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Academic year: 2022

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Aula 01 - Crimes de responsabilidade (Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950).

Legislação Penal Especial para Analista Judiciário – Área

Administrativa do TRE PA

(2)

Sumário

CRIMES DE RESPONSABILIDADE (LEI Nº 1.079/50) 3

INTRODUÇÃO 4

CRIMES DE RESPONSABILIDADE DA LEI Nº 1.079/1950 5

Sujeito Ativo 5

Sanções Aplicáveis 7

CRIMES EM ESPÉCIE 9

Presidente da República 9

Ministros de Estado 17

Ministros do Supremo Tribunal Federal 19

Procurador Geral da República 20

PROCESSO E JULGAMENTO 20

Processo e Julgamento do Presidente da República e Ministros de Estado 21

Governadores 28

Prazo para julgamento 33

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 34

LISTA DE QUESTÕES 45

GABARITO 48

LEI Nº 1.079/50 NA ÍNTEGRA 49

(3)

Crimes de responsabilidade (Lei nº 1.079/50)

Olá, meu amigo! Olá, minha amiga!

Como vai você?

A nossa aula de hoje abordará um tema com incidência raríssima em provas da banca IBFC: os crimes de responsabilidade previstos na Lei nº 1.079/50

– também conhecida como

Lei do Impeachment!

Estamos diante de uma lei beeem antiga. Sendo assim, é necessário interpretarmos vários dispositivos levando em conta o que diz a Constituição Federal e as recentes decisões do STF no âmbito do processo de impeachment da ex-Presidente da República Dilma Rousseff.

Contudo, considerando o estilo de cobrança da

IBFC,

aposto em questões que abordem a literalidade da lei.

De qualquer forma, atente-se ao enunciado!

Veja o que você não pode deixar passar:

Respira fundo e vamos juntos!

Crimes de Responsabilidade (Lei nº 1.079/50)

O que priorizar para uma prova elaborada pela IBFC?

Sujeito Ativo

Penas Cominadas

Crimes de Responsabilidade do Presidente da República e dos Governadores

Procedimento - Governadores

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Introdução

Antes de iniciarmos do estudo da Lei nº 1.079/1950, vamos dar uma olhadinha no que diz a Constituição Federal sobre os atos do Presidente da República que podem configurar crime de responsabilidade?

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

Ah, professor... Então quer dizer que a Constituição Federal mandou que lei especial tipificasse como infração penal algumas condutas do Presidente da República?

A minha resposta para você é um grande:

Previstos na Constituição Federal e na Lei nº 1.079/1950, os chamados crimes de responsabilidade representam, na verdade, infrações de natureza político-administrativas cometidas por agentes políticos (não somente pelo Presidente da República), não sendo infrações penais propriamente ditas!

Ao analisarmos a Lei dos Crimes de Responsabilidade, vamos perceber que as sanções aplicadas àquele que

comete os “crimes” de responsabilidade sequer possuem natureza criminal: não há previsão de pena privativa de

liberdade (reclusão ou detenção)!

Isso mesmo, querido/a aluno/a: os crimes de responsabilidade não são dotados de ilicitude penal, muito embora sejam atos ilícitos totalmente contrários ao ordenamento jurídico!

Vamos supor que o Presidente da República tenha, publicamente, proferido xingamentos de baixo calão aos seus Ministros de Estado.

NÃO!

(5)

Nesse caso, o Presidente da República poderia, em tese, ser condenado pela prática do crime de injúria bem pelo crime de responsabilidade por ato contra a probidade na administração – sem que isso configure bis in idem!

Quer mais uma prova de que os crimes de responsabilidade não são possuem natureza de infração penal?

Veja o art. 3º:

Art. 3º A imposição da pena referida no artigo anterior não exclui o processo e julgamento do acusado por crime comum, na justiça ordinária, nos termos das leis de processo penal.

É isso mesmo: nada impede que o fato que tenha dado origem à condenação pela prática de crime de responsabilidade possa ainda gerar a responsabilização penal do agente, ou seja, não há impedimento para que a justiça criminal proceda com o seu julgamento pela prática de crime comum.

A prática das condutas descritas na Constituição e na Lei nº 1.079/50 poderá resultar no processo impeachment (impedimento) do mandato ou cargo que o agente ocupa!

Agora, vamos ao estudo da Lei nº 1.079/50!

Crimes de Responsabilidade da Lei nº 1.079/1950

Sujeito Ativo

A Lei dos Crimes de Responsabilidade foi recepcionada pela nossa Constituição que, no parágrafo único do art. 52, disse o seguinte: “Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento”.

Pois bem, meus amigos... é importante esclarecer que a Lei nº 1.079/50, além de incluir o Presidente da República, pode ser aplicada a outros agentes infratores.

Art. 1º São crimes de responsabilidade os que esta lei especifica.

Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.

Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, quando por eles praticados, os atos definidos como crimes nesta lei.

Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da República, ou de seu substituto quando no exercício da chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:

I – ao Advogado-Geral da União; (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

II – aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas instituições. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

Professor, por que a Lei nº 1.079/1950 não é aplicada também a outros agentes públicos?

Isso ocorre porque os crimes de responsabilidade são infrações administrativas de natureza gravíssima, que podem ser praticados somente por algumas pessoas, no exercício de certas funções.

Temos, por exemplo, o crime de atentado contra a existência da União e contra o livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário, condutas praticamente impossíveis de serem praticadas pelo servidor público comum, não investido de poderes decorrentes da Constituição.

Vamos esquematizar, então, aqueles que podem praticar os crimes de responsabilidade da Lei nº 1.079/50?

→ Presidente da República e Ministros de Estado

→ Ministros do Supremo Tribunal Federal

→ Procurador Geral da República

→ Presidentes dos Tribunais de Contas, dos TRFs, dos TRTs, dos TRES, TJs e Diretores do Foro

→ Advogado-Geral da União, Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, Procuradores-Gerais de Justiça dos estados e do DF, Procuradores-Gerais dos estados e do DF

→ Membros do MPU e do MPE, membros da AGU, membros da Procuradoria dos estados e do DF, somente quando exercerem função de chefia nas unidades.

→ Governadores e Secretários de Estado (art. 72)

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Sanções Aplicáveis

Agora, vamos a outro tópico importantíssimo: as sanções aplicáveis!

Condenado pela prática de crime de responsabilidade previsto pela Lei nº 1.079/50, quais as penas que recairão sobre o agente político?

Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.

Opa! Ainda que não tenham sido consumados, os crimes de responsabilidade da Lei nº 1.079/50 são punidos com as seguintes sanções:

ATENÇÃO!

A Constituição Federal de 1988 fixou o limite de oito anos como prazo máximo de inabilitação para o exercício de qualquer função pública (não 5, como prevê a Lei nº 1.079/1950 e como previa a CF de 1946).

Assim, o STF entende que o art. 2º não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 na parte referente ao tempo estabelecido para a pena de inabilitação para o exercício de função pública, que deverá observar o art. 52 da CF/88:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

PERDA DO CARGO

INABILITAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE QUALQUER FUNÇÃO PÚBLICA

POR ATÉ 5 ANOS

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II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

A celeuma já foi cobrada em prova:

(FCC – TJ/PA – AJAJ - 2009) Prevê o artigo 2o da Lei Federal no 1.079, de 10 de abril de 1950, que dispõe sobre definição, processo e julgamento dos crimes de responsabilidade:

Art. 2o. Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis de pena de perda do cargo, com inabilitação, até 5 (cinco) anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o procurador-geral da República.

O dispositivo legal acima transcrito

a) é integralmente incompatível com a Constituição de 1988, não tendo por esta sido recepcionado.

b) não foi recepcionado pela Constituição de 1988, no que se refere ao tempo estabelecido para a pena de inabilitação para o exercício de função pública.

c) é incompatível com a Constituição de 1988 apenas no que se refere à competência do Senado Federal para imposição das penas ao Presidente da República.

d) é incompatível com a Constituição da República no que se refere à competência do Senado Federal para processar os Ministros do Supremo Tribunal Federal.

e) foi integralmente recepcionado pela Constituição de 1988.

Resposta: b)

Mais uma informação importante:

Nos crimes de responsabilidade, a tentativa é punida com as mesmas penas cominadas à

consumação do crime!

(9)

Quer resolver umas questões comigo?

(VUNESP – Câmara Municipal de Serrana/SP – 2019 - Adaptada) Considerando a Lei nº 1.079/50, julgue os itens abaixo:

a) os crimes de responsabilidade nela previstos não admitem a modalidade tentada.

INCORRETA. Vimos que a tentativa é punida, inclusive, com as mesmas penas do crime de responsabilidade em sua forma consumada!

b) os crimes de responsabilidade nela previstos são passíveis de pena privativa de liberdade.

INCORRETA. Por constituírem infrações político-administrativas, os crimes de responsabilidade são passíveis de perda do cargo e inabilitação temporária do exercício de qualquer função pública.

c) a imposição da pena prevista para o crime de responsabilidade exclui a possibilidade de processar o condenado por crime comum.

INCORRETA. Pelo princípio da independência entre as esferas criminal e administrativa, nada impede que o fato que tenha dado origem à condenação pela prática de crime de responsabilidade possa ainda gerar a responsabilização penal do agente, ou seja, não há impedimento para que a justiça criminal proceda com o seu julgamento pela prática de crime comum.

Vamos, agora, aos crimes em espécie!

Crimes em Espécie

A Lei nº 1.079/50 estabeleceu uma série de crimes de responsabilidade, alguns aplicáveis a todos os agentes políticos, outros aplicados de forma específica.

O que mais nos importa, sem dúvidas, são os crimes que poderão ser cometidos pelo Presidente da República, que veremos logo na sequência.

Presidente da República

Semelhantemente ao que dispõe a Constituição Federal, a Lei nº 1.079/50 estabeleceu variadas naturezas para os crimes de responsabilidade que podem ser praticados pelo Presidente da República:

Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:

I - A existência da União:

II - O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;

III - O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:

IV - A segurança interna do país:

V - A probidade na administração;

(10)

VI - A lei orçamentária;

VII - A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;

VIII - O cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, artigo 89).

Vamos detonar uma questão?

(FCC

– TRT/MS – 2011 - Adaptada) Considere os seguintes atos do Presidente da República

praticados contra:

I. a existência da União.

II. o cumprimento das decisões judiciárias.

III. a probidade na Administração.

IV. o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais.

De acordo com a Lei nº 1.079/50, são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República indicados em

a) I, II e III, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) II, III e IV, apenas.

d) I e IV, apenas.

e) II e IV, apenas.

RESOLUÇÃO:

Releia novamente o art. 4º da mencionada lei.

Você perceberá que o ato do PR que atente contra qualquer um dos quatro bens jurídicos indicados constituirá crime de responsabilidade!

Resposta: b)

Crimes contra a existência da União

São crimes contra a existência política da União os atos que têm como objetivo o desmembramento da República Federativa do Brasil:

Art. 5º São crimes de responsabilidade contra a existência política da União:

1 - entreter, direta ou indiretamente, inteligência com governo estrangeiro, provocando-o a fazer guerra ou cometer hostilidade contra a República, prometer-lhe assistência ou favor, ou dar-lhe qualquer auxílio nos preparativos ou planos de guerra contra a República;

2 - tentar, diretamente e por fatos, submeter a União ou algum dos Estados ou Territórios a domínio estrangeiro, ou dela separar qualquer Estado ou porção do território nacional;

(11)

3 - cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade;

4 - revelar negócios políticos ou militares, que devam ser mantidos secretos a bem da defesa da segurança externa ou dos interesses da Nação;

5 - auxiliar, por qualquer modo, nação inimiga a fazer a guerra ou a cometer hostilidade contra a República;

6 - celebrar tratados, convenções ou ajustes que comprometam a dignidade da Nação;

7 - violar a imunidade dos embaixadores ou ministros estrangeiros acreditados no país;

8 - declarar a guerra, salvo os casos de invasão ou agressão estrangeira, ou fazer a paz, sem autorização do Congresso Nacional.

9 - não empregar contra o inimigo os meios de defesa de que poderia dispor;

10 - permitir o Presidente da República, durante as sessões legislativas e sem autorização do Congresso Nacional, que forças estrangeiras transitem pelo território do país, ou, por motivo de guerra, nele permaneçam temporariamente;

11 - violar tratados legitimamente feitos com nações estrangeiras.

Crimes contra o livre exercício dos poderes constitucionais

O Presidente da República deverá sempre zelar pela independência e separação dos Poderes, bem como pela manutenção do pacto federativo entre Estados e Municípios.

Abaixo, você poderá conferir alguns atos do Presidente que violam os deveres acima mencionados e que, por consequência, configuram crime de responsabilidade:

Art. 6º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados:

1 - tentar dissolver o Congresso Nacional, impedir a reunião ou tentar impedir por qualquer modo o funcionamento de qualquer de suas Câmaras;

2 - usar de violência ou ameaça contra algum representante da Nação para afastá-lo da Câmara a que pertença ou para coagí-lo no modo de exercer o seu mandato bem como conseguir ou tentar conseguir o mesmo objetivo mediante suborno ou outras formas de corrupção;

3 - violar as imunidades asseguradas aos membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas dos Estados, da Câmara dos Vereadores do Distrito Federal e das Câmaras Municipais;

4 - permitir que força estrangeira transite pelo território do país ou nele permaneça quando a isso se oponha o Congresso Nacional;

5 - opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças;

6 - usar de violência ou ameaça, para constranger juiz, ou jurado, a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício;

7 - praticar contra os poderes estaduais ou municipais ato definido como crime neste artigo;

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8 - intervir em negócios peculiares aos Estados ou aos Municípios com desobediência às normas constitucionais.

Olha aqui uma questão que separei para você:

(IBADE – CAERN – 2018 - Adaptada) A Lei dos Crimes de Responsabilidade, vulgo Lei n° 1.079/1950, especifica crimes de responsabilidade. No capítulo II, encontram-se os crimes cometidos contra o livro exercício dos poderes constitucionais. Sobre o tema, julgue o item seguinte:

É crime de responsabilidade deixar de intervir em negócios peculiares aos Estados ou aos Municípios com desobediência às normas constitucionais.

RESOLUÇÃO:

Na realidade, o crime de responsabilidade fica configurado se o Presidente da República desrespeitar

as normas constitucionais “meter o dedo” em negócios em negócios dos Estados ou dos Municípios.

Art. 6º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados:

8 - intervir em negócios peculiares aos Estados ou aos Municípios com desobediência às normas constitucionais.

Item incorreto.

Crimes contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais

O art. 7º elenca alguns atos que restringem as garantias constitucionais (direitos individuais e coletivos, políticos e sociais) conferidas aos cidadãos:

Art. 7º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:

1- impedir por violência, ameaça ou corrupção, o livre exercício do voto;

2 - obstar ao livre exercício das funções dos mesários eleitorais;

3 - violar o escrutínio de seção eleitoral ou inquinar de nulidade o seu resultado pela subtração, desvio ou inutilização do respectivo material;

4 - utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral;

5 - servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua;

6 - subverter ou tentar subverter por meios violentos a ordem política e social;

7 - incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina;

8 - provocar animosidade entre as classes armadas ou contra elas, ou delas contra as instituições civis;

9 - violar patentemente qualquer direito ou garantia individual constante do art. 141 e bem assim os direitos sociais assegurados no artigo 157 da Constituição;

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10 - tomar ou autorizar durante o estado de sítio, medidas de repressão que excedam os limites estabelecidos na Constituição.

Crimes contra a segurança interna do País

Veja, agora, atos que colocam em risco a segurança nacional ou interna do nosso país:

Art. 8º São crimes contra a segurança interna do país:

1 - tentar mudar por violência a forma de governo da República;

2 - tentar mudar por violência a Constituição Federal ou de algum dos Estados, ou lei da União, de Estado ou Município;

3 - decretar o estado de sítio, estando reunido o Congresso Nacional, ou no recesso deste, não havendo comoção interna grave nem fatos que evidenciem estar a mesma a irromper ou não ocorrendo guerra externa;

4 - praticar ou concorrer para que se perpetre qualquer dos crimes contra a segurança interna, definidos na legislação penal;

5 - não dar as providências de sua competência para impedir ou frustrar a execução desses crimes;

6 - ausentar-se do país sem autorização do Congresso Nacional;

7 - permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de ordem pública;

8 - deixar de tomar, nos prazos fixados, as providências determinadas por lei ou tratado federal e necessário a sua execução e cumprimento.

Vamos resolver mais uma questão:

(VUNESP – Câmara Municipal de Monte Alto/SP – 2019) Nos termos da Lei n° 1.079/50, é crime de responsabilidade do Presidente da República contra a segurança interna do país:

a) incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina.

b) utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral.

c) impedir, por violência, ameaça ou corrupção, o livre exercício do voto.

d) permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de ordem pública.

e) servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua.

RESOLUÇÃO:

Dentre as alternativas, a única que expressa crime de responsabilidade contra a segurança interna do país é a ‘d’, que se traduz no ato do Presidente da República que permite, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de ordem pública.

Resposta: d)

(14)

Crimes contra a probidade na Administração

Os ocupantes de cargos políticos devem manter, na vida pública, conduta pautada pela moralidade e pela honestidade. Abaixo, você poderá conferir atos que afetam esses deveres e que constituem crime de responsabilidade:

Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:

1 - omitir ou retardar dolosamente a publicação das leis e resoluções do Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo;

2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior;

3 - não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição;

4 - expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição;

5 - infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais;

6 - Usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagí-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo fim;

7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decôro do cargo.

Crimes contra a lei orçamentária e contra a guarda e emprego de dinheiro público

Visando manter o equilíbrio das contas públicas, os agentes políticos deverão obedecer estritamente aos ditames das leis orçamentárias.

Quais leis orçamentárias?

Visando garantir sua a observância, a Lei nº 1.079/50 estabeleceu uma série de condutas que atentam contra as leis que estabelecem o orçamento público:

Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:

1- Não apresentar ao Congresso Nacional a proposta do orçamento da República dentro dos primeiros dois meses de cada sessão legislativa;

2 - Exceder ou transportar, sem autorização legal, as verbas do orçamento;

3 - Realizar o estorno de verbas;

PPA (Plano Plurianual) Traça as diretrizes, objetivos e

metas de médio prazo da administração pública.

LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) Indica as prioridades da gestão

para o próximo ano

LOA (Lei Orçamentária Anual)

Trata-se do orçamento anual

propriamente dito

(15)

4 - Infringir , patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária.

5) deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

7) deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) 8) deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente; ((Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

10) captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

11) ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) 12) realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição estabelecida em lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Além disso, veja só algumas condutas ilícitas referentes ao uso de verbas públicas:

DOS CRIMES CONTRA A GUARDA E LEGAL EMPREGO DOS DINHEIROS PÚBLICOS

Art. 11. São crimes de responsabilidade contra a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos:

1) ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observância das prescrições legais relativas às mesmas;

2) abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais;

3) contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar operação de crédito sem autorização legal;

4) alienar imóveis nacionais ou empenhar rendas públicas sem autorização em lei;

5) negligenciar a arrecadação das rendas, impostos e taxas, bem como a conservação do patrimônio nacional.

(16)

ATENÇÃO!

1

Em 2016, a então Presidente da República Dilma Rousseff foi condenada pela prática de crime de responsabilidade pela infringência de dois dispositivos da Lei nº 1.079/50:

Art. 10, 4 - Infringir, patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária.

Art. 11, 2) abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais;

A ex-presidente havia assinado, em julho de 2015, três decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso Nacional, o que ampliou as despesas públicas e impactou negativamente a meta fiscal primária de 2015 (ou seja, o valor que o governo pretendia ter em caixa no fim daquele mesmo ano).

Isso contrariou art.4 da Lei Orçamentária Anual de 2015 e, consequentemente, o art. 10, inciso 4 da Lei nº 1.079/50:

LOA/2015 - Lei nº 13.115/15. Art. 4º Fica autorizada a abertura de créditos suplementares, restritos aos valores constantes desta Lei, excluídas as alterações decorrentes de créditos adicionais, desde que as alterações promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para o exercício de 2015 e sejam observados o disposto no parágrafo único do art. 8º da LRF e os limites e as condições estabelecidos neste artigo, vedado o cancelamento de valores incluídos ou acrescidos em decorrência da aprovação de emendas individuais, para o atendimento de despesas: (...)

Além do mais, como era necessária a autorização do Congresso Nacional para promover a abertura dos créditos, houve infringência à Constituição Federal e ao art. 11, inciso “2” da Lei nº 1.079/50!

Constituição Federal. Art. 167. São vedados:

(...) V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;

1Imagem disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-08/cunha-foi-protagonista-do-impeachment-temer-foi- coadjuvante-diz-dilma

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Dos crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias

Sabemos que as decisões judiciais têm força de lei em um dado concreto e com o Presidente da República não é diferente: ele deverá cumprir exatamente as determinações do Poder Judiciário no que tange às suas funções públicas!

Art. 12. São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias:

1 - impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandados ou decisões do Poder Judiciário;

2 - Recusar o cumprimento das decisões do Poder Judiciário no que depender do exercício das funções do Poder Executivo;

3 - deixar de atender a requisição de intervenção federal do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;

4 - Impedir ou frustrar pagamento determinado por sentença judiciária.

Ministros de Estado

Os Ministros de Estado são verdadeiros braços direitos do Presidente da República.

Por esse motivo, eles também poderão ser punidos pela Lei nº 1.079/50 se praticarem os mesmos crimes que acabamos de ver, tenha os praticado individualmente ou em conjunto com o Presidente.

Além disso, é importante dizer que eles também praticam crime de responsabilidade caso não prestarem informações no prazo de 30 dias ou deixarem de comparecer injustificadamente ao Congresso Nacional, quando “convidados” para tanto.

Art. 13. São crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado;

1 - os atos definidos nesta lei, quando por eles praticados ou ordenados;

2 - os atos previstos nesta lei que os Ministros assinarem com o Presidente da República ou por ordem deste praticarem;

3 - A falta de comparecimento sem justificação, perante a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, ou qualquer das suas comissões, quando uma ou outra casa do Congresso os convocar para pessoalmente, prestarem informações acerca de assunto previamente determinado;

4 - Não prestarem dentro em trinta dias e sem motivo justo, a qualquer das Câmaras do Congresso Nacional, as informações que ela lhes solicitar por escrito, ou prestarem-nas com falsidade.

(18)

Vem comigo resolver uma questão:

(CESPE – TCE/RO – 2013) Com base nas normas de direito penal vigentes, julgue o próximo item.

O governador que infringe, patentemente, e de qualquer modo, lei orçamentária está sujeito a responder por crime de responsabilidade, para o qual a sanção prevista não é privativa de liberdade.

RESOLUÇÃO:

Isso mesmo! Os crimes de responsabilidade do Presidente da República também poderão ser praticados pelos Governadores de Estado, ficando sujeitos à sanção de perda do cargo e de inabilitação temporária para o exercício de qualquer função pública.

Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.

Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra: (...)

VI - A lei orçamentária;

Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, quando por eles praticados, os atos definidos como crimes nesta lei

.

Item correto.

GOVERNADORES E SECRETÁRIOS DE ESTADO Todos os crimes de responsabilidade que podem ser cometidos pelo Presidente da República e por seus Ministros de Estado são também aplicáveis aos Chefes

do Poder Executivo Estadual bem como aos seus respectivos Secretários:

Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos

governadores dos Estados ou dos seus Secretários, quando

por eles praticados, os atos definidos como crimes nesta lei.

(19)

Ministros do Supremo Tribunal Federal

Caso você não saiba, os Ministros do STF também são considerados agentes políticos, pois são investidos em cargo cuja competência é determinada diretamente pela Constituição Federal.

Assim sendo, determinados atos ilícitos por eles praticados poderão constituir crime de responsabilidade:

Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal:

1- altera, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal;

2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;

3 - exercer atividade político-partidária;

4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;

5 - proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decôro de suas funções.

Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000) Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

Veja comigo esta questão:

(VUNESP

– PGM de Francisco Morato/SP – 2019 – Adaptada)

A respeito da Lei nº 1.079/50, é correto afirmar que:

São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa e exercer atividade político-partidária.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! As duas condutas praticadas pelos Ministros do STF constituem crime de responsabilidade:

Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal:

2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;

ATENÇÃO!

O Presidente do STF e outros gestores do Poder Judiciário e dos Tribunais de Contas

também ficam sujeitos ao art. 10, que estabelece os crimes de responsabilidade

contra a lei orçamentária!

(20)

3 - exercer atividade político-partidária;

Item correto.

Procurador Geral da República

Chefe do Ministério Público Federal que recebeu suas atribuições diretamente da Constituição, o Procurador Geral da República também não escapou das garras da Lei nº 1.079/50:

Art. 40. São crimes de responsabilidade do Procurador Geral da República:

1 - emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;

2 - recusar-se a prática de ato que lhe incumba;

3 - ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições;

4 - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decôro do cargo.

Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da República, ou de seu substituto quando no exercício da chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se: (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000) I – ao Advogado-Geral da União; (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

II – aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas instituições. (Incluído pela Lei nº 10.028, de .2000)

Processo e Julgamento

Agora chegou a hora de analisarmos o rito definido pela Lei do Impeachment para o processo e julgamento dos crimes de responsabilidade.

Saiba, de antemão, que temos um rito específico para o processo e o julgamento de cada um dos sujeitos abaixo:

→ Presidente da República e Ministros de Estado

→ Ministros do STF e Procurador Geral da República

→ Governadores de Estado

Não vou analisar detidamente todos eles, já que a incidência nas provas da IBFC é baixa.

Vamos começar pelo mais importante deles:

(21)

Processo e Julgamento do Presidente da República e Ministros de Estado

Muito embora saibamos que o processo de julgamento pela prática de crime de responsabilidade não tenha natureza criminal, vamos perceber que o instituto funciona de forma parecida ao processo penal.

Exatamente por essa similaridade, a Lei nº 1.079/1950 determina a aplicação subsidiária do Código de Processo Penal e dos Regimentos Internos de cada uma das casas parlamentares:

Art. 38. No processo e julgamento do Presidente da República e dos Ministros de Estado, serão subsidiários desta lei, naquilo em que lhes forem aplicáveis, assim os regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, como o Código de Processo Penal.

Além disso, vamos perceber três fases:

→ Apresentação da denúncia ao órgão competente

→ Juízo de admissibilidade

→ Instauração e julgamento da acusação

Professor, o Ministério Público vai oferecer a denúncia contra o Presidente, não é?

NÃO!

QUALQUER CIDADÃO

(inclusive você!) poderá, perante a Câmara dos Deputados, apresentar denúncia contra o Presidente ou seus Ministros pela prática de crime de responsabilidade!

Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.

Art. 16. A denúncia assinada pelo denunciante e com a firma reconhecida, deve ser acompanhada dos documentos que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, com a indicação do local onde possam ser encontrados, nos crimes de que haja prova testemunhal, a denúncia deverá conter o rol das testemunhas, em número de cinco no mínimo.

Assim como no processo penal, a denúncia deve ser acompanhada de documentos que confiram

um mínimo de embasamento à acusação.

Caso o denunciante não possa apresentá-los de início, ele deverá indicar o local em que

devam ser encontrados.

É também possível arrolar, NO MÍNIMO, 5 (cinco) testemunhas que tenham

presenciado a prática do crime!

(22)

Ok. Vamos supor que a denúncia tenha chegado à Mesa do Presidente da Câmara dos Deputados. E agora?

Segundo o STF, o Presidente da CD avaliará a aptidão da denúncia e se nela há justa causa, ou seja, se ela preenche os requisitos e se há indícios de que o Chefe do Poder Executivo Federal tenha cometido crime de responsabilidade: se positivo, ele a receberá; caso contrário, ele poderá rejeitá-la de plano!

(...) a competência do Presidente da Câmara dos Deputados e da Mesa do Senado Federal para recebimento, ou não, de denúncia no processo de impeachment não se restringe a uma admissão meramente burocrática, cabendo-lhes, inclusive, a faculdade de rejeitá-la, de plano, acaso entendam ser patentemente inepta ou despida de justa causa. (...)

STF. Plenário. MS 30672 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 15/09/2011.

Veja que interessante esta questão:

(CONSUPLAN

TRE/MG

– 2017)

Eugênio, cidadão atuante e vigilante, cioso dos direitos dos cidadãos inseridos na Constituição Federal e nas leis em vigor, teve ciência de que o ocupante do cargo de Presidente da República praticou delito contra o orçamento. Diante disso, apresentou denúncia à Câmara dos Deputados para a instauração de processo por crime de responsabilidade. Ocorre que, antes do desfecho da sua denúncia, findou o mandato do Presidente, que não veio a ocupar qualquer outro mandato eletivo. Nos termos da Lei nº 1.079/50, que regula os crimes de responsabilidade, a) ocorrerá a extinção do processo diante do término do mandato presidencial, não admitindo o prosseguimento.

b) haverá prosseguimento com autorização expressa do Senado Federal, órgão competente para o julgamento do processo.

c) a denúncia deve ser analisada e, caso se comprovem os fatos, deve a acusação ser votada perante a Câmara dos Deputados.

d) havendo reunião das duas Casas do Congresso Nacional e por votação pela maioria de votos dos parlamentares, o processo poderá prosseguir.

Se o Presidente da República já tiver descido a rampa do Palácio do Planalto (ou seja, deixado

definitivamente o cargo), a denúncia pela prática de crime de responsabilidade não poderá mais ser recebida pelo Presidente da

Câmara:

Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer

motivo, deixado definitivamente o cargo.

(23)

e) o processo deve prosseguir com a produção de provas e o depoimento pessoal do ocupante do cargo de Presidente, mesmo dele afastado.

RESOLUÇÃO:

Um detalhe importantíssimo nos ajudaria a acertar a questão: “antes do desfecho da sua denúncia, findou o mandato do Presidente”.

Isso quer dizer que, antes de ser recebida a denúncia, o Presidente deixou definitivamente o seu cargo, situação que impede o seu recebimento!

Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo.

Resposta: a)

Recebida a denúncia, qual o próximo passo?

→ A leitura da denúncia no expediente da sessão seguinte

→ A eleição de uma comissão especial para analisar o pedido veiculado na denúncia e emitir um parecer acerca da procedência (ou improcedência) das alegações formuladas pelo denunciante.

Art. 19. Recebida a denúncia, será lida no expediente da sessão seguinte e despachada a uma comissão especial eleita, da qual participem, observada a respectiva proporção, representantes de todos os partidos para opinar sobre a mesma.

Art. 20. A comissão a que alude o artigo anterior se reunirá dentro de 48 horas e, depois de eleger seu Presidente e relator, emitirá parecer, dentro do prazo de dez dias, sôbre se a denúncia deve ser ou não julgada objeto de deliberação. Dentro desse período poderá a comissão proceder às diligências que julgar necessárias ao esclarecimento da denúncia.

Após a sua aprovação, o parecer será submetido à votação nominal pelos membros da Câmara dos Deputados.

Se houver a autorização de 2/3 dos deputados, o processo será encaminhado ao Senado Federal, a quem competirá a decisão de instaurar ou não instaurar o processo de impeachment.

Art. 23. Encerrada a discussão do parecer, será o mesmo submetido a votação nominal, não sendo permitidas, então, questões de ordem, nem encaminhamento de votação.

§ 1º Se da aprovação do parecer resultar a procedência da denúncia, considerar-se-á decretada a acusação pela Câmara dos Deputados.

§ 2º Decretada a acusação, será o denunciado intimado imediatamente pela Mesa da Câmara dos Deputados, por intermédio do 1º Secretário.

§ 3º Se o denunciado estiver ausente do Distrito Federal, a sua intimação será solicitada pela Mesa da Câmara dos Deputados, ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado em que êle se encontrar.

(24)

§ 4º A Câmara dos Deputados elegerá uma comissão de três membros para acompanhar o julgamento do acusado.

§ 5º São efeitos imediatos ao decreto da acusação do Presidente da República, ou de Ministro de Estado, a suspensão do exercício das funções do acusado e da metade do subsídio ou do vencimento, até sentença final.

§ 6º Conforme se trate da acusação de crime comum ou de responsabilidade, o processo será enviado ao Supremo Tribunal Federal ou ao Senado Federal.

Professor, o Senado fica vinculado à decisão da Câmara? Ele será obrigado a processar e julgar o Presidente da República?

Bom, a Lei nº 1.079/50, em seu art. 23, §1º, conclui que “se da aprovação do parecer resultar a procedência da denúncia, considerar-se-á decretada a acusação pela Câmara dos Deputados”, ou seja, a Lei diz que a partir daí o processo está instaurado e agora compete ao Senado julgar o acusado.

Em mais um dispositivo, a Lei do Impeachment confirma essa nossa tese:

Art. 80. Nos crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos Ministros de Estado, a Câmara dos Deputados é tribunal de pronúncia e o Senado Federal, tribunal de julgamento;

(...).

Então, para a Lei nº 1.079/50...

Câmara dos Deputados

Tribunal de Pronúncia

Senado Federal

Tribunal de

Julgamento

(25)

DICA DO PROFESSOR! Leia atentamente ao enunciado da questão e veja se ela menciona o texto

da Lei nº 1.079/50 ou o entendimento do STF, belezinha?

Prosseguindo: chegando a denúncia ao Senado, deverá ser formada uma comissão especial de Senadores para analisar os pedidos e elaborar um parecer.

Se a maioria simples dos Senadores aprovar o recebimento da denúncia, o processo é instaurado e tem início a fase de produção de provas.

Aplicamos analogicamente as regras dos arts. 44 ao 47 da Lei nº 1.079/50:

Art. 44. Recebida a denúncia pela Mesa do Senado, será lida no expediente da sessão seguinte e despachada a uma comissão especial, eleita para opinar sobre a mesma.

Art. 45. A comissão a que alude o artigo anterior, reunir-se-á dentro de 48 horas e, depois de eleger o seu presidente e relator, emitirá parecer no prazo de 10 dias sobre se a denúncia deve ser, ou não julgada objeto de deliberação. Dentro desse período poderá a comissão proceder às diligências que julgar necessárias.

Art. 46. O parecer da comissão, com a denúncia e os documentos que a instruírem, será lido no expediente de sessão do Senado, publicado no Diário do Congresso Nacional e em avulsos, que deverão ser distribuídos entre os senadores, e dado para ordem do dia da sessão seguinte.

Art. 47. O parecer será submetido a uma só discussão, e a votação nominal considerando-se aprovado se reunir a maioria simples de votos.

Art. 48. Se o Senado resolver que a denúncia não deve constituir objeto de deliberação, serão os papeis arquivados.

ATENÇÃO!

Contudo, não é essa a posição adotada pelo STF no bojo da ADPF 378/DF: a Câmara apenas autoriza a instauração do processo, "mas não o instaura por si própria, muito menos determina que o Senado o

faça".

Em outros termos, a autorização da Câmara não retira do Senado o juízo de admissibilidade da denúncia!

CF. Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I — autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo

contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

(26)

Após a oitiva da acusação, do Presidente da República e das testemunhas e terminados os debates orais, o Presidente do Supremo Tribunal Federal deverá elaborar um relatório com o resumo da denúncia e das provas da acusação e da defesa para logo em seguida submetê-lo a julgamento pelos Senadores.

Sim, amigo/a, o Presidente do STF será também o Presidente do Processo de Impeachment contra o Presidente da República!

Além do mais, são exigidos os votos de 2/3 dos Senadores para a condenação do PR que tenha cometido crime de responsabilidade, conforme orienta a nossa Constituição

2

!

Art. 24. Recebido no Senado o decreto de acusação com o processo enviado pela Câmara dos Deputados e apresentado o libelo pela comissão acusadora, remeterá o Presidente cópia de tudo ao acusado, que, na mesma ocasião e nos termos dos parágrafos 2º e 3º do art. 23, será notificado para comparecer em dia prefixado perante o Senado.

Parágrafo único. Ao Presidente do Supremo Tribunal Federal enviar-se-á o processo em original, com a comunicação do dia designado para o julgamento.

Art. 25. O acusado comparecerá, por si ou pêlos seus advogados, podendo, ainda, oferecer novos meios de prova.

Art. 26. No caso de revelia, marcará o Presidente novo dia para o julgamento e nomeará para a defesa do acusado um advogado, a quem se facultará o exame de todas as peças de acusação.

Art. 27. No dia aprazado para o julgamento, presentes o acusado, seus advogados, ou o defensor nomeado a sua revelia, e a comissão acusadora, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, abrindo a sessão, mandará ler o processo preparatório o libelo e os artigos de defesa; em seguida inquirirá as testemunhas, que deverão depor publicamente e fora da presença umas das outras.

Art. 28. Qualquer membro da Comissão acusadora ou do Senado, e bem assim o acusado ou seus advogados, poderão requerer que se façam às testemunhas perguntas que julgarem necessárias.

Parágrafo único. A Comissão acusadora, ou o acusado ou seus advogados, poderão contestar ou argüir as testemunhas sem contudo interrompê-las e requerer a acareação.

Art. 29. Realizar-se-á a seguir o debate verbal entre a comissão acusadora e o acusado ou os seus advogados pelo prazo que o Presidente fixar e que não poderá exceder de duas horas.

Art. 30. Findos os debates orais e retiradas as partes, abrir-se-á discussão sobre o objeto da acusação.

2 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

(27)

Art. 31. Encerrada a discussão o Presidente do Supremo Tribunal Federal fará relatório resumido da denúncia e das provas da acusação e da defesa e submeterá a votação nominal dos senadores o julgamento.

Veja o dispositivo correspondente da Lei do Impeachment:

Art. 80. (...) Parágrafo único. O Senado Federal, na apuração e julgamento dos crimes de responsabilidade funciona sob a presidência do Presidente do Supremo Tribunal, e só proferirá sentença condenatória pelo voto de dois terços dos seus membros.

Separei uma questão para você:

(VUNESP

– UNIFAI – 2019) Nos termos do art. 27 da Lei nº 1.079/50, nos processos por crime de

responsabilidade do Presidente da República, a sessão de julgamento será aberta pelo

a) Presidente do Congresso Nacional.

b) Presidente do Senado Federal.

c) Presidente da Câmara dos Deputados.

d) Presidente do Supremo Tribunal Federal.

e) Procurador Geral da República.

RESOLUÇÃO:

Essa é difícil, mas não para você que estudou comigo: o Presidente do Supremo Tribunal Federal abrirá a sessão de julgamento do Presidente da República pela prática de crime de responsabilidade!

Art. 27. No dia aprazado para o julgamento, presentes o acusado, seus advogados, ou o defensor nomeado a sua revelia, e a comissão acusadora, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, abrindo a sessão, mandará ler o processo preparatório o libelo e os artigos de defesa; em seguida inquirirá as testemunhas, que deverão depor publicamente e fora da presença umas das outras.

Resposta: d)

A depender da decisão do Senado Federal, o Presidente do Supremo Tribunal Federal deverá lavrar uma sentença, que produzirá os seguintes efeitos:

Art. 32. Se o julgamento for absolutório produzirá desde logo, todos os efeitos a favor do acusado.

Art. 33. No caso de condenação, o Senado por iniciativa do presidente fixará o prazo de inabilitação do condenado para o exercício de qualquer função pública; e no caso de haver crime comum deliberará ainda sobre se o Presidente o deverá submeter à justiça ordinária, independentemente da ação de qualquer interessado.

Art. 34. Proferida a sentença condenatória, o acusado estará, ipso facto destituído do cargo.

Art. 35. A resolução do Senado constará de sentença que será lavrada, nos autos do processo, pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, assinada pêlos senadores que funcionarem como juizes,

(28)

transcrita na ata da sessão e, dentro desta, publicada no Diário Oficial e no Diário do Congresso Nacional.

Para resumir a visão do STF, podemos esquematizar as funções de cada Casa Legislativa da seguinte forma:

Abaixo, vejamos algumas hipóteses de impedimento dos deputados e senadores:

Art. 36. Não pode interferir, em nenhuma fase do processo de responsabilidade do Presidente da República ou dos Ministros de Estado, o deputado ou senador;

a) que tiver parentesco consangüíneo ou afim, com o acusado, em linha reta; em linha colateral, os irmãos cunhados, enquanto durar o cunhado, e os primos co-irmãos;

b) que, como testemunha do processo tiver deposto de ciência própria.

Governadores

Começaremos a analisar, agora, o procedimento para a responsabilização dos Governadores dos Estados pela prática de crimes de responsabilidade, bem como a dos seus Secretários, nos crimes conexos com os dos Governadores:

Art. 79 (...) Parágrafo único. Os Secretários de Estado, nos crimes conexos com os dos governadores, serão sujeitos ao mesmo processo e julgamento.

Da mesma forma que o Presidente, qualquer cidadão terá legitimidade ativa para denunciar o Governador, perante a Assembleia Legislativa, pela prática de crime de responsabilidade.

Câmara dos Deputados

Juízo de Admissibilidade

2/3 (DOIS TERÇOS)

Senado Federal

Processo e Julgamento

Quórum

Instauração do processo

MAIORIA SIMPLES

Condenação 2/3

(DOIS TERÇOS)

(29)

Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembléia Legislativa, por crime de responsabilidade.

Art. 76. A denúncia, assinada pelo denunciante e com a firma reconhecida, deve ser acompanhada dos documentos que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los com a indicação do local em que possam ser encontrados. Nos crimes de que houver prova testemunhal, conterá o rol das testemunhas, em número de cinco pelo menos.

Parágrafo único. Não será recebida a denúncia depois que o Governador por qualquer motivo, houver deixado definitivamente o cargo.

Vem resolver comigo esta questão:

(IBADE – SEJUDH/MT – 2017 – Adaptada) Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, quando por eles praticados, os atos definidos como crimes na Lei n° 1.079/1950. Assim, com relação à denúncia, à acusação e ao julgamento dos crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, julgue o item abaixo.

É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembléia Legislativa, por crime de responsabilidade.

RESOLUÇÃO:

Bingo! Todo cidadão tem legitimidade ativa para denunciar o Governador pela prática de crime de responsabilidade.

A denúncia deve ser apresentada à Assembleia Legislativa do respectivo Estado:

Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembléia Legislativa, por crime de responsabilidade.

Item correto.

Assim como no procedimento do Presidente da República, a denúncia contra o Governador deve estar acompanhada de documentos que deem um

mínimo de embasamento à acusação.

Caso o denunciante não possa apresentá-los de início, ele deverá indicar o local em que devam ser

encontrados.

É também possível arrolar, NO MÍNIMO, 5 (cinco) testemunhas que tenham presenciado a prática

do crime!

(30)

Ok. Vamos supor que a denúncia tenha chegado à Mesa do Presidente da Assembleia Legislativa. E agora?

O Presidente da Assembleia Legislativa procederá ao juízo de admissibilidade da denúncia, ou seja, se ela possui um mínimo de fundamento.

Se positivo, ele a receberá; caso contrário, ele poderá rejeitá-la de plano!

Recebida a denúncia, qual o próximo passo?

O Plenário da Assembleia Legislativa decidirá de a denúncia deverá ser recebida (ou não). Será necessária a maioria absoluta dos votos dos Deputados Estaduais para haver o seu recebimento!

Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada objeto de deliberação, se a Assembléia Legislativa por maioria absoluta, decretar a procedência na acusação, será o Governador imediatamente suspenso de suas funções.

Assim que recebida a denúncia, o governador será imediatamente afastado de suas funções!

Se o Governador já tiver deixado definitivamente o cargo, a denúncia pela prática de crime de responsabilidade não poderá mais ser recebida pelo Presidente

da Assembleia Legislativa:

Art. 76. (...) Parágrafo único. Não será recebida a denúncia depois que o Governador por qualquer motivo, houver deixado definitivamente o cargo.

DENÚNCIA Juízo de Admissibilidade

Orgão Competente

Assembleia Legislativa

Quorum Maioria

Absoluta

(31)

Vem resolver comigo esta questão:

(IBADE – SEJUDH/MT – 2017 – Adaptada) Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, quando por eles praticados, os atos definidos como crimes na Lei n° 1.079/1950. Assim, com relação à denúncia, à acusação e ao julgamento dos crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus Secretários, julgue o item abaixo.

Apresentada a denúncia e julgada objeto de deliberação, se a Assembleia Legislativa por maioria absoluta, decretar a procedência da acusação, será o Governador imediatamente suspenso de suas funções.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! A Assembleia Legislativa é o órgão competente para realizar o juízo de admissibilidade da denúncia, que se dará pelo voto da maioria absoluta dos votos.

Decretada a procedência inicial da acusação, o Governador será imediatamente afastado de suas funções.

Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada objeto de deliberação, se a Assembléia Legislativa por maioria absoluta, decretar a procedência na acusação, será o Governador imediatamente suspenso de suas funções.

Item correto.

Quem será o órgão competente para julgar o Governador? A própria Assembleia Legislativa?

NÃO!

A competência para julgar os Governadores de Estado pela prática de crimes de responsabilidade será de um Tribunal Especial Misto, formado especialmente para julgar o caso, sendo composto por 5 Deputados Estaduais e 5 Desembargadores, sendo presidido pelo Presidente do Tribunal de Justiça local!

Além disso, a condenação do Governador fica condicionada ao voto de 2/3 dos membros do Tribunal Misto;

se houver empate, o Presidente do TJ dará o seu voto de minerva!

Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela forma que determinar a Constituição do Estado e não poderá ser condenado, senão à perda do cargo, com inabilitação até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, sem prejuízo da ação da justiça comum.

§ 1º Quando o tribunal de julgamento for de jurisdição mista, serão iguais, pelo número, os representantes dos órgãos que o integrarem, excluído o Presidente, que será o Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 2º Em qualquer hipótese, só poderá ser decretada a condenação pelo voto de dois terços dos membros de que se compuser o tribunal de julgamento.

§ 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos crimes de responsabilidade dos Governadores, aplicar-se-á o disposto nesta lei, devendo, porém, o julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco membros do Legislativo e de cinco desembargadores, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá direito

(32)

de voto no caso de empate. A escolha desse Tribunal será feita - a dos membros do legislativo, mediante eleição pela Assembléia: a dos desembargadores, mediante sorteio.

§ 4º Esses atos deverão ser executados dentro em cinco dias contados da data em que a Assembléia enviar ao Presidente do Tribunal de Justiça os autos do processo, depois de decretada a procedência da acusação.

Vamos esquematizar?

Caso necessário, serão utilizadas normas dos regimentos internos da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça, bem como do Código de Processo Penal.

Art. 79. No processo e julgamento do Governador serão subsidiários desta Lei naquilo em que lhe forem aplicáveis, assim o regimento interno da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça, como o Código de Processo Penal.

APROFUNDANDO...

O STF considera que as Constituições Estaduais não podem estabelecer normas materiais e processuais sobre os crimes de

responsabilidade.

Isso porque, segundo a visão do Tribunal, a matéria se insere no âmbito direito penal e processual penal para fins de competência

legislativa, que nesse caso é a da União! Veja o teor da Súmula Vinculante:

Súmula Vinculante 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento

são da competência legislativa privativa da União.

Julgamento do Governador

por crime de responsabilidade

ORGÃO COMPETENTE

Tribunal Misto

sob Presidência do Presidente do TJ

5 (cinco) Deputados

Estaduais

5 (cinco) Desembargadores

QUORUM

2/3 (dois terços)

dos votos

Referências

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