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PO 06: Uma historiografia da Escola Normal Paraense na ótica da disciplina Matemática

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Academic year: 2021

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PO 06: Uma historiografia da Escola Normal Paraense na ótica da disciplina Matemática

Cibele Borges de Sousa UFPA cibele39sousa@yahoo.com.br

Maria Lúcia Pessoa Chaves Rocha

IFPA lucia.rocha@ifpa.edu.br

RESUMO

Este artigo é parte da pesquisa que vem se desenhando no campo da Educação Matemática a respeito de uma historiografia da Escola Normal em Belém do Pará e sobre a ótica da disciplina Matemática em meados do século XX. Iniciamos o estudo a partir da década de 1950; para o término do período investigado a década de 1970, visto que em 1971 há a promulgação da Lei 5.692/71 que extingue as escolas normais brasileiras. Esta temática foi problematizada a partir dos vestígios do passado. Tais como: as documentações existentes no arquivo da escola. Dessa forma questionamos: Qual e como a matemática daquela época era mobilizada? Então, fomos à busca de elementos que possibilitassem nossa escrita, inicialmente, utilizando as fontes documentais existentes na instituição: os decretos-lei, as fichas individuais, relação nominal dos alunos, listas nominais de professores. O percurso da pesquisa é permeado por outras indagações como: Quais eram as disciplinas, na escola normal, que faziam parte do currículo? Quais eram os conteúdos? Como eram mobilizados estes conteúdos? Objetivando construir uma historiografia da Educação Matemática da escola normal de Belém em meados do século XX e, assim, escrever e revelar nuance da formação das normalistas entre as décadas de 1950 a 1670 e assim contribuir com a historiografia da educação matemática brasileira. Em momento posterior será realizada a audição de pessoas que fizeram parte da cultura escolar da escola normal em Belém nas décadas aqui mencionadas, além de entrecruzamentos com os referenciais teóricos como: Certeau (2011); Chartier (2002); Chervel (1990); Thompson (1992) e autores brasileiros como Valente. A historiografia da Escola Normal vem se constituindo à luz de referenciais ora apontados e por outros que serão apresentados ao logo da pesquisa.

Palavras-chave: Historiografia. Escola Norma. Matemática.

Introdução

As seleções feitas inicialmente de pesquisas correlatas ao tema deste estudo revelaram a existência de textos que versam sobre as Escolas Normais a respeito de diversas óticas,

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2 dentre elas podemos ressaltar aquelas que o enfoque recai sobre os currículos e sobre a disciplina Matemática. Esta disciplina integrada ao currículo com sua gama de conteúdos distribuídos em três séries do ensino secundário. No Pará o Instituto Paraense de Educação, até 1942, foi um instituto formador de normalistas e apresentava elementos ímpares da cultura escola, pois era um instituto que tinha seu currículo e conteúdos das disciplinas com ênfase na formação de professors pré-primário e primário, como eram denominados à época. A disciplina Matemática pertencia a todos os anos do ensino secundário normal até 1960. Destacamos o interesse na escrita daquela cultura escolar a partir dos vestígios do passado.

De inicio assumimos a História Cultural para a Dimensão; como Abordagem será realizada a observação a partir da História Local e Regional; com relação ao tratamento das fontes será utilizada a História Documental e a Memórias; com base no Domínio, será feita a relação dos objetos a partir da História da Instituição e com relação aos agentes históricos o diálogo se dará a partir da História da Disciplina.

Como questões norteadoras apresentaram-se: 1. Quais eram as disciplinas, na Escola Normal, que faziam parte do currículo? 2. Quais eram os conteúdos? 3. Como eram mobilizados estes conteúdos? Tais questões vem nos conduzindo para a compreensão do cenário na escola normal àquela época.

Para responder a estas buscamos estabelecer como objetivo principal: escrever uma historiografia da Escola Normal em Belém do Pará em meados do século XX. E como objetivos específicos: Estabelecer um panorama a partir da literatura referente à temática; Localizar documentos no arquivo da Escola Normal e na Coordenação de Documentação Escolar (CODOE); Selecionar dentre os documentos localizados aqueles que poderão ser utilizados como fontes históricas; Contrastar os fatos históricos com a literatura

estabelecida; Escrever uma historiografia da Escola Normal a partir das fontes encontradas e/ou produzidas sob o enfoque da matemática que era mobilizada à época, além de ter a possibilidade de ouvir um ou dois professores(as) que trabalharam no instituto naquele momento.

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3 Os Referênciais Adotados

Os referenciais foram elencados a partir das questões norteadoras e dos objetivos mencionados anteriormente. Constituímos um referencial que embasa nossa escrita. A pesquisa vem sendo construída no âmbito da História da Educação e traz como conceitos fundamentais: 1. História segundo Certeau; 2. Educação Matemática, educação matemática e da História da Educação Matemática, segundo Wagner Valente; e 3. Historia Cultural de Roger Chartier.

Na perspectiva da construção historiográfica o livro: A escrita da história, Certeau vem

contribuindo, no sentido de nos esclarecer, a cerca do fazer historiográfico. Segundo o mesmo:

Toda pesquisa historiográfica se articula com um lugar de produção

socioeconômico, político e cultural. Implica um meio de elaboração circunscrito por determinações próprias: uma profissão liberal, um posto de observação ou de ensino, uma categoria de letrados etc. Ela está, pois, submetida a

imposições, ligada a privilégios, enraizada em uma particularidade. É em função desse lugar que se instauram os métodos, que se delineia uma topografia de interesses, que os documentos e as questões, que lhes serão propostas, se organizam. (2011, p.47)

O autor menciona caminhos e nos provoca reflexões a respeito do fazer história, do lugar de produção, dos métodos a serem utilizados e sobre as condições que são e/ou serão impostas no percurso da investigação.

A seguir, apresentamos o conceito de História Cultural a partir de Chartier:

A história cultural, tal como a entendemos, tem por principal objeto identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é constituída, pensada, dada a ler. Uma tarefa desse tipo supõe vários caminhos. O primeiro diz respeito às classificações, divisões e delimitações que organizam a apreensão do mundo social como categorias fundamentais de percepção e de apreciação do real. Variáveis consoante as classes sociais ou os meios intelectuais, são produzidas pelas disposições estáveis e partilhadas, próprias do grupo. São esses esquemas intelectuais incorporados que criam as figuras graças às quais o presente pode adquirir sentido, o outro torna-se inteligível e o espaço ser decifrado. (2002, p.16-17)

O sentido de assumir um referencial conceitual para a historiografia, ora sendo construída, conduziu nosso olhar, a partir de considerações organizadas por Chartier, acerca das "categorias fundamentais de percepção e apreciação do real”. As categorias criadas pelo autor no sentido de evidenciar sua metodologia se aportam em três noções: representação,

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4 prática e apropriação.

Os referenciais ora apontados vem embasando nosso fazer e de certa forma, (re) conduzir nosso olhar para uma escrita mais atenciosa de uma historiografia da Escola Normal de Belém do Pará.

Um Panorâma do Percurso Metodológico

Vem se constituindo a partir das localizações e seleções dos documentos nos seguintes lócus: Escola Normal e Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC-PA). Esta pesquisa documental é realizada no arquivo do Instituto de Educação do Pará – antiga Escola Normal –, hoje denominado de Instituto de Educação do Estado do Pará (IEEP); o arquivo da Coordenação de Documentação Escolar (CODOE), situado no prédio em anexo a SEDUC-PA, na cidade de Belém.E, sempre, com a expectativa de encontrar novas fontes documentais primárias e enriquecer com maiores detalhes o estudo. A respeito dos depoimentos orais, com ex-aluno e ex-funcionários do instituto.

Resultados Preliminares

Em visitas feitas aos arquivos da Escola Normal e CODOE foram encontradas fontes primárias como: certificados, lista de professores e pastas de alunos. Tais documentosforam selecionados e estão em boas condições de manuseio. Atualmente estamos em busca dos manuais que foram utilizados pelas normalistas. Localizamos puma lista nominal de ex-professores de matemática da época e estamos investigando como contact-los e dessa forma trazer suas possíveis contribuições de suas memórias e assim enriquecer nossa escrita. Assim que fizermos as audições, de um ou dois professores devemos passar a transcrevê-las e as mesmas comporão o corpo de nosso texto.

Considerações Finais

Um trabalho desta natureza, em Belém do Pará, vem para agregar valor a História da Educação Matemática Brasileira, pois a Escola Normal formou àquela época normalistas que se dedicaram na formação das próximas gerações. Puma historiografia da Escola

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5 Normal, instituição esta que por mais de cem anos, sob a ótica da disciplina Matemática em meados do século XX ainda está por ser revelada. A Escola Normal paraense foi uma instituição, como outras no Brasil, que preparou professores primários em prol da educação. Hoje as fontes encontradas, por exemplo, na instituição, vem nos revelando um pouco desta história, e em específico, da disciplina Matemática.

Contrastando os fatos históricos com os referenciais adotados buscamos por construindo uma historiografia da Escola Normal em meados do século XX e assim, revelar um pouco da História da Matemática Brasileira.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº. 4.024, de 9 de abril de 1942 Dispõe sobre o ensino secundário. CERTEAU, Michel de. A Escrita da História; tradução de Maria de Lourdes Menezes; revisão técnica Arno Vogel. – 3.ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2011.

CHARTIER, Roger. A história cultural entre práticas e representações. Col. Memória e Sociedade. Trad. Márcia Manuela Galhardo. Ed. 2. DIFEL, 2002.

CHERVEL, R. A história das disciplinas escolares: Reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação. Porto Alegre. N.2, 1990.

GOMES, M. L.M. História do ensino da matemática: Uma introdução. Belo Horizonte. Ed. CAED-UFMG 2012.

SILVA, Maria Célia Leme da; VALENTE, W. R. Na oficina do historiador da educação matemática: Cadernos de alunos como fontes de pesquisa/ Maria Célia Leme da Silva; Wagner Rodrigues Valente; Organizado por Iran Abreu Mendes e Miguel Chaquiam – Belém: SBHMt, 2009. (Coleção História da Matemática para Professores, 19).

THOMPSON, Paul, 1935- A voz do passado: história oral/ Paul Thompson; tradução Lólio Lourenço de Oliveira. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Referências

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