é necessária que alcance o relaxamento muscular, tomando consciência de cada parte do corpo procurando relaxar toda sua totalidade, sendo este realizado de forma progressiva.

Espreguiçar (estiramento vital): consiste em uma reação natural e espontânea de todo o corpo após ter permanecido imóvel por algum tempo, na qual predominam movimentos de torção, rotação e até de repousser (de “empurrar”), que podem vir acompanhados por bocejos e sons que costumamos fazer ao espreguiçar.

Material: para complementar a execução do repouso será utilizada materiais como bolas (de texturas variadas), bastões e colchonetes.

- Exercícios de Williams

Desenvolvido por Paul Williams, 1937, os exercícios de Williams é um programa de condutas, cujo objetivo é reduzir a dor e promover estabilidade de tronco em pacientes com dor lombar crônica. Estes exercícios promovem o equilíbrio da musculatura a fim de melhorar estabilidade de tronco por aumentar força muscular de reto abdominal, glúteo máximo e

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ísquio-Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761

tibiais assim como alongar flexores de quadril e músculos da região lombar (sacroespinhais) (SILVA et al, 2013).

Estudo realizado por Simplício (2013) comprovou a eficácia dos exercícios de Williams no controle da dor lombar de trabalhadores de enfermagem, por consequência, também acarretou o fortalecimento da musculatura lombar, a fim de uma melhora da qualidade de vida desta população.

Dessa forma, os exercícios de Williams são fundamentais, pois visa o fortalecimento da cadeia flexora abdominal, o que se encontra comumente mais debilitado, devido a sua distensão, ocasionando assim um desequilíbrio muscular; por tanto objetiva-se conseguir o reequilíbrio muscular e um correto alinhamento postural na região abdominal e lombar (RADA; VALVERDE, 2015). Por tanto, são exercícios que trabalham com a flexão da lombar, partindo de posições que respeitam as curvaturas fisiológicas da coluna, sendo mais recomendadas no estado crônico da dor (PIÑERO, 2012).

Fase 2: PRÁTICA

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO

Fundamentado na CINESIOTERAPIA (Exercícios de Williams e na “Eutonia”) As sessões serão desenvolvidas seguindo a sistematização:

Iniciar e terminar com a tomada de consciência do próprio corpo em decúbito dorsal, sentada, ou de pé.

a) Início Repouso (calma)

b) Parte central -exercícios de Williams e Eutonia c) Término repouso (de volta a calma)

Sequência de movimentos

Decúbito dorsal (barriga para cima) Fase inicial: Início Repouso (calma)

Deitado com os braços ao longo do corpo; mãos semiabertas, olhos fechados ou semi-fechados ou a livre intermitência: Baixar o limiar de atenção observando como o seu corpos se encontra no momento presente. Deve-se tomar consciência de cada parte do corpo, bem como a sua totalidade, procurando observar trazendo a consciência das tensões juntamente com a sua postura. Direcionar a atenção sucessivamente iniciando pela cabeça, a face, as orelhas, o coro cabeludo; as escápulas, os membros superiores (braços, cotovelos, antebraços, punhos, dedos das mãos, a mão);

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o tórax, a respiração, a coluna, o quadril, as nádegas os membros inferiores (a coxa, a panturrilha, o tornozelo, o calcanhar, as plantas dos pés e os dedos dos pés) enfim o corpo todo. Iniciar por um dos lados do corpo (direito ou esquerdo) comparando um com o outro e posteriormente percebendo às sensações corporais de todo o corpo. Por fim, elevar o limiar de atenção (nível de consciência) e, abrindo lentamente os olhos, espreguiçando (estiramento vital), retornando o contato com o meio externo (local onde está sendo realizada a sessão), como mostram as figuras 1, 2 e 3.

Fase 2: Parte central da sessão: - Exercícios de Williams e Eutonia

Imagem 1. Imagem 2.

Imagem 3

Decúbito dorsal – exercício de Williams

1. Posição do cuidador: Decúbito dorsal, quadris e joelhos fletidos, pés apoiados na cama, membros superiores repousando ao longo do corpo. Execução: Após a inspiração profunda o paciente contrai os abdominais e glúteos, fazendo uma retroversão da pelve simultaneamente a expiração (movimento de báscula). Manter a contração por alguns segundos, relaxar e recomeçar.

Objetivo: Fortalecer isometricamente os abdominais e glúteos, retificação ou correção de lordose lombar, alongar a musculatura paravertebral lombar.

2. Posição do cuidador: Referente ao item acima.

Execução: Trazer uma perna em dição ao tórax, entrelaçando as mãos na região posterior da coxa e posteriormente repetir com a outra perna, realizando alternadamente o movimento. Inicialmente realizar dez movimento com cada MI.

Objetivo: Alongar a musculatura paravertebral lombar e retificar a lordose lombar. 3. Posição do cuidador: Referente ao item acima

Execução: Referente ao item acima, porém puxando os dois joelhos ao mesmo tempo com as mãos em direção ao tórax.

Objetivo: Alongar a musculatura paravertebral lombar. 4. Posição do cuidador: Referente ao item acima.

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Execução: Flexionar o quadril até 90° e estender o joelho, fazendo a dorsiflexão do tornozelo, retornar aposição inicial e repetir com o outro MI.

Objetivo: Alongar os isquiostibiais.

5. Posição do cuidador: Referente ao item acima.

Execução: Referente ao número três, porém sem o auxílio das mãos

Objetivo: Fortalecer a musculatura abdominal (porção infraumbilical) e alongamento da musculatura paravertebral lombar.

6. Posição do cuidador: Referente ao item anterior.

Execução: Referente ao anterior, porém realizando a lateralização quando flexionando o quadril - flexão lateral do quadril.

Objetivo: Alongar a musculatura paravertebral e fortalecimento damusculatura abdominal porção lateral (oblíquos interno e externo).

7. Posição do cuidador: Referente ao item anterior.

Execução: Inicialmente levantar a cabeça do solo, provocando uma contração estabilizadora dos músculos abdominais. Depois o cuidador progride, elevando os ombros até que as escápulas e o tórax deixem o solo, mantendo os braços horizontalmente.

8. Posição do cuidador: Referente ao item anterior

Execução: Realizar o abdominal na diagonal, levando uma mão na direção do lado de fora do joelho oposto à medida que faz o abdominal e depois alterna: mão direita – joelho esquerdo; mão esquerda – joelho direito. Objetivo: Reforçar a musculatura abdominal (oblíquos internos e externos; reto e transverso do abdome).

VARIAÇÃO:

Elevar os braços com os cotovelos flexionados e as mãos colocadas sob a cabeça. Cruzar uma perna por cima da outra e deixa-las cair para um lado, de modo que ambos os joelhos fiquem próximo ao chão, repetir a mesma sequência para o lado oposto (imagem 4).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761 POSIÇÃO SENTADA

Sentado com as pernas cruzadas, inclina-se para frente e, ao retornar, girar o tronco para um lado e depois para o outro de forma lenta.

Sentado com os joelhos em extensão, inclina-se para frente com os cotovelos estendidos levando a cabeça sobre os joelhos. Logo após voltar para a posição ereta de forma gradual.

Exercício 5 – Na posição sentada e joelhos estendidos, abaixe o tronco lentamente para frente tentando tocar o pés com os dedos das mãos com os braços estendidos, manter esta posição durante 15 segundos. Fazer duas repetições.

POSIÇÃO EM PÉ

Posição do cuidador: Em pé encostado na parede, com os calcanhares encostados na parede, pés unidos.

Execução: Flexão de quadril e joelho com abdução e rotação externa do quadril. Retornar a posição inicial

Objetivo: Conscientização postural.

Posição do cuidador: Referente ao item acima, porém com pés afastados.

Execução: Flexionar os joelhos, até encostar a coluna na parede (retificação de lordose), ao mesmo tempo o cuidador faz uma força no sentido de empurrar a parede com a coluna inferior. O cuidador mantém todo seu corpo encostado na parede. Progredir separando os pés da parede, realizar o mesmo exercício e ao final afastar o corpo da parede. Retornar a posição de partida.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761 3) Fase final: De volta à calma

DECÚBITO DORSAL, SENTADO OU EM PÉ.

Braços ao longo do corpo; mãos semiabertas, olhos fechados ou semi-fechados ou a livre intermitência: Deve-se tomar consciência de cada parte do corpo, procurando observar como o seu corpo está ao final da sessão, e trazer à consciência suas tensões liberadas, juntamente com a sua postura. Baixar o limiar de atenção observando como o seu corpo se encontra no momento presente. Direcionar a atenção sucessivamente iniciando pela cabeça, a face, as orelhas, o coro cabeludo; as escápulas, os membros superiores (braços, cotovelos, antebraços, punhos, dedos das mãos, a mão); o tórax, a respiração, a coluna, o quadril, as nádegas os membros inferiores (a coxa, a panturrilha, o tornozelo, o calcanhar, as plantas dos pés e os dedos dos pés). Iniciar por um dos lados do corpo (direito ou esquerdo) comparando um com o outro e posteriormente percebendo as sensações corporais de todo o corpo. Por fim, elevar o limiar de atenção (nível de consciência) e, abrindo lentamente os olhos, espreguiçando (estiramento vital), retornando o contato com o meio externo (local onde está sendo realizada a sessão).

Figura 1. Figura 2.

MANUAL DE ORIENTAÇÕES POSTURAIS AOS CUIDADORES

Noções ergonômicas com ênfase para as Atividades de Vida Diária - AVDs (orientação postural relacionada ao levantamento de carga; alcance de objetos; passar roupa, etc.) e Manuseio da criança nas AVDs.

Adoções de orientações posturais gerais (conscientização de posturas para melhor desempenho das atividades relacionadas ao ato de cuidar): Executando alguma atividade que exija permanecer muito tempo em pé

Pessoas que permanecem em pé por muito tempo executando algum trabalho como larvar louça, lavar ou passar roupas, devem apoiar um dos pés em um banquinho ou um tijolo trocando de lado frequentemente.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761 LEVANTAR PESOS

Ao levantar pesos, dobre os joelhos e aproxime o objeto pesado de seu corpo, pois isto evitará o risco de lesões da coluna lombar.

ALCANÇAR OBJETOS ALTOS

Ao pegar objetos ao alto, procure usar uma escada ou banquinho para alcança-lo. Dessa forma evitará movimentos repetitivos dos braços acima da cabeça, impedindo lesões no ombro.

ALCANÇAR OBJETOS NA POSIÇÃO SENTADA

Evite torções do tronco, especialmente na posição sentada. Pois podem provocar estiramento na musculatura da coluna. Portanto procure colocar os objetos que for utilizar à sua frente ou na diagonal, mas nunca atrás de você.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761 PERMANECER NA POSIÇÃO SENTADA

A cadeira deve ter uma altura para que seus joelhos permaneçam em 90° graus e que seus pés fiquem bem apoiados no chão. Procure sentar usando todo o assento da cadeira e evite cruzar as pernas, mantendo as costas retas, evitando escorregar na cadeira para evitar danos à coluna.

LEVANTAR DA CADEIRA

Ao levantar da cadeira deixe que suas pernas trabalhem; não incline o corpo e procure apoiar-se nos braços da cadeira, porem apoiar-se eles não existirem, apoie-apoiar-se nos joelhos levando o quadril para frente.

MANUSEIO DA CRIANÇA NAS AVDS

Colocar a criança no colo: O ideal é, primeiramente, colocar a criança sentada segurando debaixo dos braços. Isso facilitará que cuidador dobre os joelhos e o quadril para pegar à criança, permitindo que a coluna fique mais encaixada (reta). Ao levantar a criança, aproxime-a para si, colocando os braços da criança em torno dos ombros do cuidaodor, as pernas apoiadas no seu quadril. O apoio pode ser diminuído gradualmente de acordo com o controle de tronco que a criança adquirir.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Carregar a criança: a criança deve sentar-se de costas para o cuidador, com o tronco e a cabeça apoiados no peito do cuidador. Caso a criança não tenha controle, um dos braços do cuidador deve abraçar o corpo da criança. As pernas devem estar giradas para fora com uma mão do cuidador segurando uma perna da criança e a outra perna sobre o antebraço do cuidador;

Variação 1: com a criança sobre uma das mãos do cuidador, e a cabeça deve estar apoiada sobre o cotovelo dobrado do cuidador. O tronco da criança deve encostar-se sobre o tronco do cuidador, permitindo assim maior contato cuidador – criança.

Variação 2: a criança sentada de frente ao cuidador, afaste as penas dela para colocar em torno da cintura do cuidador que estará apoiando um dos braços no tronco e, ao passo que a criança vai ganhando equilíbrio, diminua o apoio aos poucos.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Sentar a criança no colo: a criança sentada sobre uma das pernas do cuidador, permitindo que os quadris fiquem rodados para fora e as penas afastadas. Além disso, o cuidador deve segurar o tronco da criança de modo que seus braços fiquem rodados para dentro.

Alimentar a criança: Alimentar a criança é o cuidador sentar-se no chão com um dos joelhos fletidos para dar suporta a cabeça e o tronco da criança que estará sentada sobre a outra perna do cuidador. É necessário manter-se sempre a criança reta para ajudar no ato de deglutir (engolir) a comida dada.

Variação 1. Caso a criança tenha mais controle de cabeça e tronco, o cuidador pode segurar a criança apoiando ela nas costas, de modo que mantenha o contato dos olhos diretamente do cuidador – criança.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55625-55647 aug. 2020. ISSN 2525-8761 DAR BANHO:

Banheira: é necessário que a banheira esteja na altura do quadril do cuidador para evitar que este incline o tronco. O cuidador pode dar o banho na criança de forma sentada ou em pé com os joelhos semifletidos, ambas as posições com a banheira próxima ao cuidador. A partir de então, a criança deve encontrar-se inclinada e com apoio no tronco que pode ser por meio do antebraço e mão do cuidador e a outra mão livre para dar o banho.

Cadeira: Com uma cadeira aproximada ao cuidador, a criança permanece sentada durante todo o banho. A posição do cuidador deve ser sentada no chão ou em um banco pequeno com as pernas cruzadas, mantendo a coluna ereta, ressaltando que a cadeira deve estar na altura do cotovelo do cuidador.

Variação 1: Com o cuidador sentado, a criança deve estar na posição sentada sobre as pernas do cuidador, o qual estará apoiando a cabeça e os braços da criança que devem estar inclinados para frente.

Variação 2: Com a criança sentada sobre o

colo do cuidador e a coluna apoiada sobre lençóis (ou almofada) e uma das pernas do cuidador, de modo que ela fique sentada, o cuidador apoia a cabeça da criança com um dos braços para auxiliar no controle da sua cervical.

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Vestir a criança: O ideal é que com o cuidador sentado em uma cadeira e a criança sentada sobre uma das coxas do cuidador de costas para ele. Com uma das mãos, o cuidador segura a criança por debaixo dos braços, levando a criança para um lado, a fim de tirar uma parte da blusa do lado oposto. Logo após, leva para o outro lado e tira o restante da blusa, sempre tirando a gola da blusa por último com a cabeça da criança inclinada para frente. Em seguida, levanta um lado do quadril para retirar o lado oposto da calça, levanta o outro lado, retirando o outro lado da calça.

TRANSPORTE COM A CRIANÇA:

Entrando no carro: o cuidador deverá posicionar-se ao lado da porta da mais próxima da criança. Um dos joelhos do cuidador deve estar dobrado dentro do carro, mantendo a coluna reta.

Posicionando para pegar a criança dentro do carro: é necessário que o cuidador evite excessiva rotação e inclinação anterior do tronco, dobrando ainda mais os joelhos.

Retirando a criança: uma das mãos do cuidador deve apoiar a nuca da criança enquanto a outra segura o bumbum. Portanto, deve-se inclinar um pouco mais dobrando o cotovelo.

Variação: Outro modo de vestir se dá com a criança deitada de barriga para baixo com apoio do peito e o queixo na coxa do cuidador, assim, facilitará o despir e vestir. Desse modo, o cuidador deverá estar sentado em uma cadeira, por exemplo, onde uma das mãos veste a roupa e a outra dá estabilidade à criança segurando as costas dela.

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Tabela 1. Perfil sociodemográfico dos cuidadores
Tabela 2. Média dos domínios do SF 36 dos cuidadores

Referências

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