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PN ; Ap.: Tc. Tabuaço, 1 J. ( ); Acordam no Tribunal da Relação do Porto. I. Introdução:

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________________________________________________________________________ PN 4704.04-5; Ap.: Tc. Tabuaço, 1 J. ( ); Ap.e1:; Ap.os: ________________________________________________________________________

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

I. Introdução:

(a) O recorrente não se conforma com a sentença de 1a Instância através da qual foi negada a procedência do pedido de reparação de uma moto de marca Honda, com motivo em ter prescrito o direito de acção, quando também invocou a responsabilidade do produtor e pediu o ressarcimento dos danos causados por acidente alegadamente provocado por defeito de fabrico.

(b) Da sentença recorrida:

(1) Não vem referido expressamente na lei o prazo de caducidade para o

exercício do direito de reparação de coisa defeituosa, art. 914 CC: a grande maioria da jurisprudência e boa parte da doutrina tem entendido que a lacuna deve ser suprida através da aplicação extensiva do art. 917 CC;

(2) Temos assim que… o comprador deve denunciar ao vendedor o vicio ou a

falta de qualidade da coisa…ate 30 dias depois de conhecido o defeito, e dentro de 6 meses após a entrega, art. 916 CC;

1 Adv.: Sr. 2 Adv.: 3 Adv.: Dra.

(2)

(3) O dito art. 917 cit. Esclarece entretanto que a acção de anulação por

simples erro caduca findo qualquer dos prazos fixados naquele art. 916 CC sem ter sido feita a denuncia pelo comprador ou decorrido 6 meses sobre esta;

(4) E referindo ele o prazo de anulação da compra e venda de coisa

defeituosa, igual prazo deve ser observado quando se pretenda manter os efeitos do mesmo contrato com a reparação da coisa4;

(5) Ora, ponderando a data em que ocorreu a compra do veiculo… (01.03.02)

e a data em que o A. veio a sofrer um embate (02.06.28) que imputa a deficiência no funcionamento do mesmo, e que determina o recurso a presente acção para obter que seja reparado, e manifesto estarem ultrapassados os prazos do art. 917 CC convocado.

II. Matéria assente:

(1) O A. adquiriu a Ondavis, 01.03.02, um veiculo motorizado de marca Honda CBR 900 RR,;

(2) Com este veículo veio a sofrer um embate, 02.06.28, em resultado de mau funcionamento do mesmo;

(3) Pediu a condenação da R. na reparação do veículo em causa ou, caso tal se não mostre possível, a substituição dele por outro de idênticas características; (4) Subsidiariamente, que Honda Motor, fosse condenada a pagar-lhe as

quantias de euros 6 453,29 a titulo de indemnização por danos patrimoniais, e de euros 25 000,00, de danos não patrimoniais;

(5) Alegou que o acidente de onde resultaram os danos foi provocado por defeito de fabrico da moto;

(6) A acção deu entrada em 03.09.04.

4 Citou Baptista Machado, Acordo Negocial e Erro na Venda de Coisas Defeituosas, BMJ 215, p. 5 ss; Vaz

Serra, Prescricao Extintiva e Caducidade, sep. BMJ 105 e 107, p. 566: Pires de Lima& Antunes Varela, Codigo Civil Anotado, II, 4a ed., Coimbra, 1997, p. 213: a relativa estreiteza dos prazos fixados para a denuncia do defeito e a caducidade da accao, quando a venda de coisas defeituosas se refira a coisas moveis, tem por fim, nao so encurtar a duracao do estado de incerteza que a anulabilidade lanca sobre a

(3)

III. Cls./Alegaçoes:

(a) Na presente acção, o A. alega uma causa de pedir e um pedido principal contra a principal R., Ondavis; e alega uma causa de pedir e um pedido subsidiário contra a também subsidiária R. Honda Motor;

(b) Apenas a R. Ondavis veio invocar a excepção de caducidade de acção, mas o tribunal recorrido, julgando-a procedente, absolveu ambas as RR do pedido;

(c) Ora, de acordo com o art. 469/1 CPC, diz-se subsidiário o pedido que e

apresentado ao tribunal para ser tomado em consideração somente no caso de não proceder um pedido anterior;

(d) E no caso em apreço, o pedido principal foi na verdade julgado improcedente;

(e) Assim, havendo um pedido subsidiário, deveria tê-lo o tribunal recorrido apreciado, o que não aconteceu: a sentença recorrida limitou-se a absolver as RR do pedido, não expondo as razoes de facto e de direito em que se baseou para também absolver a R. Honda Motor;

(f) Estamos perante uma nulidade por omissão de pronúncia, arts. 660 e 668/1.d CPC;

(g) Contudo, e no caso de se entender que ao absolver as RR do pedido se pronunciou também o tribunal sobre o pedido subsidiário, a decisão e também nula

porque não especifica os fundamentos de facto e de direito em que se baseia, art. 668/1.b CPC;

(h) Entretanto, as disposições dos arts. 916 e 917 CC referem-se a denuncia dos defeitos e ao prazo de caducidade que contemplam apenas as acções de anulação por simples erro, relativas a venda de coisas defeituosas;

(i) E na verdade a segurança do comercio jurídico que justifica esses prazos

curtos de anulação do contrato de compra e venda, tendo em conta que são seus efeitos a restituição de tudo quanto tiver sido prestado pelas partes ou seu valor correspondente, art. 289 CC;

compra com inconvenientes de varia orde no comercio jurídico, mas evitar também as dificuldades de

(4)

(j) Mas esta necessidade já se não verifica no caso de acções judiciais cujo objectivo esta em exigir a reparação de coisa vendida com defeito ou a sua substituição, art. 914 CC;

(k) Neste caso, as partes não estão obrigadas a restituir o que haviam prestado,

mas apenas a eliminar os defeitos da coisa vendida, ou a entregar outra, de substituição: não há necessidade de sujeitar este tipo de acções a prazos cur tos;

(l) E uma vez que a lei e omissa, devera aplicar-se o prazo geral, previsto no art. 309 CC, dado que as disposições legais que estabelecem prazos de caducidade não podem ser aplicadas a situações que não estejam clara e taxativamente definidas ou concretizadas;

(m) Acresce ainda a favor desta tese a negativa do legislador do DL 267/94,

25.10, que não alterou então o texto do art. 917 CC: o problema já na altura era alvo de divergentes opiniões;

(n) Por fim, com base nos fundamentos invocados na sentença recorrida,

nunca o tribunal recorrido poderia ter absolvido a R. Honda Motor, demandada a título subsidiário com base na circunstância de ser produtora do veículo, visto o DL

383/98, 06.11;

(o) Com efeito, a responsabilidade do produtor e independente de culpa e o

direito ao ressarcimento prescreve no prazo de 3 anos a contar da data em que o lesado teve conhecimento do defeito e da identidade do fabricante, art. 11, DL cit.;

(p) No entanto, a prescrição deste direito não foi alegada por Honda Motor e, mesmo que o tivesse sido, o argumento nunca poderia proceder;

(q) Deste modo, alem de nula, a sentença em crise viola o disposto nos arts. 917 CC e 11, DL 383/89, 06.11: deve ser revogada, para prosseguimento da lide.

IV. Contra-alegações (Honda Motor):

(a) E quase unanimemente considerado pela doutrina e jurisprudência que os prazos de caducidade estabelecidos nos arts. 916 e 917 CC devem ser aplicados as acções tendentes ao exercício do direito de reparação de coisa defeituosa;

(5)

(b) Invocou a R. Ondavis a caducidade do nunca admitido direito invocado pela A., baseando-se num conjunto de factos provados pelo confronto articular;

(c) Dados tais factos como provados, tem-se como decorrência lógica que o direito que o A. se arrogava já caducou;

(d) E a extinção por caducidade desse direito e eficaz em relação a ambas as recorridas: julgou bem o tribunal de 1a instância ao absolver ambas as RR do pedido.

V. Contra-alegações (Ondavis):

(a) Pela factualidade dada como provada, julgou bem o tribunal recorrido ao acolher a excepção invocada: estão já há muito ultrapassados os prazos legais para o exercício do direito de acção pelo recorrente;

(b) Com efeito, e unanimemente entendido que as situações previstas no art. 914 CC são aplicáveis, por interpretação extensiva, os prazos estabelecidos no art. 917, e nunca o prazo geral do art. 309 CC;

(c) Deve ser mantida inteiramente a sentença recorrida.

VI. Recurso: pronto para julgamento, nos termos do art. 705 CPC.

VII. Sequencia:

(a) A sentença recorrida apenas se debruçou sobre o pedido de reparação ou substituição da moto e neste domínio não foi posta em crise pelo recorrente.

(b) Arguida a nulidade por omissão de pronúncia, posto que o pedido formulado contra a R. Honda Motor recobre autonomia característica e não dependente do pedido formulado contra Ondavis senão nos precisos termos da formula-pedido subsidiário, que aliás excluiu em concreto esta ultima R. quando muito bem poderia tê-la incluído, esta presente na verdade o hiato. De qualquer modo, e menos importante declarar nulo o despacho quanto suprir a nulidade,

(6)

verificando agora se a causa deve prosseguir nos limites de uma responsabilidade do produtor accionada contra o fabricante.

(c) Ora, Honda Motor e segundo a p.i. entidade incluída no art. 2, DL 383/89,

06.11, enquanto o tipo de responsabilidade previsto neste instrumento legal pode conformar pedidos de reparação de prejuízos nos termos em que o A. apresenta o seu, e ate 3 anos a contar da data em que o lesado teve conhecimento do defeito causador, art. 11 cit.

(d) Por conseguinte, neste domínio não prescreveu o direito accionário e segundo a Contestação apresentada por Honda Motor também se nau verifica hipótese de caducidade; transcreve-se: …a moto foi vendida em 01.03.01…; a

matricula data desse mesmo dia, bem assim o livrete - …esta correcto o A. quando

afirma que a R. se considera produtor para efeitos do DL 383/89 e pela presente Contestação impugna esta a existência de defeito na moto em causa… pois e factual que oferecia a segurança com que legitimamente se pode contar, tendo em conta… a utilização que dela razoavelmente pode ser feita e o momento da sua entrada em circulação.

(e) Seguirá a causa, pois, regressando à fase da Audiência Preparatória antes de ser anotada a matéria assente e elaborada a base instrutória, tudo visto à luz do art. 508-A/1.e CPC.

(f) Mas o despacho recorrido subsiste naturalmente na parte em que não é afectado por esta decisão.

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