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XVI Encontro de Iniciação à Docência Universidade de Fortaleza 17 a 20 de outubro de 2016

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ISSN 21755396 1

XVI Encontro de Iniciação à Docência

Universidade de Fortaleza 17 a 20 de outubro de 2016

A implantação do uso da tecnologia de peças tridimensionais e sua

aplicabilidade no ensino do Desenho Técnico.

Mateus Andrade de Sousa Costa1* (ID),

Lucas Soares de Oliveira2 (ID), Guilherme Dias Barroso Ribeiro Gonçalves2 (ID), Laldiane de

Souza Pinheiro3 (PO), Debora Carla Barboza de Sousa3 (PO).

1. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Institucional 2. Universidade de Fortaleza – Programa de Monitoria Voluntária

3. Universidade de Fortaleza – Docente do Centro de Ciências Exatas e Tecnologias mateusandrade93@gmail.com

Palavras-chave: Desenho técnico, Visão espacial, Peças tridimensionais, Tecnologia, Ensino-aprendizagem.

Resumo

O presente estudo refere-se à implantação do uso da tecnologia de peças tridimensionais no ensino do Desenho Técnico. Este trabalho foi realizado a partir da utilização de questionários envolvendo os professores da área juntamente com alunos de três turmas dos semestres 2015.1 e 2016.1 da disciplina de Expressão Gráfica dos cursos de Engenharia da Universidade de Fortaleza. A partir da confecção de peças tridimensionais feitas pelos alunos-monitores da disciplina e posteriormente disponibilizados aos alunos, o referido trabalho buscou analisar as melhorias que esta metodologia de ensino pôde proporcionar aos discentes, no que tange a melhoria da visão espacial dos mesmos e a facilitação do processo de ensino-aprendizagem.

Introdução

O desenho técnico, historicamente, é uma das disciplinas que os alunos de Engenharia possuem maior dificuldade de compreensão. Por necessitar do conhecimento das normas técnicas, da incessante prática dos alunos para realização dos desenhos, e de uma boa visão tridimensional, os discentes em sua maioria tem um grande medo e aversão a esta disciplina, que é importantíssima na vida de um engenheiro. Com isso, a dificuldade de vários alunos de Engenharia proporcionou na busca por alternativas pedagógicas a fim de facilitar a compreensão assim como entusiasmar o estudo da disciplina (SULZ & TEODORO, 2014).

A linguagem gráfica é importantíssima nos cursos de engenharia por proporcionar os conceitos de visão espacial e abstração nos discentes. A busca por novas metodologias a fim de um melhor entendimento do conteúdo, proporcionou que o ensino do desenho nos últimos anos deixasse de ter seu protagonismo somente com o uso das pranchetas e instrumentos, mas

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também com a participação crescente do uso de softwares (programas) para computador e, ultimamente, a utilização de aplicativos em dispositivos móveis (smartphones e tablets), tornando o assunto mais atraente e dinâmico.

No que tange a tecnologia no ensino do desenho, através do pioneiro software AutoCAD, a realização de desenhos ocorre de forma rápida e fácil, bem como melhorias na visão espacial dos alunos, com comandos que proporcionam a confecção de peças em visão isométrica. No contexto educacional, esses programas tornaram-se indispensáveis para os professores como forma de apoio a teoria dada em sala, facilitando os conceitos e otimizando a execução dos desenhos pelos discentes (FONSECA et al., 2009). Entretanto, existem programas e aplicativos no mercado que podem contribuir de tal forma que possibilite ainda mais ao aluno a compreensão da visão espacial, que é algo tão importante no contexto da disciplina, assim como na vida profissional de um futuro engenheiro.

Nos últimos anos, a tecnologia obteve um alcance inimaginável, facilitando a vida das pessoas ao redor do mundo. A disseminação dos smartphones e tablets devido a atividades semelhantes ao computador e também novas funções, ocasionou a substituição deste a sua utilização, tornando ainda mais rápido a comunicação e as atividades de milhares de pessoas. No ensino não é diferente, em que a tecnologia proporcionou a obtenção de novas metodologias, maior aplicabilidade e facilidade tanto aos docentes quanto aos alunos, tornando as aulas mais dinâmicas, interativas e compreensíveis.

Dada a facilidade de obtenção, os gadgets (mini aplicativos) podem contribuir no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, com uma gama de aplicações no contexto educacional (MATEUS & BRITO, 2011). Para uma geração que nasceu contida na tecnologia móvel, tornar o uso destes recursos possível pode ser produtivo e eficiente no ambiente escolar (PEREIRA et al., 2016). Dessa forma, esses aplicativos podem se tornar uma ferramenta poderosa no do ensino do desenho técnico, a partir da exploração de assuntos essenciais da disciplina, como visão tridimensional e abstração. Assim, com base no exposto, o presente artigo tem como objetivo discutir a implantação da tecnologia de peças digitais bem como discutir os diversos softwares disponibilizados para os alunos exercitarem essas peças durante o curso de desenho técnico para as engenharias.

Metodologia

Para execução do referido trabalho, foi abordado o método hipotético-dedutivo, a partir da realização de questionários, buscando conhecer o perfil dos analisados; e o método de procedimento estatístico e descritivo, com a análise e destaque dos procedimentos técnicos utilizados (MARCONI & LAKATOS, 2011). Dessa forma, foram analisados 75 alunos distribuídos em três turmas da disciplina de Expressão Gráfica do semestre 2016.1 dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária e Engenharia Mecânica da Universidade de Fortaleza, que responderam a um questionário envolvendo a visão espacial dos mesmos.

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A realização da coleta de dados se sucedeu a partir das seguintes etapas: a. efetuação de uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto explanado; b. execução de um questionário envolvendo a análise dos professores sobre a metodologia abordada, o uso das ferramentas para visualização de peças tridimensionais e sua aplicabilidade nas disciplinas de desenho; c. criação de um banco de peças tridimensionais de autoria dos próprios monitores da disciplina feitos pelo software AutoCAD 2016; d. cotagem das peças e conversão das mesmas para as extensões .dwg e .pdf e posterior disposição dos arquivos para os alunos matriculados na disciplina.

Um exemplo de peça tridimensional feito pelos próprios monitores da disciplina de Expressão Gráfica e, que posteriormente é disponibilizado aos alunos, está exposto logo abaixo na Figura 1.

A peça conforme exposta acima na Figura 1 foi confeccionada através do software AutoCAD 2016 e disponibilizada aos discentes a partir do aplicativo AutoCAD 360, que pode ser

instalado em tablets e smartphones e conectado através de “nuvens”, como Google Drive e

Dropbox, por exemplo, para realizar o download dos arquivos na extensão .dwg.

Um dos pontos fortes deste aplicativo é a possibilidade de rotacionar, ampliar ou reduzir a peça utilizando a tecnologia touchscreen, que facilita a compreensão da peça tridimensional por parte dos alunos. Além disso, conforme é mostrado na Figura 1, é possível escolher o tipo de vista ortográfica (frontal, superior, laterais, etc.) ou perspectiva, auxiliando a visão espacial de alunos que possuem um maior grau de dificuldade neste conteúdo. Sendo assim, este aplicativo torna-se uma opção importante na didática dos docentes pois auxilia a explicação dada em sala de aula.

Entretanto, a dificuldade na qual os alunos possuem com a utilização de conteúdos digitais e manipulação de gadgets (dispositivos móveis) ocasionou na busca por alternativas que facilitassem a utilização dessas peças tridimensionais pelos alunos. Uma opção que se mostrou eficaz foi a utilização do software Adobe Reader, leitor de visualização padrão conhecido no mercado, que possui a ferramenta de utilização das peças tridimensionais em formato “3dpdf”.

Figura 1 - Interface mobile do aplicativo AutoCAD 360 de peça tridimensional feita pelos alunos-monitores de Expressão Gráfica e sua aplicabilidade na obtenção de vistas ortográficas e perspectivas.

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Com funções semelhantes ao AutoCAD 360, como rotação, ampliação e redução do objeto tridimensional, por exemplo, há também a disponibilização mais fácil do banco de peças para os discentes, devido a extensão .pdf, que é padrão nos computadores e dispositivos móveis em geral, conforme exposto a seguir na Figura 2.

Para obtenção da peça final exemplificada acima, foi necessário primeiramente a obtenção

de um “plug-in” no software AutoCAD 2016 que realizasse a conversão para o formato .3dpdf. A partir disso, pode-se utilizar o programa com suas funções principais mostradas na Figura 1 acima, como rotação, ampliação, medição, realização de cortes nos três eixos de coordenadas, dentre outros. Com isto, buscou-se medir a eficácia desta tecnologia nas disciplinas de Desenho, a partir dos resultados e discussões, para concluir se essa alternativa descrita possibilitou êxito considerável.

Resultados e Discussão

Para o presente trabalho, foram analisados os seguintes aspectos: a. opinião dos alunos e professores relacionada a utilização do recurso de peças tridimensionais; b. análise e discussão se esta metodologia de ensino pode influenciar no desempenho dos discentes; c. concluir se a metodologia obteve resultados satisfatórios na melhoria da visão espacial dos alunos; d. discussão dos prós e contras dos dois recursos utilizados.

Conforme exposto no Gráfico 1, aproximadamente 79% dos alunos possuem dificuldade em compreender o assunto de vistas ortográficas, comprovando que a maioria dos alunos de

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Engenharia possuem dificuldades no âmbito da visão espacial. Além disso, através dos questionários envolvendo a visão espacial, eles relatam que a dificuldade maior é com relação a visualização tridimensional baseando-se apenas de recursos tridimensionais. Com a utilização dos recursos tridimensionais desenvolvidos pelos alunos-monitores, aproximadamente 99% dos

entrevistados aprovaram o recurso das peças tridimensionais, comprovando que foi um auxílio importante na visão espacial dos alunos.

Além da opinião dos alunos, foi realizado um estudo comparativo do desempenho dos alunos dos semestres 2015.1 e 2016.1, conforme exposto nos Gráficos 2 e 3. Pode-se observar, portanto, que a porcentagem de alunos com possibilidade de reprovação por nota na etapa (notas entre 0 e 4) diminuiu de 21% para somente 11%, e que a possibilidade de aprovação por nota na etapa teve um aumento de aproximadamente 7%. Dessa forma, podemos analisar que o desempenho nas provas dos alunos ocorreu com melhorias, mas o uso desta metodologia de ensino pode ter sido um dos fatores que influenciou neste processo. A opinião satisfatória dos alunos e dos professores de que a tecnologia facilitou a compreensão da visão espacial dos discentes comprova que a metodologia adotava obteve resultados satisfatórios, corroborando a ideia de que somente a tecnologia sendo implantada no ensino não afeta diretamente no aprendizado dos alunos, mas sim uma gestão participativa do processo, integrando tecnologia com metodologia de ensino (GOUVEIA, 2003).

Por fim, observando o desempenho das duas tecnologias presentes neste estudo, tanto o aplicativo AutoCAD 360 quanto o software Adobe Reader possuem limitações na sua utilização, entretanto, o último se mostrou melhor aplicável devido a sua disponibilidade e facilidade tanto em computadores quanto em gadgets, com suas funções que possibilitam ao aluno uma análise da visão espacial de maneira rápida e prática. O AutoCAD 360, apesar de possuir funções semelhantes, requer um maior uso de bateria do celular, devido a quantidade de recursos, e também o compartilhamento dos arquivos com uma nuvem digital, dificultando um pouco o processo de obtenção dos arquivos para posterior estudo.

Com isso, a utilização de peças tridimensionais com a utilização da tecnologia se mostra eficaz para os discentes, os quais podem obter facilidade no entendimento e na compreensão espacial, seja no estudo das vistas ortográficas ou perspectivas. Porém, a implantação desta

Gráfico 2 - Histograma das notas da segunda etapa do semestre 2015.1

Gráfico 3 - Histograma das notas da segunda etapa do semestre 2016.1

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metodologia deve ser aplicada antes do início do semestre letivo, a fim de possibilitar a discussão dos professores-orientadores com os alunos-monitores sobre a escolha das peças tridimensionais e sua posterior aplicação para os alunos, não prejudicando, portanto, o plano de ensino da disciplina, mas sim, enriquecendo-o.

Conclusão

Deste modo, podemos concluir que a metodologia adotada obteve êxito satisfatório, comprovando que a utilização de peças tridimensionais pode ser um fator importante no ensino do desenho técnico para os alunos, sendo uma alternativa no que tange a dificuldade dos mesmos na compreensão da visão espacial. A facilidade de compartilhamento e utilização destes objetos digitais possibilitam o enriquecimento da visão espacial e abstração dos alunos, tornando-os aptos a interpretação de desenhos técnicos em geral, visto que é algo que qualquer engenheiro precisa conhecer e ter domínio.

Além disso, pode ser uma alternativa metodológica importante para os docentes. Além do estudo do desenho utilizando os tradicionais livros e instrumentos, pode-se unir os conceitos aprendidos em sala de aula com as novas tecnologias implantadas, facilitando o processo de ensino-aprendizagem, tornando o desenho uma disciplina mais contextualizada para o entendimento dos alunos.

Referências

FONSECA, Luciana Mara Monti et al. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO ENSINO DA SEMIOTÉCNICA E SEMIOLOGIA EM ENFERMAGEM NEONATAL: DO DESENVOLVIMENTO À UTILIZAÇÃO DE UM SOFTWARE EDUCACIONAL. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 3, n. 18, p.549-558, jul. 2009.

GOUVEIA, B.; Cidades e Regiões Digitais: impacte nas cidades e nas pessoas; Ed. Universidade do Porto, 2003.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da Metodologia

Científica. São Paulo: Altas, 2010. 320 p.

MATEUS, Marlon de Campos; BRITO, Gláucia da Silva. Celulares, smartphones e tablets na sala

de aula: complicações ou contribuições? Anais: X – Congresso Nacional de Educação. Curitiba:

PUCPR, 2011.

PEREIRA, Leonardo Romão et al. “O uso da tecnologia na educação, priorizando a

tecnologia móvel. Disponível em:

<http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2012/GT-02/GT02-014.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2016.

SULZ, A. R.; TEODORO, A. Evolução do Desenho Técnico e a divisão do trabalho industrial: entre o centro e a periferia mundial. Revista Lusófona de Educação, n. 27, p. 93–109, 2014.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus, as nossas famílias, as professoras orientadoras Laldiane de Souza Pinheiro e Débora Carla Barboza de Sousa pelo apoio e incentivos, e a Universidade de Fortaleza, a partir do Programa de Monitoria, pela oportunidade de aprimorar e adquirir maior conhecimento e vivência acadêmica.

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