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Análise da utilização do teletrabalho em épocas de crise, ponderando as dificuldades e vantagens

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Ana Carolina Cesar Soares

Análise da utilização do Teletrabalho em épocas de crise,

ponderando as dificuldades e vantagens

Brasília - DF 2020

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ANA CAROLINA CESAR SOARES

TELETRABALHO: Análise da utilização do Teletrabalho em épocas de

crise, ponderando as dificuldade e vantagens

Monografia apresentada ao curso de Administração como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Profa.Dra. Clarissa Melo Lima

Brasília – DF 2020

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ANA CAROLINA CESAR SOARES

TELETRABALHO: Análise da utilização do Teletrabalho em épocas de crise, ponderando as dificuldade e vantagens

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da Universidade de Brasília (UnB) da aluna:

Ana Carolina Cesar Soares

Dra. Clarissa Melo Lima Professora-Orientadora

2020

Doutor Evaldo Cesar Cavalcante Rodrigues Mestra Patricia Bassalo Menezes. Professor - Examinador Professora - Examinadora

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho minha família, sem a qual não teria conseguido passar pelos obstáculos da vida e nem alcançar meus sonhos, principalmente minha mãe ElaineCesar dos Santos Soares, que fez de tudo para que eu tivesse o melhor acesso a educação e me deu valores e me ajudou a construir uma postura etica.

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AGRADECIMENTOS

Em especial aos meus familiares que deram o melhor de si para que eu pudesse obter escolhas, principalmente minha mãe Elaine Cesar e o meu padrasto Julio Cesar, buscando sempre me proporcionar um desenvolvimento como pessoa e profissional, afinal, a minha formação acadêmica é fruto também de seus esforços.

Aos amigos, que estiveram presentes em minha caminhada e que de alguma forma contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional, em especial minhas amigas Victoria Cordeiro, Vicky Pisco e a todos que cederam tempo para me ajudar e fornecer informações a respeito de sua jornada pessoal referente ao tema.

A Universidade de Brasilia, por proporcionar grandes mestres e um ensino de qualidade.

E por fim, e não menos importante, a minha orientadora Clarissa por não me deixar desistir mesmo em meio a um momento difícil e desafiador.

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EPÍGRAFE

“Todos têm direito de se enganar nas suas opiniões. Mas ninguém tem o direito de se enganar nos fatos.”

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RESUMO

O presente trabalho monográfico traz como tema o Teletrabalho, visando principalmente, apresentar as dificuldades e as vantagens deste formato de trabalho, em especial, nos momentos de crise. Teve como objetivo geral analisar como o Teletrabalho é estruturado para buscar atingir um maior número de pessoas do serviço público e privado com uma boa qualidade, eficácia e que supra as demandas por meio da análise de estudos já realizados, para tanto foi aplicado questionário estruturado elaborado a partir de 15 itens com escala Likert de 5 pontos, fruto de brainstorming realizado juntamente a um grupo focal, que se encontra atuando neste modelo de trabalho via o aplicativo de comunicação Teams. Especificamente, o estudo apresenta o conceito e principais aspectos do Teletrabalho, analisa a perspectivas dos agentes envolvidos, relata os benefícios do Teletrabalho, expõe os desafios enfrentados para sua efetivação e analisa sua real aplicação e efetividade em momentos de crises. Para composição do estudo a metodologia empregada teve fins exploratórios e utilizou a pesquisa bibliográfica, além do grupo focal e do questionário aplicados, utilizando abordagem qualitativa e quantitativa. Após a analise dos dados percebeu-se que o Teletrabalho é uma forma de exercício das funções do cotidiano profissional efetivada à distância, utilizando ferramentas tecnológicas e de informação que asseguram um contato direto entre o teletrabalhador e a instituição, traz economia de tempo, custo e risco quanto ao deslocamento até o trabalho, além de racionalizar o consumo dos recursos, melhorar a qualidade de vida dos servidores e promove a cultura orientada para resultados. Conclui-se que há uma boa qualidade, eficácia e que supre as demandas, porém, o Teletrabalho deve ser estruturado com base em mudanças organizacionais estratégicas que possam possibilitar novas formas de flexibilização do trabalho, alicerçadas na utilização das tecnologias da informação e comunicação. Para sua inserção deve haver uma mudança na cultura e na estrutura da instituição, a partir de um planejamento bem definido, tendo-se um estudo aprofundado da capacidade organizacional de mudar e se adaptar a este modelo de trabalho.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PIB – Produto Interno Bruto

TICs – Tecnologia da Informação e Comunicação OMS – Organização Mundial da Saúde

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa Etária ...33

Gráfico 2 – Gênero ...34

Gráfico 3 – Diagrama de Pareto ...35

Gráfico 4 – Rotina de Trabalho Remoto ...36

Gráfico 5 – Falta de Socialização ...37

Gráfico 6 – Infraestrutura ...38

Gráfico 7 – Índice de Estresse ...39

Gráfico 8 – Carga de Trabalho...40

Gráfico 9 – Distanciamento Social...41

Gráfico 10 – Teletrabalho durante o Covid-19 ...42

Gráfico 11 –Sentir-se produtivo ...43

Gráfico 12 – Concentração ...43

Gráfico 13 – Mais atenção aos afazeres de casa ...44

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Metodologia ...28 Figura 2 – Composição Escala Likert...32

SUMÁRIO

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1.1 OBJETIVO GERAL ... 10

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 10

1.3 JUSTIFICATIVA ... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 12

2.1 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PRIVADA ... 12

2.2 O SERVIÇO PÚBLICO ... 13

2.3 A GESTÃO NOS SERVIÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS ... 15

2.4 TELETRABALHO ... 16

2.4.1 Teletrabalho na Administração Pública ... 17

2.4.2 Perspectiva dos agentes envolvidos ... 21

2.4.3 Benefícios do Teletrabalho ... 22

2.4.4 Desafios do Teletrabalho ... 23

2.5 CRISE – COVID-19 ... 24

2.5.1 Teletrabalho em tempos de corona vírus ... 25

4 METODOLOGIA ... 2827 4.1 REVISÃO LITERÁRIA ... 2827 4.2 PESQUISA DE CAMPO ... 2928 4.2.1 População e amostra ... 3028 4.3 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE ... 3029 4.4 BRAINSTORMING ... 3129 4.5 GRUPO FOCAL ... 3130

4.6 ESTRUTURAÇÃO DO LEVANTAMENTO DOS DADOS ... 3230

4.7 DIAGRAMA DE PARETO ... 3331

5 RESULTADOS ... 3432

5.1 FAIXA ETÁRIA ... 3432

5.2 GÊNERO ... 3432

5.3 ÁREA DE ATUAÇÃO ... 3533

5.4 ROTINA DE TRABALHO REMOTO ... 3735

5.5 A FALTA DA SOCIALIZAÇÃO ... 3735

5.6 INFRAESTRUTURA ... 3836

5.7 ÍNDICE DE ESTRESSE ... 4038

5.8 CARGA DE TRABALHO ... 4038

5.9 DISTANCIAMENTO SOCIAL ... 4139

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5.11 SENTIR-SE PRODUTIVO ... 4341

5.13 MAIS ATENÇÃO AOS AFAZERES DE CASA ... 4543

5.14 RECONHECIMENTO ... 4543

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 4745

7 CONCLUSÃO ... 4947

REFERÊNCIAS ... 5048

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1 INTRODUÇÃO

As empresas públicas e privadas vem sendo cobradas pela eficiência, qualidade e bom e desempenho em seus serviços, de modo a apresentarem aumento da produtividade, redução dos custos e elevação do nível de transparência de sua gestão.

Levando em conta a elevada demanda e procura por serviços que recaem sobre essas empresas, é fundamental a utilização de métodos que possam minimizar as necessidades vivenciadas pelos cidadãos que procuram por diversos serviços e esperam a sua realização com celeridade, qualidade e em tempo útil, principalmente diante do dilema de uma crise, visto isso, o Teletrabalho surge como solução para esse tipo de problema.

De acordo com Mello (2004) o Teletrabalho pode ser definido pelo ato de exercer atividades que podem ser realizadas em um domicílio ou local intermediário, visando a competitividade e flexibilidade nos negócios, e, o teletrabalhador, de acordo com Estrada (2010) é aquela pessoa que desenvolve atividades laborais através de antigas e novas tecnologias de informação e comunicação, distante da sede da empresa ou da pessoa física à qual presta serviços.

Ainda segundo Estrada (2010) Escritório em Casa (Home Office) demonstra que, longe de ser um modismo como alternativa de trabalho flexível, tornou-se um modo de vida que, no Brasil, já envolve organizações públicas e privadas de destaque no âmbito empresarial.

Diante disso, o presente trabalho abordará o tema teletrabalho, delimitando-se à análidelimitando-se das dificuldade e pontos positivos na aplicação do teletrabalho, principalmente em momentos de crise. Além disso, a questão problema, motivadora dessa pesquisa, é: Como o Teletrabalho é estruturado para buscar auxiliar empresas, principalmente em momentos de crise, com uma boa qualidade, eficácia e que supra as demandas?

Portanto, o objetivo geral do estudo é analisar como o Teletrabalho é estruturado para apresentar serviços com uma boa qualidade, eficácia e que supra as demandas, tendo sido elaborado por meio da análise de artigos e do questionário aplicado. Especificamente, o estudo veio apresentar o conceito e principais aspectos do Teletrabalho, analisar a perspectiva dos agentes envolvidos, relatar os benefícios do Teletrabalho, expor os desafios enfrentados para sua efetivação e analisar a

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aplicação desse método de trabalho em meio a uma crise na saúde pública, no caso, a que estamos vivendo atualmente, através da disseminação do vírus COVID-19.

Justifica-se este estudo pelo fato de que as atividades e programas de Teletrabalho no Brasil eram, até então, difundidas em poucos segmentos profissionais e, até mesmo, desconhecidas por parte dos trabalhadores, o que leva a discriminar e levar à descrença deste método de trabalho. Existe, ainda, bastante receio por parte dos gestores e empresas em virtude dos desafios encontrados na adoção de um programa de Teletrabalho, por isso é fundamental estudos que os façam enxergar os benefícios trazidos pelo Teletrabalho, superando esses desafios. O estudo tem sua relevância firmada por contribuir para que estudantes e profissionais tenham o entendimento de que o teleatendimento, principalmente dentro da esfera de serviços ao cidadão, representa um caminho acertado dentro das empresas, estando diretamente ligado ao alcance das metas e da efetividade das ações traçadas, a partir da flexibilização do modelo de trabalho em períodos de crise.

Para alcançar os objetivos propostos, esse trabalho foi todo estruturado, sendo abordada após essa introdução a fundamentação teórica que vem apresentar os conceitos e informações relevantes ao tema, em seguida, será apresentada a metodologia do trabalho, seguida da análise e recomendações e finalizando com as conclusões e referências bibliográficas utilizadas.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Como o Teletrabalho é estruturado para buscar auxiliar empresas, principalmente em momentos de crise, com uma boa qualidade, eficácia e que supra as demandas?

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar como o Teletrabalho é estruturado para buscar atingir um maior número de pessoas com boa qualidade, eficácia e que supra a demanda, principalmente em momentos de crise.

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• Apresentar conceitos e principais aspectos do Teletrabalho; • Identificar e expor os obstáculos e benefícios do Teletrabalho; • Entender sua real aplicação e efetividade em momentos de crise;

1.3 JUSTIFICATIVA

O estudo é justificado pela preocupação em relação ao crescimento no número de trabalhadores atuando no modelo do Teletrabalho, principalmente após o início da Pandemia. Neste contexto, a discussão sobre a estrutura e aplicação desta forma de trabalho é relevante.

Entender a adaptabilidade dos funcionários e buscar as melhores formas de se aplicas um trabalho a distância se torna extremamente importante para o desenvolvimento e qualidade deste modelo, visto que, a quantidade de pessoas vem aumentando e as Empresas estão tendo de buscar essa forma de se manter em produção em um momento de crise. O estudo se justifica principalmente pelo período de crise que estamos imersos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ADMINISTRAÇÃO PRIVADA

O principal objetivo da administração pública é o interesse público, por isso seus serviços devem levar em consideração melhor forma possível para assegurar os interesses coletivos. “No setor público os resultados devem visar a produção de bens e serviços que, ao seu término, possuam uma diferença líquida positiva entre os benefícios e os custos para a sociedade” (CLEMENTE; FERNANDES, 2002, p. 21).

Segundo Pereira (2008, p. 62), “a administração pública tem como propósito a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal visando o bem comum”. Neste contexto, entender-se que a administração pública tem uma íntima relação com as necessidades públicas, e precisa considerar estas necessidades a todo momento.

A administração pública vem tentando deixar no passado os modelos burocráticos e introduzir técnicas gerenciais que tragam para a cultura do serviço público as noções indispensáveis de qualidade, produtividade, resultados e responsabilidade. Com o intuito de aprimorar os serviços prestados pelo governo, procurando sempre alcançar a eficiência, qualidade e melhoria contínua de todo o sistema, a administração pública vem buscando uma reforma gerencial focada na modernização dos processos e emprego de novas ferramentas, como é o caso da utilização do teleatendimento por meio das Centrais de atendimento.

O principal objetivo da Administração privada é obter lucros, visto isso, os resultados e retornos são priorizados, acompanhados e analisados ao longo da produção. Paludo (2010) elenca algumas divergências entre a Administração Pública e Administração Privada, como por exemplo, na administração pública, o “cliente” paga pelos serviços por meio de impostos mesmo que ele não os utilize, já na administração privada o cliente apenas paga pelo serviço que ele utiliza de fato; a ação governamental é complexa e tem menos autonomia, já a iniciativa privada é menor e mais autônoma; as atividades públicas em geral, são monopolistas e os usuários não podem escolher outra forma de atuação, na iniciativa privada existe a livre concorrência e várias opções; o governo tem como principal objetivo servir os

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interesses gerais da sociedade, enquanto que as empresas privadas tem como objetivo servir os interesses de indivíduos ou grupos específicos.

2.2 O SERVIÇO PÚBLICO

Quase todos os doutrinadores têm dificuldades de encontrar um conceito para o serviço público, partindo do pressuposto de que o serviço público se destina a satisfazer os anseios da sociedade, e esses anseios se transformam em razão do contexto histórico e sócio econômico em que a comunidade está situada.

A noção de serviço público nasceu com a noção de um estado intervencionista, que tinha a finalidade de propiciar melhores condições sociais a sociedade. No Brasil, o conceito de serviço público desencadeou três correntes distintas, a primeira corrente baseia-se no critério orgânico, no qual o serviço público é aquele prestado por órgãos públicos; a segunda corrente baseia-se no critério formal, pelo qual serviço público seria aquele disciplinado por regime de direito público; e a terceira corrente se baseia no critério material, pelo qual considera serviço público aquele que corresponde direta e essencialmente aos interesses da população que não são atendidos de forma adequada pelo setor privado.

Porém, esses critérios sofrem muitas críticas dos doutrinadores, para eles, o critério orgânico não poderia ser utilizado pois, hoje em dia, a execução das atividades públicas não são restritas apenas ao Estado, podendo ser delegadas também ao setor privado. O critério formal não poderia servir como conceito, porque em certos casos incidem normas do direito privado na prestação de alguns serviços públicos, além disso, o critério material também não poderia servir como parâmetro, pois nem sempre as atividades prestadas pelo Estado são essenciais para a sociedade e também existem certas atividades que o Estado promove que são voltadas em favor do individuo de forma indireta e mediata.

Para Meirelles (2002, p. 316): “Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundarias da coletividade ou simples conveniências do estado”.

Na visão de Di Pietro (2003), serviço público seria toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por meio de seus delegados,

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com o objetivo de satisfazer concretamente as necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público.

O serviço público é conceituado por Carvalho Filho (2011, p. 297) com “toda atividade prestada pelo estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundarias da coletividade”.

Eis o enfoque dado por Gasparini (2012) traz o serviço público como uma atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade frutível preponderantemente pelos administrados, prestada pela administração pública ou por quem lhe faca as vezes, sob um regime de Direito Público, instituído em favor de interesses definidos como próprios pelo ordenamento jurídico.

E, por fim, o conceito um pouco restrito de Mello (2013, p. 687):

Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em feral, mas fruivel singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público- portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais – instituído em favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo.

Então, o serviço público é uma atividade da Administração Pública, prestado pelos seus órgãos da administração direta e indireta e, também, por empresas privadas que exercem através do instituto da delegação determinados serviços específicos ou genéricos para a comunidade, tais como: energia elétrica, serviço de telecomunicações, transporte coletivo, etc.

Essa possibilidade de delegação decorre de norma expressa pela Constituição Federal, conforme segue:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado.

O Estado tem como objetivo a prestação dos serviços públicos à comunidade, porém, o próprio Estado não consegue prestar esses serviços de forma eficiente e

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acaba por delegar ao setor privado a sua execução. Entretanto, cabe à Administração Pública o poder de regulamentar, alterar e controlar o serviço que foi delegado aos particulares.

2.3 A GESTÃO NOS SERVIÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS

A definição de gestão e de administração tem vários significados, ou seja, dependem do contexto em que são aplicados ou atribuídos e, também, na qualidade de atendimento prestado na administração pública e privada. Ao longo dos tempos, notamos que este conceito de gestão não foi considerado aplicável à administração pública, concretamente, pelos dirigentes, isto é, considerava-se que o seu papel era administrar de acordo com as regras que lhes eram atribuídas e conforme os recursos afetos aos seus serviços, salvaguardando o cumprimento de atribuições e o exercício de competências predefinidas (NEVES, 2002).

Correa (2009) nos apresenta que essas características das organizações privadas, existentes na sociedade civil, não encontram qualquer paralelo nas organizações estatais, que, por serem instituídas pelo Estado para desempenhar funções de interesse público, são mais frequentemente chamadas de instituições. Já as organizações públicas encontram-se subordinadas ao Estado e têm sua missão e seus objetivos determinados legalmente e não autonomamente, como nas organizações privadas.

Sendo assim, cabe à administração pública utilizar e implementar ferramentas credíveis, capazes de minimizar os problemas e alguns constrangimentos nos serviços prestados (atendimento), fazer um estudo de mercado para saber em que setores há maior margem de reclamações e, com isso, dar consistência a novas abordagens relativas à reforma da qualidade de atendimento prestado na administração pública, de modo a garantir o funcionamento adequado dos serviços públicos, ou seja, dar resposta eficaz e eficiente às necessidades da sociedade e referente às políticas públicas.

Guimarães (2000) nos traz que as tentativas de inovação na administração pública significam a busca da eficiência e da qualidade na prestação de serviços públicos. Para tanto, são necessários os rompimentos com os modelos tradicionais de administrar os recursos públicos, bem como a introdução de uma nova cultura de gestão.

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2.4 TELETRABALHO

Segundo Melo (1999) do fruto da busca constante por instituições mais competitivas e dinâmicas nasceu o processo de Teletrabalho, sendo apresentado como alternativa para se conseguir um trabalho flexível e uma moderna gestão, que traga bons resultados.

De acordo com Costa (2001) o Teletrabalho é caracterizado pela descentralização dos serviços nas instituições, sejam públicas ou privadas. Os serviços passam a ser executados em diversos lugares por meio da intensa utilização de tecnologias da informação e comunicação - TICs. Esse novo modo de gestão tem se espandido e ganhado grande aderência, vista a necessidade das instituições tornarem seus serviços mais produtivos e, ao mesmo tempo, reduzir seus custos.

O Teletrabalho aparece no contexto de novas maneiras de trabalho já sugeridas nas metamorfoses do Toyotismo e da globalização neoliberal, integrando-se com a crescente produção de tecnologias, o que possibilita cada vez mais a sua introdução, inclusive, dentro da administração pública (SILVA, 2014).

Graças ao desenvolvimento tecnológico são desenvolvidas novas formas de trabalho, como é o caso do trabalho remoto, que se apresenta como um tema atual que pode se entendido e definido segundo Lacombre (2011), como uma forma de levar o trabalho aos trabalhadores, independentemente do local em que estes se encontrem.

O Teletrabalho, portanto, surge como uma nova maneira de organização de trabalho que possibilita o deslocamento da atividade do trabalho do local físico da empresa para outros lugares, fazendo uso das tecnologias da informação, ou seja, traz a interligação das tecnologias da informação atuais e telecomunicações, com qualquer espaço geográfico (COSTA, 2001).

Para Sakura e Vascolcelos (2005) as organizações que se interessam por um programa de Teletrabalho devem desenvolver certas normas que abranjam diversos temas, tais como, a seleção dos candidatos, a gestão de riscos, a compra de equipamentos, a assistência técnica, a segurança e confiabilidade das informações, entre outros. Verifica-se, desta maneira, a enorme importância do planejamento para garantir a adequada implantação dessa forma de trabalho dentro de uma organização.

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2.4.1 Teletrabalho na Administração Pública

Segundo Justen Filho (2015, p. 246) a expressão Administração Pública apresenta diversos sentidos:

Numa acepção subjetiva, Administração Pública é o conjunto de pessoas, públicas e privadas, e de órgãos que exercitam atividade administrativa. Em sentido objetivo, Administração Pública é o conjunto dos bens e direitos necessários ao desempenho da função administrativa. Sob um enfoque funcional, a Administração Pública é uma espécie de atividade que, no âmbito estatal, contrapõe-se às atividades de cunho jurisdicional, legislativa e de controle.

Nas últimas décadas tem-se discutido na literatura as questões referentes à reforma do Estado e a modernização da Administração Pública. Para Matias-Pereira (2008), os debates existentes sobre a reforma do estado estão elevando o nível de conscientização dos segmentos sociais no que diz respeito à modernização e ao fortalecimento da administração pública, por meio de processos permanentes no que tange aos investimentos em capital humano, infraestrutura e tecnologia.

Oliveira (2010, p. 40) enfatiza que a modernização do Estado “expressa a busca por novas formas e modelos de gestão das tarefas hodiernamente levadas a cabo por órgãos e entidades, justamente para otimizar sua execução, tornando-a mais eficaz, eficiente e efetiva”.

Sendo assim, a modernização do Estado orienta-se para os resultados, ideia trazida na transição da administração pública burocrática para uma administração pública gerencial. Cardoso (1998) enfatiza que a administração pública gerencial é orientada para o cidadão, sendo caracterizada pelos aspectos de descentralização política e administrativa, com incentivo à criatividade e inovação, utilizando controles rígidos de desempenho estabelecidos mediante determinados indicadores.

Fica evidente que os gestores públicos devem, de acordo com as demandas e necessidades, criar novas metodologias de trabalho para racionalizar as tarefas, economizar recursos e prestar serviços de qualidade para a sociedade. Com isso a implantação do Teletrabalho na Administração Pública passa a ser mais um instrumento de modernização das atividades do Estado.

Matias-Pereira (2013) destaca que a adoção do Teletrabalho na Administração Pública não é uma tarefa fácil de ser implantada. Para sua efetivação

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é preciso ocorrer significativos investimentos em softwares para gestão dos processos, além de treinamento para as equipes. Cita ainda as barreiras culturais como as maiores dificuldades na implantação desse modelo no Brasil. Segundo o autor: “é preciso considerar que muitas pessoas não possuem o perfil adequado para deixar o ambiente do órgão público, devido às dificuldades de gestão do tempo e a falta de clareza no que se refere a seus próprios objetivos de vida” (MATIAS-PEREIRA, 2013, p. 17).

Complementa ainda que as ações promovidas com o Teletrabalho na Administração Pública são orientadas para a melhoria na oferta de serviços públicos, aumento da produtividade, redução de custos e elevação do nível de transparência da gestão pública.

Silva (2015, p. 7) faz uma ressalva: “a implementação só é admitida para atividades que despendam de maior esforço individual e não necessitem de interação coletiva para execução.” Para o autor, “é relevante que o Estado brasileiro procure avançar de forma consistente na adoção do Teletrabalho no serviço público, visto que essa modalidade é importante para permitir mais flexibilidade na Administração Pública” (SILVA, 2015, p. 9).

Uma questão abordada por alguns estudos diz respeito à regulamentação do Teletrabalho. Matias-Pereira (2013) recomenda que as organizações públicas funcionem a partir de contratos de gestão por objetivos, dispondo de autonomia de decisão sobre os recursos disponibilizados. Segundo o autor, deve ser criada uma nova cultura de avaliação de resultados, por meio de auditorias de qualidade dos serviços prestados.

Alguns trabalhos foram desenvolvidos como estudos de caso em órgãos públicos, tendo como foco o processo de implantação do Teletrabalho. Freitas (2008) discorreu e analisou em sua dissertação o projeto de implantação do Teletrabalho na diretoria de marcas do Instituto Nacional de Produção Industrial – INPI. Avaliou a viabilidade de implantação no órgão e as expectativas dos servidores com a nova metodologia de trabalho. Dentre os resultados obtidos, o autor concluiu que os servidores se mostraram entusiasmados com o Teletrabalho. Também foi apurado que grande parte das atividades era informatizada e os servidores conheciam plenamente seu uso, o que poderia facilitar a implantação dessa nova metodologia.

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otimizar o uso de recursos e o crescente emprego das TICs, em um cenário em que as organizações públicas incorporam novas ferramentas de gestão, o Teletrabalho surge como uma nova forma de trabalho cada vez mais usada mundialmente e, inclusive, dentro da administração pública (DI FELÍCIO, 2014).

Silva (2014) analisou o Teletrabalho na Administração Pública brasileira, destacando as vantagens e desvantagens, dificuldades, reflexos externos e internos e o impacto cultural que essa nova modalidade traz à sociedade e às esferas governamentais. Em sua dissertação, a autora concluiu que:

O teletrabalhotrabalho é uma categoria de trabalho viável na administração pública brasileira e depende de incentivos das esferas governamentais, e mais ainda, da iniciativa dos órgãos públicos que pretendem utilizar, no seu cotidiano, essa modalidade de trabalho. Observa-se que são muitos os desafios de se implantar o Teletrabalho na administração pública brasileira tais quais a falta de uma legislação específica, formalização da modalidade, desenvolvimento do ambiente, desenvolvimento cultural, desenvolvimento profissional e sistêmico (SILVA, 2014, p. 66).

O Teletrabalho é uma realidade no setor público, sendo que, na Administração Pública Federal, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) foi o pioneiro na implantação do Teletrabalho, que foi iniciado em 2005, com os teletrabalhadores atuando de forma virtual em suas residências. Desde então são realizados processos de seleção, por meio de editais normativos que, mediante inscrições, os funcionários se candidatam às vagas existentes. Para os candidatos aprovados e selecionados, são disponibilizados notebook, equipamentos ergonômicos e todas as condições de comunicação e suporte para a realização das atividades laborais.

A Receita Federal do Brasil, por meio da Portaria nº 196, de 14 de junho de 2016, também implantou a modalidade de Teletrabalho. Segundo o ato normativo, os servidores possuem metas de desempenho de, no mínimo, 15% a mais em comparação com os servidores que não fazem Teletrabalho. É de responsabilidade de cada servidor a disponibilidade de estrutura tecnológica e de comunicação necessária para a realização do trabalho.

O tema do Teletrabalho ainda causa controvérsias, principalmente por representar uma quebra de paradigmas e uma necessidade de revisão nos modelos mentais e culturais a respeito do modo de trabalhar (GOULART, 2009; SILVA, 2015).

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Segundo Silva (2015), ainda que reconhecidos os beneficios do Teletrabalho, quando bem administrado, em termos de elevação da produtividade do servidor e de diminuição dos custos, é visivel que existe uma grande resistência das instituições públicas no Brasil, bem como dos próprios servidores públicos em relação a esse modelo, pois muito acham que os trabalhadores em casa podem relaxar com a qualidade do trbalho (SILVA, 2015).

O Tribunal Superior do Trabalho regulamentou o Teletrabalho por meio da Resolução Administrativa nº 1499 de 2012. O ato normativo descreve os deveres dos teletrabalhadores e gestores, assim como o monitoramento e controle do Teletrabalho.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentou o Teletrabalho no âmbito do Poder Judiciário, por meio da Resolução nº 227 de 15/06/2016. Dentre outras justificativas para tal regulamentação, o ato normativo considerou a experiência bem-sucedida do Teletrabalho no Tribunal Superior do Trabalho, no Conselho Superior da Justiça do Trabalho e no Tribunal Regional Federal da 4ª região. Por meio da Resolução, foram definidos critérios e requisitos para prestação do Teletrabalho. Tal ato é um grande avanço de modernização das atividades judiciárias, e se espera que outros tribunais editem atos normativos complementares que possam adequar suas necessidades, avaliando tecnicamente a adoção do Teletrabalho de acordo com a conveniência e oportunidade.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) instituiu projeto-piloto do Teletrabalho, por meio da Instrução Normativa nº 4 de abril de 2016. O ato normativo descreve os objetivos do Teletrabalho, apresenta os deveres dos servidores e gestores e estipula critérios de metas mensais. A implantação do Teletrabalho no Poder Judiciário busca acompanhar as ações de modernização na rotina de seus servidores, sendo importante ressaltar a implantação do Processo Judicial Eletrônico, que veio facilitar os trâmites dos processos, reduzindo consideravelmente o consumo de papel. Para Abrão (2015) o processo eletrônico é uma nova ferramenta que veio acompanhada de uma mudança de mentalidade, inserindo um sistema moderno em todas as cortes do país.

O processo eletrônico foi um grande avanço no âmbito do Poder Judiciário. Levando em consideração que a atividade fim dos tribunais é o julgamento de processos, com esse novo formato digital, os servidores responsáveis que realizam as atividades de análise e feitura de relatórios e decisões tiveram os acessos

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facilitados. Com o uso de sistemas de acesso remoto, os servidores podem, em suas residências, acessar processos e realizar suas atividades laborais, ponto que facilita a inserção do Teletrabalho nessa esfera de governo.

2.4.2 Perspectiva dos agentes envolvidos

Temos como agentes diretos os gerentes e colaboradores da empresa. No que se refere à pespectiva do gerente, o Teletrabalho é visto como uma ferramenta que traz melhores resultados, proporcionando serviços eficientes, que convergem para o bem-estar do colaborador e, consequentemente, crescimento da organização (MELLO; TACHIZAWA, 2003).

É em virude destes fatores que diversos gestores têm procurado conhecer o Teletrabalho e implantar em suas empresas. As modificações no trabalho em virtude do Teletrabalho trazem impacto ao gerenciamento de pessoas, além de demandar dos gestores uma mistura de exterioridade e objetividade com sensibilidades e atitudes sutis (DAVEL; VERGARA; BASTOS, 2010).

Portanto, nasce uma outra demanda ao gestor que precisa de certas competências, poder lidar melhor com os colaboradores à distância, tendo que buscar modernos meios de gerenciar, motivar e avaliar o teletrabalhador. Surge, então a necessidade de estreitar o relacionamento com o colaborador, devendo ser uma comunicação bastante clara e efetiva.

Segundo Sakuda e Vasconcelos (2005) com o Teletrabalho a gestão nos resultados é intensificada, gerando a precisão de determinação de metas e processos de forma mais objetiva.

Segundo Lacombe (2011), as transformações na maneira de se trabalhar vindas com o Teletrabalho impacta a empresa, os gestores, o colaborador e, até, a sociedade. Portanto, a seleção, orientação e acompanhamento do teletrabalhador é extremamente importante e necessária para que esta nova maneira de se trabalhar alcance os objetivos estabelecidos.

As várias alternativas para a realização do Teletrabalho requerem trabalhadores dotados de competências para o bom desempenho das tarefas, ou seja, profissionais dotados de auto regulação, capazes de desenvolver seu trabalho e cumprir suas metas independentemente da hierarquia e das fronteiras organizacionais, colaboradores eficientes e responsáveis (BOONEN, 2003).

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2.4.3 Benefícios do Teletrabalho

São múltiplas as vantagens aos teletrabalhadores. Uma das mais importantes é que a instituição passa a trabalhar com foco nos resultados, o que traz maiores benefícios nas avaliações de desempenho, que começa a avaliar os colaboradores com foco no que produzem e não suas características pessoais, o que tende a motivar as pessoas que, por sua vez, já estariam mais satisfeitas com a economia de tempo e maior disponibilidade de convivência para assuntos pessoais e com a família.

A diminuição do nivel de estresse e a redução da exposição à poluição do local de trabalho, juntamente com a flexibilização de horários, são alguns dos benefícios que envolvem o teletrabalhador (BOONEN, 2003).

Ainda segundo Boonen (2003) percebe-se que os aspectos agregam diversas melhorias no que diz respeito à qualidade de vida do colaborador que, com esse novo formato de trabalho, fica mais estimulado nas realizações de suas tarefas em virtude não só do novo ambiente e comodidade, mas também, pela confiança depositada em seu trabalho, assim, produzindo até mais.

Mello e Tachizawa (2003) retatam que também traz benefício para a sociedade, já que existe a falta de necessidade de deslocamento do colaborador ao trabalho, desonerando assim o transportes públicos, diminuindo carros em rodovias e reduzindo, por consequência, a emissão de gás carbônico e poluentes no meio ambiente.

O Teletrabalho resulta, então, em diversos tipos de diminuição de custo, os quais, inseridos no contexto do serviço público, aumentam o capital para ser investido em outras necessidades dos cidadãos.

Quanto os benefícios para a organização, são diversos, Mello e Tachizawa (2003) destacam os aspectos da possibilidade de recrutamento de individuos capacitados, mas que residem em locais distantes da organização: redução da rotatividade de colaboradores que se vem obrigados a mudar de local; diminuição do absenteísmo e atrasos em virtude de trânsito ou tempo ruim, resultando em redução dos custos e incremento de eficácia.

De acordo com argumentações de Melllo (1999) é evidente que o Teletrabalho vem a agregar no que tange ao aumento de produtividade para as

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empresas, visto que os funcionários que participam do Teletrabalho sofrem menos interrupções, são mais entusiasmados e motivados, conseguindo, assim, desenvolver mais atividades em um único dia. Sendo assim, os benefícios mais fortes do Teletrabalho são a produtividade e a redução de custo para as empresas e, para os colaboradores, melhora da qualidade de vida e mais motivação.

2.4.4 Desafios do Teletrabalho

Instituições e os colaboradores se deparam com diversos desafios na prática do Teletrabalho, visto que os individuos ficam ligados à organização através de meios eletrônicos, o que traz como resultado a necessidade de novas maneiras de controle do trabalho e gerenciamento de pessoas. Nessa pespectiva, Vergara (2009, p. 29) relata que “empresas precisam, então, aprender a trabalhar com parceiros e a controlar, não mais pessoas e seu tempo, mas resultados.”

Portanto, se Identifica o foco no resultado e produtividade do colaborador. Entretanto, diversas atividades apresentam dificuldade de mensuração, levando o gestor a procurar, muitas vezes, a subjetividade.

A identidade da instituição pode vir a auxiliar ou dificultar as adaptações às transformações, devendo, portanto, ser considerada quando for feito o planejamento de implantação de um programa de Teletrabalho.

O emprego do Teletrabalho no Brasil, encontra diversas barreiras, em razão, basicamente, da cultura que não enxerga o trabalho eficiente sem a presença física no local de trabalho, bem como do hábito do funcionário ser conduzido e, por isso, ter dificuldade para administrar o seu tempo (MELLO, 1999, p. 30).

O fato do isolamento de trabalhadores do Teletrabalho é um enorme desafio acerca do Teletrabalho, sendo fundamental que a empresa proporcione uma boa comunicação entre os colaboradores presenciais e os teletrabalhadores. Outro fato é que, muitas vezes, é gerado nos colaboradores um sentimento de perda de espaço por estarem longe da rotina da instituição (BOONEN, 2003).

Segundo Mello e Tachizawa (2003) outra dificuldade diz respeito à segurança da informação, uma vez que com o teletrebalho muitas informações passam a não estar apenas dentro da empresa, devendo, portanto, ter-se o cuidado em aplicar práticas que proporcionem essa segurança.

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funções deve ser adotado ou não o Teletrabalho, uma vez que há tecnologias da informação adequadas ao Teletrabalho, outro ponto é que não existe uma visão clara a ser seguida quanto ao seu gerenciamento (MELLO; TACHIZAWA, 2003). 2.5 CRISE – COVID-19

No ano de 2020 fomos pegos de surpresa por uma pandemia transmitida através do vírus SARS-CoV-2, iniciado na China em meados de dezembro de 2019. A doença respiratória, que se assemelha bastante a uma gripe comum, se espalha rapidamente através do contato pessoal, espirro, tosse e superficies e tem como principais sintomas dor de cabeça, febre, tosse e falta de ar. De acordo com Martins, 2020:

O novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19, foi detectado em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan, na China. Em 9 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a circulação do novo coronavírus. No dia seguinte, a primeira sequência do SARS-CoV-2 foi publicada por pesquisadores chineses. Em 16 de janeiro, foi notificada a primeira importação em território japonês. No dia 21 de janeiro, os Estados Unidos reportaram seu primeiro caso importado. Em 30 de janeiro, a OMS declarou a epidemia uma emergência internacional (PHEIC) 4. Ao final do mês de janeiro, diversos países já haviam confirmado importações de caso, incluindo Estados Unidos, Canadá e Austrália. No Brasil, em 7 de fevereiro, havia 9 casos em investigação, mas sem registros de casos confirmados.

A partir da descoberta e rápida transmissão do vírus, o Comitê de Vigilância Internacional para as doenças transmissíveis da Organização Mundial da Saúde, no dia 11 de Março de 2020, declarou pandemia, de acordo com Garrido (2020), também em janeiro, com o incremento no número de casos e o surgimento de outros focos da denomina COVID-19, foi decretada Emergência de Saúde de Âmbito Internacional. Com isso, um grande esforço mundial passou a ser desenvolvido, buscando maior conhecimento clínico da patologia, mais rápidos e precisos métodos de diagnóstico e, sobretudo, de um tratamento farmacológico e imunoprevenção.

Visto que não há ainda uma vacina efetiva para o COVID-19 e que os tratamentos são baseados em agir nos sintomas após suas aparições, o que é sugerido como prevenção são medidas tomadas em outras pandemias, com características parecidas, como a Gripe Espanhola, em 1918, bem como práticas já comuns no sistema de saúde. De acordo com Garrido (2020, p. 129):

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Essas medidas visam impedir a propagação da doença, interrompendo a transmissão do vírus por meio da restrição do contato interpessoal. Entre as práticas adotadas estão a quarentena, o isolamento e a contenção social. É claro que medidas restritivas como estas, a despeito de serem necessárias e propostas terminantemente pela OMS, geram discussões éticas e legais e acarretam desequilíbrio na economia e na sociedade em geral. Assim, apesar de se observarem exemplos de seguimento radical das diretrizes da OMS, também há líderes políticos que relutam e minimizam essas diretrizes, colocando a vida de toda a população em risco. Essa postura tem acarretado embates entre o governo federal brasileiro e vários governos estaduais.

De acordo com Bittencourt e Nunes (2020), na expansão da pandemia, evitar aglomerações e encontros coletivos não é uma recusa ao social, pelo contrário, é uma consciente afirmação da prevalência da sociedade sobre nossa mera individualidade. Na pandemia, permanecer em casa é um ato político. Os resultados já mostram que a intervenção combinada com quarentena, fechamento de escolas e de locais de trabalho e distanciamento social, foi uma alternativa eficaz (LEWARD; LO, 2020).

2.5.1 Teletrabalho em tempos de corona vírus

A partir do momento em que a crise começou a se expandir rapidamente sem uma opção de remédio totalmente eficaz, bem como a partir do número de óbitos que foram aumentando, estar em aglomeração se tornou um risco, o simples ato de conversar próximo a uma pessoa ficou preocupante e evitar certas ações tornou-se essencial para não se tornar mais um indivíduo infectado pelo vírus, sendo assim, o ambiente de trabalho acabou se tornando um risco, principalmente para aqueles que possuíam algum histórico de sáude mais arriscado. A partir disso, muitas ações emergenciais passaram a ser tomadas pelos Estados, de acordo com seus números de infectados e óbitos, dentre elas, a adoção do Isolamento Social como forma de prevenção de contágio.

Uma das consequências do isolamento social é a ampliação do uso do trabalho remoto. O “home office tem se mostrado viável até o momento, apesar de todo o improviso”. Mas adverte que “sua generalização e rotinização exigirão mudanças muito profundas no ambiente de trabalho, além de investimentos em plataformas digitais pelas empresas e novas soluções relativas às jornadas de trabalho”. Além disso, lógicas de produção terão de ser repensadas. “O ambiente

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doméstico não é – e na minha opinião, nem deve ser – estruturado para favorecer a produtividade do trabalho” (FIOCRUZ, 2020). Engel nos trás que:

“Furthermore, it should be highlighted that by adopting telecommuting, companies are preserving employees’ health, and they are minimizing the labor risks of employees. In the current crisis resulting from Covid-19, physical contact and presentiality have been considered as high risk activities for the health status of the employees, and, therefore, telework has solved the problem of continuity of the business activit.”

“Além disso, deve-se destacar que ao adotar o teletrabalho as Empresas estão preservando a saúde dos funcionários e minimizando os riscos trabalhistas dos funcionários. Na atual crise decorrente da Covid-19, o contato físico e a presencialidade tem sido considerados atividades de alto risco para o estão de saúde dos colaboradores, e, portanto, o teletrabalho tem resolvido o problema de continuidade da atividade empresariais.” (Engel, 2020, tradução da autora);

Gasparin (2020) nos apresenta alguns diferenciais regulamentados na lei, referente à atuação em home office e relacionadas ao Teletrabalho:

O home office não precisa estar expresso no contrato de trabalho, podendo ser previsto apenas em políticas corporativas, por exemplo. Já o Teletrabalho remonta a 2017, com a Reforma Trabalhista, como uma modalidade de labor exercido preponderantemente fora das dependências do empregador (art. 75-A e seguintes da CLT). Por ser o Teletrabalho uma modalidade específica de trabalho, é preciso aditar o contrato de trabalho dos empregados, especificar no documento outras questões, como as atividades que serão realizadas e quem será responsável pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos e infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto. Como o surto do novo coronavírus evoluiu para uma pandemia, será necessário aditar contratos de trabalho? Se o empregador instituir o Teletrabalho, não estará sujeito a controle de jornada de trabalho, a teor do art. 62, III da CLT, e deverá aditar o contrato, conforme reza o art. 75-C, § 2º da CLT. Já o trabalho em sistema home office continua sujeito a tal controle de jornada, tendo em vista que se trata de situação pontual, transitória e que não altera os limites da jornada contratada. Nesse caso, não se impõe a necessidade de aditar o contrato de trabalho (GASPARINI, 2020, p. 1).

Losekann (2020) nos trás que os cuidados com a saúde física e mental devem ser ampliados em momentos da crise, sendo necessário o alerta de que o trabalho não pode ser extenuante e provocador de adoecimento. Não estamos defendendo a redução de atividades ou da jornada de trabalho, mas sim o respeito a essa jornada com o estabelecimento de metas factíveis de forma a evitar os efeitos negativos da flexibilização da rotina de trabalho. Assim, o estabelecimento de atividades e seus prazos devem ser realizados com base na temporalidade e na presença dos recursos necessários para sua efetivação.

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Algumas grandes Empresas tiveram que se reiventar para se adaptar a este momento para se manterem em atividade e continuarem produzindo em tempos de pandemia, como é o caso da Empresa XP Investments, que já anunciou que realizará home office até Dezembro de 2020 e diz estar estudando uma forma de atuar através do trabalho remoto permanentemente.

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4 METODOLOGIA

Nesta seção apresento as metodologias de pesquisa abordadas para a construção do trabalho, com o intuito de alcançar os objetivos do projeto. De acordo com Rodrigues (2007), metodologia cientifica: “É um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento de uma maneira sistemática.” Abordo, então, as metodologias utilizadas para formulação da resolução do referido problema.

Fonte: Elaborado pelo Autor

4.1 REVISÃO LITERÁRIA

Foi de fundamental importância a leitura e compreensão de diversos artigos científicos, livros, textos e pesquisas que abordassem o assunto, com o intuito de alcançar os objetivos do projeto, o mesmo vem a ser elaborado e classificado quanto aos aspectos de finalidade e meio.

No que diz respeito aos fins, tem caráter exploratório, uma vez que, vem a colher dados e informações para aumentar o conhecimento na área, procurando trazer soluções a um problema previamente definido, sabendo assim, mais sobre o tema e suas características.

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Segundo Chemin (2015, p. 58), “este tipo de pesquisa tem em vista favorecer a familiaridade, o aumento da experiência e uma melhor compreensão do problema a ser investigado”.

Já no que diz respeito aos meios de investigação, a pesquisa se caracterizará como bibliográfica. Para Chemin (2015, p. 65):

Pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias: utilizam basicamente contribuições já publicadas sobre o tema. É também relatado pelo autor que pesquisa bibliográfica apresenta como principal vantagem o fato proporcionar ao investigador a cobertura muito mais ampla das informações pertinentes ao tema.

Referente à abordagem, consiste numa pesquisa de natureza qualitativa, visto que vem a ser trabalhada de maneira a analisar e interpretar as informações colhidas, buscando o entendimento do assunto objeto de pesquisa, de forma analítica, para assim, ter embasamento suficiente para chegar às conclusões.

No que diz respeito à pesquisa qualitativa, Chemin (2015), demonstra que pesquisa qualitativa trata de uma investigação rigorosa referente ao tema estudado quanto à sua natureza, alcance e interpretações, tendo como objetivo principal compreender profundamente o problema estudado sem preocupação estatística.

Após coleta de dados e seleção do material, se iniciará a analise do conteúdo, apresentando as seguintes etapas: pré-análise, exploração de material e análise de dados da pesquisa bibliográfica, que, após a análise, foram transcritos.

4.2 PESQUISA DE CAMPO

Foi feita a utilização deste método de pesquisa através de um grupo focal que se encontra realizando o Teletrabalho e aplicação de pesquisa construída através de brainstormings. De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, caracteriza-se realiza coleta de dados junto às pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa).

Desta forma, foi realizado um grupo focal com pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, idade, local de trabalho, que tem em comum o fato de estarem atuando, neste momento, ou já estavam atuando, no modelo de Teletrabalho, realizamos o brainstorming para levantar as dores e benefícios e realizar um

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questionário mais abrangente com a realidade vivida, em seguida, o questionário foi aplicado para um grupo maior de pessoas, para que a pesquisa nos trouxesse um resultado sólido e significante.

4.2.1 População e amostra

Moresi (2003) nos apresenta que população (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem a mesma característica definidas para um determinado estudo. Amostra é parte da população ou do universo, selecionada de acordo com uma regra ou plano. Sendo assim, foi selecionado um grupo de pessoas que estão fazendo o Teletrabalho atualmente, independente do trabalho realizado, garantindo a aleatoriedade dos dados amostrais e evitando que características específicas decorrentes da natureza do trabalho exercido fosse um fator interveniente da qualidade da amostra quanto a sua representatividade e qualidade, para que fosse possível abordar um maior número de pessoas, o questionário foi aplicado de forma online,

De acordo com IBGE (2018), em 2018 o Brasil já contava com 3,8 milhões de pessoas trabalhando em regime de home office, utilizando-se esse dado para cálculo de margem de erro. Para tanto, tem-se uma margem de erro de 5,67% e um índice de confiança de 90%.

A amostra participante desse trabalho totalizou 212 pessoas, sendo que, o critério definido de inclusão para participação da pesquisa foi o fato de a pessoa estar trabalhando em modo de Teletrabalho, para tanto, a pessoa poderia ter iniciado esse tipo de trabalho devido o ocorrido da pandemia, ou já estar operando dessa forma anteriormente, foram contatados através do aplicativo de comunicação Whatsapp para responderem a pesquisa.

4.3 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

Correa (2009) nos traz que a observação participante é realizada em contacto direto, frequente e prolongado do investigador, com os atores sociais, nos seus contextos culturais, sendo o próprio investigador instrumento de pesquisa. Requer a necessidade de eliminar deformações subjetivas para que possa haver a compreensão de fatos e de interações entre sujeitos em observação, no seu

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contexto, sendo assim, a observação participante se deu após ter-se iniciado o modelo de trabalho do Teletrabalho na empresa em que atuo, tendo me tornado instrumento da pesquisa.

4.4 BRAINSTORMING

Uma das técnicas utilizadas para a construção da pesquisa e de resultados, foi a utilização da técnica Brainstorming, sobre tal, Gomes (2012, p. 3) apresenta a seguinte definição:

A autoria de uma das técnicas de ideação, ou geração de ideias, mais difundidas atualmente é atribuída a Alex Faickney Osborn – Publicitário e Mestre em “Practical Psychology” –, que ao perceber que pessoas eram menos criativas individualmente do que em grupos, a partir de 1936 passa a utilizar uma técnica estruturada de ideação como forma de aumentar a produtividade criativa, principalmente em grupos. É interessante destacar que o “único propósito” de tal técnica é gerar essa listagem de ideias e não de selecioná-las, avaliá-las ou julgá-las, sendo essas, parte de uma etapa posterior à reunião de Brainstorming, que seria a de tomada de decisões. Foi realizada uma rodada de brainstorming através do aplicativo “Teamss” com algumas pessoas que estão trabalhando de casa, a fim de reunir dados e informações para acrescentar na pesquisa a ser realizada posteriormente. Neste debate, a pesquisadora propôs alguns pontos principais a serem levantados:

a) Principais pontos positivos do Teletrabalho; b) Principais pontos negativos do Teletrabalho;

c) Principais impactos na vida pessoal do trabalhador neste método; d) A produtividade ligada ao Teletrabalho;

Durante toda a conversa, a pesquisadora deixou os participantes livres para trazerem possíveis alterações nos principais pontos ou acrescentar algo que pudesse ser debatido e, por fim, formular as principais abordagens a serem inseridas após na pesquisa.

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Após a realização do brainstorming e levantamento de principais pontos a serem abordados, houve a realização de um grupo focal através do aplicativo “Teams” para que se pudesse validar as questões propostas para a pesquisa e deixá-la mais abrangente e robusta.

Conforme Dias (2010) o objetivo central do grupo focal é identificar percepções, sentimentos, atitudes e ideias dos participantes a respeito de um determinado assunto, produto ou atividade. Seus objetivos específicos variam de acordo com a abordagem de pesquisa. Em pesquisas exploratórias, seu propósito é gerar novas ideias ou hipóteses e estimular o pensamento do pesquisador em pesquisas fenomenológicas ou de orientação.

4.6 ESTRUTURAÇÃO DO LEVANTAMENTO DOS DADOS

Foi feita a aplicação de um questionário contendo 15 questões, sendo 3 referentes ao levantamento de informações demográfico e funcional e 12 na escala Likert, onde 1 significa discordo totalmente e 5 significa concordo totalmente, com a seguinte composição, conforme a Figura 1:

Figura 1 - Composição da escala Likert para o questionário

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Trata-se de uma das metodologias mais populares e, consequentemente, mais indicadas para realizar pesquisas de opinião. Questões construídas a partir da escala Likert apresentam uma afirmação auto-descritiva e, em seguida, oferecem como opção de resposta uma escala de pontos com descrições verbais que contemplam extremos, que se resumem em “concordo totalmente” e “discordo totalmente”. Com isso, permite que se descubra diferentes níveis de intensidade da opinião a respeito de um mesmo assunto ou tema (FRANKENTHAL, 2017).

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4.7 DIAGRAMA DE PARETO

Foi utilizado o diagrama de Pareto, um gráfico formado por barras verticais, no qual as informações demonstradas permitem determinar e estabelecer metas numéricas possíveis de serem atingidas. O princípio de Pareto mostra que a maior parte das perdas referentes a problemas de qualidade vêm da origem de poucos, mas importantes problemas. Ou seja, o princípio de Pareto afirma que de 20 problemas relacionados à qualidade de algo, poderá representar 80 a 90% das perdas que afetam a organização, originadas por estes problemas. (WERKEMA,1995).

Oliveira e Uanderson (2020) apresentam que em sua maior utilidade é permitir uma rápida e fácil visualização das causas mais frequentes de um problema, possibilitando a sua priorização. Pelo princípio de Pareto, as causas de maior participação no problema devem ser eliminadas em primeiro lugar. É uma das ferramentas mais eficientes para encontrar problemas.

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5 RESULTADOS 5.1 FAIXA ETÁRIA

As perguntas foram restritas por variação de idades, sendo a primeira opção entre 0 e 5 anos, a segunda opção de 16 e 20 anos, a terceira opção de 21 a 25 anos, a quarta opção de 26 a 30 anos, e a quinta, e última, opção, maiores de 30 anos.

Gráfico 1 – Faixa etária

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

De acordo com o gráfico 1, 47,6% dos respondentes possuem faixa etária maior que 30 anos, em seguida, temos 25% dos respondentes com a faixa etária entre 21 e 25 anos, 21,7% possuindo entre 26 e 30 anos, 5,7% com idades entre 16 e 20 anos e nenhum respondente com idade inferior a 15 anos.

5.2 GÊNERO

De acordo com o gráfico 2, do total de respondentes da pesquisa, 61,6 % são do sexo feminino e 38,4% do sexo masculino, sendo assim, a maioria dos respondentes são do sexo feminino.

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Gráfico 2 - Gênero

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

5.3 ÁREA DE ATUAÇÃO

Como o Teletrabalho se expandiu e abrange quase todas as áreas de atuação, considerou-se importante delimitar as áreas que a pesquisa atingiu, o Gráfico 3 mostra os resultados:

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Gráfico 3 – Diagrama de Pareto

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

As áreas dos profissionais: a) 45 bancários (as); b) 9 advogados (as); c) 20 empresários (as);

d) 10 atuam no setor administrativo; e) 6 analistas; f) 12 jornalistas/publicitários (as); g) 11 vendas/área comercial; h) 3 consultores; i) 6 professores; j) 8 servidores públicos; k) 87 Outros;

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5.4 ROTINA DE TRABALHO REMOTO

Sobre a rotina de trabalho remoto, o Gráfico 4 apresenta algumas peculiaridades que podem ser observadas:

Gráfico 4 – Rotina de trabalho remoto

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

É indicado que, ao realizar o trabalho remoto, se mantenha uma rotina parecida com a que se teria caso estivesse no modelo presencial de trabalho, como colocar uma roupa mais arrumada, bem como manter o que costumava ser feito, como maquiar-se e arrumar os cabelos. Para os que mantinham uma rotina de exercícios, deve-se continuar realizando. Foram questionados os respondentes da pesquisa se os mesmos mantinham algum tipo de rotina antes de iniciar a rotina do trabalho e, a partir das respostas, conclui que a grande maioria mantém uma rotina, sendo 148 respondentes divididos entre 3,4 e 5 e 63 entre 1 e 2.

5.5 A FALTA DA SOCIALIZAÇÃO

O teletrabalho tem como característica a falta e contato presencial e, neste sentido o Gráfico 5 apresenta as opiniões a respeito da falta de socialização:

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Fonte: Elaborado pela autora (2020)

As trocas em reuniões e interação com os colegas por vezes é cansativa e gera conflitos, porém, foi abordada a questão para entender se isso faz falta no dia a dia de quem estava acostumado com uma outra rotina durante o dia de trabalho, para tanto, 95 respondentes disseram concordar totalmente com a afirmação, ou seja, dizem sentir falta da interação e troca com os colegas durante o dia a dia, seguidos por 46 respondentes que definiram como 4, que sentem falta, porém, não concordam totalmente, e 71 divididos entre 1, 2 e 3, sendo que apenas 23 discordaram totalmente da afirmação, dizendo não sentir falta de socializar com os colegas.

5.6 INFRAESTRUTURA

Para a realização do trabalho remoto há a necessidade de uma certa estrutura, como, por exemplo, acesso a internet de qualidade, um computador adequado, uma cadeira confortável e tais necessidades vão variando de acordo com o segmento, sendo que, de acordo com o Gráfico 6 realizado a partir da pesquisa aplicada, 94 dos respondentes recebem esse apoio da empresa, 83 respondentes variaram as respostas entre 3 e 4, e 35 respondentes ficaram divididos em 2 e 1, a partir disso, conclui-se que a maioria possui auxílio total ou em partes em relação às condições para se realizar o trabalho remoto, porém, ainda temos uma parcela significativa de pessoas que não tem esse apoio.

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Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Gasparini (2020) nos apresenta que, conforme a lei, por ser o Teletrabalho uma modalidade específica de trabalho, é preciso aditar o contrato de trabalho dos empregados, especificar no documento outras questões, como as atividades que serão realizadas e quem será responsável pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos e infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto. Sendo assim, é de extrema importância que a Empresa procure atender a necessidade de infraestrutura e auxiliar o funcionário nesse quesito.

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5.7 ÍNDICE DE ESTRESSE

Como o trabalho remoto permite uma maior flexibilidade na maioria das vezes, isso acaba impactando na qualidade de vida e índice de estresse, de acordo com a pesquisa realizada, é possível observar no Gráfico 7, 101 dos respondentes se dividem entre 4 e 5, mostrando que concordam com a afirmativa e se sentem menos estressados trabalhando de casa, 43 respondentes escolheram a opção 3 e 67 respondentes se dividem entre 1 e 2, se sentindo mais estressados realizando o trabalho de forma remota.

Gráfico 7 – Índice de Estresse

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Percebemos que a pesquisa realizada reforça a ideia apresentada por (BOONEN,2003) que nos trouxe que a diminuição do nivel de estresse e a redução da exposição à poluição do local de trabalho, juntamente com a flexibilização de horários, são alguns dos benefícios que envolvem o teletrabalhador.

5.8 CARGA DE TRABALHO

O trabalho remoto permite que o funcionário tenha mais domínio sobre sua rotina e horário, visto que, não tem o chefe ou a equipe por perto fisicamente, e também, por muitas vezes, o foco ser maior nas atividades que está realizando, de acordo com a pesquisa realizada, observa-se no Gráfico 8, 120 respondentes

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concordam com a afirmação que a carga de trabalho aumenta na realização do trabalho remoto, 39 respondentes escolheram a opção 3 e 53 se dividiram entre a opção 1 e 2, ou seja, um número maior de pessoas entende que estar em home office acarreta uma carga de trabalho maior.

Gráfico 8 – Carga de trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2020)

Losekann (2020) nos trouxe que necessário o alerta de que o trabalho não pode ser extenuante e provocador de adoecimento com base na temporalidade e na presença dos recursos necessários para sua efetivação. Observando o resultado referente as pesquisas e assimilando a afirmação apresentada por (LOSEKANN, 2020) vemos que é um ponto de atenção a todas as Empresas que adotam esse método de trabalho, visto que, se torna mais difícil de se controlar esse índice de carga de trabalho e eventualmente pode-se extrapolar esse nível saudável.

5.9 DISTANCIAMENTO SOCIAL

O distanciamento físico dos outros colegas de trabalho é uma das consequências do Teletrabalho, algumas pessoas se motivam mais nesse meio e outros preferem trabalhar mais isoladamente. O Gráfico 9 apresenta os resultados encontrados com a pesquisa a respeito deste tópico:

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Gráfico 9 – Distanciamento social

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Há, atualmente, muitas maneiras de se conectar sem necessariamente estar no mesmo espaço físico, visto isso, a partir da pesquisa 117 respondentes se dividem em 4 e 5, nos mostrando que concordam com a sentença de que o distanciamento dos colegas gera um impacto nos resultados referentes ao trabalho de equipe, 55 se dividem nas opções 2 e 3, e 40 respondentes discordam totalmente da sentença

5.10 TELETRABALHO DURANTE COVID-19

Uma opção amplamente adotada pelas Empresas foi o home office para que conseguissem manter seu fluxo de trabalho e manter sua carga de demandas, de acordo com a pesquisa o maior número de respondentes concorda com a sentença de que com a realização do Teletrabalho permitiu flexibilizar e manter o ritmo de trabalho em um momento de afastamento social, como o gerado pela pandemia do Covid-19. O Gráfico 10 apresenta os resultados acerca da aprovação desta forma de trabalho durante a pandemia:

Referências

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