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Conhecimento a respeito de resistência bacteriana e hábitos de utilização de antimicrobianos em uma população no sul do Brasil/ Knowledge about bacterial resistance and antibiotic utilization habits in a population in the Southern region of Brazil

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 2,p.5931-5947 feb. 2020. ISSN 2525-8761

Conhecimento a respeito de resistência bacteriana e hábitos de utilização

de antimicrobianos em uma população no sul do Brasil

Knowledge about bacterial resistance and antibiotic utilization habits in a

population in the Southern region of Brazil

DOI:10.34117/bjdv6n2-048

Recebimento dos originais: 30/12/2019 Aceitação para publicação: 05/02/2020

Fernanda Rodrigues Mendonça

Mestranda em Ciência Animal pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Faculdade de Veterinária, Avenida Eliseu Maciel, s/n – Campus Capão do Leão, Capão do Leão – RS, Brasil.

E-mail: nandarm.vet@gmail.com

Antônio Sérgio Varela Júnior

Doutor em Aquicultura pela Universidade Federal do Rio Grande Instituição: Universidade Federal de Rio Grande

Endereço: Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, Instituto de Ciências Biológicas. Av:Itália, s/n, Campus Carreros, Prédio 06, Instituto de Ciências Biológicas ICB - Setor de

Morfologia/ Histologia - Vila Maria, Rio Grande, RS – Brasil E-mail: varelajras@gmail.com

Karen Cristine de Albuquerque Ferreira Pereira

Mestranda em Ciência Animal pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Faculdade de Veterinária, Avenida Eliseu Maciel, s/n – Campus Capão do Leão, Capão do Leão – RS, Brasil.

E-mail: karencafpereira@gmail.com

Tamires Silva dos Santos

Mestranda em Ciência Animal pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Faculdade de Veterinária, Avenida Eliseu Maciel, s/n – Campus Capão do Leão, Capão do Leão – RS, Brasil.

E-mail: myres_santos@hotmail.com

Juliana Ribeiro Pegoraro

Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Faculdade de Veterinária, Avenida Eliseu Maciel, s/n – Campus Capão do Leão, Capão do Leão – RS, Brasil.

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Etiane Avila Zimermann

Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Faculdade de Veterinária, Avenida Eliseu Maciel, s/n – Campus Capão do Leão, Capão do Leão – RS, Brasil.

E-mail: etiane.zimermann@gmail.com

Carine Dahl Corcini

Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal de Pelotas Instituição: Universidade Federal de Pelotas

Endereço: Faculdade de Veterinária, Avenida Eliseu Maciel, s/n – Campus Capão do Leão, Capão do Leão – RS, Brasil.

E-mail: corcinicd@gmail.com

RESUMO

Os antimicrobianos foram um dos mais importantes adventos na ciência moderna e ainda hoje a medicina se baseia na utilização dos mesmos. Entretanto, os mecanismos evolutivos destes microorganismos adicionado à pressão seletiva da utilização irracional dos antibióticos faz com que os graus de resistência bacteriana se elevem exacerbadamente. Foi feito um estudo qualitativo transversal na população da cidade de Pelotas/RS através da aplicação de um questionário online onde foram recebidas 517 respostas. A prevalência populacional deste estudo foi de mulheres 86,65%, de 20 a 25 anos e que ainda estão cursando o ensino superior, proporção esperada em uma cidade universitária. Porém, apesar da maior parte da população (91,4%) concordar que o uso irracional de antimicrobianos favorece o surgimento de cepas resistentes, aproximadamente metade da população admitiu fazer uso destes sem a prescrição de um profissional de saúde. Estas porcentagens não se refletem com relação aos cuidados com a antibioticoterapia de seus pets. Aparentemente as mulheres são melhor informadas à respeito de saúde, porém ainda assim também estão mais envolvidas com práticas não racionais do uso de antibióticos, além disso essa prática também parece ser maior entre a população com maior nível educacional. Conclui-se, portanto, que apesar da população ser detentora do conhecimento relativo ao surgimento das superbactérias, o fator cultural da automedicação ainda é muito forte, mesmo em uma amostra de elevado grau educacional, demonstrando ainda ser necessário que se faça um maior trabalho de conscientização e educação da população.

Palavras-chave: antibioticoterapia, cepas multirresistentes, resistência bacteriana, saúde

pública, farmacoepidemiologia.

ABSTRACT

Antibiotics are one of the most important advents in modern science and even today medicine is based on their use. However, the evolutionary mechanisms of these microorganisms added to the selective pressure of irrational use of antibiotics causes the degrees of bacterial resistance to be exacerbated. A qualitative cross-sectional study was conducted in the population of the city of Pelotas / RS through the application of an online questionnaire with

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517 responses. The population prevalence of this study was 86.65% women, from 20 to 25 years old and still in higher education, an expected proportion in a university city. However, although most of the population (91.4%) agreed that the irrational use of antimicrobials favors the emergence of resistant strains, approximately half of the population admitted using them without the prescription of a health professional. These percentages are not reflected regardless to antibiotic care of their pets. Women seem to be better informed about health, but they are still more involved in non-rational antibiotic practices, and this practice also seems to be higher among the higher educated population. It is concluded, therefore, that although the population has knowledge about the emergence of super bacteria, the cultural factor of self-medication is still very strong, even in a sample of high educational level, demonstrating that it is necessary to do a greater work of public awareness and education.

Keywords: antibiotic therapy, multiresistant strains, bacterial resistance, public health,

pharmacoepidemiology.

1 INTRODUÇÃO

Uma das mais importantes intervenções para o controle de doenças infecciosas foi a introdução de antibióticos no ambiente clínico, uma vez que estes salvaram milhões de vidas desde a sua descoberta e auxiliaram a aumentar a expectativa de vida da população. Porém, as enfermidades infecciosas seguem sendo uma das principais causas de mortalidade da humanidade (EUROPEAN CENTER FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2014).

Ainda em 1945 Alexander Fleming constatou que os micróbios são educados para resistir à penicilina e que essa resistência pode ser passada de hospedeiro à hospedeiro (TORTORA, 2005). Esta fala previu o ciclo que a era dos antibióticos traria. A resistência bacteriana é mundialmente reconhecida nos dias de hoje como um dos maiores problemas de saúde pública enfrentados nessa era, não apenas nos hospitais, mas também em comunidades. Ainda em 2013 o Centro de Controle de doenças norte americano (CDC) publicou uma análise a esse respeito, frisando que a cada ano 2 milhões de pessoas entram em contato com infecções resistentes nos Estados Unidos da América. (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2013). Pensando pela perspectiva darwiniana, o aparecimento de bactérias resistentes aos antibióticos é inevitável, porém pode-se tentar diminuir a velocidade deste processo ao diminuir a pressão seletiva e minimizar o uso de medicamentos antibióticos (BARNETT & LINDER, 2014).

A escolha errada do antibiótico que será usado para tratar uma infecção aumenta drasticamente a morbidade e mortalidade da população, principalmente quando a infecção é

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mais grave e ameaça a vida. Portanto é imprescindível que o médico ou outro profissional de saúde escolha adequadamente este medicamento, ou seja, faça um uso racional do mesmo (MAZER-AMIRSHAHI et al, 2017). O uso racional de um antibiótico compreende: seguir propriamente a dose, frequência e duração do tratamento. Isso deve acontecer em sintonia com uma escolha cuidadosa do medicamento pelo profissional de saúde que, quando eleger um medicamento, deve ter em mente as características de um antibiótico ideal. O mal cumprimento das prescrições pode levar à fracassos terapêuticos e induzir o paciente à automedicação e consequentemente ao uso excessivo e inapropriado de antibióticos (HERNÁNDEZ-MERINO, 2010).

Existem numerosos fatores que fazem com que a escolha do medicamento exemplar seja complexa, sendo que o aumento do índice de alergias à antibióticos e bactérias resistentes a esses antibióticos são exemplos das dificuldades que podem ser encontradas. A procura por novos antibióticos tem crescido nos últimos anos e não é raro o aumento do interesse em antibióticos de segunda e terceira linhagem (MAZER-AMIRSHAHI ET AL., 2017).

O futuro parece nefasto ao pensarmos que a resistência bacteriana tem evoluído mais rapidamente do que novos medicamentos possam ser lançados. Por exemplo, quando a penicilina foi introduzida na prática clínica, a maioria das cepas de Staphylococcus aureus eram sensíveis, hoje em dia apenas 5-10% das cepas do mesmo organismo são sensíveis a este mesmo fármaco. Na década de 80 nós temos outro forte exemplo: quando a cefotaxima foi introduzida na clínica, todas as cepas de Escherichia coli e Klebsiella pneumonae eram sensíveis. Hoje em dia 13 e 16% das cepas, respectivamente, são resistentes de acordo com um levantamento feito na Espanha e a mesma coisa aconteceu com as fluoroquinolonas e a E.coli. Na introdução desta na clínica, ainda na década de 80, todas as cepas de E. coli eram vulneráveis. Hoje em dia, 34% dos cultivos espanhóis demonstram resistência a esse princípio (EUROPEAN CENTER FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL, 2014).

O fenômeno da superbactéria (termo incorreto, porém leigo para apontar uma bactéria multirresistente) se espalhou a nível mundial e os relatórios são extremamente alarmantes: a organização mundial de saúde informou que houve um aumento de 650% de casos de tuberculose multirresistente na África entre 2005 e 2012 (TENOVER & MCGOWAN, 2008). Sendo cada vez mais frequente a associação de diferentes mecanismos de resistência para uma mesma família de antibióticos em uma mesma cepa (WOERTHER, BURDET, CHACHATY, & ANDREMONT, 2013), ou seja, os patógenos estão evoluindo e adquirindo resistência e

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multirresistência devido ao uso massivo de antibióticos em uma velocidade alarmante (NESME et al., 2014).

E esse problema afeta tanto humanos como animais, inclusive existindo relados de bactérias de importância clínica, como a por exemplo a E.coli, sendo isoladas cepas multirresistentes de animais silvestres em cativeiro (GUAN, XU, CHEN, ODUMERU,

& GYLES, 2002). Em 1992 Levy publicou

The antibiotic paradox: How the miracle drugs are destroying the miracle, discorrendo sobre, entre outras coisas, os perigos da utilização dos antibióticos em subdoses na produção animal como promotores de crescimento e como o uso destes tem contribuído para a seleção de indivíduos resistentes que podem mais cedo ou mais tarde incorporar seus genes em nossas bactérias comentais e serem transformados em patógenos humanos (AINSA, 2002).

A contribuição real da utilização deste tipo de medicamentos na agropecuária é ainda desconhecida, entretanto é reconhecido que esta utilização auxilia a pressão seletiva das bactérias, ainda mais quando utilizado em subdoses, como promotor de crescimento ou sem acompanhamento de médico veterinário, que devido a uma construção cultural forte ainda é uma ação bastante comum. A situação é complexa, todavia, este ônus foi estimado em torno de 4% por Bywater & Casewell em 2000, podendo ser maior, uma vez que ainda são necessários estudos mais aprofundados a esse respeito. Ainda assim, existem dados de que após o banimento do uso animal de avoparcin, houve um declínio de enterococci fecais resistentes à vancomicinas nas fezes dos europeus (VAN DEN BOGAARD, 2000).

Para fazer com que essa conjuntura se modifique positivamente é necessário implementar uma intervenção multilateral e sistemática em todo o sistema de saúde, algumas relativas aos profissionais de saúde e outras à população em geral. A população precisa ter expectativas razoáveis com relação a antibióticos, amparadas em informações precisas. Profissionais de saúde precisam de meios, treinamento, tempo e experiência (HERNÁNDEZ-MERINO, 2010), pois segundo Llor, um terço de todas as visitas de cuidado primário se referem a doenças infecciosas e destas, pelo menos metade não é de fundo bacteriano, não sendo possível na maior parte das vezes diferenciar se a causa primária é bacteriana ou não, portando a maior parte dos médicos tende a prescrever um antibiótico+ que em pelo menos metade das vezes tem valor terapêutico nulo e cuja única ação é exacerbar a pressão seletiva bacteriana (LLOR, 2010).

Existem diversas propostas que podem ser adotadas para tentar solucionar o problema da automedicação, que parece ter fundo cultural e social. As três principais são: um

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levantamento a respeito das práticas atuais e grau de conhecimento da população, criação de guias e protocolos para os profissionais de saúde, com o propósito de guiar a utilização de antimicrobianos e o desenvolvimento de materiais e estratégias educacionais, de forma a influenciar uma mudança de hábitos na população (BERQUÓ et al, 2004).

O presente estudo tem como objetivo principal realizar um levantamento qualitativo a respeito do grau de conhecimento da população a respeito de resistência bacteriana, antibióticos e uso consciente destes medicamentos, além de verificar hábitos de consumo destes indivíduos relativo ao consumo destes fármacos.

2 METODOLOGIA

Foi feito um estudo seccional transversal de base populacional onde 517 indivíduos residentes na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, de variadas idades e graus de escolaridade responderam um questionário online simples desenvolvido na plataforma Google forms e intitulado “A utilização de antibióticos na cidade de Pelotas/RS”. Foram utilizados questionários estruturados com questões fechadas, pré-codificadas e questões abertas que foram codificadas a posteriori. As variáveis socioeconômicas coletadas incluíram a renda familiar mensal (em salários mínimos), idade (em anos completos), gênero e grau de escolaridade.

Foram aplicadas perguntas de forma a sondar o conhecimento da população a respeito de antibioticoterapia e super bactérias, com perguntas como “Vírus, bactérias, fungos e protozoários são micro-organismos diferentes?”, “Todos os antibióticos são iguais e vão atuar contra todas as bactérias?” e “ O uso incorreto de antibióticos faz com que surjam bactérias resistentes?”. Também foi realizada uma análise referente aos hábitos da população com relação à antibioticoterapia, com questões como “Você já utilizou algum antibiótico sem receita?” e “Já parou o tratamento antes do prazo de tratamento prescrito porque os sintomas tinham sumido?”.

Os participantes eram informados através de um termo de participação livre e esclarecida a respeito dos objetivos do estudo e concordavam ou não com a participação no mesmo.

O questionário foi publicado nas redes sociais Facebook e Instagram juntamente a uma imagem para chamar a atenção dos entrevistados (meme) e devido ao grande interesse para colaborar com esta pesquisa preliminar, o questionário foi desativado depois de apenas um dia no ar, tendo alcançado e ultrapassado a meta pretendida.

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Inicialmente, devido ao tamanho da população da cidade de Pelotas, que no censo do IBGE de 2017 era de 328.275 habitantes, o tamanho pretendido da amostra para um grau de segurança de 95% era de 364 participantes, porém, devido ao elevado interesse na participação deste projeto foram enviadas 517 respostas. Portanto, o presente estudo tem grau de segurança de 99% com erro padrão de 6%, porém possui diversas limitações como por exemplo a execução do mesmo ser online e isso fazer com que a amostragem da população não seja dividida igualmente em população/bairro, além de se basear nas opiniões dos entrevistados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Existem diversos fatores de risco que aumentam a pressão seletiva para a resistência bacteriana, a maioria de fundo cultural e de participação tanto da população leiga quanto dos profissionais de saúde. Devido a todos estes fatores e riscos, a aplicação destes questionários se fez de vital importância. Uma vez que ao delinearmos o perfil de uma população, fazendo um levantamento a respeito do grau de conhecimento do público padrão, seu comportamento, seus hábitos, suas fraquezas e pontos fortes, faz-se possível adotar medidas adequadas e necessários de forma a tentar contornar a situação do uso irracional de medicamentos e diminuir a velocidade com a qual a resistência bacteriana vem se desenvolvendo e se alastrando.

O perfil predominante dos entrevistados neste trabalho consistia de: 86,65% se declararam do gênero feminino, 31% estava cursando o ensino superior e a renda familiar média da maioria era de um a três salários mínimos (60%). O fato da maior parte da população participante ser de mulheres pode ser justificado pois segundo Morales, em 2012, as mulheres são maioria nas redes sociais, assim como possuem comportamento mais comunicativo e participativo, tendo maior interesse em participar de assuntos e fazer troca de informações, pois possuem uma lógica comunicativa bastante desenvolvida e complexa.

Esse delineamento populacional também é compatível e comparável com o levantamento realizado pelo IBGE em 2017, em que a maior parte da população pelotense era de mulheres, de classe média e no ensino superior, além de ser porcentagem similar encontrada em estudos semelhantes desenvolvidos nessa e em outras populações urbanos, demonstrando que apesar das fraquezas deste estudo, ainda assim a amostragem populacional foi fidedigna e pode ser observada na integra na tabela 1.

A maioria dos participantes era tutor de animais de estimação (76%), sendo que estes eram predominantemente cães (62%) e esses dados também são compatíveis com os dados do

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IBGE do ano 2010, onde foi afirmado que o número de pets já ultrapassava o das crianças nos lares brasileiros e que cães, uma porcentagem bastante semelhante à encontrada neste estudo, também eram maioria nestes lares se comparado com os felinos. Esse perfil também foi compatível com os achados de Berquós em 2004 e por Leão & Barão, n.d.

Tabela 1: delineamento populacional autodeclarado na cidade de Pelotas/RS

Outro delineamento bastante interessante pode ser observado na tabela 2, em que o perfil de tutor de pet muda bastante conforme gênero e grau de escolaridade. Em homens, conforme o grau de escolaridade aumenta, também aumenta a porcentagem da população que possui pets em casa. Os cães, por exemplo, estavam presentes em 27% dos lares de nível de escolaridade Ensino Médio do gênero masculino, enquanto de nível de Pós-Graduação, eles eram 43% da amostragem. Isso se reflete de maneira inversa na população feminina. Enquanto 43% dos lares de mulheres com escolaridade máxima no Ensino Médio possuiam cães, apenas 33% dos lares cujo nível de escolaridade femino era Pós-Graduação possuía cães. Isso pode ser observado também com relação aos lares que não possuem nenhum pet. Nos homens, 36% dos lares de nível médio não possuíam pets, enquanto no nível de pós-graduação, 33%. Nas mulheres, a porcentagem foi de, respectivamente, 17% e 26%.

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Tabela 2: porcentagem declarada de cães e gatos nos lares pelotenses de acordo com gênero e escolaridade do tutor

As respostas relativas ao grau de conhecimento sobre resistência bacteriana e o hábito de consumo de antibacterianos também foi bastante interessante e podem ser conferidos na tabela 3. A maioria dos entrevistados sabia que os antimicrobianos são medicamentos (99%) que matam bactérias (68,9%), sendo que as mulheres foram a maioria deste percentual, em torno de 72%. É necessário reforçar que a pergunta “Os antibióticos funcionam como?” nos trouxe o desfavorável dado de que 29% da população demonstrou acreditar que os antibióticos matam todos os micro-organismos e não somente as bactérias e mesmo que a maioria da população que respondeu dessa forma pertencesse à camadas de menor nível educacional, ainda assim tivemos algumas pessoas de nível superior e pós-graduação respondendo da mesma forma, o que aponta uma grave falha no conhecimento da população, mesmo entre aqueles que deveriam deter conhecimento, demonstrando a falta de interesse relativo à saúde pública e podendo justificar o excesso de uso destes medicamentos em quadros de auto medicação para doenças sem fundo bacteriano, uma vez que os entrevistados pareciam não compreender que os antibióticos funcionam apenas contra bactérias.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 2,p.5931-5947 feb. 2020. ISSN 2525-8761 Ensino Fundamental Homens Mulheres Ensino Médio Homens Mulheres Ensino Superior Homens Mulheres Pós-Graduação Homens Mulheres

Ação dos antimicrobianos

Matam bactérias

33.33% 63% 27% 43% 40% 34% 43% 33%

Matam vírus 33.33% 6% 27% 13% 14% 21% 5% 15% Matam todos os

micro-organismos

0 19% 9% 27% 17% 25% 19% 26%

Matam todos os micro-organismos e ajudam na

cicatrização

33.33% 13% 36% 17% 29% 20% 33% 26%

Vírus, bactérias, fungos e protozoários são diferentes?

Sim

67% 44% 91% 83% 86% 91% 100% 98%

Não 0% 31% 0% 7% 3% 6% 0% 1% Não sei 33% 25% 9% 10% 11% 3% 0% 1%

Todos os antibacterianos são iguais

Sim

33% 25% 9% 1% 0% 1% 0% 0%

Não 33% 63% 91% 91% 91% 95% 95% 98% Não sei 33% 13% 0% 8% 9% 4% 5% 2%

Uso sem prescrição de antimicrobiano pode gerar superbactérias

Sim

100% 19% 91% 85% 86% 94% 95% 94%

Não 0% 63% 0% 8% 3% 2% 5% 1% Não sei 0% 19% 9% 7% 11% 4% 0% 5%

Uso incorreto de faz com que surjam bactérias resistentes?

Sim

67% 88% 91% 96% 89% 95% 100% 98%

Não 0% 6% 9% 1% 3% 1% 0% 0% Não sei 33% 6% 0% 3% 9% 4% 0% 2%

É mais difícil tratar uma infecção por superbactéria

Sim

33% 63% 45% 54% 37% 51% 57% 51%

Não 67% 38% 55% 46% 51% 47% 38% 48% Não sei 0% 0% 0% 0% 11% 2% 5% 1%

Já parou o seu tratamento ou de familiar antes do prazo?

Sim

0% 19% 36% 18% 14% 16% 14% 14%

Não 100% 81% 64% 81% 86% 83% 81% 81% Não sei 0% 0% 0% 1% 0% 1% 5% 5%

Já parou o tratamento do seu pet do prazo prescrito?

Sim

0% 50% 27% 47% 49% 36% 33% 41%

Não 100% 50% 64% 53% 51% 64% 62% 59% Não sei 0% 0% 9% 0% 0% 0% 5% 0%

Já comprei rifocina sem receita para tratar ferida(s)

Sim

33% 50% 27% 39% 29% 42% 33% 41%

Não 33% 50% 73% 60% 69% 54% 62% 55% Não sei 33% 0% 0% 1% 3% 3% 5% 4%

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As respostas equivocadas relativas à pergunta citada anteriormente também podem estar relacionadas com a ignorância a respeito da diferença fundamental entre os diversos micro-organismos, uma vez que na pergunta “Vírus, bactérias, fungos e protozoários são micro-organismos diferentes?” 9,3% responderam que não ou não sei, sendo que a porcentagem das mulheres que responderam dessa forma foi superior aos homens na maioria dos níveis educacionais. A área de conhecimento no ensino superior e pós-graduação não é importante neste caso, uma vez que a diferença básica entre micro-organismos é um conhecimento de nível médio e que toda a população exceto a de nível fundamental deveria possuir, podendo ser claramente visualizada uma deficiência educacional em uma parcela da população.

A maior parte da população (93%) sabe que os antimicrobianos são diferentes e, portanto, vão agir contra bactérias diferentes e a maioria da população que não possui esse conhecimento possui menor nível de escolaridade, o que era esperado. Porém os dados mais importantes da pesquisa talvez venham a seguir: apesar da maioria da população (89,8%) responder que sim para “O uso de antibióticos sem prescrição contribui para o aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos?” e sim (91,4%) para “O uso incorreto de antibióticos faz com que surjam bactérias resistentes?”, quase metade da população (48,3%) admitiu que já usou antibióticos sem receita para si mesmo, incluindo medicações de uso tópico como a rifomicina, e 44% admitiu interromper o próprio tratamento antes do prazo prescrito pelo profissional de saúde quando seus sintomas desapareciam. Destes, a proporção era bastante similar entre homens e mulheres, em todos os níveis de escolaridade e mesmo que a maior parte das pessoas que realizam essa prática possuam o ensino médio completo, ainda assim em torno de 15% da população de nível superior e pós graduação de ambos os gêneros também admitiram fazer uso desta prática, demonstrando que mesmo quando o conhecimento e o acesso a esse existem, ainda assim é difícil combater práticas sociais já arraigadas no indivíduo.

Esses resultados demonstram também que a resolução RDC44 de 2010 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que tentava reprimir a venda de antimicrobianos sem receita (Brazil, 2009), não foi muito eficaz e que a corrupção na população brasileira continua em alta. Berquós em 2004 obteve um resultado diferente na mesma população urbana, apontando que 80% dos antimicrobianos utilizados então foram recomendados por um profissional de saúde. Entre o estudo de Berquós e o presente estudo, foi lançada a resolução da ANVISA e mesmo tendo o objetivo de coibir esta prática ao banir a comercialização de

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antibióticos sem receita, este hábito parece ter sido estimulado nos últimos quinze anos, tendo mais que dobrado de frequência nesse período (48,3%). Porém, uma vez que os antibióticos representam em torno de um terço das prescrições médicas talvez a diferença na pressão seletiva não seja tão diferente na população de 2004 e 2019, uma vez que ainda é costume dos profissionais de saúde prescreverem antibióticos em momentos muitas vezes desnecessários e também pois não temos como saber neste momento se a quantidade de antibacterianos utilizados por esta população de fato mudou ou apenas a origem destes. Mesmo que o uso sem prescrição aumente a pressão seletiva sobre as bactérias, o uso racional também o faz, como é natural. Mas no presente estudo não foi feito o levantamento do uso dos antibióticos prescritos para essa população, portanto se faz impossível uma comparação mais aprofundada a respeito da diferença na pressão seletiva nessa população urbana no presente momento.

O que mais surpreende nestes resultados é o fato de que uma população predominantemente bem educada, com acesso à meios de pesquisa ainda assim faz uso irracional de antibióticos, demonstrando que o fator cultural da automedicação é um comportamento extremamente enraizado nesta amostra, sobrepondo o conhecimento científico que eles possuem, o acesso facilitado à educação e à materiais de cunho científico.

As porcentagens relativas ao uso de antimicrobianos nos pets, porém, é invertida: apenas 16% dos entrevistados comprou antimicrobianos para seu pet sem receita e apenas 9,2% parou o tratamento antes do prazo prescrito. Isso pode ter uma maior relação com a dificuldade de percepção de alguns sintomas nos pets, que são mais facilmente perceptíveis nos seres humanos e uma vez que não percebem a variação de sinais clínicos, não interrompem a medicação ao acreditar que o pet está curado. Também pode estar relacionado a um maior medo de dar medicamento para seus pets sem o aval e recomendação de um médico veterinário, já que muitas vezes os medicamentos usados para o ser humano são tóxicos para os animais e os tutores ficam sem ter certeza do que possa ser utilizado. Estes resultados, porém, diferem em muito da observação empírica da realidade da clínica de pequenos animais. Sabe-se que é bastante comum e usual que tutores e protetores decidam escolher por si mesmo medicações a serem aplicadas nos animais ao invés de passar por consulta veterinária.

Dos que pararam o tratamento antes do prazo prescrito, a maioria era de mulheres, mesmo que a porcentagem entre gêneros e graus de escolaridade seja bastante similar, o que é um fato curioso, uma vez que as mulheres são mais preocupadas com a saúde e possuem maior conhecimento a respeito do assunto. Esse comportamento pode ter diversos motivos,

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como uma maior sensibilidade para notar a variação de comportamento do seu pet, ou até mesmo pelo fato da maior parte dos protetores ser composta por pessoas do gênero feminino, refletindo o comportamento comentado anteriormente relativo à observação empírica na clínica de pequenos animais, sendo muito comum a observação de pessoas recomendando à outras, por exemplo, antibióticos para tratamento de doenças visivelmente de cunho fúngico, e outros comportamentos equivocados relativos a utilização medicamentosa pela população em geral, portanto este dado não parece corresponder a um comportamento real.

Não discutiremos neste momento os riscos para a saúde do animal propriamente dito decorrentes da falta de conhecimento ao interromper o tratamento ou da utilização de medicamentos sem a prescrição e a orientação de um médico veterinário, mas que podem incluir: infecções crônicas, alergias ou intoxicações e até mesmo mal desenvolvimento fetal, caso a fêmea receptora do medicamento esteja prenhe. A própria rifomicina, citada anteriormente, é uma medicação de uso tópico e que pode ser bastante tóxica quando ingerida e ao utilizar em animais, principalmente um extremamente flexível como os gatos, é necessário que se tome uma série de cuidados para que a ingestão seja evitada. Como o tutor não possui conhecimento a esse respeito, pode pecar quanto à quantidade e frequência de aplicação ou tornar possível que o animal lamba a medicação e que acidentalmente acabe intoxicado. Este é apenas um exemplo, mas os riscos estão presentes na utilização de qualquer medicamento, ainda mais naqueles cuja venda é restrita.

De qualquer forma, sendo humano ou animal, a utilização irracional de antibióticos leva ao processo de resistência bacteriana através da mutagênese e pressão seletiva, que podem incluir mecanismos bioquímicos como a diminuição da permeabilidade, modificação do antimicrobiano, modificação do sitio de ligação e desenvolvimento de camada de proteção da molécula. Depois que um indivíduo desenvolve esse mecanismo de resistência, pode passar essa característica através de transferência horizontal para outros indivíduos. Em termos gerais, os antimicrobianos vão agir selecionando as populações naturais.

E justamente devido ao riscos decorrentes da auto-medicação e também da pressão seletiva decorrente do uso exacerbado de antimicrobianos é que se faz tão importante a conscientização de toda a população e uma maior severidade no controle da venda dos medicamentos, de forma a coabir a venda destes sem que estes tenham sido prescritos.

A maior fragilidade deste estudo foi o não levantamento a respeito dos antibióticos prescritos, uma vez que se torna impossível saber o grau de prescrições de medicamentos na população urbana desta região, o verdadeiro grau de utilização de antibióticos na mesma e a

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verdadeira força de pressão seletiva que está acontecendo neste município. Além disso, também é uma fragilidade o fato do estudo ter sido feito online, tornado impossível a separação da população corretamente de acordo com os bairros e também devido ao fato de que todo ele se baseia em informações declaradas pelos indivíduos do estudo.

4 CONCLUSÃO

Este trabalho preliminar demonstrou que apesar da população possuir um certo conhecimento a respeito de como funciona um antibiótico e de como este deveria ser utilizado, ainda se faz necessário quebrar as barreiras da universidade e levar esse conhecimento, que para nós dos cursos de saúde é básico, ao restante da população, de forma a conscientizar as pessoas a utilizar essa medicação de forma mais racional, responsável e consciente, com o objetivo de tentar diminuir a velocidade com que a resistência bacteriana tem avançado. Isso só será possível depois que a população compreender diferenças e indicações básicas sobre este medicamento. Ademais, a metodologia de aplicação deste questionário evidenciou a necessidade de chamar atenção do seu público e da necessidade de saber dialogar com ele, rompendo as barreiras acadêmicas e tentando se comunicar de forma horizontal. Para finalizar, propõe-se a realização de ações educativas nesta população urbana e posterior aplicação de novo questionário, mais completo e presencial, de forma a fazer um levantamento mais fidedigno a respeito desta população, de forma a comparar os resultados não apenas com outros autores, mas também com um antes e depois de ação de conscientização a ser realizada na cidade.

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Tabela 1: delineamento populacional autodeclarado na cidade de Pelotas/RS
Tabela 2: porcentagem declarada de cães e gatos nos lares pelotenses de acordo com gênero e escolaridade do  tutor

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