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Curso Livre MULHERES RUMO AO PODER

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Academic year: 2021

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Curso Livre

“MULHERES

RUMO AO

PODER”

PRIMEIRA OFERTA

Formação Política para

Candidatas

Coordenação Geral: Profa.

Marlise Matos (UFMG)

ATENÇÃO !

Só é permitido o download deste material para seu uso particular. A sua divulgação só é possível desde que sejam atribuídos os créditos à autoria, mas sem que possa alterá-lo

de nenhuma forma e nunca utilizá-los para fins comerciais.

(2)

SÃO ELAS:

parceria de diversas

(3)

LUTAS DAS MULHERES NO BRASIL

(4)

Minas Gerais (UFMG), uma das cinco maiores e melhores universidades

públicas de Brasil. Tem graduação em Psicologia (UFMG), Mestrado em

Teoria Psicanalítica (UFRJ) e Doutorado em Sociologia (IUPERJ).

Atualmente é coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a

Mulher (NEPEM) e do Centro do Interesse Feminista e de Gênero (CIFG)

da UFMG.

Nos últimos cinco anos desenvolveu inúmeras atividades de extensão

universitária com foco na formação política e cívica de mulheres,

incluindo vários cursos de formação para líderes mulheres e para

mulheres candidatas. Integrou, por dois mandatos o Grupo Assessor da

Sociedade Civil de ONU Mulheres, no Brasil, é representante

latino-americano da Sociologists for Women in Society (SWS) e da Latin

American Studies Association (LASA). Foi eleita co-presidenta do RC32

Gênero e Sociedade da Associação Internacional de Sociologia (ISA) para

os anos de 2020/2022 e é Diretora de Ciência Política da ANPOCS

(2019/2020).

MARLISE MATOS

http://lattes.cnpq.br/1974404093620849

marlisemiriamm https://www.facebook.com/marlise.matos.3 @matosmarlise

(5)

EMENTA

Discussão e apresentação geral sobre alguns indicadores de

desigualdades de gênero e raça. Apresentação de aspectos centrais

da história e trajetória dos movimentos feministas e de mulheres

no Brasil. Problematização dessa trajetória pensada a partir da

metáfora das “ondas” feministas. Apresentação das Ondas

feministas no Brasil. Colocação em perspectiva dos principais

desafios relacionados a essa trajetória e a ocupação dos mais

diferenciados espaços de poder e de decisão a partir da formulação

sobre a Quarta Onda dos Movimentos Feministas no Brasil (Matos

2010, 2015, 2016).

.

(6)

SUMÁRIO AULA - Um caminho a percorrer:

1. Breve síntese de Indicadores de desigualdades de gênero e raça no

Brasil.

2. Longa linha do tempo das Lutas das Mulheres Brasileiras.

3. As ondas feministas no Brasil (com comentários críticos).

4. A proposta da Quarta Onda dos Movimentos Feministas no Brasil

(Matos 2010, 2015, 2016).

(7)

AS DESIGUALDADES DE GÊNERO

NO MUNDO

✓A PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÊNERO é um DIREITO HUMANO e até mesmo uma entidade

internacional como o FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL (WORLD ECONOMIC FORUM - WEF) está, de

fato, preocupada com ela. Tanto é assim que criou um ÍNDICE COMPARADO INTERNACIONAL para

mensurar as desigualdades de gênero em todo o mundo: o GLOBAL GENDER GAP INDEX (Índice Global

de Desigualdade de gênero), criado desde 2006!

✓Esse indicador compara os países a partir de QUATRO DIMENSÕES da vida das mulheres: a

participação econômica, oportunidades no mercado de trabalho (1), acesso à educação (2), saúde (3) e

participação política (4).

O estudo , realizado anualmente, PARA O ANO DE 2019, contemplou 153 países.

O Brasil, nesse ranking, amarga um humilhante 92º lugar no ranking do Fórum Econômico

Mundial (WEF) e um ainda mais humilhante 22º lugar na lista da igualdade entre 25 países

latino-americanos. Piores que nós, só o Paraguai, Belize e Guatemala.

(8)

MULHERES NO BRASIL”

✓ Os três melhores países bem classificados são países NÓRDICOS (ou

estão no extremo norte da Europa): Islândia, Noruega e Finlândia. Os

três piores países nesse ranking são: Paquistão, Iraque e Yemen (todos

países árabes).

✓ Dos 149 países classificados, 101 melhoraram suas pontuações no

índice de 2019 (excluindo-se os cinco novos países que ingressaram no

ranking neste ano). Os países mais melhoraram de posição foram: a

Albânia, Etiópia, Mali, México e Espanha.

✓ E o Brasil, como visto, amarga um humilhante 92º lugar nesse ranking,

ficando ao lado de países como o Vietnã, Lesoto, Camboja e Malta

(melhores do que nós, inclusive) ou ainda, Azerbaijão, Brunei,

Camarões e Libéria !

Entre 2015 (85ª posição) e 2019, o Brasil CAIU sete

posições, ou seja, estamos PIORANDO OS NOSSOS INDICADORES !

✓ Mundialmente, levaríamos 257 anos para se alcançar a igualdade

econômica entre homens e mulheres e isso ainda sem considerar o

efeito da Pandemia do COVID19, que vai impactar certamente esses

indicadores.

(9)

AS DESIGUALDADES DE GÊNERO NO BRASIL

✓ As mulheres brasileiras estão em luta desde que o Brasil se constitui como nação e

como Estado.

✓ Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

Contínua) de 2019: somos hoje 51,8% da população e 52% do eleitorado brasileiro.

✓ A condição de maioria populacional, no entanto, não nos oferece uma posição de

efetiva igualdade social, econômica, cultural e política.

✓ Estamos longe de ter os mesmos recursos, oportunidades e mesmos direitos que os

homens porque a sociedade brasileira é ainda estruturalmente patriarcal e racista

✓ Assim, a marca das históricas lutas das mulheres é pela construção de justiça e

igualdade entre os gêneros (e entre as raças) que ainda não existem entre nós. As

nossas lutas são pela JUSTIÇA, LIBERDADE e IGUALDADE ENTRE TODAS E TODOS.

✓ Além da condição de gênero, outros marcadores sociais também se convertem

rapidamente em nosso país em expressões de desigualdade, discriminação, violências

e opressão: raça, etnia, classe social, geração, território, deficiências, entre outros,

atravessam a condição de mulher no Brasil, produzindo experiências duríssimas de

SER MULHER.

(10)
(11)

✓ Em 2018, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

-divulgou hoje o estudo

“Estatísticas de gênero: indicadores sociais

das mulheres no Brasil”,

que faz, entre outras análises, diagnóstico

comparativo entre homens e mulheres com relação a indicadores,

tais como diferença de rendimentos, tempo dedicado aos

cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos, população de 25

anos ou mais de idade com ensino superior completo,

representação política e presença em cargos gerenciais.

✓ Também são analisados aspectos de saúde da mulher e de direitos

humanos. O estudo tem como objetivos principais promover o

debate e a conscientização sobre o tema e colocar a igualdade de

gênero como um dos eixos estruturantes da formulação de

políticas públicas no país.

VER:

https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias- especiais/materias-especiais/20453-estatisticas-de-genero-indicadores-sociais-das-mulheres-no-brasil.html

(12)

USOS DO TEMPO

✓ O uso do tempo revela bastante sobre as formas desiguais de distribuição do

poder entre homens e mulheres no Brasil e dentre as informações deste

estudo, podemos identificar que, “em 2016, as mulheres dedicaram aos

cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos cerca de 73% a mais de horas

do que os homens (18,1 horas contra 10,5 horas).”

✓ Ao desagregar por região, o estudo demonstra que “a maior desigualdade na

distribuição de horas dedicadas a estas atividades está na Região Nordeste,

onde as mulheres dedicam cerca de 80% a mais de horas do que os homens,

alcançando 19 horas semanais.”

✓ Quando a análise é feita por cor ou raça, é ainda possível observar que

mulheres pretas ou pardas são as que mais se dedicam aos cuidados de

pessoas e/ou aos afazeres domésticos, com o registro de 18,6 horas semanais

em 2016. O indicador pouco varia para os homens quando se considera cor,

raça ou região de residência.

(13)

✓ As

mulheres são a maioria

das pessoas

ocupadas

em trabalho por tempo parcial

em

todas as regiões do país.

✓ Nas regiões Norte e Nordeste elas chegam a

36,8% e 36,9% da força de trabalho,

respectivamente.

✓ 31,3% das mulheres negras (os homens

negros são 16%) estão nessa condição em

comparação com 25% das mulheres brancas

os homens brancos são 11,9%) .

✓ O rendimento mensal médio dos homens é

de R$ 2.306,00 enquanto o das mulheres é

de R$ 1.764,00. Isso revela as dificuldades

das mulheres de se inserem plenamente no

trabalho.

(14)

EDUCAÇÃO

“O Brasil já superou o gargalo da educação, porque hoje as mulheres

são mais escolarizadas do que os homens, mas isso ainda não está

refletido no mercado de trabalho [...]. Ela está chegando mais

escolarizada, então por que o rendimento ainda não está similar?

Muito provavelmente ela está escolhendo ocupações que precisam

de uma jornada de trabalho mais flexível porque ainda tem a carga de

afazeres domésticos extremamente pesada.” (Bárbara Cobo –

coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE)

ESTRUTURAS ECONÔMICAS, PARTICIPAÇÃO EM

ATIVIDADES PRODUTIVAS E ACESSO A RECURSOS

“Você só resolve desigualdades no mercado de trabalho

se tiver uma política integrada, por exemplo, de creche,

porque a gente sabe que um dos maiores fatores para

as mulheres saírem da escola ou do sistema formal

escolar ou de emprego é você ter que cuidar de casa,

afazeres domésticos.” (Bárbara Cobo – coordenadora de

População e Indicadores Sociais do IBGE)

(15)

SAÚDE E SERVIÇOS RELACIONADOS

✓ No que tange à utilização de métodos

contraceptivos, a Divisão de Estatísticas das Nações

Unidas (United Nations Statistics Division - UNSD)

indica que o pouco acesso à informação, o

casamento precoce e a falta de poder de decisão das

mulheres casadas ou em união expõem mulheres ao

risco de contraírem doenças sexualmente

transmissíveis, à gravidez indesejada e ao aborto

inseguro.

✓ A taxa de fecundidade do Norte do Brasil é quase o

dobro da do Sul e Sudeste.

(16)

✓ O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) também

é um órgão que compila dados nacionais sobre a inserção das mulheres (e das mulheres

negras) NO MERCADO DE TRABALHO.

✓ Em pesquisa realizada no 4º. Trimestre de 2019 – “ A Inserção das Mulheres no Mercado

de Trabalho” -

o rendimento mensal médio das mulheres foi 22% menor do que o dos

homens em todo o Brasil.

Na média nacional geral, elas ganharam R$ 1.958,00 por mês

contra R$ 2.495,00 dos homens.

✓ Entre as mulheres que têm ensino superior, a diferença foi ainda maior, -38% do que os

homens.

E não importa se ocupam os mesmos cargos, elas continuam ganhando menos. A

cada 10 diretores e gerentes, quatro eram mulheres no 4º trimestre de 2019, com

rendimento médio 29% menor.

✓ As

altas taxas de desemprego

que vêm sendo registradas no Brasil, desde 2016, e também

atingem mais as mulheres (13,1%) do que os homens (10,2%).

✓ O drama é maior ainda entre as que são responsáveis pelo domicílio – criam os filhos,

pagam as contas e fazem todas as tarefas do lar. Neste grupo,

9,2% das chefes do lar

estavam desempregadas no 4º trimestre de 2019, contra 5,1% dos homens.

(17)
(18)

GENERO E RAÇA NO MERCADO DE TRABALHO

✓ Em outra pesquisa realizada pelo mesmo DIEESE, também baseada nos dados da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, é a população negra que mais sofre com as condições desiguais

no trabalho.

✓ Além do nível de desocupação maior, aqueles que conseguem uma vaga de emprego trabalham mais e

recebem menos. A distância entre brancos e negros passa também pela escolaridade e por postos de

trabalho ocupados – que influenciam, por exemplo, a mobilidade para cargos de chefia, liderança ou

comando.

✓ Uma mulher negra, por exemplo, precisa trabalhar 55 minutos a mais para recolher o mesmo que um

homem branco ganha em uma hora. Já para os homens negros, o número é de 45 minutos a mais de

trabalho. A população negra conta com rendimento médio por hora de R$ 34 para homens e R$ 24 para

mulheres.

O valor para homens brancos é de R$ 47 e de R$ 35 para mulheres não negras.

✓ A taxa de desocupação de mulheres negras é de 16,7% enquanto a de homens brancos, por exemplo, fica

em 8,2%. Com referência à população total do país, os negros empregados com ensino superior estão na

margem de 35,3% ao passo de 64,7% para os brancos.

(19)
(20)

✓ As mulheres negras estão ainda mais vulneráveis à pobreza

(39% delas vivem nessa condição) e à violência (elas possuem

duas vezes mais chances de serem assassinadas do que as

mulheres brancas e 59,4% dos registros de ocorrência de

violência doméstica referem-se às mulheres negras).

✓ Mas, infelizmente, elas são apenas 9% nos cargos de Direção

nas empresas brasileiras e apenas 10,9% atingem o ensino

superior

.

✓ Fontes:

https://averdade.org.br/2019/06/atlas-da-violencia-evidencia-racismo-machismo-e-lgbtfobia-no-brasil/

https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&id=2097

8

(21)

✓ Nesse cenário de tamanha opressão estrutural de

gênero e raça, não é surpreendente que as

DESIGUALDADES POLÍTICAS também imperem no

Brasil .

✓ Entre 189 países, ocupamos algo entre a posição 152 e

154, segundo o IPU (o que é muito grave!).

✓ Fontes: http://archive.ipu.org/wmn-e/classif.htm https://www.vix.com/pt/poder/538764/159-cidades-nao-elegeram-vereadoras-em-sp-cade-a-mulher-nas-eleicoes-2016 https://www.politize.com.br/participacao-das-mulheres-na-politica-brasileira/ https://azmina.com.br/reportagens/mulheres-na-politica/

curso é TÃO

IMPORTANTE !!!!!

(22)

DAS MULHERES BRASILEIRAS

(incluindo, com certeza, a luta das

mulheres negras e indígenas) é

histórica e tem sido fundamental

para se tentar alterar essa

condição de opressão estrutural.

A LONGA LINHA

DO TEMPO

DAS NOSSAS

LUTAS !!!

Marcha das MULHERES INDÍGENAS (2019)

Marcha das MULHERES NEGRAS (2015)

Marcha das MARGARIDAS – MULHERES RURAIS (desde 1997)

(23)

FONTES DE INFORMAÇÕES PARA A LINHA DO TEMPO

✓ https://feminismo.org.br/historia/

✓ https://nossacausa.com/conquistas-do-feminismo-no-brasil/

✓ http://hipermidia.unisc.br/portal/linha-do-tempo-conquistas-feministas/

https://www.politize.com.br/movimento-feminista/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIxtSMs9PS6gIVEQuRCh2eKQtrEAMYAiA

AEgI6DvD_BwE

✓ https://medium.com/qg-feminista/o-que-s%C3%A3o-as-ondas-do-feminismo-eeed092dae3a

https://linhasdotempo.fundacaofhc.org.br/direito-das-mulheres/?gclid=Cj0KCQjwg8n5BRCdARIsALxKb97XHP19MbA288SSGHTPZjUAcmKPhJJrcdLfDXRiRsz6S

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(24)

O DESAFIO DE APRESENTAR UMA HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS

NO BRASIL

✓ Quando temos acesso à história do movimento feminista no Brasil, é comum encontrarmos em

destaque apenas a luta das mulheres brancas e pertencentes às camadas mais abastadas, que

culminou com o direito ao trabalho, à educação e ao voto.

✓ Embora esse seja de fato o que estritamente pode ser entendido como "o movimento feminista",

é importante ressaltar que esta é apenas uma parte da história.

✓ Por todo o mundo, negras e indígenas lutaram para sobreviver à dominação imposta pela

construção do Estado Moderno colonial e, embora essas lutas não tivessem um vínculo direto com

o movimento feminista, dar visibilidade a elas é fundamental para compreendermos os desafios

presentes no feminismo atualmente. Embora as informações sobre isso sejam escassas,

selecionamos alguns eventos que (esperamos!) contribuam para uma visão mais ampla sobre a

luta das mulheres.

✓ Assim, é preciso afirmar que o feminismo enquanto um tipo movimento organizado de mulheres,

oriundo da sociedade civil, só surgiu na metade do século XIX! Todavia, antes disso, as mulheres

lutaram e MUITO!

(25)

AS PRECURSORAS

DAS NOSSAS

(26)

5 de Novembro, 1405: “A cidade das damas” é lançado. É considerado um marco do feminismo pré-moderno, o livro de Christine de Pisan fala sobre o mito das amazonas, ataca o discurso da inferioridade das mulheres e oferece uma alternativa à sua situação.

A resistência das mulheres indígena: se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos/as. Especialmente as mulheres indígenas, profundas conhecedoras das ervas, sabiam utilizá-las em sua defesa e na defesa de seu povo: envenenamentos e adoecimentos produzidos, estratégias de desarticulação da organização social branca, abortamentos dos frutos da violência sexual, rituais de desbatismo (com retirada no nome cristão imposto) e manutenção de suas práticas ancestrais foram táticas amplamente utilizadas por elas. Outro papel central das mulheres era o da sobrevivência: muito mais do que os homens, eram elas que asseguravam as produções e a agricultura para a subsistência, mesmo antes da chegada dos portugueses. O trabalho no campo era quase todo entregue às mulheres.

22 de Julho, 1665 – Aqualtune: foi capturada como escrava e trazida para o Brasil. Aqualtune liderou uma força de 10 mil homens, na Batalha de Mbwila, entre o Reino do Congo e Portugal. Foi capturada com a derrota congolesa e trazida para o Porto de Recife, no Brasil. Ao conhecer a história de Palmares, Aqualtune organizou uma fuga junto com outros escravos para o quilombo, onde teve sua ascendência reconhecida, recebendo, então, o governo de um dos territórios quilombolas, onde as tradições africanas eram mantidas. Aqualtune era da família de Ganga Zumba, e uma de suas filhas teria gerado Zumbi. Em uma das guerras comandadas pelos paulistas para a destruição de Palmares sua aldeia foi queimada. Não se sabe ao certo a data de sua morte. Símbolo de luta e resistência, Aqualtune é uma das grandes referências para diversas organizações de mulheres negras no Brasil.

1694: Dandara, que foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil. Após ser presa, cometeu suicídio se jogando de uma pedreira ao abismo para não retornar à condição de escrava. Foi esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos. Sua figura é envolta em grande mistério, pois quase não existem dados sobre sua vida e/ou atos.

(27)

INFLUÊNCIAS DO NORTE COLONIAL EUROPEU

✓ 29 de Outubro, 1771: A "Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã"

é publicada.

Trata-se do primeiro documento da Revolução Francesa a mencionar a igualdade jurídica

entre mulheres e homens. Olympe de Gouges, escritora e militante francesa, a elaborou

como uma crítica à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que anunciou direitos

de igualdade e liberdade que se aplicavam apenas aos homens. Enquanto isso, as mulheres

continuavam sem o direito de votar, de ter acesso a instituições públicas, à liberdade

profissional, direitos de propriedade, etc. A declaração foi rejeitada e permaneceu em

completo esquecimento até 1986, quando foi publicada por Benoîte Groult.

✓ 26 de Novembro, 1792: A “Reivindicação dos Direitos da Mulher"

é publicada. A escritora e

filósofa inglesa Mary Wolstonecraft sintetiza nesta obra a defesa de que as mulheres não

são, por natureza, inferiores aos homens, mas apenas aparentam ser por falta de acesso à

educação, e que por isso as meninas precisavam ter acesso às instituições de ensino.

(28)

AS ONDAS FEMINISTAS

(29)

PENSANDO EM “ONDAS”

✓ Cada momento histórico tem suas particularidades, assim como as mulheres de cada

momento histórico têm as suas demandas diferentes.

✓ Assim, uma das formas de agrupar mulheres em determinada “onda” do feminismo é

de acordo com suas demandas.

✓ Outra forma de identificar as “ondas” é cruzando os ideais defendidos pelas mulheres

denominadas feministas com seus momentos históricos.

✓ A literatura feminista apresenta três “ondas” do movimento feminista (eu já proponho

a existência de uma quarta onda – para o Brasil e a América Latina - desde o ano de

2010), por conta das reivindicações majoritárias e principais dos movimentos femininos

em cada momento histórico.

(30)

AS ONDAS DO FEMINISMO: NOTA CRÍTICA

✓ Sabemos das críticas que o uso da metáfora das ONDAS já recebeu, sobretudo, no

âmbito da Teoria Feminista.

✓ Elas podem levar a entender a existência de formas de mobilização e luta que teriam

sentido linear e/ou evolutivo, de conquistas definitivas e totalmente superadas, um

sentido de ganhos crescentes e/ou de ausência de retrocessos...

✓ Todavia, ISSO NÃO É VERDADE.

✓ Essa divisão em ondas é feita meramente para fins didáticos — porque mesmo quando

há concordância com relação a uma ou outra pauta existem teorias e movimentos

paralelos diferentes, cada um com suas especificidades. Há fluxos e refluxos nas ondas

(o que implica movimento, dinâmica, avanços e também retrocessos – como o que

estamos vivendo agora, por exemplo!).

(31)

A PRIMEIRA ONDA

A autora Céli Regina Pinto, no livro "Breve história do feminismo no Brasil", descreve

duas fases do movimento no país: "feminismo bem-comportado" e "feminismo

mal-comportado".

A 1ª Onda foi caracterizada pela reivindicação, por parte das mulheres, dos diversos

direitos que já estavam sendo debatidos — e conquistados — por homens de seu

tempo: Trabalhar ; Estudar; Votar.

Ou seja: ATUAR NA VIDA PÚBLICA. Além do mais, as feministas da primeira onda

questionavam a imposição de papéis submissos e passivos às mulheres.

(32)

1827: As meninas são liberadas para frequentar escolas – uma conquista muito importante das mulheres brasileiras veio com uma lei em 1827, que permitia que meninas finalmente frequentassem colégios e estudassem além da escola primária. Até essa data, o acesso à educação foi negado às meninas. Foi apenas com essa Lei Geral – promulgada em 15 de outubro – que elas foram autorizadas a continuar seus estudos.

1832: É publicado “Direitos das mulheres e injustiças dos homens”, de Nísia Floresta. O livro é considerado o fundador do feminismo brasileiro. Na obra, a autora reforça que a mulher é tão capaz quanto o homem de assumir cargos de liderança e qualquer outra função. Nísia Floresta foi a primeira mulher a denunciar o mito de superioridade do homem publicamente, além de caracterizar as mulheres como seres inteligentes e merecedores de respeito.

21 de Janeiro, 1848: "Declaration of sentiments" (Declaração de sentimentos) é lançado nos EUA. Trata-se de uma convenção organizada por Lucrécia Coffin e Elizabeth Cady Stanton, conhecida como "Convenção de Seneca Falls". O documento ficou famoso pela afirmação era de que homens e mulheres eram criaturas iguais. Lucrácia Coffin também foi ativista da causa abolicionista.

1852: Primeiro jornal feminino é criado: editado por mulheres e direcionado para mulheres, surgiu o Jornal das Senhoras, que afirmava que as pessoas do sexo feminino não deveriam só aprender piano, bordado e costura. Depois disso, outros jornais também apareceram, como o Bello Sexo, em 1862 e O Sexo Feminino, em 1873.

1871: Lei do Ventre Livre é promulgada: também conhecida como Lei Rio Branco, a Lei do Ventre Livre, assinada pela Princesa Isabel, determinava que os filhos das mulheres escravizadas na época do Império nasciam livres. A abolição da escravidão só aconteceu em 1888, através da Lei Áurea.

✓ 20 de Fevereiro, 1878: Peça "O voto feminino“. Josefina Álvares conseguiu encenar esta sua peça, no Teatro Recreio, depois publicada em livro, o que faz dela uma das primeiras mulheres a defender o direito ao voto e à cidadania no país.

✓ 1879: Por meio Decreto nº 7.247, de 19 de Abril de 1879, as mulheres são autorizadas a cursar o Ensino Superior. Mulheres podem ser aceitas em faculdades: em 19 de abril, um decreto de lei permitiu que mulheres pudessem cursar o ensino superior, assim como já acontecia com os homens. Apesar de estarem dentro da legalidade, muitas enfrentaram preconceito ao ingressar em universidades.

(33)

1887: Surge a primeira médica brasileira: Rita Lobato Freitas foi a primeira mulher a se formar em medicina no Brasil, pela Faculdade de Medicina da Bahia, além de ser a segunda na América Latina. Mesmo com a lei permitindo o ingresso de mulheres na faculdade, Rita sofreu muito preconceito de pessoas que ainda achavam que estudar era uma rebeldia, “coisa de menino”. Sua tese na conclusão do curso também foi centrada no feminino: a operação cesariana.

1888: Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353) É declarado o fim da escravidão: em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea foi

assinada pela Princesa Isabel e encerrou o período de escravidão no país, que durou cerca de três séculos. A Princesa Isabel foi a primeira senadora brasileira e a primeira mulher a exercer a chefia de Estado no continente americano. Embora seja um marco na luta racial, é questionada por não ter promovido direitos para o povo escravizado. Na virada do século XIX, elxs se deslocaram para os grandes centros urbanos em busca de trabalho. No Rio de Janeiro e em algumas outras cidades, acabaram ocupando antigos casarões. Entretanto, com o passar do tempo, o Estado passou a promover processos de expulsão que levaram ao surgimento das primeiras favelas da capital.

21 de Março, 1907: I Conferência Internacional de Mulheres Socialistas. É de Clara Zetkin a proposta de criação de um Dia Internacional da Mulher, aprovada em 1910 na II Conferência Internacional de Mulheres. Para ela, era importante estipular uma ação internacional pela emancipação das proletárias e pelo sufrágio universa

1910: É criado o Partido Republicano Feminino: o partido reivindicava o direto ao voto e à emancipação feminina. Mais tarde, em 1917, as lideranças desse partido organizaram uma marcha com a presença de noventa mulheres.

01 de Abril, 1918: Maria Lacerda de Moura publica Em Torno da Educação: o livro também entra na lista de obras importantes que marcam o começo do feminismo brasileiro. Nele, Maria Lacerda defende o processo educacional na libertação feminina e reforça que a instrução é um fator indispensável na transformação da vida das mulheres.

1919: Resolução de salários iguais para homens e mulheres é aprovada: a Conferência do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho (OIT)até chegou a aprovar uma resolução de salário igual para homens e mulheres que exercem a mesma função lá em 1919, mas a gente bem sabe que, infelizmente, a igualdade ainda não foi alcançada.

(34)

✓ 1928: Primeira prefeita brasileira é eleita: quando ainda nem existia o voto

feminino, Alzira Soriano de Souza abriu espaço para as mulheres na política. Ela foi

a primeira mulher a assumir o governo de uma cidade não apenas no Brasil, mas na

América Latina inteira.

✓ Maria Luiza Fontenele: primeira prefeita de uma capital brasileira, em Fortaleza. ✓ Iolanda Fleming: primeira governadora, no Acre.

✓ Luiza Erundina: primeira prefeita da maior cidade do Brasil, São Paulo. ✓ Dilma Rousseff: primeira presidente do país

✓ 1934: Mulheres conquistam, enfim, o direito de votar: somente em 1934 o voto

feminino passa a ser regulamentado no país, para mulheres de todas as rendas,

origens ou estado civil. Dois anos antes, em 1932, solteiras e viúvas com renda

própria e mulheres casadas com permissão do marido podiam votar.

✓ Bertha Lutz: responsável pela organização do movimento sufragista no Brasil e pelas ações políticas que resultaram no direto de voto feminino. Assumiu uma cadeira na Câmara Federal e lutou por mais igualdade de direitos políticos às mulheres.

✓ Miêtta Santiago: foi a primeira mulher a exercer plenamente seus direitos políticos, após perceber que a proibição do voto feminino contrariava um artigo da Constituição.

(35)

• 1893 - Nova Zelândia ;

• 1903 - Austrália ;

• 1906 – Finlândia ;

• 1913 – Noruega ;

• 1915 – Dinamarca ;

• 1917 - Holanda e Rússia ;

• 1918 - Alemanha, Áustria e Inglaterra ;

• 1919 - Suécia e Polónia ;

• 1920 - Estados Unidos ;

• 1931 - Portugal e Espanha;

• 1934 – Brasil (na Lei, em 1932);

• 1940 - Turquia ;

• 1944 - França ;

• 1945 - Japão ;

• 1949 - China ;

(36)

A SEGUNDA ONDA: MULHERES RUMO À LIBERDADE E A DIFERENÇA” (entre 1964 E MEADOS DOS 80)1964 e meados dos anos 80)

O "feminismo mal-comportado“ e o “PESSOAL É POLÍTICO”! De meados dos anos 50 e se estende até meados dos anos 90 do século XX.

9 de Abril, 1936 - NO MUNDO: O grupo Mujeres Libres é criado. Mujeres Libres é uma organização anarquista e feminista espanhola criada oficialmente em 1936. Junto à Confederação Nacional do Trabalho, à Federação Ibérica da Juventude Libertária e à Federação Anarquista Ibérica constituiu uma das organizações clássicas do movimento libertário espanhol. Após a morte do ditador Francisco Franco a organização Mujeres Libres foi refundada e atualmente fazem parte dela centenas de mulheres atuando em diversas frentes de apoio mútuo a escolas libertárias e propaganda anarquista. A história virou um filme, "Indomables, una historia de Mujeres

Libres", que está disponível no Youtube.

1 de Junho, 1949: I Encontro Nacional Feminista. Realizando em Fortaleza, durante a 31ª SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

20 de Maio, 1956: I Conferência Nacional das Mulheres Trabalhadoras do Brasil. Organizada pelo Partido Comunista, a Conferência teve como destaque as reinvindicações sobre direitos trabalhistas e a luta por creches.

1958 – NO MUNDO: Simone de Beauvoir publica o célebre “O Segundo Sexo”, obra fundamental onde a filósofa busca de desconstruir o papel então convencionado para a mulher na sociedade (“Não se nasce mulher. Torna-se”).

25 de Novembro, 1960: Las Mariposas são assassinadas na República Dominicana. Dia 25 de novembro é o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher em homenagem às irmãs Mirabal - Pátria, Minerva e Maria Teresa - que formaram um grupo de oposição ao ditador Trujillo e ficaram conhecidas como Las Mariposas. Em 1960 foram assassinadas, na República Dominicana.

1961 – NO MUNDO: a comercialização da pílula anticoncepcional causou uma revolução de costumes e liberdade sexual. A pílula foi desenvolvida por dois médicos americanos, Gregory Pincus e Carl Djarassi, com incentivo da feminista e ativista social Margaret Sanger e financiamento de Katharine McCormick, uma rica herdeira industrial.

1962: É criado o Estatuto da Mulher Casada: em 27 de agosto, a Lei nº 4.212/1962 permitiu que mulheres casadas não precisassem mais da autorização do marido para trabalhar. A partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a chance de pedir a guarda dos filhos em casos de separação. No mesmo ano, a pílula anticoncepcional chegou ao Brasil. Apesar de ser um método contraceptivo bastante polêmico, por mexer com hormônios, não dá para negar que o medicamento trouxe autonomia à mulher e iniciou uma discussão importantíssima sobre a liberdade sexual feminina.

(37)

A SEGUNDA ONDA

Golpe de 1964: vária mulheres (principalmente estudantes) entram na luta contra a ditadura militar X mulheres (esposas de generais) realizam a Marcha da Família com Deus pela Liberdade

21 de Maio, 1968: I Congresso Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Essa história [da luta das trabalhadoras

domésticas pela organização da categoria e por direitos] inicia-se com Laudelina de Campos Melo, na década de 30 do século 20, passando por uma articulação com o Teatro Experimental do Negro, e com a corrente progressista da igreja católica nas décadas de 50 e 60.[...] na sombra de cada direito conquistado – mesmo que insuficiente, comparado aos outros/as trabalhadores/as – havia uma forte militância das trabalhadoras domésticas.

1974: Mulheres conquistam o direito de portarem um cartão de crédito no Brasil.

8 de Março, 1975: Reunião de Feministas em comemoração ao Ano Internacional da Mulher, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. Organizada para comemorar o Ano Internacional da Mulher, segundo Lélia Gonzalez, esta reunião se tornou um marco na história da incidência das mulheres negras no movimento feminista, pois foi nesse período que algumas delas passaram a se reunir separadamente, para discutir suas questões e só depois poder debatê-las nos movimentos negros e de mulheres. Elas divulgaram nesta reunião na ABI um documento sobre a herança cruel da escravidão de objetificação das mulheres negras.

(38)

Essa é fase, entendida como "mal-comportada", foi marcada por mobilizações contra a

ditadura, quando muitas mulheres brasileiras foram exiladas.

A LUTA PELA REDEMOCRATIZAÇÃO E A LUTA PELA ANISTIA POLÍTICA

✓ Nesse período, as mulheres tiveram uma participação efetiva nas lutas pela democracia, mobilizadas para as causas gerais (fim da ditadura) e para causas específicas (pelo combate à violência doméstica, pela construção de creches para os filhos das trabalhadoras e pelo direito ao aborto).

1975: Jornal Brasil Mulher é fundado: no dia 9 de outubro, o primeiro exemplar saiu em circulação com um editorial que marcou época e irritou muito homens, principalmente jornalistas e políticos. “O Brasil Mulher não é o Jornal da Mulher. Seu objetivo é ser mais uma voz na busca e na tomada da igualdade perdida. Trabalho que se destina a homens e mulheres. Não desejamos nos amparar nas diferenças biológicas para desfrutar de pequenos favores masculinos, ao mesmo tempo que o Estado, constituído de forma masculina, deixa-nos um lugar só comparado ao que é destinado por incapacidade de participação do débil mental”, afrontava a publicação sabiamente. A vida do jornal foi curta, devido a dificuldades financeiras. Foram 20 edições em dois anos. O Brasil Mulher, ainda hoje, é considerado um dos porta voz do movimento feminista.

1977: Lei do Divórcio é aprovada: no dia 26 de dezembro, a Lei nº 6.515 foi sancionada e iniciou uma discussão sobre a separação. Vale lembrar que mulheres desquitadas eram vistas com maus olhos por muitas pessoas, inclusive por outras mulheres, que preferiam viver casamentos infelizes e abusivos a pedirem o divórcio.

1980: Forças Armadas passa a aceitar também mulheres: mais uma profissão que até então era vista como masculina. Dois anos depois, em 1982, a Força Aérea passou a aceitar mulheres e, em 1992, foi a vez do Exército brasileiro.

(39)

A TERCEIRA ONDA – ONGUIZAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DOS

MOVIMENTOS

A ESPECIALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS E DE MULHERES: violência contra a

mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos–

A CRIAÇÃO DE ONGs FEMINISTAS, O TRABALHO DE ESPECIALISTAS E O COMEÇO DA

ATUAÇÃO EM REDE

A INSERÇÃO EM PARTIDOS POLÍTICOS

Forte discutir os paradigmas estabelecidos nas outras ondas, colocando em discussão a

micropolítica + início fortalecimento do movimento negro e das mulheres rurais.

1981: Criação da ONG SOS Corpo, em Recife (PE).

1985: Surge a primeira Delegacia da Mulher - DEAM (Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher) em São Paulo e, logo depois, outras unidades começam a ser implantadas em outros estados. Essas unidades especializadas da Polícia Civil realizam, essencialmente, ações de proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e violência sexual contra as mulheres.

1988: Ocorre o primeiro encontro nacional de mulheres negras: estima-se que 450 negras reuniram-se para promover debates e seminários em vários estados brasileiros, a fim de conscientizar a população e trazer à tona questões do feminismo negro.

1988: O Lobby do Batom: No mesmo ano, aconteceu a mobilização que ficou conhecida no âmbito da Assembleia Constituinte que tinha como pauta a igualdade formal de direitos entre mulheres e homens na CF/88.

(40)

A TERCEIRA ONDA

✓ 1988

: A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos homens. Foi

apenas na Constituição de 1988 que as mulheres passaram a ser vistas pela legislação brasileira

como iguais aos homens. Somente após as pressões da pauta feminista, aliada com outros

movimentos populares que ganharam as avenidas na luta pela democracia, é que conseguimos

vencer uma realidade opressora e fomos incluídas legalmente como cidadãs com os mesmos

direitos e deveres dos homens – pelo menos na Constituição.

✓ 1991:

Criação da Rede Feminista de Saúde.

✓ 1995:

CNDM - Com existência meramente formal desde 1989, o Conselho Nacional dos Direitos da

Mulher (CNDM) recupera o papel que havia desempenhado originalmente, já na preparação para

a Conferência de Pequim.

✓ 1996:

A primeira Lei de Cotas para mulheres na política no Brasil, reivindicando que mais mulheres

participem ativamente da vida política brasileira. A Lei, de autoria da então Deputada Federal

Marta Suplicy (PT/SP) obrigava os partidos a inscrever pelo menos 20% de mulheres nas listas de

candidaturas ou chapas eleitorais.

(41)
(42)

A TRANSIÇÃO DA TERCEIRA ONDA PARA A QUARTA ONDA

2002: Criação da Secretaria do Estado dos Direitos da Mulher/SEDIM, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos no Ministério da Justiça, pelo ex-Presidente FHC.

2002: Mudança no Código Civil brasileiro: retirou o artigo que dizia que um homem podia pedir a anulação do casamento caso descobrisse que a esposa não era virgem. Até então, a virgindade feminina, ou a falta dela, no caso, era tratada como crime e uma justificativa plausível para divórcios.

---4ª ONDA

2003: Criação da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM/PR), com status ministerial, pelo ex-Presidente Lula.

2006: é criada a Lei nº 11.340 - Lei Maria da Penha (LMP) - sancionada para combater a violência contra a mulher.

2007: Criação do Pacto Nacional de Enfrentamento à violência contra as mulheres.

2010: É eleita a primeira mulher Presidente do Brasil: a eleição de Dilma Rousseff, no dia 31 de outubro, e a convocação de nove mulheres para os ministérios do país marcou história na política brasileira.

2011: Primeiras Marchas das Vadias.

2013: Aprovação da PEC das Domésticas.

2015: É aprovada a Lei do Feminicídio: no dia 9 de março, a Lei nº 13.104 finalmente classifica o feminicídio como crime de homicídio.

(43)

A QUARTA ONDA FEMINISTA

(44)

Esta proposta surgiu a partir de

duas etapas de pesquisas

, financiada pelo CNPq, ao longo dos anos

de 2009 a 2013

. As pesquisas, que contaram com três grandes conjuntos de atividades análise

de

18 países latino-americanos

combinaram, através de uma estratégia de triangulação de

métodos de análise e pesquisa (a análise documental e bibliográfica, a coleta de dados

oriundos de fontes secundárias e também a realização de entrevistas.

Realizamos 95 de entrevistas semiestruturadas com representantes de 11 países: Argentina, Bolívia, Brasil,

Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Nicarágua, Paraguai, Uruguai, Venezuela. Dessas, 24 entrevistas

foram realizadas no âmbito do 11º Encontro da CEPAL, ocorrido em Brasília em julho de 2010 e as demais

71 foram realizadas in locco em visita aos países.

ENTREVISTADAS = atoras/es chave do processo de institucionalização dessas políticas de quatro campos de

ação distintos: representantes do Poder Executivo e de Conselhos nacionais de direitos da mulher (ou

estruturas similares); representantes do Poder Legislativo (parlamentares mulheres eleitas e sua

assessoria especializada); representantes da sociedade civil (movimentos sociais de mulheres e

feministas, ONGs e representantes do feminismo acadêmico) e, finalmente, representantes dos

organismos internacionais de defesa dos direitos humanos das mulheres.

Dos 18 países investigados, todos possuíam dois elementos centrais das políticas públicas para as mulheres, a

saber: os mecanismos institucionais de mulheres (MIMs) e os planos, programas nacionais e ações de

políticas públicas para as mulheres e gênero. PORTANTO –

ESSA É UMA TRANSFORMAÇÃO TB NA ALC !

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL

-Matos (2010, 2015 e 2016)

CARACTERIZAÇÃO GERAL

1.

O alargamento, adensamento e aprofundamento de uma concepção

crítico-reflexiva de direitos humanos que tem sexo, gênero, cor, raça, sexualidade,

idade, geração, além da classe social (pautados a partir da luta feminista e das

mulheres e também de outros movimentos)

✓ Muito diferente da proposta liberal, abstrata e transcendental de dignidade humana

que orientou no começo a plataforma internacional vinculada a estes direitos, AS

PROPOSTAS AGORA ESTÃO INEXORAVELMENTE marcadas por uma

VISÃO

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos

(2010, 2015 e 2016)

2. A ampliação, a difusão, assim como uma espécie de

LOCALIZAÇÃO, TERRITORILIZAÇÃO e

COMUNITARIZAÇÃO de lutas feministas,

produzindo-se um efeito de diversificação e

multiplicação das bases de mobilização social e política dos feminismos.

✓ São feminismos oriundos de uma

MULTIPLICAÇÃO DE TERRITÓRIOS

: rurais - de espaços

campesinos, da agricultura familiar -; de povos indígenas e outros povos tradicionais

(quilombolas, povos de terreiro, ciganas, etc.); de agendas comunitárias diversas

(ocupações urbanas, movimentos estudantis, etc.).

✓ Trata-se também, no que tange à esfera de atuação global/local, de um novo

enquadramento ou de uma moldura transnacional/comunitária, além, claro, de uma

moldura que passa a ser ressignificada também nacional e localmente e por novos direitos

humanos, em que sejam superados os legados históricos do patriarcalismo, do racismo e

do capitalismo.

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL

Matos (2010, 2015 e 2016)

3. Uma agenda de lutas que tem sido fortemente radicalizada não apenas na perspectiva de ser

anti-neoliberal, democrático-participativa e popular

para a região, com características

anticapitalistas e antissistêmicas

.

✓ Refiro-me aqui à luta de feminismos localizados e comunitários, vinculados a mulheres

oriundas de uma multiplicidade de povos tradicionais da região, que permanecem em

resistência e têm enfrentado, em diferentes escalas, fenômenos devastadores tais como: o

agronegócio, a mineração, a exploração petrolífera, o turismo, as hidrelétricas e eólicas, a

ação predatória do Estado entre outros espaços da renovada fronteira de expansão

econômica capitalista,

que, como se sabe, busca expulsar de seus territórios aqueles povos

que legalmente adquiriram direitos à participação e consulta sobre os “interesses que os

afetem”.

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e 2016)

4. Um significativo esforço de elaborar e difundir formas próprias de aprendizagem e ensino oriundas da

perspectiva da interculturalidade e do decolonialismo

(fortemente inspirados na “pedagogia do

oprimido” e em seus métodos de educação popular - Paulo Freire, 1921-1977) como alternativas ao

poder e ao saber hegemônicos. Tais esforços vêm sendo experimentados por diferentes comunidades

de mulheres (rurais, indígenas, jovens, autonomistas, comunitárias, quilombolas etc.) e estão baseados,

em especial, na oralidade, visões, sonhos e outras manifestações não tradicionais da experiência,

simbolização e personificação, analogia, trocas e observação.

✓ Há ainda em comum a proposta da realização de “encontros” – uma “

pedagogia dos encontros

(Matos, 2018) pautada em metodologias dissidentes, decolonizadoras – com forte incidência sobre

as experiências corporais e os compartilhamentos íntimos a funcionar como veículos de interações

emancipatórias feministas onde circulam aprendizagens e ensinamentos mútuos, a fortalecer as

identidades individuais e comunitárias.

✓ Tais estratégias pedagógicas estão focadas no esforço de construção e afirmação de uma

trama/rede de elementos corpóreo-simbólico-culturais (danças, músicas, cânticos, artesanato,

comidas, adornos etc.) que visa fortalecer as relações entre:

terra-língua-trabalho-costumes-família-comunidade-meio ambiente, NA

PERSPECTIVA DO BEM VIVER

.

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e 2016)

5. A construção de um novo espaço e de novo repertório de ação que é correlato a

essa nova moldura transnacional/comunitária:

UM RENOVADOR ATIVISMO

FEMINISTA ONLINE

, realizado através das mais distintas mídias sociais e redes

alternativas (blogs, Facebook, Twitter etc.) que têm ressignificado de maneira

poderosa as lutas por mais justiça de gênero.

✓ Esses novas formas têm sido capitaneadas pelo intenso reavivamento, a partir dos

anos 2000, das

JOVENS FEMINISTAS e dos FEMINISMOS AUTONOMISTAS,

ANARCOFEMINISTAS

= numa forte renovação geracional feminista.

✓ Tal fenômeno pode ser encontrado no Brasil (e em varios outros países da AL), e

esses movimentos jovens tentam estabelecer

uma agenda interseccional

inquestionável (anti-etarismo, anti-lesbofobia, anti-transfobia, anti-racismo, e

mesmo anti-especismo)

que visa criar novas formas de liberação e novos espaços

de articulação horizontais para o feminismo de uma forma poderosa, sendo que

essas REDES vêm dando novos contornos para as lutas por justiça de gênero.

(50)

A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e 2016)

6. O foco nos

“FLUXOS HORIZONTAIS DO FEMINISMO” (ou no “sidestreaming” feminista

, nas

estratégias de horizontalização feminista nos termos apresentados por Alvarez, 2014) - uma

perspectiva que reforça a continuidade da discriminação de gênero, mas vai além dela e valoriza

igualmente o princípio da não-discriminação com base na raça, etnia, geração, nacionalidade,

classe ou religião, entre outras.

✓ Trata-se do reconhecimento de “feminismos outros”, profundamente entrelaçados, e, por vezes

controversamente emaranhados com as lutas locais, nacionais e globais para a justiça social,

sexual, geracional, comunitária e racial.

✓ As mesmas mulheres que constituíram as bases do feminismo hegemônico da década de 1990 e

que tratavam as mulheres “diferentes” frequentemente como as “outras” - trabalhadoras rurais e

urbanas, jovens, afrodescendentes, mulheres indígenas, as lésbicas, as pobres – foram e são,

agora, responsáveis por um novo efeito de “tradução”, transformando muitos dos princípios

nodais do feminismo;

✓ Agora as mulheres se apresentam feministas a partir DE DENTRO de outros movimentos sociais e

não apenas no âmbito dos movimentos feministas. Isso está acontecendo nos movimentos rurais,

nos movimentos ambientalistas, nos movimentos de juventude, nas ocupações urbanas, nos

movimentos culturais etc.

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e

2016)

7. Foco na verticalização ou

“FLUXOS VERTICAIS DOS FEMINISMOS”

(o

“mainstreaming” feminista

-Alvarez, 2014), onde ganham visibilidade e destaque as novas formas de relação com o Estado e

de suas muitas instituições e àquelas dinâmicas vinculadas a este novo formato de teorização

feminista;

✓ Destaca-se o esforço no sentido da construção participativa de ações transversais, interseccionais

e intersetoriais de despatriarcalização, des-racialização, des-heteronormatização, enfim de

descolonização das instituições estatais (e também de outras instituições políticas como os

partidos, por exemplo);

✓ Partindo-se do pressuposto de que as instituições estatais (e outras instituições políticas) são

patriarcais, racistas e heteronormativamente orientadas, essa nova fase estabelece um diálogo

contestado com as instituições estatais que está reformatando as políticas públicas para as

mulheres em toda a região;

✓ A existência de MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES – a Secretaria

Nacional de Políticas para as Mulheres - e de PLANOS E PROGRAMAS NACIONAIS DE POLÍTICAS

PARA AS MULHERES - PNPMs (O Brasil já construiu QUATRO PNPMs) .

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e

2016)

8. Uma nova forma teórica e uma nova prática – transversal e interseccional – de

compreensão dos fenômenos de raça, gênero, sexualidade, classe e geração

desdobram-se na necessidade de se pensar em micro e macroestratégias de ação

articuladas, integradas, construídas em conjunto pelo Estado e pela sociedade civil;

✓ Aqui se encontram a Teoria e a Práxis feminista – ATIVISMOS INTERSECCIONAIS

FEMINISTAS

✓ Trata-se da afirmação definitiva de

um novo feminismo interseccional,

transversal, multinodal, policêntrico (estatal e anti-estatal ao mesmo tempo

despatriarcalizador, destradicionalizador e descolonizador).

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A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e 2016)

9. Uma renovada retomada e aproximação entre:

pensamento,

as teorias e o Estado,Ativismos e

os movimentos feministas

Que passam a se conformar como

CAMPO: “campo crítico emancipatório das diferenças”

(Matos, 2013) OU

“campos discursivos de ação”

- Alvarez, 2016), que se propõe a uma

reformulação teórica profunda com forte concentração em tradições teórico-críticas

feministas contemporâneas decoloniais e que visam um novo enquadramento que vem

abrir a possibilidade de construção de um feminismo cosmopolita emancipatório e crítico.

✓ Aqui importa destacar que estamos trabalhando a partir de perspectivas teóricas

DECOLONIAIS latino-americanas que estão centradas no conceito de "colonialidade do

poder/saber/ser" (Quijano, 1991, 1998,2000; Lander, 1988, 1992 ; Escobar, 2003) e

assentadas fortemente na categoria do “oprimido” como esta foi previamente discutida

por Freire (1968) e Dussel (1975, 1998) .

✓ A ‘estrutura de poder colonial’ não desapareceu com a criação das repúblicas, seus

efeitos colonizadores internos ainda estão moldando as nossas relações sociais,

políticas, culturais, intersubjetivas e até corporais.

(54)

A QUARTA ONDA DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL - Matos (2010, 2015 e 2016)

10. A proposta e a luta pela construção de uma radical proposta de DEMOCRACIA FEMINISTA ANTIRRACISTA:

A democracia radicalmente feminista e antirracista = ser feminista e antirracista para além do próprio feminismo.

BASE - a política como exercício da justiça e da emancipação/libertação.

As esferas públicas e privadas são completamente redefinidas e as “diferenças” são enxergadas como potências democratizadoras.

Há um crescente processo de radicalização vinculados à participação, representação democráticas e outras formas de ação coletiva.

O critério da justiça política e ambiental tornam-se centrais para o projeto democrático.O direito ao Bem Viver converge com a indissolubilidade dos direitos das mulheres, dos povos

indígenas e comunitários e das pessoas negras, associando-os à superação decolonial de todas as demais desigualdades.

Onde se desafiam as formas de representação política e inovação democrática, trazendo as experiências das campanhas, candidaturas e mandatas coletivas e da paridade de participação.Há a presença de dinâmicas de reformulação e recriação partidárias, com foco na formação

política ativista.

Vão sendo construídas cadeia de equivalências e de horizontalidade entre diferentes lutas democráticas que visam, ao cabo, a redefinição da cidadania e da democracia.

(55)

REFERÊNCIAS

ALVAREZ, Sonia (2014). “Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista”. In: Revista Cadernos de Pagu, (43), janeiro-junho de 2014:13-56. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332014000200013&script=sci_abstract&tlng=pt

GROSSI, Miriam Pillar (2004). A Revista Estudos Feministas faz 10 anos: uma breve história do feminismo no Brasil. Revista Estudos Feministas. 2004, vol.12, n.spe [cited 2020-08-04], pp.211-221. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2004000300023&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1806-9584.

MATOS, Marlise. (2008). “Teorias de gênero e teorias e gênero? Se e como os estudos de gênero e feministas se transformaram em um campo novo para as ciências”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 333-357. Disponível em: http://socialsciences.scielo.org/ scielo.php?pid=S0104-026X2008000100005&script=sci_arttext. Último acesso em: 19 de julho de 2019.

MATOS, Marlise (2010). “Movimento e teoria feminista: É possível reconstruir a teoria feminista partir do Sul global?”. Revista de Sociologia e Política, junho, Nº 36, Vol. 18. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-44782010000200006&script=sci_abstract&tlng=pt

MATOS, Marlise (2015). Democracia, sistema político brasileiro e a exclusão das mulheres: a urgência em aprofundar estratégias de descolonização e despatriarcalização do Estado. In: Secretaria de Políticas para as Mulheres. (Org.). Revista do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero. 5ed.Brasília: Secretaria de Política para as Mulheres, 2015, v. 7, p. 24-37. Disponível em: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/publicacoes/revista-do-observatorio-brasil-da-igualdade-de-genero-2015-1/at_download/file

MATOS, Marlise (2016). “O Campo-crítico-emancipatório das Diferenças e a Quarta Onda Latinoamericana como experiencia da descolonização acadêmica”. In: Karina Bidaseca. (Org.). Feminismos y Poscolonialidad 2. 1ed.Buenos Aires: Ediciones Godot, 2016, v. 1, p. 263-321.

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Obrigada!

Referências

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