• Nenhum resultado encontrado

Poder Judiciário do Estado de Rondônia 2ª Câmara Especial

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Poder Judiciário do Estado de Rondônia 2ª Câmara Especial"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Poder Judiciário do Estado de Rondônia 2ª Câmara Especial

Data de interposição: 13/05/2016 Data do julgamento : 09/08/2016

0008126-62.2014.8.22.0001 - Embargos de Declaração em Apelação (Recurso Adesivo)

Origem : 0008126-62.2014.8.22.0001 Porto Velho - Fórum Cível / 1ª Vara da Fazenda Pública

Embargante : SINSEPER - Sindicato dos Servidores do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia

Advogado : Lenine Apolinário de Alencar (OAB/RO 2219)

Embargado : Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia - IPERON

Procurador : Procuradoria Geral do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia - IPERON

Relato : Desembargador Renato Mimessi

EMENTA

Embargos de Declaração. Processo Civil. Contradição. Sanação do vício. Empréstimo de efeitos infringentes ao recurso. Excepcionalidade. Recurso parcialmente provido.

Verificada a ocorrência de vício embargável no Acórdão combatido, cuja sanação enseje a modificação daquilo que restou decidido anteriormente, há de se atribuir, em caráter excepcional, efeitos infringentes ao recurso de Embargos de Declaração.

A concessão de vantagem ou aumento de remuneração de servidores sem que haja previa dotação orçamentária suficiente para atender as projeções de despesa de pessoal e acréscimos dela decorrentes, apesar de não eivar a norma de vício de inconstitucionalidade, inviabiliza sua aplicação no exercício em curso, devendo ser aplicada a partir de 1º de Janeiro do exercício subsequente.

Recurso parcialmente provido.

ACÓRDÃO

(2)

desembargadores da 2ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, em:

POR UNANIMIDADE, DAR PROVIMENTO PARCIAL AOS EMBARGOS.

Os desembargadores Walter Waltenberg Silva Junior e Eurico Montenegro acompanharam o voto do relator.

Porto Velho, 09 de agosto de 2016.

DDESEMBARGADOR RENATO MIMESSI RELATOR

(3)

Poder Judiciário do Estado de Rondônia 2ª Câmara Especial

Data de interposição: 13/05/2016 Data do julgamento : 09/08/2016

0008126-62.2014.8.22.0001 - Embargos de Declaração em Apelação (Recurso Adesivo)

Origem : 0008126-62.2014.8.22.0001 Porto Velho - Fórum Cível / 1ª Vara da Fazenda Pública

Embargante : SINSEPER - Sindicato dos Servidores do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia

Advogado : Lenine Apolinário de Alencar (OAB/RO 2219)

Embargado : Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia - IPERON

Procurador : Procuradoria Geral do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia - IPERON

Relato : Desembargador Renato Mimessi

RELATÓRIO

Trata-se de Embargos de Declaração opostos pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Instituto de Previdência do Estado de Rondônia – SINSEPER contra o acórdão que negou provimento ao recurso de apelação anteriormente interposto pelo próprio sindicato, mantendo incólume a Sentença que, por seu turno, denegou a segurança postulada nos autos do mandado de segurança impetrado contra ato cuja prática fora atribuída ao Presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Rondônia – IPERON.

Em suas razões de recurso, o SINSEPER alega a ocorrência de contradição no acórdão embargado, na medida em que não obstante filiar-se à jurisprudência do STF e decidir pelo impeditivo de aplicação da lei no exercício financeiro em que publicada (2013), determinou que surtisse seus regulares efeitos somente no ano de 2015, enquanto que o correto seria já no ano de 2014, nos termos definidos pelo precitado precedente do STF.

Sustenta ainda que acaso mantido o entendimento de que a lei somente deverá surtir seus efeitos a partir do exercício de 2015, há de se considerar seus efeitos já no dia 1º de Janeiro daquele ano, situação esta não observada no presente caso.

(4)

Requer o provimento do recurso para sanação do vício apontado com a consequente atribuição de efeitos infringentes.

Contrarrazões da autoridade embargada postulando pelo improvimento do recurso.

É o relatório.

VOTO

DESEMBARGADOR RENATO MIMESSI

Conforme relatado, o Sindicado dos Servidores do IPERON opõe Embargos de Declaração por entender haver vício de contradição verificado no acórdão retro no que respeita à análise do termo inicial de eficácia da Lei Complementar nº 746/13, que instituiu novo plano de cargos e salários aos servidores do IPERON.

Ressalta-se, por oportuno, que os Embargos de Declaração são espécie de recurso destinados tão somente a promover a sanação de vícios específicos expressamente previstos pela norma processual.

Atualmente, o art. 1.022 da Lei 13.105/15 – que instituiu o Novo Código de Processo Civil brasileiro, prevê serem cabíveis os Embargos de Declaração nas seguintes hipóteses:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;

III - corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

(5)

II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º. Na espécie, a insurgência do Sindicado embargante concentra-se na alegação de que o Acórdão recorrido, muito embora tenha se amparada em precedente do excelso Supremo Tribunal Federal, deixou de aplicar o entendimento adotado pela Suprema Corte, pois invés de reconhecer os efeitos da lei novel já a partir de 1º de Janeiro do exercício subsequente ao da sua entrada em vigor, no caso do ano de 2014, decidiu pelo acerto da administração pública em promover os reajustes salariais somente em 2015, o que entende caracterizar contradição na decisão, postulando pela eliminação deste vício (art. 1.022, inciso I do NCPC).

Do acórdão combatido, extrai-se a seguinte passagem:

Neste particular, há de se ressaltar que, no campo jurisprudencial, o E. STF ao apreciar matéria análoga a que ora se discute, assentou o entendimento de que “a ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de inconstitucionalidade da lei, impedindo tão-somente a sua aplicação naquele exercício financeiro” (STF – ADI nº 3599 DF).

No caso em comento, tem-se que a Lei Complementar nº 746/13 fora editada já no final do exercício de 2013, mais especificamente no dia 16 de Dezembro daquele ano, sendo que diante da inviabilidade de se inserir os impactos financeiros das medidas já na dotação orçamentária de 2014, ficou o ente público impedido de aplicá-la naquele exercício, nos termos da jurisprudência do STF, vindo então a se implantar efetivamente o novo Plano de Cargos e Salários dos servidores somente no exercício de 2015, dando-se assim cumprimento à norma constitucional que exige a prévia dotação orçamentária para reajustes de vencimento de servidores.

Neste cenário, inexorável concluir pela ausência de direito líquido e certo dos substituídos do recorrente em se beneficiarem dos efeitos da Lei Complementar nº 746/13 a partir de sua entrada em vigor, visto que a eficácia de tais medidas ficam vinculadas a prévia dotação orçamentária do estado de Rondônia, não só por força do que consta do art. 26 da própria norma, mais principalmente pelo que dispõe a Constituição da República, conforme entendimento já firmado pelo E. STF.

Pelo que se pode verificar do trecho acima, a decisão recorrida ressaltou o fato de a Lei ora sob exame ter sido editada já no final do exercício de 2013 (segunda quinzena de Dezembro), pelo que seria notavelmente inviável de se inserir os impactos financeiros das medidas já na dotação orçamentária de 2014 e,

(6)

somente diante desta particularidade, é que se justificou a não aplicação da lei já no ano de 2014, mas somente no exercício subsequente, pelo que não há se falar em contradição neste particular.

Lado outro, o Sindicado embargante também questiona o fato de não ter sido expressamente consignado no acórdão que a readequação salarial dos servidores deveria ser efetivada a partir de 1º de Janeiro de 2015, assistindo-lhe razão neste ponto.

Revisitando os documentos que instruem os autos, verifica-se que o Instituto embargado efetivou as disposições constantes da Lei Complementar nº 746/2013 por intermédio das Portarias nº 148/GARH/GAB/IPERON; 149/GARH/GAB/IPERON e 150/GARH/GAB/IPERON, todas datadas de 19 de fevereiro de 2015, restando assim uma lacuna referente ao período compreendido entre 1º de Janeiro de 2015 e a data em que a referida lei complementar passou a surtir seus regulares efeitos.

Deste modo, evidenciado o vício constante do acórdão embargado consistente na ausência de manifestação específica acerca da eficácia da lei em questão relativo ao(s) primeiro(s) mês(es) do exercício de 2015, o presente recurso merece ser parcialmente acolhido.

Face ao exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO aos Embargos de Declaração para suprir a omissão do acórdão embargado, atribuindo-se efeitos infringentes ao recurso no sentido de condenar o IPERON a promover a implementação do PCCS dos seus servidores, cujos efeitos administrativos e financeiros devem incidir desde o dia 1º de Janeiro de 2015, cabendo à autarquia previdenciária promover o pagamento das diferenças salariais relativas ao período, cujo valor será devidamente apurado na fase de liquidação de Sentença.

Ressalta-se que, seguindo a orientação jurisprudencial do c. STJ (REsp 1270439/PR), nas condenações impostas à Fazenda Pública de natureza não tributária, os juros moratórios são aplicados com base no índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, enquanto que a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do artigo 5º da Lei 11.960/09, deverá ser calculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período.

Quanto à fixação de honorários de sucumbência, há de se considerar que os Embargos de Declaração é espécie ímpar de recurso, com natureza acessória, cuja finalidade precípua é de aperfeiçoar a decisão combatida e, excepcionalmente, acaso a sanação do vício apontado enseje a modificação da decisão embargada, é que se admite o empréstimo de efeitos infringentes ao recurso.

(7)

Em vista disso, no caso ora sob análise, considerando que os presentes embargos de declaração foram opostos contra acórdão que analisou recurso de apelação interposto na vigência do CPC/73, e que os efeitos infringentes ora reconhecidos se prestam tão somente para retornar àquela decisão colegiada para aperfeiçoá-la, penso que a norma processual aplicável ao caso deva ser a mesma aplicada no julgamento do recurso de origem.

Assim, pela solução ora apresentada, verifica-se que o IPERON decaiu de parte mínima do pedido formulado pelo SINSEPER, pelo que deverá o Sindicato responder por inteiro pelas despesas e honorários já fixados, nos termos do que dispõe o art. 21, parágrafo único, do CPC/73.

Referências

Documentos relacionados

Na população estudada, distúrbios de vias aéreas e hábito de falar muito (fatores decorrentes de alterações relacionadas à saúde), presença de ruído ao telefone (fator

volver competências indispensáveis ao exercício profissional da Medicina, nomeadamente, colheita da história clínica e exame físico detalhado, identificação dos

O objetivo desse trabalho ´e a construc¸ ˜ao de um dispositivo embarcado que pode ser acoplado entre a fonte de alimentac¸ ˜ao e a carga de teste (monof ´asica) capaz de calcular

Cosmology, Inflationary Cosmology, Modified Theories of Gravity, Physics of the Early Universe, Dark Energy, Dark Matter, Supersymmetry, Mathematical Physics, High Energy Physics,

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

aperfeiçoe sua prática docente. Nesse contexto, a implementação da política afeta os docentes na práxis do cotidiano escolar.. Os dados revelam que a Política de Bonificação

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em