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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE DESIGN AZENATY ALIAN LEITE DE SOUZA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

AZENATY ALIAN LEITE DE SOUZA

A CONFIGURAÇÃO DA CALÇA JEANS MASCULINA PRODUZIDA EM TORITAMA-PE: UMA ANÁLISE DA MODA REGIONAL

CARUARU-PE 2012

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AZENATY ALIAN LEITE DE SOUZA

A CONFIGURAÇÃO DA CALÇA JEANS MASCULINA PRODUZIDA EM TORITAMA-PE: UMA ANÁLISE DA MODA REGIONAL

Monografia apresentada no curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como requisito parcial à obtenção do grau de bacharel em Design.

Orientadora: Profa. Ms Rosiane Alves

CARUARU 2012

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Catalogação na fonte

Bibliotecária Simone Xavier CRB4 - 1242

S729c Souza, Azenaty Alian Leite de.

A configuração da calça jeans masculina produzida em Toritama – PE: uma análise da moda regional. / Azenaty Alian Leite de Souza. - Caruaru: A autora, 2012.

98f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Rosiane Pereira Alves

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de Pernambuco, CAA. Design, 2012.

Inclui bibliografia.

1. Design - Moda. 2. Cultura. 3. Jeans (Vestuário). 4. Roupas masculinas. I.

Al ves, Rosiane Pereira (orientador). II. Título.

740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2012-107)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

A CONFIGURAÇÃO DA CALÇA JEANS MASCULINA PRODUZIDA EM TORITAMA-PE: UMA ANÁLISE DA MODA REGIONAL

_______________________________________________

Azenaty Alian Leite de Souza

Monografia apresentada e aprovada no dia 22/10/2012 à Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

_______________________________________________

Profa. Ms. Rosiane Pereira Alves

_______________________________________________

Prof. Dr. Mário de Carvalho

_______________________________________________

Profa. Ms. Andréa camargo

CARUARU 2012

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“E quanto aos sonhos... não deixem jamais de sonhar.

Sonhar é livre e de graça, realizá-lo pode não ser.

Mas precisamos dos sonhos para viver, para impulsionar a realidade.

Sonhando podemos sim fazer mudanças, quando não no mundo, em nós mesmos.

Mas sonhar com esperança (com ação- de forma ativa), e não esperando (de forma inativa)”.

(ALVES, 2012)

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Dedico esta pesquisa a Deus, porque todas as coisas existem para a glória Dele. Também à minha família, meu porto de abrigo, meu apoio, aos quais devo em grande parte o que sou. Aos amigos.

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AGRADECIMENTOS

A fase do agradecimento, sempre fica por último. Nela respiramos mais tranquilos e pensamos na monografia como um todo. Por mais que se configure como um trabalho individual, sabe -se que muitas pessoas estão envolvidas de uma forma ou de outra. Na verdade, somos interdependentes.

Fica difícil elencar todos que direta ou indiretamente contribuíram com esse trabalho. No entanto, alguns deixaram suas marcas:

Agradeço, em primeiro lugar a Deus, por saber que sempre me acompanha, por saber que sempre posso lhe recorrer e por ter me permitido chegar até aqui. Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas.

À minha família pelo incentivo e apoio, em especial, minha querida mãe, pelo exemplo que é para mim, sua força e simplicidade, me inspiram sempre.

Que me ensinou com muita presteza a respeitar as pessoas e que para alcançar os objetivos traçados é preciso ser perseverante e construir seu próprio espaço através da busca incessante de conhecimentos. Ao meu pai, irmãos e namorado pela compreensão da minha ausência em diversos momentos, nos quais estava me dedicando a esta pesquisa.

À minha orientadora, Profª. Ms. Rosiane Alves, cuja relação ultrapassa o campo profissional. Pois além de contribuir imensamente para meu amadurecimento acadêmico e profissional, tornou-se uma amiga. Com seu exemplo de vida, de dedicação e luta por seus sonhos, me serviu de espelho durante o curso e me inspira a acreditar e alcançar os meus sonhos. Muitos desses sonhos foram despertados a partir de sua paixão pelo trabalho.

Agradeço por toda confiança depositada, pela oportunidade de aprender através das sugestões e críticas construtivas, pela paciência e incentivo sempre presentes.

Aos professores Dr. Mário de Carvalho e Ms. Andréa Camargo por terem aceito o convite de compor a banca avaliadora dessa pesquisa.

Às minhas grandes amigas Isabela Morais e Vanessa Galdino, companheiras de turma, de pesquisas, de muitas madrugadas dedicadas ao estudo, de luta e de vida. Esta conquista é mais um fruto do nosso esforço e ajuda mútua.

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Aos demais parceiros de curso, em especial, Adriana, por generosidade e alegria contagiante proporcionando sempre boas risadas.

Aos moradores de Toritama, em particular aqueles que aceitaram ceder parte do tempo diário para responder aos questionários, tempo este quase que exclusivamente tomado pelos afazeres confeccionistas. À empresa onde boa parte da pesquisa foi desenvolvida, possibilitando um vasto conhecimento e vivência prática da indústria de confecção.

Enfim, aos demais que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste estudo. Muito obrigada.

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RESUMO

A pesquisa apresenta um estudo para o design de moda sob o olhar da cultura.

Objetivou investigar a relação existente entre a aparência da calça jeans masculina criada e confeccionada em Toritama-PE e os aspectos da cultura do município. Foram analisados o seu processo de criação e produção, bem como os elementos configurativos que caracterizam a aparência da calça jeans masculina de Toritama. A metodologia empregada baseou-se em uma abordagem qualitativa. Subsidiada por análise bibliográfica, observação direta e entrevistas. Com os resultados da investigação se pôde averiguar que a configuração estética da calça jeans masculina é construída por meio da aglutinação de diversos enfeites, na maioria originários da cultura local. Isto resulta numa composição estética própria da região.

Palavras chaves: Design de moda. Cultura. Calça jeans.

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ABSTRACT

The research presents a study for the fashion design from the perspective of culture.Aimed to investigate the relationship between the appearance of jeans masculine created and manufactured in Toritama-PE and cultural aspects of the city. We analyzed the process of creation and production, as well as configurative elements characterizing the look of jeans Toritama. The methodology used was based on a qualitative approach. Assisted by literature review, interviews and direct observation. With the results of the investigation could determine if the configuration aesthetics of jeans is built through the assemblage of various decorations, most originating in the local culture. This results in a very aesthetic composition of the region.

Keywords: Design Fashion. Culture. Jeans.

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LISTA DE FIGURAS

Páginas

Figura 1- Vestuário masculino no século XVII 36

Figura 2 - Vestuário feminino no século XVII 36

Figura 3 – Rei Luis XVII 38

Figura 4 – Vestúario dândi 42

Figura 5 – Modelo das primeiras calças Levi’s 50

Figura 6 – Jeans como roupa dos cowboys 51

Figura 7 – Ícones da juventude de 1950 53

Figura 8 – Jovens usando jeans no festival de Woodstock 55

Figura 9 – Jovens punks com jeans rasgados 58

Figura 10 – Books e revistas de tedência jeans 67

Figura 11 – Desenho da calça jeans analisada 68

Figura 12 – Modelagem computadorizada 70

Figura 13 – Calça modelo boyfit 71

Figura 14 – Processo de beneficiamento da calça jeans 72

Figura 15 – Prova da peça piloto 73

Figura 16 – Encaixe e risco 73

Figura 17 – Bordado da peça analisada

74

Figura 18 – Calça jeans em seu estado bruto ( sem beneficiamento ) 75

Figura 19 – Calças jeans 1 e 2 76

Figura 20 – Calças jeans 3 e 4 77

Figura 21 – Calças jeans 5 e 6 78

Figura 22 – Calças jeans 7 e 8 78

Figura 23 – Peças utilizadas para reprodução de efeitos de lavanderia 80

Figura 24 – Bordados utilizados nas calças jeans analisadas 81

Figura 25 – Esquema de configuração dos desenhos da calça jeans 82

Figura 26 - “A bicicleta de matuto”

84

(12)

SUMÁRIO

Páginas

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 13

1.1 Objetivos... 15

1.1.1 Ojetivo geral ... 15

1.1.2 Objetivos específicos ... 15

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...

...

16

Objeto de estudo, Metodologia de abordagem, Metodologia de design REFERENCIAL TEÓRICO...

...

19

3.1. CULTURA E MODA...

...

19

3.1.1 A relação moda e cultura... 19

3.1.2 Design de moda ...

....

24

3.2 ESTÉTICA E MODA MASCULINA... 32

3.2.1. Estética e moda ... 32

3.2.2 O vestuário masculino como uma das expressões da moda...... 35

3.2.3. Moda masculina: da alfaiataria ao prêt-a-porter...... 37

3.3 O JEANS COMO PRODUTO DA MODA. MASCULINA .... 48

3.3.1 O jeans masculino como roupa ....

48

3.3.2 O jeans masculino no circuito da moda contemporânea... 60

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES... 63

4.1 A indústria de confecções em Toritama... 63

4.2 O processo de criação e produção do jeans em Toritama... 66

4.3 O arranjo de elementos estéticos que caracterizam a calça jeans masculina criada e confeccionada em Toritama... 75

4.3.1 Criação ... 76

4.3.2 Projeto ... 82

4.4 A estética da calça jeans de Toritama e sua relação com a cultura... 84

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 87

REFERÊNCIAS ... 90

APÊNDICES....... 95

(13)

APRESENTAÇÃO DO TEMA

Na busca de compreender como as pessoas podem se expressar utilizando a moda como veículo de comunicação, deparei-me na academia com o tema da cultura materializada nos artefatos, que contribuiu para estimular a curiosidade em relacionar a moda com a cultura e sua materialização em produtos. Daí surgiu o interesse em refletir a respeito do que levava as pessoas a usarem determinados estilos de roupas e sua caracterização enquanto integrante de determinado grupo.

Meus estudos sobre a temática de moda e cultura surgiram a partir de um trabalho iniciado na disciplina de introdução a pesquisa em moda, por meio da qual investiguei a cultura de confecção e comercialização de roupas na feira da sulanca. A partir dessa pesquisa o tema (moda e cultura) concretizou a possibilidade de desdobramentos. Neste período passei a observar o uso de um estilo recorrente na região, as calças jeans com grande quantidade de enfeites. usada principalmente pelos jovens. Nascendo a partir daí o tema desta pesquisa.

Portanto, pesquisar a aparência dessas calças e sua relação com a cultura local, é um tema que dialoga com o design, na medida que possibilita entender os sentimentos e sensações do público alvo. Sobretudo, se considerado o índice de pessoas que usam estas calças no Agreste de Pernambuco.

O desenvolvimento das empresas de confecção do Agreste pernambucano passou a ser assunto de debate em diversas discussões sobre o mercado local, é o caso das confecções de jeans do município de Toritama.

Localizado no agreste de Pernambuco, que produz cerca de três milhões de peças de jeans por mês, segundo dados do sindicato da indústria de vestuário (SINDINVEST, 2010), representando 16% do volume fabricado no Brasil.

Toritama conta com 66 lavanderias e 2.000 confecções industriais, gerando 26 mil empregos diretos. Com uma população de 30 mil habitantes, no município 91,7% da população apresenta -se economicamente ativa, empregada pelo setor de confecções.

A produção de jeans no município de Toritama iniciou nos anos 1980, inspirada na calça US TOP - calça Jeans que circulava em comerciais e

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propagandas da marca Us Top na mídia (rádio e televisão). As pessoas do local relacionaram o nome do tecido a esta marca, que posteriormente também influenciou o surgimento das lavanderias. (ALVES, 2009)

Os primeiros modelos confeccionados no município de Toritama foram calças jeans masculina. Posteriormente foi iniciada a produção de outras peças de roupas e acessórios, que utilizava o jeans como matéria-prima. A calça jeans apresenta uma importância econômica para a cidade, pois atualmente se destaca em números de produção, e para história da indústria de confecções porque a partir de sua fabricação a cidade passou a ser conhecida pela produção de jeans. (ALVES, 2009)

Assim esta pesquisa se justifica de acordo com a importância econômica e cultural que a cidade de Toritama apresenta, dessa forma se faz necessário compreender os aspectos culturais de elementos configurados na calça jeans.

Para o público masculino poucas são as pesquisas destinadas de fato a tal exploração. Assim, a pesquisa visa trazer contribuições estéticas e culturais para a criação e projeção da moda jeanswear masculina, uma vez que esta parece passar por diversas transformações, à medida que a indústria vem ofertando novas formas de identidade masculina com ênfase no referencial estético.

Segundo dados da pesquisa "O mercado de moda no Brasil: vestuário, meias e acessórios têxteis" (PANORAMABRASIL, 2006), o mercado de moda no Brasil gerou recursos de US$ 15,9 bilhões e 1,1 milhão de empregos. A pesquisa mostrou que a moda feminina responde por 41% do mercado, enquanto o vestuário masculino representa 35%. A parcela restante corresponde à moda infantil e bebê.

Assim demonstra-se necessário explorar este público, que apresenta a capacidade de aumento de consumo. Pois a percepção dos valores simbólicos das roupas pode contribuir para a formação dos níveis de envolvimento com vestuário, tornando-se assim um estudo útil às atividades relativas ao design de moda. Adicionalmente, explorar como a percepção dos valores simbólicos das roupas demonstram a importância que os diferentes atributos do produto tem para o consumidor e trazem contribuições para a criação de novos produtos, uma vez que pode auxiliar os designers e responsá veis pelo desenvolvimento das peças a estarem mais sintonizados com as expectativas

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de seus consumidores.

Diante desses aspectos, questionamos como os elementos da cultura da região se materializam na aparência estética da calça jeans produzida em Toritama-PE ?

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar a aparência da calça jeans masculina criada e confeccionada em Toritama-PE e sua relação com a cultura da região.

1.1.2 Objetivos específicos

- Descrever o processo de criação e confecção do produto em estudo.

- Identificar o arranjo de elementos que caracterizam a calça jeans masculina produzida em Toritama- PE.

- Relacionar a aparência da calça jeans masculina com o cotidiano da região.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O processo investigativo da configuração da calça jeans masculina criada e produzida no município de Toritama - PE foi desenvolvido por meio de uma pesquisa qualitativa. Buscou-se compreender como afirma Minayo (1998) o universo dos significados inerentes aos processos de criação e confecção do vestuário enquanto produto de moda, com a finalidade de desvendar uma realidade não visível, ou seja, os aspectos da cultura presentes na configuração das calças jeans masculinas.

Portanto, considerando a definição de Yin (2005, p. 32) trata-se de um estudo de caso, por pesquisar “um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto de vida real”. Dessa forma, o processo de desenvolvimento (configuração do modelo) da calça jeans masculina foi investigado por meio da ligação da moda com a cultura da cidade.

Elegeu-se como objeto de estudo a calça jeans masculina, devido à sua importância cultural e econômica para o município investigado. Pois como afirma Alves (2009) foi o primeiro modelo a ser confeccionado e comercializado com o tecido jeans em Toritama. Além disso, a roupa jeans masculina representa segundo dados da FADE (2003) 44,3% da produção mensal de peças do município.

Portanto, para entender a relação da aparência da calça jeans masculina com a cultura da região, foram adotados os seguintes procedimentos metodológicos:

1- Levantamento bibliográfico; registro fotográfico; pesquisa exploratória por meio de: a) observação in locus; b) conversas informais com pessoas que habitam, trabalham (empresários e trabalhadores do setor de confecções) e convivem (vaquejada, igreja, feira e lojas) na cidade, a fim de compreender a dinâmica sociocultural e industrial.

2- Investigação dos processos de criação e confecção da calça jeans masculina, por meio da observação direta em uma indústria de confecção do município e da aplicação de entrevista semi estruturada a uma designer de moda da mesma empresa.

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3- Investigação da percepção dos usuários das calças jeans em relação á aparência. Esta etapa foi realizada por meio de entrevistas semi estruturadas e da posterior análise pelos entrevistados de cinco calças jeans masculina da coleção verão 2011.

A análise e sistematização dos dados obtidos se fundamentou teoricamente em Maffesoli (1996) e Lobach (2001). Maffesoli propõe o estudo das características da vida social, através da reflexão sobre o coditiano, analisando os diversos matizes sócio-culturais contemporâneos. Distanciando assim de uma visão estática do mundo. O referido autor entende que a vida é o produto de diversas influências.

No sentido denotativo, as características de um produto industrial segundo Lobach (2001) são determinadas pelos elementos configurativos, classificados em: 1) macroelementos, a exemplo da modelagem de uma calça que pode ser mais justa ou larga, ou o tipo de lavagens que possibilita uma superfície diferente; e 2) microelementos, como os botões e demais aviamentos da calça como elásticos para ajuste da peça ao corpo do usuário.

Dessa forma foram relacionados no quadro 1 os elementos configurativos e suas respectivas etapas que serão analisados para compreensão da estética da calça jeans em Toritama -PE.

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ETAPAS DO DESIGN DE MODA ELEMENTOS CONFIGURATIVOS

CRIAÇÃO MACRO E MICRO ELEMENTOS

Pesquisas (Mercado, tecnologia, tendências, público-alvo)

Tendências observadas nas pesquisas:

Modelos: formatos de bolsos, palas, acabamentos e beneficiamento:

Lavagens (Formas, Texturas, Cores, acabamentos e Superfície)

Referências culturais e estéticas Preferências e estilo de vida dos consumidores da marca

Configuração da pesquisa: Desenhos de Books e desenhos da ficha técnica

PROJETO

Matéria-prima Tecidos e aviamentos

Modelagem

Forma da calça: tradicional, reta, slim, saruel

Pilotagem, confecção e acabamento

linhas, botões, zíperes, rebites, ilhoses, viés para acabamento, bordados, pespontos, puídos.

Quadro 1 elaborado a partir das considerações de (LÔBA CH, 2001, MOURA, 2008)

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CULTURA E MODA

3.1. A relação moda e cultura

Este estudo aborda a moda como uma forma de expressão cultural, pois conforme afirma Braga (2006) por meio dela as pessoas podem se identificar socialmente, ao mesmo tempo em que se diferenciam do todo. Pode, portanto, expressar os valores, hábitos e a cultura do grupo social em que o indivíduo está inserido. É também um elemento de expressão individual ao manifestar as preferências e costumes de cada indivíduo. Cabe ressaltar que nesse indivíduo há fortes elementos da coletividade, na medida em que se articula com diferentes grupos dentro da sociedade. Assim, ao consumir os produtos de moda, escolhe-se também elementos subjetivos capaz de representá-lo na sua diversidade.

Enquanto fenômeno, a moda se articula com diferentes acontecimentos culturais, sociais, econômicos e tecnológicos. Por isso Moura (2008, p.73) afirma que seu “desenvolvimento e expressão ocorrem a partir das inter- relações entre a criação, a cultura e a tecnologia.” Assim a moda é uma importante área de produção e expressão da cultura contemporânea, apresenta os reflexos e referências da sociedade quanto aos usos e costumes do cotidiano.

A autora supracitada comenta que uma das formas de expressar a moda ocorre por meio das escolhas e utilização dos produtos gerados pela indústria de produtos e pela indústria cultural, ou seja, a forma como as pessoas organizam e compõem seu estilo de vida, que vai além do simples vestir, envolvendo os lugares que freqüentam, as opções de lazer que adotam para compor sua vida e os seus referenciais.

Estas atividades sociais são entendidas na pesquisa como integrantes da cultura de uma região, pois de acordo com a abordagem de Laraia (2006) que trata do conceito de cultura enquanto objeto da antropologia, considerando-a como “todo complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, normas, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (LARAIA, 2006, p.25). O autor demonstra a partir

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de uma construção histórica que o conceito de cultura parte da necessidade de entender como o homem se comporta em sua diversidade. Define, assim, que a cultura seria como uma teia de significados tecida na sociedade, nela, as pessoas desenvolvem seus pensamentos, valores e ações.

Entende-se por cultura o sistema simbólico ligado às expressões humanas. Dessa forma, a cultura, enquanto maneira de representar o ser e o estar no mundo é abordada por Maffesoli (2001), como um conjunto de elementos e de fenômenos passíveis de descrição. Segundo o autor a cultura pode ser identificada de forma precisa, seja por meio das grandes obras da cultura, no sentido restrito do termo, teatro, literatura, música, ou, no sentido amplo, antropológico, os fatos da vida cotidiana, as formas de organização de uma sociedade, os costumes, as maneiras de vestir-se, de produzir, dentre outros.

Seguindo esta linha teórica, que a cultura se desenvolve a partir das relações sociais entre os indivíduos, Maffesoli (1996) apresenta o termo que denomina de ética da estética, para explicar o prazer e o desejo de estar junto sem objetivo particular ou específico. Logo, experimentar algo junto será fator de socialização, como demonstrado na citação de Maffesoli (1996):

Experimentar junto emoções, participar do mesmo ambiente, comungar dos mesmos valores, perder-se numa teat ralidade geral, permitindo, assim, a todos esses elementos que fazem a superfície das coisas e das pessoas fazer sentido. (MAFFESOLI, 1996, p. 163).

A ética, de acordo com Maffesoli (1996, p. 37-38) significa “uma moral sem outra obrigação que a de unir-se, de ser membro do corpo coletivo, sem outra sanção que a de ser excluído, se cessa o interesse que me liga ao grupo”. Dentro desses conceitos a idéia de ética apresentada por maffesoli, constitui-se como o estar junto, o cotidiano, ou seja, a cultura de uma região ou comunidade que compartilham seu modo de vida.

O referido autor apresenta o cotidiano, as micro-cenas, como elemento primordial para analisar os fenômenos urbanos. Partículas que fazem parte do cotidiano da sociedade e que por muito tempo foram ignoradas. Essas cenas são, concomitantemente, pequenas e grandes. Pequenas, talvez, por não terem uma dimensão espacial significativa. Grandes por serem extremamente

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complexas, como pode ser exemplificado na seguinte citação do autor:

Pode assim proferir que o interesse pela culinária, o jogo das aparências, os pequenos momentos festivos, as perambulações diárias e o lazer não podem ser vistos como elementos sem import ância ou frívolos da vida social (MAFFESOLI, 2005, p. 12).

Também relacionando moda e cultura Barnard (2003) define cultura como a descrição de um modo de vida que engloba e se expressa através de significados e valores, e estes significados são expressos não só através da arte e do saber, mas também nas instituições e no comportamento habitual, o que englobaria a moda, o vestuário, o adorno. Para o autor, moda, vestuário, indumentária e enfeites constituem sistemas de significados no qual se constrói e se comunica uma ordem social. Podem ser considerados como meios pelos quais os grupos sociais comunicam sua identidade como grupos a outros grupos.

Dessa forma, entende-se que as configurações contemporâneas da aparência demonstram diversos aspectos da cultura de uma região, exemplo disso é a configuração e uso da calça jeans masculina produzida em Toritama- PE, que apresentando-se com diversos elementos estéticos, rementem à exacerbação da aparência. Assim apresenta-se essencial a interação entre cultura e moda, sendo a moda o reflexo do modo de vida, da cultura de determinada região e época.

Em sua origem, a palavra moda, do latim modus, significa modo, costume, maneira, conjunto de opiniões, gostos e apreciações críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por um determinado grupo humano, num dado momento histórico (HOUAISS 2001, p. 1941). Portanto, ao abordar moda, trata-se de expressão através dos costumes e maneiras de uma sociedade e, conforme exposto acima, em cultura.

Sendo a moda uma das expressões, tanto individual como coletiva, dos valores e idéias que permeiam determinadas sociedades e épocas, é possível compreender por meio da análise do processo histórico do vestuário, como o homem utilizou-se deste produto para demonstrar esteticamente os acontecimentos e mudanças sociais, econômicas e culturais, construindo assim a sua aparência, transformando o produto de moda em um veículo de comunicação. O uso do vestuário nos informa sobre os sujeitos de determinado

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tempo, pois como afirma Barnad (2003) o traje é portador de representações.

Desse modo, como forma de definir aspectos sociais, após a primeira metade do século XIV se iniciou na Europa um processo de distinção social por meio dos trajes usados, principalmente na diferenciação entre o feminino e o masculino. Esta caracterização se deu até o século XX. Para Lipovetsky (1987, p. 31), esta data se impõe, essencialmente em razão do aparecimento de um tipo de vestuário radicalmente novo, nitidamente diferenciado segundo os sexos: “curto e ajustado para homem, longo e justo para a mulher”.

Com o desenvolvimento das cidades e a reorganização da vida das cortes, a aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar.

Treptow (2005) afirma que os burgueses enriquecidos pelo comércio, passaram a copiar as roupas dos nobres. Ao tentar variar suas roupas, para diferenciar-se dos burgueses, os nobres inventavam algo novo e assim por diante. Nesse processo de busca pelo novo e pelas novidades, a moda foi se consolidando.

Para Neiry (2004), a roupa vira moda no momento em que os feitios e a maneira de usá-los se transformam numa norma estética de certas camadas da sociedade. Na idade média, por exemplo, a classe inferior jamais pôde seguir a moda, dela participando apenas como mão-de-obra. Após a revolução francesa (1790), as diferenças sociais deixaram de ser expressas pelas leis suntuárias1, passando a se manifestar de forma sutil por meio de indicadores como, a qualidade dos tecidos e da confecção. Perdendo, assim o seu caráter elitista a moda foi tornando-se pseudodemocrática – Isto é, a alta costura continuou acessível apenas para alguns. A diferença é que outras camadas da população por meio do prêt-a-porter 2 puderam popularizar a moda, como exemplificado na citação de Crane (2009).

No século XX, o vestuário havia perdido gradativamente sua importância econômica, mas não simbólica, com a enorme propagação de roupas pront as de todas as faixas de preço. A oferta de roupas baratas significa que aqueles cujos recursos são limitados podem encontrar ou criar estilos pessoais que expressem a percepção que têm de suas identidades, uma vez que imitar estilos originalment e vendidos aos mais ricos. Se há registros, no passado, de um estilo de

1 Leis suntuárias: no referido período alg uns itens de luxo c omo o vestuário eram protegidos por Leis Suntuárias, “que ditavam quem e que classe social poderia fazer uso de elementos suntuosos na forma de vestir ou exibir seus corpos”. Castilho (2006, p.41),

2 Prêt-à-port er: termo francês que significa pronto para usar. (PALOMINO, 2012, p. 7)

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rua informal entre os trabalhadores, a proliferação de estilos de rua representando diversas subculturas dent ro da classe operária só ocorreu nos últimos cinqüenta anos. Teoric ament e, a moda é acessível às pessoas de todos os níveis sociais, tanto para criaç ão de estilos que expressem s ua identidade, quant o para adoção de estilos criados por empresas do ramo de vestuário. (CRANE, 2009, p. 29)

A ideia de produzir industrialmente roupas com um acabamento superior, que seguissem as tendências da moda, mas ao mesmo tempo economicamente acessíveis, norteou o aparecimento do prêt-à-porter. O termo foi criado pelos empresários franceses Jean-Claude Weill e Albert Lempereur, após uma viagem para conhecer os costumes norte -americanos (Caldas, 2004). Para eles, o prêt-à-porter trazia justamente a diferença do estilo, da grife, da roupa com assinatura, para a produção em série.

Com essas mudanças na forma de produção, cada vez mais, se fez necessário que houvesse alguém responsável pela concepção dos objetos industriais. Atualmente o designer de moda é o profissional gerado pela nova dinâmica de fabricação de produtos.

3.2. Design de Moda

De acordo com Moura (2008) design de moda é atuar em um projeto desde sua elaboração, do desenvolvimento até o acompanhamento de sua aplicação, para a autora desenvolver um projeto de design significa pesquisar e trabalhar com referências culturais, estéticas e tecnológicas. É compreender o objetivo do projeto e estabelecer o seu conceito e sua aplicação para o futuro.

Nestes termos, entende-se como design de moda o processo descrito por Moura (2008) – de concepção e projeto de um modelo. A concepção a que a referida autora menciona, diz respeito às pesquisas, referências culturais e estéticas, além da cartela de tendências da estação para qual o produto esta sendo criado. Enquanto o projeto compreende:

O tecido escolhido, a modelagem, os detalhes de aviamentos e, conforme o caso, [...] os complement os. Na fase da modelagem, o projeto pode [...] sofrer alterações e adapt ações [...]. Depois disto vem à confecção e produção da peça protótipo, fase de costura, na qual

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também o projeto pode ainda sofrer alterações e adaptações. Em seguida, entra a fase de prova em um modelo adequado ao tamanho escolhido para o protótipo. Finalizada esta primeira parte do processo do design de moda, volta-se a modelagem para o desenvolvimento da grade de numeração que será seguida pelos processos de corte e produção em escala. (MOURA, 2008, p.70)

Conforme a autora organiza o processo industrial de desenvolvimento de produtos do vestuário e considerando também autores como Treptow (2005), Jones (2005), Seivewright (2009), quanto ao planejamento de coleção e ao projeto de produto, é possível especificar as etapas que o design de moda compreende.

A pesquisa de moda, representa a fase inicial do desenvolvimento das coleções e segundo Moura (2008), esta etapa é definida a partir de pesqui sas, referências culturais e estéticas, o que diz respeito ao comportamento e contexto social que envolve o público-alvo, e pesquisas de cartelas de tendências (cores, formas, texturas, materiais e tecnologia).

O designer de moda é um profissional que depende de pesquisas para nortear seu trabalho. Estar atento às inovações do setor têxtil, assim como no que aparece nas ruas, feiras do setor, vitrinas, desfiles e nos meios de comunicação como revistas, televisão e sites. Estas atividades permite ter uma visão do todo para então focar no que possivelmente seria o desejo de seu público-alvo, procurando sempre a novidade, para decodificá-la em produtos.

(SEIVEWRIGHT, 2009).

Pesquisar e antecipar os desejos de seus consumidores torna-se apenas uma etapa. Treptow (2005) afirma que o designer precisa avaliar do que a empresa é capaz, qual o seu poder de investimento em matéria-prima, sua capacidade de produção, se possui mão-de-obra qualificada para determinado processo e quais as tecnologias disponíveis. Estes são aspectos primordiais para a eficaz realização de um projeto.

A partir das referências coletadas, os designers elaboram cartelas de cores, estabelecem formas para a silhueta e optam por determinados detalhes que irão dar personalidade à coleção, como exemplificado na citação de Seivewright (2009):

O designer de moda expressa o zeitgeist, ou espírito do tempo, em seu trabalho. A moda muda constantemente, e espera -se que o estilista inove a cada estação. Por causa dessa constante pressão pelo novo, é necessário aprofundar cada vez mais a sua pes quisa e ir além, em

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busca de uma nova inspiração e meios de interpretá -la em suas coleções. (SEIVEWRIGHT, 2009, p. 14)

Desenvolvida a pesquisa de tendência, tema de coleção estabelecido e mix de produto3 definido. São realizados os croquis, que também são conhecidos como desenhos de estilo ou esboços, estes não possuem um compromisso estético, pois precisam apenas permitir a visualização da roupa com seus volumes e movimentos em um corpo fictício. Esta prática é bastante pessoal, não possui regras, tampouco técnicas específicas, pelo contrário, o designer desenvolve diversas propostas para a coleção, as quais serão revisitadas para seu aprimoramento e pré -seleção (TREPTOW, 2005).

As peças de uma coleção precisam manter uma sintonia, pois “uma peça não funciona isolada, faz parte de um elo necessário dentro do conjunto visual” (Fiorini in Pires, 2008: 111). É nesta etapa que são escolhidos os aviamentos, os tecidos, as cores e suas variações disponíveis para cada modelo da coleção, exemplificado na citação de Jones (2005):

O tecido é escolhido por sua compatibilidade c om a estação, linhas e silhuetas desejadas, preço para o mercado-alvo e cor. A cor quas e sempre pode ser ajustada em um estágio posterior do processo de criação do mostruário, mudando-se as es pecificações de tingimento, mas a textura e as propriedades do tecido permanecem constantes (JONES, 2005, p. 103).

Após a elaboração dos croquis é realizada uma pré seleção dos modelos. Os croquis aprovados são desenvolvidos em uma nova representação, que é o desenho técnico. Este por sua vez, é mais criterioso, pois irá representar a comunicação entre o designer e os setores que desenvolvem modelagem e prototipagem. Conforme Seivewright (2009) este tipo de representação aparece sem a figura do corpo humano, até mesmo para evitar distorções características do desenho de estilo. São informações precisas de comprimento, tipo de tecido, aviamento, tipo de costuras e acabamentos, ilustrados frente e costas, estas informações são documentadas na ficha técnica de cada produto.

Mais uma seleção é realizada, onde o material que foi pesquisado e

3 Mix de produt os: estabelecer o número de peças que determinada coleção terá e dentre estas, quantas serão blus as, saias, calças, vestidos ou macacões, dentre outras peças, além de det erminar qual tecido será utilizado para cada peç a. (TREP TOW, 2005)

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desenvolvido é apresentado para uma equipe de aprovação, para que avaliem custos, viabilidade de produção e possível impacto no mercado-alvo. Este é o momento de rever, alterar e até mesmo, eliminar modelos para que não desenvolvam protótipos desnecessariamente gerando desperdício de tempo e de matéria-prima (TREPTOW, 2005).

Os modelos selecionados são encaminhados em forma de desenhos técnicos para o setor de modelagem e prototipagem, para a confecção das peças-piloto. Os moldes são o desenvolvimento de cada parte da peça em tamanho real, geralmente em tamanho mediano próprio para a posterior prova.

A modelagem pode ser desenvolvida por meio de duas técnicas, modelagem plana ou moulage. A primeira diz respeito à adaptação do modelo a partir de um molde-base, cabendo à modelista estabelecer recortes, detalhes, acrescer margens de costura, tipo de barra e outros detalhes explícitos no desenho técnico.

A modelagem plana é um trabalho de precisão, que exige medidas e cálculos apurados, mão firme e habilidade para imaginar o efeito em três dimensões. [...] Assim como aquelas (roupas) que s eguem o contorno do corpo, essas roupas são desenvolvi das com mais sucesso por meio da modelagem plana. Moldes planos normalmente são criados a partir de um conjunt o de medidas padronizadas. Também podem ser projetados no computador, com o uso de soft wares programados para imprimir no plotter conforme as medidas especificadas (JONES, 2005, p. 143)

A moulage, termo francês que significa modelagem, por sua vez, cabe aos modelos de maior complexidade, em que a modelista usa um manequim de tamanho natural para ir montando a peça. Esta técnica permite criar volumes dificilmente possíveis na modelagem plana. “Moulage é esculpir com tecido, e funciona melhor com tecidos maleáveis e em quantidades bem menos generosas” (Jones, 2005, p. 149).

O protótipo ou peça-piloto de acordo com Treptow (2005) é a primeira peça desenvolvida do modelo por uma costureira experiente chamada de pilotista que, a partir de suas dificuldades, pode propor alguma alteração, além de inserir anotações junto ao desenho técnico, as quais irão compor a ficha técnica e facilitarão a produção em série. A pilotista pode detectar um possível problema de modelagem ou ainda uma dificuldade quanto ao tecido que deve ser também anotado para futuras correções e cuidados especiais. Após

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costurados, os protótipos são finalizados para que sejam apresentados em suas versões finais.

A apresentação para aprovação dos protótipos da coleção ocorre em modelos reais para que questões estéticas e ergonômicas possam ser analisadas. São avaliados em detalhes, os aviamentos, tecido e variação da cartela de cores em cada modelo. Geralmente, esta aprovação envolve a equipe de criação, a diretoria e o setor de vendas, que avaliarão as peças, podendo sugerir alterações ou até mesmo o descarte de algum modelo.

(TREPTOW, 2005)

Com base na reunião de aprovação, os moldes de algumas peças deverão ser alterados ou revistos para pequenos ajustes, pois “não raras vezes, é preciso rever o molde após confecção do protótipo” (Treptow, 2005, p.

158). Então, graduados, ou seja, desenvolvidos os tamanhos estabelecidos pela organização, classificados como PP, P, M, G, GG ou 36, 38, 40, 42, 44, etc, ou conforme a característica de cada empresa. (FEGHALI, 2008)

A etapa seguinte é o encaixe dos moldes que será efetuado conforme a demanda ou estudo de probabilidade de venda . O encaixe é a melhor maneira de posicionar os moldes para o corte, desperdiçando a menor quantidade de matéria-prima possível. Conforme Treptow (2005, p. 163), “o encaixe pode ser realizado de três maneiras: disposição dos moldes diretamente sobre a folha de risco, estudo por meio de miniaturas confeccionadas por pantógrafo e pelo sistema CAD/ CAM” 4.

Após a correção das peças avaliadas, e simultaneamente ao processo de graduação, é desenvolvida a ficha técnica de cada peça. Esta é um documento que contém o desenho técnico da peça com todas as suas informações, desde o tipo de tecido, cores, aviamentos decorativos e funcionais, como zíperes e elásticos, com suas respectivas quantidades ou medidas, até o tipo e o tamanho de ponto para costura e a melhor maneira de iniciar a peça e de executar procedimentos de maior dificuldade, além de orientar a confecção das peças, ele permite que o departamento comercial

4 Sistema CAD/ CAM - Computer Aided Design/ Computer Aided Manufacturing – Projeto Assistido por Comput ador/ Fabricaç ão Assistida por Computador apresenta as maiores vantagens, economizando tempo e mat éria -prima. Os mais avançados oferec em ferrament as de encaixe automático ou interativo (ajustado pelo operador). Quando o processo é concluído, o sistema informa o consumo tot al de tecido no encaix e, o consumo médio por peça e o í ndice de aproveitamento (Treptow, 2005: 164).

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avalie o custo de cada produto e calcule a quantidade de matéria-prima estimada para a fabricação, conforme a demanda. (TREPTOW, 2005).

Para executar o corte das peças em escala industrial, é necessário fazer o enfesto do tecido sobre a mesa de corte, ou seja, a colocação de uma camada -folha- de tecido sobre a outra, de forma a facilitar o corte simultâneo das peças. Sobre o enfesto será posicionado o risco, que é uma folha de papel, do mesmo comprimento do enfesto, impressa com o encaixe das partes do molde que compõe do modelo. O corte pode ser efetuado, de acordo com Lindório (2008) por meio de três sistemas, o manual, o mecanizado e o eletrônico.

A costura é a etapa posterior ao processo de corte, onde ocorre a construção das peças. Os moldes serão unidos na máquina de costura adequada ao tipo de peça e matéria-prima utilizada pela empresa, e de acordo com a ordem de execução que estará explicada na ficha técnica. Fazem parte deste processo as seguintes etapas: preparação, montagem, acabamento, inspeção, limpeza e passadoria (ANDRADE FILHO, 1987).

Finalizada a etapa de costura, Andrade Filho (1987) explica que as peças são inspecionadas e se aprovadas passam para a fase de acabamento (em que pequenos resíduos de linhas serão removidos). O próximo passo corresponde à etiquetagem das peças com o tag 5 da empresa e etiquetas, são embaladas e distribuídas ao consumidor.

Todas essas etapas descritas, realizadas por meio de métodos específicos, integra todo o processo de elaboração dos elementos formais de uma coleção, que por sua vez estão integrados a todas as pesquisas. A partir dessa exposição das etapas de design de moda da criação à concepção e produção do produto de moda, demonstra-se que o conhecimento técnico e tecnológico dos materiais e sistemas de produção, existentes no mercado, é crucial para o designer de moda. Sem esse conhecimento não é possível a materialização de suas ideias (SORGER e UDALE, 2006, JONES, 2005)

Por se tratar de uma atividade projetual, a criação e o desenvolvimento de uma coleção de moda incorporam todas as múltiplas definições dadas ao

5 Tag: Etiqueta de papel encorpado, tecido ou outros materiais que levam o nome ou a logomarca da empresa. Esta etiqueta pode ser alterada a cada coleção, seguindo sua temática. A mesma fica à mostra na peça e retirada pelo cliente para o uso da roupa. (JORGE, 2008)

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design e as assumem integralmente. Conforme apresentado por MOURA (2003)

(...) o conc eito de design é plural, está relacionado ao ser e viver humanos, e assim à cultura, ao universo dos conhecimentos e de pesquisas, ao universo tecnológico e produtivo, a exploraç ão e a instituição de uma linguagem através dos element os e características existentes em um projeto conforme o campo a que este se destina MOURA (2003, p. 133).

Esses processos projetuais, as ações efetivas do design possibilitam entender o design como um processo criativo que requer o controle de diversas variáveis, principalmente, relacionadas aos aspectos culturais para desenvolver produtos que atendam as necessidades de uso prático, estético e simbólico do objeto (LOBACH, 2001). A associação dessas três funções exige que o processo de design seja multidisciplinar, necessitando assim das interconexões estabelecidas entre designer, usuário e seu desejo, a forma e a cultura, compreendida como maneira de ser e estar no mundo.

Dessa forma, conforme Puls (2009) afirma, do processo de design de moda resultam produtos que deve produzir experiências significativas nos corpos, suportes sobre os quais se criam as significações, pois com os tecidos e as roupas trabalha-se formas, volumes, cores e texturas. Elementos que produzem experiências sensoriais, e que por sua vez criam sensações de emoção e prazer, tornando-os portadores de mensagens que serão lidas e interpretadas.

Para Bonfim (1999) o design é uma atividade que configura objetos de uso e sistemas de informação, utilizando-se dos valores culturais que a cercam. O autor também coloca que a cultura de uma sociedade e grupo social é formada pela produção de seus bens e valores. Esses objetos e sistemas estão impregnados dos valores, ideais, assim como das incoerências da sociedade e de suas manifestações culturais, como exemplificado na citação do autor:

O design, ent endido como matéria conformada, participa da criação cultural, ou seja, o design é uma práxis que confirma ou questiona a cultura de uma determinada sociedade (...) o design de uma comunidade ex pressa as cont radições desta comunidade e será tão perfeito ou imperfeito quanto ela ( BONFIM, 1999, p. 150).

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Percebe-se assim que os objetos da cultura material sempre traz a marca do seu tempo e lugar e é marcado por um estilo. O design de moda então se apropria destas marcas para construir os significados dos seus produtos e incentivar a identificação que eles provocam em seus consumidores, tendo em vista que a moda trabalha essencialmente com conteúdos simbólicos, desejos, expectativas e formas de representação do indivíduo na sociedade.

Diante do exposto compreende-se moda enquanto fenômeno social, econômico, cultural, histórico, geográfico e comportamental. Carrega em si aspectos simbólicos, representado por sua estética.

De acordo com Barnad (2003) a moda permite a compreensão dos processos culturais de uma dada comunidade e ou sociedade, fazendo com que se busque não só a preservação dos bens simbólicos representados pela vestimenta e acessórios, mas também o surgimento da novidade, realimentando a própria moda, dessa forma gerando a dinâmica de construção permanente da cultura.

Para Simmel (2008 apud ROCHA, 2010) a moda acompanha a velocidade da sociedade, quanto mais efervescente for uma determinada época, maior a velocidade de mudanças na moda. O produto de moda segue essas mudanças, acompanha as alterações, as tendências de comportamento da sociedade na pós-modernidade, demonstrando por meio das tendências de moda, como formas, cores, uso de acessórios dentre outros, o comportamento contemporâneo da sociedade, seus desejos, assim como crises econômicas, desenvolvimentos tecnológicos, revoluções e guerras.

O próximo capítulo trará exemplos de como a moda, por meio da estética da roupa, atuou como reflexo da sociedade.

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ESTÉTICA E MODA MASCULINA

3.2.1. Estética e moda

As discussões que envolvem a estética em grande parte, remetem a paradigmas sempre abertos a novas respostas e expostos a constantes questionamentos, o que é próprio de uma ciência que de acordo com a definição de Aranha (1993), estuda as questões ligadas à arte, como o belo, o feio, o gosto, os estilos e as teorias da percepção artística. Do ponto de vista filosófico, a estética estuda o belo e o sentimento que este desperta nos homens.

O termo estética, de acordo com Löbach (2001), provém do vocábulo grego aesthesis, com o significado de faculdade de sentir, percepção totalizante, sensibilidade, sensação. A idéia de sensibilidade, por sua vez, acolhe tanto a sensação, que remete a uma condição individual, quanto ao sentimento, que pressupõe uma adesão comunitária.

Bonfim (1998), afirma que a imagem ou plástica de cada objeto carrega em si um significado que a partir da relação com o usuário possibilita exprimir o estado da sua subjetividade, e o significado só poderá ser percebido na

‘experiência estética’.

Considerando essa relação entre produto e usuário, Bonfim (1998, p. 19) diz “é uma relação onde ocorre a percepção e a avaliação da estética [...]

envolve quatro níveis: o objeto, o bio-fisiológico, o psicológico e o sociológico”.

Desse modo, deduz que na produção do belo, tem-se o domínio da estética.

Assim, o design, entre outras atividades que contribuem para a configuração de nosso meio, o produto industrial torna-se um objeto de estudo da estética. “Sabe-se que os valores estéticos não são encontrados apenas no campo da arte [...], mas também do Design” (BONFIM, 1998).

Dessa forma, o encontro da arte com a máquina faz com que os historiadores de arte, filósofos e estetas, ao longo dos anos, reflitam sobre os efeitos causados por esse encontro. A prática que liga a beleza à forma,

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deduzida das leis de produção e de utilização de materiais e as interpretações surgidas resultam no que Lobach (2001) denomina de estética industrial.

Abrem-se, desse modo, os paradigmas sobre o belo, a criatividade, o produto industrializado, a estética, o homem, a forma e o mundo.

Para Löbach (2001), este processo de comunicação estabelecido entre o produto e o usuário, em sua totalidade, é tema de uma estética do design. Tal estética envolve processos variáveis, que não se limitam à descrição dos objetos - suas características formais -, mas que também devem considerar as relações entre as pessoas e os objetos.

A forma do produto industrial, ao ser considerada o eixo central da estética do objeto, é resultado das relações recíprocas que se estabelecem entre os elementos configurativos, sendo estes os responsáveis por provocar no usuário a reação de aceitação, rejeição ou neutralidade perante o produto (LOBACH, 2001).

Lobach (2001) também co nsidera que na “estética da informação”, que envolve o processo de consumo visual dos objetos estéticos, e na “estética de valor”, que refere-se à importância dos objetos estéticos para o usuário, decorrente dos seus conceitos subjetivos de valores inerentes às normas sócio-culturais envolvidas, é inerente o processo de relacionamento entre produto industrial-usuário (mensagem-receptor).

Sobressai, assim, a problemática da resposta do usuário. Conforme Löbach (2001, p. 171), a “percepção é um processo pelo qual uma aparência estética se transforma em significado”. É um processo subjetivo, que pode ser influenciado tanto pela imagem atual da percepção, motivada por interesses, como pela memória de cada pessoa, relativa às experiências anteriores, aos conceitos de valor e às normas sócio-culturais.

Assim também o design de moda insere a qualidade estética (LOBACH, 2001) como um fator que envolve vários aspectos de pesquisa para elaboração da criação, a influência de padrões de cores, texturas, formas e dos mai s variados setores produtivos e sociais, estabelecendo a adequada tendência ao gosto do consumidor.

Para Filho (2007), a estética do objeto, o design, o estilo e a simbologia do produto são pontos destacados como importantes para que a indumentária seja concebida e comercializada na contemporaneidade.

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A estética do objeto é concernente aos "sinais e às características formais propriamente ditas do produto. Isto é, refere -se à adoção de um determinado partido estético-formal” (por exemplo: formas orgânicas, geométricas ou combinadas, eventuais adornos, cores, acabamentos, dentre outros) e, por sua vez, subordinado ao estilo e seus atributos adotados na organização visual do objeto. (FILHO, 2007, p. 97). Os estudos e pesquisas realizadas, referentes a estética do produto, são de fundamental importância para definição final do projeto.

O estilo do produto é carregado de apelos emocionais, além do estético, que agregam valores e sensações ao produto e estimula o consumo do produto em si. Em relação à construção da imagem simbólica do produto, o autor discorre:

"A imagem simbólica do produto é construída pela incorporação do estilo de vida e por certos valores culturais de pessoas e grupos s ociais, conectando -se também a determinadas características sensíveis e emocionais do us uário consumidor. Do ponto de vista da teoria de comunicação do produt o, relaciona se diretamente com contextos sociais e fatores econômicos, políticos e espirituais, que caracterizam uma determinada sociedade numa det erminada época, em term os de tradiç ão, classes sociais diferencia das em prestígio e poder, estágio de desenvolvimento tecnológico, dentre outros". (FILHO, 2007, p. 107)

Lobach, (2001) reitera que o valor estético depende das aparências sociais, está sujeito a mudanças constantes e, é específico de cada estrato social. A estética é um conceito dinâmico, pois, sofre constantes variações. O produto industrial hoje considerado belo pelo usuário talvez não o seja amanhã, por terem sido estabelecidos novos valores estéticos personificado em um produto novo, que passa a ser referência de belo para o usuário, ou seja, o belo é uma construção da sociedade em movimento.

No espaço ocupado pelo homem, rodeado de adornos e objetos, cria-se o entorno para atender as suas necessidades e, para isso, precisa-se de produtos adequados ao seu uso, o que implica observar a conduta dos seus usuários. Voltar-se para o consumidor é conhecer a sua cultura, necessidades, valores, suas possibilidades econômicas e emocionais (LOBACH, 2001).

Nesse momento, de acordo com o autor supracitado, tem-se no profissional do design o responsável por criar os objetos voltados para o

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conforto e bem-estar do usuário, aquele que agrega valores referentes à forma, função, praticidade, ergonomia e estética.

Desse modo, busca-se, na estética do objeto, uma forma para a beleza que tanto envolve o consumidor pelo apelo visual quanto pelo atendimento aos seus desejos de prazer e felicidade (LOBACH, 2001).

A partir do exposto pode-se inferir que, em design, é possível pensar no ponto, nas linhas, na cor, nas manchas e no volume, a partir das emoções relacionado ao cotidiano do público alvo.

3.2.2. O vestuário masculino como uma das expressões da moda

A moda tem se mostrado historicamente, em grande medida associada ao embelezamento do sexo feminino. De fato a moda durante a maior parte de seu processo de constituição se voltou à ornamentação das mulheres. Mas nem sempre foi assim.

De acordo Hollander (1996) até o final do século XVI a atividade da alfaiataria era exercida apenas pe los homens. Eles dominavam as técnicas de corte e costuras mais elaboradas. Eram os alfaiates masculinos que confeccionavam as roupas de ambos os sexos, os modelos eram criados e confeccionadas utilizando-se os mesmo materiais, e se diferenciavam na forma e no ajuste ao corpo. Nesse período a moda masculina estava na liderança imaginativa; como pode ser observado nas imagens 1 e 2:

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Figura1: Jean de St.-Jean. Habit d’ épée Figura 2: Jean de St.-Jean, A lady

Ilustração francesa de moda 1685. walk ing in the country, ilustração Fonte: livro o sexo e as roupas. p. 94 Francesa de moda, circa, 1680.

Fonte: livro o sexo e as roupas. p. 95

As imagens acima confirmam a idéia apresentada por Hollander (1996), pois demonstra as roupas masculinas mais ornamentadas diante das roupas femininas, que se apresenta mais simples e com menos detalhes. Ambos usam saltos, fitas, laços e cabelos encaracolados – sendo o cabelo da mulher coberto- enquanto o homem usava grandes perucas, além de chapéu ornamentado e lenço no pescoço.

A autora então afirma que essas diferenças acompanharam um rompimento profundo que aconteceu no ofício da alfaiataria durante o reinado de Luís XIV. Ou seja, após a solicitação de um grupo de costureiras, o rei concedeu permissão para formar uma guilda6 de alfaiates femininas para confeccionar roupas para as mulheres, a consequência desse rompimento é ressaltada pela seguinte citação da autora:

“Embora esta mudanç a tivesse originalmente sido iniciada pelas mulheres visando seu próprio benefício, esta terminou porém transformando-s e ao final em des vantagem, já que a moda ficou cada vez mais dividida ent re a respeitável alfaiataria masculina e a frívola

“moda” para as mulheres. A “moda” ao contrário da alfaiataria, veio a

6 Guildas: também chamadas de corporação de ofício, onde operários qualificados numa determinada função, que uniam -se a fim de se defenderem e de negociarem de forma mais eficiente.(MARIA NO, 2011)

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ser algo criado e consumido pelas mulheres, o que foi de uma maneira ou de outra considerado um prejuízo para o sexo masculino e portant o para a humanidade como um todo. O momento marcou o começo de uma divergência fundamental nas roupas dos dois sexos que afetou todo o século XV III, alcançou seu ápice no século XI X e ainda persiste.

E a partir daí começou também o desenvolvimento único e notável do traje masculino moderno com sua aparência abstrata marc ante, que esteve sempre em desac ordo com todas as roupas femininas projetadas durante a longa ascendência do traje”. (HOLLANDER, 1996. p. 88)

Devido a esta divisão no modelo de confecção das roupas no século XVII, e em função dos estilos de vida que surgiram a partir do desenvolvimento econômico e social, os homens diminuíram a quantidade de ornamentos utilizados nas roupas, tornando -a cada vez mais prática e associada ao trabalho. (HOLLANDER 1996)

Dessa forma entende-se que as mudanças ocorridas no vestuário masculino, bem como na relação entre o homem e a moda, de modo geral, refletem as transformações pelas quais a identidade masculina passou, e contribuiu para a construção da identidade masculina, como afirma caldas (1997):

“À primeira vista, isso poderia parecer apenas um fenômeno de passarela, mas a questão era mais complexa: as mudanças da moda refletiam, exemplarmente, t rans formações mais decisivas que estariam ocorrendo no comportamento e nos papéis masculinos, fruto, por sua vez, da crise de identidade que o homem contemporâneo atravessa e que vem sendo estudada por psicólogos e sociólogos há mais de uma década.” (CALDAS, 1997, p. 149)

3.2.3. Moda masculina: da alfaiataria ao prêt-á-poter

O vestuário masculino atinge o seu ápice em luxuosidade com Luis XIV.

A moda masculina francesa tendo como seu maior representante o rei tornou- se referência, sendo copiada. Segundo Laver (1989), Luís XIV estava empenhado “em tornar a França o árbitro da Europa, não só politicamente, como também em questões de gosto” (LAVER, 1989, p. 116). Os detalhes eram muitos, exploravam os bordados e as rendas, o exagero era a característica do período barroco, estilo predominante da época. Ainda

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segundo o autor, as roupas masculinas francesas modificaram-se pouco durante meados do século XVIII. As características de ornamento das roupas masculinas desse período podem ser observada na figura 3, que demonstra o rei Luis XIV, vestido com babados, rendas, bordados e plumas no chapéu.

Figura 3: Luís XV II; Fonte: site: olhardascienciassocias.blogspot.com.br

Após a dominação do estilo representado por Luís XIV, por volta da segunda metade do século XVIII, segundo Hollander (1996) o vestuário extremamente ornamentado da corte francesa começa a tornar-se incômodo, pois mantinham características de antigas idéias, as quais não correspondiam ao período, onde ocorreram transformações como o inicio da revolução industrial liderada pela Inglaterra, que estava democrática e tecnologicamente mais avançada que a frança, assim os ingleses tinham acabado com o regime absolutista, enquanto a França permanecia nele.

Então devido às novas necessidades da aristocracia inglesa, que exigiam roupas práticas e simples, surge o estilo inglês, influenciado por “uma mistura de simplicidade chique proposta pelos antigos puritanos, pelos proprietários de terras e pelas pessoas de boa posição social, dando destaque a vida e os esportes campestres”. Hollander (1996) ao descrever o novo estilo inglês afirma que um casaco simples, botas úteis, chapéu e roupa branca

Referências

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