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PPR sofrem xeque-mate

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(1)

Adeus, Certificados

do Tesouro.

Olá, Obrigações

do Tesouro

Pág. 6

garantido

Lisboa está

sobrevalorizada.

Conheças as zonas

mais baratas

Pág. 16

imobiliário

Dê mais potencial

à sua carteira

com fundos que

investem na China

Pág. 22

Fundos

Dia MunDial

Da PouPança:

Descubra

os ProDutos

que Deve ter

Pág. 14

Os conselhos financeiros da Deco Proteste

eDiçãO mensAL

www.deco.proteste.pt/investe outubro 2012

esta r

evista faz par

te integr ante da Pr OT es Te inves Te n.º 7 68

Conheça as melhores estratégias

para poupar agora para a sua reforma

PPR sofRem

xeque-mate

(2)

sumário

deixe os PPr de lado: são caros e rendem pouco. Está na hora de atualizar o seu plano de reforma. descubra os melhores investimentos.

nas vésperas do dia mundial da Poupança, há um vasto leque de escolhas para quem quer poupar, mas nem todas são boas opções.

modernize a sua estratégia

bê-á-bá da poupança

Quem somos • Destaques desta edição • Vantagens e serviços para associa dos • Atualidade em revista

Esta revista faz parte integrante da ProtEstE InvEstE n.º 768.

Propriedade/Redação DECo ProtEstE, Editores, Lda. Av. Eng.º Arantes e oliveira, n.º 13, 1.º B, 1900-221 Lisboa. Editora registada sob o núme-ro 215 705. nIPC: 502 611 529.

Diretor e editor Pedro Moreira. Redação Ana Filipa Gaspar, David Almas. Analistas financeiros Ações nacionais: João sousa (banca); Luís Pinto (construção, cimento, bens de consumo, papel); Pedro Catarino (dis-tribuição, media, autoestradas, serviços infor-máticos); rui ribeiro (telecomunicações, papel, energia); outros valores mobiliários e instrumen-tos financeiros: António ribeiro, João sousa, Jor-ge Duarte, Pedro Barata. na análise do mercado externo, a ProtEstE InvEstE colabora com um grupo de organizações de consumidores euro-peias com as quais definiu metodologias de análise idênticas a quem cede e de quem rece-be alguns conteúdos. são elas: Euroconsumers s.A. Avenue Guillaume 13b, L-1651 Luxembourg. Altroconsumo Edizioni Finanziarie s.r.L. via va-lassina 22, 20159 Milano. test-Achats s.C. rue de Hollande 13, 1060 Bruxelles. oCU Ediciones s.A. C/ Albarracín 21, 28037 Madrid. As análises publicadas na ProtEstE InvEstE são inde-pendentes e elaboradas de acordo com uma metodologia que poderá consultar no endere-ço www.deco.proteste.pt/investe/quem-somos. As análises nunca são enviadas à entidade emitente dos instrumentos financeiros objeto de avaliação e, por isso, não estão sujeitas a alterações a pedido destas. A DECo ProtEstE e os responsáveis pela informação financeira não têm interesses suscetíveis de prejudicar a objetividade da mesma. os nossos conselhos baseiam-se em análises internas e em fontes externas fiáveis. É impossível fazer previsões totalmente exatas ou garantir o sucesso total dos conselhos apresentados.

Conselho de Gerência vasco Colaço, Luís silvei-ra rodrigues e Alberto regueisilvei-ra em represen-tação da DECo, detentora de 25% do capital, e Yves Genin, Armand de Wasch, Benoît Plaitin em representação da Euroconsumers que de-tém 75% do capital.

Tiragem 20 000 exemplares. registo no ICs n.º 120152. Depósito legal n.º 102931/96. Assinaturas tel: 808 200 146. Fax: 218 410 802. Email: assinaturas@deco.proteste.pt. Assinatura anual: € 220,20 (€ 18,35 por mês), 48 edições semanais de 12 páginas + 11 edições mensais de 32 páginas.

Impressão sogapal, sociedade Gráfica da Paiã, s.A., Av. dos Cavaleiros, n.º 35 – 35A, 2794-056 Portela da Ajuda.

Fotografia e ilustração Getty Images, Joana sa-ramago, ricardo Bento, shutterstock. todos os direitos de reprodução, adaptação e de tradução são reservados e a utilização para fins comerciais é proibida.

Gráficos © thomson Financial Datastream e

DECo ProtEstE.

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6

8

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14

16

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20

29

mundo

Pensões de velhice estão em dieta um pouco por todo o mundo.

garantido

As Obrigações do Tesouro são a alter-nativa aos Certificados do Tesouro.

dossiê

Saiba poupar para a reforma pondo os PPR de lado.

teste

Fomos em busca de propostas para aplicar poupanças para a reforma.

análise

Nas vésperas do Dia Mundial da Pou-pança, descubra as suas opções.

imobiliário

Os apartamentos da capital ainda estão sobrevalorizados.

risco

As empresas farmacêuticas devem ser incluídas na sua carteira.

Fundos

O recuo dos mercados acionistas da China é uma oportunidade para in-vestir. Descubra os fundos chineses que recomendamos.

Fórum

Saiba porque o risco de investir nas obrigações da Parpública, controlada pelo Governo, é superior ao do Esta-do português.

14

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Quem somos • Destaques desta edição • Vantagens e serviços para associa dos • Atualidade em revista

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Antes de 2020 chegar ao fim, as contas do subsistema pre-videncial da Segurança Social, aquele que recebe as con-tribuições dos trabalhadores e empresas e paga pensões e subsídios a quem precisa, ficam a zeros. Nessa altura é ativado o Fundo de Estabilização Financeira da Seguran-ça Social (FEFSS), um mealheiro de emergência criado em 1989 e fundado com as receitas extraordinárias obtidas com a introdução de um novo sistema tributário e o pa-trimónio imobiliário das instituições da Segurança Social. Porém, os 10 404 milhões de euros que o Governo estima que o FEFSS terá no final de 2012 não chegarão para pagar um ano de pensões, quanto mais subsídios.

Este é o cenário traçado na proposta de Orçamento do Estado para 2013. É verdade que o relatório estima que o FEFSS poderá crescer até 19 251 milhões de euros em 2020. Todavia, além de ser otimista, esse montante é equivalente a pouco mais de um ano de pensões e de subsídios. É fun-damental que cada um poupe para a sua reforma.

A par do FEFSS, outra invenção governamental de 1989 fo-ram os planos de poupança-reforma (PPR). Os portugueses estavam então lentamente a regressar aos fundos de inves-timento, depois de muitos anos pós-25 de Abril restritos aos depósitos bancários e aos Certificados de Aforro. Nos primeiros tempos, era possível deduzir ao IRS a totalidade da aplicação em PPR até ao limite de 500 contos (cerca de 2494 euros). As companhias de seguros e as sociedades ges-toras de fundos aproveitaram naturalmente para engordar. O sucesso foi estrondoso: até 2010, o montante aplicado subiu todos os anos até atingir 16 841 milhões de euros. Só quando a crise se instalou por cá e os benefícios fiscais foram dramaticamente cortados é que o dinheiro começou a sair dos PPR. Em apenas ano e meio, esfumaram-se um quinto das aplicações em PPR.

Desde que os benefícios fiscais foram cortados que a PRO-TESTE INvESTE não aconselha novas subscrições de PPR: os custos são demasiado elevados para deixar o dinheiro a render pouco. Agora que as prestações do crédito para aquisição de habitação própria e permanente estão prestes a permitir o resgate antecipado sem penalizações fiscais, pode ser uma boa altura para reaver o seu dinheiro. Analise a sua situação antes de decidir. É muito provável que o seu dinheiro renda mais seguindo uma das estratégias que re-velamos no Dossiê, que pode conhecer a partir da página 8.

PrePare-se

Para a reforma

Editorial

(4)

MUNDO

68,9%

É quanto representa, em média, a primeira pensão em percentagem do último vencimento líquido nos países da OCDE

eUa

mÉXICo

reINo UNIDo

PorTUGaL

esPaNHa

fraNÇa

GrÉCIa

DINamarCa

aLemaNHa

51,0% 45,1%32,2% 50,0% 47,6% 79,8%69,2% 88,3% 84,9% 60,4% 68,8% 71,8% 99,9% 111,2% 57,9% 41,5%

Em todo o mundo, as reformas são cada vez mais

baixas. É preciso poupar para compensar

a perda do poder de compra

PeNsÕes De VeLHICe em DIeTa

54,1% 89,8%

(5)

A quase eliminação dos benefícios fiscais dos planos de poupança-reforma (PPR) afastaram os portugueses destes instrumentos de aforro desenhados para o longo prazo. Em 2011, o valor patrimonial dos PPR reduziu-se em 2,5 mil milhões de euros, o equivalente a uma queda de quase 15 por cento, segundo as estatísticas oficiais.

Para a maioria dos investidores, não recomendamos a subscrição de PPR: a rentabilidade tem sido baixa e as co-missões são elevadas. Porém, se já tem algum destes planos na sua carteira, pode fazer sentido transferi-lo para uma alternativa mais rentável. Saiba mais no Dossiê desta edi-ção, a partir da página 8.

PorTUGUeses foGem Dos PPr

Em apenas 1 ano, o património aplicado em PPR desceu 2,5 mil milhões de euros

Quem se reformasse em 2005 com uma carreira completa de descontos ao nível médio de Portugal, poderia estimar que a sua primeira pensão garantiria cerca de 79,8% do último vencimento líquido. Quem passasse à reforma em 2011, em média, a taxa de substituição seria de 69,2%, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvi-mento Económico. Esta tendência de descida do poder de compra das pensões acontece um pouco por todo o mundo, mesmo em países em que as pensões eram bai-xas, como o México (onde a taxa de substituição líquida das pensões médias baixou de 45,1% para 32,2% entre 2005 e 2011). A Dinamarca é um caso raro em que a taxa de substituição subiu substancialmente (de 54,1% nos vencimentos médios em 2005 para 89,8% em 2011).

reformas GaraNTem meNos

As pensões garantem cada vez menos o nível de vida dos recém-reformados A percentagem indica quanto do último salário é coberto pela primeira pensão, depois de descontados os impostos

aUsTrÁLIa

Taxa de substituição das pensões, líquida de impostos e outras contribuições obrigatórias, para uma carreira completa de vencimento médio. Fonte: OCDE

2005 2011

Valor global dos PPR, em milhões de euros

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 9323 10 989 12 689 13 669 13 689 15 387 16 841 14 337

JaPÃo

59,1% 39,7% 52,4% 58,9%

(6)

Com o fim dos Certificados do Tesouro,

as Obrigações do Tesouro tornam-se

numa opção incontornável para quem

quer rentabilizar as poupanças

Obrigações do Tesouro

aDeUs, CerTIfICaDos Do TesoUro

GARANTIDO

D

esde que foram lançados, em julho de 2010, até serem suspensos, em setembro passado, que os analistas da PROTESTE INVESTE recomen-daram os Certificados do Tesouro (CT) a quem queria aplicar a mais de cinco anos e com a garantia de capital. Agora, face ao “reduzido sucesso do produto”, como es-clareceu a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, já não é possível subs-crever esses Certificados.

As Obrigações do Tesouro (OT), que já eram uma alternativa aos CT para as

pou-panças de médio e de longo prazo, são agora um caminho incontornável para os investidores que queiram

rentabi-lizar as poupanças.

rendimentos a diminuir Há 1 ano, a desconfiança dos investidores face a Portugal atingiu o seu máximo. Os preços pagos nos

94

MIL MILHÕES

Era o valor total das Obrigações do Tesouro emitidas pelo Estado à data de 3 de outubro de 2012

18

%

Era o rendimento anual líquido oferecido pela OT Junho 2012 quando lançámos o protocolo ao lado, em novembro de 2011

20

%

É o peso máximo que a dívida pública (OT e Certificados de Aforro) deve ter no total das suas poupanças

negócios sobre muitas OT traduziam-se em taxas anuais efetivas líquidas acima dos 10 por cento. Nessa altura, lançámos um pri-meiro protocolo com a Optimize, o Tesou-ro 24 meses, para que os nossos leitores, nomeadamente os menos acostumados às lides bolsistas, pudessem beneficiar facil-mente das altas rentabilidades das OT com prazos mais curtos.

Ao longo dos últimos meses, os investi-dores recuperaram parte da confiança em Portugal e a maior procura de OT levou ao aumento das cotações e à diminuição das rentabilidades potenciais.

A compra de OT no auge da crise de con-fiança revelou-se uma aposta muito rentá-vel. Por exemplo, a OT que se venceu em ju-nho passado possibilitou um gaju-nho anual líquido próximo de 18% aos investidores que a adquiriram em novembro de 2011. É claro que o risco do investimento não podia, nem pode ser, ignorado. Embora

exclusivo: Protocolo para investir em obrigações do Tesouro

As contas Optimize Gestão Privada – Tesouro 24 meses e Tesouro 5 anos, que nego-ciámos com a sociedade gestora Optimize, facilitam a aplicação em Obrigações do Tesouro. A primeira investe em OT que se vencem nos próximos 24 meses e a segun-da abrange as OT com prazos até 5 anos. Para saber mais, vá a deco.proteste.pt/in-veste/protocolos ou telefone-nos para o 808 200 145 (218 410 858 da rede móvel). Condições especiais para subscritores

Os subscritores da PROTESTE INVESTE podem aceder a estas contas da Optimize com montante mínimo e custo inferiores aos restantes investidores: 10 mil euros (em vez de 20 mil euros) e comissão anual de gestão de 0,5% (em vez de 1%).

(7)

NÚmeros Do mÊs

Outubro de 2012

os juros estão cada vez mais bai-xos. a Euribor continua a diminuir e o banco de Portugal continua a pressionar a descida das taxas. no futuro, a subida da taxa de impos-to irá comprimir ainda mais o ren-dimento líquido.

(1) Taxa anual nominal líquida (TANL).

ainda há oportunidades

O nível das taxas aproxima-se dos valores registados antes do pedido de auxílio fi-nanceiro à troika. Porém, investir em OT continua a ser uma opção rentável e de baixo risco. Para um prazo de 5 anos, o ren-dimento anual líquido ronda 4,4 por cento. A cerca de 10 anos oferecem 6,1%. Estas ta-xas estão garantidas desde que respeitadas 2 condições: é preciso manter a OT até ao vencimento e assume-se que o Estado irá pagar todos os juros e o reembolso de capi-tal como prometido.

A negociação das OT é feita na bolsa de Lis-boa à semelhança das ações nacionais. Por isso, terá de recorrer ao seu banco ou à sua corretora para efetuar a aquisição. Devido aos custos de transação aconselhamos um investimento mínimo de 2500 euros que permite diluir essas comissões.

A transação de obrigações tem muitas es-pecificidades como juros corridos e cota-ções em percentagem do valor nominal. Se está pouco à vontade com estes termos, consulte o módulo didático no nosso por-tal financeiro ou, se pretende adquirir uma OT com um prazo até cinco anos e dispõe de dez mil euros, recorra ao protocolo que negociámos com a Optimize. Saiba mais na caixa da página ao lado. ¬

consideremos muito improvável, a hipó-tese do Estado entrar em incumprimento financeiro não é nula. Por isso, a dívida pú-blica, que inclui as OT e os Certificados de Aforro, não deve representar mais de 20% das suas poupanças.

certiFicaDos De aForro

(1) série c (taxa + prémio) 2,4%

séries a e b (taxa + prémio) 2,4%

certiFicaDos Do tesouro

em setembro deixou de ser possível fazer novas subscrições deste produto de aforro. se já tem, deve manter pelo menos durante cinco anos para con-seguir um bom rendimento.

sobe e Desce

26,5% de imposto

o imposto sobre os juros das aplicações passa de 25% para 26,5% e para 28% em 2013

2,8% em agosto

taxa média bruta dos depósi-tos até 1 ano, diz o banco de Portugal. era 4% há 1 ano

os MelHores DePÓsitos

(1) 1 mês Privatbank (e-Depósito) 2,4% 3 meses Privatbank (e-Depósito) 3,9% 6 meses

Privatbank (e-Pé de Meia) 4,0%

12 meses

Privatbank (e-Pé de Meia) 4,1%

taXa MÉDia De uM DePÓsito

De 5000 euros a 12 Meses

1,7%

NOME MATURIDADEMESES ATÉ TAXA DE CUPÃO LÍQUIDA (% DO VALOR NOMINAL)COTAÇÃO EFETIVA LÍQUIDATAXA ANUAL

OT setembro 2013 11 4,10% 101,8% 2,1% OT Junho 2014 20 3,30% 100,1% 3,2% OT Outubro 2014 24 2,70% 98,8% 3,2% OT Outubro 2015 36 2,50% 96,8% 3,4% OT Fevereiro 2016 40 4,80% 102,5% 4,0% OT Outubro 2016 48 3,20% 95,4% 4,2% OT Outubro 2017 60 3,30% 93,8% 4,4% OT Junho 2018 68 3,30% 88,4% 5,3% OT Junho 2019 80 3,60% 85,5% 5,8% OT Junho 2020 92 3,60% 81,2% 6,2% OT Abril 2021 102 2,90% 75,6% 6,1% OT Outubro 2023 132 3,70% 78,3% 6,1% OT Abril 2037 294 3,10% 59,2% 6,2%

oBrIGaÇÕes De LoNGo PraZo reNDem maIs

Em meados de outubro, as cotações das obrigações ofereciam aos investidores rentabilidades líquidas até 6,2% por ano

rEndimEnto Em QuEda Juros das obrigaÇÕEs

Longe dos máximos de há 1 ano, as taxas de rentabilidade potencial das OT ainda permanecem atrativas

Jan 2011 Out 2012 OT Junho 2014 OT Junho 2020 20% 15% 10% 5% 0% Jan 2012 15,5% Jul 2011 11,7%

(8)

moDerNIZe a sUa esTraTÉGIa

Reforma

Deixe os PPR de lado:

são caros e rendem pouco.

Está na hora de atualizar

o seu plano de jogo.

Descubra os melhores produtos

para preparar a sua reforma

DOSSIÊ

o

s pés-de-meia dos portugueses estão a abandonar os planos de poupan-ça-reforma (PPR). O ritmo é acelera-do: em 2011, o património dos PPR caiu 14,9%, o equivalente a 2,5 mil milhões de euros. As estatísticas oficiais mostram que a queda ainda não parou: no primei-ro semestre, a poupança nacional em PPR voltou a descer perto de 5,5 por cento. No início de julho, a riqueza global dos PPR era de cerca de 13,5 mil milhões de euros, um valor que não se registava desde 2007. É pouco provável que o abandono dos PPR fique por aqui. Em setembro, a Assembleia da República aprovou uma alteração às re-gras dos planos que autoriza o reembolso sem penalizações quando os montantes são utilizados para o pagamento de presta-ções de créditos para aquisição de habita-ção própria e permanente. Esta novidade entrará em vigor nos próximos meses. Antes, só era possível o resgate do dinhei-ro aplicado em PPR sem se ser penalizado pelo fisco a partir dos 60 anos ou após a aposentação por velhice. Há, no entanto, situações excecionais que autorizam o reembolso quando o subscritor ou algum dos membros do agregado familiar vive especial dificuldade: desemprego de lon-ga duração (trabalhadores que estejam há mais de 12 meses desempregados e ins-critos em centros de emprego); doença grave; incapacidade permanente para o trabalho; falecimento do titular. Em bre-ve, quem tem um PPR poderá resgatá-lo também para pagar as prestações da casa. baixo rendimento, custo elevado Os instrumentos que mais se assemelham a PPR são os fundos mistos defensivos, que aplicam até 30% das suas carteiras em ações. As diferenças de rendimento não são muito significativas: os fundos mistos de-fensivos registaram, em média, uma perda de 5,8% em 2011, superior ao apresentado pelos PPR defensivos e neutros, mas infe-rior aos PPR agressivos, com maior com-ponente de ações, como pode constatar na

(9)

figura ao lado. Assim, em termos de rendi-mento, os fundos PPR não são uma catego-ria que se destaque, comparativamente aos fundos mistos, sendo apenas mais modera-dos nos ganhos e nas perdas. Além disso, os PPR apresentam comissões bastante supe-riores aos de outras categorias de produtos. Os 25 seguros PPR de capital garantido que participam no nosso estudo comparati-vo renderam, em média, 2,3% em 2011 e 2,6% nos últimos 5 anos civis. Os seguros PPR sem capital garantido são em menor número (apenas 10 no nosso estudo) e per-deram, em média, 2,7% em 2011 e tiveram uma performance nula nos últimos 5 anos. Estes seguros PPR sem capital garantido são semelhantes aos fundos PPR e, por sua vez, comparáveis aos fundos mistos. Um dos aspetos que sempre criticámos nos PPR são as pesadas comissões. Nos seguros PPR de capital garantido, o custo médio de subscrição é 1 por cento. Embora esteja a descer, há seguros que cobram comissões exorbitantes: é o caso do Prévoir PPR Pré-mios Periódicos, que cobra até 5,3% por cada entrega. Ainda que garanta um rendi-mento de 2,5%, as comissões anulam todo o rendimento e o aforrador fica a perder. É um mau negócio! Nos PPR sob a forma de fundo, esta comissão é mais baixa do que nos seguros: em média, de 0,7 por cento. Se compararmos as comissões aplicadas nos PPR com a dos fundos mistos, por exemplo, as diferenças são substanciais, como pode ver na figura em cima. Este fator também irá pesar na escolha do consumi-dor, agora que os PPR já não permitem as deduções fiscais.

Quem já tem o que deve fazer? À semelhança do ano anterior, não reco-mendamos a subscrição nem o reforço de PPR a todos os que já não podem usufruir do benefício fiscal.

No quadro ao lado apresentamos os três PPR mais rentáveis de cada categoria nos últimos 3 anos. Se o desempenho do seu PPR não o satisfaz, pode e deve transferi--lo para um PPR mais rentável e com me-nos comissões. Atualmente, a comissão de transferência é, no máximo, de 0,5% e apenas permitida nos produtos de capital garantido, como a maioria dos seguros. Se tem um fundo PPR, sem capital garanti-do, transferir para outro PPR não acarreta qualquer custo.

Se aderiu ao nosso protocolo DECO/SGF, também não recomendamos novas

entre-rEndimEnto mÉdio ComissÕEs mÉdias

Os fundos PPr agressivos lideram as perdas em 2011. Os seguros PPr com capital garantido ganharam 2,3%

agrEssiVos PErdEm 10% 0,7% 1,0% 0,0% 1,6% 1,1% 1,2% Fundos PPR Seguros PPR Fundos mistos -2,7% -10,0% 2,3% -2,8%

Seguros PPR sem garantia de capital Fundos PPR agressivos

Seguros PPR com garantia de capital Fundos PPR defensivos e neutros

Subscrição Gestão e depósito

Não recomendamos novas entregas. Mas, se já tem um PPR, compare-o com os melhores e, se não estiver satisfeito, transfira

MAIS RENTÁVEIS Nos ÚLTImos 3 aNos

Os seguros PPr apresentam comissões de subscrição mais altas e os fundos PPr cobram mais pela gestão e depósito

PPr Continuam Caros

DenOMINAÇÃO

LOCAis De sUBsCriçãO

COmissÕes mÁXimAs renDimenTO mÍnimO GArAnTiDO

renTABiLiDADe AnUAL mÉDiA enTreGA resGATe GesTãO 2011 2009-2011 FUnDOs PPr DeFensivOs (0% A 5% em AçÕes)

PPR SGF Garantido

(Protocolo DECO/SGF) SGF 0,0% 0,0% 1,7% 2,2% 2,1% 4,5% Barclays PPR Rendimento Barclays 1,0% 2,0% 1,0% não há 0,8% 2,6% BBVA Solidez PPR BBVA 2,0% 2,0% 1,0% não há 2,2% 2,4% FUnDOs PPr neUTrOs (5% A 35% em AçÕes)

PPR Vintage Best, ESAF 0,0% 1,5% 1,1% não há 1,6% 3,6% PPR BBVA BBVA 2,0% 2,0% 2,0% não há -2,3% 3,0% Espírito Santo PPR ActivoBank, BES, Best, ESAF 0,0% 0,0% 1,2% não há 1,4% 2,7% FUnDOs PPr AGressivOs (mAis De 35% em AçÕes)

Barclays PPR Acções

Life Path 2025 Barclays 1,0% 2,0% 2,0% não há -8,0% 5,5% Barclays PPR Acções

Life Path 2020 Barclays 1,0% 2,0% 2,0% não há -5,6% 5,5% Alves Ribeiro PPR Banco Invest 1,5% 2,0% 1,5% não há -17,6% 2,8% seGUrOs PPr COm GArAnTiA De CAPiTAL

Eurovida PPR Aforro Best, BIC, Eurovida, Novagalicia, Popular 1,0% 2,0% 1,5% 2,5% 3,9% 4,3% Prévoir PPR Prémio Único 3% Prévoir Vie 3,1% 0,0% 0,5% 3,0% 3,8% 4,0% Prévoir PPR Prémios

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CErtiFiCados dE rEForma DOSSIÊ

gas. O desempenho do PPR alvo do proto-colo, o PPR SGF Garantido, tem sido positi-vo: 9,1% nos últimos 12 meses e 4,5% por ano entre 2009 e 2011. Em 2012, a taxa bru-ta mínima garantida para este fundo é de 2,2%, à qual se acresce ainda o prémio de fidelidade de 0,5 por cento. É o fundo que apresenta melhor rendimento, nos últimos 3 anos, na categoria dos fundos PPR defen-sivos, cujas carteiras têm até 5% de inves-timento em ações. O PPR SGF Garantido tem a vantagem de garantir o capital e um rendimento mínimo definido anualmente. É uma boa opção se pretende transferir o seu PPR, caso esteja desapontado com os resultados e as comissões cobradas do seu plano de reforma.

Certificados de reforma

Nos Certificados de Reforma, vulgarmente conhecidos por “PPR do Estado”, a dedu-ção fiscal corresponde a 20% do montante aplicado com o limite de 350 euros, numa percentagem do salário (2%, 4% ou 6%). No entanto, estes benefícios fiscais foram incluídos no mesmo limite das deduções dos PPR e, na prática, é como se não exis-tissem. Têm ainda outra desvantagem: não permitem o resgate antecipado, o que é possível para os subscritores de planos de reforma geridos por entidades privadas. Não adira aos Certificados de Reforma. Em 2011, os Certificados de Reforma per-deram 1,9%, penalizados pela descida da cotação das Obrigações do Tesouro, nas

Beneficie as suas poupanças com os nossos protocolos

Caso não esteja satisfeito com o seu PPR ou se está a aproximar-se da idade de refor-ma e quer um produto refor-mais seguro, poderá transferir a sua poupança para o PPR SGF Garantido ao abrigo do protocolo DECO/SGF. Este fundo PPR tem o capital garantido e um rendimento mínimo de 2,2% neste ano. Além disso, se acionar o protocolo, tem ainda um prémio de fidelidade de 0,5% e não tem comissão de subscrição.

Na sua estratégia pode ainda replicar uma das nossas carteiras recomendadas de fundos através do protocolo PrOtEStE InvEStE/Optimize. Tem a vantagem de poder investir um montante mais baixo (5000 euros e reforços a partir de 1000 euros), sem comissão de gestão e com um prémio anual de 0,2% sobre o valor da carteira. Além disso, não necessita de abrir conta em várias instituições financeiras.

Se investir em Obrigações do Tesouro, poderá também usufruir das condições vantajo-sas da conta Optimize Gestão Privada. Saiba mais sobre os nossos protocolos no portal financeiro em deco.proteste.pt/investe/protocolos.

8

%

É a taxa de imposto cobrada à saída se respeitar as condições dos PPR. É, atualmente, o único benefício fiscal a destacar

33,3

%

É o peso dos títulos de dívida pública nas carteiras dos PPR, só superados pelas obrigações de entidades privadas (49,2%)

-14,9

%

Foi a queda no valor patrimonial dos PPR em 2011, o equivalente a uma redução de 2,5 mil milhões de euros para 14,3 mil milhões de euros

quais têm obrigatoriamente de investir, pelo menos, metade da carteira. Com a es-tabilização do mercado de dívida pública, nos primeiros 8 meses deste ano já apre-sentam uma recuperação de 6,2 por cento. Desde que foram lançados, em abril de 2008, o Certificados de Reforma valoriza-ram 3,6% por ano.

novas estratégias para o seu dinheiro Mais do que nunca, poupar para a reforma é um assunto muito urgente. Com a redução

das vantagens dos PPR, é preciso repensar as estratégias de poupança. Os PPR ainda têm o trunfo de ser possível concretizar o aforro através de pequenas poupanças pe-riódicas, o que permite a programação da poupança como se fosse um encargo. To-davia, já há muitos bancos a expandir esse conceito aos fundos de investimento: em alguns casos, basta um euro para reforçar uma aplicação.

É certo que a inércia poderá conduzir mui-tos aforradores a deixar tudo como está e a continuar a fazer as entregas programadas para os PPR ao longo do ano, quanto mais não seja para acumular capital. Mas essa não é a opção mais acertada. Os PPR não são mais do que fundos mistos com custos mais elevados e pouca liquidez. Por isso, já não temos Escolhas Acertadas nos PPR mas aconselhamos o leitor a continuar a fazer o pé-de-meia para a reforma, mudando de estratégia, pois existem alternativas mais rentáveis e com menos comissões.

Se já tem um PPR, siga as recomendações que já demos: não faça novas entregas e transfira o capital aplicado para um PPR mais rentável e com menos comissões. É importante, contudo, que continue a poupar. Por isso, sugerimos novas estra-tégias para as quais deve canalizar as suas poupanças, consoante a sua idade e mon-tante que tem disponível ou que estime que consegue amealhar periodicamente. O diagrama da página ao lado indica-lhe as aplicações mais adequadas ao seu perfil. ¬

não têm liquidez, o benefício fiscal é quase inexistente e perderam 1,9% em 2011, devido à desvalorização das OT

“PPr do Estado” sEm intErEssE

8,1% 0,2% -1,9% 6,2% 2009 2010 2012 (até set.) 2011

(11)

meNos De 40 aNos

40 a 55 aNos

55 a 65 aNos

Ainda tem mais de 25 anos. Pode apos-tar em aplicações com forte componente de ações, seja diretamente, comprando vários títulos, seja indiretamente, consti-tuindo uma carteira de fundos agressiva.

Ainda está longe da reforma, mas deverá ter uma estratégia diversificada: uma car-teira de títulos repartida entre ações e obri-gações é o mais prudente, replicando a nos-sa carteira ou através de um fundo misto.

É a altura de eliminar gradualmente o risco e transferir o montante aplicado nos vários títulos para depósitos ou Cer-tificados de Aforro. As Obrigações do Te-souro também são uma opção.

saIBa Como PoUPar Para a reforma sem PPr

Diversifique os seus investimentos para a reforma e diminua o risco

à medida que se aproxima a idade de se aposentar

Ações ou carteira de fundos agressiva Pode replicar a carteira de fundos agres-siva a 20 anos. Esta estratégia exige um mínimo aproximado de 10 mil euros.

Fundo misto agressivo

Têm mais de metade da carteira apli-cada em ações. Nos últimos 3 anos, as nossas escolhas ganharam até 8,4%.

Carteira de fundos neutra a 10 anos Pode optar pela defensiva ou agressiva (pág. 21). Utilize o protocolo com a Optimi-ze para replicar a carteira escolhida.

Fundos mistos defensivos ou neutros Se estiver na casa dos 40 anos opte por um neutro e aos 50 transfira para um defensi-vo. É uma forma de ir diminuindo o risco.

Depósitos ou dívida pública

Com montantes elevados terá maior margem para negociar a taxa dos de-pósitos. Consulte o nosso comparador de taxas no portal financeiro, em deco. proteste.pt/investe/depositos-a-prazo. As Obrigações do tesouro são uma opção interessante com rendimento superior aos depósitos e pode diversifi-car com títulos de várias maturidades. Saiba mais na página 6 desta edição. Utilize o protocolo com a Optimize para comprar dívida pública.

TIPO FUNDOS RECOMENDADOS LOCAIS DE SUBSCRIÇÃO MONTANTE MÍNIMO

RENTABILIDADE ANUAL 2011 2009-11 2007-11

Defensivos UBS SF Yield EUR N ActivoBank, Best, Millennium bcp 1 U.P. -1,1% 4,3% 1,2%

neutros

BGF Global Allocation E ActivoBank, Best, Big 1000 -1,6% 10,2% 2,2% BPI Universal FF ActivoBank, BPI 250 -8,1% 5,4% -1,2% UBS SF Balanced EUR N ActivoBank, Best, Millennium bcp 1 U.P. -4,4% 5,3% -1,1%

agressivos CS PF (L) Growth Euro B ActivoBank 1 U.P. -9,2% 8,4% -3%

UBS SF Growth EUR N ActivoBank, Best, Millen 1 U.P. -7,1% 6,1% -3,6%

Para QUem Tem eLeVaDos moNTaNTes

Para QUem Tem PeQUeNos moNTaNTes

Depósitos e Certificados de Aforro As aplicações com menos risco são menos rentáveis, mas procure sempre um rendimento acima da inflação, de modo a não perder poder de compra com o capital acumulado.

Para pequenos montantes, as Obriga-ções do Tesouro não são adequadas, pois há custos de bolsa. Pode aplicar em dívida pública através dos Certificados de Aforro. Com as recentes alterações, o rendimento ficou mais interessante (2,4% líquidos em outubro), mas encon-tra melhores taxas em depósitos para novos clientes ou novos montantes. Zlóti polaco 10% Suíça 5% Brasil 5% Rússia 5% Índia 5% EUA 10% China 10% Suécia 10% Portugal 15% Reino Unido 20% Coroa sueca 5% Ações 85% Obrigações 15% Zlóti polaco 10% Coroa dinamarquesa 5%

Euro taxa fixa 10% Brasil 5% Suíça 5% EUA 10% China 10% Coroa sueca 10% Franco suíço 5% Dólar americano 5% Reino Unido 20% Dólar canadiano 5% Ações 50% Obrigações 50%

(12)

TESTE

s

em os benefícios fiscais pela entre-ga, muitos aforradores questionarão o interesse dos PPR como produto de poupança de longo prazo, com-parativamente com outras alternativas bem mais liquidas, e com razão. Mas o que andarão os bancos a recomendar a quem pretende fazer um pé-de-meia para garantir uma reforma mais confortável? Para dar resposta a essa dúvida, mandá-mos o nosso cliente-mistério até ao Al-garve, mas não aos banhos. Visitou um balcão de cada um dos 11 maiores bancos do mercado nacional, em Lagos. O nosso cliente-mistério tem quase 45 anos e

pre-Fomos em busca de propostas para aplicar

poupanças para a reforma. Os conselhos

são os mesmos de sempre: PPR e depósitos

CoNseLHos

a PreTo e BraNCo

Poupança para a reforma

tende fazer entregas mensais de 50 euros. No quadro da página ao lado apresentamos as propostas de cada uma das instituições. Estratégias a cores precisam-se! Como vimos nas páginas anteriores, as estratégias de poupança para programar a reforma deveriam ser adequadas ao perfil de cada pessoa: ao tipo de risco que está disposto a correr e de acordo com o tempo que falta para atingir a reforma, ou seja, a idade. Mas parece que os bancos desconhe-cem essas regras e, independentemente da idade do cliente e das suas características, os conselhos parecem ser iguais para todos.

Por exemplo, neste cenário, a estratégia mais adequada seriam os fundos mistos, já que se trata da aplicação regular de pe-quenos montantes. Ainda que não tenham o capital garantido, faltam cerca de 20 anos para atingir a reforma, pelo que poderá apostar num produto com alguma compo-nente de ações de modo a potenciar o ren-dimento no longo prazo. Os fundos mistos neutros ou agressivos são o produto mais adequado. Nenhum banco aconselhou um fundo misto como forma de programar a poupança para a reforma. Continuamos a notar uma grande falta de preparação téc-nica nos conselhos que os funcionários dos bancos apresentam, um aconselhamento sem estratégia, que não tem em conta o perfil de cada cliente.

No Millennium bcp, o termo de referência e a justificação para continuarem a reco-mendar PPR é a comparação da taxa com os depósitos. Também no BBVA, os depósitos são uma boa alternativa, já que “a taxa de juro é mais elevada”. Da mesma forma, no Barclays foi sugerido um depósito a prazo, como sendo mais rentável do que os PPR. Nestes bancos assistimos a uma total au-sência de estratégia de longo prazo. Os de-pósitos podem ser um produto adequado para o curto prazo e quando não se preten-de correr qualquer risco e ter elevada liqui-dez. Para poupanças de longo prazo deve-riam apostar em produtos potencialmente mais rentáveis, abdicando da liquidez. No Santander disseram apenas ter um produ-to destinado à reforma, quando têm vários fundos PPR. Será que o funcionário não conhece os produtos do próprio banco? ¬

fICHa TÉCNICa

o que fomos testar

os produtos aconselhados pelos bancos para poupar para a reforma. o nosso cliente-mistério

com cerca de 45 anos e uma poupança mensal de 50 euros até à reforma. onde e quando

um balcão por cada um dos 11 maiores bancos, em lagos, a 24 de setembro

(13)

“um PPr que garante 4%”

No Banco Espírito Santo foi sugerido o seguro PPR, o BES Aforrador 2012, que garante uma taxa mínima anual de 4%, com o argumento de que é o melhor produto que o banco tinha, de momento, para a poupança para a reforma. Foi facultada uma ficha comercial com mais detalhes sobre este produto.

“recomendamos o leve PPr”

O funcionário sugeriu o Leve PPR tendo facultado informação técnica em suporte escrito. Foi tam-bém facultada informação sobre a conta à ordem. Sobre as comissões e risco do plano de reforma nada foi dito.

“um PPr sob a forma de seguro”

No Popular também não foi sugerida nenhuma estratégia em particular, tendo sido proposto o Eurovida Plano PPR, sob a forma de seguro, permitindo a escolha de três fundos que lhe estão associados (Aforro, Ativo e Ativo Ações). Apenas o Eurovida PPR Aforro tem o capital garantido. Foi facultado o prospeto simplificado deste produto.

“PPr ou fundos de pensões abertos”

Foi sugerido o CA PPR ou fundos de pensões abertos, mencionando que estes últimos tinham algum risco. Não houve esclarecimentos acerca das comissões e da liquidez. Quanto à literatura facultada resumiu-se a uma folha impressa direta-mente da página de internet.

“os PPr continuam a ser interessantes”

No Banif foi sugerido o PPR Programado com a jus-tificação de que o PPR continua a ser interessante para aplicar no longo prazo. Sobre comissões nada foi indicado e mencionou-se que há algum risco, mas sem entrar em detalhes. Referiu que existem produtos mais rentáveis e facultou a ficha técnica com informação e um formulário de subscrição.

“PPr interessam mesmo sem benefícios fiscais”

O PPR Taxa Garantida 2% + e a 2.ª série do PPR Capital Garantido 2012 foram sugeridos. Os PPR continuam a ser recomendados pois “mesmo sem os benefícios fiscais, são mais rentáveis do que os depósitos”. O funcionário informou ainda alguns aspetos relativos à liquidez.

“um depósito como alternativa aos PPr”

O funcionário sugeriu dois PPR, um sob a forma de seguro (PPR Rendimento Garantido) e outro sob a forma de fundo (Barclays PPR Acções Life Path 2020). No entanto, foi referido que havia outros produtos com melhor rendimento e recomendou um depósito a prazo: o Poupança Aforro +, que permite reforços a partir de 25 euros.

“De forma regular, aplique num depósito”

No Montepio, o funcionário não sugeriu nenhuma estratégia, nem PPR, visto o fim dos benefícios fiscais, e recomendou a aplicação do montante de forma regular num depósito a prazo. Mas não facultou qualquer ficha técnica do depósito.

BaNCos CoNTINUam a reComeNDar PPr

O produto mais aconselhado para poupar para a reforma é o PPR.

Em alguns bancos sugeriram também depósitos. Continua a faltar visão

de longo prazo e aconselhamento de acordo com o perfil.

“PPr são interessantes porque o risco é baixo”

Sugeridos vários PPR: BPI Reforma Aforro, BPI Reforma Garantida 2 Anos (seguros) e o fundo BPI Reforma Investimento. Justificaram o interesse dos PPR pelo baixo risco e fez-se uma simulação supondo entregas mensais de 50 euros desde os 45 anos até aos 65. O resultado foi um acumulado de 18 mil euros, supondo uma taxa anual de 4%.

“os depósitos a prazo têm uma taxa superior”

Sugeriu depósitos como alternativa ao PPR, porque a taxa é superior. Os PPR disponíveis são os fundos BBVA Solidez PPR e o BBVA PPR. Reco-mendou os depósitos DP Crescente 8 Plus BBVA e o DP Crescente 2-3-5 BBVA.

“um seguro PPr é o que temos de momento”

Foi sugerido um seguro PPR, alias “o único produ-to destinado à reforma que temos de momenprodu-to”: o Seguro Poupança PPR. Também foi recomenda-da uma conta de poupança normal com remu-neração mais elevada e “sem a desvantagem da penalização fiscal em caso de mobilização”.

(14)

ANÁLISE

Dia Mundial da Poupança

Há um vasto leque de escolhas para quem

quer poupar, mas nem todas são boas opções.

Nas vésperas do Dia Mundial da Poupança,

descubra as suas alternativas

Bê-á-Bá da poupança

n

um ambiente de crescente incerte-za, à qual não escapa o mundo das poupanças e dos investimentos, é importante ter uma visão do pano-rama geral dos produtos financeiros em Portugal. Conhece todas as opções que tem à sua disposição? Quais as grandes vanta-gens e inconvenientes de cada produto? Nas vésperas do Dia Mundial da Poupança,

que se celebra a 31 de outubro, damos-lhe, nestas páginas, o seu cardápio.

Conheça as características dos principais produtos de aforro e investimento que tem para rentabilizar a sua carteira. Indicamos--lhe os instrumentos que recomendamos atualmente. Como se tem visto, a crise e as mudanças legislativas e fiscais têm um impacto importante nas decisões de

in-vestimento. A alteração da remuneração dos Certificados de Aforro e suspensão dos Certificados do Tesouro são dois exem-plos recentes. Contudo, as dificuldades de financiamento do país aumentaram o rendimento potencial das Obrigações do Tesouro e propiciaram o surgimento de emissões de obrigações das empresas para o grande público. ¬

2,5

%

É a taxa anual nominal líquida das séries B e C dos Certificados de Aforro para o mês de setembro

Fundos de obrigações

O problema do endividamento afe-tou seriamente Portugal, bem como outros países, em particular na zona euro. Ora, esse “nosso problema” tem beneficiado a procura de títulos de dívida (obrigações) emitidas por economias onde as finanças públicas mostram mais solidez. Os fundos de obrigações dedicados a uma seleção criteriosa de divisas estrangeiras têm sido o nosso veículo de eleição para proteger o seu património contra as dificuldades da zona euro e ain-da conseguir valorizações atrativas. Atualmente destacamos os fundos dedicados às obrigações em coroas suecas e zlótis polacos.

Fundos imobiliários

Permitem o acesso ao negócio imobi-liário a partir de pequenas quantias. O risco está diversificado pelos imó-veis detidos pelo fundo e seleciona-dos pela entidade gestora. O historial dos fundos imobiliários aponta para um nível reduzido de risco, mas a con-juntura atual é pouco propícia para apostar neste setor. Não invista. Se ainda detém unidades de participa-ção deve resgatá-las.

Fundos de tesouraria em euros

Podem ser reembolsados por norma sem perda de rendimento, mas a re-muneração é baixa e não compensa a falta de garantia do capital investido.

Seguros de capital garantido

Estes seguros, cujo capital é garantido pelas seguradoras, permitem reforços com baixos montantes. Porém, os custos de subscrição, de gestão e de resgate antecipado são elevados. Os rendimentos têm sido dececionantes.

obrigações do Tesouro

Há 1 ano, as rentabilidades eram su-periores a 10%. Agora, os rendimen-tos são mais modesrendimen-tos (veja na pági-na 6), mas continuam uma boa opção de médio e de longo prazo se forem mantidas até à data de vencimento.

depósitos a prazo

A simplicidade das contas a prazo é o seu trunfo. Estes depósitos são o me-lhor destino a dar às poupanças para precaver imprevistos. Contudo, as di-ferenças nos juros são substanciais de banco para banco. Escolha bem!

Certificados de aforro

O novo prémio de permanência me-lhorou a atratividade dos Certificados. No entanto, a taxa-base está num valor tão baixo que, mesmo com o prémio, o rendimento deste produto do Estado fica aquém dos melhores depósitos a prazo. RECOMENDADO RECOMENDADO RECOMENDADO

menos arriscado

8,8

%

Foi o ganho líquido do fundo recomendado para as obrigações suecas nos últimos 12 meses

2,4

%

É a taxa anual nominal líquida das séries B e C dos Certificados de Aforro para o mês de outubro

(15)

2,5

%

É a taxa anual nominal líquida das séries B e C dos Certificados de Aforro para o mês de setembro

4,1

%

É a taxa anual nominal líquida do depósito a prazo a 12 meses mais generoso. Pode ser contratado no PrivatBank

2,6

%

É a taxa de inflação estimada pelo Banco de Portugal para 2012. É superior ao rendimento dos Certificados de Aforro

Fundos mistos

Com algumas centenas de euros pode aceder a todo o potencial dos mer-cados financeiros mundiais. O risco é limitado porque os fundos mistos investem em dezenas de ações e obri-gações de um conjunto variado de países, setores e moedas. A desvan-tagem é ter muito menos liberdade de atuação na escolha dos ativos que teria se fizesse uma gestão direta de uma carteira de fundos.

Fundos especiais de investimento

As regras básicas de prudência e de transparência dos fundos são relaxa-das para os fundos especiais de inves-timento. Dada a grande diversidade, a avaliação tem de ser feita caso a caso. Contudo, até ao momento, ne-nhum dos FEI existentes no mercado oferece vantagens que compensem os seus riscos. Não recomendamos.

produtos financeiros complexos

Esta categoria abrange um vasto leque de investimentos. Têm em co-mum o rendimento e o risco serem de difícil perceção para o aforrador. A fórmula de cálculo do rendimento as-sume por vezes contornos kafkianos. As análises que publicamos sobre es-tes produtos na edição semanal mos-tram que, na maior parte das vezes, o rendimento esperado é muito inferior ao máximo anunciado.

Fundos de ações

Estes produtos são a melhor forma de aceder aos mercados acionistas a par-tir de pequenas quantias. Pode esco-lher praticamente qualquer bolsa do mundo ou centrar-se numa região ou setor económico e beneficiar de todo o seu potencial de valorização. O in-vestimento é diversificado por várias dezenas (ou centenas) de empresas, o que limita o risco. A seleção e a ne-gociação dos títulos ficam a cargo da entidade gestora, mas respeitando a política definida no prospeto.

Seguros sem capital garantido

Na maioria dos casos, os seguros sem capital garantido não são mais do que fundos de investimento disfarçados: o seu rendimento varia com a evolução das bolsas onde investem.

As parcas vantagens fiscais que ofe-recem não compensam a sua fraca diversidade quando comparada com os fundos de investimento.

planos de poupança-reforma

A progressiva diminuição dos bene-fícios fiscais esvaziou o interesse nos planos de poupança-reforma. Sem o acréscimo de rendimento propiciado indiretamente pelos benefícios fis-cais, é preferível optar por fundos de investimento. Quem já é detentor de PPR não deve fazer reforços. Quan-to aos montantes já investidos deve considerar a hipótese de transferi-los para um PPR mais bem gerido. Veja os nossos conselhos no Dossiê desta edição, a partir da página 8.

obrigações de empresas

Várias emissões de obrigações de importantes empresas do nosso país foram efetuadas recentemente tendo como alvo o grande público. Valem a pena? A resposta tem de ser dada caso a caso. Contudo, é um erro cras-so pensar que se trata de uma alter-nativa aos depósitos. O risco é muito mais elevado, há custos de transação e a mobilização antecipada pode re-velar-se um desastre.

RECOMENDADO

mais arriscado

0

%

É o rendimento que muitos produtos complexos acabam por oferecer aos investidores

4,7

%

Foi a taxa anual líquida oferecida pela REN numa emissão de obrigações em setembro

-0,7

%

É a rendibilidade média anual dos fundos especiais de investimento abertos sem capital garantido durante os últimos 3 anos

ações

O investimento direto na bolsa ainda assusta muitos portugueses. É uma opção que implica um acompanha-mento próximo dos mercados, sen-do necessário alguns conhecimentos sobre finanças e disponibilidade de tempo. Mas esse trabalho pode ser recompensado com um elevados ga-nhos. Para o ajudar nos meandros da bolsa, acompanhamos e avaliamos duas centenas de empresas.

RECOMENDADO RECOMENDADO

distribuição das recomendações em 30 de setembro

rentabilidade anual média dos fundos de ações globais

55 54 94 vender comprar Manter -41,7% 28,5% 14,5% -9,9% 14,3% 2008 2009 2010 2012 (até set.) 2011

(16)

Lisboa

ImÓVeIs aLfaCINHas

À esPera Da QUeDa

Apesar da desvalorização dos imóveis

nos últimos dois anos, os apartamentos

da capital ainda estão sobrevalorizados.

Campolide e Lapa são as zonas mais caras

IMOBILIÁRIO

N

ão é só a grande crise imobiliária nacional que está a afetar os preços praticados em Lisboa. Já se sabe que, por todo o país, os valores negocia-dos das casas estão em queda. Estimamos que, na capital, a desvalorização média tenha sido de 15% desde os máximos atin-gidos no primeiro semestre de 2010, dos quais 8% registados nos últimos 12 meses. Apesar da queda, a descida não deverá ficar por aqui: há uma pressão demográfica para a redução de preços.

Embora o número de alojamentos em Lis-boa tenha subido (aumentou de 288 mil em

2001 para 324 mil em 2011, distribuídos por 52 mil edifícios, mostra o Instituto Nacio-nal de Estatística), o número de residentes desceu. Segundo os Censos de 2001, havia 565 mil habitantes nesse ano. Em 2011, a população tinha descido para 548 mil, um decréscimo de 17 mil habitantes. Apesar disso, o número de famílias aumentou para 244 mil (eram 234 mil em 2001), de acordo com o Censos de 2011.

Juntando esta pressão demográfica ao au-mento da carga fiscal em 2013 e, conse-quente, à redução do rendimento das famí-lias, bem como à continuação das políticas

de restrição de crédito pelos bancos, acre-ditamos que os imóveis alfacinhas não têm espaço para valorizar nos próximos anos. desvalorizações até 54%

A nossa metodologia de avaliação de imó-veis, que analisa a rentabilidade potencial da compra de imóveis para arrendamento numa perspetiva de longo prazo (no míni-mo uma década), gera recomendações de venda para as principais zonas residenciais da cidade de Lisboa, que engloba 53 fregue-sias nos seus 85 quilómetros quadrados. A nossa análise inclui as freguesias mais populosas, como Santa Maria dos Olivais (51 mil habitantes), mas exclui as que têm menos gente, como as freguesias do Caste-lo, da Madalena e dos Mártires (todas com menos de 400 habitantes).

É através da comparação dos preços de compra publicitados em vários sítios na Internet com os valores de arrendamento de imóveis semelhantes que os analistas da PROTESTE INVESTE conseguem aferir quais as zonas em que é necessária uma maior desvalorização nos preços até se atingir o valor justo de avaliação.

Os preços dos apartamentos T1 em Lis-boa têm de descer, em média, 34% para chegarem a um valor justo, segundos os cálculos da nossa equipa. Os preços dos T2 têm de cair cerca de 39 por cento. No mapa da página ao lado, pode analisar as várias localizações de Lisboa: para cada uma, in-dicamos, além do preço médio de mercado, o preço máximo a pagar na aquisição, que incorpora o valor justo de avaliação. É em Campolide e na Lapa que a redução de preços teria de ser mais acentuada. Os apartamentos T2 na Lapa têm de desvalo-rizar, em média, 52% para atingir os nossos valores justos de avaliação. Os preços dos T1 na zona de Campolide têm de cair 54% para ficarem a níveis aceitáveis.

O Beato e Marvila são as áreas onde os pre-ços dos T1 estão mais próximos dos seus valores justos. Mesmo assim, teria de se re-gistar uma desvalorização de 21 por cento. Os preços dos T2 na zona dos Anjos, dos Arroios, da Estefânia e da Penha de França também estão mais próximos dos valores justos, embora necessitem de uma queda de 24% para lá chegar.

Na ferramenta de avaliação imobiliária, disponível no nosso portal financeiro em

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CIDaDe De LIsBoa

Aos preços médios, as compras são maus investimentos

eVITe a ComPra Na CaPITaL

CarNIDe LUmIar TeLHeIras aLTo Do PINa aVeNIDas NoVas aLCÂNTara BeLÉm, resTeLo CamPoLIDe, amoreIras BeNfICa, s.DomINGos De BeNfICa T1 T2 €1653 €1769 €1161 €940 LaPa BaIrro aLTo, CHIaDo BeaTo, marVILa oLIVaIs T1 T2 €2137 €2337 €1304 €1131 T1 T2 €2710 €2599 €2060 €1694 T1 T2 €1878 €1358 €1144 €1036 T1 T2 €1644 €1781 €1197 €939 T1 T2 €1290 €1196 €1021 €811 T1 T2 €2079 €1869 €1333 €1096 T1 T2 €2721 €1918 €1241 €1267 T2 €1802 €919 T1 T2 €1826 €1616 €1040 €992 T1 T2 €2538 €2564 €1866 €1918 T1 €1731 €1072 T1 T2 €1576 €1505 €1082 €939 T1 T2 T1 T2 €1678 €1554 €1149 €913 raTo, esTreLa, CamPo De oUrIQUe

aNJos, arroIos, esTefÂNIa, PeNHa De fraNÇa

ParQUe Das NaÇÕes

T1 T2

€2106 €2397 €1433 €1311

Preço médio de mercado Preço máximo a pagar €/m2

www.deco.proteste.pt/investe/avaliacao--imoveis, pode descobrir todas as nossas recomendações sobre imóveis, o que in-clui, além da capital, outras zonas urbanas de Portugal continental.

oportunidades na reabilitação Uma das quatro grandes prioridades estra-tégicas do novo Plano Diretor Municipal (PDM) de Lisboa, que entrou em vigor no último dia de agosto, é “regenerar a cidade consolidada”. Para isso, o PDM, que é um instrumento de planeamento territorial que classifica o solo e estabelece a estraté-gia de desenvolvimento do território, pre-tende promover a reabilitação dos edifícios da capital, bem como recuperar e rejuve-nescer a população e dinamizar o mercado de arrendamento.

No âmbito da reabilitação urbana, o muni-cípio passou a considerar todo o perímetro da cidade como área de reabilitação urbana.

Descubra as nossas recomendações

em www.deco.proteste.pt/investe/

avaliacao-imoveis

aValiaÇÃo banCária

O valor médio das avaliações em Lisboa nos créditos hipotecários desceu 15,3% em pouco mais de 2 anos

dEsValoriZaÇÃo imobiliária 1500 1400 1380 1320 1260 1200 Nov 2009 Ago 2012 € 1225/m2 € 1447/m2

Desse modo, qualquer prédio urbano loca-lizado nesta área que seja objeto de uma ação de reabilitação pode usufruir de vários benefícios fiscais, que podem tornar o in-vestimento imobiliário na cidade mais atra-tivo. Em caso de arrendamento, as rendas recebidas são tributadas autonomamente à taxa reduzida de cinco por cento. Simul-taneamente, os proprietários ficam isentos de pagar o Imposto Municipal sobre Imó-veis por um período de cinco anos, o qual pode ser prorrogado por mais cinco anos. Na alienação do imóvel com mais-valia, os ganhos são tributados à taxa reduzida de 5 por cento. Além disso, a primeira opera-ção de venda após a reabilitaopera-ção do imóvel fica isenta de Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis. ¬

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RISCO

Setor farmacêutico

CUIDe Da sUa saÚDe fINaNCeIra

As empresas farmacêuticas são

das menos arriscadas e devem ser incluídas

numa carteira de títulos diversificada

importância da investigação

O desenvolvimento de novos medicamen-tos é uma solução para combater a perda de patentes. Porém, muitas farmacêuticas, sobretudo na Europa, têm dificuldade em levar a sua investigação a bom porto. Há alguns meses, a AstraZeneca falhou dois estudos clínicos sobre produtos em desen-volvimento (para o cancro e para a depres-são). Neste aspeto, a Novartis é uma exce-ção: dispõe de uma carteira de produtos em desenvolvimento promissora.

O processo de desenvolvimento de um medicamento não é simples, porque exi-ge muitos meios e é um trabalho de longo prazo. Uma grande empresa farmacêutica gasta em média 18 a 19 por cento das suas receitas em investigação e desenvolvimen-to e podem decorrer 15 anos desde a des-coberta de moléculas interessantes, aos exames pré-clínicos, à aprovação pelas au-toridades competentes, até à colocação do medicamento no mercado. Logo, uma em-presa farmacêutica deve ter uma carteira de desenvolvimento ampla, diversificada e, na medida do possível, inovadora, já que grande parte dos medicamentos em inves-tigação não atingirá a linha de chegada. terapia de choque

Perante a ameaça dos genéricos e a difi-culdade em desenvolver novos medica-mentos, as farmacêuticas foram obrigadas a aplicar uma terapia de choque assente numa forte redução de custos, diversifica-ção geográfica, criadiversifica-ção de novas fontes de receitas (vacinas, produtos de venda livre, saúde animal, oftalmologia), reorganiza-ção e externalizareorganiza-ção dos departamentos de investigação visando torná-los mais produtivos, focalização nas doenças mais graves (cancro, doenças do foro neurológi-co) e personalização dos tratamentos gra-ças à genética e aos diagnósticos.

Esta mudança de paradigma na indústria pressionou as cotações na bolsa, que, to-davia, beneficiaram do seu caráter mais defensivo para superar a evolução média das bolsas nos últimos anos. A distribuição

e

m 1950, a esperança média de vida à

nascença nos países mais desenvolvi-dos era de 66 anos. Atualmente, esse indicador ultrapassou os 78 anos, segundo as Nações Unidas. Muitas coisas ajudaram ao aumento do número de anos de vida, mas os fármacos tiveram um con-tributo decisivo. É por isso que o volume de negócios da maioria das companhias farmacêuticas é pouco sensível aos ciclos económicos: só em casos extremos é que as pessoas deixam de comprar os seus medi-camentos. É também por isso que as cota-ções na bolsa das farmacêuticas são mais estáveis. Desde 2000, o setor farmacêutico valorizou, em média 2% por ano, enquanto as ações mundiais deslizaram, em média, 0,6 por cento.

Embora recomendemos uma exposição direta ou indireta à indústria farmacêutica, há um risco que é preciso ter em conta: a ameaça dos genéricos.

Quando as patentes que lhes dão exclusi-vidade no fabrico expiram, surgem rapida-mente alternativas sob a forma de genéri-cos, mais baratos para o consumidor. Em 2011, a perda pela Pfizer da patente do Lipi-dor, de combate ao colesterol, foi um marco: era a droga de prescrição médica mais ven-dida do mundo, responsável por uma fatu-ração de 8100 milhões de euros em 2010. O fim das patentes ameaça as farmacêu-ticas. Os resultados do segundo trimestre da AstraZeneca, por exemplo, desiludiram em parte devido à perda da licença do Se-roquel, para o tratamento da esquizofrenia.

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rEComEndaÇÕEs de dividendos é um trunfo do setor, com

destaque para as britânicas AstraZeneca e GlaxoSmithKline, cujos dividendos re-presentam 6,1% e 5,2% das suas cotações, respetivamente.

Aconselhamos uma exposição ao setor farmacêutico

através de três ações ou de um fundo de ações

As três patentes que perderá

até 2016 valeram 45%

da sua faturação em 2011

remÉDIos Para a sUa CarTeIra

asTraZeNeCa sofrerÁ

abbott labs

Deverá separar a unidade de medicamentos sujeitos a prescrição até ao final do ano.

cotação 69,28 USD

bolsa Nova Iorque

Principal medicamento Humira (artrite reumatóide) risco

glaxosmithKline

As vendas nos países emergentes mais do que duplicaram de 2007 a 2011.

cotação 1424,00 pence

bolsa Londres

Principal medicamento Ventolin (broncodilatador) risco

novartis

Boas perspetivas de longo prazo graças à carteira de produtos em desenvolvimento.

cotação 57,65 CHF

bolsa Zurique

Principal medicamento Diovan (hipertensão)

risco

bgF World Healthscience E

É o fundo do setor farmacêutico com melhor rentabilidade nos últimos cinco anos.

locais de subscrição ActivoBank, Best, Big

Montante mínimo 1000 euros

rentabilidade 1 ano 29,2%

rentabilidade 5 anos 5,4%/ano

PatEntEs a EXPirar

aposta nos mercados emergentes Para sustentar o seu crescimento, as empre-sas farmacêuticas têm apostado nos países emergentes, onde a procura de cuidados de saúde tem subido. A China, por exemplo, com um crescimento anual estimado supe-rior a 20% até 2015, já é o terceiro mercado farmacêutico mundial, atrás dos Estados Unidos da América e do Japão.

A francesa Sanofi lidera entre as grandes farmacêuticas mundiais na expansão para os mercados emergentes: cerca de 30% das suas receitas já são aí. A Eli Lilly estima du-plicar o volume de negócios nesses merca-dos até 2015. A GlaxoSmithKline pretende duplicar as vendas na China e na Índia tam-bém até 2015.

Contudo, os mercados emergentes são menos rentáveis. Além de alguns perigos, como a heterogeneidade das tradições e as peculiaridades locais, a instabilidade po-lítica, a corrupção e a proteção menos fa-vorável das patentes, o setor farmacêutico das economias emergentes é dominado por

PLaVIX 5397

Ataque cardíaco

sINGULaIr

4231

seroQUeL

3350

2012

CYmBaLTa

3214

ZomeTa

1148

2013

NeXIUm

3420

CeLeBreX

1948

2014

GLeeVeC

3598

2015

CresTor

5114

HUmIra

3479

2016

sAnofi

merck

AstrAzenecA

eli lilly

novArtis

novArtis

Abbott lAbs

pfizer

AstrAzenecA

AstrAzenecA

“genéricos de marca”, medicamentos cuja patente expirou e que são vendidos sob a marca de um grupo reconhecido local ou internacionalmente. Embora sejam ven-didos um pouco mais caros que o genérico tradicional, o seu preço é muito inferior ao dos produtos patenteados vendidos nos países ocidentais. Além disso, a forte con-corrência de empresas locais e entre os pró-prios gigantes do setor origina uma descida dos preços. No passado, a GlaxoSmithKline reduziu alguns preços em 70% para ganhar quota de mercado.

Em contrapartida, o impacto sobre as mar-gens é minimizado por custos mais baixos e pelo facto dos medicamentos vendidos nos países emergentes serem mais antigos e, por isso, pelos seus custos de desenvolvi-mento já estarem amortizados.

Apesar das ameaças, o setor farmacêutico deve ser incluído na sua carteira de ações ou de fundos de ações: a sua volatilidade mais reduzida fará bem à saúde do seu pa-trimónio. ¬ Asma esquizofrenia Depressão cancro refluxo gastroesofágico Artrite reumatóide cancro colesterol Artrite reumatóide

volume de negócios do medicamento em 2011 (milhões de euros)

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O período estival foi muito favorável aos fundos de ações, apesar

dos problemas da economia mundial subsistirem. Não ceda

à euforia e mantenha parte das poupanças em fundos de obrigações

Comentário mensal

VerÃo TermINa em aLTa

o

s meses de verão foram pautados por uma relativa acalmia dos mercados. Desde junho que as ações têm vindo a ganhar terreno e setembro não foi exceção. No mês passado, a maio-ria dos fundos de ações registaram ganhos, com destaque para os que se centram nos mercados emergentes. Ao invés, ocor-reram perdas em várias categorias de fundos de obrigações. Neste caso, a “culpa” recai sobre a apreciação do euro face às principais di-visas. A crise da dívida soberana europeia foi relegada para segundo plano e a moeda única ganhou terreno nos mercados cambiais. Contudo, como antevíamos, tratou-se apenas de uma pausa. Já em outubro, o comportamento dos investidores evidência, claramen-te, que as preocupações com a dívida europeia não desapareceram, estando agora a Espanha no centro das atenções. Por isso, apesar de as carteiras de investimento terem, por vezes, de se ajustar pe-rante os movimentos dos mercados, os pressupostos da estratégia de longo prazo não devem ser postos em causa. A crise da zona euro está para durar, pelo que deve continuar a investir boa parte das poupanças noutras bolsas e noutras divisas.

ações em alta

Nos fundos de investimento em ações, o destaque de setembro vai para a categoria dedicada à Índia. Em média, o ganho foi de 11,6 por cento. As subidas foram, de resto, bastante acentuadas na Ásia. Os fundos de ações chinesas ganharam 4%, recuperando parcialmen-te as perdas de agosto. As nossas carparcialmen-teiras recomendadas de fun-dos incluem ações indianas e chinesas, embora devido ao elevado risco, o seu peso seja limitado. A China é o mercado emergente que tem a nossa maior preferência, como pode confirmar no artigo na página 22 desta edição. Os restantes BRIC estão presentes sobretu-do nas carteiras agressivas e para o prazo de 20 anos.

Nos mercados desenvolvidos, as ações nacionais também estive-ram entre as maiores subidas do mês passado. Em média, os fundos desta categoria valorizaram 5,2%. Com um desempenho menos bom em setembro, as ações britânicas (+0,6%) e as norte-america-nas (+0,5%) obtiveram resultados modestos devido à depreciação da libra e do dólar norte-americano. No longo prazo continuam a ser os dois mercados acionistas que nos parecem mais apelativos e com maior potencial de apreciação.

Na Europa não-euro, os fundos dedicados ao mercado helvético ganharam 1,4%, enquanto a aposta na bolsa de Estocolmo rendeu 2,7% ao fundo recomendado de ações suecas.

descidas nas obrigações

Os fundos de obrigações em zlótis polacos lideraram os ganhos obtidos durante o mês passado, tendo o fundo recomendado, o Nordea Polish Bond E, subido 1,7 por cento. A categoria de obri-gações de taxa fixa em euros também esteve em bom plano, com FUNDOS

aÇÕEs VS obrigaÇÕEs CorrElaÇÃo inVErsa

A evolução dos fundos de investimento em setembro ilustrou bem o comportamento inverso entre ações e obrigações. A zona euro foi a exceção à regra

2,7% -1,1% 2,1% 1,1% 1,4% -0,5% 0,6% -0,5% 0,5% -1,7%

Suécia Suíça Reino EUA

Unido Zona Euro

Ações Obrigações

Referências

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