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CERTIFICAÇÃO FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE AGREGAR VALOR AO PRODUTO ATRAVÉS DE UMA AÇÃO ESTRATÉGICA E SUSTENTÁVEL NA INDUSTRIA GRÁFICA

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA EDUARDO ESPINDOLA

CERTIFICAÇÃO FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE AGREGAR VALOR AO PRODUTO ATRAVÉS DE UMA AÇÃO ESTRATÉGICA

E SUSTENTÁVEL NA INDUSTRIA GRÁFICA

Palhoça 2019

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EDUARDO ESPINDOLA

CERTIFICAÇÃO FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE AGREGAR VALOR AO PRODUTO ATRAVÉS DE UMA AÇÃO ESTRATÉGICA

E SUSTENTÁVEL NA INDUSTRIA GRÁFICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado em Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Juliano Mazute, MSc. Eng.

Palhoça 2019

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Dedico esta conquista аоs meus pais e irmãos e que contribuíram e me apoiaram por esta caminha, meu muito obrigado a todos vocês!

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AGRADECIMENTOS

Sou imensamente grato aos meus pais, Cláudio e Maria de Lourdes, por sempre me apoiarem em todas as minhas decisões, por todo o incentivo para jamais desistir dos meus sonhos, por me permitirem e proporcionarem essa experiência de estar na Universidade e por terem me educado, ensinado valores e moldado meu caráter. Não há palavras que expressem a minha admiração por vocês.

Aos meus irmãos e amigos, por estarem sempre ao meu lado, por respeitarem meu espaço destinado aos estudos, por acreditarem em mim, e a sempre me motivarem a buscar o meu melhor.

Agradeço ao meu orientador Juliano Mazute por todo o apoio para elaboração do meu projeto final, e a todos os professores do Curso de Engenharia de Produção por me proporcionarem conhecimento no processo de formação profissional.

Agradeço à Universidade do Sul de Santa Catarina e ao curso de Engenharia de Produção, pelo ambiente de aprendizado e aos professores incríveis.

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"Se há algum segredo do sucesso, consiste na habilidade de aprender o ponto de vista do outro e ver as coisas tão bem pelo ângulo dele como pelo seu." (Henry Ford, 1916).

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RESUMO

O presente trabalho apresenta um modelo conceitual para práticas sustentáveis e economicamente viáveis na indústria gráfica, com a finalidade de criar estratégias ao negócio e simultaneamente manter-se competitiva no mercado. Para tanto é apresentado um modelo de agregar valor ao produto, com foco no cliente, produto e negócio. Com base nessa sistematização, é apresentado o modelo Canvas Proposta de Valor para identificar as dores e ganhos de um cliente para determinado produto, a obtenção da Certificação Florestal para agregar valor ao produto, e os princípios da Produção Mais Limpa no processo de produção. Além disso, serão apresentados quais os procedimentos para se tornar uma gráfica certificada pelo bom manejo florestal ao fazer parte da Cadeia de Custódia FSC, e alguns métodos para reduzir os impactos ambientais no processo de produção a partir do conceito de Produção Mais Limpa.

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ABSTRACT

This paper presents a conceptual model for sustainable and economically viable practices in the printing industry, with the purpose of creating business strategies while remaining competitive in the market. Therefore, a model of adding value to the product is presented, focusing on the customer, product and business. Based on this systematization, the Value Proposition Canvas model is presented to identify a customer's pains and gains for a given product, obtaining Forest Certification to add value to the product, and the principles of Cleaner Production in the production process. In addition, it will present the procedures for becoming a certified forest management certified company as part of the FSC Chain of Custody, and some methods for reducing the environmental impacts on the production process from the Cleaner Production concept.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2-1 - Os 17 ODS da Agenda 2030 ... 21

Figura 2-2 - Influência das preocupações ambientais ... 22

Figura 2-3 - Conjunto integrado de ferramentas ... 24

Figura 2-4 - Proposta de Valor ... 24

Figura 3-1 - Classificação da pesquisa ... 31

Figura 3-2 - Abrangência da indústria gráfica brasileira ... 33

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3-1 – Perfil das empresas da indústria Gráfica Brasileira ... 33

Gráfico 3-2 - Participação dos segmentos na indústria gráfica ... 34

Gráfico 3-3 - Certificados CoC – FSC emitido em todo o mundo ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3-1 - Presenças da indústria gráfica no Brasil ... 32

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LISTA DE QUADROS

Quadro 3-1 - Grupos de produtos gráficos FSC ... 36

Quadro 4-1 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de fôrmas ... 40

Quadro 4-2 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de substrato ... 41

Quadro 4-3 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de químicos ... 42

Quadro 4-4 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de água ... 43

Quadro 4-5 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de energia ... 44

Quadro 4-6 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Resíduos sólidos ... 45

Quadro 4-7 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Resíduos líquidos ... 46

Quadro 4-8 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Emissões atmosféricas ... 47

Quadro 4-9 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Geração de ruído e vibração... 47

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LISTAGEM DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIGRAF – Associação Brasileira da Indústria Gráfica CoC – Chain of Custody

CONLATINGRAF – Confederação Latino-Americana da Industria Gráfica COVs – Compostos Orgânicos Voláteis

CTP – Computer to plate CW – Madeira Controlada

EPI – Equipamento de Proteção Individual ETE – Estação de Tratamento de Esgoto FM – Manejo Florestal

FSC – Forest Stewardship Council GLP – Gás Liquefeito de Petróleo HFS – Hybrid Fiber Coax

IC – International Center

M&E – Monitoring & Evaluation

ONGs – Organizações não Governamentais ONU - Organização das Nações Unidas P&Cs – Princípios e Critérios

P+L – Produção Mais Limpa

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 15 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 16 1.2 OBJETIVOS ... 16 1.2.1 Objetivo geral ... 16 1.2.2 Objetivos específicos ... 16 1.3 JUSTIFICATIVA ... 17 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 18 1.5 DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO ... 18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19 2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ... 19 2.1.1 Rio 92 ... 20 2.1.2 Rio+20 ... 20 2.1.3 Agenda 2030 ... 21

2.2 GESTÃO ESTRATÉGICA E MEIO AMBIENTE ... 21

2.2.1 Certificação e selos ambiental ... 23

2.3 PROPOSTA DE VALOR ... 23 2.3.1 Perfil do Cliente ... 25 2.3.1.1 Tarefas do Cliente... 25 2.3.1.1.1 Tarefas a realizar ... 25 2.3.1.1.2 Tarefas de apoio ... 25 2.3.1.2 Dores do Cliente ... 26 2.3.1.3 Ganhos do Cliente ... 26 2.3.2 Mapa de Valor ... 26 2.3.2.1 Produtos e Serviços ... 27 2.3.2.2 Analgésicos... 27 2.3.2.3 Criadores de ganhos ... 27 2.3.3 Encaixe ... 27 2.4 CERTIFICAÇÃO FLORESTAL ... 28 2.4.1 Manejo Florestal ... 28 2.4.2 Madeira Controlada ... 28 2.4.3 Cadeia de Custódia ... 29

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3 METODOLOGIA ... 31

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 31

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA ... 32

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA CERTIFICADORA ... 34

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO: MAPEAMENTO ... 37

4.1 MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ... 37

4.1.1 Pré-impressão ... 37

4.1.2 Impressão ... 37

4.1.3 Acabamento ... 38

4.2 PROCESSO APLICADO PARA REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ... 38

5 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO: PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO FSC ... 48

5.1 PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO ... 48 5.2 ETAPAS DA CERTIFICAÇÃO ... 48 5.3 REQUISITOS DA CERTIFICAÇÃO ... 49 6 CONCLUSÃO ... 50 6.1 RESULTADOS OBTIDOS ... 50 6.2 RECOMENDAÇÕES FUTURAS ... 50 REFERÊNCIAS ... 51

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1 INTRODUÇÃO

Entre as diferentes variáveis que afetam o ambiente de negócios, a preocupação ecológica da sociedade tem ganhado destaque significativo (DONAIRE, 1995). Para Bennett (1992, p. 24) “[...] o meio ambiente atualmente é e permanecerá sendo uma questão pública importante.” O relatório Brundtland1 publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED) da Organização das Nações Unidas (ONU), define desenvolvimento sustentável: “satisfazer as necessidades presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.” A partir dessa iniciativa surgiram inquietas conferencias para promover o comprometimento das nações com o desenvolvimento sustentável, em 2015 foi dada a origem a “Agenda 2030”, um plano de ação criado para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030.

Em resposta às preocupações sobre o desmatamento global e o destino das florestas mundiais, em 1993 foi dada origem ao Forest Stewardship Council2 (FSC). O conceito da

certificação surgiu como uma forma de controle das práticas produtivas, por meio da valorização no mercado dos produtos originados do manejo florestal responsável (ALVES et al., 2009). Desde então, o FSC se tornou o sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional e o único que incorpora de forma igualitária os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos.

A busca afinada por soluções para problemas ambientais se deu também as indústrias, através de exigências governamentais e da sociedade. Com intuito de solucionar os problemas ambientais nas industrias, fez com que gestores adotassem ferramentas com foco na sustentabilidade (DONAIRE, 1995). Atender as normas e requisitos ambientais, assim como a minimização de poluentes, resíduos, e custo, podem ser adotados através dos princípios da Produção Mais Limpa (P+L), que consiste em conceitos sobre sustentabilidade no sistema produtivo (BOYLE, 1999 apud OLIVEIRA NETO et al., 2015).

Para Elkington (2012 apud Alvarenga et al., 2013) é fundamental que empresas adotem estratégias que lhe rendam benefícios e, simultaneamente, a seus clientes e ao meio ambiente. Donaire (1995) propõe às empresas a possibilidade de criarem estratégias para ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente, desde que estas empresas possuam certa dose de criatividade e

1 Brundtland – Relatório intitulado como Nosso Futuro Comum.

2 Forest Stewardship Council - Conselho de Manejo Florestal é uma organização não governamental que atua de

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condições internas que possam transformar as restrições e ameaças em oportunidades de negócios.

Com base neste contexto, este trabalho visa proporcionar a união de três conceitos com intuito de elaborar estratégias para a indústria gráfica, sendo eles: a criação de uma proposta de valor através da metodologia Canvas; apresentar os princípios e ferramentas da produção mais limpa ao processo produtivo, assim como promover artifícios para revolucionar seus produtos e serviços por meio da certificação do bom manejo florestal.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Conforme Bennett (1992), Donaire (1995), Alves et. al. (2009), Curi (2012), Cassol, Cintra e Luz (2017) com o passar dos anos a sociedade, governo e Organizações não Governamentais (ONGs) provêm de uma alteração do seu comportamento em questão da globalização, tornando-o cada vez mais exigente aos impactos negativos causados no ambiente e na sociedade. A partir disso, identificou-se que empresas e indústrias não devem apenas se adequarem a estas exigências, más sim, fazer destas, um plano estratégico.

Com isto, buscou-se analisar as exigências predominantes no mercado, e apresentar estratégicas competitivas ao setor da indústria gráfica. Assim sendo, este trabalho tem como problema de pesquisa, a seguinte pergunta: Como criar estratégicas competitivas na indústria gráfica e agregar valor ao produto?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho consiste em apresentar um sistema que proporcione uma indústria gráfica utilizar estratégias com o propósito de alavancar melhores níveis de competitividade com base na sustentabilidade.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos estipulados deste trabalho, são:

a) identificar um modelo para a proposta de valor dos produtos e serviços na indústria gráfica;

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c) evidenciar os princípios P+L na indústria gráfica; e

d) compreender os passos para obtenção da certificação FSC.

1.3 JUSTIFICATIVA

Uma das aptidões do Engenheiro de Produção é estruturar um modelo estratégico de gestão, esta abordagem requer posturas diferenciadas, que criem novas posições no mercado e na sociedade, através de ações inovadoras (PAHL et al., 2005).

O presente trabalho de conclusão de curso, tem como foco a construção de um modelo estratégico para o setor da indústria gráfica, baseando-se em conceitos consistentes e atuais, com intuído de provocar diferenciais competitivos.

Atualmente a competitividade entre empresas está maior a cada dia, isto porque os clientes3 e consumidores4 não querem apenas produtos e serviços que atendam às necessidades, mas que ao mesmo tempo tragam benefícios ao adquirirem. Desta forma, muitas organizações vêm a investir em certificações que conduzem a credibilidade junto ao cliente. No setor da indústria gráfica não é diferente, principalmente por estar diretamente relacionada ao meio ambiente.

É necessário que empresas assumam medidas estratégicas para se manterem competitivas no mercado (BARBIERI, 2004). Determinar quais as exigências dos consumidores, na maioria das ocasiões, é uma questão de sobrevivência. Aconselha-se que empresas criem ações estratégicas que influenciem possíveis consumidores, ou seja, ao invés de descobrir as necessidades, cria-las. Neste quesito, salienta-se a importância de manter os clientes e consumidores no centro do projeto da empresa e compreender a proposta de valor, buscando desenvolver-se constantemente, de modo a manter o produto e/ou serviço relevante no mercado.

Neste aspecto dá se destaque a obtenção da certificação FSC que agrega valor ao produto proporcionando credibilidade aos consumidores e a empresa, visto que está relacionada aos temas socioambientais. Logo, este trabalho poderá servir de parâmetro às empresas do setor da indústria gráfica, para que entendam a importância e os benefícios aqui propostos. Além disso, pode se tornar base para pesquisas e trabalhos futuros.

3 Clientes: são aqueles que poderão, ou não, utilizar o produto de uma determinada empresa, podendo ser, que por alguma razão, nunca venha a ser um consumidor (Paladini, 2011).

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1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O atual trabalho está estruturado em 6 (seis) capítulos. No primeiro capítulo é apresentado a introdução, problema de pesquisa, objetivos e justificativa do trabalho, caracterizando o assunto a ser tratado e a importância deste estudo com as empresas, organizações, sociedade e aprendizado próprio.

No segundo capítulo será realizada a revisão bibliográfica, referente às metodologias adotadas. Metodologias estas que serão brevemente explicadas.

No terceiro capítulo é visto a classificação da metodologia utilizada neste trabalho, que especifica a classificação da pesquisa e caracterização da indústria e do órgão certificador.

No quarto capítulo inicia-se o desenvolvimento do estudo, apresentando o mapeamento do processo de produção na indústria gráfica e o mapeamento do processo para redução de impactos ambientais no processo produtivo.

No quinto capítulo é apresentado a sistematização do regulamento para obtenção do Certificado de Cadeia de Custódia (CoC) FSC, sendo este, utilizado para posicionar os produtos e a indústria no mercado competitivo.

No sexto capítulo são apresentados as conclusões e resultado final do trabalho, avaliando a contribuição, para a academia e profissional.

1.5 DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO

Este trabalho visa apresentar ferramentas e procedimentos com finalidade de definir os segmentos dos consumidores de produtos de origem gráfica, com a finalidade de despertarem estratégias competitivas ao setor da indústria. Para isso, será apresentado metodologia de análise de perfil do cliente propostas por Osterwalder et al. (2014).

Em seguida, será apresentado o conceito de produto gráfico sustentável, com intuito de agregar valor ao produto, e a metodologia para se chegar a este conceito.

O trabalho delimita-se até a etapa de aquisição do conhecimento de práticas sustentáveis, e ao processo de obtenção da certificação FSC na indústria gráfica, não a sua implementação e acompanhamento do processo proposto.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No presente capítulo será abordada a revisão bibliográfica referente à metodologia e ferramentas utilizadas para elaboração do trabalho.

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O movimento ambientalista foi ganhando um novo espaço a partir da Segunda Guerra Mundial devido as degradações ao meio ambiente, consequentemente a UNESCO entendeu que as preocupações ambientais mereciam sua atenção, e em 1968 convocou uma reunião de especialistas sobre biosfera, onde cientistas acordaram que o homem e a natureza dependem um do outro (CURI, 2012).

Alvarenga et al. (2013) aponta autores, como: Wolfe (1973), Pinto (1976), Sunkel (1980) e Gudynas (1989) que apresentavam a seguinte visão em relação à conservação do meio ambiente:

1. é necessário renunciar à fé cega de crescimento econômico exponencial ilimitado; 2. se houver exportação dos recursos naturais nativos, não existirá um desenvolvimento sustentado; 3. deve-se conter o ritmo frenético da degradação ambiental; e 4. o objetivo principal de qualquer desenvolvimento é baseado na qualidade de vida. Assim, tais estilos alternativos de desenvolvimento que ressaltavam o valor da conservação ambiental receberam outras denominações, como ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento alternativo.

A expressão Desenvolvimento Sustentável obteve destaque no relatório denominado Nosso Futuro Comum elaborado em 1987 pela ONU, onde define que o desenvolvimento sustentável está fundamentado ao equilíbrio entre os recursos ambientais e as necessidades da sociedade atual, de forma a não comprometer com as futuras gerações (BARBIERI, 2004). O termo Desenvolvimento programou-se sobre a importância do pleno emprego atrelado ao valor do Estado de Bem-Estar e a obrigação do Estado na intervenção econômica com o intuito de enfraquecer as indiferenças no mercado (ALVARENGA et al., 2013).

A partir das preocupações mencionadas no relatório Nosso Futuro Comum, em 1995 John Elkington propôs um modelo para avaliação de comportamentos sustentáveis nas organizações, o triple bottom line5 (ALVARENGA et al., 2013). Expressão criada para difundir

a ideia de concepção de valor multidimensional baseada em três componentes do desenvolvimento sustentável: pessoas, planeta & lucros.

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Segundo Barbieri (2004) o relatório Nosso Futuro Comum também teve grande influência na Constituição Federal de 1988 onde incorporou o conceito desenvolvimento sustentável no Capítulo VI6 consagrado ao meio ambiente.

De acordo com a constituição (BRASIL, 1988):

art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações [...].

Outro avanço foi no art. 170, onde estabelece a defesa do meio ambiente como um dos princípios a serem observados para as atividades econômicas em geral (BARBIERI, 2004).

2.1.1 Rio 92

O conceito Desenvolvimento Sustentável já havia sido proposto em 1987, porém a primeira carta de incentivo para promover um novo padrão de desenvolvimento sustentável baseando-se na saúde do planeta e o crescimento econômico foi criada em 1992 na cidade de Rio de Janeiro pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CURI, 2012).

A Rio-92, como ficou conhecida, reuniu mais de 100 chefes de estados, onde sancionaram a Agenda 21: primeira carta de incentivo ao desenvolvimento sustentável para o século XXI (ONU, [2019]).

2.1.2 Rio+20

Vinte anos após a Rio 92, delegações de 193 países e representantes da sociedade civil, voltaram à cidade do Rio de Janeiro para renovar o compromisso global com o desenvolvimento sustentável. Nomeada de Rio+20, o objetivo era avaliar o progresso obtido até aquele momento e promover novos desafios voltado à economia verde e ao fim da pobreza. Por fim, foram estabelecidas um conjunto de metas e objetivos afim de promover o desenvolvimento sustentável para além de 2015 (ONU, [2019).

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2.1.3 Agenda 2030

Três anos após a Rio+20 foi dado origem a Agenda 2030: um plano de ação global para um 2030 sustentável adotado pela Assembleia Geral da ONU em 2015. Consiste em um quadro de resultados, onde reúne 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 169 metas, que tem o propósito de ser alcançadas até o ano de 2030 (ONU, [2019]). Os 17 objetivos, conforme apresentado na Figura 2.1 aborda de forma equilibrada as três dimensões do Desenvolvimento Ambiental, sendo o setor econômico, social e ambiental.

Figura 2-1 - Os 17 ODS da Agenda 2030

Fonte: ONU (2019).

2.2 GESTÃO ESTRATÉGICA E MEIO AMBIENTE

Para Barbieri (2004, p. 99) “[...] as preocupações ambientais dos empresários são influenciadas por três grandes conjuntos de forças que se interagem reciprocamente: o governo, a sociedade e o mercado.” Conforme apresentado na Figura 2.2.

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Figura 2-2 - Influência das preocupações ambientais7

Fonte: Barbieri (2004).

Segundo Barbieri (2004) as preocupações das empresas com o meio ambiente, estão diretamente relacionadas com a gestão da qualidade, pois o meio ambiente passa a aderir uma dimensão estratégica às empresas, e que a proliferação de selos ou rótulos ambientais são sinais evidentes de consumidores ambientalmente responsáveis.

Para Paladini (2009) determinar que características o mercado deseja e viabiliza-las é uma postura que decorre de um conhecimento previamente obtido: “Uma ação estratégica nesse contexto seria sair à frente e criar elementos que influenciam possíveis consumidores. Ou seja, ao invés de descobrir necessidades, cria-las.”

Paladini (2009, p. 54) tem a seguinte abordagem de qualidade:

1. A qualidade está sempre fixada em características de mercado. O que enfatiza a ideia de quem define qualidade é quem consome, não quem produz. 2. A diversidade das análises propostas por cada abordagem determina e reforça a ideia de que a qualidade está a uma multiplicidade de elementos. 3 Não são itens isolados como sofisticados processos de produção, atrativas embalagens, ausência de defeitos, confiabilidade, notáveis padrões de desempenho, marcas famosas, preços muitos baixos ou outras características particulares que garantem o sucesso das vendas. São todos esses itens juntos, com seus pesos específicos, conforme as particularidades de cada faixa de mercado.

7 As setas mais finas da Figura 2.2 indicam que as empresas também exercem influências sobre os governos, a

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2.2.1 Certificação e selos ambiental

A rotulagem ambiental se tornou uma ferramenta de comunicação importante entre fabricantes, autoridades públicas e consumidores, isso devido ao aumento dos interesses dos consumidores em produtos que impactam menos ao meio ambiente (SBRAGIA; ROCHA, 2016). Para facilitar a identificação dos itens de consumo, surgiram vários tipos de rotulagem ambientais, uma forma de marketing para promover estes produtos.

A certificação ambiental é o conjunto de atividades desenvolvidas com o objetivo de atestar de maneira formal que um produto, processo, serviço ou sistema está em conformidade com os requisitos especificados. Enquanto os selos ambientais promovem a inovação no desenvolvimento tecnológico, gestão e marketing, atuando na conscientização dos consumidores (SBRAGIA; ROCHA, 2016).

Com base nesse contexto, será apresentado a metodologia Canvas de Proposta de Valor, proposto por Osterwalder et al. (2014), que tem a finalidade de indicar ferramentas em busca de expor os benefícios que os clientes podem esperar de determinados produtos e serviços.

2.3 PROPOSTA DE VALOR

O Value Propositon Canvas8 que será apresentado, torna a proposta de valor visíveis e

tangíveis e, assim fáceis de serem discutidas e administradas. Segundo Osterwalder et al. (2014) esta ferramenta integra-se perfeitamente ao Business Model Canvas9 e ao Environment Map10,

que em um conjunto torna-se uma base de ferramentas de negócios Figura 2-3.

8 Value Propositon Canvas – Canvas Proposta de Valor

9 Business Model Canvas – Canvas de Modelo de Negócios

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Figura 2-3 - Conjunto integrado de ferramentas

Fonte: Osterwalder et al. (2014), adaptado pelo autor.

O Canvas de Proposta de Valor é um zoom detalhado de dois dos blocos do Canvas de Modelo de Negócio, sendo eles o Customer Profile11, onde esclarece a compreensão do cliente, e o outro lado o Value Map12, onde descreve como a empresa pretende criar valor para aquele cliente. Porém no modelo Canvas de Proposta de Valor existe entre eles o Fit13, que é o encaixe entre os dois lados, isto é, quando os clientes se relacionam com a proposta de valor, conforme apresentado na Figura 2-4.

Figura 2-4 - Proposta de Valor

Fonte: Osterwalder et al. (2014).

11 Customer Profile - Perfil do Cliente 12 Value Map – Mapa de Valor 13 Fit - Encaixe

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Nas próximas seções serão apresentados os componentes do Canvas de Proposta de Valor e suas instruções de uso conforme apresentado por Osterwalder et al. (2014).

2.3.1 Perfil do Cliente

O Perfil do Cliente é apresentado em um segmento de cliente específico. Detalhando os interesses do cliente nas respectivas tarefas, dores e, ganhos (OSTERWALDER et al., 2014).

2.3.1.1 Tarefas do Cliente

As tarefas descrevem o que os clientes estão tentando realizar no âmbito profissional ou pessoal. Pode se considerar tarefa do cliente uma função que esteja tentando desempenhar, cumprir, solucionar ou a necessidade de satisfazer, Osterwalder et al. (2014) distingui as tarefas do cliente entre tarefas a realizar e tarefas de apoio.

2.3.1.1.1 Tarefas a realizar

As tarefas a realizar são caracterizadas em três principais tipos, sendo elas:

a) tarefas funcionais: quando clientes tentam realizar, cumprir um problema específico;

b) tarefas sociais: quando clientes desejam ter boa aparência ou obter status ou poder;

c) tarefas pessoais/emocionais: quando clientes buscam um estado emocional específico como sentir-se bem ou em segurança.

2.3.1.1.2 Tarefas de apoio

Segundo Osterwalder et al. (2014) os clientes também realizam tarefas de apoio na compra e no consumo de valor, seja como consumidores ou como profissionais. Essas tarefas derivam de três papéis diferentes:

a) comprador de valor: referente à aquisição de valor, como comparação de ofertas, decisão sobre que produto comprar ou fechar uma compra;

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b) cocriador de valor: referente à criação de valor com sua organização, como feedback sobre produtos ou mesmo participar no design de um produto/serviço; c) transferidor de valor: referente ao término do ciclo de vida de uma proposição de valor, como desfazendo-se, transferindo-o ou revendendo-o.

2.3.1.2 Dores do Cliente

As dores descrevem qualquer aborrecimento aos clientes antes, durante e depois de tentar realizar uma tarefa, ou seja, o potencial de resultados negativos (OSTERWALDER et al., 2014). É necessário identificar os três tipos de dores dos clientes e seu grau de gravidade, sendo:

a) Resultados, problemas e características indesejadas; b) Obstáculos;

c) Riscos (resultados indesejados em potencial).

2.3.1.3 Ganhos do Cliente

Os ganhos descrevem os resultados e os benefícios que os clientes desejam (OSTERWALDER et al., 2014). É necessário identificar os quatro tipos de ganhos, sendo eles: a) necessários: ganhos sem os quais determinada solução não funcionaria, ou seja, a expectativa essencial;

b) esperados: ganhos relativamente básicos esperados, mesmo que ela funcione sem esses ganhos;

c) desejados: ganhos que estão além daquilo esperado, ou seja, que os clientes gostariam de ter se possível;

d) inesperados: ganhos que superam as expectativas e os desejos dos clientes.

2.3.2 Mapa de Valor

O Mapa de Valor descreve os aspectos de uma proposta de valor específica. Ela é dividida em três componentes, sendo: produto e serviço, analgésicos, e criadores de ganhos (OSTERWALDER et al., 2014).

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2.3.2.1 Produtos e Serviços

Refere-se a todos os produtos e serviços que a empresa tem a oferecer. Esse conjunto de Produtos e Serviços ajuda os clientes no cumprimento de suas tarefas (a realizar e/ou de apoio). É uma enumeração de todos os produtos e serviços em que a proposta de valor esta fundamentada.

2.3.2.2 Analgésicos

Os analgésicos descrevem como os produtos e serviços podem aliviar as dores específicas dos clientes.

2.3.2.3 Criadores de ganhos

Os criadores de ganhos descrevem como os produtos e serviços geram ganhos para o cliente, ou seja, de forma a tornar reais os benefícios desejados pelos clientes.

2.3.3 Encaixe

O Encaixe é quando os clientes se entusiasmam com a proposta de valor, ou seja, ocorre quando as tarefas são contempladas, alivia dores e cria ganhos importantes para o cliente (OSTERWALDER et al., 2014). O Encaixe é a essência do Canvas Proposta de Valor, isto é, o Encaixe está entre o que a empresa oferece e o que os clientes desejam, podendo acontecer em três estágios:

a) solução de problema: quando tem evidências de que clientes se importam com certas tarefas, dores e ganhos;

b) produto-mercado: quando os clientes reagem positivamente a proposta de valor, e ela ganha força no mercado;

c) modelo de negócio: quando tem evidências de que a proposta de valor pode ser inserida num modelo de negócio em escala e lucrativo.

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2.4 CERTIFICAÇÃO FLORESTAL

A certificação florestal FSC é um sistema de certificação internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos originados do bom manejo florestal. Atualmente existe três modalidades de certificação, sendo elas: Manejo Florestal (FM); Madeira Controlada (CW); e Cadeia de Custódia (CoC). O selo FSC é a ferramenta de controle da produção florestal, que tem por objetivo orientar o consumidor em suas decisões de compra. Em suma, ele oferece uma ligação confiável entre a produção e o consumo responsáveis de produtos florestais

O FSC estabelece dez princípios à certificação florestal: a) Obediência às leis e aos princípios do FSC;

b) Responsabilidades e direitos de posse e uso da terra; c) Direitos dos povos indígenas;

d) Relações comunitárias e direitos dos trabalhadores; e) Benefícios das florestas;

f) Impacto ambiental; g) Plano de manejo;

h) Monitoramento e avaliação;

i) Manutenção de florestas de alto valor de conservação;

j) Plantações planejadas de acordo com os nove critérios anteriores.

2.4.1 Manejo Florestal

A certificação de Manejo Florestal garante que a floresta é manejada de forma responsável, de acordo com os princípios e critérios da certificação FSC. Todos os produtores podem obter o certificado, sejam pequenas, grandes operações ou associações comunitárias. Essas florestas podem ser naturais ou plantadas, públicas ou privadas. A certificação de manejo florestal pode ser caracterizada por tipo de produto: madeireiros, como toras ou pranchas; ou não madeireiros, como óleos, sementes e castanhas.

2.4.2 Madeira Controlada

A Madeira Controlada constitui nos materiais aceitáveis que podem ser misturados com o material certificado em produtos que levam o rótulo FSC Mix. O órgão FSC tem os mais

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29

elevados padrões de exigências, tendo como objetivo orientar as empresas certificadas a evitarem produtos com origem florestal de categorias inadmissíveis. Existem cinco categorias, sendo elas a utilização de: madeira explorada ilegalmente; madeira explorada em violação de direitos tradicionais e humanos; madeira adquirida em florestas com alto índice de conservação devido a ameaça por atividades de manejo; madeira adquirida em florestas sendo convertidas em plantações ou uso não florestal; e madeira de florestas nas quais são plantadas árvores geneticamente modificadas.

2.4.3 Cadeia de Custódia

A certificação de Cadeia de Custódia (CoC) aplica-se aos produtores que processam a matéria prima de florestas certificadas. Fazer parte da Cadeia de Custódia garante a rastreabilidade desde a produção da matéria-prima até chegada no consumidor final. O processo da certificação CoC é dividida em três etapas, sendo:

a) floresta certificada: a madeira é retirada da floresta de acordo com técnicas de manejo florestal responsável;

b) indústria certificada: transportada até a fábrica, a madeira passa por diversas etapas de processamento até ser transformada em polpa de celulose e, posteriormente, papel, papel-cartão, papelão, etc;

c) gráfica certificada: incluem impressão, corte e acabamento. para garantir que matéria-prima certificada não será misturada à matéria-prima não certificada, é preciso rastrear a matéria-prima durante todo o processo produtivo através de documentação e separação física de estoques. Logo, o papel certificado se transforma em livros, revistas, folhetos, embalagens e outros materiais também certificados.

O processo para obter a Certificação CoC passa por um processo de avaliação (qualitativo) em relação às normas FSC. Paladini (2011) afirma que a avaliação da qualidade está associada ao próprio conceito da qualidade, ou seja, se a concepção aqui exposta é ser uma indústria gráfica com conceito sustentável é necessário seguir uma metodologia para se chegar neste conceito. Para tanto é apresentado os princípios da Produção Mais Limpa (P+L).

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2.5 PRODUÇÃO MAIS LIMPA

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) criou na década de 90 a ideia de Produção Mais Limpa (P+L) com a finalidade de reduzir os poluentes e aumentar a eficiência da indústria, ou seja, fazer mais com menos (CURI, 2012).

Segundo a Confederação Latino-Americana da Industria Gráfica (CONLATINGRAF, 2017) os princípios da P+L é uma estratégia ambiental aplicada a processos, produtos e serviços com a finalidade de aumentar a eficiência e reduzir riscos oferecidos aos seres humanos e ao meio ambiente.

A CONLATINGRAF (2017) define como princípios e ferramentas de P+L: a) redução e não geração de emissões e resíduos;

b) eficiência do uso de matérias-primas; c) eficiência do uso da água;

d) eficiência do uso de energia;

e) reciclagem/reutilização de resíduos e emissões; f) benefícios ambientais e econômicos;

g) benefícios de saúde ocupacional.

Logo, a CONLATINGRAF (2017, p. 24) relata que a P+L abrange:

Processos: por meio da conservação de matérias-primas, água e energia, da eliminação de matérias-primas toxicas e da redução, na fonte, da quantidade e toxicidade das emissões e dos resíduos gerados; Produto: pela redução dos seus impactos negativos, ao longo de seu ciclo de vida, desde a extração de matérias-primas até a sua disposição final; Serviços: com incorporação das questões ambientais em suas fases de planejamento e execução.

Recomenda-se que as práticas de P+L sejam realizadas como parte de um projeto, a começar pela elaboração de uma avaliação ambiental completa dos processos operacionais, ou seja, mapeando-os de forma a considerar as entradas e saídas (CONLATINGRAF, 2017).

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3 METODOLOGIA

Nesta seção será abordada a metodologia utilizada para a realização deste trabalho.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Neste capítulo relata-se a classificação da pesquisa do presente trabalho, quanto a sua aplicabilidade (natureza), tipo de abordagem do tema, objetivo, e procedimento adotado. Conforme figura 3.1, pode-se verificar a classificação desta pesquisa.

Figura 3-1 - Classificação da pesquisa

Fonte: Elaboração do autor (2019).

A natureza desta pesquisa, é considerada aplicada, pois segundo Almeida (2014) a pesquisa científica aplicada tem como objetivo gerar conhecimentos que se destina a solução de problemas práticos.

A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, considerando que Ramos (2009) descreve a pesquisa de cunho qualitativa como sendo a agente responsável pelo tipo de coleta

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das informações, por meio da descoberta, descrição, compreensão dos dados e participação do pesquisador no processo.

O objetivo da pesquisa é classificado como descritiva pois, de acordo com Motta et al. (2013), uma pesquisa descritiva, analisa, observa, registra e correlaciona aspectos que envolvem fatos ou fenômenos, sem manipulá-los. E neste trabalho é observado e analisado fatos reais sem manipula-los.

O delineamento da pesquisa é do tipo bibliográfica. De acordo com Gil (2008) a pesquisa bibliográfica baseia-se na consulta a livros ou outros tipos de documentação escrita (periódicos, artigos, dissertações, teses etc.) a fim de obter subsídios para a compreensão de um prodígio.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF, 2019), em 2018 a indústria gráfica obteve uma produção industrial de 46,7 bilhões de reais, contando com 19.142 estabelecimentos gráficos, proporcionando 178.714 empregos diretos no país. A distribuição desse setor, é apresentada de alguns números e visualizações, conforme a Tabela 3-1.

Tabela 3-1 - Presenças da indústria gráfica no Brasil

2014 2015 2016 2017 2018 Valor da produção industrial (em R$ Bi)

% variação da produção física

47,6 -1,8 43,8 -13,9 46,8 -7,3 45,6 -,32 46,7 +1,6

Exportação (US$ Mil FOB) 289,6 270,4 293,3 279,1 268,0

Importação (US$ Mil FOB) 493,8 378,4 257,0 291,4 288,8

Balanço comercial (US$ Mil FOB) -204,2 -108,0 36,3 -12,23 -20,8 Investimentos realizados (US$ FOB Mi) $975 $697 $515 $597

Empregados (Milhares) 216 199 189 181 179

Fonte: IBGE/PIA/PIM-PF (2018), adaptado pelo autor.

Quanto a distribuição das indústrias pelo país, observa-se uma maior concentração na região sudeste, contando com 47% das indústrias gráficas, proporcionando 58% dos empregos relacionado no setor conforme apresentado na Figura 3-2.

Em seguida, é apresentado o Gráfico 3-1, onde demonstra que 97% das gráficas no país são representadas por empresas de micro e pequeno porte (ABIGRAF, 2019).

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Figura 3-2 - Abrangência da indústria gráfica brasileira

Fonte: RAIS e CAGED (2018).

Gráfico 3-1 – Perfil das empresas da indústria Gráfica Brasileira

Fonte: MTE/RAIS (2018).

Dentre os segmentos da indústria gráfica, a maior parcela destina-se ao segmento de embalagens com 48,6% de participação do setor de produção, e o segmento de editorial – livro,

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revista, manuais e guias – representando 21,6% do setor. Na Tabela 3-2 é apresentado a distribuição dos segmentos da indústria gráfica no Brasil.

Gráfico 3-2 - Participação dos segmentos na indústria gráfica

Fonte: IBGE /PIA/PIM-PF (2018), adaptado pelo autor.

De acordo com os dados apresentados no Gráfico 3-2 – Segmento da indústria gráfica – percebe-se que os produtos estão direcionados de empresa para empresa (business to business – B2B), desta forma obter produtos certificados tem um impacto social positivo, podendo assim relaciona-se com as tarefas socias apresentadas por Osterwalder et al. (2014).

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA CERTIFICADORA

A certificação FSC é uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, com o intuito de promover o bom manejo florestal, criada no início da década de 90 (noventa), atualmente está presente em mais de 70 (setenta) países, e no Brasil conta com mais de 7 milhões de hectares certificados na modalidade de manejo florestal, envolvendo 132 operações de manejo (FSC, [2019]). A certificação de Cadeia de Custódia está crescendo em todo o mundo, conforme apresentado no Gráfico 3-3.

48,60% 21,60% 8,60% 6,80% 4,80% 3,30% 3,40% 2,70% 0,20% Embalagens Editorial - Publicações (livros,revistas,manuais e guias) Impressos Promocionais Impressos de segurança/Fiscais/Formulários Rótulos e Etiquetas Pré-impressão

Cartões Transacionais (banco, crédito, refeição, alimentação, etc)

Cadernos Envelopes

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Gráfico 3-3 - Certificados CoC – FSC emitido em todo o mundo

Fonte: FSC M&E (2019).

A certificação CoC vem crescendo constantemente no mercado Brasileiro, as primeiras certificações ocorreram em 1999, atualmente existe 1.035 certificações CoC no Brasil conforme demonstrado no Gráfico 3-4.

Gráfico 3-4 - Certificados CoC – FSC emitido no Brasil

Fonte: FSC M&E (2011 – 2019), adaptado pelo autor.

7 14 27 37 54 71 96 136 163 215 280 429 672 919 1016 1038 1083 1078 1025 1033 1035 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 N º C o C C e rt if ic a te s B ra zi l

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Em relação ao número de estabelecimentos gráficos certificados na modalidade CoC, verificou-se que é relativamente baixo (menos de 2%) comparando com a quantidade de estabelecimentos gráficos existentes no Brasil. Apenas14 330 estabelecimentos possuem a certificação CoC, conforme a classificação dos produtos que é apresentado no Quadro 3-1.

Quadro 3-1 - Grupos de produtos gráficos FSC

Nível 1 Nível 2

P5 Embalagem de

papel

P5.1 Emb. de papel cartão P5.2 Emb. de papelão P5.3 Sacos de papel

P5.4 Emb. de papel para alimentos

P5.5 Emb. de cartão para bebidas e alimentos líquidos P5.6 Caixa de ovos e similares

P5.7 Capas e embalagem de disco ótico P7 Artigos de papelaria em papel (impresso e não impresso) P7.1 Cadernos P7.2 Blocos P7.3 Pasta de arquivo P7.4 Papel térmico em rolo

P7.5 Cartões postais e de lembrança/agradecimento P7.6 Envelopes

P7.7 Papéis adesivos P7.8 Etiquetas adesivas

P7.9 Papel transfer (para estampa) P8 Materiais impressos P8.1 Livros

P8.2 Revistas P8.3 Jornal

P8.4 Materiais de propaganda P8.5 Cartão de visita

P8.6 Calendários, diários e agendas P8.7 Brinquedos e jogos feitos com papel P8.8 Papel de parede

Fonte: FSC (2019), adaptado pelo autor.

14 Pesquisa realizada em junho de 2019 no banco de dados FSC | Endereço Eletrônico:

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4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO: MAPEAMENTO

O trabalho iniciou a partir do mapeamento do processo de produção, com o propósito de apresentar melhorias em seu processo a partir da metodologia P+L. Sendo ela, aplicada para aprovação da avaliação realizada pelo órgão certificador FSC.

4.1 MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO

A Indústria Gráfica é caracterizada em três principais processos que compõem o ciclo de realização do produto gráfico, sendo eles: Pré-impressão, Impressão e Acabamento.

4.1.1 Pré-impressão

Pré-impressão é o processo inicial para realização do produto gráfico. Fase de desenvolvimento, na qual ocorre a transferência da arte à uma matriz que sobre pressão transfere a imagem ao substrato, podendo variar conforme o sistema de impressão, podendo ser através de: chapa metálica para impressão offset15; cilindro de metal para rotogravura16; clichês de fotopolímeros17 para flexografia; porta-tipo de metal para tipografia18; e malhas e talas para

serigrafia19.

4.1.2 Impressão

Principal processo para a realização do produto, na qual ocorre a transferência da matriz gravada para o substrato, podendo ocorrer através de vários métodos de impressão, sendo mais comum a impressão: offset (plana, rotativa, seco); rotogravura; flexografia; tipografia; e serigrafia. Há também o processo em que a transferência da imagem para o substrato não necessita de contato ou pressão, que é a impressão digital.

15 Offset – processo planográfico que consiste em repulsão entre água e gordura. O processo de impressão offset é indireto, a imagem é transferida da matriz para um rolo de impressão e somente depois é passada ao papel. 16 Rotogravura – processo de heliogravura que utiliza fôrma cilíndrica de cobre para impressão rotativa. 17Clichês de fotopolímeros - placa gravada em relevo, destinada à impressão de imagens e textos em prensa. 18 Tipografia - conjunto de procedimentos artísticos e técnicos que abrangem diversas etapas da produção gráfica. 19 Serigrafia - processo de impressão em uma superfície, no qual a tinta é vazada, pela pressão de um rodo ou espátula, através de uma tela preparada.

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4.1.3 Acabamento

O processo de acabamento, também conhecido como pós-impressão, é o processo final do ciclo de produção do produto gráfico. Procedimento este que define as especificações exigidas pelo cliente, assim como suas dimensões e qualidades tateáveis e visórias. Esses procedimentos, por muitas das vezes são de origens manuais ou semiautomáticas. As principais feições de acabamento de produtos gráficos, são:

a) corte e vinco; b) laminação; c) refile;

d) encadernação;

e) colagem e acoplagem; f) verniz localizado UV.

4.2 PROCESSO APLICADO PARA REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

O Guia Produção Sustentável, publicado pela Conlatingraf 20 em 2017, define que todo aspecto ambiental é a causa de um impacto, assim como a poluição da água, do ar, do solo ou a redução dos recursos hídricos.

A Conlatingraf (2017) tem a seguinte definição sobre Aspectos e Impactos:

Aspecto ambiental: elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que interage, ou pode interagir, com o meio ambiente. Impacto ambiental: modificação no meio ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou parcialmente resultante dos aspectos ambientais de uma organização

O Guia de Produção Sustentável, define uma metodologia estratégica para que empresas posam controlar de forma adequada os aspectos ambientais, sendo eles: mapear cada processo e atividade de forma detalhada; identificar os aspectos e impactos; e definir ações de controle, conforme apresentado na Figura 4-1

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Figura 4-1 Metodologia P+L - Estratégia Técnica, Econômica e Ambiental

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

A partir desse contexto o Guia de Produção Sustentável da Indústria Gráfica da América Latina elaborou um mapeamento para cada classe do processo aplicado a ações para redução de impactos, entre eles o: consumo de matéria prima, consumo de água, consumo de energia, geração de resíduos sólidos, geração de efluentes líquidos, emissões atmosféricas, ruídos e vibrações.

No Quadro 4-1 o Guia de Produção trás o mapeamento no consumo de fôrmas, matéria-prima utilizada como portadora da imagem para impressão, que pode variar conforme o segmento de cada gráfica. No lado esquerdo do quadro é apresentado os tipos de formas (chapas metálicas; cilindro de metal; clichês de fotopolímeros; tipos e portas tipos; malhas e telas), e no lado direito são apresentadas ações de controle, destacando a reutilização das fôrmas, reuso da água no processo de lavagem, reciclagem, e destinação conforme a legislação do país.

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Quadro 4-1 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de fôrmas

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

Em seguida o Guia apresenta o Quadro 4-2 que expõe ações aplicáveis na redução dos impactos no consumo dos principais substratos21 da matéria-prima, que é definido como papel; cartão; tecidos; plásticos; madeira; e vidros, conforme listado no lado esquerdo do quadro. Ao lado direito é apresentado ações no controle de perda por meio de acertos de maquinas otimizados, padronizações dos processos, equipe capacitada e focada, reutilização quando possível, destinação dos resíduos conforme legislação, e recomenda-se utilizar papel, cartão e madeira de origem do bom manejo florestal, ou seja, material que utilizam a certificação FSC.

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Quadro 4-2 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de substrato

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

O terceiro quadro apresentado pelo Guia é destinado a ações aplicáveis para redução dos impactos através do consumo de produtos químicos, matéria-prima utilizada nos processos de impressão e pré-impressão. No lado esquerdo do Quadro 4-3 são apresentados os produtos químicos utilizados nos processos, separando-os por processo de impressão e processo de pré-impressão.

Para o processo de impressão o Guia lista a tinta, verniz, solvente, álcool e o adesivo como itens químicos utilizados pelas indústrias gráficas, e apresenta no lado direito algumas ações de controle, como: migrar quando possível para tinta à base de água e óleo; eliminar o álcool quando o processo permitir; conter o uso de tintas e solventes utilizando fracionamentos (válvula de redução); substituir o abastecimento manual por alimentação automática nas máquinas; tratar o efluentes e reutilizar o efluente tratado; destinação dos resíduos conforme legislação; buscar alternativas de produtos menos agressivo, optando pela linha ecológica; praticar junto aos fornecedores a logística reversa das embalagens dos produtos químicos; e também é necessário ter a equipe capacitada para produzir mais com menos.

Para o processo de pré-impressão o Quadro 4-3 apresenta como principais produtos químicos os: reveladores; fixadores; adesivo – goma; removedor; desengraxante; cobreação e decobreação; eletrólito de níquel; processamento da imagem-filme; intensificador; redutor;

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42

prata (filme). Sendo que estes materiais químicos dependem do segmento de cada gráfica. No lado direito é apontado como ações de controle a: reutilização dos filmes; troca de tecnologia para eliminar filme; troca de tecnologia para chapa sem química; reuso de químicos após gravação; reciclagem; destinação dos resíduos conforme a legislação e reforça em ter a equipe capacitada para produzir mais com menos.

Quadro 4-3 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de químicos

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

Após proporcionar ações aplicáveis a redução dos impactos ocasionados ao consumo de matéria prima, o Guia apresenta um quadro com o mapeamento de ações aplicáveis para redução de impactos no consumo de água. Estes impactos podem ser avaliados nos três setores do processo de fabricação já apresentado neste capítulo, pré-impressão, impressão e

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pós-43

impressão (acabamento). Esta avaliação, assim como avaliação realizada na matéria-prima, depende do segmento de cada gráfica, podendo atender por completo ou parcialmente.

No Quadro 4-4 é apresentado no lado esquerdo os processos que podem ser avaliados, sendo eles: o preparo de banhos (rotogravura) e a revelação no processo de gravação das formas para o processo de pré-impressão; a limpeza da máquinas e cilindro após a impressão no processo de impressão; e a limpeza da área de acabamento no processo de pós-impressão. No lado direito do quadro oferecido pelo Guia é demonstrado ações de controle, como: troca de tecnologia para chapa sem químicos; tratamento do efluente contaminado; reuso do efluente tratado; e a destinação correta conforme legislação.

Quadro 4-4 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de água

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

Diferente dos anteriores, o Quadro 4-5 destinado a ações aplicáveis ao consumo de energia, envolve a todos segmentos de indústrias, devido ao funcionamento de máquinas elétricas. No lado esquerdo do quadro é apresentado os itens consumidores de energia, como: Elétrica: máquinas em funcionamento; Diesel: geradores de energia elétrica ou para acionar as bombas da rede de hidrantes; e Gás natural ou GLP, destinado ao sistema de secagem (flexografia e rotogravura) e transporte de empilhadeiras. No lado direto do quadro o Guia apresenta uma única ação de controle, sendo ela, ter uma equipe capacitada e focada no consumo “produzir mais com menos”.

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Quadro 4-5 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Consumo de energia

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

O sexto quadro apresentado pelo Guia, é destinado a ações aplicáveis para a redução dos impactos gerados por resíduos sólidos, estes podem variar conforme o segmento da gráfica.

No lado esquerdo do Quadro 4-6 são exibidos os sólidos de uma maneira que atenda todos os segmentos gráficos, sendo as embalagens vazias de químicos, filmes usados, materiais vencidos, fôrmas defeituosas e usadas, panos contaminados, impressos de substratos e sobras, materiais diversos utilizados no enobrecimento e no manuseio dos impressos refugados e das sobras, material de embalagem de papel e plástico, e utensílios utilizados no processo de fabricação e manuseio dos químicos (EPI, espátulas, blanquetas entre outros).

As ações de controle para este itens é apresentado no lado direito do quadro, e podem ser controlado a partir da pratica de logística reversa das embalagens após o consumo dos químicos junto aos fornecedores, reciclagem, reutilização do pano contaminado junto à empresa especializada, destino dos resíduos conforme a legislação, e uma equipe capacitada e focada no consumo.

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Quadro 4-6 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Resíduos sólidos

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

Também é proporcionado pelo Guia o mapeamento dos resíduos líquidos, conforme o Quadro 4-7, onde, é listado no lado esquerdo os líquidos, como os efluentes de processamento de imagens, efluentes de processamento de fôrmas, efluentes do processo de impressão, e efluentes do processo de banho. Ao lado direito é oferecido ações de controle, como o tratamento interno em estação de tratamento de esgoto; reciclagem junto a empresas especializadas, e a devida destinação conforme a legislação.

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Quadro 4-7 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Resíduos líquidos

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

O Quadro 4-8 aponta o mapeamento das emissões atmosféricas e proporciona ações para a redução dos impactos ocasionados nas gráficas.

No lado esquerdo é apresentado os impactos ocasionados no ar, como os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) originados de tintas, vernizes, solvente ou adesivo; emissão de gases por meio do sistema de secagem e por empilhadeiras (gás ou GLP); e ar-condicionado e sistemas de refrigeração com fluido como HFC.

As ações para controle destas emissões são apresentadas no lado direito do quadro, e é oferecido o sistema de secagem elétrico, a utilização de empilhadeiras elétricas, o controle dos limites de tolerância por meio de medição de agentes químicos, avaliar a ficha de informação de segurança dos produtos químicos e buscar alternativas menos agressivas, e optar por ar-condicionado e sistema de refrigeração ecológico.

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Quadro 4-8 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Emissões atmosféricas

Fonte: CONLATINGRAF (2017).

Em seguida, o Guia apresenta o Quadro 4-9, destinado a ações para redução das reduções de ruído e vibrações. No lado esquerdo do quadro, é apresentado os exemplos de ruídos comuns em todos os segmentos, como a fonte geradora de máquinas de impressão, acabamento, compressores e empilhadeiras, e a vibração (não há evidências de fonte geradora que vibra o corpo inteiro ou certas regiões). As ações de controle são apresentadas no lado direito do quadro, sendo representado pelo enclausuramentos da máquina, respeitando os limites de tolerância, controle dos limites de tolerância por meio de medição de ruído, uso de protetor auricular.

Quadro 4-9 - Ações aplicáveis para redução dos impactos - Geração de ruído e vibração

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5 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO: PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO FSC

5.1 PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO

O Conselho Brasileiro de Manejo Florestal não emite certificado, a certificação é um processo voluntário em que a certificadora acreditada pelo FSC realiza a avaliação de um empreendimento e verifica os cumprimentos em relação aos Princípios e Critérios (P&Cs) do FSC. Cabe às certificadoras avaliar as operações de Manejo Florestal ou de Cadeia de Custódia para conceder o uso do selo FSC nos produtos e auditar as operações certificadas. Também cabe à certificadora precificar e cobrar por este serviço.

A Certificação CoC FSC aplica-se ao empreendimento individual em nível de uma única operação de cadeia de custódia, organizações com mais de um local que se enquadra na certificação multi-site, e a certificação de projeto. Com base neste conjunto, o presente capítulo estabelece os requisitos aplicáveis a certificação individual para o uso da marca FSC, na qual condiz com o assunto proposto neste trabalho. O processo para obtenção da certificação CoC FSC condiz com a norma vigente (FSC-STD-40-004 V3-0) instituída pelo FSC Internacional Center em 2016. Em seguida serão apresentados os requisitos da certificação.

5.2 ETAPAS DA CERTIFICAÇÃO

Obter o certificado de Cadeia de Custódia FSC, significa ter passado pelo processo de certificação e ter o direito de uso comercial da logomarca. Este procedimento pode ser resumido em quatro etapas:

a) contato inicial: a indústria gráfica deve entrar em contato com uma agência certificadora;

b) avaliação: consiste em uma análise geral da indústria, com intuito de avaliar os procedimentos ambientais referente aos descartes de resíduos e as condições dos trabalhadores;

c) adequação: após a avaliação, é necessário adequar as não conformidades, podendo ser entre elas: a renovação dos fornecedores; método de produção; condição de trabalho; descartes de resíduos, entre outros aspectos;

d) monitoramento anual: após a certificação é realizado pelo menos uma inspeção as operações.

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5.3 REQUISITOS DA CERTIFICAÇÃO

A organização que pretende aderir à Cadeia de Custódia deverá implementar um sistema de gestão CoC para assegurar sua conformidade contínua de acordo com os requisitos da certificação, entre eles:

a) nomear um representante que detenha total responsabilidade e autoridade para assegurar a conformidade da organização com os requisitos estabelecidos;

b) implementar melhoria no processo de produção, que afetam o meio ambiente e a sociedade;

c) capacitar a equipe sobre os procedimentos e o conceito da organização; d) comprometer-se com a saúde e segurança ocupacional;

e) possuir um arranjo de organizações certificadas pelo FSC, onde todas as organizações na cadeia de abastecimento do produto tenham a certificação CoC, desde o local de origem (floresta) até os serviços terceirizados que realizam alguma atividade no produto (exemplo o processo de acabamento); e

f) aderir a procedimentos que assegurem que os produtos não-conformes sejam identificados e controlados, a fim de evitar a venda e entrega do produto com a declaração FSC.

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6 CONCLUSÃO

Este capítulo tem como objetivo apresentar as conclusões obtidas neste trabalho, com base nas metodologias abordadas.

6.1 RESULTADOS OBTIDOS

Iniciou-se este trabalho de conclusão de curso a partir da necessidade de explorar o desenvolvimento sustentável na indústria gráfica, a fim de atender as necessidades dos stakeholders, e criar um diferencial no mercado a partir de uma construção de uma proposta de valor ao produto. Além disso, houve o interesse acadêmico em aprimorar os conhecimentos obtidos durante o curso e explorar novos conhecimentos em relação ao cenário atual, possibilitando assim o desenvolvimento deste trabalho.

O objetivo geral apresentado no início deste trabalho é: “Apresentar um sistema que proporcione a indústria gráfica utilizar estratégias e ferramentas de melhorias no processo produtivo, com o propósito de alavancar melhores níveis de competitividade com base na sustentabilidade”. Com base nos temas abordados neste trabalho, pode-se afirmar que este objetivo foi alcançado.

Além de apresentar metodologias de melhorias no processo produtivo e estratégias para alavancar o nível de competitividade, foi elaborado o mapeamento para melhorias no processo de produção na indústria gráfica, e o procedimento para agregar valor ao produto através da certificação florestal.

Sob as conclusões mencionadas nos parágrafos anteriores, entende-se que os objetivos apresentados no início deste trabalho foram alcançados.

6.2 RECOMENDAÇÕES FUTURAS

Recomenda-se a utilização deste trabalho às industrias gráficas que estejam interessadas em renovar seu conceito no mercado, que desejam oferecer aos seus clientes um diferencial ao adquirirem o seu produto.

Propõe-se para futuros trabalhos que seja realizada a avaliação estratégica desta abordagem baseando-se em indicadores (números). Assim como avaliar as estratégias utilizadas pelo setor comercial, a fim de verificar os resultados obtidos, buscando o aperfeiçoamento do método.

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REFERÊNCIAS

ABIGRAF. Dados Econômicos. São Paulo: ABIGRAF, abril 2019. Disponível em: http:// www.abigraf.org.br. Acesso em: 26 mai. 2019.

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Referências

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