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Ciênc. saúde coletiva vol.14 número3

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Academic year: 2018

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Santos L, Andrade LOM. SUS: o espaço da gestão inovada e dos consensos interfederativos - as-pectos jurídicos, administrativos e financeiros. Campinas: Instituto de Direito Sanitário Apli-cado, 2007. 165 p.

Lúcia Em ília Figueiredo de Souza Rabello Instituto Fernandes Figueira, Fiocruz

Lenir Santos e Odorico Monteiro de Andrade são sanitaristas, ela na área do direito e ele na área da saúde, que uniram seus conhecimentos para es-crever um artigo que abordasse as normas opera-cionais editadas entre 1991 e 2006 e apresentasse uma proposta de inovação na organização jurídi-ca e administrativa do SUS (Sistema Único de Saú-de), livre do engessamento da liberdade dos esta-dos e municípios para gerir os sistemas locais , regionais e estaduais de saúde. A partir evolução das discussões, os autores perceberam que a di-mensão do tema era maior do que o previsto e exigia reflexões e análises mais densas. O resulta-do deste esforço conjunto de esturesulta-do e reflexão dá origem à proposição de um modelo gerencial co-operativo, negocial, capaz de conformar um SUS interfederativo, consensual e autônomo.

Neste contexto, emerge a proposta deste livro, no qual os autores defendem a tese de que som ente um sistem a de saúde negociado periodicam ente en-tre as três esferas de governo será capaz de respeitar a autonom ia dos entes da federação, as várias reali-dades locais e regionais e m anter a unicidade con-ceitual do SUS , com o fim de preservar sua inteire-za, em face a diversidade sanitária e do necessário tratam ento diferenciado que lhes devem dar os esta-dos e m unicípios, autônom os na gestão do sistem a no seu âm bito político – adm inistrativo, m as inter-dependentes em razão da configuração do SUS em rede regionalizada e hierarquizada (p.18)

Coincidindo com um momento de maturida-de política e administrativa do SUS, o livro traz uma análise profunda dos novos rumos que este requer da administração pública da saúde, indi-cando caminhos possíveis de concretização no âmbito administrativo e político, a exemplo dos consensos e colegiados interfederativos e os con-tratos de organização da ação pública da saúde, destacando o esgotam ento da era das norm as operacionais, ao apontar ser premente regulamen-tar determinados temas sanitários, como a inte-gralidade da atenção à saúde, o acesso regulado, a assistência farmacêutica, a inovação teecnológica, entre outros não menos relevantes.

A estrutura da obra consiste em uma apresen-tação realizada pelo presidente do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Helvécio Miranda Magalhães Junior, um

prefácio, uma argumentação desenvolvida em três partes e as considerações finais dos autores. A primeira parte tem como título O SUS e a sua organização por norm as operacionais de 1991 a 2006 e o Pacto pela Saúde 2006: um a retrospec-tiva e a atualidade. Está subdividida em nove tópicos em que os autores buscam analisar o convênio SIDS das normas operacionais de as-sistência à saúde de 2001 e 2002 e do Pacto pela Saúde 2006, suas implicações na gestão munici-pal, seus avanços e recuos, além de outros as-pectos da gestão e do financiamento.

Intitulada O desafio da organização do SUS pautado por consensos interfederativos e contra-tos entre entes públicos, a segunda parte faz pre-valecer a dimensão jurídica com foco na organi-zação do SUS à luz da formação de uma rede interfederativa de serviços, administrada de maneira autônoma, mas sob parâmetros, prin-cípios e diretrizes únicos, ressaltando que esse formato de rede de serviço requer arranjos ad-ministrativos não-usuais na administração pú-blica, como os consensos e os colegiados inter-federativos e a administração por contratos, com a finalidade de organizar os serviços de saúde.

A terceira e última parte intitula-se O vácuo norm ativo e o desafio de sua regulam entação e exa-mina a necessidade de os entes federativos regu-lamentarem questões prioritárias para a estru-tura do SUS nacional, como o padrão de integra-lidade da assistência, o acesso regulado, a assis-tência farmacêutica, a direção única e outros ele-mentos relevantes que exigem definições e enqua-dramentos urgentes, contribuindo até mesmo para diminuir as demandas judiciais que surgem de espaços deixados pelo próprio sistema.

Nas considerações finais, os autores resga-tam os principais pontos abordados e aponresga-tam que o grande desafio do SUS no século XXI é colocar-se a serviço dos interesses e das necessi-dades da saúde da população e não do financia-m en to lifinancia-m itado pelas políticas econ ôfinancia-m icas. Apontam, ainda, que o aparente paradoxo (au-tonomia x rede interfederativa) somente poderá ser solucionado se operado numa administra-ção pública concertada, negocial-consensual. O livro enfrenta o desafio de trazer propostas ino-vadoras para a gestão do SUS, como a política de contratação entre entes públicos.

Trata-se de uma obra de interesse para to-dos aqueles que pretendem conhecer os cami-nhos trilhados pelo Sistema Único de Saúde no que diz respeito a sua organização técnico-polí-tica e administrativa. Uma leitura recomendada a operadores do direito, profissionais da saúde, conselheiros, membros do Ministério Público e do judiciário.

capa do livro

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