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PARTE I SOCIEDADE LIMITADA

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S O C IE D A D E L IM IT A D A SOCIEDADE LIMITADA

PARTE I

SOCIEDADE LIMITADA

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de

suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Código Civil.

Vamos agora estudar o tipo de sociedade mais comum no Brasil: a sociedade limitada,

ou seja, aquela que é composta por sócios de uma categoria só: os de responsabilidade

limitada e adstrita à integralização do capital social.

Verificamos que a sociedade limitada - como todas as outras sociedades e pessoas

jurídicas - é ente com personalidade jurídica própria e por isso, perante os negócios que firmar

em seu próprio nome, é responsável com seu patrimônio e bens pelas obrigações contraídas.

Assim, é a pessoa jurídica que arcará com as responsabilidades que assumir.

No que tange aos sócios é que há a diferenciação no tratamento. Os sócios, neste tipo

societário, devem arcar com o valor que se comprometerem a dar, para a formação da

sociedade. Então, o capital que estará disponível para compor a sociedade deve, realmente,

ser entregue pelos sócios. É a chamada “integralização” do capital social.

Entendamos, isto melhor:

Formação da Sociedade:

Cada um dos interessados em compor a sociedade deve depositar em banco (no nome

da sociedade formada) o valor, em espécie ($), respectivo à cota que se comprometeu a dar.

Também, pode o sócio, entregar bens para compor o capital da sociedade (como uma casa ou

um terreno - desde que previamente avaliado – art. 1055 do Código Civil) ou, ainda, pode

entregar crédito em favor da sociedade.

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Este valor que os sócios se comprometem a dar para compor o capital da empresa

deve constar do instrumento formal da sociedade que é o contrato social.

Quando os sócios informam entre si quanto devem integralizar, este valor constará do

contrato social e, em tese, o capital social deve refletir quanto a sociedade vai ter (em termos

de quantia) para iniciar suas atividades.

O capital social é a garantia de que a sociedade possui recursos para investir na sua

atividade fim e para gerar recursos no mercado e na iniciativa privada.

Quando os sócios reservam o valor para iniciar a empresa, presume-se que este valor

será a soma do que cada integrante da sociedade entregará de fato ao monte comum.

Daí dizer que o capital social, na sociedade limitada, está dividido em cotas.

Cada cota reflete a proporção do sócio no capital da empresa e, pelo contrato social,

será o detentor de maior poder de mando.

Responsabilidade perante Terceiros:

A responsabilidade dos sócios perante terceiros, se resume ao fato de ter sido feita a

integralização do capital social. Isto quer dizer que os sócios devem entregar o valor que

prometeram para a composição do capital da sociedade.

Por exemplo:

José, João e Joaquim são irmãos e sócios da empresa JJJ AMARAL MECÂNICA Ltda. A

sociedade tem capital subscrito de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).Cada um deles possui uma

cota no valor R$ 10.000,00 (dez mil reais). Portanto, cotas proporcionais.

José deposita em dinheiro os R$ 10.000,00 (dez mil) reais em conta corrente da

empresa.

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João faz a doação de máquinas no valor de R$ 10.000,00 (dez mil) reais para a

sociedade. Estas máquinas deverão ter avaliação (estimativa de valor), sob pena de

responsabilização dos sócios.

Joaquim paga, em nome da sociedade, o aluguel de um ano, no valor de R$ 10.000,00

(dez mil reais), do local onde funciona a sociedade.

Os três irmãos integralizam o capital social.

O certo, portanto, é que o capital social corresponda ao valor que a sociedade

necessita para operar. Valores irrisórios ou vultuosos podem ser indício de problema na

sociedade (sócio laranja ou empresa sem capital para contrair financiamentos, fazer negócios

com outras empresas, abrir contas em bancos, etc..).

Se, posteriormente, um automóvel, por exemplo, que permaneceu na mecânica, for

incendiado em um evento, a mecânica (pessoa jurídica) vai responder pelo dano causado ao

cliente.

Se não houver bens ou quaisquer outros meios para ressarcimento do dono do

automóvel, os sócios não estão obrigados a arcar com seu patrimônio pessoal pelos valores

devidos ao cliente. Isto porque os sócios INTEGRALIZARAM o capital social.

Responsabilidade quando não houve integralização do capital social:

Ao contrário, se não houve a integralização do capital social por um dos sócios, há a

possibilidade do prejuízo ser repassado a qualquer dos sócios que responderão ao cliente com

seu patrimônio próprio.

Neste caso, qualquer um dos sócios (tenha ou não integralizado sua parte) será

chamado a responder com bens particulares pela dívida da sociedade, sendo, no entanto,

limitado o valor à integralização do capital social.

No nosso exemplo, se João havia integralizado sua cota de R$ 10.000,00 (dez mil reais),

mas os demais sócios não haviam integralizado os R$ 20.000,00 (vinte mil) restantes, poderá

João ser chamado a complementar este capital, arcando com o montante devido para com

terceiros. Posteriormente, pode João se ressarcir do que lhe deve cada um dos sócios, mas

perante terceiros ele é solidário à complementação do capital social.

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Portanto, só há invasão do patrimônio pessoal dos sócios, caso o débito para com

terceiros, seja maior que o patrimônio da sociedade e não haja integralização do capital

social.

O papel da sociedade, no caso do sócio que não integraliza sua quota, é cobrar o sócio

REMISSO, nos termos da lei civil:

Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições

estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da

notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.

Por uma questão de bom senso, se o sócio já não coopera com a constituição da

sociedade no que diz respeito ao capital social, quanto mais quando se tratar de outros

assuntos importantes a serem geridos em nome da sociedade...

No caso, diz o Código Civil acerca do problema do sócio que não integraliza sua quota:

Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, sem

prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la a

terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os

juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas.

Portanto, das saídas para o problema da falta de integralização da quota é EXCLUIR,

retirar o sócio remisso da empresa.

Além desta, há outra possibilidade:

Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios,

representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão

pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade,

poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista

neste a exclusão por justa causa.

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Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou

assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para

permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.

Então, no caso da exclusão, chamada de EXTRAJUDICIAL, o sócio que comete falta

grave, como a falta de integralização, pode ser realizada a alteração contratual, com a

concordância da maioria dos sócios. Estes sócios, no entanto, diz a lei, devem representar mais

da metade do capital social para poderem proceder a este tipo de exclusão.

Por fim, acerca da questão do sócio excluído é possível que o procedimento seja

JUDICIAL:

Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser

excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no

cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.

Assim, a exclusão judicial deve ter o consenso dos demais e cometimento de falta

grave dos sócios.

Portanto:

Cada sócio responde, primeiramente, pela cota que subscreve.

Mas, todos os sócios assumem, de forma subsidiária, responsabilidade solidária pela

integralização do capital social.

Nome da sociedade limitada:

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela

palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.

§ 1

o

A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas

físicas, de modo indicativo da relação social.

§ 2

o

A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar

o nome de um ou mais sócios.

§ 3

o

A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada

dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.

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Temos que a sociedade empresarial limitada recebe proteção de seu nome a partir do

registro na Junta Comercial (de cunho estadual, como vimos). A expressão “Ltda.” deve

compor o nome social, sob pena de determinar que os sócios possuem responsabilidade

ilimitada.

Importante lembrar que nome é diferente de marca. A marca possui uma composição

gráfica para designar o que está sendo oferecido, se produto ou serviço. Pode ser nominativa

(com palavras), figurativa (contendo símbolos) ou mista (palavras e símbolos).

Para a proteção da marca é importante pedir ao Instituto Nacional de Propriedade

Industrial (INPI) – autarquia federal – que seja realizado o registro da marca (que será não só

no âmbito estadual, como na JUNTA COMERCIAL para as empresas – mas para todo o

território nacional, com uso exclusivo e direito de cessão, licenciamento e uso da mesma):

Disponível a Lei em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm

.

Registro da sociedade limitada:

Em sendo a sociedade limitada de cunho empresarial o interessado pode pedir sua

inscrição na Junta comercial, ficando em depósito e sob a guarda da Junta os documentos da

empresa.

Quotas na sociedade limitada:

O capital social, na sociedade limitada é dividido em quotas, iguais ou desiguais,

cabendo uma ou diversas a cada sócio.

O sócio majoritário é o detentor da maior parte do capital social.

No nosso exemplo, o capital social de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) da

sociedade JJJ Amaral Mecânica Ltda. poderia ter sido dividido assim: R$ 15.000,00 para

José; R$ 14.000,00 para Joaquim e R$ 1.000,00 para João.

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Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem

solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da

sociedade.

Diz o Código Civil (art. 1055, § 2

o

) que é vedada contribuição que consista em

prestação de serviços na sociedade empresarial limitada. Assim, o capital social só

pode ser constituído de dinheiro, bens ou crédito, como mencionado. Nenhum dos

irmãos poderia ser sócio se fosse apenas trabalhar na mecânica.

Os sócios podem ceder a outros sócios sua cota (de modo informal, porque a

cessão de cotas é livre).

Isto se dá, na omissão do contrato social. O sócio pode, então, ceder sua quota,

total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos

outros.

Para ceder a cota a estranho (ou terceiro que não compõe a sociedade), diz a lei

que não pode haver oposição de titulares de cotas, na proporção de um quarto do

capital social. Sendo assim os titulares de mais de 25% do capital social devem assentir

na cessão da cota, em caso de omissão contratual.

Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os

fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento,

subscrito pelos sócios anuentes.

Vejamos, agora, a alteração contratual para aumento do capital social. Esta hipótese se

dá quando a sociedade necessita de um financiamento ou fará um contrato importante e a

representação do capital social não reflete o patrimônio conseguido.

Neste caso, a sociedade deverá alterar o contrato social e realiza a averbação

respectiva no órgão competente:

Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas, pode ser o

capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato.

§ 1

o

Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do

aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.

§ 2

o

À cessão do direito de preferência, aplica-se o disposto no caput do art. 1.057.

§ 3

o

Decorrido o prazo da preferência, e assumida pelos sócios, ou por terceiros, a

totalidade do aumento, haverá reunião ou assembléia dos sócios, para que seja aprovada a

modificação do contrato.

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Já a redução do capital social também é possível. Neste caso a sociedade teve algum

desastre, prejuízo ou evento que interferiu negativamente no patrimônio da sociedade

(desabamento, acidente, etc.). Há a necessidade, para reduzir o capital social de concordância

de credores. Estes credores são os que não possuem garantias de recebimento dos valores a

que têm direito (chamados de credores quirografários):

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação

do contrato:

I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;

II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será

realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a

partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembléia que a

tenha aprovado.

Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será feita

restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-restituindo-se as prestações ainda devidas, com

diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas.

§ 1

o

No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da assembléia que

aprovar a redução, o credor quirografário, por título líquido anterior a essa data, poderá

opor-se ao deliberado.

§ 2

o

A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no parágrafo

antecedente, não for impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o depósito judicial

do respectivo valor.

§ 3

o

Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente, proceder-se-á à

averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata que tenha aprovado a redução.

Observação Final:

A sociedade limitada difere da empresa INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE

LIMITADA, Lei 12.441/2011 – (aguardando o período para entrar em vigor) justamente por

causa da ausência de sócios e pelo valor do capital social.

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EIRELI – EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA:

A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma

única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não

será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.

No nosso exemplo seria apenas João Amaral Mecânica EIRELI.

O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI"

após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade

limitada.

A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade

limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.

A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da

concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio,

independentemente das razões que motivaram tal concentração.

Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada

constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração

decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou

voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade

profissional.

Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber,

as regras previstas para as sociedades limitadas.

Referências

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