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Tecnologia RTLS : Solução para a Segurança em UTIs Pediátrica e Neonatal

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Academic year: 2023

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Abstract—The following study consist into the analysis the application of technology RTLS – Real Time Location System as a tool for Pediatric and Neonatal ICUs due to the need for a solid security system in the Health Care Institutions. To this end, were raised the basic process of patients flow in a Pediatric and Neonatal ICU and their vulnerabilities. After this phase, the conditions for deployment of a Pediatric and Neonatal Security System (PNSS), through the development of a conceptual design were established. In conclusion, it can be seen that with the use of new technologies is possible to supply the lack of safety, observed safety in healthcare area.

Index Terms—Pediatric and Neonatal ICU. RTLS, Safety, Technology.

Resumo—O estudo que se segue consiste na análise da aplicação da tecnologia RTLS – Real Time Location System como ferramenta para as UTIs Pediátrica e Neonatal em função da necessidade de um sistema de segurança sólido nos Estabelecimentos de Assistência à Saúde. Para tal, foi levantado o processo básico do fluxo de pacientes de uma UTI Pediátrica e Neonatal e suas vulnerabilidades. Após esta fase, foram estabelecidas as condições de implantação de um Sistema de Segurança Pediátrica e Neonatal (SSPN), por meio da elaboração de um projeto conceitual. Na conclusão, percebe-se que com o uso de novas tecnologias é possível suprir a carência de segurança observada na área da saúde.

Palavras chave—RTLS, Segurança, Tecnologia, UTI Pediátrica e Neonatal.

I. INTRODUÇÃO

Os Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS) ao redor do mundo estão cada vez mais preocupados com o paradoxo da segurança versus acessibilidade. Devido à necessidade básica de os pacientes, corpo clínico, equipe de enfermagem e funcionários transitarem livremente para a promoção da assistência, a segurança fica comprometida pelo acesso irrestrito nas dependências do EAS.

No entanto, com o avanço da tecnologia e das redes sem fio, novos meios foram criados para permitir a segurança em locais onde o acesso não deve ser impedido, em virtude das urgências e emergências.

A tecnologia que mais se aproxima desta realidade é a RTLS – Real Time Location System, que possibilita a identificação de pessoas e equipamentos em tempo real, utilizando de tags ativas que informam a sua localização automaticamente à rede sem fio do estabelecimento.

Este artigo tem por objetivo identificar as vulnerabilidades que possam causar possíveis ameaças à segurança, em uma de Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal, e propor uma ferramenta que possa minimizar estas falhas.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado de Pós-Graduação em Engenharia Clínica e Biomédica.

Orientador: Prof. Daniel Tornieri. Trabalho aprovado em 08/2014.

II. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa realizada neste trabalho se caracteriza como um estudo de caso, pois se concentra em descrever a situação no contexto contemporâneo de um caso em particular, tal como a questão da segurança em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal [2].

Para este estudo, foram levantados os dados do processo básico do fluxo de pacientes de uma UTI Pediátrica e Neonatal e as vulnerabilidades encontradas no ambiente em questão.

Este levantamento foi realizado em Estabelecimentos de Assistência à Saúde, utilizando-se de uma abordagem qualitativa, a partir de observações diretas, nas condições naturais de ocorrência dos fenômenos [1].

Para a proposta de uma ferramenta que minimize as vulnerabilidades observadas foi realizado um levantamento bibliográfico, com o intuito de suportar tecnicamente a descrição das premissas do modelo de um novo sistema de segurança, estabelecido por um projeto conceitual de implantação que inclui as funcionalidades gerais do sistema, as especificações das tecnologias utilizadas, definições de boas práticas de instalação, bem como os aspectos de gerenciamento do sistema.

III. UTIPEDIÁTRICA E NEONATAL

A. Processo Básico – Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Para uma identificação eficaz das vulnerabilidades e para a definição condizente de uma proposta de minimização das falhas, o levantamento do processo básico que compõe a rotina de uma UTI Pediátrica e Neonatal e determina o fluxo de seus pacientes, faz-se essencial para uma melhor compreensão do ambiente a ser pesquisado.

Apesar de este estudo ter como foco a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal, esta não deve ser visualizada como um todo generalizado, mas como uma parte integrante de um Estabelecimento de Assistência à Saúde, pois se trata de um local onde a promoção da saúde é realizada em função da interdependência de diversos setores.

O processo básico de uma Unidade de Terapia Intensiva, como mostra a Fig. 1, se inicia na admissão do paciente, advindo do Pronto-Socorro, Bloco Cirúrgico, Bloco Obstétrico, Unidade de Internação, devido à avaliação clínica, ou transferidos de outras instituições de saúde.

Tecnologia RTLS : Solução para a Segurança em UTIs Pediátrica e Neonatal

Nathália Gonçalves Barcala Braga Ramos & Daniel Tornieri

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Fig. 1. Processo Básico de uma UTI Pediátrica e Neonatal [Autora]

A solicitação de leito no serviço de terapia intensiva se dá pela indicação do corpo clínico responsável pelo paciente. A equipe de enfermagem do local solicitante é responsável pelo mesmo até a liberação do leito da UTI Pediátrica e Neonatal.

Após a liberação, relatórios de transferência com informações clínicas e o histórico do paciente são efetuados e entregues no momento da transferência do paciente.

A equipe de enfermagem também executa rotinas quando da transferência como a passagem de plantão, onde informações do paciente, particularidades, pertences, medicações, relatórios de enfermagem contendo os cuidados realizados e o histórico do paciente, os quais são transmitidos à equipe de enfermagem da UTI Pediátrica e Neonatal.

A assistência é realizada e suas atividades são registradas em prontuários médicos; relatórios de permanência do paciente; autorização do uso de materiais para procedimentos e medicamentos; execução de exames laboratoriais, exames de imagens e outros diversos;

execução de procedimentos simples ou complexos (cirúrgicos); e administração de medicamentos.

De acordo com a evolução do quadro clínico do paciente, o corpo clínico, em conjunto com a equipe de enfermagem, define se o paciente será transferido para a Unidade de Internação para que seja dada continuidade à terapêutica, ou se o mesmo receberá alta.

Em alguns casos, quando o paciente evolui a óbito, o médico responsável atesta o óbito e a equipe de enfermagem realiza os procedimentos necessários.

B. Vulnerabilidades e Ameaças

Em virtude das características do segmento hospitalar, que atua em prol da saúde humana, não é rara a percepção da sensação de conforto e segurança, diante da esfera psicossocial atenciosa que muitos profissionais demonstram.

Após o levantamento do processo básico é possível identificar as ameaças à segurança no ambiente, em decorrência das vulnerabilidades encontradas no sistema de segurança do estabelecimento, como se segue na Fig. 2.

Fig. 2. Vulnerabilidades e Ameaças [Autora]

Pode-se perceber que em setores como Pronto-Socorro, Bloco Cirúrgico, Bloco Obstétrico e Unidade de Internação, há um déficit de controle de acesso de entrada e saída e de movimentação de transeuntes, o que pode facilitar a ocorrência de ameaças na UTI Pediátrica e Neonatal e no EAS como um todo.

IV. PROJETO CONCEITUAL DE IMPLANTAÇÃO DO SSPN A inovação de grande parte das tecnologias atuais se encontra na tendência dos sistemas sem fio (wireless), com o intuito de facilitar o uso e, principalmente, reduzir a necessidade de uma infraestrutura de alto custo que requer diversos materiais (eletrodutos, canaletas, tomadas, espelhos, cabos, conectores, etc.), tempo e obras civis para sua instalação.

Estão descritas abaixo, as premissas técnicas do projeto conceitual, necessárias à implantação do Sistema de Segurança Pediátrica e Neonatal (SSPN), proposto como ferramenta para minimizar as falhas encontradas.

A. Escopo do Projeto

O escopo do projeto compreende o fornecimento das especificações técnicas básicas necessárias para a implantação de um sistema de segurança para uma Unidade PROCESSO BÁSICO UTIPEDIÁTRICA E NEONATAL

Pronto-Socorro

Bloco Cirúrgico

Bloco Obstétrico

Unidade de Internação

Transferência (Outros EAS) Admissão do Paciente

Alta do Paciente

Transferência do Paciente

Óbito do Paciente Passagem de Plantão

Prontuário Médico

Relatório de Permanência

Autorização de Mat / Med

Execução de Exames

Execução de Procedimentos

Administração de Medicamentos Transferência para a UTI

Solicitação de Leito na UTI

VULNERABILIDADES

Ausência de controle rígido de entrada e saída.

Trânsito de pessoas por locais indevidos;

Roubos e furtos;

Utilização aleatória das dependências;

Saída de pacientes sem autorização médica;

Equívoco de exames em pacientes não especificados para o procedimento.

Carência de controle de movimentação de pacientes, visitantes e acompanhantes.

Inexistência de controle documental dos transeuntes no local.

Falsidade ideológica;

Visitantes não desejados;

Possibilidade de desavenças internas.

AMEAÇAS

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de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal abrangendo:

funcionalidades gerais; infraestrutura; tecnologias;

parâmetros; equipamentos; componentes; materiais;

softwares e configurações de gerenciamento e controle.

B. Funcionalidades Gerais do Sistema

O Sistema de Segurança Pediátrica e Neonatal (SSPN) tem como objetivo acompanhar a movimentação de circulantes, em conjunto com a identificação dos mesmos, e reduzir erros humanos na realização de exames, execução de procedimentos, administração de medicamentos, e na liberação dos pacientes.

Para o entendimento das funcionalidades gerais, as mesmas estão detalhadas a seguir, com foco em atividades comuns dentro do estabelecimento e com o detalhamento da resposta esperada pelo sistema.

- Ao adentrar no EAS, a paciente (grávida), o acompanhante ou visitante receberá uma pulseira contendo uma tag que irá rastrear sua movimentação no estabelecimento.

- Em situações de parto, o recém-nascido, logo após o nascimento, receberá uma pulseira contendo uma tag correlacionada com a tag da pulseira da mãe ou do responsável legal.

- Quando um menor de idade for admitido, o responsável legal deverá receber sua pulseira com uma tag correlacionada com seu representante legal, de modo em que um não possa se retirar do estabelecimento sem o outro, exceto quando da ocorrência de explicações confirmadas, previamente acordadas entre as partes EAS/Cliente, e inseridas no sistema.

- Caso o paciente, acompanhante ou visitante tente adentrar em alguma dependência restrita, o alarme da central será acionado e sua imagem será disponibilizada no sistema, fazendo com que a segurança local possa dirigir-se ao local correto da pessoa identificada, sem perda de tempo e com precisão eficiente.

- Quando o paciente se dirigir para salas de exames, o sistema irá validar a realização do exame pelas informações inseridas no sistema hospitalar.

- No ato da alta médica, as informações da alta serão inseridas no sistema e caso o paciente tente se retirar das dependências sem a alta, o alarme da central será acionado e o pessoal autorizado irá tomar as providências cabíveis.

C. Infraestrutura de Rede

Para facilitar a implantação do sistema, a rede local do estabelecimento deverá ser do tipo wireless (sem fio), composta por Access Points (AP) ou Pontos de Acesso, no intuito de evitar obras civis e um alto gasto com materiais para instalações.

Atualmente, grande parte dos Estabelecimentos de Assistência à Saúde já contam com uma rede wireless para o conforto de seus clientes. Desta forma, a equipe de TI (Tecnologia da Informação) deverá verificar se a rede existente estabelece a perfeita cobertura do estabelecimento e se a banda contratada atende, tanto aos clientes, quanto ao novo sistema que será implantado [12].

Caso a rede existente não suporte a carga do sistema, a mesma deverá ser redimensionada para não haver congestionamento de tráfego da rede e sobrecarga dos equipamentos centrais [5].

Todos os equipamentos do sistema deverão estar interligados através de rede, utilizando o protocolo TCP/IP, via cabeamento UTP Cat. 6, até os servidores dos sistemas alocados no CPD (Centro de Processamento de Dados). Os servidores deverão estar conectados via fibra óptica [5].

Os sistemas utilizados na solução, CFTV – Circuito Fechado de Televisão e RTLS – Real-Time Location System deverão ter servidores dedicados de alto desempenho para o perfeito funcionamento do SSPN – Sistema de Segurança Pediátrica e Neonatal [10].

Estes equipamentos devem operar continuamente, 24 horas por dia e 365 dias por ano, e, por isto devem apresentar um alto índice de vida útil, de modo a se manterem plenamente operacionais [11].

As especificações das tecnologias para implantação destes sistemas seguem nos tópicos abaixo.

D. Tecnologia para CFTV – Circuito Fechado de Televisão

Este sistema se baseia em um conjunto de câmeras IP, que tem o objetivo de monitorar visualmente o trânsito de pessoal e de veículos, bem como promover a segurança em pontos estratégicos em todo o estabelecimento [9].

O bit rate, frame rate e a resolução de cada câmera deverão ser selecionados de forma independente no sistema e de acordo com cada aplicação [9].

O sistema, este deverá possuir um log interno e alarmes tais como falta de tensão, falta de vídeo, desligamento das câmeras, desligamento do gravador/servidor, falha de comunicação, bloqueio da área de alcance das câmeras e entre outros [9].

As imagens devem possuir uma marca d’água digital para que possam ser utilizadas como provas jurídicas [9].

E. Tecnologia para RLTS – Real-Time Location System Um RTLS ou Sistema de Localização em Tempo Real é um sistema que rastreia, de forma automática e contínua, ativos e pessoas e reporta suas localizações em tempo real.

Os atuais sistemas utilizam tags ativas, que transmitem sinais regulares, em um intervalo pré-estabelecido, aos leitores estacionários alocados em diferentes pontos de um estabelecimento [3].

Estes sinais são recebidos por um sistema de monitoramento e contém a localização do objeto em coordenadas 2D (x,y) [6].

As faixas de frequência mais utilizadas são as de licença gratuita em 300-433 MHz e 2,45 GHz, pois, nesta faixa o TOF – Time of Flight ou tempo de voo é eficiente e muitos sistemas são baseados em Wifi, Bluetooth ou Zigbee [6].

Alguns sistemas utilizam RFID – Radio Frequency IDentification ativo, infravermelho, ultrassom, UWB – Ultra-Wide Band, ou uma combinação destes para realizar a localização [6].

Quase todos os RTLS contam com o RSSI – Received Signal Strengh Indicator que é um indicador de força do sinal, para aproximação da distância das tags ao leitor.

Alguns sistemas utilizam, também, de algoritmos de triangulação entre leitores para obter a localização do objeto com uma maior precisão [6].

Os leitores das tags deverão ser dimensionados em função da tecnologia definida para a cobertura completa das áreas em que se deseja monitorar.

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Todos os eventos gerados entre tags e os leitores devem ser sincronizados através de comunicação simultânea com o servidor (online) [14].

F. Tecnologia para Tags RFID

A maioria dos sistemas RTLS são baseados em tags ativas. Devido ao fato destas tags conterem uma bateria própria (com duração média de um a dois anos), elas podem ser consideradas como transponders, pois, recebem e transmitem dados a vários leitores ao mesmo tempo e em intervalos regulares definidos pelo sistema, ou a cada variação de posição [14].

Por sua característica ativa, estas tags tem uma precisão maior de sua localização e não necessitam de uma linha de visada (LOS – Line of Sight) com os leitores, o que garante que, mesmo se estiverem cobertas, efetuem a troca de dados com os mesmos [4].

Algumas tags com compatíveis com os Access Points da rede wireless do estabelecimento e por esta razão pode-se reduzir grande parte dos leitores e, consequentemente, o custo de implantação do sistema [14].

G. Parâmetros para Tags e Pulseiras

As tags e as pulseiras são equipamentos que os pacientes utilizam desde a sua admissão até a sua alta médica e, portanto, devem ter características específicas para prover a facilidade de uso e proporcionar o conforto de todos os pacientes. A Fig. 3 abaixo demonstra um exemplo destes equipamentos acoplados.

Fig. 3. Exemplo de tags em pulseiras [14] [Autora].

Como parâmetros iniciais das tags e das pulseiras, as mesmas devem ser hipoalergênicas e ter sua composição livre de látex (latex-free) para evitar possíveis alergias na pele dos recém-nascidos, mães, acompanhantes e visitantes [14].

Para a total segurança, as pulseiras deverão ter proteção contra retiradas e cortes sem autorização e proteção à prova d’água. As tags devem estar em conformidade com as normas da FCC (Federal Communications Commission) para dispositivos eletrônicos, e possuir grau de proteção IP67 (Ingress Protection), com proteção completa contra poeiras e proteção por imersão em água em profundidades de até 1m [14].

As tags também devem possuir proteção contra retiradas e desativação não autorizada por ferramentas comuns como clipes de papel, chave philips, pontas de canetas e etc. [14].

O material de fabricação das tags deverá suportar

processos de lavagem hospitalar em alta temperatura, sem prejuízo de suas características técnicas [14].

Em função de sua bateria, o circuito das tags deverá prover economia de bateria após tempo específico de inércia e ter indicação de estado crítico da bateria [14].

H. Manuseio das Tags e Pulseiras

O estabelecimento deve estabelecer um POP (Procedimento Operacional Padrão) em setores específicos e/ou um PRS (Procedimento de Sistema) abrangente a diversos setores, para efetivar a padronização da colocação das tags e das pulseiras nos pacientes (mães, crianças e recém-nascidos), acompanhantes e visitantes [13].

A equipe de enfermagem, responsável pela colocação das pulseiras, deverá receber treinamento, pela empresa fornecedora dos equipamentos, abrangendo, no mínimo, testes teóricos e práticos com os tópicos abaixo:

- Interligação das tags às pulseiras;

- Fechamento definitivo das pulseiras (lacre);

- Ativação das tags;

- Verificação do estado de carga da bateria;

- Retirada das tags e das pulseiras.

Usualmente, as pulseiras e suas tags deverão ser colocadas, delicadamente, no pulso dos pacientes (mães e crianças), acompanhantes e visitantes, e, no tornozelo dos recém-nascidos, ressalvados em casos extremos [14].

I. Sinergia entre os Sistemas do SSPN

O Sistema de Segurança Pediátrica e Neonatal é composto da integração dos sistemas RTLS e CFTV para identificação da localização do paciente, controle das áreas restritas e visualização das imagens pelos alertas dos eventos.

O sistema de CFTV utiliza de informações dos alertas de entrada em locais restritos não autorizados, provenientes do sistema RTLS, para direcionamento da câmera que realizará a visualização do evento ocorrido.

Para tal, os sistemas de CFTV e RTLS deverão ter compatibilidade entre si e utilizar da mesma plataforma de gerenciamento.

J. Sinergia entre o RTLS e os Sistemas Hospitalares Como facilidade de implantação e para minimizar a utilização de vários sistemas para armazenamento dos registros dos pacientes, o software responsável pela gerência e operação do sistema RTLS deverá ter utilizar plataforma semelhante à dos sistemas hospitalares já existentes, para a completa compatibilidade e utilização do banco de dados dos mesmos.

Os sistemas hospitalares existentes são, basicamente, o HIS – Hospital Information System, que realiza o registro de pacientes, admissão, transferências, pedidos de exames e outros e o RIS – Radiology Information System, que utiliza do banco de dados do HIS para efetuar agendamento de procedimentos, gerenciamento do worklist de pacientes, do sistema de laudos e etc. [7].

O software de gerenciamento do RTLS deverá ter a permissão necessária para utilização dos dados supracitados, com o intuito de relacionar a tag do paciente ao seu registro nos sistemas HIS e RIS [7].

Desta forma, quando o paciente adentrar em qualquer dependência do EAS, sua localização será registrada pelo Tag

Pulseira

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RTLS, e sua permanência no setor ou sala de exame será autorizada conforme o sistema HIS, para a realização de procedimentos, e pelo RIS, para a realização de exames de imagens.

K. Gerenciamento e Operação do Sistema

O gerenciamento e o controle do sistema deverão ser constituídos por estações de operação/gerenciamento alocadas em pontos seguros do EAS.

Nas estações de gerenciamento, os operadores poderão visualizar as localizações dos ativos, mapear, definir, incluir, incorporar, alterar e/ou suprimir tags de pacientes, acompanhantes e visitantes [14].

Como requisito de segurança, nas estações de operação, o acesso às funções de gerenciamento deverá ser restrito e a operação se dará apenas pela visualização e cadastro de pessoas nos pontos de recepção.

O software de gerenciamento e operação do sistema deverá ser compatível com os Sistemas Operacionais MS Windows Server 2003, Windows XP, Windows Vista, Windows 7 e Windows 8 [14].

L. Alarmes do Sistema

Para o sucesso do sistema, os alarmes deverão ser comunicados às equipes mais apropriadas (enfermagem e segurança) para o recebimento e resposta imediata dos eventos.

Para a UTI, a Supervisão e a Coordenação de Enfermagem devem possuir de uma estação de operação, onde será instalado o software do sistema RTLS, como mostra a Fig. 4. Este software deverá se manter em funcionamento contínuo, mesmo quando outros programas estão em primeiro plano (background) [14].

Fig. 4. Gerenciamento e Controle do SSPN [14] [Autora].

Quando da ocorrência de eventos, o sistema irá abrir um pop-up sobre o evento e emitirá um aviso sonoro. A notificação irá informar a causa do evento (pacientes em local não autorizado, exame não autorizado, etc.) e o mapa do EAS, para identificação do local do evento e do paciente em questão.

M. Diagrama Conceitual do Sistema

Segue abaixo, na Fig. 5, o diagrama conceitual do Sistema de Segurança Pediátrica e Neonatal.

Fig. 5. Diagrama Conceitual do SSPN [Autora].

De acordo com o diagrama, pode-se perceber a interligação entre os servidores dos principais sistemas:

CFTV, HIS, RIS e RTLS, onde este último obtém uma ligação direta com os Access Points (AP) da rede sem fio, onde há a troca de informações com as (tags) do sistema.

Da mesma forma, nota-se que a estação de operação/gerenciamento existente na UTI Pediátrica e Neonatal está interligada ao HIS, conforme estabelecido em tópicos anteriores, para a utilização dos bancos de dados e funcionalidades dos sistemas adjacentes.

V. CONCLUSÕES

Os seres humanos e a sociedade atual se encontram em uma condição de alerta com relação ao pilar da necessidade da segurança. Em um ambiente de assistência à saúde, a urgência da necessidade de segurança é menor, pois a busca pela satisfação do pilar das necessidades fisiológicas domina o comportamento do ser humano [8].

No entanto, por se tratar um local de livre acesso, as ameaças surgem pelas oportunidades causadas em função do detrimento do estado de alerta.

Os sistemas de Localização em Tempo Real (RTLS) e Circuito Fechado de Televisão (CFTV) podem ser considerados os sentinelas em um EAS, pelo fato de gerenciarem os eventos na forma de alarmes, tanto para o efetivo da segurança do local, em casos de indivíduos potencialmente perigosos atuando nos locais controlados, quanto para a equipe de enfermagem, que irá atuar em casos de troca de recém-nascidos, exames não autorizados e entre outros [9].

Pode-se inferir que em se tratando de uma UTI Pediátrica e Neonatal, onde os pacientes são recém-nascidos e crianças, a implantação do sistema de segurança proposto é uma maneira de impedir que ocorram, principalmente, raptos, roubos e furtos de qualquer natureza, assim como erros de diagnóstico e exames.

Apesar do custo gerado pela instalação e manutenção do sistema, as funcionalidades agregam valor ao paciente e a seus responsáveis legais, fazendo a diferença na escolha do estabelecimento onde a mãe realizará seu parto e na assistência posterior ao recém-nascido ou criança.

Este estudo de caso deverá ser percebido como um plano em andamento, pois se trata da proposta de uma ferramenta

Data/Hora: 14/08/2013 às 02:47am

Nome: RN de Marina Local: Sala de Ultrassom Condição: ENTRADA NÃO AUTORIZADA ALERTA!

Local Anterior: UTI Pediátrica e Neonatal – 2º Andar (Bloco I) __________________

_______ RN Marina

RTLS

RIS

HIS CFTV

CPD UTI Pediátrica e

Neonatal

Estação de Operação e Gerenciamento AP

Tags

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para minimizar a probabilidade da ocorrência das ameaças, oriundas das vulnerabilidades encontradas em uma UTI Pediátrica e Neonatal.

Para a verificação dos possíveis resultados de melhoria perante a implantação da ferramenta proposta, deverá ser realizada, posteriormente, uma pesquisa-ação, que tem a finalidade de interferir e proporcionar mudanças que levem ao aprimoramento de uma situação específica [2], como o objeto de estudo deste artigo.

Para tal, são necessários levantamentos específicos da infraestrutura e adaptações da tecnologia para a escolha da melhor solução, pois, cada projeto é inerente ao estabelecimento em que se deseja implantar o sistema.

REFERÊNCIAS

[1] A. C. Gil. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo, SP: Atlas, 2002.

[2] A. J. Severino. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, SP:

Cortez, 2013.

[3] A. Malik. RTLS for Dummies. Hoboken, NJ: Wiley Publishing Inc., 2009.

[4] E. C. Jones, C. A. Chung. RFID and Auto-ID in Planning and Logistics – A Practical Guide for Military UID Applications. Boca Raton, FL: CRC Press, 2011.

[5] F. M. Jardim. Treinamento Avançado em Redes Wireless. São Paulo, SP: Digerati Books, 2007.

[6] F. Thornton, B. Haines, A. M. Das, H. Bhargava, A. Campbell, J.

Kleinschmidt. RFID Security. Burlington, MA: Syngress, 2006.

[7] H. K. Huang. PACS and Imaging Informatics – Basic Principles and Applications. Hoboken, NJ: Wiley Publishing Inc., 2010.

[8] I. Chiavenato. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2004.

[9] J. Ross. CFTV Analógico e Digital. Rio de Janeiro, RJ: Antenna Edições Técnicas, 2008.

[10] J. Ross. Redes de Computadores. Rio de Janeiro, RJ: Antenna Edições Técnicas, 2008.

[11] L. Lustosa, M. A. Mesquita, O. Quelhas, R. Oliveira. Planejamento e Controle da Produção. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2008.

[12] M. Montico. Guia Avançado de Redes Wireless. São Paulo, SP:

Digerati Books, 2009.

[13] Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2002.

[14] Stanley Healthcare Inc.. Infant Protection - Datasheets. Disponível:

http://www.stanleyhealthcare.com/company/resources

Nathália Gonçalves Barcala Braga Ramos nasceu em Belo Horizonte, MG em 09 de Dezembro de 1987. Recebeu os títulos de Engenheira de Telecomunicações pela Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC) em 2011 e Especialista em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário UNA em 2012.

De 2010 a 2014 atuou na SNC-Lavalin Inc., na elaboração de projetos de telecomunicações para corporações do segmento de mineração, metalurgia e siderurgia desenvolvendo os sistemas de Rede de Dados;

Telefonia; Rede Óptica; Cabeamento Estruturado; Controle de Acesso;

Detecção de Intrusão; CFTV Patrimonial; CFTV Processo; Projeção de Imagem/Vídeo; Videoconferência; Intercomunicação Industrial; Alta Voz;

SDACI; Enlace de Rádio; Radiocomunicação e Wireless.

Desde 2014 é Coordenadora do Setor de Engenharia Clínica, Manutenção Biomédica e Predial da Casa de Saúde e Maternidade Santa Fé S/A, onde atua, principalmente, no gerenciamento de equipamentos médico- hospitalares e na infraestrutura própria para promoção da saúde.

Daniel Tornieri: Formação em Tecnologia da Informação em Redes (IBTA-SP) e MBA em Gerenciamento de projetos pela FIAP (SP). Grande vivência em consultoria de sistemas de alta disponibilidade, projetos de sistemas de armazenamentos e imagens médicas. Atua como Consultor de sistemas de imagens e projetos de inovação no Hospital Albert Einstein (SP). Atua também como professor no curso de pós-graduação em Engenharia Biomédica/Clinica no INATEL e no curso de pós-graduação em Engenharia Clinica no Hospital Albert Einstein (SP). Primeiro

certificado do Brasil Certificação PACS - PARCA Certified PACS Associate (CPAS) (EUA).

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