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Boletim Gaúcho de Geografia

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Academic year: 2021

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Boletim Gaúcho de Geografia

http://seer.ufrgs.br/bgg

Publicado por

Associação dos Geógrafos Brasileiros

Informações Adicionais

Email: portoalegre@agb.org.br

Políticas: http://seer.ufrgs.br/bgg/about/editorialPolicies#openAccessPolicy

Submissão: http://seer.ufrgs.br/bgg/about/submissions#onlineSubmissions

Diretrizes: http://seer.ufrgs.br/bgg/about/submissions#authorGuidelines Data de publicação - maio, 1984

Associação Brasileira de Geógrafos, Seção Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil

TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO DA GEOGRAFIA NA ESCOLA DE 1º E 2º GRAUS

Antonio Carlos Castrogiovanni

Boletim Gaúcho de Geografia, 12: 71-74, maio, 1984.

Versão online disponível em:

http://seer.ufrgs.br/bgg/article/view/37790/24378

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TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO DA GEOGRAFIA

NA ESCOLA DE 1Q E 29 GRAUS**

Antonio Carlos Castrogiovanni*

A função do professor, segundo Nidelcoff (1983), é auxiliar o aluno a ver e compreender a realidade, expressar tal realidade e expressar-se, descobrir e assQ~ir a responsabilidade de ser elemen to de mudança.

Fundamentando essa função, o ensino da Geografia tem o objeti vo básico de levar o aluno à compreensão das inter_relações exis= tentes entre os elementos que concorrem para a formação e organiza cão do espaço, acompanhando as constantes transformações decorren= tes da ação humana em suas relações com o meio em determinado mo-mento.

Então: Será que estamos empenhados em fazer uma Geografia que possibilite alcançar tais metas? Como desenvolver nosso trabalhopa ra atingir tais o~jetivos? Não será atraves do estudo de elementos próximos que propiciem o entendimento da realidade? Ou, ao contrá-rio, continuamos debruçados numa Geografia fria, morta e acadêmiç~

tão distante que se torne inútil, trazendo deliberadamente um to-tal descrédito social? Não será hora de lançar mão de situaçõescon cretas, que estimulem a reflexão, a crItica, a aplicação e, porta~

to, o conhecer dos processos pertinentes ao contexto?

Desta forma, uma das atividades que acreditamos facilitar a tarefa do professor é o Trabalho de Campo (TC). Ele serve de

esti-mul~ na medida que utiliza situações concretas, sugerindo uma apli cabilidade imediata. O TC propicia a descrição, comparação, expli= cação e a compreensão dos diversos elementos que concorrem para a

formação das paisagens geográficas. O aluno sente a Geografia inse

*

Professor de G~ografia do Colêgio de Aplicaçào da UFRGS.

**

Realizado a partir de Experiências desenvolvidas no Colêgio de Aplicação da UFRGS.

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rida no seu dia-a-dia, concluindo que ela é útil. Começa a neste campo do conhecimento e passa a valorizá-la como as ciências.

Mas, o que é TC em Geografia?

criar demais

Para nós, é toda a atividade oportunizada fora da situação de sala de aula, que busca concretizar etapas do conhecimento pela ob servação direta de elementos significativos para o campo da Geogra fia. Não significa uma pesquisa, tampouco é sinônimo de viagem. E simplesmente levar o aluno a descobrir o que nós professores já sa bemos.

o TC deve ser desenvolvido já nas primeiras séries, para que hábitos e habilidades sejam adquiridos com mais segurança. Desde cedo devem-se propiciar situações que levem a criança a pensar o espaço. Não será uma atividade especial; dentro do possível, deve-rá fazer parte normalmente do processo ensino-aprendizagem.

PRINCIPAIS OBJETIVOS PARA A REALIZAÇÃO 00 TC EM GEOGRAFIA:

1. Utilização de forma precisa e prática do vocabulário Geo-gráfico.

Grande parte dos alunos apresenta dificuldades em entender e utilizar claramente termos geográficos. Simplesmente os memorizam para prestarem avaliações. Cabe ao professor transformar tais pala vras mortas em experiências vivas, despertando o aluno para a valI dade científica e prática do correto emprego dos termos geográfi-cos.

2. Análise de cartas Geográficas. Confecção de "mapa" e dese nhos.

o aluno deve realizar seu próprio mapa ou desenho, observando a posição relativa dos objetos, desenvolvendo o sentido de orienta ção, buscando uma escala adequada. Perceber que a carta geográfi-ca é um instrumento de síntese, mostrar sua utilidade em situações práticas, sentir que as delimitações nas cart.as não são tão níti das na realidade. Comparar as cartas com a realidade, mostrar que as cartas também podem ser f:ruto de interesses particulares.

3. Observação, descrição, comparação e atuação dos elementos que constituem as diferentes paisagens caso

diversos

geográf~

Iniciar observando as diversas formas de relevo, destacar que não são singulares. Analisar suas vantagens e desvantagens para a ocupação do homem. Verificar que a escola, o bairro, a cidade es-tão sob formas de relevo, criando uma série de necessidades. Obser var e descrever os diversos elementos "fIsicos" e "humanos" que

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interagem, constituindo as diversas paisagens, enfatizar o papel do homem corno um agente de fundamental importância.

Compreender a atuaçâo destes elementos e verificar que sempre ocorrem situações de causa e efeito, e que eles se inter-reldcio_ nam, resultando um macro sistema universal.

4. Aplicaçâo de conhecimentos e experiências na análise espaços diferentes; próximos e distantes.

de

A partir da anâlise e conclusões sobre situaçÕes próximas, ex trapo lar para contextos mais amplos e distantes e, portanto, menos concretós.

A INTERDISC.IPLINARIEDADE - OBSERVAÇÕES FINAIS:

Todo TC deve, dentro do passiveI, ter um caráter interdj,sci-plinar, para reforçar a idéia de que as várias disciplinas se in_ tegram e concorrem para o processo do conhecimento. Deve ser enfá_ tica a preocupação em não supervalorizar uma área do conhecimento em detrimento das demais.

Os professores que participam do TC devem ter bem nitidos os objetivos, assim como discutI-los previamente com seus alunos. O local ou o quê será trabalhado, deve ser conhecido pelos professo res. Quando se tratar de um TC muito extenso, atividades de recrea ção, bem como reuniões e debates, devem ser planejadas. É fundamen tal um trabalho de apoio em sala de aula, antes e após, assim como a solicitação de materiais, relatórios, cartas geográficas, dese-nhos, fotografias, entrevistas, quadros estatisticos, classifica-ção de materiais coletados e outros que se julga necessários. en-fim, conclusões gerais pelo grande grupo, assim como uma avaliação com todos os professores. Sempre que possIvel referenciar tal ati-vidade, como meio de exemplificação e valorização.

A partir do que foi exposto, pode_se concluir que o TC desen-volve o hábito de busca, isto é, da descoberta do conhecimento e de sua utilização. Valorizando, desta forma, a ciência geográfica, o aluno pensa o espaço, descobre-se como um elemento atuante e, ao sentir sua participação, assume a responsabilidade de ser um elemen to transformador deste espaço. Além disto, o TC comprova a impor= tância dos conteúdos de Geografia para a elaboração do conhecimen-to como um conhecimen-todo.

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REFERtNCIAS

BIBLIOGR~FICAS

1. BAILEY, Patrich: Didáctica de la Geografia, Madrid, Editorial Cincel, 1982.

2. NIDELCOFF, M. Teresa: A Escola e a Compreensão da Realidade. são Paulo, Editora Brasiliense, 1983.

3. UNESCO: Método para La Ensenãnza de La Geografia. Barcelona, Teide, 1966.

Referências

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