v ´arias vari ´aveis
• Vector perpendicular a uma superf´ıcie • Pontos cr´ıticos de uma fun¸c˜ao • Plano tangente a uma superf´ıcie • Classifica¸c˜ao dos pontos cr´ıticos • Extremos de uma fun¸c˜ao
Exerc´
ıcio
Considerar a fun¸c˜ao z = ln(x2+ y).
(a) Fazer um esbo¸co gr´afico do seu dom´ınio.
(b) Verificar se a fun¸c˜ao ´e crescente, decrescente ou estacion´aria, no ponto (x, y) = (1, 1), na direc¸c˜ao do eixo dos yy.
(c) Escrever a equa¸c˜ao da recta contida no plano x = 1, tangente `a superf´ıcie no ponto (1, 1, ln(2)). (d) Determinar a curva de n´ıvel correspondente a z = ln(2).
(e) Determinar o vector gradiente da fun¸c˜ao no ponto (1, 1) do seu dom´ınio. Verificar que este vector ´e perpendicular `a curva de n´ıvel que cont´em o ponto.
(f) Determinar o vector perpendicular `a superf´ıcie no ponto (1, 1, ln(2)).
(g) Determinar a equa¸c˜ao do plano tangente `a superf´ıcie no ponto (1, 1, ln(2)). Usar a equa¸c˜ao do plano para calcular uma aproxima¸c˜ao do valor z(1.02, 1.01).
Resolu¸c˜ao
(a) Dom´ınio da fun¸c˜ao: Dz = {(x, y) ∈ R2: x2+ y > 0}. A regi˜ao do plano correspondente ao dom´ınio de
z ´e o connjunto dos pontos (x, y) que satisfazem a inequa¸c˜ao y > −x2 (regi˜ao sombreada na figura 1).
Figura 1: z = ln(x2+ y) (b) Vamos calcular zy0(1, 1). z0y = ln(x2+ y)0y = (x 2+ y)0 y x2+ y = 1 x2+ y z0y(1, 1) = 1 12+ 1 = 1 2
Como zy0(1, 1) > 0, ent˜ao a fun¸c˜ao ´e crescente no ponto (1, 1), na direc¸c˜ao do eixo dos yy. Isto quer
dizer que existe um intervalo (1 − δ, 1), δ > 0, de valores de y, tal que z(1, 1) > z(1, b), para todo b ∈ (1 − δ, 1); e existe um intervalo (1, 1 + δ), δ > 0, de valores de y, tal que z(1, 1) < z(1, b), para todo b ∈ (1, 1 + δ).
(c) A equa¸c˜ao vectorial da recta ´e da forma (x, y, z) = (1, 1, ln(2)) + λ(0, 1, z0y(1, 1)), λ ∈ R. Notar que o vector director da recta, (0, 1, z0y(1, 1)), tem a coordenada x = 0, porque a origem e a extremidade do vector tˆem a mesma coordenada x = 1. Acresce que zy0(1, 1) ´e o declive da projec¸c˜ao da recta no plano zy. Substituindo o valor da derivada parcial calculada acima, temos (x, y, z) = (1, 1, ln(2))+λ(0, 1, 1/2) (figura 5).
Figura 2: Vista da superf´ıcie z = ln(x2+ y).
Figura 3: Recta no plano x = 1, tangente `a superf´ıcie no ponto (1, 1, ln(2)).
(d) Fazendo z = ln(2) na express˜ao z = ln(x2+ y), obtemos
ln(2) = ln(x2+ y) ⇔ 2 = x2+ y ⇔ y = −x2+ 2 A curva de n´ıvel ´e y = −x2+ 2 (figura 4).
(e) Vector gradiente:
~
∇z(1, 1) = (zx0(1, 1), z0y(1, 1)). Acima, j´a calcul´amos zy0(1, 1) = 1/2. Segue-se o c´alculo de z0x(1, 1).
zx0 = ln(x2+ y)0 x = (x2+ y)0 x x2+ y = 2x x2+ y zx0(1, 1) = 1
O vector gradiente ´e ~∇z(1, 1) = (1, 1/2). Para verificarmos que o vector gradiente ´e perpendicular `
a curva de n´ıvel que cont´em o ponto (1, 1), vamos determinar a recta tangente `a curva de n´ıvel neste ponto, e confirmar que o vector gradiente lhe ´e perpendicular. A equa¸c˜ao da recta ´e da forma y = mx+b, com m = y0(1) (ver al´ınea (d)).
y0 = −2x y0(1) = −2
Fica y = −2x + b. Calcula-se b substituindo na equa¸c˜ao as coordenadas do ponto da recta (1, 1). Obt´em-se y = −2x + 3, ou 2x + y = 3. O vector (2, 1) ´e perpendicular `a recta (porquˆe?). Um vector com a direc¸c˜ao da recta ´e ~u = (−1, 2) (porquˆe?). Para verificarmos que o vector gradiente ~∇z(1, 1) ´
e perpendicular `a recta no ponto (1, 1), basta verificar que ´e nulo o produto vectorial ~∇z(1, 1) · ~u = (1, 1/2) · (−1, 2) = −1 + 1 = 0. (figura 5).
Figura 4: Curva de n´ıvel y = −2x + 2. Figura 5: O vector gradiente ´e perpendicular `a curva de n´ıvel no ponto A = (1, 1).
(f) Escrevendo a equa¸c˜ao da superf´ıcie na forma z − ln(x2+ y) = 0, esta pode ser identificada como uma
superf´ıcie de n´ıvel da hipersuperf´ıcie w = z − ln(x2+ y), para w = 0. O vector gradiente ~∇w(1, 1, ln(2))
´
e perpendicular `a superf´ıcie de n´ıvel no ponto (1, 1, ln(2)). ~ ∇w = (w0x, w0y, wz0) wx0 = z − ln(x2+ y)0 x = − (x2+ y)0x x2+ y = − 2x x2+ y wy0 = z − ln(x2+ y)0 y = − (x2+ y)0y x2+ y = − 1 x2+ y wz0 = z − ln(x2+ y)0z = 1. Podemos escrever ~ ∇w(1, 1, ln(2)) = (w0x(1, 1, ln(2)), wy0(1, 1, ln(2)), wz0(1, 1, ln(2))) = −1, −1 2, 1
Este vector, ou qualquer outro com a sua direc¸c˜ao, ´e perpendicular `a superf´ıcie z = ln(x2+ y), no
ponto (1, 1, ln(2)) (figura 6).
(g) A equa¸c˜ao geral do plano ´e Ax + By + Cz + D = 0, sendo (A, B, C) um vector perpendicular ao plano. Fazendo (A, B, C) = ~∇w(1, 1, ln(2)), obt´em-se a equa¸c˜ao −x − y/2 + z + D = 0. Sabendo que o plano cont´em o ponto (1, 1, ln(2)), calcula-se o valor de D.
D = −1 −1
2 + ln(2) + D = 0 ⇔ D = 3
2 − ln(2) A equa¸c˜ao do plano ´e z = x + y/2 + ln(2) − 3/2 (figura 7).
Enquanto fun¸c˜ao aproximante, um plano Z = ax + by + c tangente `a superf´ıcie z = f (x, y) num ponto (x0, y0, z0), ´e o correspondente `a recta tangente a uma curva num ponto. Quanto menor a
vizinhan¸ca do ponto de tangˆencia (x0, y0, z0), melhor a aproxima¸c˜ao ax + by + c ≈ f (x, y), sendo
ax0+ by0+ c = f (x0, y0) = z0. Se fizermos um ‘zoom in’ sobre uma vizinhan¸ca muito pequena do
o plano. Isto tamb´em quer dizer que as curvas de n´ıvel da superf´ıcie no ponto (x0, y0), s˜ao tangentes
`
as rectas de n´ıvel do plano nesse ponto. Da´ı que o vector gradiente no ponto (x0, y0) seja o mesmo
para a superf´ıcie e para o plano. Um valor aproximado de z(1.02, 1.01) = ln(1.022+ 1.01), pode ser
calculado usando a equa¸c˜ao do plano tangente.
z(1.02, 1.01) = ln(1.022+ 1.01) ≈ 1.02 +1.01
2 + ln(2) − 3
2 ≈ 0.718 (usar uma calculadora para verificar que as trˆes casas decimais apresentadas s˜ao correctas.)
Figura 6: Vector (a azul) perpendicular `a superf´ıcie no
ponto A = (1, 1, ln(2)). Figura 7: Plano (a cinzento) perpendicular `a superf´ıcie no ponto A = (1, 1, ln(2)).
Note-se que a recta tangente `a curva de n´ıvel da superf´ıcie, no ponto (1, 1), determinada na al´ınea (e), n˜ao ´
e mais do que a curva de n´ıvel do plano tangente `a superf´ıcie, neste ponto. Podemos verificar este facto, substituindo na equa¸c˜ao do plano z por ln(2), e obtendo a curva de n´ıvel y = −2x + 3 (verificar).
Optimizac¸ ˜ao de func¸ ˜oes de duas vari ´aveis
Extremos relativos e absolutos
O c´alculo de extremos relativos (m´aximos, ou m´ınimos, locais) de fun¸c˜oes reais de duas vari´aveis, faz-se por um processo semelhante ao que estud´amos para o caso de fun¸c˜oes reais de uma vari´avel, recorrendo `as derivadas de primeira e de segunda ordens. No gr´afico da figura 8 est˜ao indicados alguns pontos (x, y, z) correspondentes a extremos da fun¸c˜ao a´ı representada.
Figura 8: Valem as seguintes defini¸c˜oes.
(a, b) do seu dom´ınio, sse existe um c´ırculo centrado em (a, b) tal que, para todos os pontos interiores (x, y) do c´ırculo se tem
f (a, b) ≥ f (x, y) (f (a, b) ≤ f (x, y)) .
Defini¸c˜ao (extremos absolutos). Uma fun¸c˜ao f (x, y) tem um m´aximo absoluto (m´ınimo absoluto) no ponto (a, b) do seu dom´ınio, sse para todos os pontos (x, y) do dom´ınio da fun¸c˜ao se tem
f (a, b) ≥ f (x, y) (f (a, b) ≤ f (x, y)) .
Basta uma fun¸c˜ao ser cont´ınua num conjunto fechado (i.e., um conjunto que cont´em todos os seus pontos de fronteira) e limitado, para ter extremos absolutos nesse conjunto (considerando a restri¸c˜ao do dom´ınio a esse conjunto de pontos).
Teorema. Se f (x, y) ´e cont´ınua no conjunto fechado e limitado S ⊂ R2, ent˜ao f (x, y) tem m´aximo e m´ınimo absolutos em S.
Pontos cr´ıticos de uma fun¸
c˜
ao
Na figura 8 est˜ao representadas dois segmentos de recta tangentes `a fun¸c˜ao f (x, y), em trˆes dos seus pontos extremos. Para cada caso, um dos segmentos ´e paralelo ao eixo dos xx e o outro ´e paralelo ao eixo dos yy. Os declives dos segmentos representam as derivadas parciais fy0 e fx0 nos pontos. Como os segmentos s˜ao paralelos ao plano xy, ambas as derivadas parciais s˜ao nulas. Vale o seguinte teorema.
Teorema. Se f (x, y) tiver um extremo relativo no ponto (a, b) e se as derivadas parciais de primeira ordem fx, fy existirem neste ponto, ent˜ao fx(a, b) = fy(a, b) = 0.
Define-se ponto cr´ıtico de uma fun¸c˜ao f (x, y) da seguinte forma.
Defini¸c˜ao (ponto cr´ıtico). O ponto (a, b) do dom´ınio de f (x, y) diz-se ponto cr´ıtico da fun¸c˜ao f (x, y), sse fx0(a, b) = 0 e fy0(a, b) = 0, ou se alguma das derivadas parciais fx0(a, b), fy0(a, b) n˜ao existe.
Os pontos cr´ıticos s˜ao pontos onde a fun¸c˜ao pode ter, eventualmente, extremos.
Figura 9: z = −0.5x2− 0.5y2+ 2x + 6
Figura 10: z =px2+ y2
Exerc´
ıcio
Pontos cr´
ıticos de um parabol´
oide circular
∂z ∂x= 0 ∂z ∂y = 0 ⇔ −0.5x2− 0.5y2+ 2x + 60 x= 0 −0.5x2− 0.5y2+ 2x + 60 y= 0 ⇔ −x + 2 = 0 −y = 0 ⇔ x = 2 y = 0
Como as derivadas parciais s˜ao cont´ınuas, o ´unico ponto cr´ıtico da fun¸c˜ao ´e (x, y) = (2, 0).
Exerc´
ıcio
Pontos cr´
ıticos de um cone circular
Determinar os pontos cr´ıticos do cone circular z =px2+ y2 (figura 10).
∂z ∂x= 0 ∂z ∂y = 0 ⇔ p x2+ y2 0 x = 0 p x2+ y2 0 y= 0 ⇔ x √ x2+y2 = 0 y √ x2+y2 = 0
As equa¸c˜oes n˜ao s˜ao satisfeitas em nenhum ponto (x, y). Mas no ponto (x, y) = (0, 0), nenhuma das duas derivadas parciais est´a definida (porquˆe?). O ponto (x, y) = (0, 0) ´e pois o ´unico ponto cr´ıtico da fun¸c˜ao.
Classifica¸
c˜
ao dos pontos cr´ıticos
Uma vez determinados os pontos cr´ıticos de uma fun¸c˜ao f (x, y), devemos classific´a-los, i.e., verificar se s˜ao pontos de m´aximo ou m´ınimo relativos, ou se s˜ao pontos de sela – pontos em que ambas as derivadas parciais s˜ao nulas, mas que n˜ao s˜ao pontos de extremo da fun¸c˜ao (figura 11).
Figura 11: O ponto (0, 0) ´e um ponto de sela da fun¸c˜ao 10z = y2− x2.
A classifica¸c˜ao dos pontos cr´ıticos, no caso em que as derivadas de primeira e segunda ordens no ponto existem e s˜ao cont´ınuas, ´e feita usando o seguinte resultado.
Teorema. Se f (x, y) tiver derivadas de segunda ordem cont´ınuas nos pontos de um c´ırculo centrado no ponto cr´ıtico (a, b), considerando o discriminante
D(x, y) = fxx00 fyy00 − (fxy00)2, verifica-se que:
1. Se D(a, b) > 0 e fxx00 < 0, ent˜ao (a, b) ´e ponto de m´aximo relativo da fun¸c˜ao;
2. Se D(a, b) > 0 e fxx00 > 0, ent˜ao (a, b) ´e ponto de m´ınimo relativo da fun¸c˜ao; 3. Se D(a, b) < 0, ent˜ao (a, b) ´e ponto de sela da fun¸c˜ao;
4. Se D(a, b) = 0, nada se pode concluir.
Seguem-se algumas observa¸c˜oes sobre este teorema.
(a) O discriminante D(x, y) tem aqui um papel semelhante ao da derivada de segunda ordem, f00(x), na caracteriza¸c˜ao de um ponto cr´ıtico x = b de uma fun¸c˜ao de uma vari´avel, f (x). Dada a expans˜ao de f (x) em s´erie de Taylor, em torno de x = b,
f (x) = f (b) + f0(b)(x − b) + f00(b)(x − b)
2
2! + f
000(b)(x − b)3
3! + · · ·
se x − b for suficientemente pequeno, isto ´e, se usarmos a s´erie para calcular o valor da fun¸c˜ao num ponto x suficientemente pr´oximo de x = b, temos
f (x) ≈ f (b) + f00(b)(x − b) 2 2! f (x) − f (b) ≈ f00(b)(x − b) 2 2! , (1)
por ser f0(b) = 0, e por ser pequeno o somat´orio dos termos `a direita de f00(b)(x−b)2! 2 na s´erie de Taylor. A aproxima¸c˜ao (1) deixa claro que, se f00(b) > 0, ent˜ao f (x) − f (b) > 0 e o ponto x = b ´e um ponto de m´ınimo local; se f00(b) < 0, ent˜ao f (x) − f (b) < 0 e o ponto x = b ´e um ponto de m´aximo local. A aproxima¸c˜ao (1) revela tamb´em que se f00(b) = 0, nada podemos concluir sobre a natureza do ponto. Como exemplo, o ponto x = 0 ´e um ponto de m´ınimo local para a fun¸c˜ao f (x) = x4, ´e um ponto de m´aximo local para a fun¸c˜ao f (x) = −x4, e em ambos os casos se tem f00(0) = 0.
(b) Para fun¸c˜oes de duas vari´aveis, f (x, y), a expans˜ao em s´erie de Taylor em torno do ponto (a, b), tem a forma
f (x, y) = f (a, b) + fx0(a, b)(x − a) + fy0(a, b)(y − b)+ +1 2f 00 xx(a, b)(x − a) 2+ 2f00 xy(x − a)(y − b) + fyy00(y − b) 2 + · · ·
em que as reticˆencias representam termos envolvendo produtos de (x − a) e (y − b), de grau superior a dois. Se usarmos a s´erie para calcular o valor da fun¸c˜ao num ponto (x, y) suficientemente pr´oximo de (a, b), temos1
f (x, y) ≈ f (a, b) + fx0(a, b)(x − a) + fy0(a, b)(y − b)+ 1 2f 00 xx(a, b)(x − a) 2+ 2f00 xy(a, b)(x − a)(y − b) + f 00 yy(a, b)(y − b) 2 f (x, y) − f (a, b) ≈ 1 2f 00 xx(a, b)(x − a) 2+ 2f00
xy(a, b)(x − a)(y − b) + fyy00(a, b)(y − b) 2
por ser fx0(a, b) = fy0(a, b) = 0, e por ser pequeno o somat´orio dos restantes termos da s´erie. A express˜ao entre parˆenteses rectos resulta do produto matricial seguinte.
x − a x − bfxx00(a, b) fxy00(a, b)
fyx00(a, b) fyy00(a, b)
x − a x − b
A matriz quadrada diz-se matriz hessiana da fun¸c˜ao f (x, y), no ponto (a, b). O seu determinante fxx00 (a, b)fyx00 (a, b) − fxy00fyx00 ´e o discriminante D(x, y), assumindo as derivadas cruzadas iguais.
Exerc´
ıcio
Estudo do ponto cr´
ıtico do parabol´
oide circular
Classificar o ponto cr´ıtico (0, 0) do parabol´oide circular z = −0.5x2− 0.5y2+ 2x + 6 (figura 9).
Vamos determinar o discriminante de segunda ordem D(x, y) da fun¸c˜ao no ponto cr´ıtico. Temos zxx00 = −1 zyy00 = −1 zxy00 = 0,
e
D(x, y) = (−1)(−1) − 0 = 1
D(0, 0) = 1 > 0 z00xx(0, 0) = −1 < 0.
(verificar.) Por ser D(0, 0) > 0 e zxx(0, 0) < 0, o ponto (0, 0) ´e um ponto de m´aximo local da fun¸c˜ao.
Exerc´
ıcio
Estudo do ponto cr´
ıtico do cone circular
Classificar o ponto cr´ıtico do do cone circular z =px2+ y2(figura 10).
Dado n˜ao existirem as derivadas parciais de primeira ordem da fun¸c˜ao no ponto (0, 0), tamb´em n˜ao existem as derivadas de segunda ordem. N˜ao podemos recorrer ao discriminante D(x, y) para qualificar o ponto cr´ıtico. Mas ´e imediato verificar que o ponto (0, 0) ´e um ponto de m´ınimo absoluto da fun¸c˜ao z =px2+ y2
(porquˆe?).
Exerc´
ıcio
C´
alculo dos extremos de uma fun¸
c˜
ao
Determinar os extremos relativos da fun¸c˜ao z = x3+ y3+ 3xy.
Os extremos relativos de uma fun¸c˜ao, s˜ao os valores que a fun¸c˜ao toma nos pontos de m´aximo e m´ınimo relativos. Come¸camos por determinar os pontos cr´ıticos da fun¸c˜ao.
∂z ∂x = 0 ∂z ∂y = 0 ⇔ x3+ y3+ 3xy0 x= 0 x3+ y3+ 3xy0 y = 0 ⇔ 3x2+ 3y = 0 3y2+ 3x = 0 ⇔ y = −x2 y2+ x = 0
Substituindo y por −x2 na segunda equa¸c˜ao do sistema, obt´em-se
x4+ x = 0 ⇔ x(x3+ 1) = 0 ⇔ (x = 0) ∨ (x = −1).
Substituindo estes valores de x na equa¸c˜ao y = −x2, obtemos os pontos cr´ıticos (0, 0) e (−1, −1). Como
as derivadas de primeira ordem s˜ao cont´ınuas em R2, n˜ao h´a outros pontos cr´ıticos para al´em destes. Para
estudarmos a sua natureza, calculamos o discriminante D(x, y) em cada um deles. D(x, y) = 36xy − 9
D(0, 0) = −9 < 0
D(−1, −1) = 27 > 0 zxx00 (−1, −1) = −6 < 0
(verificar.) Conclui-se que (0, 0) ´e ponto de sela e (−1, −1) ´e ponto de m´aximo local da fun¸c˜ao. O m´aximo local da fun¸c˜ao ´e o valor que esta toma em (−1, −1): z(−1, −1) = 1 (figura 12).
Figura 12: z = x3+ y3+ 3xy
Observa¸
c˜
ao
Casos em que D(x, y) = 0
O caso em que discriminante D(x, y) = 0 em algum ponto cr´ıtico, n˜ao nos permite tirar conclus˜oes sobre a natureza do ponto. Isto significa que o ponto pode ser de m´aximo local, de m´ınimo local, ou um ponto de sela. Nas figuras 13 e 14 est˜ao representadas duas fun¸c˜oes que tˆem o ponto cr´ıtico (0, 0), sendo para ambas D(0, 0) = 0 (verificar), mas tendo os pontos cr´ıticos natureza diferente. A fun¸c˜ao z = x4− y4 tamb´em tem
o ponto cr´ıtico (0, 0), sendo D(0, 0) = 0. Neste caso o ponto cr´ıtico ´e um ponto de sela (verificar).
Figura 13: z = x4+ y4 Figura 14: z = −x
4− y4
Bibliografia
1. C´alculo Diferencial e Integral, vol I, N. Piskounov. 2. Calculus, Howard Anton.