• Nenhum resultado encontrado

MODELO DE BASE EXPORTAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE RORAIMA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MODELO DE BASE EXPORTAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE RORAIMA"

Copied!
64
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

MODELO DE BASE EXPORTAÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO DE RORAIMA

(2)

MODELO DE BASE EXPORTAÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO DE RORAIMA

Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Roraima, como requisito obrigatório para obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Econômicas.

(3)

VÂNIA LIBERATO DA SILVA

Esta monografia foi submetida à Banca Examinadora como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas, outorgado pela Universidade Federal de Roraima.

Monografia aprovada em: ________/_________/ 2005 Nota:__________________

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________ Profº Msc. HAROLDO EURICO AMORAS DOS SANTOS (1º Examinador – Orientador)

UFRR

________________________________________________ Profº Genival Ferreira

(2º Examinador ) UFRR

________________________________________________ Profº Getulio Cruz

(3º Examinador ) UFRR

(4)

Em especial a minha “mãe”, Celina Liberato que dedicou integralmente na minha educação e bem estar geral, dedico minha eterna gratidão, sem a qual não seria possível e elaboração dessa monografia.

A família Liberato que me acolheu e me recebeu com muito amor e carinho me dando sempre apoio ao longo de toda minha vida.

A minha querida “mãe” Ivonete Liberato pelos 25 anos de incansável investimento e financiamento.

(5)

Agradeço em primeiro a Deus, síntese da vida.

A todos os professores da Universidade Federal de Roraima, em especial o Profº Haroldo Eurico Amoras, pelas orientações prestadas.

Aos amigos que foram companheiros durante o período de estudo. Em especial ao Ubiratan, pela dedicação na elaboração desta.

A minha prima Anny, pela disposição, apoio, e pela ajuda indispensável na conclusão desta monografia.

Ao Marcio Arthemys, pelo incansável apoio e companheirismo e cumplicidade.

(6)

Figura 1 – Bacias Hidrográficas de Roraima Figura 2 – Mapa do Relevo de Roraima Figura 3 – Mapa das Terras de Roraima -ZEE Figura 4 – Mapa de Roraima - ZEE

Figura 5 – Roraima – Modelo Digital do Terreno

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, das safras de arroz,, milho, soja e trigo - Brasil 1996-2002

Tabela 2 – Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de arroz, por Unidade da Federação - 1996-2002

Tabela 3 – Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de milho, por Unidade da Federação - 1996-2002

Tabela 4 – Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de soja, por Unidade da Federação - 1996-2002

Tabela 5 – Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de trigo, por Unidade da Federação - 1996-2002

Tabela 6 – Estimativa de Produtividade Média de Lavouras Básicas -Toneladas/Hectare.

(7)

Gráfico 1 – Localização da Renda Gráfico 2 – Localização da Renda Gráfico 3 – Localização do mercado

(8)

Introdução...9

CAPÍTULO I - O Estado de Roraima...12

1.1 Clima...13 1.2 Hidrografia...13 1.3 Relevo...15 1.4 Solos...16 1.5 Recursos Minerais...18 1.6 Potencialidades do Estado...18

CAPÍTULO II - Conceitos Básicos...26

2.1 Conceito de desenvolvimento econômico...26

2.2 Conceito de crescimento econômico...26

2.3 Crescimento x Desenvolvimento...27

2.4 Conceito de desenvolvimento sustentável...29

2.5 Modelo Keynesiano Básico...30

2.6 A Visão de Adam Smith...30

2.7 A perspectiva de David Ricardo...33

CAPÍTULO III - Teoria da Localização...36

3.1 Fatores Gerais...36

Capítulo IV - Teoria da base econômica regional...42

4.1 Conceito de base econômica...42

4.2 O modelo de base de exportação...44

CAPÍTULO V - Zoneamento Ecológico-Econômico...51

5.1 Procedimentos Operacionais...54

5.2 Como se realiza o ZEE...54

5.3 Potencialidade Social...58

6. Considerações Finais...60

(9)

A presente monografia procura mostrar a importância de uma base de desenvolvimento econômico, seja em um região ou Estado. Mostrando ainda que o modelo de base exportadora pode promover o desenvolvimento do Estado de Roraima.

Será feito um esforço de compreensão de como esse modelo funciona e onde que ele pode ajudar no tão sonhado desenvolvimento de nosso Estado.

Baseado nisso, para que o presente trabalho pudesse ser concretizado, foi necessário traçar um objetivo principal, sendo este apresentar os componentes de um modelo de Base de Exportação para contribuir ao Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado de Roraima.

No entanto, é inegável que não se poderia chegar a este objetivo, sem antes percorrer outras etapas que ajudam no decorrer da pesquisa. Para isso foram traçados alguns objetivos específicos.

O primeiro deles foi estudar a possibilidade de desenvolvimento econômico sustentável do Estado de Roraima, através do setor primário. Isto porque o setor primário se mostra cada vez mais como o sustentáculo para o desenvolvimento do estado e como uma alternativa viável para a produção e conseqüente exportação.

Um outro foco seria analisar as potencialidades e os atrativos para investimento no Estado de Roraima, e a partir disso, demonstrar que Roraima é ponto de interesse para a disponibilização de recursos a título de investimento.

Por fim, apresentar o Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE, como instrumento tecno-político para a formulação de políticas públicas para o setor produtivo primário, com vistas ao desenvolvimento econômico sustentável do Estado de Roraima.

Foi elaborada então uma hipótese de incidência que virá comprovar ou não o objetivo proposto, sendo esta a de que o modelo de Base de Exportação é uma grande opção para promover o desenvolvimento sustentável do Estado Roraima.

(10)

O trabalho foi estruturado em cinco capítulos: o primeiro deles traz a contextualização do Estado de Roraima e suas características geográficas. Isto é importante principalmente porque mesmo vivendo aqui, por vezes não se tem a noção das peculiaridades inerentes ao local.

No capítulo seguinte, apresentam-se alguns conceitos básicos para a melhor compreensão da pesquisa e ainda uma sucinta explanação sobre o modelo básico Keynesiano,a visão de Adam Smith, que serviu de inspirador para o modelo de base de exportação e a perspectiva de David Ricardo.

O terceiro capítulo discorre sobre a teoria da localização, que procura definir as questões teóricas que afetam o comportamento locacional dos agentes econômicos.

Seguindo, o próximo capítulo é centrado na discussão sobre a teoria da base econômica regional, fazendo a diferenciação necessária entre base de exportação e base econômica e ainda apresentando o modelo de base de exportação, bem como o multiplicador a ser aplicado.

Por fim, algumas considerações sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico que por ser instrumento técnico e político para o planejamento das diversas esferas de governo, para a gestão do território e para o fortalecimento institucional e da participação social, se torna essencial na negociação e harmonização dos interesses entre as várias esferas de governo e a sociedade.

(11)

CAPÍTULO I

O E

STADO DE

R

ORAIMA

Quando se fala de Roraima, a primeira idéia que se tem em relação a sua situação geográfica é que este é um estado estrategicamente situado quanto aos mercados da região norte do Brasil.

Além de se situar no extremo norte do Brasil e estar acima da linha do Equador, Roraima leva ainda vantagem por fazer fronteira com a Republica Guiana e a Venezuela. Tem extensão de aproximadamente 226mil km² e uma população de mais de 350 mil habitantes, sua capital é Boa Vista e tem 15 municípios que em sua maioria são fronteiriços ou pelo menos parte de seus territórios estão em área de fronteira.

Em Roraima encontra-se o ponto mais setentrional do Brasil, o Monte Caburaí, que apenas em 2002 foi reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE.

Logo se percebe que Roraima apresenta vantagens comparativas a outros estados da Região Norte, por estar em área de fronteira, podendo se tornar um grande pólo exportador.

Aqui os mercados podem ser alcançados por vias terrestre, fluvial e marinha, e ainda por combinações das três. Vias terrestres asfaltadas ligam Manaus a Caracas, na Venezuela, pela Br-174. E ainda Manaus a Republica Guiana pela Br 174/410 que permite acesso aos principais portos da região. Por vias aéreas, no trecho Boa Vista –Georgetowm e o trecho Boa Vista – Manaus de onde se tem novas conexões com o resto do Brasil.

É notório, então, o grande potencial do Estado, que pode despontar como uma excelente alternativa para o crescimento e desenvolvimento econômico.

Analisaremos agora os aspectos geográficos deste Estado, para um melhor posicionamento e maior compreensão do objeto de estudo.

É mister referenciar que os dados que aqui são mostrados foram colhidos em pesquisa junto à Secretaria de Planejamento do Governo Estadual, e podem ser conferidos, inclusive, na página da SEPLAN na Internet.

(12)

1.1 CLIMA

Encontramos em Roraima climas Tropical Úmido e Equatorial Subúmido, com duas estações climáticas bem definidas, o verão, considerado aqui o período de estiagem que vai de outubro a março de cada ano; e o inverno, que é considerado o período das chuvas.

Boa Vista a capital do Estado não apresenta muitas variações de temperatura ao longo do ano. A cidade está a 90m em relação ao nível do mar.

As chuvas influenciam na quantidade de águas do Rio Branco. Durante o verão o acesso torna-se difícil para as embarcações de grande porte, prejudicando o transporte fluvial entre Manaus e Caracaraí, que é a cidade porto de Roraima.

1.2 HIDROGRAFIA

Todos os rios do Estados formam a grande Bacia do Rio Branco, principal afluente da margem esquerda do Rio Negro. Seu curso d’água inicia-se a uns 30km acima de Boa Vista, com uma extensão aproximada de 548km, na confluência dos rios Uraricoera e Tacutu.

O rio Uraricoera nasce na serra de Pacaraima, possui mais de 650km de extensão, onde seus principais afluentes são os rios Amajarí e Parimé.

O rio Tacutu nasce na serra Acarai tem ¾ do seu curso na direção norte-sul, com aproximadamente 600km. Seus principais afluentes são os rios Mau e Surumu, principal afluente do Rio Cotingo, que nasce no Monte Roraima.

O rio Branco tem seu curso dividido em três segmentos:

1. Alto Rio Branco – 172 km da confluência do Rio Branco com o rio Tacutu até a cachoeira do Bem-querer;]

2. Médio Rio Branco – da cachoeira do Bem-querer até Vista Alegre com uma extensão de 24km onde está localizada Caracaraí,

3. Baixo Rio Branco – que vai de Vista Alegre até sua desembocadura no Rio Negro, com extensão de 386km.

(13)
(14)

A construção da Barragem do Rio Cotingo ainda está em estudo, mas se realmente vir a ser construída, terá um acumulo de médio de alagamento de apenas 36km², podendo gerar até 226MW de energia, mais do que a usina de Balbina, que gera 221MW. As águas que serão liberadas pelas turbinas podem irrigar, por gravidade, mais de 500.000hectares de área.

A construção dessa usina triplicaria a oferta de energia do Estado e garantiria a demanda de mais 20 anos com uma oferta de 450MW.

Roraima ainda tem um grande potencial em água subterrânea que pode ser usado na agricultura ou para suprimento de água potável e mineral.

1.3 RELEVO

O relevo de Roraima é bem definido. Faz parte do Planalto da Guiana, começando no Rio Branco, o principal curso d’água do Estado.

O relevo de Roraima é bem diferenciado. Podendo ser caracterizados e dividido em 5 degraus:

Primeiro degrau: este seria as áreas de acumulação inundáveis. Não

apresentam propriamente uma forma de relevo, mas são áreas cobertas por uma fina camada de água, onde crescem alguns arbustos e gramíneas podendo aparecer palmeiras como o buriti.

Segundo degrau: este seria o pediplano Rio Branco, que é uma unidade

de relevo de enorme expressão em Roraima, pois ocupa grande parte de suas terras. Nesse pediplano as altitudes variam de 70 a 160m e têm fraca declividade, constituindo os campos naturais mais conhecidos como lavrados.

Terceiro degrau: é formado por elevações que podem chegar a 400m de

altidude. São serras como a Serra da Lua, Serra Grande, Serra da Batata, Serra do Cantá, entre outras.

Quarto degrau: é formado por elevações que podem variar de 600 a

2.000m de altidude. Abrange as maiores áreas e constitui o grande divisor de águas entre o Rio Orinoco, na Venezuela e o Rio Branco no Brasil. É

(15)

formado pela cordilheira do Pacaraima, Serra do Parima e Serra do Urucuzeiro.

Quinto degrau: é o denominado de planalto sedimentar de Roraima, é o

mais alto, formado por elevações que chegam a quase 3.000m de altidude. Um exemplo desse degrau é o Monte Roraima, com 2.875m de altitude, ponto culminante do Estado.

Para compreender melhor os degraus que formam o relevo roraimense, observe a ilustração abaixo:

Figura 2 – Mapa do Relevo Roraimense

1.4 SOLOS

Roraima apresenta uma grande variedade de solos, alguns com moderada aptidão agrícola, pois a ocorrência de rochas básicas, responsáveis pelo aparecimento de Terra Roxa e Latossolo vermelho escuro propicio ao cultivo é limitado.

Hoje com adubos e corretivos para o solo se consegue boa produção, mesmo em áreas com baixa fertilidade do solo.

O solo predominante é o latossolo amarelo, que aparece com mais freqüência na área de lavrado.

(16)

Outros tipos de solos encontrados em Roraima são: Areia Quartzosa Hidromórfica, Litólicos, Concrecionário Laterítico, Latossolo Vermelho Escuro, Areia Quartzosa, Solos Hidromórficos Cinzentos, Solos Aluviais, Latossolo Vermelho-Amarelo e Solo Hidromórfico Cinzento. Veja abaixo o mapa de reconhecimento dos solos.

(17)

1.5 RECURSOS MINERAIS

Roraima é uma grande península mineral, onde se encontra minerais como: ouro, diamante, cobre, titânio, molibdênio, calcário, fosfato, nióbio, tântalo, entre outros. São minerais estratégicos altamente cobiçados pelas potencias econômicas mundiais. Há suspeitas de que aqui também tenha lençóis petrolíferos, mas ainda precisa de confirmação.

A exploração econômica de forma comercial desses minerais de Roraima baseia-se no uso de tecnologias com menor impacto ao meio ambiente e regulamentada, tanto em nível federal como estadual pode também ajudar no desenvolvimento de Roraima.

1.6 POTENCIALIDADESDO ESTADO

Diante de diversificadas características geográficas e climáticas, Roraima se tornou um Estado singular no que diz respeito à produção da entressafra brasileira, ou durante todo o ano quando houver possibilidade de uso de irrigação, podendo o Estado funcionar como um mercado regulador de oferta de semente e/ou produtos comestíveis e industriais para o Brasil, bem como o papel de garantir cotas de exportações.

Roraima tem alta produtividade e precocidade das culturas e criações, sendo que as culturas de grãos chegam a ser reduzidas em até 30 dias do seu ciclo produtivo, podendo se obter até três safras anuais, com o uso da irrigação, projetando o Estado para maiores produtividades por ha/ano.

Vejamos as tabelas de 1 a 5, que mostram a produção potencial e as perdas até a pré-colheita das safras de arroz, milho, trigo e soja.

(18)

Tabela 1 - Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, das safras de arroz,, milho, soja e trigo - Brasil - 1996-2002

Ano

Produção Perdas até a pré-colheita Potencial

(t) Realizada(t) Total(t) Índice(%) Total 1996 70 328 507 67 131 023 3 197 484 4,55 1997 76 407 475 73 020 470 3 387 005 4,43 1998 76 878 826 73 086 283 3 792 543 4,93 1999 84 132 663 80 229 420 3 903 243 4,64 2000 87 730 265 81 057 420 6 672 845 7,61 2001 97 910 621 95 840 649 2 069 972 2,11 2002 99 566 222 94 684 839 4 881 383 4,90 Arroz 1996 8 936 486 8 643 803 292 683 3,28 1997 8 722 120 8 351 665 370 455 4,25 1998 8 840 876 7 716 090 1 124 786 12,71 1999 11 934 201 11 709 694 224 507 1,88 2000 11 396 594 11 134 588 262 006 2,30 2001 10 391 043 10 184 027 207 016 1,99 2002 10 811 000 10 457 093 353 907 3,27 Milho 1996 31 648 997 29 589 791 2 059 206 6,51 1997 34 673 829 32 948 044 1 725 785 4,98 1998 31 068 846 29 601 753 1 467 093 4,72 1999 34 232 147 32 239 479 1 992 668 5,82 2000 36 399 908 32 314 250 4 085 658 11,22 2001 43 105 634 41 955 265 1 150 369 2,67 2002 38 552 393 35 932 962 2 619 431 6,79 Soja 1996 23 658 162 23 155 274 502 888 2,13 1997 27 145 620 26 391 448 754 172 2,78 1998 32 043 222 31 307 440 735 782 2,30 1999 32 242 304 30 987 476 1 254 828 3,89 2000 34 186 397 32 820 826 1 365 571 3,99 2001 38 140 653 37 881 339 259 314 0,68 2002 43 124 729 42 124 898 999 831 2,32 Trigo 1996 3 326 093 3 292 759 33 334 1,00 1997 2 792 243 2 489 070 303 173 10,86 1998 2 291 284 2 269 847 21 437 0,94 1999 2 482 515 2 461 856 20 659 0,83 2000 2 538 741 1 725 792 812 949 32,02 2001 3 478 409 3 366 599 111 810 3,21 2002 3 804 889 3 105 658 699 231 18,38

(19)

Tabela 2 - Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de arroz, por Unidade da Federação - 1996-2002

(continua) Ano

Produção Perdas até a pré-colheita Potencial

(t) Realizada(t) Total(t) Índice(%) Brasil 1996 8 936 486 8 643 803 292 683 3,28 1997 8 722 120 8 351 665 370 455 4,25 1998 8 840 876 7 716 090 1 124 786 12,71 1999 11 934 201 11 709 694 224 507 1,88 2000 11 396 594 11 134 588 262 006 2,30 2001 10 391 043 10 184 027 207 016 1,99 2002 10 811 000 10 457 093 353 907 3,27 Rondônia 1996 145 854 111 667 34 187 23,44 1997 146 373 116 905 29 468 20,13 1998 151 408 136 019 15 389 10,16 1999 164 253 157 085 7 168 4,36 2000 156 935 154 007 2 928 1,87 2001 128 759 128 759 - - 2002 99 732 99 732 - - Acre 1996 25 024 19 989 5 035 20,12 1997 26 191 19 371 6 820 26,04 1998 24 991 23 522 1 469 5,88 1999 32 684 32 143 541 1,66 2000 36 226 35 537 689 1,90 2001 32 920 32 534 386 1,17 2002 34 928 32 816 2 112 6,05 Amazonas 1996 6 326 6 092 234 3,70 1997 7 211 6 963 248 3,44 1998 31 045 30 959 86 0,28 1999 32 529 32 409 120 0,37 2000 33 913 33 825 88 0,26 2001 31 790 31 460 330 1,04 2002 40 042 39 612 430 1,07 Roraima 1996 35 671 30 520 5 151 14,44 1997 42 392 39 090 3 302 7,79 1998 39 799 39 073 726 1,82 1999 52 106 50 850 1 256 2,41 2000 52 494 50 850 1 644 3,13 2001 56 898 53 195 3 703 6,51 2002 90 021 84 354 5 667 6,30 Pará 1996 383 663 369 429 14 234 3,71 1997 386 223 372 348 13 875 3,59 1998 437 250 353 883 83 367 19,07 1999 478 123 414 928 63 195 13,22 2000 469 534 403 815 65 719 14,00 2001 408 377 391 465 16 912 4,14

(20)

2002 428 741 408 427 20 314 4,74 Amapá 1996 608 546 62 10,20 1997 736 712 24 3,26 1998 646 640 6 0,93 1999 691 657 34 4,92 2000 1 005 960 45 4,48 2001 1 882 1 816 66 3,51 2002 2 302 2 302 - -

Tabela 3 - Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de milho, por Unidade da Federação - 1996-2002

(continua) Ano

Produção Perdas até a pré-colheita Potencial

(t) Realizada(t) Total(t) Índice(%) Brasil 1996 31 648 997 29 589 791 2 059 206 6,51 1997 34 673 829 32 948 044 1 725 785 4,98 1998 31 068 846 29 601 753 1 467 093 4,72 1999 34 232 147 32 239 479 1 992 668 5,82 2000 36 399 908 32 314 250 4 085 658 11,22 2001 43 105 634 41 955 265 1 150 369 2,67 2002 38 552 393 35 932 962 2 619 431 6,79 Rondônia 1996 204 895 166 124 38 771 18,92 1997 205 511 173 093 32 418 15,77 1998 221 268 200 513 20 755 9,38 1999 225 825 218 092 7 733 3,42 2000 207 877 204 146 3 731 1,79 2001 169 209 169 077 132 0,08 2002 153 014 153 014 - -Acre 1996 36 237 28 675 7 562 20,87 1997 35 497 29 547 5 950 16,76 1998 35 582 32 904 2 678 7,53 1999 39 421 38 864 557 1,41 2000 48 826 48 379 447 0,92 2001 45 966 45 559 407 0,89 2002 53 694 51 508 2 186 4,07 Amazonas 1996 15 804 12 770 3 034 19,20 1997 16 265 12 779 3 486 21,43 1998 15 048 13 302 1 746 11,60 1999 17 953 17 210 743 4,14 2000 18 783 17 966 817 4,35 2001 14 559 14 296 263 1,81 2002 16 139 15 329 810 5,02 Roraima 1996 14 951 14 525 426 2,85 1997 17 995 16 200 1 795 9,97 1998 13 462 13 041 421 3,13 1999 19 500 19 500 - -2000 19 792 19 500 292 1,48

(21)

2001 15 510 15 510 - -2002 19 844 19 220 624 3,14 Pará 1996 510 191 467 413 42 778 8,38 1997 497 216 478 784 18 432 3,71 1998 544 600 498 712 45 888 8,43 1999 669 196 638 531 30 665 4,58 2000 662 375 525 581 136 794 20,65 2001 523 685 484 092 39 593 7,56 2002 464 637 416 322 48 315 10,40 Amapá 1996 808 790 18 2,23 1997 799 598 201 25,18 1998 671 560 111 16,54 1999 1 046 828 218 20,84 2000 1 114 854 260 23,34 2001 1 766 1 465 301 17,04 2002 1 574 1 470 104 6,61

Tabela 4 - Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de soja, por Unidade da Federação - 1996-2002

(continua) Ano

Produção Perdas até a pré-colheita Potencial

(t) Realizada(t) Total(t) Índice(%) Brasil 1996 23 658 162 23 155 274 502 888 2,13 1997 27 145 620 26 391 448 754 172 2,78 1998 32 043 222 31 307 440 735 782 2,30 1999 32 242 304 30 987 476 1 254 828 3,89 2000 34 186 397 32 820 826 1 365 571 3,99 2001 38 140 653 37 881 339 259 314 0,68 2002 43 124 729 42 124 898 999 831 2,32 Rondônia 1996 1 267 1 090 177 13,97 1997 1 437 1 296 141 9,81 1998 16 960 15 790 1 170 6,90 1999 17 325 16 100 1 225 7,07 2000 36 222 36 222 - -2001 69 311 68 687 624 0,90 2002 83 819 83 782 37 0,04 Acre 1996 - - - -1997 - - - -1998 300 300 - -1999 300 300 - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - - -Amazonas 1996 25 25 - -1997 24 24 - -1998 1 442 796 646 44,80 1999 1 463 1 460 3 0,21 2000 1 460 1 428 32 2,19 2001 1 562 1 530 32 2,05

(22)

2002 3 678 3 189 489 13,30 Roraima 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - - -Pará 1996 - - - -1997 1 353 1 353 - -1998 3 473 2 438 1 035 29,80 1999 4 188 2 630 1 558 37,20 2000 4 710 2 602 2 108 44,76 2001 2 291 2 291 - -2002 7 535 7 535 - -Amapá 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - -

-Tabela 5 - Produção potencial e realizada e perdas até a pré-colheita, da safra de trigo, por Unidade da Federação - 1996-2002

(continua) Ano

Produção Perdas até a pré-colheita Potencial

(t) Realizada(t) Total(t) Índice(%) Brasil 1996 3 326 093 3 292 759 33 334 1,00 1997 2 792 243 2 489 070 303 173 10,86 1998 2 291 284 2 269 847 21 437 0,94 1999 2 482 515 2 461 856 20 659 0,83 2000 2 538 741 1 725 792 812 949 32,02 2001 3 478 409 3 366 599 111 810 3,21 2002 3 804 889 3 105 658 699 231 18,38 Rondônia 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - - -Acre 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - -

(23)

-Amazonas 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - - -Roraima 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - - -Pará 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - - -Amapá 1996 - - - -1997 - - - -1998 - - - -1999 - - - -2000 - - - -2001 - - - -2002 - - -

-Há facilidade de escoamento de safras otimizando os investimentos e também alta produtividade de produtos como: arroz agulhinha com alto rendimento de engenho e excelente qualidade de grãos; oleaginosas com teor de óleo e proteína que somados superam 55 os obtidos no Sudeste e Centro Oeste do Brasil; frutas com alto teor de açúcar, espécies florestais com alto índice de acúmulo de madeira, etc.

Só o fato de os produtos daqui serem obtidos na entressafra e terem alta qualidade, sempre alcança os melhores preços de mercado mesmo no período de safra. E por ter uma localização geográfica privilegiada pode alcançar os mercados nacional e internacional.

(24)

Tabela 6 - Estimativa de Produtividade Média de Lavouras Básicas - Toneladas/Hectare.

CULTURA INICIAL ESTABILIZADA

Soja 1,8 ton/hec 2,3 ton/hec

Arroz 2,8 ton/hec 3,0 ton/hec

Milho 4,2 ton/hec 5,6 ton/hec

(25)

CAPÍTULO II

C

ONCEITOS

B

ÁSICOS

Para a perfeita compreensão do propósito deste trabalho, é imprescindível que se faça primeiro uma introdução ao tema com a conceituação de termos que figurarão no seu todo. Assim, neste capítulo abordaremos os conceitos econômicos mais relevantes à nossa realidade, bem como a diferenciação entre os mesmos, quando se fizer necessário.

2.1 CONCEITODEDESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A primeira definição que temos de desenvolvimento econômico é a de Chenery (1981) que entendia que se poderia considerar que o desenvolvimento econômico é um conjunto de transformações intimamente associadas, que se produzem na estrutura de uma economia, e que são necessárias à continuidade de seu crescimento. Essas mudanças concernem à composição da demanda, da produção e dos empregos, assim como da estrutura do comércio exterior e dos movimentos de capitais com o estrangeiro.

Souza (2005) definiu desenvolvimento econômico a partir da existência de crescimento econômico contínuo (g), em ritmo superior ao crescimento demográfico (g*), envolvendo mudanças de estruturas e melhoria de indicadores econômicos, sociais e ambientais. Ele compreende um fenômeno de longo prazo, implicando o fortalecimento da economia nacional, a ampliação da economia de mercado, a elevação geral da produtividade e do nível de bem-estar do conjunto da população, com a preservação do meio ambiente. Com o desenvolvimento, a economia adquire maior estabilidade e diversificação.

(26)

O conceito tradicional de crescimento econômico era aquele que nos dizia que bastaria um país acumular riqueza que o bem estar estaria garantido para todos. A história econômica dos países que atingiram altas taxas de crescimento demonstrou que a simples acumulação de capital produtivo e bens não seria suficiente para que a democracia econômica fosse atingida espontaneamente.

Uma outra corrente encara o crescimento econômico como uma simples variação quantitativa do produto. Hodiernamente, entende-se que o crescimento econômico (g) precisa superar o crescimento demográfico (g*), para expandir o nível de emprego e a arrecadação pública, a fim de permitir ao Governo realizar gastos sociais e atender prioritariamente às pessoas mais carentes. Com isso há melhoria dos indicadores sociais, incluindo melhores níveis educacionais e de consciência ambiental. (Souza, 2005).

2.3 CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO

Uma primeira corrente de economistas, mais teórica, considera crescimento como sinônimo de desenvolvimento. Já uma segunda corrente, voltada para a realidade empírica, entende que o crescimento é condição indispensável para o desenvolvimento, mas não é condição suficiente.

No primeiro grupo temos os modelos de tradição neoclássica, como os de Harrod e Domar que se concentram na questão do investimento e da renda ou produto, já abordada pelos clássicos. Domar procura as taxas necessárias de investimento fundamentais para manterem um crescimento a pleno emprego, enquanto Harrod estuda as variações de produto necessárias para manter esse crescimento.

Uma conclusão interessante de ambos os modelos é a de que a variação do investimento e do produto raramente coincidirão com as taxas necessárias de crescimento a pleno emprego. No entanto o Estado pode garantir que ambas coincidam através de determinadas políticas. O modelo também não se aplica aos países subdesenvolvidos, pois nestes não há uma plena utilização da capacidade, portanto não podemos determinar as taxas de crescimento coincidentes com as de

(27)

investimento e do produto necessário para manter o pleno emprego. Os dois entendem ainda que caso fossem mantidas a variação da capacidade ociosa e do investimento dada a variação do produto, o crescimento poderia ser contínuo. (FURTADO, 2000)

Os representantes da segunda corrente realizaram análises e elaboraram modelos mais próximos da realidade das economias subdesenvolvidas. Para os economistas que associam crescimento com desenvolvimento, um país é subdesenvolvido porque cresce menos do que os desenvolvidos, embora apresente recursos ociosos como terra e mão-de-obra. Ele não utiliza integralmente os fatores de produção de que dispõe e a economia expande-se abaixo de suas possibilidades. Como exemplo temos os modelos de Nurkse e Lewis. Eles enfatizam as variáveis não econômicas como sendo vitais para o processo de desenvolvimento.

Nurkse fala sobre as condições psicológicas e níveis de desenvolvimento ótimos, isto é, o que almeja determinada sociedade, que estão ligados, e determinam por vezes, os processos produtivos e o crescimento econômico.

Lewis também mostra que o desenvolvimento é uma mudança de comportamento social e individual. Ele estuda diversas causas que determinam o desenvolvimento econômico, o lucro e seu reinvestimento, população e limites de crescimento. Porém, recusa-se a fazer uma distinção entre crescimento e desenvolvimento econômico, por acreditar que ambos estão ligados de forma inseparável.

Há uma retomada em Nurkse de questão levantada anteriormente por Malthus da importância de um crescimento equilibrado, um equilíbrio entre a oferta e a demanda, para que não haja uma superprodução. Nesses termos Nurkse ressalta a importância da demanda para que o país cresça. Ele observava que a oferta deveria crescer em todos os setores, e que somente assim poderia ocorrer um crescimento da demanda impulsionada pela oferta (Lei de Say). Há uma retomada também da questão do mercado, anteriormente analisada por Ricardo e Smith.

Em Lewis, e nos outros pós clássicos, também é retomada uma questão fundamental: os limites do crescimento. Lewis acredita que possa ocorrer uma estagnação da economia, mas não duvida da capacidade humana em reverter essas tendências. (FURTADO, 2000)

(28)

2.4 CONCEITODEDESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: o conceito de necessidades, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima prioridade e a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.

Em seu sentido mais amplo, a estratégia de desenvolvimento sustentável visa a promover a harmonia entre os seres humanos e entre a humanidade e a natureza. No contexto específico das crises do desenvolvimento e do meio ambiente surgidas nos anos 80, a busca do desenvolvimento sustentável requer um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo decisório; um sistema econômico capaz de gerar excedentes e know-how técnico em bases confiáveis e constantes; um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento não-equilibrado; um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecológica do desenvolvimento; um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções; um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e financiamento; um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se. (CAPORALI)

A partir da definição de desenvolvimento sustentável pelo Relatório Brundtland, de 1987, pode-se perceber que tal conceito não diz respeito apenas ao impacto da atividade econômica no meio ambiente.

Desenvolvimento sustentável se refere principalmente às conseqüências dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar da sociedade, tanto presente quanto futura.

Deste modo, a atividade econômica, meio ambiente e bem-estar da sociedade formam o tripé básico no qual se apóia a idéia de desenvolvimento sustentável.

(29)

2.5 MODELO KEYNESIANO BÁSICO

Os economistas dos séculos XVIII e XIX acreditavam que o nível de produtos não sofreria grandes alterações, e todos os fatores de produção estariam ocupados na produção de bens e serviços que formam a renda. Isto formaria o chamado estado de "pleno emprego" dos fatores de produção. Assim, acreditavam que toda renda distribuída no ato da produção se dirigiria ao mercado para adquirir bens e serviços. Apoiando-se na Lei de Say: "toda oferta cria sua própria demanda".

Keynes desenvolve sua teoria baseado no pressuposto de que é necessária a intervenção do estado na economia, pois o mercado, devido a vazamentos como a formação de estoques e redução de produção, não seria capaz de coordená-la.Sua primeira suposição foi a existência de desemprego. Os antigos economistas acreditavam apenas no desemprego voluntário. Keynes, ao contrário, acreditava que a economia estaria funcionando abaixo de seu potencial, deixando assim uma capacidade ociosa.

Assim, considera a Oferta Agregada (OA) como o somatório da renda disponível na economia, enquanto chama de Oferta Potencial a máxima produção da economia com pleno-emprego dos fatores de produção. A Oferta Agregada Efetiva é aquela efetivamente colocada no mercado, o que pode ocorrer sem a plena utilização dos fatores de produção.

A Demanda Agregada seria o somatório do consumo total da economia com os investimentos, os gastos governamentais e as exportações, subtraindo-se as importações.

O que se vê é que o produto ou renda de equilíbrio (onde a oferta agregada é igual à demanda agregada) não é o mesmo que o produto ou renda de pleno emprego.

2.6 A VISÃO DE ADAM SMITH

A divisão feita por Smith, entre países ricos e pobres, revela a consciência de que os países não eram iguais: “Os países ricos tem vantagens inerentes sobre os pobres, pois os pobres falham na aplicação das políticas corretas”. Smith poderia

(30)

estar pensando na falta de organização existente nos países mais pobre, e também na corrupção que dificulta a tomada de decisões políticas e econômicas.

De fato, partindo da análise d’ A riqueza das Nações, os países ricos também levam vantagens com baixos salários por unidade de trabalho, que são possíveis devido a abundância de capital barato e transportes eficientes que reduzem o preço de produtos essenciais.

Pode-se dizer que os países, em Smith, estão em patamares diferentes, não necessariamente em estágios de desenvolvimento diferentes, pois as “vantagens inerentes” pressupõem vantagens previamente estabelecidas, ou seja, não há mudanças que alterem esse estágio no curto prazo, pois “inerente” é algo naturalmente estabelecido.

O crescimento tem também uma ordem natural em Smith (que só é alterada quando o governo passa a interrompê-la) para a organização das manufaturas, do comércio exterior e da agricultura: “As terras precisam ser cultivadas antes que alguma cidade tenha se estabelecido, e algum tipo de indústria ou manufatura precisa existir na cidade antes que se desenvolva o comércio exterior... “

O desenvolvimento econômico segue esta ordem “natural” para Smith e um constante aumento da produtividade nestes três setores, propiciaria um crescimento econômico. Uma alta produtividade conciliaria também altos salários devido aos baixos custos de manufatura.

O crescimento econômico é também em Smith sinônimo de desenvolvimento econômico, e a questão aqui gira em torno do “egoísmo”, do individualismo, e por isso é essencial em Smith a liberdade como um dos valores, ou virtudes mais importantes que assegurem o individualismo. Para Smith o estado tem essa função, garantir a liberdade individual. O estado, portanto teria três deveres principais, deve proteger da invasão de outro estado, estabelecer um poder judiciário e garantir a manutenção de serviços públicos essenciais (como educação). A educação é ponto fundamental para o processo de desenvolvimento, pois segundo Smith “para os efeitos degenerativos e alienantes da divisão do trabalho”. Portanto Smith está consciente de que a especialização pode alienar, e há uma noção implícita de que a educação não é importante no processo de desenvolvimento (como sinônimo de crescimento), mas é sim importante para barrar os efeitos do mesmo.

Desenvolvimento seria algo previsível, “natural”, pois dados as pré-condições, a produtividade aumentaria, aumentaria também a divisão do trabalho e com o livre

(31)

comércio e a liberdade para as unidades produtoras, haveria uma “mão invisível” que proporcionaria o desenvolvimento social, a partir dos desejos e vontades individuais. Porém não se deve esquecer que a educação não é algo que se agrega ao sistema naturalmente, ela precisa de uma ajuda do estado, para assim barrar os efeitos “nocivos” da divisão do trabalho.

Adam Smith limita o crescimento, pois segundo este, ele está ligado às leis instituições, ao clima e ao solo (traços fisiocratas em Adam Smith). Há uma associação do crescimento com salários mais altos. Para exemplificação deste caso Smith utiliza o caso das colônias inglesas, onde os salários eram altos e, portanto, segundo Smith o crescimento era muito mais acelerado do que na Inglaterra.

Outra relação interessante desenvolvida por Smith é a de que o aumento da produtividade não está relacionado com as inovações tecnológicas radicais (inserção de novas tecnologias) e sim com a especialização e aperfeiçoamento de técnicas já utilizadas. Essa idéia complementa a noção de crescimento, pois os investimentos são a base do crescimento, investimento sem que ocorra a intervenção do estado, e para que os investimento ocorram, são necessárias também: Um aumento da oferta, equipar melhor os funcionários (aumentar portanto a produtividade) e aumentar os salários para que o mercado se expanda.

Segundo Smith: “... o investimento continuará enquanto os lucros bases excederem a taxa mínima necessária para que alguém poupe o dinheiro”.

Há uma diferenciação entre as invenções, que objetivam maiores lucros, e que não eram relacionadas ao aumento da divisão do trabalho ou ao aumento do mercado, e as especializações que ocorrem por causa destes. Smith diferencia inclusive as pessoas que criam, inventam (“Os filósofos e cientistas”), daqueles que aperfeiçoam (os trabalhadores na fábrica). Análise de Smith do mercado como um mecanismo alto-regulador era impressionante. Assim, sob o ímpeto do apelo aquisitivo (em si mesmo inespecífico, aberto), o fluxo anual da riqueza nacional podia ser vista crescer continuamente. A riqueza das nações cresceria somente se os homens, através de seus governos, não inibissem este crescimento concedendo privilégios especiais que iriam impedir o sistema competitivo de exercer seus efeitos benéficos. Conseqüentemente, muito do "Riqueza das Nações", especialmente o Livro IV, é uma polêmica contra as medidas restritivas do "sistema mercantil" que favorecem monopólios no país e no exterior.

(32)

A grande contribuição de Adam Smith para o Pensamento Econômico é exatamente a chamada "Teoria da Mão Invisível". Todos aplicam o seu capital para que ele renda o mais possível O que Adam Smith defende é que ao promover o interesse pessoal, a indivíduo acaba por ajudar na prossecução do Interesse Geral e coletivo. Dizia ele, que não pelo benevolência do padeiro ou do açougueiro que nós temos o nosso jantar, mas é pelo egoísmo deles, pois os homens agindo segundo seu próprio interesse é que todos se ajudam mutuamente, neste caminho ele é conduzido e guiado por uma espécie de Mão Invisível. Para Smith a existência dessa “mão invisível” não era necessário fixar preços.

2.7 A PERSPECTIVADE DAVID RICARDO

David Ricardo fazia distinção entre a noção de valor e a noção de riqueza. O valor era considerado como a quantidade de trabalho necessária à produção do bem, contudo não dependia da abundância, mas sim do maior ou menor grau de dificuldade na sua produção. Já a riqueza era entendida como os bens que as pessoas possuem, bens que eram necessários, úteis e agradáveis.

O preço de um bem era o resultado de uma relação entre o bem e outro bem. Esse preço era representado por uma determinada quantidade de moeda, obviamente que variações no valor da moeda implicam variações no preço do bem. Ricardo definia o Valor da moeda como a quantidade de trabalho necessária à produção do metal que servia para fabricar o numerário. Se o valor da moeda variasse, o preço do bem variava, mas o seu valor não.

A teoria de David Ricardo é válida para bens reproduzíveis (Por exemplo um objeto de arte tem valor pela sua escassez e não pela quantidade de trabalho que lhe está inerente).Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho contribuía para o valor de um bem.

Sua principal contribuição foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido à renda das terras. Tentou deduzir um teoria do valor a partir da aplicação do trabalho.

Outra contribuição foi a Lei do Custo Comparativo, que demonstrava os benefícios advindos de uma especialização internacional na composição dos commodities do comércio internacional. Este foi o principal argumento do Livre

(33)

Comércio, aplicado pela Inglaterra, durante o século XIX, exportando manufaturas e importando matérias primas.

A Renda deveria ser tal de forma a que permitisse ao rendeiro a conservação do seu lucro à taxa de remuneração normal dos seus capitais.O seu peso no rendimento depende das condições de produção. Quem trabalha em melhores condições paga mais renda, contudo, quem acabava por pagar essa renda, era na realidade o consumidor final.

Eis uma grande diferença relativamente a Adam Smith, pois Smith acreditava que a Renda era a diferença entre o Rendimento e o Somatório dos Salários e dos Lucros. O trabalho era visto como uma mercadoria. Há a distinguir duas noções de preços, a saber: Preço Corrente à Salário determinado pelo jogo de mercado e pelas forças da procura e da Oferta e Preço Natural à O Salário que permitia subsistir e reproduzir sem crescimento nem diminuição.

O Preço Natural não é constante. Varia de acordo com o caso específico dos países, das épocas, ou seja, depende do ambiente em que se esteja inserido.Este Preço tende a elevar-se (tomemos em consideração, por exemplo, o fato, de o bem estar passar a incluir objetos que antes eram considerados de luxo e que com o progresso tecnológico e principalmente social, se tornam mais baratos e essenciais). Assim duas situações podem ocorrer: Se o Preço de Mercado for maior que o Preço Natural, existirá a tendência a viver melhor, e com mais condições de vida. Este fato levará a uma tendência para uma maior reprodução. Com a reprodução subirá a população. Essa subida da População levará a um aumento do número de trabalhadores (um aumento da procura de trabalho) e consequentemente os Salário praticado abarão por descer para o nível do preço natural ou se O Preço Natural for superior ao Preço de Mercado, a qualidade de vida das populações será menor, estabelecendo-se um raciocínio antagónico ao anterior, isto é, tendência para a menor reprodução, o que baixará a Procura de Trabalho. Essa diminuição da Procura de Trabalho levará a uma subida dos salários.

Smith considerava que as Rendas era a diferença entre o Rendimento e os Salários+Lucros. (Rendas=Rendimento-Salários-Lucros). Ricardo por outro lado, estabelece que os Lucros são a diferença entre o Rendimento e os Salários+Rendas (Lucros=Rendimentos-Salários-Rendas).

Um Agricultor que é detentor do Capital guarda um lucro que é o que sobra depois de pagos as rendas e os salários. Caso o Agricultor seja detentor das Terras,

(34)

ganha o Lucro e a Renda. Sendo as Rendas Fixas, os lucros tornam-se cada vez mais importantes, quanto mais baixos sejam os salários. Começa aqui a surgir a noção do lucro ser um fenômeno inerente à luta de classes.

Para Ricardo o crescimento depende da acumulação de capital, logo, depende da sua taxa de crescimento, isto é do Lucro. Assim como a existência de uma taxa de lucro elevada, implica um maior crescimento econômico. Esse maior crescimento Econômico levará a existência de uma poupança mais abundante, que permitirá a sua canalização para o Investimento.

Desenvolvimento Econômico é assegurado pelo aumento do emprego e também pela melhoria das técnicas de produção. Já o Comércio tem pouca importância no Crescimento Econômico, sem contudo deixar de ser necessário. A sua importância releva da teoria das vantagens comparativas, pois permite que com a maior exportação, possamos importar mais e mais barato. Por isso o Comércio é muito importante, sem, contudo representar um papel muito relevante para o Crescimento Econômico.

O raciocínio de Ricardo é muito simples. De fato, o Mundo apresenta uma tendência para a expansão. Essa expansão tem conseqüência ao nível da subida da população. A Subida da População levará a que novas terras (as menos férteis) tenham que ser cultivadas. Como mais terras são cultivas, irá se verificar uma diferenciação no pagamento das rendas para as terras mais ou menos férteis.

Como as rendas aumentam, fruto da subida do preço das rendas das terras mais férteis, obviamente que o lucro diminuirá.

(35)

CAPÍTULO III

T

EORIADA

L

OCALIZAÇÃO

3.1 FATORES GERAIS

A teoria clássica da localização procura definir as questões teóricas que afetam o comportamento locacional dos agentes econômicos, de maneira geral.

Este corpo teórico permite-nos sistematizar, de maneira consistente, o entendimento dos elementos determinantes das decisões de localização das várias unidades locacionais tendo o estabelecimento como unidade de análise relevante, seja ele uma planta siderúrgica ou automobilística, uma loja de calçados ou um restaurante, ou uma delegacia ou posto de saúde.

Um dos aspectos a se ressaltar sobre a decisão locacional, que lhe confere um ramo de estudo específico no campo da Ciência Regional, é o caráter de incerteza e inércia a ela associado. Em geral, a decisão locacional dá-se em um ambiente de informação imperfeita em relação às mudanças intertemporais subjacentes às localidades consideradas. Além disso, os custos envolvidos na re-localização de uma atividade faz com que, uma vez tomada a decisão de investimento, crie-se uma inércia locacional que inibe mudanças futuras de localização.

O objetivo mais específico da teoria da localização da atividade econômica, ramo mais antigo da análise regional, consiste, portanto, em encontrar a localização ótima, dada a distribuição espacial das fontes produtoras das matérias-primas relevantes e a localização dos principais mercados consumidores, a disponibilidade e custo da mão-de-obra, bem como a presença de economias externas.

Embora os insumos possam apresentar custos diferentes em locais alternativos, os custos de transporte têm se constituído no elemento central da teoria

(36)

da localização, pois, embora as tarifas unitárias possam ser iguais em todas as direções, para um mesmo tipo de transporte, os custos totais de transporte aumentam com a distância a ser percorrida e com o peso transportado. Essa

ênfase pode ser constatada na análise de Von Thünen, que privilegiou a localização da atividade agrícola, como será visto a seguir.

Gráficos 1 e 2 –Localização da Renda

Nali, em seu estudo sobre a teoria da localização diz:

Os maiores responsáveis pela inserção do elemento espaço na teoria econômica foram os teóricos da localização das atividades econômicas.

Onde produzir com a máxima eficiência, tendo em vista a distribuição

espacial dos recursos produtivos e da população consumidora, tem constituído uma preocupação central dos produtores, independentemente do debate acadêmico.

As diferentes localizações das atividades econômicas, em um dado momento, refletem a distribuição espacial dos recursos e o estado das técnicas vigentes. Mudanças na tecnologia dos meios de transporte e nas técnicas de produção, bem como o esgotamento das fontes de matérias-primas e o deslocamento das populações, alteram a matriz das localizações possíveis, influenciando as decisões locacionais por parte dos empresários. Essa dinâmica determina a estruturação das diferentes regiões do sistema nacional. (2005, p.21)

Os preços de mercado elevam-se, portanto, com o aumento da distância dos locais de produção ao mercado central, onde se encontram os consumidores. Os produtores mais próximos do mercado, para produtos idênticos, auferem uma renda

(37)

produção mais distante do centro urbano, ou margem de cultivo (fronteira agrícola). Os custos de transporte e as diferentes rendas de situação determinam a

intensidade de cultivo em cada zona, em função da distância do mercado. Quanto

mais próximo estiver o cultivo do centro urbano, tanto mais as mais altas rendas possibilitam a realização de gastos com adubação, possibilitando maiores lucros. Na

margem intensiva, a mais próxima do mercado, o gasto com adubação é máximo. A

intensidade da agricultura decresce da margem intensiva para a periferia, pois a redução gradual das rendas não permite o uso de adubação no mesmo ritmo. Na

margem extensiva, o cultivo é feito com fertilidade natural (isto é, sem adubação).

Como se observa, a análise de Von Thünen mostra-se similar à de Ricardo, com a diferença de que, em vez de "fertilidade da terra decrescente", seu modelo supõe "distância crescente" do lugar de produção em relação ao mercado central, gerando uma renda de situação para os produtores mais próximos do mercado central.

A renda do capitalista agrícola, para Thünen e determinada não só pelos custos de produção, mas também pelos de transporte.Quanto maior for o custo de transporte por unidade e a distância entre o local de produção e o de comercialização menor será o lucro do produtor. Como os produtos agrícolas têm custos diferentes de transporte a distância acaba sendo um dos fatores determinantes na escolha do tipo de produto conforme a distância do centro consumidor. Exemplo, se a produção de legumes tem um custo de transporte elevado deverá ser produzida próximo da cidade, agora se a soja tem um custo baixo poderá ser produzida a uma maior distância. Além disso, os legumes têm um tempo de vida útil após a colheita muito curto então precisam ser colhidos e já consumidos num prazo de uma semana, por exemplo, enquanto outros produtos como a soja pode ser estocada por um período maior.

O custo de transporte é uma variável extremamente importante com o aumento das relações econômicas tanto internas quanto externa. A redução desses custos assim como os de produção são fundamental para manter a competitividade e a produção de uma determinada localidade ou de um tipo de mercadoria.

Os custos dos transportes acabam por determinar a localização dos mais variados produtos agrícolas que formarão anéis de produção. As culturas mais nobres que representa um maior lucro por unidade de terra e o transporte tem um

(38)

elevado peso nos custos de produção está localizada próximo ao centro. Quanto, por exemplo, aumenta a distância entre o centro produtor da alface do centro consumidor menor será o lucro do produtor já que terá um elevado custo de transporte, chegará um ponto que valerá a pena substituí-lo pela soja ou milho, que tem um menor custo de transporte.

A teoria de Von Thünen tenta localizar que culturas poderão ser plantadas numa determinada localidade de acordo com os custos de transporte.

Gráfico 3 – Localização do mercado

Em seu exemplo, Von Thünen classificou na área A, próxima do mercado consumidor, os produtos hortigranjeiros e a criação de gado confinado para a produção de leite. Os adubos são comprados na cidade central, enquanto nas áreas

(39)

mais distantes, na maior parte dos casos, o adubo é produzido na fazenda. Ness primeiro anel, os elevados aluguéis são suportados porque os preços unitários para os produtos são relativamente elevados.

No segundo anel, na área B, por não existirem florestas no estado isolado, torna-se necessário o reflorestamento para a produção de lenha e madeira para a construção e a indústria do mobiliário.

O terceiro anel, na área C, carateriza-se pelo sistema de cultivo por rotação de culturas, durante seis anos, sem pousio, logo com uso intenso de adubação. Cultivam-se nesse anel centeio, batata, trevo ervilha, cevada e plantas forrageiras para a criação de gado.

No quarto anel, na área D, há rotação de cultivos de centeio, cevada e aveia, durante três anos, quando passa-se a plantar pastagem para o gado. As maiores distâncias ao mercado tornam o cultivo muito menos intensivo nesse anel (Mesquita, 1978, p. 67).

A seguir, no quinto anel, há o sistema de três campos, ainda menos intensivo, em que três áreas são cultivadas simultaneamente, com rotação de três anos: uma com culturas de inverno, outra com culturas de primavera e uma terceira permanentemente com pastagem.

Finalmente, no sexto anel, só é viável a criação extensiva de gado, porque o custo de transporte de gado em pé é menor do que o de cereais. Nesse anel, não é viável a produção de forrageiras para alimentar o gado e toda a área só contém pastagem natural. (Nali, 2005)

Variações tão significativas dos preços agrícolas internacionais costumam decorrer, antes de mais nada, de aumentos ou diminuições da produção mundial. Isso é particularmente verdade no caso de culturas como os grãos e oleaginosas, cuja produção mundial é muito concentrada nos Estados Unidos, bastando, assim, que ocorra uma irregularidade climática nesse país para que o mercado internacional seja afetado de maneira significativa. Ao lado disso, fatores de ordem macroeconômica internacional também se mostram importantes, não só por implicarem mudanças na demanda final — que inclui, em particular, o efeito de variações na taxa de câmbio do dólar vis-à-vis as outras moedas —, como também pela influência do mercado financeiro internacional, especialmente o comportamento da taxa de juros nos Estados Unidos.

(40)

O caso da soja serve para lançar mais luz sobre o comportamento desses mercados internacionais das commodities agrícolas.

(41)

C

APÍTULO

IV

T

EORIADA BASEECONÔMICAREGIONAL

Os Estados Unidos foram o berço das primeiras pesquisas sobre a base econômica, num contexto mais geral da economia. Com o aprofundamento dos estudos, passou-se também a utilizar a idéia para a economia regional, concluindo que há um conglomerado de atividades econômicas que impulsionam o crescimento urbano e regional, sendo tais atividades as que possuem mercados externos à região e englobam a economia nacional e mundial.

Aqui, é mister ressaltar a diferença entre base econômica e base exportação, sendo esta mais ampla que àquela. De fato, a base econômica de uma região inclui as exportações regionais, os gastos do governo federal na área, os afluxos líquidos de capitais e outras rendas que provoquem efeitos multiplicadores sobre as atividades de mercado interno. A maior parte das vezes as exportações regionais constituem a parte mais significativa da base econômica de uma região e a que exerce maiores impactos no desenvolvimento regional.

Sinteticamente, a base econômica de uma determinada região é definida pelo conjunto de variáveis exógenas determinadas por forças externas à região, como a renda dos consumidores do resto do mundo, que adquirem produtos regionais, a política do governo federal na região, as decisões dos investidores de outras regiões ou países relativos à região etc. Tais decisões independem, por hipótese, do nível da atividade local, bem como de medidas regionais de política econômica.

Em outra esfera, as atividades de mercado interno, ou atividades não-básicas, são definidas como a parte do produto regional consumido pelos habitantes da região. É nelas que está a diferença entre as atividades totais e a base econômica e, portanto, dependem do nível da renda regional.

(42)

A base econômica é fundamentada nas economias de escala provenientes da produção para um mercado mais amplo do que aquele delimitado pelas fronteiras regionais. Deste modo, é patente que uma pequena região não poderia produzir tudo aquilo que sua população necessita consumir. Assim, torna-se necessário obter recursos para importar bens e serviços de outras regiões do sistema nacional e do exterior.

Com isso, há o aparecimento da produção em larga escala, os custos médios se reduzem ao nível da competição internacional, gerando um conjunto de atividades básicas que exerce importantes efeitos de encadeamentos sobre as atividades de mercado interno.

Assim, tendo em vista que regiões não desenvolvidas apresentam um mercado interno relativamente pequeno, na maior parte dos casos, a expansão das exportações justifica-se porque certas atividades têm necessidade de uma escala mínima para que sejam eficientes.

Em adição, à medida que uma região se industrializa, as necessidades de bens de capital e matérias-primas estratégicas também são crescentes. Se a região não for capaz de aumentar as suas exportações, de maneiras a obter os recursos necessários para as importações, ela sofrerá uma evasão de recursos, o que provocará estagnação econômica e ainda, os contatos com o mercado nacional e internacional vão obrigar os empresários a manter bons níveis de competitividade, pois a concorrência externa se reflete na região e de igual modo, esses contatos fornecem aos homens de negócio uma mentalidade aberta, cujos conhecimentos permitem seguir o progresso técnico.

Em suma, é evidente que a existência de subutilização de certos fatores de produção em regiões não desenvolvidas, como terra, mão-de-obra, recursos minerais, promove o aumento da oferta a curto prazo. Se a demanda externa estiver em expansão, a realização de investimentos no setor de exportação provoca uma melhor utilização dos fatores de produção existentes.

Se há elevação da oferta de emprego no setor exportador, haverá também uma repercussão positiva no setor de mercado interno, no momento em que os trabalhadores adicionais gastam suas rendas e as empresas exportadoras expandem suas compras de produtos intermediários a serem usados como insumos. Conquanto Keyne tenha sido porta-voz da teoria do efeito multiplicador de

(43)

renda e emprego através de suas teorias, não houve muita receptividade à idéia de que as exportações sejam o motor do desenvolvimento de regiões e países.

Entre os motivos para tal estavam a dependência econômica, a existência de grandes riscos para o capital internacional, e principalmente a falta de condições para a difusão interna, setorial e espacialmente, dos efeitos de encadeamentos provenientes dos investimentos no setor exportador.

De outra parte, a monocultura exportadora geralmente apresentou grandes flutuações conjunturais, o que apresentava dinamismos de crescimento e depressões periódicas.

Assim, a principal preocupação das regiões que vêm crescendo com base nas exportações de alguns produtos básicos foi diversificar a pauta exportadora e criar mecanismos para a difusão dos efeitos de encadeamento no setor de mercado interno.

4.2 O MODELODEBASEDEEXPORTAÇÃO

É preciso, antes de tudo, saber diferenciar as atividades básicas das não básicas, onde as atividades básicas são aquelas voltadas para exportação enquanto as atividades não básicas estão voltadas exclusivamente pra atender a demanda da própria região, ou seja, o mercado local.

As atividades não-básicas são definidas como a parte do produto regional consumido pelos habitantes da região, é nelas que está a diferença entre as atividades totais e a base econômica, vez que dependem do nível da renda regional.

A teoria da base econômica está voltada para exportação e compreende outras variáveis além das exportações e que formam o setor básico de uma economia regional, com fulcro na análise Keynesiana simples da renda-despesa.

Porém, Marshall mencionou que o mercado funciona como uma tesoura, possui duas lâminas, a da oferta e a da demanda. Isso nos leva ao exame do outro lado da moeda: o estudo da demanda, que se apresenta em pelo menos três dimensões espaciais: local, nacional e internacional.

(44)

A Teoria de Base Econômica supõe que as atividades econômicas de certa região possam ser separadas em básicas e não básicas. As atividades básicas compõem a base de exportação e encontram demanda para seus produtos fora da região. Ao contrario, o setor não básico produz para consumo e investimento internos à região. (1999, p.54)

A teoria de base exportadora sustenta que as regiões têm se desenvolvido a partir de um ou mais produtos de exportação. Geralmente, esses produtos são de natureza agrícola. As atividades exportadoras exercem efeitos de encadeamento sobre a produção e o emprego do setor de mercado interno, ou seja, as atividades não exportadoras, voltadas ao atendimento da demanda local.

Deste modo, uma variação do produto de exportação para outras regiões ou países, exerce uma variação na produção das atividades de mercado interno. Tal situação acontece pelas compras de insumos efetuadas às atividades locais pela atividade exportadora, pelos gastos que os empregados adicionais efetuarão no mercado local, pelo aumento da arrecadação de impostos, pela infra-estrutura criada e usada por todos, entre outros.

Em síntese, a base econômica de uma determinada região vai ser definida pelo conjunto de variáveis exógenas determinadas por forças externas à região, como a renda dos consumidores do resto do mundo, que adquirem produtos regionais, a política do governo federal na região, as decisões dos investidores de outras regiões ou países relativos à região. Tais decisões independem do nível da atividade local, bem como de medidas regionais de política econômica.

4.3 O MULTIPLICADOR

Segundo a teoria da base econômica, a fonte de dinamismo de crescimento regional é a demanda externa, o poder de compra e o tamanho da população das demais regiões e países consumidores. Os exportadores compram insumos de atividades de mercado interno, pagam salários e outras rendas que são gastos no mercado local. A expansão dos empregados do setor exportador provoca, portanto, o crescimento do emprego e da renda das atividades de mercado interno.

Conforme o exposto, o modelo parte da idéia de que um pequeno número de produtos, em geral os agrícolas e os recursos naturais, gera demanda por exportação, onde e gerado um efeito multiplicador doméstico - multiplicador de

(45)

comercio exterior.

Partindo desse pressuposto, economistas desenvolveram uma relação alternativa das atividades voltadas pra exportação com as atividades voltadas exclusivamente para o local. Originando o seguinte modelo:

(1) Et = Ee + El

Onde:

Et = emprego total

Ee = emprego de exportação El = emprego local

Ao definir r como a razão entre emprego local e total, temos:

(2) r = El Et Reescrevendo: (3) El = r.Et Substituindo (3) em (1), temos: Et = Ee + Et Agrupando: Et – r.Et = Ee Ou: (1 - r) = Ee Concluindo, teremos: Et = 1 . E 1 - r

(46)

multiplicador por um determinado fator. Daí a origem do nome Multiplicador. 1

1 - r

Considera-se 0 < r < 1, o que nos diz que o multiplicador sempre será maior que 1.

Assim, as atividades voltadas para exportação têm a capacidade de gerar um emprego adicional na região.

O aumento de 1 no setor exportador pode resultar entre 0,5, 0,75 e até 1,25 novos empregos adicionais no local.

É importante lembrar que o multiplicador varia de região para região em função de sua estrutura, tamanho da economia, e principalmente a maneira como o setor exportador e o local interagem entre si.

Outro fator que deve ser levado em consideração e que o multiplicador é inconstante, ele pode mudar ao longo do tempo, pois a economia está em constante transformação. Em alguma região desse Brasil podemos ter um industria que cresce muito rapidamente, enquanto em outra região pode se ter uma em crescimento menos acelerado ou até mesmo sendo fechada. Sem falar que o tamanho da região pode mudar a relação entre os setores exportador e local também podem mudar.

Segundo os clássicos, esse modelo não pode ser utilizado em todas as regiões, de todos os tamanhos. Ele funciona melhor em regiões menores e pequenas regiões metropolitanas.

Em regiões maiores o modelo não se sustenta, pois possuem estruturas mais complexas, e o papel do modelo exportador pode se tornar insignificante.

Vale ressaltar que esse modelo é valido a curto prazo, pois embora as exportações sejam importantes, não constituem os únicos determinantes da renda regional. Precisam ser incluídos os investimentos locais e todos os afluxos de renda provenientes do resto do mundo.

Muitas atividades de mercado interno fornecem as bases iniciais para o fortalecimento da base exportadora, como a existência de produtos agrícolas para alimento dos trabalhadores, infra-estruturas de transporte e comunicações, disponibilidade de recursos naturais e os demais serviços de apoio.

O crescimento pode ficar limitado por insuficiências da demanda interna. Mas, do lado da oferta, torna-se necessário levar em consideração as variáveis que

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Analysis of relief and toponymy of the landscape based on the interpretation of the military topographic survey: Altimetry, Hypsometry, Hydrography, Slopes, Solar orientation,

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

Os caçadores tinham estendido uma grossa corda ligada a uma rede, no caminho por onde o leão costumava passar, de maneira que, quando o leão tropeçou na corda, a rede caiu-- lhe em

Quero ir com o avô Markus buscar a Boneca-Mais-Linda-do-Mundo, quero andar de trenó, comer maçãs assadas e pão escuro com geleia (17) de framboesa (18).... – Porque é tão

Idealmente, a melhor comparação para as UC tratadas viria do grupo de UC tratadas, ou seja, o grupo que receberam as ações de EE, mas na situação em que eles não tivessem