• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS"

Copied!
41
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JULLIANY KELLY VIEIRA DOS ANJOS

ANÁLISE DA SOLVÊNCIA ORÇAMENTÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NOS ANOS DE 2015 A 2019

Natal/RN 2020

(2)

JULLIANY KELLY VIEIRA DOS ANJOS

ANÁLISE DA SOLVÊNCIA ORÇAMENTÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NOS ANOS DE 2015 A 2019

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof.ª Ma. Marcelly Nóbrega de Medeiros

Natal/RN 2020

(3)

JULLIANY KELLY VIEIRA DOS ANJOS

ANÁLISE DA SOLVÊNCIA ORÇAMENTÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NOS ANOS DE 2015 A 2019

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Prof.ª Ma. Marcelly Nóbrega de Medeiros - Orientadora

______________________

Prof. Me. Djones Derkyan Teixeira dos Santos - Membro da Banca

_______________________

(4)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Anjos, Julliany Kelly Vieira Dos.

Análise da solvência orçamentária do estado do Rio Grande do Norte nos anos de 2015 a 2019 / Julliany Kelly Vieira Dos Anjos. - 2020.

41f.: il.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro das Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, RN, 2020. Orientadora: Prof.ª Ma. Marcelly Nóbrega de Medeiros.

1. Administração Pública - Monografia. 2. Análise da Solvência Orçamentária - Monografia. 3. Planejamento - Monografia. I. Medeiros, Marcelly Nóbrega de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 351

(5)

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me sustentado até aqui, mesmo nos dias mais difíceis, deu-me coragem e força para continuar lutando.

Aos meus pais Eriberto e Ginalda, por acreditarem em mim e nunca soltarem a minha mão.

À minha irmã Ellen por caminhar comigo todos os dias, sendo parceira e amiga em todos os momentos.

À minha família por me encorajar a seguir meus sonhos.

À Caio Felipe por se fazer presente em todos os momentos, por ser tão parceiro e leal. Aos professores que cruzaram meu caminho, todos eles tiveram grandes contribuições em minha vida acadêmica e profissional.

À minha professora orientadora Marcelly por aceitar este desafio comigo e me ajudar a chegar até aqui.

À professora Adriana por toda palavra de força e incentivo em todos os momentos que precisei.

À professora Danielle, por ser essa mulher forte e corajosa, a qual sempre me inspirei. Você é um exemplo para mim.

Aos meus colegas do curso, por todo companheirismo, auxílio e troca de conhecimentos. Muitos de vocês levo como amigos em minha vida.

E meu mais especial agradecimento ao meu filho amado Daniel, você é a razão pela qual levanto todos os dias, pela qual busco ser uma pessoa melhor a todo momento. Todas as minhas conquistas são e serão suas.

(6)

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo geral fazer a análise da solvência orçamentária do Estado do Rio Grande do Norte nos anos de 2015 a 2019. Dessa maneira, o estudo foi feito a partir das informações presentes nas demonstrações contábeis do ente e com base nas variáveis de solvência orçamentária. A ferramenta utilizada para consolidar as informações foi o Excel, obedecendo as relações existentes entre os indicadores. Assim, identificado na análise da receita nos anos de 2016 e 2017 que houve um aumento na frustação de receita e que 2019 foi o ano que apresentou maior frustação. Ainda foi observado que o Rio Grande do Norte apresenta para todos os anos a maior concentração de suas fontes nas receitas correntes, e, no que diz respeito ao desempenho relativo da receita, apresentou efeito negativo para todos os anos do painel. Na análise da despesa o ano de 2019 foi o período que obteve menor economia de despesa apresentando um percentual de 87% da despesa executada em relação à despesa orçada. Na análise de desempenho verificou-se que apenas no ano de 2019 a previsão atualizada superou a dotação atualizada, os demais anos apresentaram receitas insuficientes para cobrir as despesas.

(7)

ABSTRACT

The present work analyzed the budgetary solvency of the state of Rio Grande do Norte in the years 2015 to 2019. Thus, the study was made from the information present in the entity’s financial statements and based on the budgetary solvency variables. The tool used to consolidate the information was excel, obeying the existing relationships between the indicators. This work had the general objective of analyzing the budget solvency of the state of Rio Grande do Norte. Thus, it was identified in the revenue analysis in the years 2016 to 2017 that there was an increase in revenue frustration and that 2019 was the year that showed the greatest frustration. It was also observed that Rio Grande do Norte presents, for all years, the highest concentration of its sources in current revenues and with regard to the relative performance of revenue, it presented a negative effect for all years of the panel. In the analysis of expenditure, the year 2019 was the period that achieved the least savings in expenditure, with a percentage of 87% of executed expenditure in relation to budgeted expenditure. In the performance analysis it was found that only in 2019 did the updated forecast exceed the update allocation, the other years

showed insufficient revenues to cover expenses.

(8)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Variação relativa do Índice A 23

Tabela 2 - Resultados do Índice B 23

Tabela 3 - Resultado do Índice C 24

Tabela 4 - Resultado Índice D 25

Tabela 5 - Resultado Índice E 26

Tabela 6 -Resultado Índice A 27

Tabela 7 - Resultado Índice B 27

Tabela 8 - Resultado Índice C 28

Tabela 9 - Resultado Índice D e E 29

Tabela 10 - Resultado Índice A 30

Tabela 11 - Resultado Índice B 30

Tabela 12 - Resultado Índice C 31

Tabela 13 - Resultado Índice D 32

Tabela 14 - Resultado Índice E 33

(9)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Referência dos Indicadores de Execução da Receita Orçamentária

16

Quadro 2 - Referência dos Indicadores de Execução da Despesa Orçamentária

16

Quadro 3 - Referência dos Indicadores de Desempenho Orçamentário 17 Quadro 4 - Fórmula dos Indicadores da Receita Orçamentária 19 Quadro 5 - Fórmula dos Indicadores de Despesa Orçamentária 20 Quadro 6 - Fórmulas dos Indicadores de Desempenho Orçamentário 21

(10)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Relação da Receita Prevista e Realizada 23 Gráfico 2 - Análise das Receitas Correntes e de Capital 24

Gráfico 3 - Comportamento do Índice E 26

Gráfico 4 - Variação do Índice C 28

Gráfico 5 - Variação do Índice A 30

Gráfico 6 - Variação do Índice B 31

(11)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11 1.1 Contextualização do Problema ... 11 1.2 Objetivos ... 12 1.2.1 Objetivo Geral ... 12 1.3 Justificativa ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 13

2.1 A administração pública do Estado ... 13

2.2 Aspectos gerais sobre a administração financeira e orçamentária ... 14

2.3 Estudos sobre solvência orçamentária ... 15

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 18

3.1 Tipologia da pesquisa ... 18

3.2 Universo e amostra ... 18

3.3 Análise de dados ... 19

3.1.1 Indicadores de execução da receita orçamentária ... 19

3.1.2 Indicadores de execução da despesa orçamentária ... 20

3.1.3 Indicadores do desempenho orçamentário... 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 22

4.1 Análise da solvência orçamentária – indicadores de execução da receita orçamentária ... 22

4.2 Análise da solvência orçamentária – indicadores de execução da despesa orçamentária ... 26

4.3 Análise da solvência orçamentária – indicadores de desempenho orçamentário29 4.4 Consolidação das informações dos indicadores de receita, de despesa e de desempenho ... 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 36

REFERÊNCIAS ... 37

(12)

11

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do Problema

A sociedade é constituída pela reunião voluntária de pessoas cuja finalidade é promover o bem comum. No entanto, esse simples agrupamento com as mesmas intenções não é capaz de assegurar a execução dos objetivos comuns e foi nessa perspectiva que surgiu o Estado, de acordo com Dallari (2003).

Diante disso, o Estado é definindo como sendo esta ordem jurídica soberana que tem por finalidade promover o bem comum da sociedade. Portanto, os órgãos da administração direta e as entidades presentes na administração indireta que compõem o governo têm como objetivo básico satisfazer as necessidades sociais e econômicas da sociedade, promovendo bens e serviços públicos de modo satisfatório nas diversas funções de governo: saúde, educação e segurança, por exemplo (CREPALDI E CREPALDI, 2013).

Na contemporaneidade, o modo como o Estado vêm promovendo o seu objetivo básico tem sido frequentemente debatido, pois o desempenho dos governos tem apresentado altos índices de desaprovação na sociedade. Nesse sentido, com o propósito de promover o bem-estar, os governos procuram atender às necessidades da sociedade, o que requer o dispêndio de recursos. Assim, o Ente Governamental ao arrecadar, gerenciar e executar suas atividades necessita de recursos financeiros.

O planejamento, diante disso, torna-se de vital importância para o alcance dos objetivos da Administração pública. De acordo com Pereira (2003), o planejamento não é resumido em apenas uma ação, mas é a composição de um processo que envolve a elaboração, a execução, controle e avaliação de um projeto no qual são fixados objetivos gerais e metas específicas, assim como as ações que permitirão que esse projeto se concretize.

Nesse sentindo, para que se promova a execução de políticas públicas, é necessário o conhecimento da condição financeira da entidade governamental. A saúde financeira dos governos é condição essencial para o fornecimento contínuo de bens e serviços públicos de qualidade à população (LIMA e DINIZ, 2016). Dessa maneira, descrever um governo com uma condição financeira favorável ou desfavorável é indicar que as necessidades da sociedade estão sendo atendidas de modo satisfatório ou não.

A discussão se torna relevante, pois o cenário da gestão pública brasileira ao longo dos últimos anos vem sofrendo reflexos de crises mundiais e tal situação passou a exigir decisões mais estratégicas e com cada vez mais planejamento por parte dos entes federativos com o intuito de frear ou minimizar os impactos sofridos. No entanto, as medidas tomadas se mostram

(13)

12

insuficientes para recuperar o ajuste nas contas públicas, fazendo com que estados e municípios passem por dificuldades extremas no que diz respeito ao cumprimento dos princípios básicos da Administração Pública brasileira.

Assim, muitos entes passaram a decretar a nova modalidade de calamidade, a calamidade financeira, com o intuito de se proteger das possíveis sujeições das leis que regulam o país, a exemplo a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (FELIX; SEDIYAMA; ANJOS, 2017).

A partir do estudo técnico da Confederação Nacional de Municípios- CNM, até o mês de janeiro de 2020 sessenta e nove municípios já decretaram estado de calamidade financeira, dos quais dois se encontram no estado do Rio Grande do Norte. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS – CNM, 2020). Vale ressaltar que em 2019 o Estado do Rio Grande do Norte publicou o Decreto nº 28.689, de 02 de janeiro de 2019, no qual decretou o estado de calamidade financeira.

Frente ao exposto é de total importância que os gestores tenham pleno controle de seus recursos orçamentários e financeiros, pois o país se encontra em desaceleração econômica e enfrentando uma pandemia que possui efeitos em diversas vertentes e com impactos financeiros incalculáveis.

Na construção deste trabalho, a pesquisa foi realizada através de indicadores de solvência orçamentária com o propósito de realizar a análise das informações disponíveis nas Demonstrações Financeiras do Ente nos anos de 2015 a 2019.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral fazer a análise da solvência orçamentária do Estado do Rio Grande do Norte nos anos de 2015 a 2019.

1.3 Justificativa

Enquanto na área privada o lucro é um importante indicador de avaliação de desempenho, no setor público a principal medida de desempenho é representada pelo resultado da execução orçamentária. Dessa forma, a análise da solvência orçamentária proporciona uma dimensão da condição de um ente público pelas seguintes perspectivas: capacidade do governo em manter de forma constante o equilíbrio orçamentário; capacidade do governo em produzir

(14)

13

reservas financeiras para atender emergências; capacidade do governo em apresentar liquidez suficiente para cumprir com suas obrigações correntes (LIMA e DINIZ, 2016, pg. 176).

Diante disso, o equilíbrio orçamentário está relacionado à solvência orçamentária, ou seja, a capacidade do ente em realizar receita de modo suficiente para atender todos os seus dispêndios sem apresentar déficits, sem fazer uso de suas reservas financeiras e sem comprometer sua liquidez. Estar de posse desse tipo de análise permite ao gestor público tomar decisões pautadas em planejamento.

Assim, o presente trabalho se justifica por fornecer uma análise que viabilizará a identificação de fatores como, o padrão contínuo de déficit ou superávit orçamentário, o declínio ou crescimento de suas reservas e o declínio ou acréscimo de sua liquidez. A análise da solvência orçamentária permite também verificar se as técnicas de previsão de receita estão sendo eficientes e se os controles orçamentários estão proporcionando razoável segurança na efetividade da execução. Esses fatores servirão de base primordial para descrever a eficiência de qualquer ente governamental, mas também será de ainda mais importância para aqueles que se encontram em situação de calamidade financeira, pois precisarão de várias estratégias, ferramentas e indicadores que possam ajudar a sair da decadência de recursos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

É de conhecimento comum que os aspectos sociais são extremamente mutáveis, assim o conjunto que forma a estrutura social está em constante transformação. É nesse sentido que o Estado, na condição de ente responsável por conduzir a interação social visando o bem comum, deve conduzir de maneira eficiente os desafios que se apresentam frente à mudança social.

De acordo com Dallari (2003) a sociedade é interpretada a partir da conjugação natural de grupos humanos de forma diversificada com o objetivo de firmarem ajuda compartilhada para a execução de fins comuns. Entretanto, a simples conjugação de pessoas com objetivos comuns não é totalmente eficiente para assegurar que os objetivos serão atendidos. E é nessa perspectiva que surge o Estado, fundamentado na perspectiva de produzir meios que garantam o atendimento das necessidades comuns da sociedade. E para executar primordial tarefa se faz necessário uma gestão de cursos voltada para o manejo de receitas e despesas de modo a garantir o bem estar social, surgindo dessa forma a administração pública do Estado.

2.1 A administração pública do Estado

De acordo com Alexandrino e Paulo (2012) a Administração Pública pode ser conceituada como todo o aparelhamento do Estado, ordenado à realização de seus serviços com o intuito de satisfazer as necessidades coletivas. Dessa maneira, a Administração Pública é uma

(15)

14

estrutura capaz de conduzir os recursos financeiros e políticos viabilizando a aplicação de recursos e garantindo o emprego adequado dos deveres que lhes são próprios.

As estruturas mercadológicas por si só não são capazes de dispor da gama de necessidades apresentadas pela sociedade, assim cabe ao Estado prover serviços com o intuito de atender as demandas não comportadas pelo mercado, assumindo os riscos inerentes à função alocativa de recursos. (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).

Dessa forma, para que o Estado execute tais ações necessárias a sua atuação é primordial que disponha de recursos adequados para atingir os objetivos essenciais. E tal realização só é possível a partir de uma gestão planejada e eficiente. Compactuando com as ideias de Martins e Scardoelli (2017), os recursos financeiros possuem importância fundamental para o total atendimento das atividades do Estado, assim a sua gestão é uma tarefa complexa e de alta responsabilidade para a Administração Pública.

Por meio da Constituição Federal de 1988 (CF) é possível saber que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (BRASIL,1988). Assim, diante do ditame constitucional é obrigação da Administração Pública conduzir suas atividades de modo eficiente de modo a viabilizar o atendimento integral dos interesses da coletividade.

Para garantir que a Administração Pública atinja os princípios constitucionais e exerça sua gestão de modo apropriado é necessário que conduza suas atividades de forma planejada e o dispositivo maior que dispõe para isso é a programação financeira e orçamentária dos recursos públicos.

2.2 Aspectos gerais sobre a administração financeira e orçamentária

Segundo Abreu (2014) o orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral de um país, assim como a arrecadação de receitas já criadas em lei.

Sendo assim, o orçamento é um instrumento que estrutura a ação governamental, uma vez que é por meio dele que é possível filtrar a análise da viabilidade de execução das políticas públicas, tanto do ponto de vista econômico quanto político. Dessa maneira, o orçamento torna-se o instrumento de ação governamental capaz de realizar ou não as ações governamentais, a depender do modo como é executado e planejado.

(16)

15

A Constituição Federal de 1988 restaurou a ideia de planejamento na Administração Pública do Brasil, pois promoveu a integração entre os planos e orçamentos através da criação do Plano Plurianual - PPA e da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO. O PPA é um instrumento de planejamento de médio prazo, que estabelece de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas ao programa de duração continuada. A LDO, por sua vez, é uma peça de curto prazo e tem como principal função servir de elo entre o PPA e a Lei Orçamentária Anual – LOA.

Por definição a LDO compreende as metas e prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orienta a elaboração da LOA, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política das agências oficiais de fomento. Por fim, a LOA é o instrumento por meio do qual o Poder Público prevê suas receitas e fixa suas despesas para o período de um ano.

Diante disso, é possível perceber que o aparato da execução orçamentária é todo voltado para a ação planejada de modo a garantir uma execução de serviços públicos eficazes e também de se preparar para possíveis gargalos quando da frustação da receita ou da necessidade de despender recursos mais que o planejado.

Giambiagi e Além (2016) conceituam os seguintes termos: Receita Pública: refere-se ao montante de recursos que ingressa, de forma permanente, nos cofres do erário público através do exercício de um conjunto integrado de ações para efetivar a arrecadação, seja por meio da exploração direta do patrimônio e dos serviços público, ou por meio indireto, através da arrecadação compulsória a particulares. E Despesa Pública: diz respeito ao total de recursos despendidos pelo Estado com o intuito de custar a ação governamental, as políticas públicas e as atividades inerentes ao Estado como prestador de serviços públicos essenciais.

Assim, de acordo com o que afirma Carneiro (2018), a gestão efetiva desses elementos é essencial para que o Estado atue de forma eficiente e de acordo com as necessidades sociais. Assim, cabe ressaltar que a função precípua do Estado não é a obtenção de lucro, mas sim a efetivação na prestação de serviços essenciais à sociedade.

2.3 Estudos sobre solvência orçamentária

De acordo com Lima e Diniz (2016) o equilíbrio orçamentário refere-se à solvência orçamentária, ou seja, à capacidade do governo em gerar receita suficiente para atender suas despesas sem incorrer em déficits, sem fazer uso das reservas financeiras e sem comprometer a liquidez. As reservas financeiras são formadas por acumulação de superávits financeiros

(17)

16

produzidos ao longo do tempo que servirão para suprir insuficiências de arrecadação, enfrentar crises econômicas e financiar gastos não correntes.

A partir dos conceitos apresentados é possível inferir que os resultados orçamentários se mostram como comportamentos que viabilizam a análise da posição operacional da entidade pública. Esses comportamentos podem ser de acordo com a previsão (resultado da previsão) ou realizado (resultado da realização).

A análise do resultado de previsão é obtida a partir do confronto entre as receitas orçamentárias previstas e as despesas orçamentárias fixadas no orçamento e em créditos adicionais. A análise do resultado da execução, por sua vez, é feita através do confronto entre as receitas arrecadas e as despesas legalmente empenhadas.

Indicadores de Execução da Receita Orçamentária: a análise da solvência

orçamentária no que diz respeito a receita tem um propósito de identificar o desempenho da arrecadação da receita e revelar os recursos operacionais. O quadro a seguir demonstra os principais índices utilizados bem como os pesquisadores que os utilizam ao longo do tempo.

Quadro 1 - Referência dos Indicadores de Execução da Receita Orçamentária Indicadores de Execução da Receita Orçamentária

Referência Indicadores Principais Analistas e Pesquisadores

A Desempenho da Arrecadação García (2003); Gómez e Fernández (2006)

B Participação da receita corrente García (2003); López e Conesa (2002) C Desempenho relativo da arrecadação Groves e Valente (2003)

D Eficiência na arrecadação de impostos García (2003); Gómez e Fernández (2006); Miller (2001)

E Participação da receita de capital García (2003); López e Conesa (2002) Fonte: Lima e Diniz (2016)

Indicadores de execução da despesa orçamentária: na análise desse tipo de indicador

a relevância dos dispêndios correntes e de capital é analisada e também da cobertura dos créditos adicionais. O quadro a seguir mostra quais os principais indicadores que são utilizados nesse tipo de análise, bem os principais pesquisadores que os utilizam.

Quadro 2 - Referência dos Indicadores de Execução da Despesa Orçamentária Indicadores de Execução da Despesa Orçamentária

(18)

17

Referência Indicadores Principais Analistas e Pesquisadores

A Desempenho da Despesa Orçamentária García (2003); Gómez e Fernández (2006) e Marínez (1994)

B Desempenho Relativo da Despesa Marínez (1994)

C Índice de Modificações Orçamentárias García (2003); López e Conesa (2002) D Participação da Despesa Corrente Brown (1993,1996)

E Participação da Despesa de Capital Brown (1993,1996) Fonte: Lima e Diniz (2016)

Indicadores de desempenho orçamentário: essa análise permite observar as

informações sob a ótica do desempenho da participação dos resultados orçamentários, a capacidade de poupar do Ente e a capacidade de cobrir os gastos correntes provenientes dos seus resultados correntes e de capital. O quadro a seguir detalha os principais índices utilizados na análise de desempenho referenciado pelos autores que os utilizam.

Quadro 3 - Referência dos Indicadores de Desempenho Orçamentário

Indicadores de Desempenho Orçamentário

Referência Indicadores Principais Analistas e Pesquisadores

A Resultado da Previsão Orçamentária García (2003); Carmeli (2002)

B Resultado da Execução Orçamentária García (2003); Carmeli (2002)

C Cobertura de Custeio Martínez (1994); Howell e Stamm (1979); Miller (2001)

D Capacidade de Geração de Poupança Groves e Valente (2003); Berne e Schramm (1986); Berne (1992)

E Resultado do Orçamento de Capital Pagano (1993) Fonte: Lima e Diniz (2016)

Assim, de modo geral o presente estudo acaba por trazer conhecimentos da contabilidade geral para a contabilidade pública, uma vez que faz uma análise análoga à análise financeira de balanços, no entanto com ênfase na aplicação de indicadores voltados para a contabilidade pública.

(19)

18

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Tipologia da pesquisa

No aspecto da natureza, esta monografia se classifica como uma pesquisa aplicada, pois a partir dela é possível extrair informações com o direcionamento voltado para a resolução de um problema próprio.

Sob a ótica da forma de abordagem, o presente estudo se caracteriza como descritivo, uma vez que tem o objetivo de caracterizar o acontecimento da análise da solvência orçamentária do Estado do Rio Grande do Norte em uma janela temporal, ou seja, busca identificar características a respeito de um fenômeno por meio do estabelecimento de relações entre indicadores.

E finalmente no que diz respeito aos procedimentos técnicos, o presente estudo se classifica como um estudo documental, pois os levantamentos aqui apontados foram feitos a partir das demonstrações financeiras do estado do Rio Grande do Norte apresentadas no portal da transparência do Executivo estadual.

3.2 Universo e amostra

O universo da pesquisa é constituído pelos anos de execução orçamentária em que o estado do Rio Grande do Norte existiu. Na seleção da amostra foram considerados os anos de 2015 a 2019, considerando as informações presentes nas demonstrações contábeis do ente para o período analisado. Mais especificamente as demonstrações analisadas foram o balanço orçamentário, o balanço financeiro e a demonstração das variações patrimoniais, pois as variáveis utilizadas nos índices deste estudo estavam presentes em itens desses demonstrativos financeiros.

A janela temporal foi escolhida levando em consideração os anos mais recentes de execução orçamentária do governo e por contemplar a gestão de dois Governos para servir como parâmetro na análise não só das contas de gestão. O estado do Rio Grande do Norte foi escolhido para representar a amostra por apresentar recentemente decretação de estado de calamidade financeira, o que mostra uma análise sob o contexto de um ente que se comporta de modo análogo ao esperado das entidades governamentais de modo geral.

É importante destacar que a análise da amostra foi realizada em relação às demonstrações consolidadas, ou seja, não só envolvendo o Executivo estadual. Pelos relatórios é possível perceber que a consolidação engloba o Poder Legislativo (representada pela Assembleia Legislativa), o Poder Judiciário, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do

(20)

19

Norte, a Procuradoria Geral de Justiça (representando o Ministério Público) e Defensoria Pública do Estado e até a Administração Indireta (representada pela Fundação Djalma Marinho).

3.3 Análise de dados

Os dados desse estudo foram analisados a partir das informações presentes nas demonstrações contábeis do ente e com base nas variáveis de análise de solvência orçamentária. A ferramenta utilizada para consolidar as informações foi o Excel obedecendo as relações existentes entre os indicadores.

3.1.1 Indicadores de execução da receita orçamentária

Indicador A – Desempenho de Arrecadação: o indicador de desempenho da arrecadação demonstra a relação entre a receita realizada e a receita prevista. O presente indicador revela se o orçamento da receita apresentou excesso de arrecadação para atender a condição financeira da entidade governamental;

Indicador B – Participação da Receita Corrente: esse indicador mostra a representação da receita corrente em relação ao total das receitas arrecadadas;

Indicador C – Desempenho Relativo da Arrecadação: mostra a representação do excesso ou insuficiência de arrecadação sobre a receita corrente;

Indicador D – Eficiência na Arrecadação de Impostos: demonstra como o governo tem se esforçado para arrecadar sua principal fonte de receita que são os impostos de sua competência;

Indicador E – Participação da Receita de Capital: mostra a relação da receita de capital sobre o total da receita arrecada;

Para uma melhor observação de como os indicadores serão calculados segue o quadro abaixo.

Quadro 4 - Fórmula dos Indicadores da Receita Orçamentária

Indicadores de Execução da Receita Orçamentária

Referências Indicadores Fórmulas

A Desempenho da arrecadação

Receita Realizada Total Receita Prevista Total

B Participação da receita corrente

Receita Corrente Realizada Receita realizada Total

(21)

20

C Desempenho relativo da arrecadação

Receita Realizada Total − Receita Prevista Total Receita Corrente arrecadada

D Eficiência na

arrecadação de impostos Receita de Impostos Arrecadados Receita Prevista de Impostos

E Participação da receita de capital

Receita de Capital Realizada Receita Realizada Total Fonte: Lima e Diniz (2016)

3.1.2 Indicadores de execução da despesa orçamentária

Indicador A – Desempenho da Despesa Orçamentária: coloca em evidência a relação entre a despesa executada, ou seja, a despesa empenhada, e a despesa fixada atualizada (contemplando os créditos adicionais);

Indicador B – Desempenho Relativo da Despesa: o presente indicador tem como função demonstrar a representação da economia orçamentária, uma vez que considerada a despesa fixada menos a despesa executada dividido pela despesa executada;

Indicador C – Índice de Modificações Orçamentárias: esse indicador demonstra a relação entre os créditos adicionais, que são os meios que o ente dispõe para alterar a despesa, e a despesa total executada;

Indicador D – Participação da Despesa Corrente: mostra a participação da despesa corrente executada em relação à despesa executada total, podendo mostrar quanto do que está sendo gasto pela Administração pública faz parte de suas despesas operacionais, tais como gastos com pessoal e custeio;

Indicador E – Participação da Despesa de Capital: o presente indicador revela a participação da despesa de capital no total da despesa total executada. Mostra o percentual de investimento e operação de crédito, por exemplo, do ente público.

A relação dos índices é melhor demonstrada no quadro a seguir.

Quadro 5 - Fórmula dos Indicadores de Despesa Orçamentária

Indicadores de Execução da Despesa Orçamentária

Referência Indicadores Fórmulas

A Desempenho da Despesa

Orçamentária

Despesa Executada Total Despesa Fixada Total

(22)

21

B Desempenho Relativo da

Despesa

Despesa Fixada Total −Despesa Executada Total Despesa Fixada Total

C Índice de Modificações

Orçamentárias

Créditos Adicionais Despesa Fixada Total

D Participação da Despesa

Corrente

Despesa Corrente Executada Despesa Executada Total

E Partificação da Despesa de Capital

Despesa de Capital Executada Despesa Fixada Total Fonte: Lima e Diniz (2016)

3.1.3 Indicadores do desempenho orçamentário

Indicador A – Resultado da Previsão Orçamentária: revela a relação entre a previsão atualizada da receita e a dotação atualizada da despesa. Em relação à previsão atualizada está a previsão inicial mais a previsão adicional, da mesma forma na dotação atualizada, que considera os créditos adicionais;

Indicador B – Resultado da Execução Orçamentária: mostra a relação entre a recita realizada e a despesa executada;

Indicador C – Cobertura de Custeio: demonstra quanto da receita corrente está sendo comprometida para os gastos correntes;

Indicador D – Capacidade de Geração de Poupança: a partir desse indicador é possível verificar a capacidade do Administração Pública ter resultado operacional superavitário, uma vez que demonstra o superávit corrente em detrimento a receita corrente realizada;

Indicador E – Resultado do Orçamento de Capital: é mensurado através da relação entre a receita de capital e a despesa de capital, mostra a forma como o ente financia seus gastos de capital.

O quadro abaixo mostra as fórmulas utilizadas para calcular os índices utilizados na análise do desempenho orçamentário.

Quadro 6 - Fórmulas dos Indicadores de Desempenho Orçamentário

Indicadores de Execução da Despesa Orçamentária

(23)

22

A

Resultado da Previsão

Orçamentária Previsão Atualizada

Dotação Atualizada

B

Resultado da Execução

Orçamentária Receita Executada

Despesa Executada

C

Cobertura de Custeio

Receita Corrente Realizada Despesa Corrente Realizada

D

Capacidade de Geração de

Poupança

Receita Corrente Realizada − Despesa Corrente Realizada Receita Corrente Realizada

E

Resultado do Orçamento de

Capital Receita de Capital Realizada

Despesa de Capital Realizada Fonte: Lima e Diniz (2016)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Análise da solvência orçamentária – indicadores de execução da receita orçamentária

Em relação ao Índice A, que faz a relação entre a receita prevista e a receita realizada, demonstra que todos os anos apresentaram frustação de receita, ou seja, o ente arrecadou menos do que tinha previsto. Do ano de 2015 para o de 2016 essa frustação foi diminuída, uma vez que em 2015 apenas arrecadou 85% do tinha previsto e 96% em 2016, apresentando uma variação positiva de 12%.

Nos anos de 2016 a 2017 houve um aumento na frustação da receita, em 2018 ela cresce e em 2019 apresenta o maior percentual de frustação, uma vez que o ente tem uma frustação de receita de 14%, sendo arrecadado apenas 76% do previsto. A partir da análise gráfica a seguir é possível visualizar a frustação de receita apresentada no período, bem como identificar que no ano de 2019 foi o período com maior frustação dentre os apresentados.

(24)

23

Gráfico 1 - Relação da Receita Prevista e Realizada

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Para melhor apreciação dos dados segue tabela e fórmula de cálculo do Índice A.

Tabela 1 - Variação relativa do Índice A

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice A = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

No que diz respeito ao Índice B, assim como em todos os entes que compõem a Administração Pública, no estado do Rio Grande do Norte a receita corrente é a maior fonte de receita realizada, apresentando variações, em termos gerais de 99% a 97% da receita total arrecadada. Dessa maneira, a análise desse índice permite inferir que o ente possui uma boa capacidade em autofinanciar suas operações sem que haja a necessidade de recorrer a operações de crédito.

Através da tabela a seguir e dos gráficos é possível verificar os percentuais observados no painel.

Tabela 2 - Resultados do Índice B

Ano Índice B 2015 99% 0.00 2,000,000,000.00 4,000,000,000.00 6,000,000,000.00 8,000,000,000.00 10,000,000,000.00 12,000,000,000.00 14,000,000,000.00 16,000,000,000.00 18,000,000,000.00 2015 2016 2017 2018 2019

Receita Prevista Total Receita Realizada

Ano Índice A Variação Índice A

2015 85,36% -

2016 95,56% 11,94%

2017 85,83% -10,19%

2018 94,18% 9,73%

(25)

24

2016 97%

2017 99%

2018 97%

2019 100%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice B = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Gráfico 2 - Análise das Receitas Correntes e de Capital

Fonte: dados da pesquisa.

O Índice C trata do desempenho relativo da arrecadação em relação à receita corrente, dessa maneira, representa o excesso ou insuficiência da arrecadação sobre a receita corrente. Conforme analisado nos índices anteriores, a receita do ente sofreu frustração em todos os anos estudados e como a receita corrente compõe a maior parte da receita arrecadada, o desempenho relativo foi negativo para todos os anos. Sendo que em 2019 o ano com maior frustração do desempenho relativo da receita, compactuando com a análise do Índice A, uma vez que o mesmo ano apresentou o maior percentual de frustração em relação à receita total (considerando receita corrente e de capital). Conforme pode ser apresentado abaixo. Esse fato apresentado no ano de 2019 pode ser explicado pela decretação do estado de calamidade financeira apresentado pelo Estado no referente ano.

Tabela 3 - Resultado do Índice C

Ano Índice C 2015 -17% 2016 -5% 2017 -17% 2018 -6% 2019 -32%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

99% 1%

Receita Corrente e de Capital 2015 e 2017

% RCO %RCA

97% 3%

Receita corrente e de capital 2016, 2017 e 2019

% RCO %RCA

(26)

25

Índice C = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎

No que tange ao Índice D, que faz a relação da receita de imposto prevista com a realizada, é importante observar que dentro das receitas correntes a receita de imposto é a que representa maior quantitativo. Dessa forma, os percentuais demonstrados por esses índices revelam uma importante análise sobre a capacidade de arrecadação do Estado do Rio Grande do Norte.

Os dados apresentados a seguir mostram que na maioria dos anos a receita de impostos foi mais que 50% do total da receita realizada total realizada pelo ente. É possível também verificar que os percentuais de arrecadação foram, para todos os anos, quase que atendidos em sua totalidade, mostrando dessa maneira que o ente é competente em termos de arrecadação tributária.

Tabela 4 - Resultado Índice D

Ano Índice D % Imposto na Arrecadação

2015 95,71% 50,58%

2016 96,53% 56,27%

2017 96,71% 57,47%

2018 97,59% 34,80%

2019 98,32% 56,36%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice D = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎

Assim, no diz respeito ao Índice D, percebe-se que em relação ao previsto para a arrecadação do imposto em todos os anos o estado conseguiu em quase sua totalidade realizar a arrecadação, mostrando eficácia no recolhimento de tal tributo aos cofres públicos. E o percentual na arrecadação mostra que de todas as receitas arrecadas (correntes e de capitais) os impostos configuram a maior participação de ingresso público.

No último índice da análise da receita tem-se o Índice E, que faz a relação da receita de capital realizada com a receita total realizada. Como é possível inferir através dos outros índices já analisados, a expressão da receita de capital em relação ao total dos recursos é inexpressiva demonstrando assim que o endividamento do ente para a janela temporal analisada é baixo, mas crescente.

Os dados mostram que de 2015 para 2016 houve um crescimento no percentual de participação da receita de capital, em 2017 esse percentual cai, mas em 2018 e 2019 ele volta a crescer. Conforme tabela e gráfico a seguir. Tal aumento pode ser observado devido à alienação

(27)

26

de bens e principalmente das transferências de capital ocorridas no ano de 2016. Já no ano de 2019 (ano com maior participação na receita de capital), o aumento pode ser configurado pela maior participação de operação de crédito no período analisado, o que mostra que o estado recorreu em situação de empréstimos em maiores concentrações para poder realizar suas despesas, o que configura um marco negativo no desempenho de uma entidade pública.

Tabela 5 - Resultado Índice E

Ano Índice E 2015 0,53% 2016 3,18% 2017 1,32% 2018 3,13% 2019 3,40%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice E = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎

Gráfico 3 - Comportamento do Índice E

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

4.2 Análise da solvência orçamentária – indicadores de execução da despesa orçamentária

No que diz respeito ao Índice A que trata do desempenho da despesa orçamentária foi possível perceber que para todos os anos analisados houve economia de despesa, uma vez que se gastou menos do que estava previsto. O ano de 2018 obteve um percentual de 71%, obtendo uma economia de despesa de 19% e o ano 2019 foi que obteve menor economia de despesa,

0.00% 0.50% 1.00% 1.50% 2.00% 2.50% 3.00% 3.50% 2015 2016 2017 2018 2019 Comportamento Índice E Índice E

(28)

27

apresentando um índice de 87%. Quando se fala em orçamento público aplicado à sociedade é necessária uma análise mais robusta para afirmar se a economia da despesa foi benéfica de forma geral.

Sendo assim, segue tabela do Índice A para melhor apreciação dos resultados.

Tabela 6 -Resultado Índice A

Ano Índice A 2015 80,81% 2016 84,99% 2017 81,76% 2018 71,36% 2019 87,32%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice A = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐹𝑖𝑥𝑎𝑑𝑎 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

O índice B, que trata do desempenho relativo da despesa, apresenta um panorama sobre a representação da economia da despesa (caso exista) em relação à despesa total. Assim o índice é encontrado pela fórmula abaixo.

Índice B = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐹𝑖𝑥𝑎𝑑𝑎 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙−𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Dessa maneira, com base nesses parâmetros observou-se que de 2015 a 2019 o ano de 2019 foi o que apresentou menor desempenho relativo sendo que a variação dos percentuais não foi constante, ora o índice diminuía ora aumentava, conforme pode ser observado na tabela a seguir.

Tabela 7 - Resultado Índice B

Ano Índice B 2015 23,75% 2016 17,66% 2017 22,31% 2018 40,14% 2019 14,52%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

O Índice C trata das modificações orçamentárias, medida pela relação dos créditos adicionais e a despesa total executada. Observando a janela temporal deste estudo foi possível perceber que houveram modificações orçamentárias em todos os anos e que elas foram

(29)

28

crescentes e o ano de 2019 foi o que apresentou o maior percentual de modificação orçamentária, o que pode se inferir que foi o ano que o Ente não planejou de forma adequada na Lei Orçamentária Anual – LOA.

Os dados podem ser melhores apreciados através da tabela e gráfico seguinte.

Tabela 8 - Resultado Índice C

Ano Índice C 2015 9,46% 2016 11,41% 2017 11,08% 2018 18,14% 2019 21,48%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice C = 𝐶𝑟é𝑑𝑖𝑡𝑜𝑠 𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑎𝑛𝑎𝑖𝑠 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐹𝑖𝑥𝑎𝑑𝑎 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Gráfico 4 - Variação do Índice C

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

O Índice D aponta a participação da despesa corrente em relação à despesa total realizada. Assim como observado nas receitas correntes, as despesas correntes também possuem uma grande representatividade em qualquer atividade da Administração Pública uma vez que tratam das despesas com pessoal, custeio e juros da dívida, por exemplo.

O Índice E tem total relação com o Índice D, uma vez que o que sobra da parte da despesa que foi realizada pela despesa corrente será a despesa de capital e ele faz a relação da despesa de capital sobre a despesa total executada.

0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 2015 2016 2017 2018 2019 Índice C Índice C

(30)

29

Dessa maneira, fazendo uma análise em conjunto, observa-se que no ano de 2019 o ente teve a maior participação de despesa corrente e, portanto, menor participação da despesa de capital, enquanto no ano de 2018 houve um maior percentual de despesa de capital (com base nos anos analisados) e inversamente uma menor participação da despesa corrente. Sendo possível inferir que no ano de 2018 o Ente gastou mais com amortização de dívidas, conforme tabela a seguir.

Tabela 9 - Resultado Índice D e E

Ano Índice D Índice E

2015 91,27% 8,73%

2016 90,06% 9,94%

2017 91,16% 8,84%

2018 86,87% 13,13%

2019 91,89% 8,11%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice D = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐸𝑥𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Índice E = 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐸𝑥𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

4.3 Análise da solvência orçamentária – indicadores de desempenho orçamentário

Partindo sob a ótica da análise dos indicadores de desempenho orçamentário é possível considerar a participação relativa dos resultados orçamentários apresentados pelo estado do Rio Grande do Norte.

O Índice A relaciona a previsão atualizada em detrimento à dotação atualizada. Cabe lembrar que a previsão atualizada é o somatório da previsão inicial mais a previsão adicional. Na janela temporal analisada não houve previsão adicional em nenhum ano, de modo que a previsão inicial foi igual a previsão atualizada. Já no que diz respeito à dotação, todos os anos sofreram modificações via créditos adicionais.

Os percentuais demonstrados no Índice A mostram que apenas no ano de 2019 a previsão atualizada superou a dotação atualizada, os demais anos apresentaram receitas insuficientes para cobrir as despesas, como pode ser mais bem observado nos dados a seguir, o que demonstra que o Ente precisou recorrer a recursos que estavam fora de seu planejamento para pagar as dívidas.

(31)

30

Tabela 10 - Resultado Índice A

Ano Índice A 2015 90,54% 2016 88,59% 2017 88,92% 2018 81,86% 2019 103,93%

Fonte: dados da pesquisa, (2020). Gráfico 5 - Variação do Índice A

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice A = 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠ã𝑜 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎

O Índice B revela a relação entre a receita realizada e a despesa executada (considerando corrente e de capital). Para os anos do painel apenas 2018 apresentou uma relação superavitária em que a receita arrecada foi superior à despesa executada, os outros anos apresentaram insuficiência de recursos orçamentário, apresentando assim déficits orçamentários, consolidando as informações apresentadas pelo índice anterior no que diz respeito à frustração do planejamento.

Tabela 11- Resultado Índice B

Ano Índice B 2015 95,65% 2016 99,60% 2017 93,34% 2018 108,03% 0.00% 20.00% 40.00% 60.00% 80.00% 100.00% 120.00% 2015 2016 2017 2018 2019 Índice A Índice A

(32)

31

2019 90,51%

Fonte: dados da pesquisa, (2020). Gráfico 6 - Variação do Índice B

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice B = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎

O Índice C trata de analisar a cobertura de custeio, uma vez que faz a relação da receita corrente em função da despesa corrente. Todos os anos analisados a receita corrente superou a despesa corrente, exceto no ano de 2019 que o indicador foi inferior a 1. Uma relação baixa desse indicador pode inferir que o Ente tem pequenas folgas para ampliar os serviços já prestados, dessa forma quanto maior que 1 for o resultado desse indicador melhor será a condição financeira do Estado.

Conforme dados a seguir é possível elucidar o que foi dito.

Tabela 12 - Resultado Índice C

Ano Índice C 2015 104,24% 2016 107,08% 2017 101,04% 2018 120,47% 2019 98,16%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

80.00% 85.00% 90.00% 95.00% 100.00% 105.00% 110.00% 2015 2016 2017 2018 2019 Índice B Índice B

(33)

32

Índice C = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎

Os índices D e E tratam da análise das receitas e despesas correntes e das receitas e despesas de capital respectivamente. O Índice D demonstra a capacidade de geração de poupança do governo, uma vez que quando o ente apresenta resultado operacional positivo assumindo um superávit do orçamento corrente é possível aplicar a sobra desses recursos e garantir ainda mais recursos.

Já o índice E demonstra o resultado do orçamento de capital uma relação menor que 1 indica déficit de capital e que a parcela da receita corrente será utilizada para cobrir investimentos, enquanto uma maior relação desse índice indica superávit de capital em decorrência de parcela não aplicada da receita corrente. Sendo assim, quanto menor for esse índice melhor para o ente governamental.

Os percentuais apresentados pelo Índice D demonstram que com exceção do ano de 2019 o Rio Grande do Norte apresentou superávit no orçamento corrente, mas foram valores baixos e no ano de 2019 o estado apresentou déficit de orçamento corrente. O que indica que para todo o período analisado o ente não possuía grandes folgas para aplicar os recursos correntes. Observam-se as afirmações através da tabela a seguir.

Tabela 13 - Resultado Índice D

Ano Índice D 2015 4,07% 2016 6,61% 2017 1,03% 2018 16,99% 2019 -1,87%

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice D = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎−𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎

Por fim, o Índice E demonstra que de forma geral o superávit do orçamento de capital só cresceu durante os anos do estudo, tendo o seu ápice no ano de 2019 o que mostra que esse índice cresceu devido à receita corrente não ter sido suficiente para supri-lo apontando uma ineficiência na condição do governo, conforme dados a seguir.

(34)

33

Tabela 14 - Resultado Índice E

Ano Índice E 2015 5,81% 2016 31,90% 2017 13,98% 2018 25,78% 2019 37,98%

Fonte: dados da pesquisa, (2020). Gráfico 7- Variação Índice E

Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Índice E = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎

Sendo assim, diante dos índices analisados sob a ótica da execução da receita orçamentária, da execução da despesa orçamentária e do desempenho orçamentário de forma geral, para os 5 anos analisados de forma geral, observa-se que o ano de 2019 foi o que apresentou menor desempenho em termos de planejamento e análise de solvência orçamentária, foi o ano que teve menor índice de arrecadação realizada em relação a prevista, que apresentou um maior déficit na arrecadação da receita corrente e o ano que recorreu mais a recursos de capital.

Com relação à despesa o ano de 2019 foi que apresentou maiores percentuais de modificações orçamentárias através dos créditos adicionais e no desempenho orçamentário de forma geral foi o ano que apresentou déficit no orçamento corrente. Esses dados explicam em termos orçamentários a decretação do estado de calamidade apresentado pelo estado, uma vez que a o período em questão demonstra falhas em termos de planejamento orçamentário.

0.00% 5.00% 10.00% 15.00% 20.00% 25.00% 30.00% 35.00% 40.00% 2015 2016 2017 2018 2019 Índice E Índice E

(35)

34

4.4 Consolidação das informações dos indicadores de receita, de despesa e de desempenho

Observando os indicadores de forma consolidada e fazendo uma análise dos valores mínimos, máximos e de suas médias foi possível verificar que no que diz respeito ao desempenho da arrecadação os valores máximo e mínimo apresentaram grande distanciamento da média, comportamento semelhante foi observado nos indicadores de desempenho relativo da arrecadação e na participação da receita de capital, o que mostra comportamentos discrepantes em relação aos anos analisados, medida que pode configurar em uma falta de planejamento orçamentário.

No que diz respeito aos índices de participação da receita corrente e da eficiência na arrecadação de impostos apresentaram valores máximos e mínimos compatíveis com sua média, demonstrando assim que não houve tantas discrepâncias, o que configura um comportamento comum em todos os entes governamentais, uma vez que a participação da receita corrente e de impostos é expressiva de forma recorrente no contexto da Contabilidade Pública.

Em relação à analise de indicadores de despesa observou-se que apenas no desempenho relativo da despesa os indicadores apresentaram consideráveis discrepâncias em relação à média, os demais apresentaram diferenças pequenas da média, o que mostra um grau de comprometimento no planejamento dos dispêndios executados pelo estado.

Por fim, observando os aspectos analisados sobre o contexto dos indicadores de desempenho é possível verificar que todos os índices apresentaram diferenças em relação à média e isso contribui para uma classificação de uma situação de planejamento orçamentário deficiente, uma vez que a análise de desempenho faz a relação, de modo geral, da execução da receita da despesa pública.

Para melhor apreciação dos dados segue o quadro abaixo.

Tabela 15 - Consolidação dos Indicadores

Referência Indicadores Mínimo Máximo Média

A Desempenho da Arrecadação 76,04% 95,56% 87,39%

B Participação da receita corrente 96,82% 99,66% 98,30%

C Desempenho relativo da arrecadação -32% -5% -15%

D Eficiência na arrecadação de impostos 95,71% 98% 96,97%

E Participação da receita de capital 0,53% 3,40% 2,32%

(36)

35

B Desempenho Relativo da Despesa 14,52% 40,14% 23,68%

C Índice de Modificações Orçamentárias 14,52% 21,48% 14,32% D Participação da Despesa Corrente 86,87% 91,89% 90,25% E Partificação da Despesa de Capital 8,11% 13,13% 9,75%

A Resultado da Previsão Orçamentária 81,86% 103,93% 90,77% B Resultado da Execução Orçamentária 90,51% 108,03% 97,43%

C Cobertura de Custeio 98,16% 120,47% 106,20%

D Capacidade de Geração de Poupança -1,87% 16,99% 5,37% E Resultado do Orçamento de Capital 5,81% 37,98% 23,09% Fonte: dados da pesquisa, (2020).

Assim, fazendo uma análise comparativa entre os índices é possível verificar que o ano de 2019 (período que apresenta maior discrepância entre os valores) apresentou vários indicadores que direcionam para a explicação da calamidade financeira apontada no exercício em questão. Esse período foi o que apresentou maior frustação de receita, também foi o ano que apresentou menor desempenho relativo de arrecadação em relação à receita corrente (maior fonte de ingressos de recursos públicos), assim como foi o exercício que apresentou menor economia de despesa e maior concentração de receita de capital proveniente de operação de crédito.

Em 2019, também foi o ano com menor desempenho relativo da despesa e que teve maior modificação orçamentária (teve que recorrer a modificações no orçamento provenientes de créditos orçamentários) e em contraponto à maior concentração de receita de capital foi o ano que teve maior participação da receita corrente, assim possivelmente tem-se a aplicação de recursos de capital para pagamento de despesa corrente, o que configura um efeito negativo no desempenho de qualquer ente governamental.

Por fim, o ano analisado também apresentou uma série de deficiências na análise dos indicadores de desempenho, foi o ano que ultrapassou a execução da despesa em relação ao planejado e também foi o único ano da janela temporal que as receitas arrecadas não foram suficientes para cobrir as despesas executadas.

(37)

36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como finalidade fazer um panorama da análise de solvência orçamentária do Estado do Rio Grande do Norte nos anos de 2015 a 2019. O objetivo central foi englobado no sentido de verificar a efetividade do ente no seu planejamento, bem como o impacto que a ausência ou presença de planejamento pode influenciar em exercícios futuros.

Considerando tal objetivo primordial, observou-se que a decretação de estado de calamidade financeira ocorrida no ano de 2019 já vinha sendo tendenciada em exercícios anteriores uma vez que a receita foi frustrada em todos os anos analisados e a arrecadação de impostos (maior fonte de renda da Administração Pública de forma geral) também vinha sofrendo fortes oscilações.

Através das análises realizadas foi possível observar que as particularidades presentes do ente estudado foram ocasionadas por uma soma de fatores, alguns inerentes à economia mundial, que todos os entes federados estavam suscetíveis a passar, mas que também é possível observar uma falta de planejamento, uma vez que a peça orçamentária deveria ser o instrumento primordial para o ente realizar suas ações futuras. Também é cabível considerar que pelo ano estudado o contexto econômico de forma geral estava passando por retrações econômicas o que impossibilita o ente de alavancar sua arrecadação.

Com relação aos objetivos gerais e específicos pode-se dizer que foram respondidos, uma vez que foi feita a análise da solvência orçamentária do período proposto. Foi indicado no referencial teórico deste estudo as principais pesquisas que tratavam do tema, apontando as variáveis mais utilizadas quando o assunto é análise da solvência orçamentária. Também foi possível verificar que a partir da análise feita o estado possuía capacidade de prever a calamidade financeira decretada em 2019, assim como possuir indicadores que podem condicionar previsões do comportamento do desempenho do estado no futuro.

A metodologia que se fez presente neste estudo foi adequada para a obtenção dos resultados aqui apresentados. Importante destacar que os dados aqui apresentados dão margem para o desenvolvimento de estudos futuros no sentido de observar o impacto da análise de solvência de caixa, uma vez que o planejamento da Administração Pública deve ser pautado em sob a ótica orçamentária, assim como financeira, elas andam lado a lado na execução da prestação do serviço público de forma eficiente.

(38)

37

REFERÊNCIAS

ABREU, Cilair Rodrigues. O orçamento público como instrumento de ação

governamental:uma análise de suas redefinições no contexto da formulação de políticas públicas de infraestrutura. Revista Administração Pública. DOI: DOI:

http://dx.doi.org/10.1590/0034-76121776. Acesso em 20 de novembro de 2020.

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 20. ed. São Paulo: Método, 2012.

BRASIL. . Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988 CAMPELLO, C. A. G. B. Eficiência municipal: um estudo no Estado de São Paulo. São Paulo, 2003. Tese (Doutorado em Administração) – Curso de Pós-Graduação em

Administração, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

CARNEIRO, Claudio. Curso de Direito Tributário e Financeiro. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS (CNM). Estado de Calamidade Financeira atinge os Municípios Brasileiros. Brasília (DF), 2020. Disponível em: < https://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/Situacao_fiscal_dos_municipios_brasileiros-Decretos_de_calamidade_financeira_.pdf> . Acesso em: 11 novembro. 2020.

COSTA, C. B. da; RAUPP, F. M.; TEZZA, R. ENDIVIDAMENTO PÚBLICO: UMA PROPOSTA DE MENSURAÇÃO PARA MUNICÍPIOS BRASILEIROS A PARTIR DA ELABORAÇÃO DE UM CONSTRUCTO. Contabilidade Vista & Revista, [S. l.], v. 30, n. 1, p. 123-153, 2019. DOI: 10.22561/cvr.v30i1.4896. Disponível em:

https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/4896. Acesso em: 4 nov. 2020.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

FELIX, Eliane Maria; SEDIYAMA, Gislaine Aparecida Santana; ANJOS, Daniela Araújo dos. Transparência Pública Municipal: O caso dos Municípios Mineiros que Decretaram Calamidade Financeira. In: VIII CONGRESSO NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE - ADCONT 2017, Rio de Janeiro: 2017. Anais... Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2017. Disponível em: <

http://adcont.net/index.php/adcont/AdCont2017/paper/view/2754> . Acesso em: 11 novembro 2020.

GIAMBIAGI, Fabio; ALÉM, Ana Cláudia. Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. 5 ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

JUBRAN, Aparecido Jorge. Modelo de análise de eficiência na administração pública: estudo aplicado às prefeituras brasileiras usando a análise envoltória de dados. São Paulo. 2006. Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. LIMA, Severino Cesário de; DINIZ, Josedilton Alves. Contabilidade Pública: análise

financeira governamental. 1 ed. [2ª Reimpr.]. São Paulo: Atlas, 2016.

Crepaldi, S. A. & Crepaldi, G. S. (2013). Orçamento público: planejamento, elaboração e controle. São Paulo: Saraiva.

(39)

38

MARTINS, Alan; SCARDOELLI, Dimas Yamada. Direito Tributário para concursos. 2 ed. rev. atual. ampl. Rio de Janeiro: JusPODIVM, 2017.

PEREIRA, José Matias. Finanças Públicas – A política Orçamentária no Brasil. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

PINHEIRO, D. R.; OLIVA, E. C. A ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA NA GOVERNANÇA PÚBLICA: UM ESTUDO BASEADO NA VISÃO DA ALTA ADMINISTRAÇÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS FEDERAIS

BRASILEIRAS. Contabilidade Vista & Revista, [S. l.], v. 31, n. 2, 2020. DOI: 10.22561/cvr.v31i2.4933. Disponível em:

https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/4933. Acesso em: 4 nov. 2020.

(40)

39

APÊNDICES

APÊNDICE A – FONTES DE INFORMAÇÃO DA RECEITA

Ano Previsão Atualizada Dotação Atualizada Receita Executada 2015 R$ 12.338.389.000,00 R$ 13.627.390.162,79 R$ 10.532.661.126,03 2016 R$ 10.584.707.000,00 R$ 11.948.573.934,33 R$ 10.114.833.073,69 2017 R$ 12.323.120.000,00 R$ 13.859.025.235,84 R$ 10.576.381.877,46 2018 R$ 12.271.936.000,00 R$ 14.992.108.836,00 R$ 11.557.186.528,42 2019 R$ 15.906.643.000,00 R$ 15.305.646.000,00 R$ 12.095.928.000,00

APÊNDICE B – FONTES DE INFORMAÇÃO DA DESPESA

Ano Despesa Executada Receita Corrente Realizada

Despesa Corrente Realizada 2015 R$ 11.011.799.201,05 R$ 10.476.806.639,00 R$ 10.050.328.317,81 2016 R$ 10.154.993.407,22 R$ 9.792.678.899,45 R$ 9.145.252.721,42 2017 R$ 11.330.957.553,33 R$ 10.436.295.382,77 R$ 10.329.059.156,60 2018 R$ 10.697.819.148,01 R$ 11.194.904.132,48 R$ 9.292.788.435,34 2019 R$ 13.364.621.000,00 R$ 12.054.756.000,00 R$ 12.280.428.000,00

APÊNDICE C – RECEITA DE CAPITAL

Ano Receita de Capital Realizada Despesa de Capital Realizada 2015 R$ 55.854.487,03 R$ 961.470.883,25 2016 R$ 322.154.174,24 R$ 1.009.740.685,80 2017 R$ 140.086.494,69 R$ 1.001.898.396,73 2018 R$ 362.282.395,94 R$ 1.405.030.712,67 2019 R$ 411.726.000,00 R$ 1.084.193.000,00

APÊNDICE D - INDICADORES DE EXECUÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA

Ano Índice A Índice B Índice C Índice D Índice E

2015 85,36% 99,47% -17,24% 95,71% 0,53%

2016 95,56% 96,82% -4,80% 96,53% 3,18%

2017 85,83% 98,68% -16,74% 96,71% 1,32%

2018 94,18% 96,87% -6,38% 97,59% 3,13%

(41)

40

APÊNDICE E - INDICADORES DE EXECUÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

Ano Índice A Índice B Índice C Índice D Índice E

2015 80,81% 23,75% 9,46% 91,27% 8,73%

2016 84,99% 17,66% 11,41% 90,06% 9,94%

2017 81,76% 22,31% 11,08% 91,16% 8,84%

2018 71,36% 40,14% 18,14% 86,87% 13,13%

Referências

Documentos relacionados

A Promotora se reserva o direito de desclassificar qualquer participante que julgue estar manipulando a operação desta Promoção ou violando os termos e condições deste

NO(A)EC - Concentração máxima que não éobservado ne- nhum efeito (adverso); NO(A)EL - Nivel máximo que não é observado nenhum efeito (adverso); NOELR - Taxa de

Já mencionei que, dentro do processo de elaboração simbólica, a interação dos símbolos e funções estruturantes, que são todas as entidades e funções

No curto prazo, um ou mais insumos da empresa s˜ ao fixos O custo total pode ser dividido em custo fixo e custo vari´ avel O custo marginal de uma empresa ´ e o custo vari´

Este trabalho justifica-se pela existência de algumas “lacunas” na literatura sobre o tema, e o desconhecimento, diante dessas mudanças e disposições

do fluxo de fótons fotossintéticos sobre características agronômicas e acúmulo de nitrato em plantas de alface cultivadas em hidroponia.. Horticultura Brasileira

Considerando-se o indicador de processo do Ministério da Saúde (MS), primeira consulta realiza- da até 120 dias ou quarto mês de gravidez, como parâmetro, os resultados atingidos

Se deixar a área de emissão do programa de informações de trânsito ajustado, ouve após cerca de 30 segundos um som de aviso. Ao premir uma tecla de estação na qual está memorizado