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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE FACE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS CCA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE – FACE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS – CCA

Graduação em Ciências Contábeis

DANILO PEREIRA SANTOS

PERFIL DOS EGRESSOS DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL SOB ENFOQUE DO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA

BRASÍLIA, DF 2014

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DANILO PEREIRA SANTOS

PERFIL DOS EGRESSOS DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL SOB ENFOQUE DO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) apresentado ao Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de Brasília, como requisito à conclusão da disciplina Pesquisa em Ciências Contábeis e obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Área de concentração: Impactos da Contabilidade na Sociedade

Linha de Pesquisa: Educação e pesquisa contábil

Orientadora: Profa. Dra. Ducineli Régis Botelho

BRASÍLIA, DF 2014

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DANILO PEREIRA SANTOS

PERFIL DOS EGRESSOS DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL SOB ENFOQUE DO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) apresentado ao Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de Brasília, como requisito à conclusão da disciplina Pesquisa em Ciências Contábeis e obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Área de concentração: Impactos da Contabilidade na Sociedade

Linha de Pesquisa: Educação e pesquisa contábil

APROVADA em 28 de novembro de 2014.

BANCA AVALIADORA

______________________________________________ Prof. ELIVÂNIO GERALDO DE ANDRADE

Universidade de Brasília Professor Avaliador

______________________________________________ Prof.ª Dra. DUCINELI RÉGIS BOTELHO

Universidade de Brasília Orientadora

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Reitor da Universidade de Brasília – UnB

Prof. Dr. Ivan Marques de Toledo

Vice-Reitora da Universidade de Brasília – UnB

Profª. Dra. Sônia Nair Báo

Decano de Ensino e Graduação – UnB

Prof. Dr. Mauro Luiz Rabelo

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE/UnB

Prof. Dr. Roberto de Goés Ellery Júnior

Vice-Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE/UnB

Prof. Dr. José Carneiro da Cunha Oliveira Neto

Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais – CCA/UnB

Prof. Dr. José Antonio de França

Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis e Atuariais (diurno) – CCA/UnB

Profª. Ms. Rosane Mario Pio da Silva

Coordenador do Curso de Ciências Contábeis e Atuariais (noturno) – CCA/UnB

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AGRADECIMENTOS

À minha família, pelo amor, pelo carinho e pela compreensão.

Aos meus amigos e colegas, sem os quais eu não teria alcançado minhas conquistas.

À Profª. Dra. Ducinéli Régis Botelho, pelo incentivo, pela atenção e pela paciência.

Às Instituições de Ensino Superior de Ciências Contábeis do Brasil, que cooperaram enviando

e-mails aos seus egressos.

Aos mestres e doutores em Ciências Contábeis, que colaboraram com esta pesquisa.

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RESUMO

Os cursos de Pós-Graduação strictu senso têm o intuito de formar professores para as Instituição de Ensino Superior. Os egressos desses cursos têm a importante função de formar profissionais qualificados para atuação no mercado de trabalho, por isso precisam fornecer à sociedade pessoal preparado para atender as necessidades de trabalho. Os professores ensinam aos alunos as descobertas científicas desenvolvidas por pesquisas e que são compartilhadas entre os colegas de profissão em periódicos e encontros. Este estudo visa analisar o perfil dos egressos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil sob o enfoque do exercício da docência. Buscou-se analisar o perfil dos egressos dos cursos de Pós-Graduação listados na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) com notas iguais ou superiores a três pontos. Observou-se que dois terços dos egressos da amostra são docentes e que a maior parte deles iniciou a atividade antes da obtenção do título de Pós-Graduação. Quase a totalidade dos egressos (90%) vinculados a alguma Instituição de Ensino Superior atuam como professores. Percebe-se que os egressos dão importância à docência, mas Educação e pesquisa em Contabilidade foi a linha de pesquisa menos presente entre as dissertações e teses dos mestres e doutores da amostra, demonstrando a menor expressividade que essa área tem em comparação com as outras.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição por gênero dos egressos da amostra ... 22

Gráfico 2: Distribuição por região de Instituição de Ensino Superior a qual está vinculado ... 23

Gráfico 3: Titulação obtida pelos egressos da amostra ... 24

Gráfico 4: Linhas de pesquisa dos egressos da amostra ... 24

Gráfico 5: Gênero por linhas de pesquisa ... 26

Gráfico 6: Egressos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis que exercem a docência ... 27

Gráfico 7: Exercício da docência por titulação ... 27

Gráfico 8: Instituição de ensino vinculada pública e privada ... 29

Gráfico 9: Exercício da docência por tipo de Instituição de Ensino Superior ... 30

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LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 Contextualização ... 10 1.2 Problema ... 12 1.3 Objetivo ... 12 1.4 Delineamento da pesquisa ... 12 1.5 Justificativa ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14 2.1 Pesquisa em contabilidade ... 14 2.2 Ensino em contabilidade ... 17 3 PROCEDER METODOLÓGICO ... 20 4 RESULTADOS E ANÁLISE ... 22 5 CONCLUSÕES ... 33 REFERÊNCIAS: ... 35

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

São dois os principais proveitos das pesquisas científicas: (1) benefícios à sociedade, provenientes dos avanços proporcionados pelo desenvolvimento científico (CUNHA e CORNACCHIONE JÚNIOR, 2011); (2) e utilização do desenvolvimento como procedimento de ensino. Os benefícios da pesquisa no processo de aprendizagem e ensino são bastante difundidos no campo da educação, inclusive no campo da contabilidade. Pierre et al. (2009) sugerem que a construção do conhecimento na área contábil requer especificidades e que exige investigações diferentes das realizadas em outras áreas.

Há aumento notável no número de Instituições de Ensino Superior (IES) que oferecem cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil. No ano 2000 existiam apenas quatro programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no país e em 2008 esse número aumentou para 18 (SOUZA et al., 2008). Atualmente há 18 cursos de mestrado acadêmico e nove de doutorado (estando o curso da UFRJ aguardando homologação do Conselho Nacional de Educação (CNE))1 registrados na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Com a expansão do número de cursos formadores, é esperado aumento no número de profissionais mestres e doutores na área contábil. A docência é área importante para a profissão, porque amplia o número de profissionais no campo e aprimora os já atuantes na área por meio de atualização de conhecimento. Ou seja, possibilita que os avanços da ciência alcançados por meio de pesquisas e estudos sejam difundidos nas instituições de ensino e, posteriormente, na sociedade.

O número de trabalhos científicos focados em ensino e pesquisa em Ciências Contábeis é expressivamente inferior aos realizados em outras linhas de pesquisa. Miranda et

al. (2013) demonstram que das 206 teses aprovadas entre 1960 e 2009 no Brasil, apenas 16%

delas eram na área de educação e pesquisa em Contabilidade. Quanto mais dissertações e teses são feitas em uma linha de pesquisa, mais trabalhos científicos serão feitos naquela área (DIAS, BARBOSA NETO E CUNHA, 2011).

Além da frequência obrigatória aos cursos de formação, os quais servem para proporcionar uma formação científica sólida, a apresentação de dissertação e tese,

1

<http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesquisarAreaAvaliacao> Acesso em: 08 out. 2014.

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respectivamente, é exigida para concessão dos diplomas aos mestres e doutores. O título de mestre é concedido àqueles que comprovam domínio do conteúdo estudado, que pode ser demonstrado por meio de dissertação. O candidato apresenta sua pesquisa à comissão avaliadora e estes julgam se o candidato adquiriu o conhecimento exigido para aquele nível. O título de doutor é concedido aos pesquisadores que contribuem para o desenvolvimento da ciência, por meio da pesquisa que executam e a defendem com suas teses. Os colegas examinadores avaliam se a pesquisa traz evolução para a ciência e a academia concede o título de doutor ao pesquisador.

O desenvolvimento da ciência ocorre na realização e divulgação de trabalhos científicos. Os pesquisadores realizam levantamentos acerca dos mais diversos assuntos dentro do conhecimento e demonstram as suas conclusões aos seus colegas. Assim, a atividade profissional é aprimorada conforme há troca de informações entre os pares. Outra forma é através do ensino. Os professores transmitem aos alunos os avanços mais recentes da ciência e já os deixa a par da situação em que encontrarão o cenário no qual atuarão tão logo concluam seus cursos. Aí se encontra a importância do compartilhamento de descobertas científicas. O professor ensina na sala de aula as suas próprias pesquisas e as conclusões de outros pesquisadores, que compartilharam as descobertas mais recentes em revistas, periódicos e encontros.

A academia tem papel importante de formar profissionais que atuem na sociedade, promovendo pessoal detentor de qualidades para desempenho das mais diversas atividades que a comunidade necessita. É importante que os profissionais sejam bem qualificados para exercerem suas profissões e uma boa formação acadêmica é fundamental para isso. O professor é o responsável pela formação de todos os profissionais que atuam em todas as áreas específicas do conhecimento. Se não houvesse o professor para ensinar então não haveria pessoal qualificado para trabalhar.

O papel do professor é de fundamental importância para o processo de ensino, pois atua como facilitador do entendimento. A educação de qualidade exige profissionais com formação adequada e sólida, pois a qualidade e eficácia da educação são sustentadas, em parte, pelo seu corpo docente (CORNACCHIONE JÚNIOR, 2004). Os egressos dos cursos de Pós-Graduação são comprovadamente detentores de conhecimentos, portanto, para se constatar se os desenvolvimentos por meio das pesquisas estão sendo transmitidos para os profissionais, é importante saber se esses mestres e doutores exercem a docência e transmitem o conhecimento da ciência por meio do ensino após provarem o domínio da matéria e a

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capacidade de evoluir o conhecimento por meio de contribuições científicas, ou seja, após a obtenção dos títulos de Pós-Graduação stricto sensu.

1.2 Problema

Seguindo esse raciocínio, surge a questão central desta pesquisa: Os egressos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil exercem a docência?

1.3 Objetivo

O objetivo deste estudo é analisar o perfil dos egressos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil sob o enfoque do exercício da docência.

1.4 Delineamento da pesquisa

O enfoque desta pesquisa é sobre os mestres e doutores em Ciências Contábeis egressos dos cursos de Pós-Graduação acadêmicos e profissionalizantes listados na Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (CAPES) na área de Ciências Contábeis e com notas iguais ou superiores a três pontos.

Niyama (2005) diz que “a qualidade da educação na área contábil tem significativo impacto na qualidade e no tipo de informação, bem como no sistema contábil capaz de gerar informações.” A Contabilidade é forte em países em que a área é objeto de estudos, enquanto é fraca em questão de ensino nas nações que apenas a veem como atividade de escrituração. Essa ideia é presente no Brasil porque são poucos os graduados que seguem o caminho da Pós-Graduação stricto sensu, em parte, devido ao reduzido número de cursos disponíveis.

Portanto, o estudo sobre a educação contábil no Brasil é importante para assegurar a qualidade do trabalho do contador e dos sistemas contábeis, uma vez que a Contabilidade se desenvolve quando a educação contábil é objeto de estudo.

1.5 Justificativa

Esta pesquisa é justificada pela importância que o docente tem para toda a sociedade e, no caso específico, para a área contábil e pela necessidade de formação de profissionais mais

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bem qualificados para atuação nas diversas organizações que operam na sociedade. O professor é parcialmente responsável pelo desenvolvimento político e social da sociedade, porque insere nesse meio indivíduos conscientes de seus deveres e direitos (PELEIAS et al., 2007).

Outros trabalhos já estudaram o assunto, como Cunha e Cornacchione Júnior (2011) que analisaram a contribuição acadêmica dos doutores em contabilidade por meio da quantidade de trabalhos publicados e registrados nos seus Currículos Lattes; Lousada e Martins (2005) que questionaram “a importância do desenvolvimento de sistemas de acompanhamento de egressos como um mecanismo que permita a melhora contínua da qualidade da gestão dos serviços educacionais prestados.”; Miranda et al. (2013) delinearam a produção científica e as linhas de pesquisa de doutores que defenderam teses em educação e pesquisa contábil na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) entre 2005 e 2009 e salientaram que existem poucas pesquisas acerca de questões didático-pedagógicas, com possibilidade da falta ser decorrente de "pouco domínio dos pesquisadores sobre o assunto e revelando a necessidade de preparação dos doutores em Contabilidade para o exercício da docência".

A análise do perfil dos egressos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil permitirá identificar se esses mestres e doutores contribuem para a formação de profissionais qualificados para atuação no mercado de trabalho e para a evolução da ciência contábil e, consequentemente, da sociedade, por meio da docência, ou seja, formando cidadãos ativos e conscientes de seus papeis sociais.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Pesquisa em contabilidade

A valorização da produção científica no meio acadêmico pode prejudicar o desempenho docente dos profissionais, uma vez que é mais glorificante ter trabalhos publicados e reconhecidos, ao invés de formar bons profissionais de contabilidade para atuação no mercado de trabalho. O profissional que publica mais conteúdo é mais bem quisto na academia, pois a quantidade de trabalhos produzidos e publicados é medida para determinação do desempenho do profissional acadêmico, logo o professor que publica com mais frequência e velocidade possui maior valor para a comunidade educativa (MIRANDA et

al., 2013). A escolha do caminho da docência pode ser influenciada negativamente pela

concepção de que o número de trabalhos científicos publicados é indicador de desempenho profissional. Dessa forma, o professor procurará ocupar mais seu tempo com pesquisas e trabalhos e menos com o exercício da docência, pois verá isso como mais vantajoso para a sua carreira.

Cada hora adicional de esforço adicional que um professor dedica à docência provavelmente reduz uma hora de esforço que dedicaria à pesquisa e isso prejudica suas expectativas de carreira e sua remuneração a longo prazo. Existe uma quase perfeita correlação negativa entre as horas de docência e o salário. Os sistemas de reconhecimento e recompensa habitualmente desanimam os professores de levarem a sério a docência. (GIBBS, 2004, pp. 16-17 apud MIRANDA et al., 2013).

O Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais (CCA) da Universidade de Brasília (UnB) oferece cursos de Pós-Graduação em nível de mestrado e doutorado na área de concentração Mensuração Contábil, sendo as suas linhas de pesquisa: (1) Contabilidade e Mercado Financeiro, (2) Contabilidade para Tomada de Decisão e (3) Impactos da Contabilidade na Sociedade. Não há linha de pesquisa destinada a educação e pesquisa em Contabilidade, o que demonstra a menor expressividade dessa área em relação às outras, mesmo esse sendo um dos poucos programas com nota igual ou superior a cinco pontos (sendo o máximo sete) na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Miranda et al. (2013) delinearam as linhas de pesquisa e produção científica na área de educação e pesquisa contábil de doutores que defenderam suas teses na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) entre os

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anos de 2005 e 2009 e dos doutores com Currículos Lattes atualizados após o final do ano de 2008, dentro das quatro linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da FEA/USP. São elas (1) Controladoria e contabilidade gerencial; (2) Contabilidade para usuários externos; (3) Mercados financeiro, de crédito e de capitais; e (4) Educação e pesquisa em contabilidade. Os autores puderam perceber que apenas 16 teses defendidas estavam classificadas na linha de educação e pesquisa em Contabilidade, o que representa 8% de todos os trabalhos do período. Ainda, que somente 4% do total eram pesquisas acerca de ensino de contabilidade especificamente. Um dado interessante é a representação de 38% das teses em educação e pesquisa em Contabilidade terem sido defendidas por mulheres, o que mostra uma representação bem maior do que em todas as outras linhas de pesquisa, demonstrando uma possível maior afinidade feminina para o tema. Quanto às linhas de pesquisa informadas nos Currículos Lattes dos doutores, apenas 8% eram de educação e pesquisa em contabilidade. Esses resultados confirmam que os programas de Pós-Graduação estão voltados para a formação técnico-científica de pesquisadores, com conhecimentos específicos da área contábil e teóricos, ao invés de formação pedagógica. Também demonstram a preferência dos pesquisadores para temas relacionados à atividade profissional do contador e pouca afinidade com conteúdos de teorias e conceitos pedagógicos. Os autores ressaltam a necessidade dos programas de Pós-Graduação valorizem e fortalecerem aspectos da formação didático-pedagógica dos alunos, juntamente da preparação técnico-teórica e apontam a importância dos periódicos abrirem mais espaço para divulgação de estudos acerca do tema.

Cunha e Cornacchione Júnior (2011) apresentaram uma pesquisa com o objetivo de “levantar e caracterizar contribuições acadêmicas dos doutores em Ciências Contábeis.” Eles analisaram os Currículos Lattes até o final do ano de 2005 de 125 doutores e constataram que “um terço deles nunca publicaram um artigo científico em periódicos ou eventos ou, se o fizeram, foi feito antes de 31/12/2004.” Existe uma concentração de publicações de autoria de poucos pesquisadores. Os autores acreditam que os doutores precisam contribuir mais com a renovação da ciência, por meio da publicação, uma vez que, como os cursos de doutorado são oferecidos por universidades públicas, os benefícios do título ficam com os indivíduos enquanto os custos ficam com o Estado. Ainda, que, se a intenção do doutor não for se dedicar à pesquisa, é preferível que se dedique aos cursos de mestrado profissionalizante –

Master’s of Business Administration (MBA).

Antunes et al. (2004) afirmam que boa parte dos artigos científicos publicados em periódicos são inspirados em dissertações e teses. Estes trabalhos predizem as linhas de

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pesquisa e delineiam tendências para produções científicas seguintes, pois são considerados reflexos do estado da arte em que se encontra a área científica e funcionam como inspiração e base para pesquisas. Portanto, se o número de trabalhos de conclusão de cursos de Pós-Graduação stricto sensu na área de pesquisa e educação é menor do que os trabalhos nas outras áreas, espera-se que haja menos publicações de artigos científicos nesse campo.

Um artigo científico somente é publicado em um periódico se seu conteúdo for compatível com o perfil editorial da revista e dos leitores (DIAS, BARBOSA NETO e CUNHA, 2011). Publicações na área de pesquisa e educação não são bem vistas também por editores de revistas da área contábil. No cenário internacional, Pierre et al. (2009) citam que publicações em pesquisa e educação, na visão de seus editores, tendem a reduzir a qualidade de suas revistas, pois não têm o mesmo reconhecimento que as pesquisas de outras áreas da Contabilidade, a ponto de recusar trabalhos que tratem desse assunto. As publicações no campo da educação contábil ficam concentradas em editoriais específicos, cujo público alvo é o grupo de pesquisadores da área, o que corrobora com a pouca difusão do assunto na comunidade. Dessa forma, a área de pesquisa e educação em Ciências Contábeis, dentre as alternativas de pesquisa, acaba se tornando opção menos frequente para a escolha como assunto alvo de estudos e publicações.

O incentivo para o professor se dedicar mais à docência é menor, tendo em vista que a academia reconhece mais os profissionais com mais trabalhos publicados, pois a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES) avalia os cursos de Pós-Graduação das Instituições de Ensino Superior com base na quantidade e não na qualidade da sua produção científica. Ter a responsabilidade e dedicação de formar bons profissionais qualificados deveria ser tão valorizado quanto publicar pesquisar. Como consequência da área de ensino ser menos visada como tema de pesquisas, o seu desenvolvimento pode ser mais lento do que o das outras áreas mais estudadas. A educação precisa de mais pesquisas para se desenvolver e melhorar a qualidade do ensino. Quanto maior for o interesse por essa área, maior será a quantidade de dissertações e teses acerca do tema e, consequentemente, mais pesquisas serão elaboradas, permitindo que a área se desenvolva. Uma das maneiras de incentivar a área é o reconhecimento do assunto como fundamental para o desenvolvimento da ciência e favorecer publicações em periódicos importantes e tradicionais, sem que haja preconceitos a respeito do tema.

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2.2 Ensino em contabilidade

A relevância da formação de mais profissionais não está apenas na quantidade, mas deve ser pautada principalmente na qualidade. Nossa (1999) afirma que houve um grande crescimento no número de Instituições de Ensino Superior no Brasil desde a década de 1950, mas a grande expansão de oportunidade de estudo não foi acompanhada pela atenção à qualidade do ensino. Valorizaram apenas a quantidade, enquanto o preparo dos docentes foi improvisado para atender ao crescimento de alunos nos cursos. Os professores eram despreparados, porque, em sua maioria, os profissionais que tinham sucesso nos seus ramos de atuação eram selecionados para o ensino, sem que tivessem aprendido as práticas pedagógicas básicas (NOSSA, 1999). Observa-se a importância da qualificação do professor, para que este seja formado com o intuito específico de exercer essa atividade distinta. O professor improvisado ensina aos alunos apenas o que sabe ou o que é teórico, enquanto o ideal é prepará-los para que desenvolvam a capacidade de aprender, mesmo após a conclusão do curso universitário, uma vez que os egressos da graduação enfrentarão situações novas inesperadas, pois a ciência se desenvolve constantemente. O bom professor é o que teve bem estruturadas e fundamentadas as formações técnico-científica, prática, pedagógica e política.

Miranda (2010) corrobora com Nossa (1999), afirmando que a docência no nível superior não era assunto comum para trabalhos dos pesquisadores e docentes até pouco tempo atrás. Apenas o domínio do assunto lecionado já era considerado suficiente para a transmissão do conhecimento, uma vez que o corpo discente do nível superior é formado por adultos, capazes de aprender sem a obrigação de domínio didático-pedagógico dos professores. Evidentemente esse conceito vem sendo questionado. O autor define que a didática pode ser entendida sob o aspecto de três dimensões: humana, que representa a relação dos envolvidos no processo de aprendizagem com o meio em que estão inseridos, principalmente na relação do professor com o aluno, no sentido do esforço e da atenção que dispõe para ensinar/aprender; político-social, que considera a cultura, o tempo histórico e o passado dos indivíduos e entidades. Trata da educação como um benefício para toda a sociedade, sem considerar o indivíduo como único privilegiado; e técnica, a qual contempla o processo de transmissão do conhecimento de um indivíduo para o outro, incluindo as técnicas, os métodos e os procedimentos.

Miranda (2010) analisou as disciplinas e conteúdos didático-pedagógicos dos programas de Pós-Graduação stricto sensu em Ciências Contábeis no Brasil e concluiu que apenas dois programas apresentaram disciplinas de conteúdo didático-pedagógico como

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estudo obrigatório, sendo que essas disponibilizaram as menores cargas horárias. Nos outros programas, as disciplinas relacionadas eram optativas, mas com cargas horárias maiores. Dois outros programas sequer apresentaram essas disciplinas. O aspecto mais valorizado nos programas é a dimensão técnica, que visa os métodos de ensino, o que pode tornar esse procedimento mecanizado. Embora as técnicas sejam importantes, o principal a ser desenvolvido deveria ser a conscientização do ensino, tratando a atividade como autorreflexiva e com componentes de racionalização sobre a ação. A categoria profissional e a sociedade acabam sendo afetadas quando a formação do professor não é aperfeiçoada. Nas palavras do autor:

a docência requer habilidades específicas e distintas daquelas exercidas pelo contador profissional, as quais devem ser desenvolvidas a fim de se obterem professores habilitados e capacitados ao ensino da Ciência Contábil. Caso contrário, os profissionais da Contabilidade terão dificuldades para acompanhar mudanças que estão ocorrendo, como a harmonização das práticas contábeis mundiais. (MIRANDA, 2010).

Os cursos de Pós-Graduação stricto sensu em Ciências Contábeis são alvo de muitas pesquisas científicas, dada a sua importância para a formação do corpo docente e profissional da área. Souza et al. (2008) realizaram análise das Instituições de Ensino Superior de Ciências Contábeis no Brasil e de seus pesquisadores por intermédio de sua produção científica, a fim de determinar "quais são as instituições e os autores responsáveis pela produção de conhecimento na área de Ciências Contábeis e quais são as áreas de interesse que têm merecido a atenção desses pesquisadores". Os autores classificaram as Instituições de Ensino Superior em categorias de centro e periferia com base no quantitativo da produção científica e constataram que a Universidade de São Paulo (USP) é a principal instituição nesse quesito, classificando-a como centro de produção. Ela é seguida da Universidade de Brasília (UnB), da FUCAPE Business School (FUCAPE) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as quais completam o polo central da produção científica no país. Todas as outras instituições foram classificadas nas zonas intermediárias e periféricas, tomando como base a quantidade de trabalhos científicos produzidos e divulgados. Os autores relacionaram as produções das Instituições de Ensino Superior com as áreas temáticas da Contabilidade e observaram que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apresentaram porcentagens de 48,75% e 57,50%, respectivamente, de produção científica na área de pesquisa e educação contábil, representando os maiores percentuais entre todas as instituições analisadas. Entretanto, essa área foi a de menor representação nas outras instituições do polo central. Os autores identificaram os pesquisadores que mais produzem

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trabalhos científicos em geral e em áreas específicas e revelaram que os pesquisadores e docentes da Universidade de São Paulo (USP) são os que mais aparecem na relação.

Lousada e Martins (2005) enxergam que há importância em se analisar os egressos dos cursos de Ciências Contábeis, porque esse acompanhamento permite analisar a qualidade do ensino. Tendo em vista que a função das Instituições de Ensino Superior é formar profissionais que trabalhem nos mais diversificados campos de atuação disponíveis na sociedade, elas necessitam ter meios para receberem informações de retorno quanto à qualidade da atuação dos profissionais que formam. Acompanhar o desempenho dos profissionais é uma das maneiras de avaliação do ensino. Se os egressos estiverem sendo bem absorvidos pelo mercado de trabalho ou estiverem com dificuldades para atuarem nas suas profissões, pode ser indício de que o ensino precisa de melhorias. Da mesma maneira, se os diplomados estiverem sendo valorizados e desempenhando funções importantes nas organizações e na sociedade, é sinal de que a formação profissional está sendo bem feita quanto à qualidade do ensino e a coerência do currículo com as exigências do mercado.

A profissão de professor evoluiu e mudou da figura que apenas repassava os conhecimentos aos alunos. Hoje o docente tem a função de ensinar o aluno a aprender, para que este possa manter o seu desenvolvimento mesmo após a conclusão do curso. A maior contribuição que o professor pode dar ao aluno é prepará-lo para ser sempre capaz de aprender. O docente precisa ser bem treinado para ser capaz de proporcionar isso aos alunos, por isso existe a importância da boa preparação dos professores, que parte da maior importância dada ao desenvolvimento e à pesquisa do tema. Quanto mais diversificado é o polo de produção, maior é o entendimento sobre a ciência, devido à qualidade proporcionada pela diversificação de pontos de vista. A existência de mais polos de produção suficientemente desenvolvidos permite que mais áreas da ciência sejam estudadas e desenvolvidas simultaneamente. O estudo acerca de egressos permite avaliar se o ensino está servindo à sua função de entregar profissionais capazes de exercerem as suas atividades de forma adequada, o que inclui saber se os mestres e doutores em Ciências Contábeis estão exercendo a docência.

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3 PROCEDER METODOLÓGICO

Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva quanto ao objetivo, pois tem intenção de identificar o perfil ou características de uma população, por meio da utilização de técnicas e instrumentos padronizados aplicados igualmente a todos os elementos, ou seja, o formulário de pesquisa neste caso. Quanto ao procedimento, é uma pesquisa de levantamento, porque interroga diretamente as pessoas cujo perfil se quer conhecer (GIL, 2002).

Foram identificados no sítio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) os Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis com notas iguais ou superiores a três pontos, os quais estão listados sob a Grande Área: Ciências Sociais Aplicadas, Área: Administração. Foram selecionados somente os programas com as nomenclaturas: (1) Ciências Contábeis; (2) Ciências Contábeis e Atuariais; (3) Contabilidade; (4) Contabilidade e Controladoria; e (5) Controladoria e Contabilidade. Após a identificação de todos os programas, conforme listados no Quadro 1, foram acessados todos os sítios das Instituições de Nível Superior que oferecem os cursos, a fim de obter dados para contato, como e-mail.

Foram encaminhados e-mails para as Instituições de Ensino Superior nos dias 22 de agosto de 2014 e 07 de outubro de 2014. As mensagens das duas datas eram semelhantes, sendo a única diferença da segunda mensagem a solicitação de desconsiderar o formulário no caso do egresso já ter respondido ao questionário anteriormente, e continham solicitação de envio do link para o formulário eletrônico para o e-mail de todos os egressos dos seus cursos de Pós-Graduação. Portanto, a população desta pesquisa é constituída pelos egressos dos cursos de mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissionalizante em Ciências Contábeis no Brasil.

O formulário eletrônico de pesquisa foi criado na ferramenta de criação de formulários do Google Drive, por se tratar de um método mais rápido, de fácil acesso e gratuito. O questionário continha questões quanto ao perfil do pós-graduado, acerca (1) do gênero, (2) da Instituição de Ensino Superior vinculado(a), (3) das qualificações concluídas (mestrado acadêmico, profissionalizante e doutorado), (4) do ano de obtenção do(s) título(s), (5) da linha de pesquisa, (6) se exerce a docência atualmente, (7) se a IES em que ensina atualmente é(são) pública(s) ou privada(s) e (8) do ano em que começou a lecionar.

Foram recebidas 296 respostas entre o período de 22 de agosto de 2014 a 18 de setembro de 2014 e 07 de outubro de 2014 a 17 de outubro de 2014. Seis respostas foram

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desconsideradas, por se tratarem de duplicidade, computando um total de 290 respostas válidas. Os dados foram tratados no software Microsoft Office Excel 2007.

Tabela 1: Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis listados no sítio da CAPES

PROGRAMA NOME UF CURSO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Federal do Espírito Santo

(UFES) ES Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Fundação Instituto Capixaba de Pesq.

em Cont. Econ. e Finanças (FUCAPE) ES Mestrado Profissional CIÊNCIAS CONTÁBEIS Fundação Instituto Capixaba de Pesq.

em Cont. Econ. e Finanças (FUCAPE) ES

Mestrado Acadêmico/Doutorado CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG) MG Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Federal de Uberlândia

(UFU) MG Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE) PE Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Estadual de Maringá

(UEM) PR Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ) RJ

Mestrado Acadêmico/Doutorado CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Estadual do Rio de

Janeiro (UERJ) RJ Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) RS

Mestrado Acadêmico/Doutorado CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Regional de Blumenau

(FURB) SC

Mestrado Acadêmico/Doutorado CIÊNCIAS CONTÁBEIS Universidade Presbiteriana Mackenzie

(UPM) SP Mestrado Profissional

CIÊNCIAS CONTÁBEIS Centro Universitário FECAP

(UNIFECAP ) SP Mestrado Acadêmico

CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo (PUC/SP) SP Mestrado Acadêmico

CONTABILIDADE Universidade Federal da Bahia

(UFBA) BA Mestrado Acadêmico

CONTABILIDADE Universidade Federal do Paraná

(UFPR) PR

Mestrado Acadêmico/Doutorado CONTABILIDADE Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC) SC

Mestrado Acadêmico/Doutorado CONTABILIDADE - UNB -

UFPB - UFRN Universidade de Brasília (UNB) DF

Mestrado Acadêmico/Doutorado CONTROLADORIA E

CONTABILIDADE Universidade de São Paulo (USP) SP

Mestrado Acadêmico/Doutorado CONTROLADORIA E

CONTABILIDADE

Universidade de São Paulo / Ribeirão

Preto (USP/RP) SP

Mestrado Acadêmico/Doutorado Fonte: sítio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

(22)

4 RESULTADOS E ANÁLISE

Após compilar todas as respostas obtidas por meio do formulário eletrônico, foi possível analisar o perfil da amostra. O Gráfico 1 demonstra a distribuição por gênero dos respondentes.

Gráfico 1: Distribuição por gênero dos egressos da amostra

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

Das 290 respostas totais válidas obtidas, 171 (59%) corresponderam a egressos do gênero masculino, enquanto 119 (41%) foram do gênero feminino. Observa-se um resultado próximo do número de profissionais registrados nos Conselhos de Contabilidade do país. De acordo com informação disponível no sítio do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), observando o total de profissionais registrados nos Conselhos, considerando apenas o número de contadores e excluindo o total de técnico em contabilidade, existe um total de 315.848 profissionais registrados. Dessa quantia, 174.078 são do gênero masculino, representando 55% do total, enquanto 141.770 são do gênero feminino, igual a 45%. Considerando também a quantidade de técnicos em contabilidade, a distribuição por gênero da amostra desta pesquisa se aproxima ainda mais do cenário nacional. Somando as duas categorias, existem 506.639 profissionais registrados, sendo 295.756 homens e 210.883 mulheres, sendo a representação de 58% de profissionais do gênero masculino e 42% do gênero feminino. Esse resultado demonstra o enfoque da área de Ciências Contábeis para o gênero masculino.

59% 41%

(23)

23

O Gráfico 2 representa a distribuição dos mestres e doutores por regiões cujas Instituições de Ensino Superior aos quais estão vinculados.

Gráfico 2: Distribuição por região de Instituição de Ensino Superior a qual está vinculado

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

Foram recebidas 86 respostas de profissionais vinculados a Instituições de Ensino Superior da região Sudeste, o que representa 30% das respostas totais. A região Sul aparece como a segunda maior representação, com 77 profissionais (27% do total). Às Instituições de Ensino Superior do Centro-Oeste, estão vinculados 27 egressos (9%). A região Nordeste aparece com 11 profissionais (4%) e a Norte com 2 (1%). Dois egressos (1%) estão vinculados a Instituições de Ensino Superior localizadas no exterior. Dos mestres e doutores egressos, 85 deles (o correspondente a 32%) não responderam esse quesito ou não estão vinculados a nenhuma Instituição de Ensino Superior.

O resultado é compatível com a teoria de Souza et al. (2008), que entende como centro de produção científica a Universidade de São Paulo (USP), seguida das Universidade de Brasília (UnB), FUCAPE Business SchooI (FUCAPE) e Universidade de Santa Catarina (UFSC). É maior a concentração de egressos nas regiões Sudeste e Sul, devido ao maior número de Instituições de Ensino Superior que oferecem cursos de Pós-Graduação nessas áreas, conforme mostra a Tabela 1, por isso é compreensível a concentração de profissionais nessas áreas. Da mesma forma, como há um número menor de profissionais nas regiões Nordeste e Norte, o número de egressos nessas áreas é inferior. De acordo com o sítio do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a concentração de profissionais contadores, desconsiderando os técnicos em contabilidade, é maior na região Sudeste, com 151.521

27 11 2 86 77 85 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

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profissionais registrados, seguida da região Sul, com 61.256. Logo vem a região Nordeste com 51.213, a região Centro-Oeste com 29.998 e finalmente a região Norte com 21.855 profissionais registrados.

O Gráfico 3 mostra o número de egressos dos cursos de mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissionalizante pela amostra estudada.

Gráfico 3: Titulação obtida pelos egressos da amostra

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

A maioria consiste em egressos dos cursos de mestrado acadêmico, 200 profissionais, correspondendo a 69% do total. Foram obtidas respostas de 35 doutores (12%) e 55 (19%) de profissionais de cursos de Pós-Graduação lato sensu.

O Gráfico 4 demonstra as linhas de pesquisa das respostas obtidas da amostra.

Gráfico 4: Linhas de pesquisa dos egressos da amostra

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra 200 35 55 0 50 100 150 200 250

Mestrado acadêmico Doutorado Mestrado

profissionalizante 116 55 97 15 7 0 20 40 60 80 100 120 140 Controladoria e contabilidade gerencial Contabilidade para usuários externos Mercados financeiro, de crédito e de capitais Educação e pesquisa em contabilidade Não informado

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25

A maior parte das linhas de pesquisa corresponde a Controladoria e contabilidade gerencial, com 116 (42%) respostas. Contabilidade para usuários externos apresentou 55 (20%) egressos. Mercados financeiro, de crédito e de capitais segue como segunda linha de pesquisa mais comum, com 97 (35%) das respostas. Educação e pesquisa em contabilidade foi a linha de pesquisa menos freqüente, com apenas 15 (5%) representações. Não informaram ou não se enquadravam em nenhuma das linhas de pesquisa sete (2%) mestres e doutores.

Tomou-se como base para este trabalho as linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), por se tratar do curso com maior nota na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e por ser considerada polo central de produção científica no país segundo Souza et al. (2008). O resultado é semelhante ao que foi observado por Miranda et al. (2013) na análise das linhas de pesquisa dos Currículos Lattes e das teses defendidas pelos doutores da Universidade de São Paulo (USP). A área menos comum é a de Educação e pesquisa em contabilidade e a com maior representação é a de Controladoria e contabilidade gerencial. Esse cenário é compreensível na medida em que a área técnica é mais valorizada do que a formação de professores, porque os programas de Pós-Graduação estão voltados para a formação técnico-científica de pesquisadores, com conhecimentos específicos teóricos e da área contábil. Um dos motivos para o menor interesse dos profissionais para a área da educação em Contabilidade pode ser a necessidade de estudo de outras áreas do conhecimento além do domínio técnico-científico. A docência é uma atividade complexa e distinta, a qual exige mais do que o conhecimento da contabilidade propriamente dita, pois demanda empenho para sempre se atualizar das descobertas da área. O professor precisa também conhecer outras áreas das ciências humanas, as quais podem ser intrínsecas à personalidade das pessoas e nem sempre serem desenvolvidas nos cursos de Ciências Contábeis, por isso exigem esforço maior do estudante para desenvolver essas qualidade e então atuar como docente.

Outra observação é o grande número de linhas de pesquisa na área de Mercados financeiro, de crédito e de capitais. Essa é uma área que cresce bastante, pois é um seguimento em que transite altas quantias monetárias e devido à grande importância que tem para a economia do país. As instituições bancárias e o mercado de ações são organizações bastante mencionadas no cotidiano e o estudo desse assunto traz conhecimentos sobre o seu comportamento e possíveis tendências para aumentar ganhos ou minimizar perdas.

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O Gráfico 5 apresenta a distribuição de gênero por linha de pesquisa.

Gráfico 5: Gênero por linhas de pesquisa

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

É visível uma distribuição igualitária até certo ponto, com exceção de duas linhas de pesquisa. Controladoria e contabilidade gerencial apresentou 68 (59%) respostas do gênero masculino e 48 (41%) do gênero feminino. Contabilidade para usuários externos foi igualitário, com 27 (49%) homens e 28 (51%) mulheres. Mercados financeiro, de crédito e de capitais mostrou a maior representação masculina, com 69 (71%) e a menor representação feminina 28 (29%). Educação e pesquisa em contabilidade apresentou a maior expressão do gênero feminino, com 11 (73%) das opiniões e apenas quatro (27%) do gênero masculino. Das respostas as quais não informaram suas linhas de pesquisa, três (43%) foram homens e quatro (57%) foram mulheres.

O resultado foi semelhante ao encontrado por Miranda et al. (2013), em que a maior representação feminina encontrava-se na linha de Educação e pesquisa em contabilidade, demonstrando uma possível afinidade feminina para o tema. A maioria masculina na área de Mercados financeiro, de crédito e de capitais pode ser justificada pela tradição do gênero masculino na atuação nesses mercados. Como as áreas de Controladoria e contabilidade gerencial e Contabilidade para usuários externos trata bastante acerca da gestão de negócios e é uma área que exige bastante conhecimentos técnicos, é compreensível que haja equilíbrio de gêneros. 59% 49% 71% 27% 43% 41% 51% 29% 73% 57% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% Controladoria e contabilidade gerencial Contabilidade para usuários externos Mercados financeiro, de crédito e de capitais Educação e pesquisa em contabilidade não informado Masculino Feminino

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27

O Gráfico 6 demonstra a relação de egressos da amostra que exercem a docência.

Gráfico 6: Egressos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis que exercem a docência

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

Não exercem a docência 98 egressos (34% do total), enquanto 192 (66%) do mestres e doutores são professores. Combinando o Gráfico 3 de titulação obtida pelos egressos da amostra com o Gráfico 6 de egressos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis que exercem a docência, é possível visualizar o Gráfico 7, que mostra o comportamento de cada um dos três grupos de titulados.

Gráfico 7: Exercício da docência por titulação

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra 66% 34%

Docente Não docente

68% 86% 49% 32% 14% 51% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

mestrado acadêmico doutorado mestrado

profissionalizante

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Quanto aos mestres acadêmicos, 135 (68%) deles são professores, enquanto 65 (32%) não são. Os doutores docentes representam 86% da amostra, com 30 respostas, enquanto apenas cinco (14%) não trabalham como professores. Observa-se divisão igualitária dos egressos de cursos lato sensu, 28 (51%) não exercem a docência e 27 (49%) são professores.

O intuito do mestrado profissionalizante é especializar o profissional para atuação no mercado de trabalho e não tem intenção de formar professores, portanto é compreensível a alta porcentagem de egressos de cursos profissionalizantes que não exercem a docência. É até mesmo promissor observar que 49% dos egressos de cursos de Pós-Graduação lato senso enxergam a docência como uma atividade válida de ser exercida.

É importante determinar por que existem tantos mestres acadêmicos que não atuam como docentes. Conforme a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o curso de mestrado acadêmico tem a propensão de formar pesquisadores e docentes2, portanto deve haver algum motivo para que esses profissionais não estejam exercendo a formação recebida. Pode ocorrer o caso do estudante ingressar no curso de mestrado com a intenção de se tornar docente, mas perceber que não tem vocação para a atividade ou entender que não se sentirá satisfeito com o trabalho de professor, apresentando uma decepção com a formação. Algumas pessoas podem apenas terminar o curso para a obtenção do título e nunca exercerem aquela função. Outro motivo pode ser pela questão salarial. Existem cargos, principalmente no serviço público, que recebem gratificações por titulação. O egresso então obteria o título exclusivamente para complementar sua renda. Da mesma forma, o mercado de trabalho enxerga como mais qualificados os portadores de títulos de mestre, o que aumentaria as oportunidades de trabalho do contador. Mais à frente é evidenciado pelo Gráfico 9 que a maior parte dos egressos não docentes não está vinculada a nenhuma Instituição de Ensino Superior.

Uma boa forma de esclarecer o motivo desses mestres não estarem atuando como docentes é o desenvolvimento dos sistemas de acompanhamentos de egressos, conforme menciona Lousada e Martins (2005). Esses sistemas permitiriam monitorar o comportamento dos egressos nos cenários econômico e educacional, identificando os profissionais que estão seguindo carreira como docentes, que é o esperado após a obtenção do título de mestrado acadêmico e ainda permitiria avaliar a condição do ensino dos cursos de Pós-Graduação, observando a aceitação dos egressos pelas Instituições de Ensino Superior e pelo mercado de trabalho.

2 <http://www.ppgcomp.unifacs.br/index.php/perguntasfrequeentes/43-o-que-e-um-mestrado-academico>

Acesso em: 02 dez. 2014.

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29

O Gráfico 8 apresenta a distribuição de respostas entre as opções de Instituições de Ensino Superior vinculadas pública ou privada.

Gráfico 8: Instituição de ensino vinculada pública e privada

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

Pode ser observado que o número de docentes vinculados a Instituições de Ensino Superior privadas é o maior, com 115 representações (40% do total). O número de docentes atuantes em faculdades, centros universitários ou universidades públicas chega próximo dessa quantidade, com 90 observações (31%). Apenas oito egressos (3%) atuam nos dois tipos de instituições ao mesmo tempo. Não informaram ou não estão vinculados a nenhuma Instituição de Ensino Superior 77 (27%) dos mestres e doutores.

Esse resultado é esperado, tendo em vista que a quantidade de Instituições de Ensino Superior na área privada é muito maior do que na área pública. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no ano de 2013, 84% dos 1.207 cursos de Graduação em Ciências Contábeis no Brasil eram oferecidos por instituições privadas.

Seguindo a mesma análise anterior do Gráfico 7 de exercício da docência por titulação, resta saber o motivo de haver egressos não vinculados a nenhuma instituição de ensino. Se for por motivo de escolha própria, então o curso de Pós-Graduação acadêmico não está servindo bem sua função de formar professores, mas se a causa for pela dificuldade de aceitação pelas instituições empregadoras, educacionais ou não, públicas ou privadas, então o ensino não está adequado com o que o cenário profissional espera desses egressos. De

90 115 8 77 0 20 40 60 80 100 120 140

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qualquer forma, o aperfeiçoamento dos sistemas de acompanhamento de egressos pode ser uma ferramenta útil para analisar esse caso.

O Gráfico 9 demonstra o tipo de instituições vinculadas por exercício da docência.

Gráfico 9: Exercício da docência por tipo de Instituição de Ensino Superior

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

Do total de 90 mestres e doutores vinculados a Instituições de Ensino Superior apenas públicas, nove (10%) profissionais não exercem a docência, enquanto 81 (90%) são professores. Quanto às instituições privadas, observa-se o mesmo cenário, do total de 115 egressos vinculados, 12 (10%) não exercem a docência e 103 (90%) ministram aulas. Todos os oito profissionais vinculados a instituições públicas e privadas concomitantemente exercem a docência. Nenhum dos 77 egressos não vinculados a nenhuma instituição de ensino é professor.

É perfeitamente compreensível que os egressos não vinculados a nenhuma Instituição de Ensino Superior não sejam professores, pois o profissional precisa estar vinculado a alguma organização para exercer a docência. É bastante promissor encontrar o resultados de que 90% dos vinculados a qualquer Instituição de Ensino Superior são professores. Isso demonstra que a categoria tem percepção da importância de ministrar aulas para a formação de novos profissionais. É importante que os mestres e doutores exerçam a docência, para dar continuidade ao desenvolvimento da ciência, formando profissionais cada vez mais capacitados e aptos a atuarem em posições de importância e a tomarem decisões que influenciam as suas vidas e que inspiram a sociedade.

90% 90% 100% 0% 10% 10% 0% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

Pública Privada Pública, Privada não informado

(31)

31

No Gráfico 10 é possível perceber o tempo em anos entre a obtenção do título dos mestres e doutores da amostra e o início da atividade de docência.

Gráfico 10: Tempo para o exercício da docência após a obtenção do título (em anos)

Fonte: elaboração própria com base nos dados da amostra

A maior parte, 94 respondentes (32% do total), começaram a ensinar antes mesmo da conclusão do curso de Pós-Graduação. Pode-se perceber que 84 mestres e doutores (29%) iniciaram a atividade de docência no período compreendido entre dois anos antes da conclusão do curso até o ano da obtenção do título. Começaram a lecionar após a obtenção do título apenas 35 profissionais (12%). Não informaram ou não exercem a docência 77 respondentes (27%).

Algumas das respostas pertencem a profissionais que estão vinculados a Instituições de Ensino Superior, mas que não exercem a docência, por isso o número de pessoas que não ministram aulas é divergente da quantidade do Gráfico 6 de egressos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis que exercem a docência. Para ser mais claro, a diferença entre os 98 não docentes do Gráfico 6 e os 77 profissionais não vinculados a IES do Gráfico 8, são os 21 egressos não docentes mas vinculados a IES do Gráfico 9 (12 de IES privadas e 9 de públicas).

Aqueles que já atuavam como professores antes mesmo do término do curso de Pós-Graduação buscaram na titulação uma forma de aperfeiçoamento para as suas atividades, ou pode ter sido por motivo de exigência de seus empregadores. Quanto aos profissionais que começaram a ministrar aulas entre um período de dois anos antes da obtenção do título até o ano de conclusão do curso de Pós-Graduação, considera-se que esses profissionais tenham

94 84 35 77 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

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iniciado a atividade de docência em decorrência da exigência do curso. Existem ainda os casos em que o profissional apenas começou a lecionar após a obtenção do título. Isso deve ocorre porque algumas faculdades, centros universitários e universidades exigem a titulação para permitir que o profissional ministre aulas.

Existem poucas pesquisas sobre questões didático-pedagógicas na área de Contabilidade, podendo significar o pouco domínio dos pesquisadores acerca do assunto, o que remete à necessidade de preparação dos cursos de Pós-Graduação para a formação de professores. As Instituições de Ensino precisam investir mais na formação para o exercício da docência e se preocupar com disciplinas de conteúdo didático-pedagógico, despertando o interesse dos alunos pela área de ensino. Há necessidade de trabalhar nos alunos as qualidades necessárias para o bom desempenho da função de professor, como desenvolver as dimensões humana, político-social e técnico-científica. A atividade de docência requer mais do que apenas o domínio técnico da Contabilidade, pois necessita de conhecimentos de outras áreas das ciências sociais e da pedagogia.

A obsorção das mudanças ocorridas pela harmonização da Contabilidade mundial pode ser prejudicada sem a intervenção dos professores. Os docentes facilitam o processo de aprendizagem e a mudança das práticas contábeis é dificultada com a falta de professores. Os pesquisadores precisam fazer mais trabalhos na área de educação, para inovar a área de ensino e incentivar a realização de mais trabalhos a repeito de tema. Com isso a área será assunto de mais discussões e se desenvolverá. A troca de informações de descobertas entre os colegas de profissão proporciona desenvolvimento da ciência e a docência permite passar esses avanços aos profissionais, e estes os passam para a sociedade por meio do seu trabalho.

Não são poucos os egressos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis que não exercem a docência. Resta como questão saber se formar bons profissionais por meio do ensino é uma maneira desses egressos retornarem à sociedade o investimento recebido pelo curso feito. A necessidade do desenvolvimento de sistemas de acompanhamento de egressos com intuito de observar o desempenho no mercado de trabalho e na academia e avaliar a qualidade do ensino surge como motivo para compreender a causa do não exercício da docência desses egressos.

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33

5 CONCLUSÕES

Este trabalho permitiu analisar o perfil dos egressos dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil sob o enfoque do exercício da docência. Observou-se uma proporção maior de egressos do gênero masculino e a maior parte dos profissionais da amostra está situada em Instituições de Ensino Superior localizadas nas regiões Sul e Sudeste.

Respondendo ao problema motivador deste trabalho, observou-se que aproximadamente dois terços dos mestres acadêmicos da amostra são docentes. Metade dos egressos de cursos de mestrado profissionalizante atuam como professores e quase todos os doutores trabalham com ensino de Contabilidade, demonstrando que dois terços do total da amostra são professores e que quase a totalidade dos egressos vinculados a alguma Instituições de Ensino Superior são docentes

A concentração de egressos nas regiões Sul e Sudeste limita boa parte do desenvolvimento da ciência aos trabalhos realizados nas Instituições de Ensino Superior dessas áreas, podendo provocar pouca diversificação de ideias e inovação mais baixa do que o ideal. A diversificação de visões permite ampliar o horizonte da ciência com alternância de pontos de vistas, os quais levam ao aumento e aprimoramento do conhecimento.

Não é promissor encontrar que a linha de educação e pesquisa em Contabilidade é a que recebe menos atenção dentre todas as outras. É preciso tratar com maior importância esse assunto, pois trata diretamente da autorreflexão sobre o conhecimento. Entender a Contabilidade como ciência é fundamental para compreender seus mecanismos de evolução e para servir melhor com a sua função de servir a sociedade. A maior representação feminina na linha de educação e pesquisa em Contabilidade demonstra a atenção maior que as mulheres dão ao assunto. Talvez seja pela sensibilidade que o tema exige, sendo essa uma qualidade que pode ser encontrada mais facilmente nas profissionais.

Ainda que tenha sido observado que quase a totalidade dos egressos vinculados a Instituições de Ensino Superior são professores, ou seja, estão retornando à sociedade o investimento recebido no curso de Pós-Graduação, foi encontrado um grande percentual de 32% de mestres acadêmicos que não exercem a docência. Esse resultado pode ser preocupante na medida em que os professores que estão sendo formados não estão trabalhando como docentes, ou seja, recursos e esforços estão sendo desperdiçados com a formação de professores, mas a qualidade do ensino não está recebendo retorno, pois os egressos não estão ministrando aulas.

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A maior parte dos egressos da amostra já exerciam a docência antes de mesmo da conclusão do curso de Pós-Graduação. Isso mostra que o ensino está recebendo mais atenção nesse sentido. Seja por iniciativa do próprio professor, que tem entende a importância de se aperfeiçoar e oficializar a sua função de docente pela obtenção do título de mestre, ou por exigência da Instituição de Ensino Superior, que precisa cada vez mais de profissionais melhores para atuarem nas suas faculdades, centros universitários ou universidades.

Esta pesquisa recolheu informações apenas dos mestres e doutores que dispuseram de seu tempo para responderem ao questionário eletrônico. Somente participaram da pesquisa os profissionais que receberam e-mails das Instituições de Ensino Superior, as quais enviaram a solicitação da pesquisa. Portanto esta pesquisa está limitada ao alcance dos correios eletrônicos enviados aos egressos dos cursos de Pós-Graduação das Instituições de Ensino Superior que se dispuseram em contribuir com a pesquisa. Existe limitação numérica para este trabalho, por isso foi necessário fazer análise de amostra, pois seria muito dispendioso analisar toda a população de mestre e doutores de todos os cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis. As Instituições de Ensino Superior selecionadas foram apenas as que apresentam programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis especificamente. Aquelas que oferecem o curso de Pós-Graduação em Ciências Contábeis sob o programa de Administração não foram selecionadas, como é o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Restam como sugestões para trabalhos futuros a análise de uma amostra maior e mais distribuída pelo país e determinar o motivo da existência de um número grande de mestres acadêmicos que não ministram aulas. Sugere-se ainda incluir como objetivo a análise da relação entre a Instituição de Ensino Superior em que o egresso obteve o título com o exercício ou não da docência. Essa análise permitirá determinar se o mestre ou doutor está retornando à sociedade por meio do ensino o investimento que recebeu pelo curso, tendo em vista que a maioria dos cursos de Pós-Graduação são oferecidos por instituições públicas.

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