• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS CARAUBAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS CARAUBAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA"

Copied!
55
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS CARAUBAS

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LUCAS DANIEL MARTINS FERNANDES

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS BERÍLIO, TITÂNIO E BORO NA DUREZA DE LIGAS DO SISTEMA CU-AL PASSÍVEIS DO EFEITO MEMÓRIA DE FORMA

CARAUBAS - RN 2018

(2)

LUCAS DANIEL MARTINS FERNANDES

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS BERÍLIO, TITÂNIO E BORO NA DUREZA DE LIGAS DO SISTEMA CU-AL PASSÍVEIS DO EFEITO MEMÓRIA DE FORMA

Trabalho de concluçao de curso (TCC) apresentada ao Curso de Engenharia Mecânica, do Campus Caraubas, Universidade Federal Rural do SemiÁrido, como requisito parcial para a obtenção do diploma de Engenheiro Mecânico. Orientador: Prof. Me. Carlos Cássio de Alcântara.

CARAUBAS-RN 2018

(3)

© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

M379i MARTINS FERNANDES, LUCAS DANIEL.

Influência dos elementos Berílio, Titânio e Boro na dureza de ligas do sistema Cu-Al passíveis do Efeito Memória de Forma / LUCAS DANIEL MARTINS FERNANDES. - 2018.

55 f. : il.

Orientador: Prof. Me. Carlos Cássio de Alcântara.

Monografia (graduação) - Universidade Federal

Rural do Semi-árido, Curso de --Selecione um

Curso ou Programa--, 2018.

1. Efeito memória de forma. 2. Liga Cu-Al. 3. Cu-Al-Be. 4. Cu-Al-Be-TiB. 5. Dureza Brinell. I. de Alcântara, Prof. Me. Carlos Cássio , orient. II. Título.

(4)

LUCAS DANIEL MARTINS FERNANDES

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS BERÍLIO, TITÂNIO E BORO NA DUREZA DE LIGAS DO SISTEMA CU-AL PASSÍVEIS DO EFEITO MEMÓRIA DE FORMA

TCC apresentada ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Campus Caraubas, como requisito parcial para a obtenção do diploma de Engenheiro Mecânico.

APROVADO EM ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________ Prof Me. Carlos Cássio de Alcântara

Orientador

_________________________________________________________ Prof. Me. Andersson Guimarães Oliveira

Membro

_________________________________________________________ Me. Joe Vítor Alves do Nascimento

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiro agradeço a Deus e a minha família principalmente a minha amada mãe, Antônia Raimunda, por guiar meu caminho e dar forças para buscar e realizar meus sonhos. Os meus sinceros agradecimentos, ao Prof. Me. Carlos Cássio de Alcântara, por me aceitar como aluno orientado, pela paciência e dedicação, incentivo, noites viradas, ensinamentos e conhecimentos adquiridos durante a realização deste trabalho.

A todos os meus amigos (as), principalmente os da UFERSA Campus Caraubas, em especial aos meus colegas/amigos de orientação Enilson, Jéssica Menezes, Lucas Soares, Marcos Barbosa e Kairo pelo auxílio em muitas etapas do trabalho.

Aos amigos e professores desde as minhas professoras do maternal, as famosas “tias”, passando pelos mestres que estiveram na minha vida escolar no ensino fundamental e médio até os professores do curso de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do SemiArido do Campus Mossoró e aos professores do curso de Engenharia Mecânica da UFERSA do Campus Caraubas no qual sempre me ajudaram na obtenção de conhecimentos acadêmicos, em especial ao professor Wendell Albano.

Ao meu grande e eterno amigo, Paulo Cesar Pinto (in memoria) que me ajudou bastante e sempre esteve presente na minha vida acadêmica e/ou pessoal junto com Jéssica Menezes.

E finalmente a todos aqueles que me ajudaram de alguma forma ou outra contribuíram para a realização deste trabalho.

(6)

“Sempre que você vir uma pessoa de sucesso, você sempre verá as glórias, nunca os sacrifícios que os levaram até ali” –

(7)

RESUMO

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS BERÍLIO, TITÂNIO E BORO NA DUREZA DE LIGAS DO SISTEMA CU-AL PASSÍVEIS DO EFEITO MEMÓRIA DE FORMA

As ligas com efeito memória de forma têm um vasto leque de aplicações possíveis, seja aplicações simples ou até aplicações mais complexas. Dentre os vários tipos de aplicações destacam-se aplicações em áreas médicas, odontológicas, termostatos entre diversos outros. O objetivo desde trabalho foi a elaboração e caracterização de ligas com memória de forma do sistema Al contendo berílio e titânio-boro nos seguintes percentuais: Liga 1 Cu-88,2%Al-11,8%, liga 2, Cu-87,6%Al-11,8%Be-0,6% e liga 3, Cu-87%Al-11,8%Be-0,6%Ti-0,5%B-0,1% (% em peso). As ligas foram elaboradas em forno sob atmosfera ambiente, tratadas termicamente e então caracterizadas por ensaios de microscopia óptica e ensaio de dureza Brinell. Foi possível constatar que a adição de pequenos teores de Be altera as temperaturas de transformação devido à alteração da composição da matriz, visto que ocorre uma redução do tamanho médio do grão, e consequentemente da dureza. Já o Ti, forma precipitados que inibem o crescimento do grão.

PALAVRAS-CHAVES: Efeito memória de forma. Liga Cu-Al. Cu-Al-Be. Cu-Al-Be-Ti-B. Dureza Brinell.

(8)

ABSTRACT

INFLUENCE OF BERYLIUM, TITANIUM AND BORON ELEMENTS IN THE HARDNESS OF SYSTEM LEAVES CU-AL EFFECTIVE MEMORY EFFECT OF FORM

Form memory alloys have a wide range of possible applications, either simple applications or even more complex applications. Among the various types of applications stand out applications in medical, dental, thermostats among several others. The objective of this paper was the design and characterization of alloys with form memory of the Cu-Al system containing beryllium and titanium-boron in the following percentages: Alloy 1 Cu-88.2% Al-11.8%, alloy 2, Cu- 87.6% Al-11.8% Be-0.6% and alloy 3, Cu-87% Al-11.8% Be-0.6% Ti-0.5% B-0.1% by weight). The alloys were prepared in an oven under a thermally treated environment and then characterized by optical microscopy and Brinell hardness tests. It was possible to verify that the addition of small amounts of B changes the transformation temperatures due to the change in the matrix composition and consequently the hardness. The Ti, forms precipitates that inhibit grain growth.

KEYWORDS: Shape memory effect. Cu-Al League. Cu-Al-Be. Cu-Al-Be-Ti-B. Brinell

(9)

LISTA DE FIGURAS

figura 1 - Classificação dos materiais ... 17

figura 2 - Representação esquemática do ensaio de dureza brinell. ... 19

figura 3 - Máquina de ensaio de dureza brinell do laboratório da ufersa-campus caraubas.. ... 20

figura 4 - Efeito unidirecional. ... 22

figura 5 - Efeito memória de forma reversível. ... 23

figura 6 - Temperaturas de transformação de fase de lemf... 26

figura 7 - Grau de transformação ocorrido em função da temperatura do material. ... 27

figura 8 - Formas morfológicas da martensita. (a) mar ... 28

figura 9 - Cut-off ... 30

figura 10 - Corpo de prova embutido. ... 31

figura 11 - Esquema do método de lixamento em sentidos alternados. ... 31

figura 12 - Politriz de velocidade variável do laboratório de metalografia da ufersa – campus caraubas. . 32

figura 13 - Ordenação estrutural... 35

figura 14 - Variação linear de ms em função de %be... 36

figura 15 - Fluxograma da metodologia utilizada. ... 38

figura 16 - Balança de precisão do laboratório de metalografia da ufersa – campus caraubas. ... 39

figura 17 - Fundição, elementos sendo misturados no cadinho (a), cadinho sendo levado ao forno a 1200ºc. ... 40

figura 18 - Fluxograma do ensaio de metalografia... 41

figura 19 - Presença da fase martensítica na liga cu-al temperada. aumento de 100x ... 42

figura 20 - Grão da liga cu-al temperada. aumento de 5x... 43

figura 21 - Liga cu-al-be temperada. aumento de 5x... 44

figura 22 - Liga cu-al-be-ti-b temperada. aumento de 100x. ... 45

(10)

LISTA DE TABELAS

tabela 1 - Composição %wt. dos elementos de ligas. ... 38

tabela 2 - Valores de massa, em g, usados em cada liga. ... 39

tabela 3 - Dureza da liga Cu-Al. ... 46

tabela 4 - Durezas da liga Cu-Al-Be... 47

(11)

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIMBOLOS

A Fase Austenita

Au Ouro

Ac Área da calota esférica impressa no material

Al Alumínio

Af Temperatura final da fase austenita As Temperatura de início da fase austenita

β Fase cristalina Bo Boro Be Berílio Cu Cobre Cr Cromo Cl Cloro Co Cobalto

CCC Cubo de corpo centrado

ºC Graus Celsius

d Diâmetro de uma calota esférica (mm) D Diâmetro de uma esfera de aço (mm) EMF Efeito memória de forma

εT Deformação térmica

F Carga aplicada no ensaio de dureza (N)

Fe Ferro

𝐹𝑒𝐶𝑙3 Cloreto de ferro III

HB Dureza brinell

𝐻2𝑂 Água

HCl Ácido clorídrico

LMF Liga memória de forma

LEMF Liga com efeito memória de forma

M Fase martensítica

Ms Temperatura de início da fase martensítica Mf Temperatura final da fase martensítica

(12)

μm Micrometro Ni Níquel p Medição da profundidade Si Silício Sn Estanho SE Superelasticidade T Temperatura Ti Titânio TM Temperatura martensítica TT Temperatura de transformação γ2 Fase de estrutura cúbica complexa

(13)

SUMÁRIO

RESUMO ... VIII LISTA DE FIGURAS ... X LISTA DE TABELAS ... XI LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIMBOLOS ... XII

1 INTRODUÇÃO ... 14

1.1 Objetivos ... 16

1.1.1 Objetivo geral ... 16

1.1.2 Objetivos específicos ... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 17

2.1 Classificação dos materiais ... 17

2.2 Propriedades mecânicas dos materiais ... 17

2.2.1 Dureza ... 18

2.2.1.1 Ensaio de dureza Brinell ... 19

2.3 Ligas com efeito de memória de forma (LEMF) ... 20

2.3.1 Efeito de Memória de forma ... 21

2.3.1.1 Efeito Unidimensional ... 21 2.3.1.2 Efeito bidimensional ... 22 2.3.2 Pseudo-elasticidade ... 23 2.3.3 Transformação de fases ... 24 2.3.3.1 Transformação martensítica... 24 2.4 Fundição ... 28 2.5 Metalografia ... 29 2.5.1 Observações Metalográficas ... 29

2.5.2 Etapas de preparação da amostra ... 29

2.5.2.1 Corte ... 29 2.5.2.2 Embutimento metalográfico ... 30 2.5.2.3 Lixamento ... 31 2.5.2.3.1 Lixa... 33 2.5.2.4 Polimento ... 33 2.5.2.5 Ataque Químico ... 33 2.5.3 Microscópio metalográfico ... 34 2.6 Ligas cobre-alumínio ... 34 2.6.1 Efeito do berílio ... 36

(14)

2.6.2 Efeito do Titânio ... 36

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 38

3.1 Fluxograma da metodologia ... 38

3.2 Preparação das ligas ... 38

3.3 Tratamentos térmicos... 40 3.4 Ensaio metalográfico ... 41 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 42 4.1 Ensaios de metalografia ... 42 4.1.1 Liga Cu-Al ... 42 4.1.2 Liga Cu-Al-Be ... 43 4.1.3 Liga Cu-Al-Be-Ti-B ... 44

4.2 Ensaio de dureza brinell... 46

4.2.1 Liga Cu-Al ... 46

4.2.2 Liga Cu-Al-Be ... 47

4.2.3 Liga Cu-Al-Be-Ti-B ... 47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

(15)

14

1 INTRODUÇÃO

É notório perceber que o desenvolvimento e o avanço da humanidade desde os primórdios vêm atrelado às habilidades dos seus integrantes de manipular ferramentas para satisfazer suas necessidades. Segundo Salluste (1971), os primeiros povos tinham uma pequena quantidade de materiais distintos disponíveis, tendo como destaque os materiais encontrados na natureza, tais como pedra, argila, pele de animais entre outros.

Os primeiros relatos históricos da utilização do cobre data-se na época de transição do período Paleolítico para o Neolítico, no qual o homem deixou de ser um indivíduo nômade e passou a ser sedentário, ou seja, o homem deixou de mudar de localização periodicamente e passou a fixar-se em determinadas regiões. O cobre foi um dos fatores primordiais para que essa fixação tenha tornado-se possível, visto que esse elemento acabou substituindo a pedra na fabricação de ferramentas, armas, recipientes e utensílios de extrema importância.

Inicialmente a utilização do cobre e alumínio era restrita apenas ao estado sólido, visto que o ponto de fusão dos mesmos são em torno de 1083ºC e 660,3ºC, respectivamente, e a fusão de tais materiais tornou-se possível apenas com a invenção das fornalhas. Com o tempo o homem descobriu que as propriedades de um material podem ser alteradas por meio de tratamentos térmicos e pela adição de outras substâncias. Com isso foi possível a fundição de cobre unido a outros metais, obtendo as ligas metálicas à base de cobre com o intuito de melhorar algumas características como resistência mecânica, ductilidade, estabilidade térmica, tenacidade e dureza.

Segundo Heinz (1995), as ligas à base de Cu possuem baixo custo de obtenção e conformação em relação às outras ligas de outros elementos químicos. Dentre as várias combinações de ligas à base de Cu possíveis, destacam-se as ligas Cu-Zn (latões), Cu-Sn (bronze), Cu-Ni, Cu-Ni-Zn, Cu-Al, Cu-Be.

Para Nava (2013), tais ligas possuem uma vasta gama de aplicações, como juntas, engrenagens, parafusos, tubulações, instrumentos cirúrgicos, elementos funcionais de sensores e atuadores que funcionam através da variação das temperaturas dos materiais, visto que depedendo do tratamento térmico elas podem funcionar com efeito de memória de forma, entre outras diversas aplicações, formando as ligas com efeito memória de forma (LEMF).

(16)

As (LEMF) são metais que, após sofrerem uma deformação, têm a capacidade de retornar à sua forma original quando a temperatura é modificada (CALLISTER, 2008).

Wilkes, Liaw e Wilkes (2000), diz que as duas ligas de memória de forma mais prevalentes são as ligas de Cu-Al-Ni e Ni-Ti, porém existem várias outras LEMF possíveis, tais como a liga Cu-Al-Be, Cu-Al-Mn, dentre outras. Sun e Huang (2009) dizem que as LEMF podem existir em duas fases diferentes, com três diferentes estruturas de cristal, como a martensita geminada, martensita e austenita.

Nesse sentido, para Padilha (1997) os materiais metálicos que possuem essa interessante propriedade, são empregados nos mais diversos segmentos da Indústria metalúrgica, que vão das aplicações aeroespaciais, eletroeletrônica, construção civil, robótica e a bioengenharia.

Nas últimas décadas, as ligas com efeito memória de forma (LEMF) têm sido aplicadas na confecção de vários dispositivos comerciais, tais como: acoplamento de tubos, fixadores mecânicos (ZAK; KNEISSL; ZATULSKIJ, 1996, p.363), válvulas, implantes, aparelhos médicos e ainda atuadores mecânicos (CZECHOWICZ; LANGBEIN, 2015, p. v).

Neste trabalho será analisada a influencia dos elementos Be, Ti e B no tamanho do grão, dureza e fase matriz de ligas a base de CuAl visto que de acordo com Garcia, Spim e Santos (2012), a adição de elementos em ligas metálicas podem modificar as propriedades mecânicas das mesmas.

(17)

1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo geral

Elaborar 3 ligas metálicas a base de Cu-Al, analisando efeito dos elementos Be, Ti e B na dureza, tamanho de grão e fase das respectivas ligas.

1.1.2 Objetivos específicos

 Elaborar as ligas Cu-Al, Cu-Al-Be e Cu-Al-Be-Ti-B através de processo convencional de fundição;

 Determinar o tamanho de grão e as fases de cada liga;

(18)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Classificação dos materiais

De acordo com Callister (2008) os materiais sólidos são classificados em 3 classes, os metais, as cerâmicas e os polímeros. Existem ainda os compósitos, no qual são a união de 2 ou mais classes mencionadas anteriormente. A Figura 1 mostra a classificação dos materiais.

Figura 1 - Classificação dos Materiais

Fonte: Adaptado de Callister (2008).

As propriedades mecânicas variam de acordo com classe de material. No metal e suas ligas, por exemplo, os átomos estão arranjados de uma maneira muito ordenada e possuem alta densidade em relação aos polímeros e cerâmicas.

As ligas à base de cobre (Cu) são classificadas na classe dos metais, visto que o cobre é um metal e é ligado a outro metal, ou até mesmo ametal, porém em pequenas quantidades (CALLISTER, 2008).

2.2 Propriedades mecânicas dos materiais

É notório perceber que muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a várias forças e cargas atuantes, com isso é de fundamental importância conhecer as propriedades

(19)

18

mecânicas dos materiais, para saber se aquele material vai ser realmente capaz de resistir aos esforços aplicados sem entrar em falha.

As propriedades mecânicas dos materiais são obtidas por meio de ensaios em laboratório. Dentre os principais parâmetros aplicados nos ensaios pode ser destacado a carga (constante ou variada) e o tempo de aplicação, sendo que essas cargas podem ser de tração, compressão ou cisalhamento.

De acordo com Callister (2008), as propriedades dos materiais vão ser variadas de acordo com as microestruturas. Dentre as principais propriedades mecânicas dos materiais, temos: resistência à tração, elasticidade, ductilidade, fluência, fadiga, dureza, tenacidade, entre diversas outras.

2.2.1 Dureza

Segundo Callister (2008), a dureza é uma medida da resistência de um material a uma deformação plástica localizada (por exemplo, uma pequena impressão ou risco). Ou seja, a dureza vai ser a resistência à penetração de um material em outro. O termo dureza também pode ser associado à resistência à flexão, risco, abrasão ou corte.

Para Van Vlack (1993) técnicas quantitativas para a determinação da dureza foram desenvolvidas com o passar dos anos. Os primeiros “engenheiros” faziam ensaios de dureza por método comparativo, ou seja, pegam um material X e passavam sobre um material Y, se ficasse a marca do risco então era determinada que a dureza de X é maior que a dureza do material Y.

Existem vários ensaios para a determinação da dureza de um material no qual a técnica mais aplicada consiste em um pequeno penetrador ser forçado contra o material a ser testado sob condições controladas de carga, tempo e taxa de aplicação. Após o ensaio são realizadas medições de profundidade para ser determinada a dureza do material levando em consideração que as durezas determinadas são apenas durezas relativas e também deve-se tomar cuidado ao se comparar valores determinados segundo técnicas diferentes. (GARCIA; SPIM; SANTOS, 2012)

Callister (2008), diz que os ensaios de dureza são os mais utilizados na indústria devido vários fatores, dentre eles temos: fácil execução, relativamente barato em relação a outros ensaios, rapidez na execução, os ensaios são não destrutivos. Dentre os principais ensaios de dureza existentes na área da engenharia, destacam-se os ensaios de dureza por

(20)

penetração no qual tem-se os ensaios de dureza Rockwell, ensaios de dureza Brinell, ensaios de microdureza Knoop e Vickers.

2.2.1.1 Ensaio de dureza Brinell

Consiste em comprimir uma esfera metálica padronizada na superfície do material ensaiado, gerando uma calota esférica, conforme mostra a Figura 2, a dureza é o quociente da carga normal aplicadada (P) pela área da superfície côncava (S). (GARCIA; SPIM; SANTOS, 2012).

Figura 2 - Representação esquemática do ensaio de dureza Brinell.

Fonte: (GARCIA; SPIM; SANTOS, 2012).

Segundo Garcia, Spim e Santos (2012), após a penetração no ensaio, a dureza Brinell (HB) do material é calculada pela equação (01).

𝐻𝐵 = 0,102 2𝑃

𝜋𝐷(𝐷−√𝐷2−𝑑²) (01)

No qual D é o diâmetro do penetrador (mm), d é o diâmetro médio da impressão (mm), P é carga (N), 0,102 é o fator de correção da carga em N para Kgf. A máquina usada para o ensaio de Brinell é mostrada pela Figura 3.

(21)

20

Figura 3 - Máquina de ensaio de dureza Brinell do laboratório da UFERSA-Campus Caraubas..

Fonte: Autoria Própria (2018).

2.3 Ligas com efeito de memória de forma (LEMF)

Segundo Lecce e Concilio (2015), os materiais com características de recuperar deformações permanentes aparentes até 10% são denominadas como ligas com efeito de memória de forma. Dentre as principais características de recuperação, destaca-se a resistência, ductilidade, dureza, rigidez, entre outras.

Para Lecce e Concilio (2015) em palavras simples, a memória de forma é uma propriedade específica que alguns materiais restauram a forma original depois que uma carga térmica é aplicada. Nessas substâncias, de fato, um aumento de temperatura pode causar a recuperação total de deformações residuais após um processo de carregamento mecânico de carga e isso é macroscopicamente percebido.

O efeito de memória de forma surge como resultado de uma mudança de fase, na qual a estrutura cristalina é reorganizada. Nesse tipo de liga existem duas fases estáveis, que são as fases a baixas e altas temperaturas, denominadas fase Martensita e fase Austenita respectivamente (AWAN, 2018, p.02).

Câmara (2008), diz que a expressão liga com efeito memória de forma (LEMF) aplicada a uma família de materiais metálicos que, mesmo após serem deformados,

(22)

demonstram a habilidade de retornar a uma forma previamente definida, desde que submetidos a um processo termomecânico apropriado. Estas Ligas apresentam duas propriedades únicas:

 Efeito de Memória de Forma:

o O efeito de memória de forma de único caminho (Efeito unidirecional); o Efeito de memória de forma reversível (Efeito bidirecional);

 A pseudo-elasticidade: o Superelasticidade; o Efeito “borracha”.

2.3.1 Efeito de Memória de forma

O efeito memória de forma acontece em metais que, após sofrerem uma deformação, têm a capacidade de retornar à sua forma original quando a temperatura é modificada (CALLISTER, 2008). Enquanto a maioria dos metais tem sempre a mesma estrutura cristalina até o seu ponto de fusão, as ligas com memória de forma têm duas estruturas diferentes (fases) dependendo da temperatura.

Srinivasan, McFarland (2001) diz que existe um intervalo máximo de temperatura, tal estado é denominado como intervalo crítico de Temperatura de Transformação (TT) no qual vai ser o intervalo que acontece a recuperação espontânea na forma da liga. Para eles, existe uma fase de Transformação Martensítica (TM) no qual é a transformação de fase que orienta o efeito memória em alguns tipos de ligas e acontece entre duas fases sólidas, envolvendo rearranjos atômicos da rede cristalina do material com diferentes níveis de tensão-deformação entre ela.

O efeito memória de forma é dividido em efeito unidimensional e efeito bidimensional.

2.3.1.1 Efeito Unidimensional

De acordo com Gunther (1998), o efeito de memória de forma de único caminho também é denominado de efeito unidirecional, no qual é caracterizado por uma mudança de fase única na forma de uma amostra. O resfriamento não causa alteração na forma, apenas

(23)

22

uma alteração intrínseca de treliça (austenita para martenita geminada/acomodada) quando submetido a tensões, com isso as deformações observadas são resultantes como deslocamento das interfaces martensita/martensita.

Para Lagoudas (2008), se a amostra for aquecida a uma temperatura T maior que uma temperatura austenítica final (Af), a martensita vai ser totalmente transformada em austenita e a amostra retorna a sua forma inicial. Ou seja, no efeitounidirecional, com o aquecimento ocorre o retorno a fase austenita e praticamente não há variação de forma como mostra a Figura 4.

Figura 4 - Efeito unidirecional.

Fonte: Adaptada de Lagoudas (2008).

2.3.1.2 Efeito bidimensional

De acordo com Gonzales (2002), em algumas ligas, é possível induzir o efeito de memória de forma duplo por meio de tratamentos termomecânicos, tal característica é conhecida como efeito bidimensional. Esse efeito consiste em uma mudança de forma espontânea e reversível durante o curso da transformação martensítica termicamente induzida, sem aplicação de solicitações externas.

Durante o aquecimento, As representa o início da transformação austenítica e Af o fim da transformação austenítica. Já o Ms representa o início da transformação austenítica e Mf o fim da transformação martensítica. Um material dotado do efeito memória de forma

(24)

reversível, apresentará em uma temperatura T > Af uma deformação εT, enquanto que em uma temperatura T < Mf, uma deformação nula.

Gonzales (2002), diz que os tratamentos termomecânicos para obtenção do efeito de memória de forma reversível, baseiam-se na introdução de defeitos microestruturais, que indizem concentrações de tensões. Estas tensões são responsáveis pelo crescumentos das plaquetas de martensita segundo certas direções preferenciais. A Figura 5, mostra a influencia do aquecimento e resfriamento no efeito memória de forma reversível.

Figura 5 - Efeito Memória de Forma Reversível.

Fonte: (GONZALEZ, 2002)

2.3.2 Pseudo-elasticidade

Para Gunther (1998), as LEMF podem apresentar um comportamento pseudo-elástico, no qual o material retorna ao seu estado inicial quando aliviado sua tensão, devido a essa propriedade, nenhuma mudança de temperatura é necessária. Um dos tipos de pseudo-elasticidade existente é a superpseudo-elasticidade (SE).

Otsuka (1998) diz que a superelasticidade é um caso particular do EMF em que a recuperação de forma se dá apenas com a retirada da tensão, sem necessidade de aquecimento.

(25)

24

Para Civjan, Huget, DeSimonN (1975) a superelasticidade é a capacidade dos materiais metálicos sofrerem grandes deformações e retorna a sua forma original ao fim do descarregamento.

Superelasticidade é a capacidade de materiais metálicos sofrerem grandes deformações, causadas pela aplicação de tensões, e retornar a sua forma original ao fim do descarregamento das mesmas (Civjan, Huget, DeSimonN, 1975).

De acordo com Montecinos (2006, apud, Oliveira, 2009) o comportamento superelástico está associado com uma grande deformação não linear recuperável após o carregamento e descarregamento, no qual uma crescente tensão aplicada a austenita gradualmente induz a uma tensão considerável, a transformação em martensita associada. Quando é removida, a transformação martensítica reversa ocrre, e o material recupera a forma original. Além disso, em ambos os efeitos, a dissipação de energia (amortecimento) é observado durante os ciclos de carga-descarga.

2.3.3 Transformação de fases

Ferreira (2002) diz que uma fase é definida como um corpo macroscopicamente homogêneo da matéria. Nas ligas metálicas, as frações parciais dos elementos químicos que as constituem favorecem a formação de mais de uma fase, no qual cada fase apresenta uma estrutura cristalina diferente. Os elementos químicos em menor quantidade são denominados solutos, já os elementos químicos em maior quantidade são denominados solvente, ou matriz. O grau de solubilidade é determinado pela solubilidade do soluto no solvente.

Ferreira (2002) continua afirmando que as fases podem também se formar por separação de soluto (precipitação) da matriz devido à diferença de solubilidade entre o solvente (elemento em maior quantidade) e o soluto (elemento em menor quantidade).

2.3.3.1 Transformação martensítica

Para Canbay (2014), a transformação martensítica é uma transformação de fase no estado sólido que ocorre sem difusão de átomos. Essa transformação é responsável pela mudança de forma entre a fase de alta temperatura denominada austenita (A), e a fase de baixa temperatura chamada martensita (M). Durante a transformação martensítica, nem a

(26)

composição química da liga ou a posição dos átomos são alteradas. A conversão da fase austenítica para a fase martensítica começa abaixo da temperatura de início da martensita (Ms). A transformação de fase é reversível e não dependente do tempo, uma vez que só distorce a rede atômica sem causar migração de átomos de longo alcance. Outra forma de obter a transformação martensítca é através da aplicação de tensão. Essa tensão necessária para promover a transformação de fase é chamada de Tensão de Indução Martensítica.

Zanaboni (2008) diz que as transformações martensítica começam em uma temperatura e param em outra. Este início e fim de temperatura são diferentes, podendo o material ser aquecido ou resfriado para ocorrer a transformação. As temperaturas em ordem de menor para maior temperatura, são definidas por:

 Final da Martensita (Martensite finish - Mf): temperatura à qual o material é totalmente martensítico e não sofre uma mudança de forma;

 Começo da Martensita (Martensite start - Ms): temperatura em que, quando a austenita é resfriada, começa a se transformar em martensita;

 Começo da Austenita (Austenite start - As): temperatura na qual a martensita começa a se transformar em austenita;

Fim da Austenita (Austenite finish - Af): temperatura na qual a mudança para austenite está completa.

Assumindo-se que parte de uma LEMF possui uma temperatura inicial completamente austenítica. Diminuindo a temperatura até Ms, o material iniciará uma transformação em martensita. Uma vez que a temperatura é diminuida até Mf, o material será totalmente martensítico (ZANABONI, 2008).

A Figura 6 mostra as temperaturas de transformação e sua relação com a martensita e austenita do material.

(27)

26

Figura 6 - Temperaturas de transformação de fase de LEMF.

Fonte: Zanaboni (2008).

Nishiyama (1978) diz que a diminuição da energia livre favorece a transformação de fase. Durante o resfriamento, a energia livre para formação da martensita é menor que a energia livre para a formação da austenita. Para ele, a temperatura de estabilização da austenita é acima de As e a temperaturas de formação martensita é abaixo de Ms.

Alexander Czechowicz e Sven Langbein (2015) dizem que com a deformação do material, as variantes martensíticas passam por um processo de alinhamento, e daí uma variante passa a predominar na rede. No processo de deformação, a martensita assume interfaces altamente móveis, definidas pela tensão mecânica atuante que alonga o material. Quando aquecido, o reticulado atômico retorna à estruta austenítica. A transformação de fase não ocorre a uma temperatura específica, mas dentro de um intervalo de temperatura.

Czechowicz; Langbein (2015) diz que o processo de transformação pode ser demonstrado em quatro temperaturas de transformação de fases. A transformação de fases começa na temperatura de início da austenita (As), essa transformação é completada na temperatura de fim da austenita (Af) deixando o material completamente austenítico. A transformação reversa começa na temperatura de início da martensita (Ms) e termina na temperatura de fim da martensita (Mf).

(28)

Para Araujo Filho (2000) a transformação martensítica é caracterizada pela histerese de transformação, no qual ocorre uma diferença entre o início da temperatura de transformação martensita (Ms) e o início de transformarção austenita (As). Na histerese 50% do material é transformado em austenita no aquecimento e 50% transformado em martensita no resfriamento, como mostrado na Figura 7.

Figura 7 - Grau de transformação ocorrido em função da temperatura do material.

Fonte: Alexander Czechowicz; Sven Langbein (2015). (Modificada)

Morfologicamente a martensita pode se apresentar de várias formas: (a) agulha; (b) borboleta; (c) plaqueta delgada em forma de “v” ou “zigue-zague”. (CAHN E HAASEN, 1983). A Figura 8 mostra a morfologia da martensita.

(29)

28

Figura 8 - Formas morfológicas da martensita. (a) mar

Fonte: CAHN E HAASEN, 1983 (MODIFICADA).

2.4 Fundição

De acordo com Monticelli (1994) o processo de fundição consiste na fabricação de peças metálicas por meio do preenchimento, com metal líquido, de um molde cuja cavidade apresenta dimensões similares às da peça que se deseja produzir. Porém uma definição mais técnica e atual para fundição consiste na preparação, fusão e refino de insumos metálicos, seu vazamento em moldes (por gravidade, pressão, centrifugação ou vácuo) e na limpeza e acabamento das peças brutas assim obtidas.

Segundo Soares (2000) a escolha do processo de fundição é fundamental na definição do grau de precisão dimensional, do acabamento e das propriedades mecânicas da peça que se pretende fabricar. O material do molde é um importante variável do processo. Por exemplo, a taxa de dissipação do calor varia de acordo com esse material, o que

(30)

determina o tamanho final do grão formado, que, por sua vez, influencia a resistência mecânica do fundido. As peças resultantes podem passar por um processo de acabamento, como a usinagem ou o forjamento.

2.5 Metalografia

Segundo Colpaert (1974) metalografia é o estudo da morfologia e estrutura dos metais. Para a realização da análise metalográfica, o plano de interesse da amostra tem que ser cortado, lixado, polido e atacado com reagente químico, de modo a revelar as interfaces entre os diferentes constituintes que compõem o metal.

2.5.1 Observações Metalográficas

De acordo com Fernandes Junior (2011) as observações metalográficas são subdividas em 2, as observações macroscopica e as observações microscopicas. As observações macroscopicas consistem na análise feita a olho nu, lupa ou microscópio estéreos com aumentos que podem variar de 5x a 64x.

O mesmo autor diz que as observações microscopias são realizadas em microscópios específicos conhecidos como “microscópio metalográficos” ou “microscópios metalúrgicos” com aumentos 50x, 100x, 200x, 500x, 1000x, 1500x e 2500x. Esse tipo de microscópio permite apenas a observação de superfícies planas e polidas, em razão disso a preparação metalográfica tem grande importância na qualidade da análise.

2.5.2 Etapas de preparação da amostra

As etapas de preparação da amostra consistem em 5 etapas, o corte, embutimento metalográfico, lixamento, polimento, ataque químico (ROHDE, 2010).

2.5.2.1 Corte

Para Colpaert (1974) no corte é utilizado o método a frio, em geral serras, para tentar deixar a peça o mais próximo possível do tamanho desejado e em seguida utiliza-se

(31)

30

um equipamento denominado “Cut-Off”, Figura 9, que faz um corte mais preciso utilizando um fino disco abrasivo e farta refrigeração, afim de não provocar alterações por calor na amostra.

Figura 9 - Cut-Off

Fonte: Autoria Própria (2018).

2.5.2.2 Embutimento metalográfico

Segundo Colpaert (1974) o embutimento metalográfico pode ser dividido em dois grupos, embutimento a quente, no qual utiliza baquelite e uma embutidora metalográfica e o ambutimento a frio que são utilizados 2 produtos, a resina e o catalisador, ambos os métodos visam obter a amostra embutida para conseguir um bom resultado na preparação metalográfica. A Figura 10 mostra um corpo de prova embutido a frio e a quente.

(32)

Figura 10 - Corpo de prova embutido.

Fonte: COLPART 2008. P07.

2.5.2.3 Lixamento

Colpaert (1974) diz que o lixamento é realizado em lixas d’água. Devido ao grau de perfeição requerida no acabamento de uma amostra metalográfica idealmente preparada, é essencial que cada etapa da preparação seja executada cautelosamente, esse é um dos processos mais demorados da preparação de amostras metalográficas. Essa operação que tem por objetivo eliminar riscos e marcas mais profundas da superfície dando um acabamento a esta superfície, preparando-a para o polimento. Existem dois processos de lixamento: manual (úmido ou seco) e automático.

A técnica de lixamento manual consiste em se lixar a amostra sucessivamente com lixas de granulometria cada vez menor, mudando-se de direção (90°) em cada lixa subsequente até desaparecerem os traços da lixa anterior (ROHDE, 2010). A Figura 11 mostra o processo de lixamento em sentidos alternados.

Figura 11 - Esquema do método de lixamanto em sentidos alternados.

Fonte: ROHDE, 2010, p.15.

Rohde (2010) diz que a sequência mais adequada de lixas para o trabalho metalográfico com aços é 100, 220, 320, 400, 600 e 1200 (pode haver variações). Para se

(33)

32

conseguir um lixamento eficaz é necessário os usos adequados da técnica de lixamento, pois de acordo com a natureza da amostra, a pressão de trabalho e a velocidade de lixamento, surgem deformações plásticas em toda a superfície por amassamento e aumento de temperatura. Esses fatores podem dar uma imagem falseada da amostra, por isso devem-se ter os seguintes cuidados:

 Escolha adequada do material de lixamento em relação à amostra e ao tipo de exame final (o que se quer analisar);

 A superfície deve estar rigorosamente limpa, isenta de líquidos e graxas que possam provocar reações químicas na superfície;

 Riscos profundos que surgirem durante o lixamento deve ser eliminado por novo lixamento;

 Metais diferentes não devem ser lixados com a utilização da mesma lixa. Além do lixamento como preparo da amostra para posterior polimento, existe o esmerilhamento ou “Lapping”, que faz uso de grãos abrasivos soltos rolando livremente entre o seu suporte e a superfície da amostra. A Figura 12 mostra uma politriz de velocidade variável.

Figura 12 - Politriz de velocidade variável do laboratório de Metalografia da UFERSA – Campus Caraubas.

(34)

2.5.2.3.1 Lixa

Folha com material abrasivo destinado a dar à abrasão a peça. Sendo necessário variar a granulação da mesma para ir melhorando o acabamento (rugosidade superficial). No lixamento o poder de desgaste é avaliado pela dureza do grão e pela sua granulometria da lixa.

Geralmente, para os trabalhos metalográficos as lixas utilizadas têm como grão abrasivo o óxido de alumínio, em casos especiais, é utilizado o diamante e o carbeto de boro. A granulometria é relatada em números. Quanto mais baixo o numero mais grossa será a lixa, ou seja, maior os grãos abrasivos. (ROHDE, 2010).

2.5.2.4 Polimento

Operação pós lixamento que visa um acabamento superficial polido isento de marcas, utiliza para este fim abrasivos como pasta de diamante ou alumina. Antes de realizar o polimento deve-se fazer uma limpeza na superfície da amostra, de modo a deixá-la isentam de traços abrasivos, solventes, poeiras e outros. A operação de limpeza pode ser feita simplesmente por lavagem com água, porém, aconselha-se usar líquidos de baixo ponto de ebulição (álcool etílico, fréon líquido, etc.) para que a secagem seja rápida. (ROHDE, 2010) O polimento é realizado através de uma Politriz. Pode ser manual, quando a amostra é trabalhada manualmente no disco de polimento e automática quando as amostras são lixadas em dispositivos especiais e polidas sob a ação de cargas variáveis. O agente polidor mais utilizado para o polimento mecânico é o diamante, devido as suas características de granulometria, dureza, forma dos grãos e poder de desbaste, porem a alumina também é um ótimo agente polidor sendo utilizada com concentração de 10% em varias granulometrias. Dependendo do tipo de agente polidor escolhido será escolhido o pano de polimento. (ROHDE, 2010).

2.5.2.5 Ataque Químico

Seu objetivo é permitir a identificação (visualização) dos contornos de grão e as diferentes fases na microestrutura. Um reagente ácido é colocado em contato com a superfície da peça por certo tempo. O reagente causará a corrosão da superfície. Os reagentes

(35)

34

são escolhidos em função do material e dos constituintes macroestruturais que se deseja contrastar na análise metalográfico microscópica. (ROHDE, 2010).

2.5.3 Microscópio metalográfico

É um tipo de microscópio para uso no controle de qualidade e produção nos processos industriais. Com ele, é possível fazer medições dos componentes mecânicos e eletrônicos, análise óptica de metais e controle de superfície.

De acordo com o propósito de uso, existem múltiplas variedades dependendo do tipo de objetivas, oculares, aumento máximo permitido, enfoque, etc. Este tipo de microscópio difere dos biológicos no qual o objeto a se estudar ilumina com luz refletida, já que as amostras cristalográficas são opacas à luz.

Seu funcionamento está baseado na reflexão de um feixe de luz horizontal que vem da fonte, onde a reflexão é produzida, por meio de um refletor de vidro plano, para baixo, através da objetiva do microscópio sobre a superfície da amostra. Parte desta luz incidente, refletida da superfície da amostra se amplificará ao passar através do sistema inferior de lentes, chegará na objetiva e continuará para cima, através do refletor de vidro plano; depois, novamente se amplificará no sistema superior de lentes (ocular).

A câmera acoplada ao tubo trinocular do microscópio possibilita gravar vídeos e capturar fotos, desta forma o usuário pode editar, criar um banco de dados profissional e fazer medições de diversas formas.

2.6 Ligas cobre-alumínio

Segundo Baron (1998) nas ligas de Cu-Al que apresentam efeito memória de forma a fase matriz estável em alta temperatura, é a fase β, com célula unitária cúbica de corpo centrado, desordenada. Após o resfriamento rápido, a fase austenita estável, desordenada, em baixa temperatura pode apresentar três tipos de ordenação estrutural como mostra a Figura 13.

(36)

Figura 13 - Ordenação estrutural.

Fonte: Silva Junior (2010, p. 12)

A matriz do sistema binário do Cu-Al é uma fase β CCC estável a alta temperatura com estequiometria 𝐶𝑢3𝐴𝑙. Enquanto a temperatura diminui, esta escada da estabilidade torna-se menor e um ponto eutetóide é alcançado em 840 K. Abaixo desta temperatura as fases em equilíbrio são a fase fase γ2 (estrutura cúbica complexa) com estequiometria 𝐶𝑢9𝐴𝑙4 e desordenada α CFC (LANZINI, ROMERO, CASTRO, 2008).

Para Silva Junior (2010) ao resfriar de altas temperaturas com velocidades de arrefecimento relativamente elevadas, é possível suprimir quase inteiramente a precipitação de fases estáveis. Sob tais circuntâncias, a fase metaestável β experimenta algum tipo de modificação atômica.

Sutou (2009) diz que ocorre uma dependência da temperatura Ms nas ligas quaternárias Cu-Al-Mn-X ou Cu-Al-Mn-X, no caso de elementos de soluto altamente solúveis X, a temperatura Ms varia linearmente como uma função do elemento X. A temperatura Ms aumenta com adições Zn e Au, enquanto diminui com as adições Ag, Ni e Sn. Já no caso de ligas com elementos de ligas de baixa solubilidade, a mudança de temperatura Ms em função do elemento X exibe pontos singulares. Estes pontos correspondem às composições em que ocorre a precipitação. Neste grupo, a temperatura Ms aumenta com adições de Si e diminui com adição de Ti, Co e Fe.

(37)

36

2.6.1 Efeito do berílio

De acordo com Recarte (2002), as propriedades do efeito memória de forma exibidas por ligas de Cu-Al são resultantes da transformação martensítica da fase β devido a adição de terceiros elementos como Be, Mn e Ni.

Montecinos (2009) diz que a adição de pequenas quantidades de Be resulta em uma diminuição significativa na temperatura Ms, em 114K para cada 1%at, sem uma mudança a título da transformação martensítica.

Belkahla (1993) diz que a adição de pequenas quantidades de Be em liga Cu-Al leva a diminuição acentuada da temperatura de transformação martensítica enquanto a composição de estabilidade da fase β não se altera significamente.

O mesmo autor defende que a variação do Ms seja função linear do percentual de berílio, segundo mostra o gráfico da Figura 14.

Figura 14 - Variação linear de Ms em função de %Be.

Fonte: Belkahla (1993).

Ele ainda diz que a adição de Be variando entre 0,3% e 0,7% tende a diminuir o tamanho do grão e aumentar algumas propriedades mecânica, como a dureza da liga.

2.6.2 Efeito do Titânio

De acordo com Peng (1997), a melhoria de propriedades mecânicas, como a dureza, de ligas de memória de forma Cu-Al-Be pode ser conseguida através da adição de pequena

(38)

quantidade de elementos tais com Ti, Co, Zn, B, Fe ou Cr. Estes elementos produzem os precipitados de segunda fase que controlam o crescimento do grão.

Segundo Sutou (1999) o Ti tem muita baixa solubilidade na matriz β e tendem a forma precipitados finos, como o Heusler 𝐶𝑢2𝐴𝑙𝑇𝑖, podendo ocorrer a formação de 2 fases. Caso isso ocorra o Ti pode influenciar de forma negativa no efeito das propriedades mecânicas do material.

(39)

38

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Fluxograma da metodologia

A Figura 15, mostra o fluxograma criado para representar a metologia utilizada no trabalho.

Figura 15 - Fluxograma da metodologia utilizada.

Fonte: Autoria Própria (2018).

3.2 Preparação das ligas

Foram elaboradas ligas Cu-Al (liga 1), Cu-Al-CuBe (liga 2) e Cu-Al-CuBe-AlTiB (liga 3). A liga 1, Cu-Al foi elaborada na seguinte composição Cu88,2% - Al11,8%. A liga 2, Cu-Al-Be foi elaborada com a seguinte composição Cu87,6% Al11,8% Be0,6%. Já a liga 3, Cu-Al-Be-Ti-B, foi composta por Cu87% Al11,8% Be0,6% Ti0,5% B0,1%. Na Tabela 1 é apresentada a porcentagem de elementos usados nas ligas.

Tabela 1 - Composição %wt. dos elementos de ligas. Composição Cu Al Be Ti B % Liga 1 88,2 11,8 0 0 0 Liga 2 87,6 11,8 0,6 0 0 Liga 3 87 11,8 0,6 0,5 0,1

Fonte: Autoria Própria (2018).

Preparação das ligas Corte do corpo de prova Tratamentos Térmicos Caracterização das ligas Ensaio de Dureza

(40)

Após a determinação das porcentagens de elementos a serem utilizados na liga deu-se início as pesagens dos elementos de liga, as mesmas foram feitas com o auxílio de uma balança analítica Shimadzu TX323L, presente no laboratório de ensaios e metalografia da UFERSA campus Caraubas, mostrada na Figura 16, afim de garantir a maior precisão possível na determinação da massa dos elementos.

Figura 16 - Balança de precisão do laboratório de metalografia da UFERSA – Campus Caraubas.

Fonte: Autoria Própria (2018).

Na Tabela 2 é apresentada os valores de massa, em grama, usados em cada liga para o processo de fundição.

Tabela 2 - Valores de massa, em g, usados em cada liga.

Massa Cu Al Cu-Be Al-Ti-B g Liga 1 264,6 35,4 0 0 Liga 2 219,6 35,4 45 0 Liga 3 217,8 7,2 45 30

Fonte: Autoria Própria (2018).

Com as massas de cada liga determinadas, iniciou-se o processo de fundição como mostrado na Figura 17, objetivando a junção dos elementos de liga, formando um único composto.

Cada liga foi fundida de forma separada, no qual os elementos eram inseridos em períodos intercalados. O forno foi mantido a 1200ºC e foi utilizado um cadinho de material

(41)

40

inerte a base de argila-grafite. Em todas as ligas sempre eram colocados primeiros os materiais de pontos de fusão elevados.

Figura 17 - Fundição, elementos sendo misturados no cadinho (a), cadinho sendo levado ao forno a 1200ºC.

Fonte: Autoria Própria (2018).

Após a fundição, as ligas foram vazadas em moldes cerâmicos, e após o resfriamento espontâneo, as mesmas foram usinadas com o intuito de preparar corpos de provas para serem analisados através dos ensaios de metalográficos e de dureza Brinell.

3.3 Tratamentos térmicos

Após o processo de fundição, as ligas passaram por 2 tratamentos térmicos, inicialmente foram homogeinizadas a 850ºC durante 12 horas em um forno da marca Lucadema e modelo Luca 200, logo em seguida passaram por uma tempera em água a 25ºC para obtenção do efeito memória de forma.

(42)

3.4 Ensaio Metalográfico

Para o ensaio metalográfico foram seguidas as etapas mostradas no fluxograma da Figura 18.

Figura 18 - Fluxograma do ensaio de metalografia.

Fonte: Autoria Própria (2018).

Os ensaios metalográficos foram realizados no laboratório de metalografia da UFERSA-Campus Caraubas e da UFERSA-Campus Mossoró. Inicialmente foram realizados os processos de lixamento em cada liga, usando lixas d’água de granulação 80, 120, 220, 300, 600 e 1200. Logo em seguida realizou-se o polimento com alumina e posteriormente foi feito o ataque químico em cada liga. O ataque químico foi feito com um reativo de cloreto ferro III (5g 𝐹𝑒𝐶𝑙3, 30 ml de HCl fumegante 37% e 100 ml de 𝐻2𝑂 destilada) disponível no laboratório de Química Geral da UFERSA-Campus Caraubas.

Foram realizados ensaios de dureza do tipo Brinell, descrito no item 2.2.1.1, e por meio do software IPWIN32 foram determinados os diâmetros do furo que o penetrador fez sobre a superfície de cada liga. A esfera do penetrador utilizada foi de 2,5 mm com uma carga de 187,5 N como determia a norma ASTM (2014) para determinação da dureza.

Visando corrigir os possíveis erros de medições foram realizados 5 ensaios de dureza em cada liga, obtendo uma média da dureza.

Lixamento (lixas 80, 120, 220,

300, 600 e 1200)

(43)

42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Ensaios de Metalografia

Através da análise das imagens obtidas por microscopia óptica, nota-se que em alguma ligas ocorreu mudança de fase e a diminuição do tamanho do grão.

4.1.1 Liga Cu-Al

A Figura 19 mostra a micrografia da liga Cu-Al temperada. Por meio da análise da figura, percebe-se a presença de plaquetas ou agulhas, dispostas na Figura 19, no qual sugere a presença da fase martensítica à temperatura ambiente nos corpos de prova temperados.

Figura 19 - Presença da Fase Martensítica na liga Cu-Al temperada. Aumento de 100x

Fonte: Autoria Própria (2018).

De acordo com Barbosa (2014) as ligas de Cu-Al com 10% de alumínio, o aquecimento a uma temperatura superior a 850ºC resulta em uma microestrutura constituída unicamente por fase β, e o resfriamento rápido leva à formação de uma microestrutura totalmente martensítica.

(44)

Por meio da análise da Figura 20, tamanho médio do grão é de aproxiamadamente 1,17mm.

Figura 20 - Grão da liga Cu-Al temperada. Aumento de 5x.

Fonte : Autoria Própria (2018).

4.1.2 Liga Cu-Al-Be

Por meio da análise da micrografia da liga Cu-Al-Be mostrada na Figura 21, identifica-se apenas a fase austenítica CCC do tipo β2 com tamanho de grão de aproximadamente 0,760 mm. O Berílio atuou como refinador de grão, reduzindo o tamanho médio de grão em torno de 35%, em relação à liga Cu-Al.

(45)

44

Figura 21 - Liga Cu-Al-Be temperada. Aumento de 5x.

Fonte: Autoria Própria (2018).

4.1.3 Liga Cu-Al-Be-Ti-B

Através da análise das micrografias, obtem-se a Figura 22, e por meio de observações da figura percebe-se que essa liga apresenta duas fases, uma fase martensítica (a), devido à presença de agulhas e uma fase austenítica (b), devido à ausência de agulhas. Em certos pontos do grão ocorre a presença de aglomerados com pigmentação preta, que estão circunscritos, tais aglomerados são precipitados de elementos químicos que devido à baixa solubilidade acabaram não entrando na matriz do grão.

(46)

Figura 22 - Liga Cu-Al-Be-Ti-B temperada. Aumento de 100x.

Fonte: Autoria Própria (2018).

No tópico 2.6.2 foi mostrado que a adição de titânio resulta em uma redução da temperaturas de tranformação, fazendo com que na temperatura ambiente a liga de Cu-Al-Be-Ti-B esteja na fase austenítica. Entretanto, devido à baixa solubilidade do Ti na matriz, ocorre a formação de precipitados. Tais precipitados são formados juntamente com outros elementos de liga, tais como o Al, o Be e o B. A retirada desses elementos de liga da matriz promove um aumento expressivo nas temperaturas de transformação, resultando assim no início da formação da fase austenítica fazendo com que na temperatura ambiente a liga Cu-Al-Be-Ti-B fique entre a temperatura de fase martensítica e austenítica.

Por meio da Figura 23 foi encontrado que o tamanho de grão dessa liga é de aproximadamente 0,6813 mm ocorrendo uma redução percentual em relação as ligas Cu-Al e Cu-Al-Be de aproximadamente 41% e 10% respectivamente.

(47)

46

Figura 23 - Grão da liga Cu-Al-Be-Ti-B

Fonte: Autoria Própria (2018).

4.2 Ensaio de dureza Brinell

Foram realizados ensaios de dureza do tipo Brinell, descrito no item 2.2.1.1, e por meio do software IPWIN32 foram determinados os diâmetros da calota esférica sobre a superfície de cada liga para ser determinada a dureza das ligas.

4.2.1 Liga Cu-Al

As durezas da liga Cu-Al são mostradas na Tabela 3. Tabela 3 - Dureza da liga Cu-Al.

Liga1 d1 d2 Média h HB Desvio Padrão

1 0,928 0,914 0,92 0,09 271,5 2 0,935 0,935 0,94 0,09 263,2 3 0,921 0,921 0,92 0,09 271,5 4 0,942 0,935 0,94 0,09 261,1 5 0,907 0,921 0,91 0,09 275,9 Média 268,7 6,2

(48)

De acordo com Barbosa (2014), as ligas de Cu-Al com 10% de alumínio, o aquecimento a uma temperatura superior a 850ºC e o resfriamento rápido torna essa liga com dureza Brinell de cerca de 250 HB.

Para Sutou (2008), alumínio aumenta o ordenamento da fase β, pormovendo maior rigidez a liga.

Com isso, os valores de dureza média encontrado de 268,66 HB nos ensaios são coerentes com a literatura, visto que o desvio padrão é de aproximadamente 6,2 e a porcentagem de alumínio utilizado na liga foi de 11%.

4.2.2 Liga Cu-Al-Be

As durezas da liga Cu-Al-Be são apresentadas na Tabela 4. Tabela 4 - Durezas da liga Cu-Al-Be.

Liga2 d1 d2 Média h HB Desvio Padrão

1 0,875 0,872 0,87 0,079 303,026 2 0,872 0,88 0,88 0,079 301,240 3 0,867 0,87 0,87 0,078 306,642 4 0,88 0,821 0,85 0,075 320,194 5 0,87 0,87 0,87 0,078 305,551 Média 307,331 7,5

Fonte: Autoria Própria (2018).

Os valores encontrados são coerentes com a literatura, mencionada no 2.6.1, pois com o acréscimo de Be na liga Cu-Al ocorreu um aumento de aproximadamente 14,5% na dureza em relação a liga Cu-Al.

4.2.3 Liga Cu-Al-Be-Ti-B

As durezas da liga Cu-Al-Be-Ti-B são apresentadas na Tabela 5. Tabela 5 - Dureza da liga Cu-Al-Be-Ti-B.

Liga3 d1 d2 Média h HB Desvio Padrão

1 0,96 1 0,980 0,100 238,629 2 0,967 0,98 0,974 0,099 241,965 3 0,98 0,986 0,983 0,101 237,111 4 0,96 0,986 0,973 0,099 242,224 5 0,967 1,03 0,999 0,104 229,486 Média 237,883 5,176

(49)

48

De acordo com Peng (1997), os valores de dureza com a adição de Ti na liga Cu-Al deveriam melhorar as propriedades mecânicas do material, como por exemplo, a dureza, porém a dureza para a liga 3 (Al-Cu-Be-TiB) encontrada foi aproximadamente 11,5% menor do que da liga 1 (Cu-Al), e isso deu-se possivelmente pela retirada de Ti da matriz por parte do precipitado.

(50)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho ligas Cu-Al, Cu-Al-Be e Cu-Al-Be-Ti-B foram elaboradas sob atmosfera ambiente e caracterizadas por microscopia óptica. Foram realizados tratamentos térmicos e ensaios de dureza Brinell. Os resultados obtidos foram satisfatórios visto que os valores encontrados se aproximam dos valores que constam nas literaturas clássicas mencionadas no decorrer do trabalho.

Com o acréscimo de elementos de liga, ocorreu uma redução do tamanho do grão e um aumento de dureza para a liga CuAlBe, já na liga CuAlBeTiB ocorreu uma diminuição na dureza, tal fato pôde ser explicado pela precipitação do TiB na matriz da liga.

(51)

50

REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, C. C. Influência do crescimento anormal de grão nas propriedades mecânicas de ligas superelásticas cualmntib e cualmn. 2017. 68 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecanica, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa - Paraíba, 2017.

ARAÚJO FILHO, O. O. Obtenção e caracterização da liga quaternária β-cu-zn-al-ni com efeito memória de forma. Dissertação de mestrado. DEMEC/ UFPE, 2000.

AMERICAN ASSOCIATION STATE HIGHWAY. ASTM E10: Standard Test Method for Brinell Hardness of Metallic Materials. Eua: Astm, 2014.

AWAN, I. Z. fascinating shape memory alloys. Institute Charles Gerhard, Ecole Nationale Superieure de Chimie, Montpellier, France, 2018. 02p.

BARON, M. P. Etude du comportement des interfaces austenite/martensite et martensite/martensite de deux alliages a effet memoire de forme: le CuCnAl et le CuAlBe. Tese de doutoro, pp. 189. L’ Institut National Dês Sciences Appliqees de Lyon, França. 1998.

BARBOSA, C. Metais não Ferrosos e suas Ligas: Microestrutura, Propriedades e Aplicações. Rio de Janeiro: E-papers, 2014.

BELKAHLA S. Elaboration et caracterisation de nouveaux alliages à mémoire de forme basse temperature type CuAlBe. Tese de doutorado, pp. 132, L’Institut National Dês Sciences Appliqees de Lyon, França. 1990.

CAHN, R.W.; HAASEN, P. Physical Metallurgy. North Holland (1983).

CÂMARA, Alexandre Sandri. Avaliação das alterações geométricas e dimensionais dos instrumentos de niti do sistema protaper para o sistema protaper universal e o efeito

(52)

destas sobre a flexibilidade e a resistência torcional. Universidade Estadual Paulista. ARARAQUARA, 2008. 25p

CZECHOWICZ, Alexander; LANGBEIN, Sven. Shape Memory Alloy Valves. New York: Springer, 2015.

CALLISTER, Willian D.. Ciência e Engenharia de Materiais. Utah: Ltc Editora, 2002.

COLPAERT; Hubertus. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns, 3ª Edição,Editora Edgarg Blücher Ltda, São Paulo – 1974.

FERREIRA, R.A.S. Transformação de fase. Aspectos cinéticos e morfológicos, Editora da UFPE, 2002.

GUNTHER, E. Arco de E. Horn: Materiais com memória de forma . In: A revista . Vol. 9, No. 1 , 1998.

FERNANDES, FRANCISCO MANOEL BRAZ. Ligas com Memória de Forma, Universidade Nova Lisboa CENIMAT. Abril de 2003.

FERNANDES JUNIOR, Paulo. Ensaios metalograficos. São Paulo: ., 2011.

GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS, Carlos Alexandre dos. Ensaios dos

Materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: Ltc Editora, 2012.

GONZALEZ, C. H. Etude des comportements electro-thermomécaniques et de la stabilisation martensitique d’alliages monocristallins à mémoire de forme base cuivre. Tese D. Sc., INSA de Lyon, France. 2002.

GUNTHER, Eggeler, E. Hornbogen: Werkstoffe mit Formgedächtnis. In: Das Magazin. Jg. 9, Nr. 1, 1998

(53)

52

Kuhn G, Jordan L. Fatigue and mechanical properties of nickel – titanium endodontic instruments. J Endod. 2002.

LAGOUDAS, Dimitris C.. Shape Memory Alloys: Modeling and Engineering Applications. Tx, Usa: Springer, 2008.

LANZINI, F., ROMERO, R., CASTRO, M. L. Influence of Be addition on order-disorder transformations in β Cu-Al. Journal Intermetallics. 2008.

LECCE, Leonardo; CONCILIO, Antonio. Shape Memory Alloy ENGINEERING for Aerospace, Structural and Biomedical Applications. Naples: Elsevier Ltd, 2015.

LEXCELLENT, Christian. Shape-memory Alloys Handbook. ISTE Ltd, Great Britain, 2013.

MONTENCINOS, S., CUNIBERTI, A., R., CASTRO, M. L. Kinetics of isothermal decomposition in polycrystalline b CuAlBe alloys. Journal Intermetallics. 2009.

MONTECELLI, C. A. A competitividade da indústria brasileira de fundição. Dissertação – Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1994.

NAVA, Marcelo. Estudo das Cinéticas de Recristalização e Crescimento de Grãos de Ligas com efeito memória de forma. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, Brasília. 2013.

NISHIYAMA, Z. Martensitic Transformation, Mats. Academoc Press, New York, 1978.

Otsuka K, Wayman CM. Shape memory materials. Cambridge: Cambridge Univ. Press; 1998. 284p.

Otsuka K, Ren X. Physical metallurgy of Ti-Ni-based shape memory alloys. Progress in Materials Science. 2005.

(54)

OLIVEIRA, Danniel Ferreira de. Determinação das propriedades termomecânicas de ligas cu-al-ni e cu-al-be com efeito memória de forma para utilização como atuadores mecânicos. 2009. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecanica, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa - Paraíba, 2009.

PADILHA, A. F. Materiais de Engenharia: Microestruturas e Materiais. S. Paulo, Ed. Hemus, 1997.

PENG, H. Y.; YU, Y.D.; LI, D. X. High resolution electron microscopy studies of martensite around xs precipitates in a Cu-Al-Ni-Mn-Ti shape memory alloy”. Acta Metallurgica Inc. Vol. 45. No. 12. 1997.

RECARTE, V. R. B. Metal Mater. Trans. San Juan. 2002.

ROHDE. R. Almir. Metalografia preparação de amostras. Santo Ângelo, 2010.

SILVA JUNIOR, Manoel Quirino da. Estudo da liga Cu-11,8 Al-x Be-0,3Ti (x =

0,5;0,6;0,7) processadas termomecanicamente. 2010. 98 f. Tese (Doutorado) - Curso de

Engenharia Mecânica, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa - Paraíba, 2010.

SALLUSTE, Catilina. Fragments des histoires. Texte établi e traduit par alfred ernout. Paris: Les Belles Lettres, 1971.

SOARES, Glória Almeida. Fundição – mercado, processos e metalurgia. Rio de Janeiro: Coppe, 2000.

SUN, L.; HUANG, W. M. Nature of the multistage transformation in shape memory

alloys upon heating. China, Liaoning Sheng, Shenyang Shi: Springer, v. 51, nov. 2009.

SUTOU, Y. et al. Ductile Cu–Al–Mn based shape memory alloys: general properties and applications. Materials Science and Technology, v. 24, n. 8, 2008.

(55)

54

SRINIVASAN, A. V., McFARLAND, D. M. Smart Structures: analysis and design. Cambridge University Press. Cambridge, (2001), 230p.

Thompson SA. An overview of nickel-titanium alloys used in dentistry. Int Endod J. 2000.

WILKES, Kenneth; LIAW, Peter K.; WILKES, Kenneth E.. The fatigue behavior of alloys

with shape memory. Knowxville: Springer, 2000.

VAN VLACK, Lawrence H.. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1993.

ZANABONI, Eleonora. One Way and Two Way–Shape Memory Effect: Thermo–

Mechanical Characterization of Ni–Ti wires. Bologna: Universita Degli Studi di Pavia,

2008.

ZAK, G.; KNEISSL, A.c.; ZATULSKIJ, G.. Shape memory effect in cryogenic Cu-Al-Mn alloys. 1995. 34 v. Tese (Doutorado) - Department of Metallurgy, Polytechnical Institute,, Leoben, 1996.

Referências

Documentos relacionados

Abstract: We consider the problem of robust model predictive control for linear sampled– data dynamical systems subject to state and control constraints and additive and

O RJ-SCIE determina no seu Artigo 15.º que sejam regulamentadas por portaria do membro do Governo responsável pela área da proteção civil as disposições

volver competências indispensáveis ao exercício profissional da Medicina, nomeadamente, colheita da história clínica e exame físico detalhado, identificação dos

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários

Dessa forma, diante das questões apontadas no segundo capítulo, com os entraves enfrentados pela Gerência de Pós-compra da UFJF, como a falta de aplicação de

Por fim, identifica-se que o aumento registrado no preço médio pago aos produtores de farinha de mandioca do Vale do Juruá, AC, ocorreu em função da redução da oferta em

[r]

Foram analisados a relação peso-comprimento e o fator de condição de Brycon opalinus, em três rios do Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, Estado de São