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DIREITO DO TRABALHO MÓDULO I - PARTE GERAL. Prof. Antero Arantes Martins

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(1)

DIREITO DO TRABALHO

MÓDULO I - PARTE GERAL.

(2)

DIREITO DO TRABALHO

HISTÓRIA.

(3)

Princípios

• “...

são verdades fundantes

de um sistema de

conhecimento, como tais admitidas,

por serem

evidentes ou por terem sido comprovadas

, mas

também por motivos de ordem prática de caráter

operacional, isto é, como pressupostos exigidos

pelas necessidades da pesquisa e da práxis”.

(Reale, Miguel. Lições preliminares de Direito.

22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 299. )

(4)

Princípios

• Em nossa cultura jurídica, há uma tendência em

relegar os Princípios a um segundo plano, como

fonte subsidiária do direito, elegendo a norma

jurídica como fonte primária:

• “Art. 8º - As autoridades administrativas e a

Justiça do Trabalho,

na falta de disposições legais

ou contratuais

, decidirão, conforme o caso, pela

(...) e outros

princípios

e normas gerais de direito,

principalmente

do direito do trabalho

, e, (...)”

(5)

Princípios

• Se os Princípios são verdades fundamentais

que sustentam este ramo de ciência (Direito

do Trabalho), evidente que estas verdades

não podem ser confrontadas por normas

legais ou contratuais.

• Daí se concluir que os Princípios devem ser

as fontes primárias do Direito do Trabalho

e, por conseqüência, fundamental é o seu

estudo.

(6)

Princípios

• O maior Princípio do Direito do Trabalho é

o

Princípio Protetor

que enuncia:

Nas relações de trabalho subordinado o

empregado é

hipossuficiente

e precisa de

proteção.

• Esta é uma verdade. Resta saber se esta

verdade é “evidente” ou foi empiricamente

constatada.

• Para

tanto,

veremos

alguns

dados

(7)

Dados Históricos

• 1ª Fase: Causas do surgimento:

– Revolução Francesa. Liberdade, igualdade e

fraternidade. Não intervenção. Liberdade e

igualdade ao contratar.

– Revolução Industrial: Novo modelo de relação

de trabalho. Surge o denominado Capitalismo

“Selvagem”. Visa-se o lucro. Piora gradativa

das

condições

da

classe

proletariada:

Desemprego; Baixos salários; utilização da

mão-de-obra feminina e infantil; acidentes de

trabalho, extensas jornadas.

(8)

Dados Históricos

• 1ª Fase: Causas do surgimento:

– Primeira reação: Grêmios

– Manifesto Comunista (1848)

– Enciclica “Rerum Novarum” (1891)

– Retratam a chamada “questão social” que

resulta da não intervenção do Estado Liberal

nestas relações.

(9)

Dados Históricos

• 2ª Fase: Surgimento:

– Estado intervém através da edição de leis que

limitam a liberdade de contratar.

– Reação ao comunismo proposto por Marx

(1848) e aos apelos da Igreja (1891).

– Primeiras Leis: “Legislação Industrial”

– Dificuldade de classificação doutrinária deste

contrato nos moldes da Lei Civil (compra e

venda, locação, mandato, etc). Necessidade de

destacar do Direito Civil.

(10)

Dados Históricos

• 3ª Fase: Consolidação:

– Proliferação de legislação específica no campo

do trabalho e no campo previdenciário.

– Constitucionalismo

Trabalhista:

México

(1.917) e Alemanha (1.919)

– Criação da OIT (1.919)

– Grande interesse para o Brasil: “Carta del

lavoro” (Itália, 1.927).

– CLT (1.943)

(11)

Dados Históricos

• 4ª Fase: Mudança de paradigmas

– 1.980: Alteração do pensamento político

Mundial. EUA e Inglaterra. Neoliberalismo.

URSS:

Fim

do

regime

(e

da

ameaça)

comunista.

– Globalização. Circulação de capital. Busca de

condições mais favoráveis à produção.

– Revolução

Tecnológica:

Desemprego

estrutural. Enfraquecimento dos Sindicatos.

– Flexibilização.

(12)

Quadro Geral

Estado Liberal Estado do Bem Estar Social Estado Neoliberal (em transição) Pensamento Político

Liberalismo Intervencionismo Neoliberalismo

Pensamento Econômico Capitalismo Selvagem Capitalismo Social Globalização

Pressuposto Igualdade Desigualdade Igualdade

Coletiva

Instrumento Contrato Lei Contrato

(13)

Brasil. Situação jurídica atual.

• A CF vigente estabelece :

• A pessoa humana no centro da ordem

jurídica;

• A primazia do valor do trabalho em seus

fundamentos. Vejamos:

(14)

Introdução Art. 1º (Fundamentos da República Art. 3º Fundamentos Políticos Art. 7º Garantias Trabalhistas Art. 193 Fundamentos da ordem Social Art. 5º Garantias Individuais Art. 170 Fundamentos da ordem Econômica. Garantias Individuais Garantias processuais Dignidade da pessoa (A pessoa como Centro da ordem Jurídica) Liberdade Isonomia Boa-fé Devido processo legal

(15)

Introdução.

• Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos: [...] IV - os valores

sociais do trabalho e da livre iniciativa;

• Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil: [...] III - erradicar a pobreza e a

marginalização e reduzir as desigualdades sociais e

regionais;

• Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

(16)

Introdução.

• Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição

social:

• Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização

do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim

assegurar a todos existência digna, conforme os ditames

da justiça social, observados os seguintes princípios: [...]

III - função social da propriedade; [...] VII - redução das

desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno

emprego;

• Art. 193. A ordem social tem como base o primado do

(17)

Brasil. Situação jurídica atual.

– Estas são as diretrizes constitucionais básicas da sociedade brasileira.

– O art. 7º da CF é considerado cláusula pétrea, não suscetível de alteração via emenda.

– Assim, ainda que os ares do neoliberalismo soprem para o nosso país, não é possível a alteração do modelo “intervencionista” vigente sem a promulgação de nova Constituição.

– Ademais, o Brasil é signatário do Pacto de San José, a Convenção Interamericana de Direitos Humanos que estabelece que os regimes jurídicos são sempre progressivos em relação aos direitos humanos concedidos aos cidadãos dos países signatários.

(18)

DIREITO DO TRABALHO

PRINCÍPIOS, CONCEITO E FONTES

DO DIREITO DO TRABALO

(19)

PRIMEIRA PARTE

(20)

Princípios.

Protetor.

IRRENUNCIABILIDADE. Art. 444, CLT.

CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA. Art. 468, CLT.

“In dubio pro operario”

NORMA MAIS FAVORÁVEL. Art. 7º, CF.

(21)

PROTETOR

“In dubio pro operário” Condição mais benéfica 468 CLT Norma mais favorável art.7 CF Primazia da realidade Irrenunciabi lidade art. 444 CLT

(22)

Princípio Protetor

• Se as partes são desiguais é preciso que sejam tratadas de forma desigual em sentido contrário, a fim de encontrar a igualdade jurídica.

• Isonomia: Tratar igualmente os iguais e desigualmente

os desiguais na medida de sua desigualdade

• Evidentemente que o Direito do Trabalho considera a proporção de subordinação jurídica, excluindo algumas regras protetivas dos “altos empregados”.

• Também na interpretação da manifestação de vontade de cada qual há que se considerar o grau de subordinação.

(23)

Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos.

• Permitir que o empregado pudesse renunciar aos direitos que lhe são assegurados pelo ordenamento jurídico seria tornar inócuo todo o esforço protetivo. A condição de inferioridade do empregado na contratação não autoriza a validação de manifestações de vontade contrárias ao mínimo garantido no ordenamento jurídico.

– Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

(24)

Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos.

• Existem, entretanto, exceções legais. Situações em que o empregado pode, por contrato individual, minorar a proteção legal. Exemplos:

– Art. 444 [...] Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

– Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou (...)

– Art. 462, § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

– Art. 469, § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados (...) e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, (...).

(25)

Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos.

• As hipóteses, entretanto, como exceção que são,

devem ser aplicadas restritivamente.

• Não há validade, assim, em cláusulas contratuais

que tenha por objetivo restringir ou invalidar a

aplicação das normas protetivas.

– Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

(26)

Princípio da Verdade Material.

• O Contrato de trabalho é um contrato-realidade.

• Suas “cláusulas” são escritas no cotidiano do

exercício do contrato.

• Esta realidade “material” prevalece sobre

qualquer verdade “formal”.

• Assim não fosse, fácil seria, por via oblíqua,

afastar a incidência das normas protetivas nas

relações de emprego. Ex: Contrato de trabalho

autônomo.

(27)

Princípio da Condição Mais Benéfica.

• Aplicável a um conflito de fatos, ou seja, de

situações reais.

• Justamente por ser um contrato-realidade, as

condições

contratuais

são

estabelecidas

no

cotidiano,

através

do

exercício

do

próprio

contrato. Num conflito entre duas ou mais

situações, prevalece a mais favorável.

– Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

(28)

Princípio da Norma Mais Favorável

• Aplicável a um conflito de normas, ou seja,

quando forem aplicáveis à situação fática

mais de um regramento jurídico.

• Torna relativa a pirâmide de Kelsen.

• É preciso que ambos sejam aplicáveis ao

fato.

• Não se aplica quando a norma superior for

proibitiva.

(29)

Princípio da Norma Mais Favorável. Cont.

• Interpretar os incisos do art. 7º da CF

segundo o regramento contido no caput.

– Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e

rurais, além de outros que visem à melhoria de sua

condição social:

• Está claro, assim, que as normas de Direito do

Trabalho

garantem um mínimo de direito

e não

um máximo de direito, de sorte que normas

futuras, ainda que inferiores, podem ampliar sua

garantia sem se tornarem inválidas.

(30)

Princípio da Norma Mais Favorável. Cont.

• A flexibilização, como vimos, é a possibilidade

de negociação coletiva “in pejus”, ou seja,

piorando a condição prevista.

• Esta teoria colide frontalmente com o Princípio

da Norma Mais Favorável e com o caput do art.

7º da CF retro transcrito.

• Logo, o instituto deveria ser interpretado sempre

de

forma

restritiva

e

somente

quando

expressamente autorizado (art. 7º, VI, XIII e XIV,

CF).

(31)

Princípio da Norma Mais Favorável. Cont.

• Art. 611-A da CLT, entretanto, caminha em

sentido contrário.

• Explicita hipótese em que a negociação coletiva

prevalece

sobre

a

Lei

(negociado

sobre

legislado), além de outras.

• O art. 611-B fixa em rol taxativo o que não pode

ser negociado.

(32)

Princípios. Função.

• A função primordial dos Princípios é, sem dúvida, a de orientação do operador da ciência respectiva na utilização de seus institutos e instrumentos.

• No caso do direito, sua função é indicar as premissas de interpretação das normas jurídicas e sua aplicabilidade. • No caso específico do Direito do Trabalho e Direito

Processual do Trabalho, os Princípios têm, ainda, uma

outra função importantíssima. Funcionam como

verdadeiros FILTROS na aplicação de legislação

extravagante, o que, infelizmente, é muitas vezes esquecido pelos operadores do direito.

(33)

Princípios. Função.

• Ainda que a Lei 13.467/2017 tenha alterado a redação do parágrafo único do art. 8º da CLT, a compatibilidade principiológica não deixará de ser verificada na aplicação do direito comum ao direito do trabalho, porque os princípios são fontes de orientação e aplicação do próprio sistema.

• A aplicação das regras de Direito Comum somente será admitida no Direito do Trabalho se houver omissão das normas trabalhistas e se o regramento que se pretende aplicar for compatível com os Princípios fundamentais do Direito do Trabalho.

• Não se perca de vista que o Direito Civil tem, na maioria das vezes, o pressuposto de igualdade entre as partes contratantes. Toda norma que tenha este pressuposto é inaplicável ao Direito do Trabalho por violação ao Princípio Protetor que enuncia a desigualdade entre os contratantes.

(34)

SEGUNDA PARTE

(35)

Conceito

• Ser humano é social. Vive em comunidade. • Entretanto, mantém a sua individualidade.

• Resultado: Colidem as esferas de interesse a atuação. • Estado organizado tem por finalidade emitir normas de

regramento de conduta social visando evitar ou minimizar os efeitos destes conflitos comportamentais, criando a possibilidade de que sejam exigidos

determinados comportamentos para determinadas

situações de fato.

• O Direito, portanto, requer a existência de um fato, mas não qualquer fato, e sim um fato que tenha valor para a sociedade. A integração normativa deste valor ao fato é que cria o direito.

(36)

Direito do Trabalho. Conceito

VALOR FATO

(37)

Direito do Trabalho. Conceito

• Maria Helena Diniz: “Ordenação Heterônoma das

relações sociais, baseada numa integração normativa de fatos e valores”.

• O Professor. Amauri Mascaro Nascimento define:

“Direito do trabalho é o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas jurídicas que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho, sua estrutura e atividade”.

• (AMAURI MASCARO DO NASCIMENTO, Curso de

Direito do Trabalho, Editora Saraiva – 18ª edição –

(38)

TERCEIRA PARTE

(39)

Direito do Trabalho. Fonte.

• Fonte: Metáfora: Onde surge o direito.

• Fonte material: Plano físico.

– Sociológica: Crescimento e concentração da

produção

industrial.

Deslocamento

da

população para os grandes centros;

– Filosófica: Proteção à dignidade humana.

Condição

do

trabalhador

como

condição

inerente e indissociável da condição humana.

– Econômica

: Pressão reivindicadora que a

classe operária exerce sobre a classe patronal

por melhoria nas condições de trabalho.

(40)

Direito do Trabalho. Fonte.

• Fontes formais: Plano jurídico

– Heterônomas:

• Legislativas: CF, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Decretos Legislativos.

• Executivas: Decretos-Lei; Medidas Provisórias; Regulamentos do executivo (Decretos, Portarias, ordens de serviço, etc)

• Judiciárias: Sentenças normativas. Jurisprudência • Empregador: Regimento interno imposto

(41)

Direito do Trabalho. Fonte.

• Fontes formais: Plano jurídico

– Autônomas:

• Convenção coletiva; • Acordo Coletivo;

• Regimento interno discutido;

• Contrato Individual de Trabalho; • Usos e costumes

(42)

DIREITO DO TRABALHO

CARATERÍSTICAS DO DIREITO DO

TRABALHO.

CARACTERÍSCITAS DO DONTRATO DE

TRBALHO.

CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO

(43)

PRIMEIRA PARTE

Características do

Direito do Trabalho.

(44)

Direito do Trabalho. Autonomia

• Verifica-se a autonomia em determinado ramo da

ciência jurídica por três aspectos:

• a) Legislativa: Tem legislação própria e

diferenciada dos demais, como ocorre com o

Direito do Trabalho (CLT e Leis extravagantes);

• b) Doutrinária: Tem vasta bibliografia específica

relativa ao Direito do Trabalho, tratado em obras

exclusiva, que não se confundem com outros

ramos do direito;

• c) Didática: Tem cadeira própria em todas as

faculdades de Direito do País;

(45)

Direito do Trabalho. Teorias.

• A doutrina anticontratualista encontra suas fontes no forte intervencionismo Estatal. Este intervencionismo modificou a estrutura política, a economia liberal e determinou a decadência do contrato.

• A teoria da relação de trabalho surgiu na Alemanha e na França, ligadas à idéia de inserção, engajamento do trabalhador pela empresa. A relação de trabalho seria o

ato-condição ou ato-realidade, na qual a efetiva

prestação de serviços, tendo o empregado aderido à empresa, fixaria esta relação, independentemente da vontade das partes em constituí-la, e suas condições.

(46)

Direito do Trabalho. Teorias.

• A maioria da doutrina nacional e estrangeira adota a corrente contratualista. É importante ressaltar que a liberdade existe, pois o empregado pode optar por trabalhar para este ou para aquele empregador. Se esta

não existisse, o empregador teria o poder de

coativamente impor que o empregado lhe prestasse serviços, então voltaríamos à escravidão. A liberdade, portanto, existe, ainda que mínima.

• A legislação brasileira adotou a teoria mista, igualando a

Relação de trabalho e o contrato de trabalho,

aprimorando este conceito para dizer que o contrato de trabalho é um contrato-realidade e nulas são quaisquer

cláusulas que visem desvirtuar a aplicação do

(47)

SEGUNDA PARTE

Características do

Contrato de Trabalho.

(48)

Características do contrato de Trabalho.

• Bilateralidade: O contrato de trabalho é bilateral

porque requer a manifestação de vontade das

duas partes.

• Onerosidade: O contrato de trabalho é oneroso

porque há obrigações para as duas partes. A

principal obrigação do empregador é pagar

salário (obrigação de dar). A principal obrigação

do empregado é prestar serviços (obrigação de

fazer).

• Comutatividade: O contrato de trabalho encerra

obrigações opostas e equivalentes.

(49)

Características do contrato de Trabalho.

• Informalidade: O contrato de trabalho é informal, ou seja, não requer forma específica.

– Pode ser expresso ou tácito.

– Expresso: A manifestação de vontade é exteriorizada na forma escrita ou verbal.

– Tácito: A manifestação de vontade não é exteriorizada, sendo captada através da prática reiterada (hábito).

• Personalíssimo: O contrato de trabalho é personalíssimo na figura do empregado, que não pode se fazer substituir.

• Trato Sucessivo: Não se encerra com o cumprimento da obrigação. Renova-se no tempo

(50)

TERCEIRA PARTE

Contrato de Trabalho por

prazo determinado.

(51)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Introdução.

• O Direito do Trabalho reconhece, como regra, o

contrato de trabalho por prazo indeterminado.

• Tal reconhecimento deriva do Princípio da

Continuidade do contrato de trabalho, que tem

por fundamento: (1) a presunção de que ao

empregado interessa manter o emprego e, por

conseqüência, a sua fonte de renda e subsistência

e; (2) a conclusão de que a atividade empresarial

é permanente e carece da mão-de-obra que,

assim, está inserida na sua própria razão

existencial.

(52)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Introdução.

• Quando do surgimento das relações de trabalho, a regra era o contrato por prazo determinado.

• Naquela situação histórica, os contratos por prazo

indeterminado não poderiam ser unilateralmente

rompidos (não existia aviso prévio). A necessidade da bilateralidade para o rompimento do contrato de trabalho “escravizava” as duas partes, que permaneciam vinculadas entre si indefinidamente.

• A aparição do instituto do aviso prévio veio na esteira do fundamento de liberdade do Estado Liberal e visava propiciar tal liberdade também aos contratantes.

(53)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Hipóteses CLT.

• São três hipóteses clássicas para a contratação a

termo:

• Art. 443: - ...

– § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:

– a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;

– b) de atividades empresariais de caráter transitório; – c) de contrato de experiência.

(54)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Hipóteses CLT.

• A) Serviço cuja natureza ou transitoriedade

justifique a predeterminação do prazo:

• Trata-se de hipótese clássica e presente no

cotidiano das relações de trabalho. Está ligada à

transitoriedade do trabalho a ser executado pelo

empregado na empresa.

• Exemplos: Substituição temporária de

mão-de-obra permanente, acréscimo extraordinário de

serviços, realização de obra certa, etc.

(55)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Hipóteses CLT.

• B) de atividades empresariais de caráter

transitório :

• Trata-se de hipótese de menor ocorrência no

cotidiano das relações de trabalho. Está ligada à

transitoriedade da própria atividade empresarial e

não do empregado. A atividade da empresa é que

é passageira.

• Exemplos: participação em feiras e eventos,

empresas

comerciais

sazonais

(de

estação),

criação

de

empresa

para

realizar

um

(56)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Hipóteses CLT.

• C) Contrato de Experiência:

• Trata-se de hipótese mais comum no cotidiano das relações de trabalho.

• Tem cabimento em qualquer ramo de atividade.

• Há que se ter atenção: A experiência, por óbvio, visa “experimentar” o trabalhador, nas suas qualidades profissionais, quer centrais (trabalho em si), quer nas secundárias (pontualidade, caráter, etc).

• Empregado que já seja conhecido da empresa não pode ser contratado a título de experiência.

• Também o empregador está sob “experiência” no que tange ao cumprimento de suas obrigações patronais, ambiente de trabalho, etc.

(57)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Outras hipóteses.

• Há situações que são especialíssimas e que, por esta razão, são previstas em legislações específicas.

• É o caso, por exemplo, dos artistas (Lei 6.533/78) e dos atletas profissionais (Lei 6.354/76).

• O passar do tempo leva ao aprimoramento de suas habilidades e maior projeção no mercado de trabalho.

• O contrato por prazo indeterminado, nestes casos, seria prejudicial ao trabalhador.

• A regra, portanto, é de contrato por prazo determinado para que possam, de quando em quando, rediscutir todas as base contratuais com seu empregador

(58)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Outras hipóteses.

• Safra: Previsto no art. 14 da Lei 5.889/73

(trabalho rural), que é fixado pela existência de

um evento futuro, certo e de previsão aproximada

(término da safra). Pode ser fixado para qualquer

das fases (plantio, colheita, etc).

• Obra certa: Previsto na Lei 2.959/56. O

empregador deve ser construtor. O termo também

é fixado pela existência de um evento futuro,

certo e de previsão aproximada (término da

obra).

(59)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Outras hipóteses.

• Contrato Provisório. Lei 9.601/98

• Uma outra modalidade de contratação a termo foi

instituída pela Lei epigrafada, mais ampla e

flexível do que aquelas previstas na CLT (art.

443, § 2º da CLT).

• Requisitos:

– Estabelecida mediante negociação coletiva;

(60)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Término.

• Termo x condição

– Termo: Evento futuro e certo;

– Condição: Evento futuro e incerto.

• Não pode ser firmado contrato por condição,

apenas por termo.

• Modalidades de termo:

– Termo certo: Data. Aspecto cronológico.

– Termo incerto: Ocorrência de um fato futuro, certo e de previsibilidade estimada, mas sem data certa (safra, término da obra, etc).

(61)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Prazos e prorrogações.

• Para as hipóteses das alíneas “a” e “b” do art.

443, § 2º, o prazo máximo é de dois anos.

• Para a hipótese da alínea “c” do mesmo artigo

(contrato de experiência), o prazo máximo é de

90 dias.

• Não confundir 90 dias com 03 meses, que é o

prazo do contrato de trabalho temporário (Lei

6.019/74) a ser estudado oportunamente.

(62)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Prazos e prorrogações.

• Por regra geral, o contrato de trabalho pode ser prorrogado apenas uma única vez e, ainda assim, desde que a soma dos dois períodos não ultrapasse o prazo máximo previsto para a hipótese.

• Ex: Contrato de experiência: 45 dias, prorrogados por mais 45 dias.

• Transforma-se em contrato por prazo indeterminado se houver mais de uma prorrogação e/ou se a soma ultrapassar o prazo máximo legal.

• Exceção: Contrato provisório. A Lei 9.601/98 autoriza sucessivas prorrogações.

(63)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Prazos e prorrogações.

• Também se transforma em contrato por prazo indeterminado se houver celebração de novo contrato por prazo determinado em período inferior a seis meses do término do contrato anterior. Nesta hipótese, o segundo contrato é, automaticamente, considerado por prazo indeterminado.

• Esta regra não é absoluta. A fixação de prazo incerto (safra, por exemplo), permite que nova ocorrência motivadora da contratação ocorra antes dos 06 meses.

• A continuidade do contrato de trabalho após o termo previamente fixado importa em convolação do contrato para prazo indeterminado.

(64)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Forma e prova.

• O contrato de trabalho é informal, ou seja, não exige forma específica. Assim o é, também, com o contrato por prazo determinado.

• Exceções: Artista profissional, Atleta profissional,

Trabalho temporário e contrato provisório, cujas

respectivas leis exigem contrato escrito.

• Embora a forma escrita não seja exigível nas demais hipóteses, é do empregador o ônus da prova da contratação a termo, eis que fato modificativo de direito. • A jurisprudência tem consolidado entendimento no

sentido de que o contrato de experiência deve ser escrito

ou que tal condição seja anotada na CTPS do

(65)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Efeitos.

• A extinção do contrato de trabalho no seu termo é um fato natural, contratual, e não representa, assim, dispensa do empregado (se a iniciativa for do empregador) e nem pedido de demissão (se a iniciativa for do empregado). • Nesta situação, o empregado terá direito à percepção do

saldo de salário, 13º salário (integral e/ou proporcional, conforme o caso), férias (idem) com 1/3 e levantamento do FGTS.

• Não há cabimento para aviso prévio posto que a rescisão era conhecida, e nem para indenização de 40% sobre o FGTS (já que não se trata de dispensa).

(66)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Efeitos.

• A extinção antecipada do termo final obriga as

partes

ao

pagamento

de

uma

indenização

equivalente a metade do tempo faltante (art. 479,

CLT).

• Os contratos podem ter a chamada “cláusula

assecuratória” de rescisão antecipada. Neste caso,

a indenização acima é indevida, mas a parte que

rescindir o contrato antes do termo deve conceder

aviso prévio à parte contrária.

(67)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Efeitos.

• A extinção antecipada por parte do empregado

produz os efeitos do pedido de demissão.

• Terá direito ao 13º salário (vencido e/ou

proporcional), férias (idem) com abono de 1/3.

Terá, entretanto, que pagar a indenização do art.

479 ou conceder aviso prévio (se o contrato

contiver cláusula assecuratória). Não levantará o

FGTS.

(68)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Efeitos.

• A extinção antecipada por parte do empregador

produz efeitos diversos.

• O empregado terá direito ao 13º salário (vencido

e/ou proporcional), férias (idem) com abono de

1/3, além da indenização do art. 479 ou do aviso

prévio

(se

o

contrato

contiver

cláusula

assecuratória). Levantará o FGTS com 40%.

• No contrato provisório, a Lei 9.601/98 prevê,

ainda, uma indenização em caso de rescisão

antecipada, a ser negociada coletivamente.

(69)

Contrato de Trabalho por prazo determinado. Suspensão. Efeitos.

• De regra as causas suspensivas e interruptivas do

contrato de trabalho, de regra, não operam seus

efeitos nos contratos a termo. Assim, a ocorrência

do termo previamente ajustado põe fim ao

contrato de trabalho ainda que suspenso ou

interrompido.

• O art. 472, § 2º da CLT prevê, entretanto, que se

assim acordarem as partes, o termo pode ficar

prorrogado, pelo tempo restante, para o término

da causa suspensiva ou interruptiva.

(70)

Referências

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