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Diversificação produtiva no espaço rural: Estudo de Caso: Fazenda Piana, Sidrolândia, Mato Grosso do Sul

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Academic year: 2021

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA NO ESPAÇO RURAL: ESTUDO DE CASO: FAZENDA PIANA, SIDROLÂNDIA, MATO GROSSO DO SUL

afrata@gmail.com

POSTER-Desenvolvimento Rural, Territorial e regional

ANGELA MARIA FRATA; FELIPE NOGUEIRA DA CRUZ; ANDRÉ FELIPE DE SOUZA; DAYANE FREITAS DE MEDEIROS; PATHENOPY DE SOUZA

PEREIRA.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL, CAMPO GRANDE - MS - BRASIL.

Diversificação produtiva no espaço rural:

Estudo de Caso: Fazenda Piana, Sidrolândia,

Mato Grosso do Sul

Productive diversification in the rural space:

Study of Case: Piana Farm, Sidrolândia,

Mato Grosso do Sul

Grupo de Pesquisa: Desenvolvimento Rural, Territorial e regional

Resumo

A partir das mudanças provocadas pelo processo de modernização ocorrido na agricultura brasileira na década de 1960, houve uma nova configuração no espaço rural do país. Dentro dessa nova dinâmica, percebem-se modificações nas relações econômicas e sociais marcadas pela insurgência de novas atividades não-agrícolas. O estudo de caso foi realizado na Fazenda Piana, localizada no município de Sidrolândia/MS, em virtude da sua diversificação produtiva, visando identificar tais formas de produção e suas relações. A propriedade iniciou a avicultura em sistema de integração com a agroindústria Seara, em 2001, atividade essa que atuou como a principal ocupação produtiva. Em 2002, começou a desenvolver-se um novo ramo de atuação, o turismo no espaço rural, passando a ter tanta importância econômica quanto à produção de frangos. A fazenda soube explorar o potencial turístico para desenvolver o turismo mesmo sem incentivo do poder público, promovendo a geração de emprego e renda.

Palavras-chaves: Espaço Rural, Atividades não-agrícolas, Turismo Rural. ABSTRACT

The modernization process in the Brazilian agriculture in the 1960’s made a new configuration in the rural space of this country. In this new dynamic, we can see modifications in the economic and social relations, which are marked by the emergency of new activities no agricultural. The study of case was realized in the Piana Farm, localized

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in the City of Sidrolândia/MS, in virtue of the productive diversification, whose objective was identify these forms and their relations. In 2001, the property began the aviculture in process of integration with the Seara agroindustry; this activity was the main productive occupation. In 2002, it started the development of a new way of actuation, the tourism in the rural space, which started having so economic importance as the chicken production. The farm knew to explore the touristy potential to develop the tourism without public incentive and promoting the employment generation and rent.

Key Words: Rural space, No agricultural activities, Rural tourism. 1. INTRODUÇÃO

A economia de Mato Grosso do Sul conta com uma forte influência do setor agropecuário. Desde a década de 1970 ela tem experimentado um elevado crescimento provocado pela modernização da agricultura de grãos e avanço da fronteira agrícola, bem como pelo aumento do uso de tecnologia na pecuária (MATO GROSSO DO SUL, 2005).

A expansão do agronegócio contribuiu tanto para um melhor desempenho dos agentes econômicos envolvidos na produção primária, quanto para o favorecimento do processo de diversificação da base produtiva sul-mato-grossense.

A busca pela diversificação e competitividade da produção em Mato Grosso do Sul produz efeitos na economia, dando origem ou ampliando atividades econômicas de exploração não-agrícola que ainda são consideradas novas, como é o caso do turismo rural. Para Graziano da Silva et al (2002), essa nova organização do espaço pode ser chamada de o “novo rural”, o qual compreende uma agropecuária moderna, baseada em

commodities e ligada a agroindústrias; um conjunto de atividades não-agrícolas, ligadas à

moradia, ao lazer e a várias atividades industriais e de prestação de serviços; e um conjunto de “novas” atividades relacionadas a atividades agropecuárias, impulsionadas por nichos especiais de mercado. Estas “novas” atividades, na verdade já eram exercidas em épocas passadas pelos agricultores, porém não possuíam ênfase econômica, como nos dias atuais.

Neste mesmo sentido, Basaldi (2001) afirma que o meio rural deixou de ser sinônimo de agrícola e passou a ser o local de atividades que eram tipicamente urbanas. O declínio do lugar da agricultura nas atividades e ocupações do espaço rural foi acompanhado pelo surgimento de funções não-agrícolas, tais como os aspectos ambientais e de proteção à natureza, o lazer e o turismo, a caça, a pesca e o acolhimento dos que aí pretendem viver temporária ou permanentemente.

Segundo Graziano da Silva, Vilarinho e Dale (1998), o turismo rural constitui uma atividade que une a exploração econômica a outras funções como a valorização do ambiente rural e da cultura local que, não raras vezes, são alguns de seus atrativos principais.

Diante dessas modificações no espaço rural, esse presente trabalho tem por objetivo identificar as atividades não-agrícolas na Fazenda Piana, localizada no município de Sidrolândia/MS, e suas relações econômicas, enfatizando a predominância da atividade turística que ganha espaço e competitividade perante os demais bens e serviços produzidos no local. Assim, torna-se sumariamente importante a identificação das alterações pelas quais passa o meio rural nos dias atuais.

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Veiga (2000) argumenta que em todas as regiões do Brasil há espaços onde as perspectivas de desenvolvimento estão ligadas à exploração mais produtiva de recursos naturais, como atividades agropecuárias, florestais ou pesqueiras. Já em outros, a saída está relacionada à busca de investimentos industriais. Ambas as situações são encontradas na Fazenda Piana como são descritas nos Resultados e Discussões.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A Fazenda Piana está localizada na zona rural do município de Sidrolândia/MS, a aproximadamente 40 km da capital Campo Grande. O acesso para a área se dá pela rodovia MS 060. As coordenadas geográficas da sede da propriedade são 54º 50.741' Oeste e 20º 48.022' Sul. O território é composto por 150 hectares, dos quais 60% são de vegetação nativa da Serra de Maracaju.

Previamente foi feito um levantamento de referencial bibliográfico, em livros e periódicos científicos, a partir das definições teóricas optou-se por realizar um estudo de caso. A escolha do local ocorreu em virtude da diversificação das atividades exercidas na área, como a pecuária de corte, a avicultura através do sistema de integração e os diversos tipos de turismo. A participação direta da família na prestação de serviços turísticos foi um aspecto determinante na opção.

No dia 27 de março de 2010 foi realizada uma visita a campo, para o conhecimento da área e dos bens e serviços produzidos. Além disso, foi efetuada uma entrevista semi-estrutura com o proprietário e administrador da Fazenda, senhor Luiz Carlos Piana.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesse item são apresentadas as duas principais ocupações produtivas, a Pecuária, englobando a criação de bois, porcos, carneiros e galináceos e o turismo com suas modalidades.

3.1 Pecuária

Avicultura: é uma das principais atividades não-agrícolas desenvolvidas na

propriedade, desde 2000. O complexo aviário conta com uma infra-estrutura de 13 galpões, com um número estimado de 286 mil frangos de corte. A produção é regida por contratos de integração com a agroindústria Seara Alimentos. A empresa fornece os pintainhos, ração e produtos veterinários, a Fazenda Piana, por sua vez, é responsável pela administração dos insumos e a condução da atividade.

Bovinocultura, suinocultura, ovinocultura: a pecuária de corte e leiteira é

constituída por um rebanho de 150 animais. A maior parte do gado é absorvida pelos estabelecimentos do município. A produção de leite é utilizada na fabricação de produtos comercializados na fazenda, como queijos e doces. Os suínos e ovinos são destinados a alimentação dos moradores e dos turistas.

4.2 Turismo

O turismo teve início através das trilhas de motocicletas e os jogos de futebol, onde o público, em sua maioria, era de Sidrolândia. Com o passar dos anos, o número de visitantes foi crescendo e conseqüentemente pressionando a demanda pelos serviços. Um dos motivos por essa procura é a proximidade da capital Campo Grande, que fica a 40 quilômetros da sede da fazenda e possui uma população superior a 700 mil habitantes. Com o aumento dos turistas novos atrativos têm sido criados na propriedade, o que

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provocou aumento no número de empregos e na geração de renda. Nessa atividade são empregadas 13 pessoas, destacando-se a participação de cinco pessoas da família. A seguir são apresentados os tipos de turismo desenvolvidos.

Turismo de eventos: as empresas utilizam o espaço para realização de treinamentos

e confraternizações. Há áreas para camping, refeitório com capacidade para 200 pessoas e churrasqueiras para os que preferirem preparar sua própria alimentação.

Turismo de aventura e esportivo: a fazenda conta com trilhas para jeepeiros e

motociclistas, nessas categorias são realizados eventos estaduais e nacionais. Conta também com um campo de futebol gramado, onde são realizados torneios. Além disso, há pontes suspensas sobre dois tanques de piscicultura e de criação de jacarés.

Turismo de observação: a propriedade possui um pomar de frutas típicas da região

do Cerrado e outras exóticas, um orquidário aberto a visitação e um tanque ornamental de peixes. No caminho até a cachoeira pode-se observar a flora e fauna nativa da Serra de Maracaju.

Turismo de água e Sol: nessa modalidade, há uma Lagoa com tirolesa, bar molhado

e deck com lanchonete.

Turismo artístico: as árvores mortas são aproveitadas para a confecção de

esculturas em madeira pelo escultor Medeiros, com animais típicos da região do Cerrado e do Pantanal sul-mato-grossense, como tamanduás, tuiuiús, tucanos, araras, seriemas, cobras, jacarés, bem como animais típicos do meio rural, como bois, aves, porcos, entre outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma das principais formas de relação observada é o aproveitamento entre as atividades típicas do espaço rural, como a pecuária, e a atividade turística. As áreas que anteriormente eram desfrutadas apenas pela família e amigos agora são comercializadas, bem como os aspectos naturais. Ao todo são 20 pessoas que trabalham entre o complexo avícola e o turismo, tendo a maior participação da família na segunda atividade.

Mesmo sem o apoio do poder público, o proprietário afirma que houve aumento de geração de renda e criação de novos empregos. Assim, destaca-se que a falta de incentivos dos governos locais pode ser um impeditivo para o estímulo de novas atividades no espaço rural, de forma que, não haja dependência das atividades tradicionais. Isso possibilitaria que as famílias do rural se fixassem neste território, fazendo com que a vivência cultural continuasse, ainda que, de forma modificada pelas novas relações promovidas pelas atividades não-agrícolas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASALDI, O. V. Mudanças no Meio Rural e Desafios para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo em Perspectiva. vol.15 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2001.

GRAZIANO DA SILVA, J. et al. O que há de realmente novo no rural brasileiro.

Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 19, n. 1, p. 37-67, jan/abr. 2002.

GRAZIANO DA SILVA, J.; VILARINHO, C.; DALE, P. J.. Turismo em Áreas Rurais: Suas Possibilidades e Limitações no Brasil. In: Almeida, J. A.; Riedl, M.; Froehlich, J. M., (orgs.). Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável. Santa Maria (RS): Centro Gráfico, 1998. p. 11-47.

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MATO GROSSO DO SUL (Estado). Secretaria de Planejamento e de Ciência e

Tecnologia – SEPLANCT. Diagnostico sócio-econômico de Mato Grosso do Sul – 2004. Campo Grande: 2005,117p.

SCHMITZ, A. P. Avaliação de Estudos de Caso no meio Rural Baiano – Municípios de Barreiras, Ilhéus e Irecê. In Seminário Novo Rural Brasileiro, 3, 2003, Campinas, A dinâmica das atividades agrícolas e não-agrícolas no novo rural brasileiro, Anais... Campinas: Unicamp, NEA – Instituto de Economia, 2003.

VEIGA, J. E. da. A Face Rural do Desenvolvimento: natureza, território e agricultura, Porto Alegre, Editora da UFRGS, 2000.

Referências

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