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FICHA TÉCNICA

Título original: L’Ora della Battaglia

Uma história de Pierdomenico Baccalario

Ilustrações e projeto gráfico: Iacopo Bruno

Copyright © 2015 Atlantyca S.p.A., Italy Projeto editorial de Atlantyca S.p.A. Italy © 2015 Edizioni Piemme S.p.A.

© 2018 Mondadori Libri S.p.A. for PIEMME, Italia Edição original publicada por Edizioni Piemme S.p.A.

International Rights © Atlantyca S.p.A., via Leopardi, 8, 20123 Milan, Italy — foreignrights@atlantyca.it — www.atlantyca.com

Tradução © Editorial Presença, Lisboa, 2020 Tradução: Filipe Guerra

Revisão: Anabela Macedo/Editorial Presença

Composição, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.

1.a edição, Lisboa, agosto, 2020

Depósito legal n.º 471 695/20

Reservados todos os direitos

para a língua portuguesa (exceto Brasil) à EDITORIAL PRESENÇA

Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo

2730-132 Barcarena info@presenca.pt www.presenca.pt

Copyright e licença exclusiva da marca Ulysses Moore são propriedade da Atlantyca S.p.A. Todos os direitos reservados. Direito moral do autor certi-ficado. Todos os nomes, personagens e símbolos constantes deste livro, bem como copyright da Atlantyca Dreamfarm s.r.l., são licenças exclusivas da Atlantyca S.p.A. na sua versão original. Traduções e/ou adaptações são proprie-dade da Atlantyca S.p.A. Todos os direitos reservados.

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Ulysses Moore

A Hora

da Batalha

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Desaprovo profundamente os duelos. Se um homem tivesse de me desafiar, tomá ‑lo ‑ia gentilmente pela mão e, com com‑ placência, levá ‑lo ‑ia para um lugar tranquilo e matá ‑lo ‑ia.

Mark Twain

Para alguém que saiba pegar minimamente numa espada, é sempre uma honra aceitar um duelo.

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Estimada redação,

Creio que esta é mesmo a última carta que vos escrevo. Terminei a tradução do manuscrito, da primeira à última linha. E estou exausto. Surpreendido, feliz. Mas exausto. Não há mais nada a acrescentar. A história de Ulysses Moore e dos seus jovens amigos termina aqui. Depois de todos estes anos, em que me confrontei com os seus pequenos enigmas e textos muitas vezes crípticos que me enviou, isto é como soltar um longo suspiro de alívio. Estamos no ajuste de contas. Na última batalha. Aquela em que, finalmente, mostram as cartas.

Iniciámos esta nova aventura com um grupo de amigos, Murray, Connor, Shane, Mina e os dois gémeos, a contas com a descoberta do Metis, o navio de Kilmore Cove encalhado num pântano. Seguimo ‑lo enquanto viajavam ao longo das correntes do Azul e chegavam a uma Kilmore Cove deserta, povoada de fantasmas. A Companhia das Índias Imaginárias bloqueara todas as rotas e navios negros guardavam os Portos dos Sonhos. Seguimos Murray e os seus companheiros quando partiram em busca do lugar em que a frota da Companhia das Índias Imaginárias se reunia e, depois, em busca de Ulysses Moore, desaparecido algures nos Lugares Imaginários. Lemos como o libertaram, para depois tentarem libertar também os outros rebeldes. Até à Ilha das Prisões, a zona prisional de onde nunca alguém, antes de Murray, havia conseguido fugir. Porque o que Murray sabia fazer era único. Ele sabia abrir as Portas do Tempo. E aprendera a fazê ‑lo ao falar com um construtor de portas — o primeiro prisioneiro daquela ilha, que se compunha de sucessivas prisões.

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O capítulo final desta odisseia está agora nas vossas mãos, traduzido com a habitual dificuldade e cheio das imprecisões e contradições que Ulysses Moore gosta de disseminar pelos seus escritos. Posso dizer ‑lhes que, quando traduzia, fui apanhado várias vezes de surpresa e saltei páginas para ver mais rapida‑ mente o que aconteceria depois. Fi ‑lo até ao fim, até à última página, em que todas as coisas são finalmente explicadas.

Era tão simples! Sim, apesar de tudo, era muito simples. No entanto, eu nunca tinha pensado nisso antes.

Desejo ‑lhes uma boa leitura.

Quanto a mim, aqui do meu canto, acho que vou meter ‑ ‑me na banheira, na qual espero não ouvir ao longe as vozes dos Portos dos Sonhos a chamarem ‑me, convidando ‑me a visitá ‑los!

Mas, se tal tivesse de acontecer, confesso ‑vos já que dificil‑ mente resistiria.

E que deixo todos os meus apontamentos a pessoas de confiança, para o caso de precisarem de outras clarificações.

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A

Porta do Tempo fecha -se à sua passagem e desa-parece, deixando na parede um halo lumi nescente.

Murray olhou à sua volta, incrédulo.

Sim, conseguira. Até há poucos momentos, estava na Vivenda Argo, em frente da porta da saleta que fica ao cimo das escadas e é uma Porta do Tempo. Agora, depois de a ter aberto e transposto, encontrava -se num compartimento despojado, com apenas dois beliches e um banco a servir de mesa de cabeceira. O reboco estava rachado nas paredes por fendas compridas e, na do lado oposto à Porta por onde tinha entrado, havia uma porta verdadeira, de ferro, uma passagem intransponível para quem ali vivesse.

Estava numa prisão. Na cela do seu pai.

O seu pai, porém, não estava lá.

Murray não o tinha visto naquela visita pois não arran-jara maneira de o fazer e, dadas as circunstâncias, nem sequer havia pensado que isso fosse possível. Encostou -se à parede da cela e respirou profundamente, pensando no que poderia fazer.

— Papá? — chamou, baixinho.

Talvez fosse a hora do passeio e ele estivesse lá fora, no pátio, ou então ocupado numa qualquer outra ativi-dade. Ouvira dizer que alguns reclusos eram autorizados a fazer trabalhos úteis durante o dia, mas não sabia se o seu pai fazia parte desse grupo de presos. Nunca lhe falara nisso.

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O prisioneiro

Normalmente, falavam de coisas completamente diferentes.

A partir do momento em que Murray lhe dera a ler alguns dos seus contos, passara a ser esse o tema prin-cipal das suas conversas. O rapaz adorava discorrer sobre essas histórias, que só aparentemente eram fruto da sua fantasia, e, ao mesmo tempo, como se dera conta, surtiam um efeito muito especial no pai: permitiam -lhe evadir -se, levantar voo com a mente, «sair» através das grades da sua prisão.

Só poucas semanas antes Murray e a mãe haviam alimentado a ilusão de que o juiz lhe concederia uma saída antecipada da cadeia. Mas depois, infelizmente, nada acontecera. Ao que parecia, o recluso ainda não reunia as condições necessárias. O senhor Clarke era uma «pessoa informada sobre os factos» e os factos eram ainda um mistério. Assim como era um mistério o motivo por que tinha sido preso.

O rapaz, contudo, não perdera a esperança. Se alguma coisa tinha aprendido durante as suas aventuras nos mun-dos do além -mar, era a de que havia sempre a necessidade de uma pessoa nunca se dar por vencida, nem sequer nas prisões mais horríveis, fosse no oceano revolto pela tempestade, fosse numa selva povoada por canibais.

Tudo consistia em saber usar a imaginação.

Murray sabia que o seu pai era como ele. Tinha a cer-teza de que ele via o mundo com os seus próprios olhos e queria mudar tudo o que não lhe agradava.

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De repente, ouviu barulho do outro lado da porta. Encostou -se à parede, procurando instintivamente um esconderijo. Mas não havia qualquer lugar onde se escon-der. Então, reteve a respiração e esperou. Estava alguém lá fora, provavelmente um guarda ou um dos reclusos que voltava para a sua cela. Pôs -se à escuta, esperando reconhecer a voz do pai.

Não tinha um plano preciso, uma vez que nem sequer havia tomado em consideração a ideia de conseguir entrar ali dentro. Em boa verdade, nem sequer pensara na maneira de impedir o pai de gritar no momento de, eventualmente, o encontrar dentro da cela.

«Agora não há tempo. Segue me, depois explico --te tudo.»

Seriam estas as palavras rituais, não? E depois? Depois abriria uma nova porta na parede atrás dele e sairiam por ali, ele e o pai.

O barulho tornou -se cada vez mais ténue, depois desa-pareceu.

Murray voltou a respirar à vontade e desencostou -se da parede. Aproximou se de um dos beliches e passou --lhe a mão por cima. Estava frio.

Não podia sair da cela para procurar o pai. Nem sequer podia esperar por ele, uma vez que viria certa-mente acompanhado pelos guardas.

Mais uma vez, a resposta chegou -lhe do interior. Tornou -se -lhe claro que o único meio que podia utilizar para falar com o pai era o que sempre tinha utilizado.

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O prisioneiro

Assim, pegou num papel e numa caneta e começou a escrever.

Tinha de o informar de ter estado ali, de que chegara de um lugar que poucos haviam conseguido alcançar e que se chamava Kilmore Cove.

Algures do seu interior, talvez do seu inconsciente ou do lugar das suas esperanças mais profundas, continuava a não o abandonar a ideia de levar dali o seu pai e de irem juntos para esse lugar, como tinha feito Shane com o senhor Waitling.

Da cela de uma prisão para um país em guerra. Mas uma guerra pela liberdade, escreveu Murray. Enquanto anotava febrilmente as poucas informa-ções que queria deixar ao pai, Murray começava a recear que alguma coisa corresse mal. Agora que a guerra fora declarada e que havia encontrado Larry Huxley, voltar para casa, para a vida de todos os dias, não lhe parecia uma escolha fácil.

Até àquele momento, falara à sua mãe dos seus fins de semana no barco com Connor e, se bem que ela o tivesse sempre ouvido com um ar de fascínio, nunca imaginara sequer que aquelas histórias fossem verdadeiras.

Uma mensagem numa garrafa. Um mapa do tesouro.

Eram assim as suas histórias e também aquela que agora, apressada e furiosamente, estava a escrever ao seu pai. No fundo, era também assim qualquer livro, e também os diários de Ulysses Moore, graças aos quais,

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ou por culpa dos quais, ele, Mina, Shane e Connor conseguiram chegar a Kilmore Cove.

Depois de terminada a escrita do breve conto, Murray releu -o e não ficou satisfeito com o que escre-vera. Não havia conseguido comunicar naquelas poucas linhas uma morada, um sentido, como se aquela aven-tura devesse conduzi -lo a um porto seguro, mas que, no en tanto, não conseguia tornar percetível.

Murray tirou do bolso a bússola de ouro que encon-trara no compartimento secreto da secretária de casa e pô -la sobre as folhas do conto, à laia de pisa -papéis. Ou de assinatura. Talvez o pai a reconhecesse, se por acaso a tivesse escondido ele ou o velho Fanny, o suca-teiro a quem ele comprara o móvel.

«É uma coisa de casa, papá. Sou mesmo eu», queria significar.

Depois, olhou uma última vez para a cela despojada na qual o pai estava encarcerado, a perder o seu tempo, há um período demasiado longo.

«Ou talvez não.»

Talvez se passe o mesmo com toda a gente, pensou. Talvez o valor do nosso tempo não dependa das paredes que nos cercam, mas da maneira como decidimos utilizá --lo dentro de nós. Do modo como imaginamos usá --lo antes ainda de o termos à disposição. E da forma como depois o recordamos.

O tempo constrói -se e expande -se, pensou Murray, para além dos limites que nos são impostos.

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O prisioneiro

O tempo preenche -se.

E antes que pudesse terminar aquele pensamento, a parede da cela começou a ficar evanescente e as fendas no reboco disseminaram -se como ramos secos, suspensos numa nuvem leitosa.

Uma rajada de vento frio invadiu a cela, expulsando o cheiro a ranço e a fechado.

A Porta do Tempo, a porta entre os mundos imaginá-rios, abriu -se de novo à sua frente e Murray atravessou -a, sem perceber se tinha sido ele a chamá -la ou se tinha sido ela a convocar o seu último construtor.

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