• Nenhum resultado encontrado

Avaliação da função tireoidiana e sua relação com parâmetros morfométricos e bioquímicos do metabolismo energético de ratos com disfunção metabólica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação da função tireoidiana e sua relação com parâmetros morfométricos e bioquímicos do metabolismo energético de ratos com disfunção metabólica"

Copied!
38
0
0

Texto

(1)

1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO BIOMÉDICO BIOMEDICINA

GISELLE LINDOLFO AFFONSO EVANGELIO

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO TIREOIDIANA E SUA RELAÇÃO COM PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS E BIOQUÍMICOS DO METABOLISMO ENERGÉTICO DE RATOS COM DISFUNÇÃO

METABÓLICA

NITERÓI 2019

(2)

2 GISELLE LINDOLFO AFFONSO EVANGELIO

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO TIREOIDIANA E SUA RELAÇÃO COM PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS E BIOQUÍMICOS DO METABOLISMO ENERGÉTICO DE RATOS COM DISFUNÇÃO

METABÓLICA

ORIENTADORA: PROFª. DRª. KAREN DE JESUS OLIVEIRA CO-ORIENTADORA: MSC. JESSIKA GEISEBEL OLIVEIRA NETO

Niterói, RJ 2019

Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação em Biomedicina, área de concentração Análises Clínicas, realizado no Departamento de Fisiologia e Farmacologia - UFF.

(3)

3 FOLHA DE APROVAÇÃO

GISELLE LINDOLFO AFFONSO EVANGELIO

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO TIREOIDIANA E SUA RELAÇÃO COM PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS E BIOQUÍMICOS DO METABOLISMO ENERGÉTICO DE RATOS COM DISFUNÇÃO

METABÓLICA

Aprovada em 12 de julho de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª Karen de Jesus Oliveira – UFF Orientadora

Prof. Dr Dangelo Carlo Magliano - UFF

Drª Thais Bento Bernardes - UFRJ

Niterói 2019

Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação em Biomedicina, área de concentração Análises Clínicas, realizado no Departamento de Fisiologia e Farmacologia - UFF.

(4)

4 AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família por todo apoio e incentivo para os estudos e por sempre terem acreditado em mim.

Agradeço em especial minha mãe Rachel Lindolfo Affonso, que foi figura fundamental para o meu progresso enquanto pessoa, estudante e mais do que isso, como amiga e conselheira em todos os momentos fora e dentro da universidade, servindo como uma mulher de grande exemplo para mim. Obrigada pelo tempo dedicado a nossa família!

Agradeço em especial também meu pai Wanderson da Silva Evangelio, por todo carinho e amparo, por sempre me estimular aos estudos e apoiar minhas decisões.

Agradeço a minha orientadora Karen de Jesus Oliveira, um exemplo vivo de profissionalismo e dedicação, que me proporcionou a oportunidade de ingressar na área científica, além de me acolher ao seu grupo de pesquisa.

Agradeço ao meu grupo de pesquisa no Laboratório de Fisiologia Endócrina e Metabologia, em especial minha co-orientadora Jessika Geisebel Oliveira Neto, que admiro por ser tão inteligente e empenhada em tudo que faz, por ser atenciosa e sempre prestativa. Agradeço pela sua paciência e por todas as vezes que me senti perdida e você me situou, não somente na realização desse trabalho mas desde o momento em que cheguei ao laboratório.

Agradeço aos meus amigos de classe Flávia Terumi, Lincoln Bastos, Mariana Nunes e Matheus Machado, pelo suporte desde o primeiro ao último período na universidade.

Agradeço aos órgãos CAPES, PROPPI, CNPq, FAPERJ e Fundação JO pelo apoio financeiro.

(5)

5 RESUMO

Um distúrbio metabólico que vem em constante prevalência nos últimos anos é a obesidade, que está diretamente relacionada ao desenvolvimento de outras alterações no metabolismo, como diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares. Quando esse quadro ocorre na infância acaba sendo ainda mais grave, pois a chance desses jovens se tornarem adultos obesos é maior comparada a jovens saudáveis, acarretando no desenvolvimento de complicações metabólicas de forma precoce. Diversos estudos buscam compreender melhor a relação da glândula tireoide com o desenvolvimento da obesidade, visto que os hormônios secretados por ela têm importante função para o metabolismo celular e gasto energético. Nesse contexto, os exames laboratoriais de análises clínicas são de importância primordial para se detectar alterações metabólicas, atuando tanto na profilaxia, tratamento e acompanhamento. Este estudo visa, a partir das análises clínicas veterinárias, avaliar se o modelo experimental de obesidade precoce seria capaz de gerar alterações na função tireoidiana em duas idades diferentes, e assim determinar se o modelo pode ser usado para o estudo das disfunções tireoidianas na obesidade. Para isso, foram avaliados: a ingestão alimentar, peso corporal dos animais, eficiência energética, perfil lipídico, homeostase glicêmica e concentração sérica dos hormônios tireoidianos. Aos 60 dias de idade vimos que os animais superalimentados durante a lactação apresentaram aumento da obesidade visceral, hiperfagia e alteração na homeostase glicêmica, sem alterações nos hormônios tireoidianos séricos. Aos 180 dias de idade, os animais mantiveram todas as alterações relatadas anteriormente e passaram a apresentar aumento do triacilglicerol sérico e da massa do fígado. Nessa idade observamos aumento da razão T3/T4. Observamos algumas correlações entre os parâmetros metabólicos com marcadores de função tireoidiana nos animais superalimentados, sugerindo que esse modelo possa ser usado para o estudo do impacto da obesidade precoce na função tireoidiana, contribuindo para a compreensão do desenvolvimento dessas doenças em humanos.

Palavras-chave: Obesidade infantil; T3; T4; TSH; Insulina; Triacilglicerol

(6)

6 ABSTRACT

The metabolic disorder that has been steadily rising in recent years is obesity, which is directly related to other metabolic disorders such as diabetes, dyslipidemia and cardiovascular disease. When it happens in childhood is even more serious, because the chance of these youngs adults becoming obeses adults is bigger compared to healthy children, causing in the development of earlier metabolic complications. Many studies have tried to better understand the relation between the thyroid gland and the development of obesity, since the hormones secreted by this gland have an importante function for cellular metabolismo and energy expenditure. In this context, laboratory tests of clinical analysis are fundamental for the detection of metabolic abnormalities, acting both in prophylaxis, treatment and follow-up. This study aims, based on veterinary clinical analyzes, to evaluate if the experimental model of early obesity would be able to cause changes in thyroid function at two different ages, and then determine if the model can be used for the study of thyroid dysfunction in obesity. For this, we evaluated: dietary intake, changes in body weight of animals, energy efficiency, lipid profile, glycemic homeostasis and serum thyroid hormone concentration. At 60 days of age, we observed that the superlactation animals during lactation showed increased visceral obesity, hyperphagia and change in glycemic homeostasis, without changes in serum thyroid hormones. At 180 days of age, the animals maintained all the changes previously reported and started to show increased serum triacylglycerol and liver mass. At that age we observed an increase in the T3/T4 ratio. We observed some correlations between metabolic parameters with markers of thyroid function in superlactation animals, suggesting that this model can be used to study the impact of early obesity on thyroid function, contributing to understanding the development of these diseases in humans.

(7)

7 LISTA DE ABREVIATURAS

T3. triiodotironina T4. tiroxina

TSH. hormônio estimulador da tireoide TRH. hormônio liberador de tireotrofina HDL. lipoproteína de alta densidade LDL. lipoproteína de baixa densidade CT. grupo controle

SL. grupo superalimentado

HOMA-IR. modelo homeostático de resistência à insulina 60d. 60 dias

(8)

8 SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 9

1.1 Obesidade Infantil ... 9

1.2 Hormônios Tireoidianos ... 10

1.3 Soro sanguíneo e suas características bioquímicas ... 14

1.4 Análises Clínicas Veterinárias e Obesidade ... 15

1.5 Modelo animal por redução da ninhada ... 16

2. OBJETIVO ... 16

2.1 Objetivos Gerais ... 16

2.2 Objetivos Específicos ... 16

3. METODOLOGIA ... 17

3.1 Modelo experimental: Obesidade precoce por redução da ninhada (superalimentação) ... 17

3.2 Avaliações da ingestão alimentar, massa, composição corporal e eficiência energética ... 17

3.3 Avaliação do perfil hormonal tireoidiano ... 18

3.4 Avaliação da homeostase glicêmica ... 19

3.5 Análise do perfil lipídico sérico ... 19

3.6 Análise Estatística ... 19

4. RESULTADOS ... 20

4.1 Resultados obtidos aos 60 dias de idade ... 20

4.2 Resultados obtidos aos 180 dias de idade ... 22

4.3 Resultados das correlações ... 25

5. DISCUSSÃO ... 30

6. CONCLUSÃO ... 34

(9)

9 1. INTRODUÇÃO

1.1 Obesidade Infantil

Nos últimos anos, a obesidade vem sendo considerada um grave problema de saúde pública no mundo devido ao grande aumento de sua prevalência e a sua associação ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e dislipidemias (Liu et al., 2018). Estimou-se em 2014 que quase 2 bilhões de pessoas no mundo estavam acima do peso e mais de 600 milhões desses indivíduos eram obesos (Liu et al., 2018). A obesidade e suas comorbidades são derivadas de uma combinação complexa de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e socioculturais (Kelley et al., 2016) que atingem indivíduos de diversas idades. Os riscos metabólicos da obesidade são associados ao aumento de massa adiposa, pois o tecido adiposo é um importante órgão endócrino, sendo responsável pelo reservatório energético do organismo através do armazenamento de gordura (Alaniz et al., 2006). Segundo a Organização Mundial de Saúde, atualmente mortes associadas à obesidade estão mais frequentes do que as mortes associadas à desnutrição. É importante ressaltar que a obesidade pode ser prevenida a partir de mudanças no estilo de vida, com alimentação saudável e práticas de atividade física (WHO, 2017).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de crianças com menos de 5 anos e que apresentam sobrepeso ou já se encontram obesas foi estimado em 41 milhões em 2016. Desse modo, um ponto em destaque é a escalada crescente na prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil (Conde & Borges, 2011; Smith & Smith, 2016). Ainda em relação às crianças abaixo de 5 anos, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) sobre a segurança alimentar e nutricional na América Latina e Caribe, 7,2% estão acima do peso sendo que o Brasil está entre os países que compõe essa região com maior prevalência (FAO, OPAS, 2017). Um trabalho publicado por Freedman e colaboradores (2001), mostrou que a prevalência de obesidade em adultos que foram crianças ou

(10)

10 adolescentes obesos é maior que 75%, contra 10% dos que foram crianças e/ou adolescentes eutróficos.

Estudos têm apontado que o desenvolvimento de doenças metabólicas na vida adulta pode ser consequência de insultos vivenciados na infância precoce. O meio em que as crianças estão inseridas e toda a influência externa vivenciada na infância tem grande impacto na fisiologia humana e na saúde em longo prazo (Barker, 2004; Hochberg et al., 2011). Os períodos de gestação, lactação e infância são considerados etapas críticas do desenvolvimento, no qual diversos estudos em modelos animais (Conceição et al., 2013; Franco et al., 2012; Stefanidis & Spencer, 2012) e em humanos (Godfrey, Gluckman et al., 2010; Herbenick, James et al., 2018) têm mostrado que alterações nutricionais promovem desequilíbrio metabólico precoce, com alteração no padrão de expressão gênica e futura exibição de fenótipos alterados que perduram até a idade adulta. Esse fenômeno é chamado de programação metabólica (de Moura & Passos, 2005) e pode estar diretamente relacionado com o desenvolvimento de obesidade e comorbidades na idade adulta.

1.2 Hormônios Tireoidianos

Os hormônios da tireoide, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), têm um importante papel no desenvolvimento humano possuindo diversas funções para a maturação e o metabolismo ao longo de diferentes etapas da vida. O iodo oriundo da alimentação tem papel fundamental na síntese desses hormônios, pois ele é incorporado as moléculas de tireoglobulina, glicoproteína encontradas no interior do folículo da tireoide, para a formação da monoidotirosina e da diidotirosina, sendo que a monoidotirosina ligada a diidotirosina forma o T3 (triiodotironina) e a ligação de duas diiodotirosina forma o T4 (tiroxina) (Berne et al., 2004). Esses hormônios são regulados a partir do eixo hipotálamo-hipófise (Figura 1), em que o hipotálamo secreta o hormônio liberador de tireotrofina (TRH) que age na adeno-hipófise para secretar o hormônio estimulador da tireoide (TSH), agindo em sequência na glândula tireoide estimulando a síntese e liberação de T3 e T4. TRH e TSH são regulados a partir de feedback negativo pelos próprios T3 e T4 (Moura et al., 2004; Ortiga-Carvalho et al., 2016). Quando estão na corrente

(11)

11 sanguínea, os hormônios T3 e T4 se encontram principalmente ligados a proteína chamada globulina ligadora de tiroxina (TBG) e, desta forma, eles não podem ser utilizados pelo organismo. Somente uma pequena parte dos hormônios tireoidianos séricos estão na forma livre para serem utilizados no metabolismo celular, isso significa que apenas o T4 livre pode ser transformado em T3 nos órgãos e tecidos (SBEM, 2019). As concentrações séricas do hormônio estimulante da tireoide e dos hormônios tireoidianos são rotineiramente medidas para avaliar o funcionamento da glândula (Hattori et al., 2015).

Figura 1. Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide (adaptado de Ortiga-Carvalho et al., 2016). O hipotálamo secreta o hormônio liberador de tireotrofina (TRH) que, através do sistema porta-hipofisário, age na hipófise estimulando a produção e secreção do hormônio estimulador da tireoide (TSH), que em sequência sinaliza para a glândula

(12)

12 tireoide o estimulo para a síntese e liberação de T3 e T4. TRH e TSH são regulados pelos próprios T3 e T4, que têm ação a partir de feedback negativo tanto no hipotálamo quanto na hipófise.

Na tireoide e principalmente em tecidos extra-tireoideos, os hormônios tireoidianos podem ser bioativados ou bioinativados por enzimas com atividade desiodase. O T3 é o hormônio biologicamente ativo, pois ativa a via clássica de receptores nucleares para hormônios tireoidianos, desempenhando ação genômica e o T4 (pró-hormônio) é capaz de ser ativado a T3 perifericamente pela ação das enzimas desiodases (Ortiga-Carvalho et al., 2016). As deisiodases são selenoproteínas, e são expressas em três isoformas (1, 2 e 3). A desiodade do tipo 1 (D1) é responsável pela remoção de um iodo do anel externo (5’ desiodação) do T4, bioativando o hormônio a T3. A D1 está presente na membrana celular e é encontrada em tecidos bem vascularizados como fígado, rins e sistema nervoso central (SNC), sendo importante para a concentração de T3 circulante. A desiodase do tipo 2 (D2) também remove um iodo do anel externo do T4 (5’ desiodação), porém, devido a sua localização intracelular, próxima ao núcleo, o T3 produzido é principalmente para utilização pela própria célula. A D2 está presente em diversos tecidos como nos tecidos adiposos, músculo esquelético e tireoide. A desiodade do tipo 3 (D3) é responsável pela retirada de um iodo do anel interno (5 desiodação), convertendo o T4 a T3 reverso (rT3), que não possui atividade biológica e inativa T3, convertendo-o a T2. Sendo assim a D3 protege os tecidos em que é expressa, como placenta e SNC, em casos de altas concentrações de hormônios tireoidianos (Kohrle, 2000; Little, 2016).

A disfunção tireoidiana pode acarretar em quadros de hipotireoidismo ou hipertireoidismo que possui impacto direto no metabolismo. O hipotireoidismo, estado clínico referente a redução da quantidade de hormônios circulantes (provocando consequentemente aumento nos níveis de TSH) (Witkowska-Sędek et al., 2017), que pode ocorrer devido ao uso de medicamentos, como por exemplo antitireoidianos (hipotireoidismo primário), ou em casos de disfunções hipofisárias ou hipotalâmicas (hipotireoidismo central), ou até mesmo devido a doenças

(13)

13 autoimunes, que é a principal causa de hipotireoidismo em adultos (Sanyal et al., 2016). Há também quadros em que o indivíduo apresenta concentrações de TSH acima do limite superior do intervalo de referência e com níveis dos hormônios tireoidianos permanecendo dentro dos limites de referência, caracterizando o hipotireoidismo subclínico. Há evidências clínicas que sugerem uma leve disfunção tireoidiana, na forma de hipotireoidismo subclínico, que está relacionada a mudanças significativas no peso corporal e representa um fator de risco para sobrepeso e obesidade, já que essa forma subclínica pode acabar não sendo diagnosticada (Sanyal et al., 2016). Em indivíduos adultos, a diminuição dos hormônios tem impacto direto na redução do gasto energético e do metabolismo basal, podendo levar ao ganho de peso.

Outro quadro relacionado a disfunção da glândula tireoide é o hipertireoidismo, que se refere ao estado clínico resultante do aumento na síntese e liberação dos hormônios tireoidianos (provocando consequentemente diminuição nos níveis de TSH) (Maia et al., 2013). Sua causa pode ser consequência de diversos fatores, como doença autoimune da tireoide, uso de medicamentos ou exposição ao iodo (Maia et al., 2013). O hipertireoidismo está relacionado ao aumento do metabolismo e do gasto energético, desse modo favorecendo a perda de peso.

A relação entre hormônios tireoidianos e distúrbios metabólicos vem sendo alvo de estudos clínicos, uma vez que T3 e T4 também estão envolvidos com a regulação da ingestão alimentar e no metabolismo de glicose e lipídeos (Karschin, et al., 2015; Rotondi et al., 2011). Estudos apontam que a disfunção da glândula pode ser um efeito secundário ao ganho de peso (Longhi et al., 2013). O ganho de peso frequentemente leva ao aumento do TSH e dos hormônios tireoidianos, um mecanismo fisiológico e adaptativo com o objetivo de aumentar o gasto energético e o metabolismo basal para compensar o excesso de peso (Reinehr et al., 2008).

Os mecanismos exatos envolvidos na disfunção tireoidiana durante um quadro de excesso de peso são complexos e parcialmente compreendidos. No entanto, um mecanismo conhecido é o efeito da leptina na ativação do eixo (Laurberg et al., 2012). A leptina é um hormônio produzido principalmente pelo tecido adiposo, que possui a função de

(14)

14 sinalizar para o sistema nervoso central a quantidade de estoque de gordura no organismo. Na obesidade, o excesso de tecido adiposo leva ao aumento nos níveis circulantes de leptina, que são capazes de estimular a produção de TRH no hipotálamo e de TSH na hipófise, estimulando assim a síntese e liberação dos hormônios tireoidianos (Witkowska-Sędek et al., 2017).

A maioria das pesquisas analisam essa relação sobre a obesidade e tireoide em adultos obesos, porém poucos estudos avaliam a relação da obesidade infanto-juvenil e o impacto da obesidade precoce para o desenvolvimento das disfunções tireoidianas em humanos (Witkowska-Sędek et al., 2017). Além disso, os mecanismos moleculares envolvidos ainda são pouco compreendidos, sendo importante a padronização de modelos animais que possibilitam futuramente o desenvolvimento de investigações moleculares e, assim, a compreensão da gênese de diversas doenças.

Sendo assim, o presente estudo utiliza um modelo de obesidade precoce induzido pela superalimentação com o objetivo de caracterizar esse modelo para o estudo das disfunções tireoidianas em ratos jovens e adultos, e avaliar o impacto sobre a função tireoidiana e sua correlação com medidas nutricionais, bioquímicas e morfométricas.

1.3 Soro sanguíneo e suas características bioquímicas

O sangue é um fluido comumente utilizado para a pesquisa de biomarcadores por ser considerado de fácil acesso e pouco invasivo (Ishikawa et al., 2013). Desse modo, é possível coletar o soro sanguíneo obtido a partir do sangue colido sem a presença de anticoagulante, e a partir desse soro é possível fazer a análise de diversos fatores, como da glicose, análise de concentrações hormonais e do perfil lipídico (concentrações de triacilgliceróis e colesteróis circulantes), que podem ser correlacionados com diversas doenças metabólicas.

As fases analíticas compreendem as fases dos exames laboratoriais. Durante a realização da coleta de sangue é extremamente necessário o cuidado com a etapa pré-analítica, respeitando, por exemplo, o horário da coleta. Além disso, o laboratório deve fornecer a instalação e uma estrutura física ao local da coleta e a devida identificação, acondicionamento e

(15)

15 transporte dessa amostra. A partir disso, é possível realizar a fase analítica, aquela que se refere a etapa da execução do exame propriamente dito, e pós-analítica, última etapa responsável pela confecção do laudo, tomando as devidas precauções de cada etapa do processamento laboratorial, tendo a finalidade de prevenir a ocorrência de falhas ou de variáveis que possam comprometer a exatidão dos resultados. 1.4 Análises Clínicas Veterinárias e Obesidade

O diagnóstico da obesidade e o acompanhamento do seu desenvolvimento e avanço para as comorbidades que estão relacionadas a esse quadro em humanos são intimamente ligadas a diagnósticos em modelos que utilizam animais, visto que os métodos de avaliação são semelhantes para ambos. Quando é necessário realizar uma avaliação nutricional em humanos, algumas das formas mais frequentes são a partir da antropometria, composição corporal e análises bioquímicas (Vieira et al., 2016), sendo possível realizar os mesmos exames a partir de pesquisas com animais, como por exemplo ratos.

As análises bioquímicas, normalmente analisam o perfil lipídico (colesterol total, HDL, LDL e triacilgliceróis) e perfil glicêmico (Vieira et al., 2016), o que são investigados utilizando kits comerciais tanto em humanos como em animais. Outra análise bioquímica possível é medir os hormônios tireoidianos, TSH e insulina sérica, utilizando a técnica de radioimunoensaio da mesma forma tanto para amostras humanas ou de animais.

Para que as análises clínicas veterinárias tenham algum valor clínico e resultados confiáveis, é necessário estabelecer e cumprir diversas exigências e condições adequadas durante todo o processo de tratamento com os animais. Seguindo protocolos aprovados pelo comitê de ética animal, controlando, por exemplo, qualquer estresse externo que possa interferir a alimentação, exposição a luz e a temperatura do ambiente em que eles se encontram. Dessa forma, é possível estabelecer cada vez mais um quadro em que pesquisas com animais contribuam e possam dar embasamento para pesquisas com humanos, desenvolvendo e somando ao avanço científico.

(16)

16 1.5 Modelo animal por redução da ninhada

Um dos modelos que se destacam quanto a capacidade de induzir a obesidade e suas comorbidades de forma precoce e que está bem estabelecido na literatura é o modelo de redução da ninhada, no qual observa-se a superalimentação da prole, através da sua diminuição (Conceição et al., 2013). Este modelo de forma geral promove desequilíbrio da homeostase energética, comportamento alimentar e composição corporal, associada a diversas alterações endócrinos-metabólicas que perduram até a idade adulta, caracterizando a programação metabólica (Conceição et al., 2013; Conceição et al., 2015; Habbout et al., 2013; Rodrigues et al., 2009).

2. OBJETIVO

2.1 Objetivos Gerais

Comparar os parâmetros morfométricos e bioquímicos do metabolismo energético com parâmetros da função tireoidiana de ratos obesos e controles eutróficos, avaliando se o modelo experimental de obesidade precoce seria capaz de gerar alterações na função tireoidiana. 2.2 Objetivos Específicos

• Avaliar a ingestão alimentar, a evolução do peso corporal e a eficiência energética dos animais;

• Avaliar a massa da glândula tireoide e fígado;

• Determinar as concentrações séricas dos hormônios tireoidianos;

• Avaliar a homeostase glicêmica a partir das concentrações da glicose e insulina de jejum;

• Determinar o perfil lipídico sérico;

• Analisar a correlação dos hormônios tireoidianos com as medidas bioquímicas e biométricas.

(17)

17 3. METODOLOGIA

3.1 Modelo experimental: Obesidade precoce por redução da ninhada (superalimentação)

O modelo experimental foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal Fluminense (n° 711/2015). Ratos Wistar machos e fêmeas, provenientes do biotério central da UFF, foram mantidos no biotério do Instituto Biomédico, com temperatura (221C) e ciclo claro-escuro (7:00-19:00 h) controlados.

No terceiro dia após o nascimento da prole, as mães foram divididas em dois grupos:

1- Grupo Controle (CT): manutenção das ninhadas com 10 filhotes (n=10 mães);

2- Grupo Superalimentado (SL): redução da ninhada para 3 filhotes (n=14 mães).

Foram utilizadas somente fêmeas que tiveram prole igual ou maior que 9 animais. A redução da ninhada para 3 animais permite a redução da competitividade entre os filhotes, aumentando a oferta de leite e acarretando em uma superalimentação.

Aos 60 dias de idade os animais são considerados na faixa etária relativa ao final da adolescência, como um adulto jovem, enquanto aos 180 dias de idade os animais são considerados na faixa etária relativa a fase adulta. Dez animais machos de cada grupo foram sacrificados aos 60 dias de vida e chamados: CT60 (N=10); SL60 (N=10). Os animais machos restantes de cada grupo foram acompanhados até os 180 dias de vida, quando também foram sacrificados para as análises descritas a seguir, sendo chamados: CT180 (N=13); SL180 (N=9). Para a composição destes grupos, utilizamos ao menos um animal de cada fêmea genitora.

3.2 Avaliações da ingestão alimentar, massa, composição corporal e eficiência energética

O peso corporal e a ingestão alimentar dos animais foram acompanhados durante todo experimento. Os animais foram eutanasiados por decaptação em guilhotina e, após a morte, foram coletadas amostras de

(18)

18 sangue do tronco, que foi centrifugado a 1844 ×g, por 15 minutos e a 4°C para obtenção do soro (armazenado a -80°C até o momento das análises). O tecido adiposo visceral, fígado e a tireoide foram coletados, para dissecação e pesagem desses tecidos. A adiposidade visceral dos animais foi estimada, pela pesagem da massa de gordura visceral (gordura das regiões retroperitoneais e perigonadais).

Durante o período de lactação, as ninhadas foram pesadas diariamente e após o desmame o peso corporal e a ingestão alimentar foram monitoradas durante todo o experimento 3 vezes por semana.

A eficiência energética foi calculada como a massa do tecido adiposo visceral obtida no momento da eutanásia pela ingestão total de alimentos acumulada por animal (massa do tecido adiposo visceral [g]/ ingestão total de alimentos [kg]). Para o grupo analisado aos 60 dias de idade, a ingestão total de alimentos incluiu o período de 31 até 60 dias e para o grupo analisado aos 180 dias de idade, a ingestão total de alimentos incluiu o período dos 60 até os 180 dias de vida.

3.3 Avaliação do perfil hormonal tireoidiano

As concentrações séricas de T3 total e T4 total foram analisadas por radioimunoensaio através de kits comerciais (MP Biomedicals® - Califórnia, Estados Unidos), de acordo com o protocolo do fabricante.

Para T3, foram adicionados 100μL de soro (amostra) e 100μL do T3 marcado radioativamente com iodo (𝐼¹²⁵) ao tubo com anticorpo específico contra T3 aderido na parede. Após 1 hora de incubação à 37ºC o conteúdo liquido foi descartado e lavado com 1mL de água destilada.

Para T4, foram adicionados 25μL de soro (amostra) e 25μL do T4 marcado radioativamente com iodo (𝐼¹²⁵) ao tubo com anticorpo específico contra T4 aderido na parede. Após 1 hora de incubação à temperatura ambiente, o conteúdo líquido foi descartado.

Em ambos, a radioatividade do tubo foi medida em contagens por minuto (cpm) em contador gama de fase sólida (CompuGama, LKB Wallak). O coeficiente de variação intra-ensaio foi de 2,2% e 4,9% para T3 e T4, respectivamente. Os resultados foram expressos em T3 como ng/dL e em T4 como μg/dL. Também foi realizado a razão de T3/T4, baseando-se nas

(19)

19 concentrações T3 e T4 total, que indica a modificação na taxa de conversão de T4 a T3 séricos.

3.4 Avaliação da homeostase glicêmica

A glicemia sérica foi medida através de ensaio colorimétrico usando o kit comercial Glucose Liquiform (Labtest, Brazil), de acordo com as instruções do fabricante. Na placa de 96 poços, 2µL de amostra foi misturado a 200 µL de reagente e aquecido a 37°C por 10 min. Em seguida a leitura foi feita a 505nm no leitor de microplacas. Os resultados foram expressos em mg/dL.

A concentração sérica de insulina foi medida através da técnica de radioimunoensaio de fase sólida utilizando kit comercial (MP Biomedicals®). Nos tubos que continham anticorpos anti-insulina, foi adicionado 100μl de padrão de insulina ou das amostras ou de controles e 900μl de solução tampão contendo o traçador (insulina marcada radioativamente). Os tubos ficaram incubados em temperatura ambiente por 18 horas para que houvesse a ligação insulina-anticorpo. Em seguida, os tubos foram lavados com 4mL da água (do kit), e a radioatividade do tubo foi medida em contagens por minuto (cpm) em contador gama de fase sólida (CompuGama, LKB Wallak). O coeficiente de variação intra-ensaio foi de 3,5%. Os resultados foram expressos em mg/dL.

A resistência à insulina foi medida de acordo com a avaliação do modelo homeostático de resistência à insulina (HOMA-IR) pela equação: glicemia de jejum em mg/dl x insulina de jejum µUI/mL /405.

3.5 Análise do perfil lipídico sérico

A concentração sérica de colesterol e de triacilglicerol foram analisados utilizando kits comerciais Cholesterol e Trigliceride Liquiform (Labtest, Brazil). Na placa de 96 poços, 2µL de amostra foi misturado a 200 µL de reagente e aquecido a 37°C por 10 min. Em seguida a mensuração da absorbância foi feita a 505nm no Leitor de microplacas. Os resultados foram expressos em mg/dL.

3.6 Análise Estatística

Os dados foram analisados no programa estatístico Graph PadPrism 6. O teste de normalidade Shapiro-Wilk foi feito e os resultados foram

(20)

20 analisados utilizando Test T-Student ou Mann-Whitney U. A correlação de Pearson ou a correlação não paramétrica de Spearman foi usada para medir a força de associação entre dois resultados. As diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05 e os resultados foram expressos como média ± erro padrão da média (SEM).

4. RESULTADOS

4.1 Resultados obtidos aos 60 dias de idade

Os parâmetros metabólicos e morfométricos dos animais aos 60 dias de idade mostraram um aumento da ingestão alimentar (P=0,0292) (Fig. 2A), eficiência energética (P=0,0073) (Fig. 2B) e peso corporal (P=0,0196) (Fig. 2D), visto o grande aumento do tecido adiposo branco visceral (P=0,0001) (Fig. 2C), no grupo superalimentado comparado ao grupo controle.

Figura 2. Ingestão alimentar (kg) (A), eficiência energética (g/kg) (B), massa do tecido adiposo visceral (g) (C) e peso corporal (g) (D) dos animais aos 60 dias. CT: Controle; SL: Superalimentado. * p<0,05, ** p<0,01, *** p<0,0001 vs. CT. N=9-12 animais por grupo.

(21)

21 Não houve alteração significativa na massa do fígado (P=0,5836) (Fig. 3A), assim como no triacilglicerol (P=0,1465) e colesterol séricos (P=0,7930) dos animais superalimentados em comparação aos animais controle aos 60 dias de idade (Fig. 3B e 3C).

Figura 3. Massa do fígado (g) nos animais com 60 dias (A), triacilglicerol sérico (mg/gl) (B) e colesterol sérico (mg/dl) (C) dos animais aos 60 dias. CT: Controle; SL: Superalimentado. N=10-12 animais por grupo.

Já na análise da homeostase glicêmica, foi visto um aumento da insulina sérica (P=0,0332) nos animais superalimentados comparados aos animais controles aos 60 dias de idade (Fig. 4A), enquanto a glicose sérica (P=0,2657) desses animais não mostrou alteração significativa (Fig. 4B). Assim que foi realizado o índice de HOMA (P=0,0398) para determinar a resistência à insulina, foi visto, a partir desse cálculo, um aumento significativo (Fig. 4C).

Figura 4. Insulina sérica (µUI/mL) (A), glicose sérica (mg/dL) (B) e cálculo do modelo homeostático de resistência à insulina (HOMA-IR) (C) dos animais aos 60. CT: Controle; SL: Superalimentado. * p<0,05 vs. CT. N=10 animais por grupo.

(22)

22 Os animais superalimentados aos 60 dias de idade não mostraram alterações significativas na massa da tireoide (P=0,1648) (Fig. 5A) e nos hormônios tireoidianos séricos, T3 (P=0,1729) (Fig. 5B) e T4 (P=0,0607) (Fig. 5C), apenas uma tendência a um aumento do T4 no grupo SL. Como também, não foi visto alteração significativa na razão entre eles (P=0,3286) comparada aos animais controle (Fig. 5D).

Figura 5. Massa da tireoide (g) nos animais com 60 dias (A), T3 total sérico (ng/dL) (B), T4 total sérico (μg/dL) (C) e razão T3/T4 (D) dos animais aos 60 dias. CT: Controle; SL: Superalimentado. N=9-10 animais por grupo.

4.2 Resultados obtidos aos 180 dias de idade

A partir das análises dos parâmetros metabólicos e morfométricos dos animais aos 180 dias de idade foi possível observar que os animais SL mantiveram aumento da ingestão alimentar (P=0,0005) (Fig. 6A), eficiência energética (P=0,0058) (Fig. 6B), adiposidade visceral (P= 0,0008) (Fig. 6C) e aumento do peso corporal (P=0,0237) (Fig. 6D), no grupo superalimentado comparado ao grupo controle.

(23)

23 Figura 6. Ingestão alimentar (kg) (A), eficiência energética (g/kg) (B), massa do tecido adiposo visceral (g) (C) e peso corporal (g) (D) dos animais aos 180 dias. CT: Controle; SL: Superalimentado. * p<0,05, ** p<0,01, *** p<0,0001 vs. CT. N=9-13 animais por grupo.

Além disso, houve um aumento da massa do fígado (P=0,0013) (Fig. 7A) e triacilglicerol sérico (P=0,0042) (Fig. 7B) nos animais aos 180 dias de idade superalimentados comparados ao controle, enquanto o colesterol sérico (P=0,2024) (Fig. 7C) se manteve sem alterações significativas.

(24)

24 Figura 7. Massa do fígado (g) (A), triacilglicerol sérico (mg/dl) (B) e colesterol sérico (mg/dl) (C) dos animais aos 180 dias. CT: Controle; SL: Superalimentado. ** p<0,01 vs. CT. N=9-13 animais por grupo.

Quando analisado os animais aos 180 dias de idade, a insulina sérica (P=0,0091) encontrou-se aumentada significativamente nos animais superalimentados comparados ao controle (Fig. 8A), por outro lado a glicemia sérica (P=0,0715) e o índice de HOMA-IR (P=0,0898) não mostraram mudanças significativas (Fig. 8B e 8C).

Figura 8. Insulina sérica (µUI/mL) (A), glicose sérica (mg/dL) (B) e cálculo do modelo homeostático de resistência à insulina (HOMA-IR) (C) dos animais aos 180. CT: Controle; SL: Superalimentado. ** p<0,01 vs. CT. N=9-12 animais por grupo.

(25)

25 Por fim, a massa da tireoide (P=0,3213) (Fig. 9A) e os hormônios tireoidianos T3 (P=0,0803) (Fig. 9B) e T4 (P=0,2356) (Fig. 9C) não mostraram nenhumas alterações nos animais superalimentados em comparação aos animais controle, mesmo com os 180 dias de idade, apenas uma tendência a um aumento do T3 no grupo SL. Quando realizada a razão entre T3 e T4 séricos (P=0,0015) (Fig. 9D), foi possível verificar um aumento significativo do grupo superalimentado comparado ao controle nos animais com 180 dias de idade.

Figura 9. Massa da tireoide (g) nos animais com 180 dias (A), T3 total sérico (ng/dL) (B), T4 total sérico (μg/dL) (C) e razão T3/T4 (D) dos animais aos 180 dias. CT: Controle; SL: Superalimentado. ** p<0,01 vs. CT. N=9-12 animais por grupo.

4.3 Resultados das correlações

Após a análises desses dados, foram feitas correlações entre alguns parâmetros do grupo controle e do grupo superalimentado em ambas idades, como mostram as tabelas, sendo a tabela 1 dos animais aos 60 dias de idade e a tabela 2 dos animais aos 180 dias de idade, sem alterações significativas

(26)

26 tanto no grupo controle como no grupo superalimentado. Algumas das correlações que apresentaram diferenças significativas em um dos grupos foram entre a massa da tireoide e o peso corporal (Fig. 10A, 10B, 11A e 11B) e a correlação entre a concentração sérica de T4 e a massa da tireoide (Fig. 10C, 10D, 11C e 11D). Foi possível observar, que o grupo controle aos 60d apresenta uma forte correlação positiva entre a massa da tireoide e as concentrações séricas de T4, quadro que não se repetiu no grupo superalimentado. Outro fato, foi a correlação positiva da massa da tireoide com o peso corporal no grupo controle aos 180d, ocorrida somente nesse grupo.

60d Peso Insulina HOMA-IR

p r p r p r T3 CT 0,2118 0,4326 0,5153 -0,2340 0,2632 -0,3939 T4 CT 0,6826 -0,1483 0,2740 -0,3835 0,1974 -0,4460 Massa Tireode CT 0,2644 -0,4168 0,2992 -0,3902 0,4366 -0,3000 T3 SL 0,6552 -0,1618 0,3805 0,3118 0,6073 0,1879 T4 SL 0,9681 0,01458 0,1077 0,5392 0,1348 0,5069 Massa Tireoide SL 0,1394 0,5332 0,8666 -0,06572 1,0184 0,0

Tabela 1. Correlações nos animais aos 60 dias de idade. CT: Controle; SL: Superalimentado.

(27)

27

180d Peso Insulina HOMA-IR

p r p r p r T3 CT 0,8844 0,05486 0,8175 -0,08401 0,2729 -0,3843 T4 CT 0,4483 0,2727 0,4483 -0,2727 0,1912 -0,4545 Massa Tireode CT 0,0362 0,5838 0,8064 -0,08920 0,2462 -0,4046 T3 SL 0,6881 -0,1563 0,2678 0,4141 0,8009 -0,9854 T4 SL 0,9816 0,008368 0,7293 0,1349 0,2912 0,4000 Massa Tireoide SL 0,3644 0,3242 0,7427 -0,1281 1,3624 -0,3455

Tabela 2. Correlações nos animais aos 180 dias de idade. CT: Controle; SL: Superalimentado.

(28)

28 Figura 10. Correlação entre a massa da tireoide e o peso corporal no grupo controle (A) e no grupo superalimentado (B) nos animais aos 60 dias de idade. Correlação entre a concentração sérica de T4 e a massa da tireoide no grupo controle (C) e no grupo superalimentado (D) nos animais aos 60 dias de idade. CT: Controle; SL: Superalimentado. N=9-10 animais por grupo.

(29)

29 Figura 11. Correlação entre a massa da tireoide e o peso corporal no grupo controle (A) e no grupo superalimentado (B) nos animais aos 180 dias de idade. Correlação entre a concentração sérica de T4 e a massa da tireoide no grupo controle (C) e no grupo superalimentado (D) nos animais aos 180 dias de idade CT: Controle; SL: Superalimentado. N=9-13 animais por grupo.

(30)

30 5. DISCUSSÃO

Os resultados demonstraram que os animais superalimentados durante a lactação apresentaram aumento do ganho de peso corporal, aumento da ingestão alimentar, eficiência energética e da adiposidade visceral quando os animais tinham 60 dias de idade (considerados adultos jovens) e foi possível acompanhar que essas alterações permaneceram até os animais se tornarem mais velhos, quando tinham 180 dias de idade (considerados adultos). Sendo assim, como esperado, o modelo foi bem sucedido e reforçou a ideia de que a redução da ninhada leva ao desenvolvimento da obesidade precoce (Conceição et al., 2013; Conceição et al., 2015; Habbout et al., 2013; Rodrigues et al., 2009), programando os animais para disfunções metabólicas na vida adulta (de Moura & Passos, 2005). Em humanos, a análise da composição corporal pode ocorrer a partir da técnica de densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA), assim como pelo exame de bioimpedância, que possibilitam estimar a adiposidade e gerar resultados confiáveis (Neves et al., 2013) do mesmo modo como a análise direta desse tecido que foi realizada nos animais.

Uma comorbidade comumente associada a obesidade é a esteatose hepática (aqui estimada pelo aumento da massa do tecido) que está diretamente relacionado com a disfunção dos hepatócitos, e podem contribuir para o desenvolvimento da dislipidemia (Liu et al., 2018). O fígado é um órgão que apresenta uma função essencial para o metabolismo de todo o organismo, assim como os hormônios tireoidianos, e desse modo se encontram intimamente relacionados. Aos 60d, não vimos alteração na massa do fígado ou nos lipídeos séricos. No entanto, aos 180d observamos aumento da massa do fígado e do triacilglicerol sérico, como descrito na literatura (Conceição et al., 2013). Além disso, o excesso de tecido adiposo contribui para o aumento dos lipídeos circulantes (como observado com o aumento do triacilglicerol sérico) que pode levar ao acúmulo de gordura em outros tecidos, como no fígado, órgão de grande importância para o metabolismo (Matsuoka et al., 2011). Ainda que não seja possível realizar nas análises clínicas em humanos a pesagem do fígado diretamente, assim como foi realizado com os animais, é possível ter uma comparação do tamanho e aspecto morfológico do órgão a

(31)

31 partir de exames de imagens, como ultrassom, tomografia, biópsia ou ressonância magnética, auxiliando no diagnóstico e avaliando a sua vitalidade (Matsuoka et al., 2011).

Já está bem descrito na literatura o desenvolvimento de diabetes mellitus como uma das comorbidades associadas a obesidade (Liu et al., 2018) e, desse modo, foi visto no modelo experimental da superalimentação o aumento da insulina sérica nos animais mais jovens e igualmente nos animais mais velhos. Como confirmação para o desenvolvimento da resistência à insulina, o cálculo do teste HOMA-IR mostrou-se maior nos animais aos 60 dias de idade, enquanto que nos animais aos 180 dias de idade, apesar de não ter ocorrido alteração significativa nesse cálculo, a insulina sérica se manteve alta, evidenciando uma anormalidade no controle da glicemia e reafirmando uma possível resistência a ação desse hormônio. O desenvolvimento de resistência à insulina nesse modelo já foi descrito na literatura (Conceição et al., 2013) e evidencia ainda mais a eficiência do modelo em gerar alterações metabólicas associadas a obesidade.

Na sociedade atual, o desenvolvimento da obesidade é multifatorial, podendo se desenvolver diretamente da modificação dos alimentos que compõe sua dieta para alimentos mais calóricos e industrializados, ou mesmo a partir de uma mudança no estilo de vida que culmina em maior estresse e em uma rotina corrida alinhada ao sedentarismo, ou até mesmo a fatores genéticos e epigenéticos (Kelley et al., 2016). O nosso modelo experimental de programação metabólica pela superalimentação precoce com ratos Wistar machos demonstrou ser uma boa opção para o desenvolvimento da obesidade precoce com consequências metabólicas na idade adulta. Esse modelo reflete o desenvolvimento da obesidade em humanos nos últimos anos, em que se observa aumento da ingestão alimentar em crianças culminando com as alterações associadas ao longo da vida. Além disso, esse modelo não induz obesidade com dietas hipercalóricas, que muitas vezes não reflete a realidade das dietas ingeridas diariamente em humanos. Dessa forma, o modelo de superalimentação precoce pode ser utilizado para fazer um comparativo para pesquisas com humanos obesos.

A relação entre as disfunções tireoidianas e a obesidade são controversas na literatura. Alguns estudos relatam que é frequentemente

(32)

32 encontrado em adultos e crianças obesos um aumento moderado do TSH associado a um leve aumento do T3 (Reinehr et al., 2010; Witkowska-Sędek et al., 2017), por outro lado, alguns estudos epidemiológicos avaliam a relação no número de casos de adultos obesos com maior prevalência de hipotireoidismo (baixa dos hormônios tireoidianos) (Lee et al., 2015). Esse aumento do TSH e T3 em humanos obesos é sugerido como um processo adaptativo do organismo ao ganho de peso, na tentativa de gerar um aumento no gasto energético e na taxa metabólica basal (Reinehr et al., 2008). Já uma diminuição na produção dos hormônios tireoidianos em humanos obesos, pode ser uma consequência do aumento do depósito de gordura nas células foliculares da tireoide, gerando alterações morfológicas e funcionais a mesma (Lee et al., 2015). Foi demonstrado em outro estudo que utilizou o modelo de superalimentação precoce, o desenvolvimento de hipotireoidismo pela diminuição sérica de T3 total e T4 livre, sem alteração de TSH na idade adulta

(Rodrigues et al., 2009). Em casos de pessoas obesas que perdem quantidade

significativa de peso, alguns estudos apontam uma diminuição do T3 sérico e consequente volta da homeostase da glândula (Reinehr et al., 2008), enquanto outros relatam que essa redução rápida da produção de T3 não significa uma normalização, pois o catabolismo periférico do T3 sérico se encontra reduzido, o que leva as concentrações séricas de T3 a se manterem elevadas (Reinehr, 2010). Além disso, também há estudos que analisaram que os níveis de TSH não estão correlacionados a perda de peso, mesmo após uma mudança no estilo de vida que leve ao emagrecimento (Aeberli et al., 2010).

Diante do exposto, objetivamos avaliar se o modelo experimental de obesidade precoce seria capaz de gerar alterações na função tireoidiana em duas idades diferentes, e assim determinar se o modelo pode ser usado para o estudo das disfunções tireoidianas na obesidade.

Os hormônios tireoidianos séricos não mostraram nenhumas alterações aos 60 nem aos 180 dias de idade nos animais, entretanto foi observada uma tendência a aumento nas concentrações do T4 nos animais SL aos 60 dias de idade, como também um aumento nas concentrações do T3 nos animais SL aos 180 dias de idade. Esse achado difere dos resultados descritos por Rodrigues e colaboradores (2009) no modelo de redução da ninhada, em que foi observado redução dos HT aos 180d. Além disso, aos 180d o grupo SL

(33)

33 apresentou aumento da razão T3/T4, usado para indicar a taxa de conversão de T4 (pré-hormônio) a T3 (hormônio biologicamente ativo) (Ortiga-Carvalho et al., 2016), sugerindo que os animais SL aos 180d possuem uma maior taxa de ativação periférica, coerente com a hipótese de aumentar o gasto energético.

A massa da tireoide não foi alterada entre os grupos nas duas idades, o que pode indicar que o TSH não tenha se alterado também, visto que o TSH é um regulador primário do crescimento da glândula. O TSH sérico é uma das análises bioquímicas de primeira linha no diagnóstico de hipotireoidismo primário e subclínico devido a sua relação inversa entre as concentrações de T3 e T4 livre (Brenta et al., 2013), por efeito do feedback negativo de T3 e T4 sobre o TSH, porém infelizmente não foi possível medir as concentrações séricas de TSH, T4 e T3 livre, sendo uma das limitações deste trabalho. Quando ocorre uma detecção de anormalidade na função da glândula tireoide, seu diagnóstico, além das análises bioquímicas, pode ser realizado na prática clínica através de ultrassom da glândula para análise de seu tamanho e morfologia, podendo ser relacionado a análise do peso do tecido que foi realizada nos animais.

As análises das correlações mostraram que o grupo controle aos 60d apresenta uma forte correlação positiva entre a massa da tireoide e as concentrações séricas de T4, mas não observamos esta correlação no grupo superalimentado. Este dado pode indicar que estes animais tenham algum grau de disfunção tireoidiana. É interessante notar que com o envelhecimento, os animais controles perdem esta correlação positiva e esperada do T4 sérico com a massa tireoidiana. Sendo assim, é possível que este modelo de disfunção metabólica possa de fato antecipar para os 60 dias de vida um fenótipo de envelhecimento associado à função tireoidiana.

Um outro dado interessante foi a correlação positiva da massa da tireoide com o peso corporal no grupo CT aos 180d. Com o processo de envelhecimento a adiposidade aumenta associada ao aumento dos níveis da leptina sérica, hormônio adipocitário capaz de estimular o eixo tireoidiano (Witkowska-Sędek et al., 2017). Esta correlação positiva é uma resposta adaptativa fisiológica ao ganho de peso. Entretanto, é importante ressaltar que não observamos correlação semelhante com os níveis de T4 total. Nos animais programados, entretanto, não parece ocorrer esta resposta adaptativa,

(34)

34 sugerindo que no grupo SL a massa da glândula tireoide não responda ao ganho de peso de forma correta. Apesar desses animais não apresentarem essa resposta a nível do aumento da massa da glândula, ocorre uma resposta periférica a partir do aumento da razão de T3/T4 nos animais SL aos 180d, sugerindo uma maior conversão de T3 na tentativa de aumentar o gasto energético.

6. CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram que o modelo animal através da redução da ninhada levou ao desenvolvimento da obesidade, aumentando o peso corporal, a ingestão alimentar, eficiência energética e tecido adiposo em ambas as idades, proporcionando um efeito a longo prazo e caracterizando a programação metabólica. Além disso, os animais aos 180d apresentaram uma dislipidemia, como também ambas as idades mostraram alterações na homeostase glicêmica.

Com relação a função tireoidiana, vimos que o modelo de programação metabólica pela superalimentação precoce parece levar a uma disfunção na homeostase da glândula nos animais jovens. No entanto, nos animais mais velhos, essa disfunção parece ser compensada pelo aumento da bioativação do T4 a T3 periférico. Portanto, sugerimos que esse modelo possa ser usado para o estudar o impacto da obesidade precoce na função tireoidiana, possibilitando assim futuras investigações moleculares que contribuam para a compreensão do desenvolvimento dessas doenças em humanos.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aeberli, I., Jung A, Murer SB, et al. (2010). “During rapid weight loss in obese children, reductions in TSH predict improvements in insulin sensitivity independent of changes in body weight or fat”. J Clin Endocrinol Metab, 95(12): 5412–5418.

Alaniz, M.H.F., et al. (2006). “O tecido adiposo como centro regulador do metabolismo.” Arq Bras Endocrinol Metab, 50(2):216-229.

(35)

35 Barker, D.J. (2004). “The developmental origins of adult disease.” J Am Coll Nutr, 23:588S-595S.

Berne, Robert M., Levy, Matthew N., Koeppen, Bruce M. e Staton. Bruce A. (2004). “Fisiologia”. Elsevier.

Brenta, G. et al. (2013). “Diretrizes clínicas práticas para o manejo do hipotireoidismo.” Arq Bras Endocrinol Metab, 57(4): 265-299.

Conceição, E.P., Franco JG, Oliveira E et al. (2013). “Do fatty acids affect fetal programming?” J NutrBiochem, 24(1):81-87.

Conceição, E.P., Franco JG, Oliveira E et al. (2013). “Oxidative stress programming in a rat model of postnatal early overnutrition - role of insulin resistance.” J NutrBiochem, 24:81-7.

Conceição, E.P., Moura EG, Carvalho JC, Oliveira E, Lisboa PC (2015). “Early redox imbalance is associated with liver dysfunction at weaning in overfed rats: Litter size reduction affects lipogenesis and oxidative balance.” J Physiol, 593:4799-811.

Conde, W.L., Borges C (2011). “The risk of incidence and persistence of obesity among Brazilian adults according to their nutritional status at the end of adolescence.” RevBrasEpidemiol, 14(1):71-79.

de Moura, E.G. and M.C. Passos (2005). “Neonatal programming of body weight regulation and energetic metabolismo.” Biosci Rep, 25(3-4):251-269. Franco, J.G., et al. (2012). “Maternal high-fat diet induces obesity and adrenal and thyroid dysfunction in male rat offspring at weaning.” J Physiol, 590: 5503-5518.

Godfrey, K.M., et al. (2010). "Developmental origins of metabolic disease: life course and intergenerational perspectives." Trends Endocrinol Metab, 21(4): 199-205.

Habbout, A., Li N, Rochette L, Vergely C (2013). “Postnatal Overfeeding in Rodents by Litter Size Reduction Induces Major Short- and Long-Term Pathophysiological Consequences.” J Nutr, 143:553-62.

(36)

36 Hattori, N., et al. (2015). "Macro TSH in patients with subclinical hypothyroidism." Clin Endocrinol (Oxf), 83(6): 923-930.

Herbenick, S. K., et al. (2018). "Effects of family nutrition and physical activity screening for obesity risk in school-age children." J Spec Pediatr Nurs, 23(4): 122-129.

Hochberg, Z., et al. (2011). “Child health, developmental plasticity, and epigenetic programming.” Endocr Rev, 32(2): 159-224.

Ishikawa, M., et al. (2013). "Plasma and Serum from Nonfasting Men and Women Differ in Their Lipidomic Profiles." Biol. Pharm. Bull., 36(4): 682–685. Karschin, J., et al. (2015). "Endocrine determinants of changes in insulin sensitivity and insulin secretion during a weight cycle in healthy men." PLoS One, 10(2): 17.

Kelley, C.P., et al. (2016). “Behavioral Modification for the Management of Obesity.” Prim Care, 43(1):159-175.

Kohrle J. (2000). “The deiodinase family: selenoenzymes regulating thyroid hormone availability and action”. Cellular and Molecular Life Sciences, 57 (13-14): 1853-63.

Laurberg, P., et al. (2012). "Thyroid function and obesity." Eur Thyroid J, 1(3): 159-167.

Lee, M.H., et al. (2015). “Thyroid dysfunction associated with follicular cell steatosis in obese male mice and humans.” Endocrinology, 156(3): 1181-1193. Little, A.G. (2016). “A review of the peripheral levels of regulation by thyroid

hormone.” Journal of Comparative Physiology B, 186 (6): 677-88.

Liu, C., et al. (2018). "IRX3 is a genetic modifier for birth weight, adolescent obesity and transaminase metabolism." Pediatr Obes, 13(3): 141-148.

Liu, H., et al. (2018). "Role of gut microbiota, bile acids and their cross-talk in the effects of bariatric surgery on obesity and type 2 diabetes." J Diabetes Investig, 9(1): 13-20.

Longhi, S. and G. Radetti (2013). "Thyroid Function and Obesity." J Clin Res Pediatr Endocrinol, 5(1): 40-44.

(37)

37 Lopes , B.P., et al. (2015). “Cinnamon extract improves the body composition and attenuates lipogenic processes in the liver and adipose tissue of rats.” Food & Function, 6(10): 3257-3265.

Maia, A.L., et al. (2013). “Consenso brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia”. Arq Bras Endocrinol Metab, 57(3): 205-232.

Matsuoka, M.W., et al. (2011). “Contribuição da ultrassonografia para o diagnóstico das alterações histopatológicas presentes na hepatite C crônica, com ênfase na esteatose hepática – Parte I*.” Radiol Bras, 44(3): 141-143. Moura, G. E. and Moura , C. P. C. (2004). "Regulação da Síntese e Secreção de Tireotrofina." Arq Bras Endocrinol Metab, 48(1): 40-52.

Neves, E.B., et al. (2013). “Comparação do percentual de gordura obtido por bioimpedância, ultrassom e dobras cultâneas em adultos jovens.” Ver Bras Med Esporte, 19(5): 323-327.

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Organização Panamericana de Saúde (OPAS) (2017). “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional.” Disponível em: <http://www.fao.org/3/a-i6977o.pdf> Acesso em: 23 de Julho de 2019.

Ortiga-Carvalho, T.M., et al. (2016). “Hypotalamus-Pituitary-Thyroid Axis.” Compr Physiol, 6(3): 1387-1428.

Reinehr, T. (2010). “Obesity and thyroid function”. Mol Cell Endocrinol, 316(2): 165-171.

Reinehr, T., Isa A, de Sousa G, et al. (2008). “Thyroid hormones and their relation to weight status.” Horm Res, 70(1): 51–57.

Rodrigues, A.L., De Moura EG, Fonseca Passos MC, Potente Dutra SC, Lisboa PC (2009). “Postnatal early overnutrition changes the leptin signalling pathway in the hypothalamic-pituitary-thyroid axis of young and adult rats: Neonatal overnutrition and leptin signalling pathway.” J Physiol, 587: 2647-61.

Rotondi, M., et al. (2011). "Thyroid and obesity: not a one-way interaction." J Clin Endocrinol Metab, 96(2): 344-346.

(38)

38 Ruminska, M., et al. (2016). "Thyroid Function in Obese Children and Adolescents and Its Association with Anthropometric and Metabolic Parameters." Adv Exp Med Biol, 912: 33-41.

Sanyal, D. and Raychaudhuri M. (2016). “Hypothyroidism and obesity: An intriguing link.” Indian J Endocrinol Metab, 20(4): 554-557.

Smith KB, Smith MS (2016). “Obesity Statistics.” Prim Care, 43(1): 121-135. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). “Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) sobre utilização dos testes de Função Tireoidiana na

Prática Clínica.” Disponível em:

<https://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/posicionamento_tireoide_at ualizado.pdf> Acesso em: 23 de Julho de 2019.

Stefanidis, A. and S.J. Spencer (2012). “Effects of neonatal overfeeding on juvenile and adult feeding and energy expenditure in the rat.” PLoSOne, 7(12): 521-530.

Vieira, A. M., et al. (2016). "Associação entre medidas antropométricas e de composição corporal com os componentes da síndrome metabólica e índice de qualidade da dieta em adultos com excesso de peso." DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 11(2): 399-413.

Witkowska-Sedek, E., et al. (2017). "Thyroid dysfunction in obese and overweight children." Endokrynol Pol, 68(1): 54-60.

World Health Organization. Redefining obesity and its treatment. 2000.

Disponível em: <

http://www.wpro.who.int/nutrition/documents/docs/Redefiningobesity.pdf?ua=1> Acesso em: 16 de Junho de 2019.

Referências

Documentos relacionados

A prática de atividade física regular também melhora a capacidade funcional, força muscular, equilíbrio, propriocepção, coordenação, deambulação, facilita as

O objetivo deste trabalho foi realizar o inventário florestal em floresta em restauração no município de São Sebastião da Vargem Alegre, para posterior

A OMS considera a violência conjugal contra a mulher um grave problema de saúde pública, pelas consequências prejudiciais na saúde das vítimas, na família e ao

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos

E pensar finalmente como Clarice Lispector pôde abrir sua obra a essa aproximação ruinosa em relação ao outro encontrado em forma de agressão ao

2.1. Disposições em matéria de acompanhamento e prestação de informações Especificar a periodicidade e as condições. A presente decisão será aplicada pela Comissão e

A two-way (eccentric versus concentric training) repeated measures (pre-training versus post-training) ANOVA, with a 5% significance level, was used to compare:

Outro aspecto relevante em relação à água subterrânea, com ênfase nos aqüíferos, é o de que só é possível explorar ou explotar (exploração racional) o