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Revista Brasileira de Administração Científica, Aquidabã, v.4, n.4, Jul, Ago, Set, Out, Nov, Dez 2013.

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ANÁLISE DE CUSTOS E DESPESAS COM VISTAS À ESTRATÉGIA COMPETITIVA DE DIFERENCIAÇÃO: UM

ESTUDO EM EMPRESAS BRASILEIRAS E NORTE-AMERICANAS

RESUMO

Este estudo objetivou analisar os custos e despesas, com o intuito de verificar se estes explicam a rentabilidade das empresas Brasileiras e Norte-Americanas, com ênfase na Estratégia de Diferenciação. Para tanto, foram coletados dados de custos, despesas, patrimônio líquido e rentabilidade de 2.930 empresas dos dois países durante os anos de 2001 à 2011. Com o intuito de verificar a relação, foi utilizada a regressão linear simples, considerando a rentabilidade como variável dependente e os custos frente às vendas, despesas frente às vendas e patrimônio líquido frente às vendas como variáveis independentes. A hipótese de que o dimensionamento dos custos, despesas e patrimônio líquido frente às vendas explicam a rentabilidade foi corroborada Assim, conforme Porter (2004), conclui-se que o dimensionamento dos custos e despesas é necessário para explicar a rentabilidade das empresas estudadas tanto nas empresas no geral, quanto nas empresas brasileiras e norte-americanas separadamente.

PALAVRAS-CHAVES: Estratégia de Diferenciação; Custos; Despesas; Empresas Brasileiras; Empresas Norte-Americanas.

ANALYSIS OF COSTS AND EXPENSES WITH VIEWS OF COMPETITIVE STRATEGY DIFFERENTIATION: A STUDY

IN BRAZILIAN COMPANIES AND NORTH AMERICAN

ABSTRACT

This study aimed to analyze the costs and expenses, in order to verify that these explain the profitability of Brazilian and North American, with an emphasis on Differentiation Strategy. Therefore, data were collected on costs, expenses, net worth and profitability of 2,930 companies from both countries during the years 2001 to 2011. In order to verify the relationship, we used simple linear regression, considering the profitability as the dependent variable and the costs to the sales front, front expenses to sales and net forward sales as independent variables. The hypothesis that the scaling of the costs, expenses and equity forward sales explain the profitability was corroborated Thus, as Porter (2004), concluded that the scale of costs and expenses is necessary to explain the profitability of the companies studied both in companies in general, as the Brazilian and U.S. separately.

KEYWORDS: Differentiation Strategy; Costs; Expenses; Brazilian Companies; North American Companies.

Revista Brasileira de  Administração Científica,  Aquidabã, v.4, n.4, Jul, Ago, Set,  Out, Nov, Dez 2013.    ISSN 2179‐684X    SECTION: Articles  TOPIC: Estratégia e  Competitividade   

 

DOI: 10.6008/ESS2179‐684X.2013.004.0004

 

    Anderson Catapan  Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Brasil  http://lattes.cnpq.br/3742247493054985    anderson@catapancontadores.com.br      Edilson Antonio Catapan  Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil  http://lattes.cnpq.br/1093564858548604    edilson.catapan@yahoo.com.br      Claudimar Pereira da Veiga  Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil  http://lattes.cnpq.br/8239776856549739   claudimar.veiga@gmail.com     Renato da Costa dos Santos  Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil  http://lattes.cnpq.br/4187040557696550    rrenatinho@yahoo.com.br     Daniel Ferreira dos Santos  Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil  http://lattes.cnpq.br/2830988686926647    danielsantos927@hotmail.com      Eduardo Vaz da Costa Junior  Centro de Educação Tecnológica Paula Souza, Brasil  http://lattes.cnpq.br/9930751397347241    eduardo.vaz@ielpr.org.br        Received: 05/06/2013  Approved: 15/12/2013  Reviewed anonymously in the process of blind peer.      Referencing this:    CATAPAN, A.; CATAPAN, E. A.; VEIGA, C. P.; SANTOS, R.  C.; SANTOS, D. F.; COSTA JÚNIOR, E. V. C.. Análise de  custos e despesas com vistas à estratégia competitiva de  diferenciação: um estudo em empresas brasileiras e  norte‐americanas. Revista Brasileira de Administração  Científica, Aquidabã, v.4, n.4, p.64‐79, 2013.DOI:  http://dx.doi.org/10.6008/ESS2179‐ 684X.2013.004.0004  

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INTRODUÇÃO

Porter (1989) diz que o valor dos custos de uma empresa tem importantes implicações para o sucesso da estratégia diferenciação. Se a liderança em custos frente à diferenciação visar qualidade ou custo, o mercado tenderá a comprar o que apresentar o menor custo. (GERVASONI; ROSSI; SILVA, 2010).

A estratégia de diferenciação pressupõe, conforme Carneiro, Cavalcanti e Silva (1997), que a empresa ofereça, no âmbito da indústria, um produto que seja considerado único pelos clientes, ou seja, que possua características que o distingam daqueles oferecidos pela concorrência. Ainda, Carneiro, Cavalcanti e Silva (1997) explicam que o conceito de um produto que atenda a toda a indústria assenta-se no fato de que podem existir características gerais que são valorizadas, em maior ou menor grau, pela maioria dos segmentos de mercado dentro da indústria.

A diferenciação oferece à empresa uma defesa contra as forças do ambiente, embora de forma diferente daquela permitida pela liderança em custo (CARNEIRO; CAVALCANTI; SILVA, 1997). Aaker (2001) explica que existem diversas formas de diferenciação, mas para que a esta seja eficaz, a estratégia deve permitir a geração de valor ao cliente, fornecer valor percebido e ser difícil de copiar.

Porter (2004) defende que na estratégia de diferenciação, custos e despesas precisam ser dimensionados, com o intuito de explicar a rentabilidade das empresas. Neste contexto, a questão de pesquisa relativa a este artigo resume-se em saber: Os custos e despesas explicam a rentabilidade das empresas Brasileiras e Norte-Americanas, com ênfase na Estratégia de Diferenciação? O presente estudo justifica-se, pois, vai testar a premissa apontada por Porter (2004) já explicitada, com o objetivo de corroborar ou não com a sua hipótese.

Este trabalho encontra-se dividido em quatro partes, além desta introdução. A segunda contempla os conceitos teóricos necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Na terceira apresentam-se os aspectos metodológicos. Depois, é apresentada a descrição e análise dos dados obtidos. Enfim, as considerações finais são evidenciadas.

REFERENCIAL TEÓRICO

Estratégia

Segundo Herrero (2005), o surgimento do uso do termo estratégia apontou primeiramente na área militar, realizada por Sun Tzuc (400 a.C.), em seu tratado militar A arte da guerra, com a proposta de se elaborar uma estratégia com o objetivo do êxito na guerra. Transportando estes ensinamentos do mundo dos conflitos militares, para o mundo dos negócios, ramificando e

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incrementando a estratégia, liderança, aprendizagem e postura adotada frente ao mundo competitivo do mercado.

Conforme Certo e Peter (1993), a estratégia foi vista após a segunda guerra mundial, no final de 1950, onde se observou a sua utilização dentro do mundo corporativo. Este período exigiu das empresas mudanças de comportamento frente às mudanças provocadas pelos períodos de guerra.

Já Maximiniano (2007) defende que no século XX o conceito de estratégia, juntamente com as técnicas de administração, chegou às empresas. Após este período, até o ano de 1960, houve um processo de desenvolvimento, chegado finalmente ao desenvolvimento do planejamento estratégico, representando um marco dentro da estratégia. Em 1970 a estratégia já representava um fator importante dentro das empresas, ramificando as suas correntes para preocupações de responsabilidades sociais e éticas. Entretanto foi em 1980 que a estratégia se concretizou como uma importante ferramenta dentro das empresas.

De acordo com Montgomery e Porter (1998), a estratégia tornou-se uma disciplina plena em 1980. Diversas ferramentas e técnicas iniciais de planejamento estratégico deram espaço para técnicas aprimoradas e mais elaboradas facilitando a sua implementação na prática. Camargo (2003) identifica os anos de 1980 como um período onde as empresas passaram por um processo intenso, atravessando uma crescente concorrência. Neste sentido a estratégia sofreu transformações evolutivas, indo de exercícios militares e convertendo-se para uma disciplina de conhecimento administrativo. A administração estratégia representa um conjunto de conceitos, conteúdo e razões práticas, ampliando suas influências no mundo empresarial e acadêmico.

Porter (1999) defende a estratégia como um posicionamento único e valioso, dentro de diferentes ramos de atividade. Ainda para Porter (1999) a escolha de uma empresa em adotar atividades diferenciadas de seus concorrentes corresponde a um fator fundamental do posicionamento estratégico. Seguir uma postura única no mercado é complexo, envolve processos complexos, mas dificulta a imitação.

Zaccarelli (2004) explica que a estratégia pode ser entendida como um jogo competitivo, concentrando-se na soma de todas as ações das empresas inseridas dentro de um mercado altamente competitivo. Toda a decisão tomada por uma empresa deve estar baseada nas ações e reações mercadológicas, englobando as circunstâncias de negócios, assim como na identificação de vantagens competitivas com relação aos seus concorrentes.

Ainda, Porter (1999) descreve a estratégia como um conjunto de todas as atividades da empresa dentro de um ambiente competitivo, considerando a integração destas atividades. De acordo com Ansoff e McDoonell (1993) o conceito de estratégia é abstrato e seus componentes não produzem imediatas ações produtivas, mas o seu processo não pode ser deixado de lado.

A competitividade estratégica entre os mercados representa é o que mantêm o uso da estratégia pelas empresas. O sucesso somente é conquistado quando a empresa se mostra bem-sucedida dentro dos processos estratégicos, desde sua formulação até a sua implementação,

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visando a criação de valor para o cliente (HITT; 2002). Ainda, Hitt (2002) afirma que programar uma estratégia empresarial significa utilizar as competências corporativas vitais com o objetivo de associar valores para satisfazer as necessidades do cliente. O sucesso dos negócios empresariais somente pode ser alcançado com o auxílio da estratégia, almejando a competitividade.

Para Mintzberg e Quinn (2001) a estratégia pode ser compreendida como uma intenção de metas e políticas e na sucessão de ações conjuntas de uma empresa e, quando bem planejadas, auxiliam na colocação de recursos da organização em uma postura ideal. Complementando, segundo Montgomery e Porter (1998) a definição de uma estratégia bem estabelecida é uma necessidade no contexto empresarial.

Estratégia de Diferenciação

A estratégia de diferenciação é uma ramificação dentro do processo estratégico, que visa principalmente o posicionamento estratégico de uma organização frente ao mercado competitivo. Neste contexto, a empresa deve selecionar as suas superioridades diferenciais, seus potenciais de destaques e utilizá-los de maneira positiva e vantajosa para ela.

Para Kotler (2000) diferenciação é o ato de desenvolver um conjunto de diferenças significativas para distinguir a oferta de empresa das ofertas de seus concorrentes. Não ser semelhante, destaque no mercado, ir mais além do que os concorrentes, fazer com que as diferenças trabalhem em destaque aos olhos do propósito final: o consumidor. Em Kotler (2000), observa-se a demonstração de quatro dimensões quanto à diferenciação: diferenciação de produtos, diferenciação de serviços, diferenciação de pessoas e finalmente a diferenciação de imagem da empresa no mercado.

Porter (1986) estabelece a diferenciação com três estratégias genéricas e bem-sucedidas para ultrapassar as outras empresas no mercado: liderança global de custos, diferenciação e concentração nos objetivos pretendidos. Segundo Certo e Peter (1993), para almejaras três estratégicas genéricas de Porter, exige-se da empresa experiência e recursos assim como determinados requisitos, apresentados no Quadro 1.

Quadro 1: Estratégias Genéricas de Porter.

Estratégia Descrição

Liderança Global de Custos

A experiência e recursos necessários correspondem em um controle apurado do capita, assim como seu acesso; conhecimento em engenharia de processos; investimentos sustentáveis; projetos de produtos visando à facilidade de fabricação; baixo custo com relação ao sistema de distribuição. Os requisitos organizacionais exigidos estão relacionados a custos; relatórios de controles frequentes e detalhados; organização e responsabilidade estruturadas e incentivos baseados no cumprimento de metas.

Diferenciação

A experiência e recursos essenciais representam na alta capacidade de marketing; engenharia de produto; talento criativo; elevada capacidade em pesquisas básicas; reputação corporativa nas questões de qualidade e liderança tecnológica; extensa tradição ou incorporação de experiências trazidas por outras indústrias. Os requisitos envolvem no desenvolvimento de produtos e marketing; medida de incentivos subjetivamente e não quantitativa; adotar benefícios que sejam vistos como um atrativo de mão-de-obra qualificada, especialista e criativa.

Enfoque Os pontos com relação a experiência e recursos assim como seus requisitos, são transmitidos através da combinação das políticas descritas acima juntamente com o direcionamento de uma meta em particular.

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De acordo com Bethlem (2001) o conceito de estratégia genérica se concentra nas vantagens competitivas. Ainda, segundo o mesmo autor, para que estas vantagens sejam alcançadas a empresa necessita realizar certas escolhas, ou seja, para que a empresa conquiste suas vantagens competitivas ela deve selecionar o tipo de estratégia que a organização vai adotar dentro dos propósitos selecionados para o objetivo final.

Porter (1989) explica as vantagens de liderança no custo e de diferenciação buscam uma vantagem competitiva em um limite amplo de segmentos industriais, por outro lado a estratégia do enfoque objetiva a vantagem de custo ou em uma diferenciação no segmento. A implementação de cada estratégia genérica juntamente com suas ações específicas, variam de indústria para indústria. Mesmo considerando que a implementação de uma estratégica genérica não corresponde a uma tarefa muito fácil, elas correspondem a trajetos lógicos levando a vantagens competitivas, que devem ser investigados em qualquer indústria.

De acordo com Hitt (2002), a estratégia de diferenciação centraliza-se em constantes investimentos para a criação e no desenvolvimento de qualidades de um bem ou serviços que visem seu destacamento e valorização percebida pelo cliente. Normalmente uma empresa que adota uma estratégia de diferenciação, busca constantemente ser diferente de seus concorrentes de todas as maneiras possíveis. Sua proteção contra ações de seus concorrentes pode ser medida pela menor semelhança de um bem ou serviço da empresa com relação aos seus concorrentes.

Porter (2004) identifica a estratégia de diferenciação como sendo um fator de isolamento contra a concorrência, tendo como suas bases a lealdade dos clientes, graças ao desenvolvimento de uma marca ou a satisfação da compra de produtos e serviços. Bethlem (2001) lista os riscos que compreendem a estratégia de diferenciação: imitação do produto pelos concorrentes; questões relativas a diferenciação podem não ter importância para os clientes; perda de proximidade de custos; empresas que objetivam na diferenciação obtêm maior diferenciação no segmento de mercado.

Segundo Mintzberg e Quinn (2001) as diferenciações dos produtos e serviços das organizações no mercado dos seus concorrentes, podem ser relacionadas de seis maneiras, diferenciando suas ofertas: estratégia de diferenciação de preço; estratégia de diferenciação de suporte; estratégia de diferenciação de qualidade; estratégia de diferenciação de design; estratégia da não-diferenciação. Estas estratégias servem como ferramenta na diferenciação dos produtos e serviços de uma empresa frente aos seus concorrentes.

A diferenciação de produto reflete no agregamento de valores adicionais ao produto, dentro da visão do consumidor ou cliente. A diferenciação pelo preço, de acordo com Hooley (2001), é a possibilidade de adotar preços mais elevados somente quando o produto ou serviços refletem na visão do consumidor vantagens efetivas ou percebidas. Por outro lado, Kotler (2000) propõe uma alternativa de competitividade de preços: abordando questões de desenvolvimento de ofertas (não somente com relação a preços, mas adotando-se medidas renovadoras),

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desenvolvimento de entrega (qualidade pela qual o serviço ou produto é entregue ao cliente, desta maneira suas contribuições podem ser citadas como: incrementos no próprio ambiente ou inovações das formas de entrega) e imagem (marca propriamente dita, logotipos).

Hooley (2001) ainda propõe a diferenciação de promoção, representada pela utilização de diversas ferramentas de comunicação, correspondendo a um mix neste conjunto. Propaganda, mala direta, promoções intensas, enfim todo o modo de gerar dentro de uma propaganda normal na mídia, uma mensagem diferente, resultando consequentemente em um fator de diferenciação.

A estratégia de diferenciação com foco no atendimento possui a sua essência na boa relação da empresa com os seus clientes e isto corresponde ao reflexo das diversas transformações sofridas pelo mercado, tirando o foco somente do produto, mas direcionando as atenções para a relação com o consumidor. Segundo McKenna (1992) na percepção do consumidor o fator de diferenciação não está no serviço ou setor com relação à maneira de fazer negócios. Com a chegada da era da informação a distância entre a percepção da realidade está diminuindo e já não é mais possível a fabricação de uma imagem. O consumidor possui uma vasta gama de opções no mercado, gerando um comportamento instável de suas escolhas. Com isso o marketing de hoje se mostra como uma guerra na lealdade dos clientes. O posicionamento tem que ir mais além do que simplesmente consciência de hierarquia de marcas e nomes de empresas, tende a uma relação excelente com o cliente.

Estratégia de Diferenciação: Pesquisas Anteriores

Niño e Gouvêa (2004) pesquisaram, no setor de prestação de serviços turísticos, as estratégias de diferenciação de posicionamento de marketing. Os autores concluíram que dentro de empresas de pequeno e médio porte a questão de se adotar uma estratégia de diferenciação, ainda mostra-se de maneira prematura. O avanço desta questão já pode ser mais percebido com relação a empresas de grande porte, onde nota-se inicialmente a intenção de se destacar no mercado com relação aos seus concorrentes.

Já Girardi e Sehnem (2010) avaliaram a estratégia competitiva dentro do mercado de suinocultura, desde fornecedores até a identificação quanto à qualidade dos animais. A suinocultura corresponde a um mercado que passa por constantes instabilidades principalmente com relação a preço e consumo do produto no mercado. Na estratégia de diferenciação de Recursos Humanos deste estudo, a empresa busca constantemente pessoas com experiência no setor e com características necessárias para desempenhar uma atividade específica. Um dos pontos identificados para o sucesso estratégico desta empresa foi associar os suínos produzidos na propriedade junto do processo de negócio, como matéria-prima, evitando crises e instabilidades de fornecedores às vezes sofridas por este setor.

César (2005) observou que a diferenciação dentro do ramo de serviços é um desafio a ser implementado, levando as empresas a adotarem uma abordagem com relação ao preço.

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Ilustraram, então, que a diferenciação pelo preço, considerando o setor de serviços, deve ser adotada inicialmente. Neste setor, um fator relevante é o diferencial de competência organizacional, e para que isso seja alcançado os pesquisadores concluíram que a utilização da estratégia de diferenciação, corresponde à melhor contribuição estudada, a que comporta as oscilações do mercado. O autor ainda destaca o desenvolvimento das capacidades dos colaboradores. A conquista de uma empresa dentro do setor de serviços não estabelece nenhuma relação de como ela domina o seu segmento de trabalho, mas sim como ela se comporta e reage diante as constantes e rápidas mudanças, sempre visando e priorizando a satisfação de seus clientes.

Bertolini et. al. (2011) estudaram a estratégia de diferenciação dentro de uma cooperativa de créditos. O objetivo foi verificar como as cooperativas trabalham buscando seu fortalecimento no mercado utilizando meios de estratégias. Os autores verificaram a tendência de adotar uma estratégia de diferenciação e neste caso mais específico a diferenciação baseia-se no atendimento. Para eles este tipo de estratégia contribuiu aos avanços percebidos de uma conquista de posicionamento no mercado com relação aos concorrentes, além de melhorar a imagem da empresa.

METODOLOGIA

Delineamento da Pesquisa

Esta pesquisa caracteriza-se, conforme classificações de Malhotra (2004), como descritiva e explicativa quanto ao seu objetivo, ex-post-facto quanto à abordagem do problema, documental e bibliográfica, quanto aos procedimentos de coleta de dados, e quantitativa quanto à análise dos dados.

Porter (2004) propõe que custos devem ser minimizados para se ter sucesso na prática da estratégia de diferenciação. Gervasoni, Rossi e Silva (2010) testaram esta hipótese para o contexto das empresas do setor de autopeças do Brasil, entre os anos 2000 à 2007. Os autores verificaram que as estimativas fornecem fortes evidências de que quantificar o valor dos custos quando adotada a estratégia de diferenciação na qualidade do produto faz-se necessário. Neste sentido, a hipótese de que o dimensionamento dos custos, despesas e patrimônio líquido frente às vendas explicam a rentabilidade foi corroborada. Então, concluíram que o dimensionamento dos custos é necessário para explicar a rentabilidade das empresas do setor de autopeças (CARNEIRO; CAVALCANTI; SILVA, 1997).

Assim, o desenvolvimento metodológico foi baseado nesta pesquisa, mas com diferenças no setor pesquisado, assim como o tempo de pesquisa. A amostra da pesquisa contempla todas as empresas brasileiras e norte-americanas listadas no software Economática.

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Variáveis de Pesquisa

O Quadro 2 ilustra as variáveis selecionadas para pesquisa, assim como suas definições operacionais.

Quadro 2: Variáveis de pesquisa. Nome da

Variável Definição operacional Vendas

Entende-se por vendas ou receita a entrada de elementos para o ativo (direitos da organização), sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondente, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços (IUDÍCIBUS et al., 1998).

Custos Os custos são os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços (MARTINS, 2003). Despesas As despesas são bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (MARTINS, 2003). Patrimônio

Líquido Como Patrimônio Líquido entende-se a diferença entre o valor de ativo (direitos) e do passivo (obrigações) de uma empresa, em um determinado momento (IUDÍCIBUS et al., 1998). Rentabilidade

A rentabilidade é mencionada como o índice ROE (ou return on equity), taxa de retorno sobre o patrimônio líquido, que conforme Kassai, Kassai e Santos (2000) é obtido por meio da fórmula: lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido (GERVASONI; ROSSI; SILVA, 2010).

Fonte: Adaptado de Gervasoni, Rossi e Silva (2010).

Seguindo a metodologia de Gervasoni, Rossi e Silva (2010) foram calculadas a representatividade dos custos frente às vendas, representatividade das despesas frente às vendas, representatividade do patrimônio líquido em relação às vendas e rentabilidade do patrimônio líquido. Esta etapa é necessária para a definição das variáveis independentes e da variável dependente, que são: variável dependente – rentabilidade (%); variáveis independentes – representatividade dos custos frente às vendas (%), representatividade das despesas frente às vendas (%) e representatividade do patrimônio líquido em relação às vendas (%).

Definição da Amostra

No total, obteve-se uma amostra de 2.930 empresas, sendo destas 1.156 brasileiras e 1.774 norte-americanas. Então, 39,45% do total da amostra correspondem à empresas brasileiras, enquanto 60,55% da amostra é composta por empresas norte-americanas.

As informações foram coletadas no Economática, contemplando os anos de 2001 à 2011. Assim, obtêm-se um total de 32.230 observações por variável (2.930 empresas, durante 11 anos). O número total de observações, considerando as 5 variáveis e os 11 anos é de 161.150 observações. Durante a coleta dos dados, percebeu-se que algumas empresas não disponibilizaram todas as informações, assim, têm-se missing values nos dados. Para tratar com este problema, conforme Hair et. al. (2005), foram adicionados os valores de médias para todos estes missing values.

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Métodos Estatísticos e seus Pressupostos

A regressão linear múltipla foi o método escolhido para determinar se existe relação significativa entre as variáveis da pesquisa. Conforme Hair et. al. (2005), quando um problema apresenta uma variável independente e um ou mais variáveis dependentes, a regressão é o melhor método. Neste sentido, pode-se abordar a equação de regressão, conforme ilustrado na Fórmula 1: i ni n i i i i

X

X

X

X

Y

0

1 1

2 2

3 3

...

[1] Em que, i

Y

= Variável dependente; i

X

1 ;

X

2i;

X

3i e

X

ni = Variáveis independentes; 0

= Intercepto; 1

;

2;

3 e

n = Coeficientes da regressão; i

= Termo de erro estocástico; e,

i = i-nésima observação. Conforme Gujarati (2006), o modelo clássico de regressão considera alguns pressupostos acerca do erro, os quais: (i) homoscedasticidade (média zero e variância constante); (ii) normalidade (distribuição normal); e, (iii) ausência de autocorrelação. Ele também considera, conforme Hair et. al. (2005), que os estimadores são lineares, não visados, tem variância mínima e são consistentes. O Quadro 3 ilustra os pressupostos considerados no contexto desta pesquisa. Quadro 3: Pressupostos da regressão linear.

Pressuposto Características

Linearidade Quando um modelo é linear não existirá um padrão na relação dos resíduos da regressão (eixo Y) e os valores da variável explicativa (eixo X). Geralmente se observa este pressuposto por meio de padrões gráficos. (LEVINE, 2008).

Normalidade Os resíduos produzidos no intervalo das observações devem apresentar distribuição normal. A normalidade dos resíduos é uma condição necessária para a definição de testes de significância, mas não para obtenção dos estimadores pelo método dos mínimos quadrados. (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2007)

Autocorrelação

Indica a ausência de correlação entre os resíduos gerados pelo modelo de regressão. É Também denominada autocorrelação serial. Levine et al. (2008) afirmam que esse pressuposto é geralmente violado quando os dados são coletados ao longo de períodos sequenciais de tempo, uma vez que um resíduo, em qualquer ponto individual no tempo, pode tender a ser semelhante aos resíduos em pontos adjacentes no tempo. Verifica-se o atendimento a este pressuposto por meio do teste estatístico Durbin-Watson (DW).

Homoscedasticidade

Também denominado de homogeneidade da variância. A violação deste pressuposto indica a presença de heteroscedasticidade por meio da significância estatística (p-value) observada do coeficiente de angular (b1) da

regressão dos resíduos. A regressão que atesta a presença de heteroscedasticidade tem como variável dependente o quadrado dos resíduos padronizados e como variável independente, o quadrado dos valores estimados padronizados. Caso o coeficiente angular desta regressão se mostrar estatisticamente significante, indica a presença de heteroscedasticidade (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2007).

Fonte: Adaptado de Levine et al. (2008), Corrar, Paulo e Dias Filho (207) e Catapan et. al. (2012).

Os testes evidenciados serão realizados na seção de descrição dos resultados, buscando atender todos os pressupostos da regressão linear. Neste contexto, passa-se para a descrição e análise dos dados obtidos.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Pressupostos da Regressão

Foram realizados os testes para atender os pressupostos da regressão realizada nesta pesquisa. Primeiramente, foi verifica a auto-correlação residual pelo método dos mínimos quadrados ordinários, utilizando para isto o Teste de Durbin Watson. Os resultados indicam que pode-se aceitar a hipótese de ausência de auto-correlação residual.

Em seguida, foi realizado o Teste de White, para verificar a presença ou não de Heteroscedasticidade. Não foi verificada presença de heteroscedasticidade, conforme resultados do teste. Já, a normalidade foi testada com o auxílio do Teste de Kolmogorov-Smirnov. Os resultados mostraram que pode-se aceitar a hipótese de normalidade dos resíduos das regressões. Todos os testes foram realizados tanto para a regressão que contempla todas as empresas da amostra (brasileiras e norte-americanas), como para as regressões separadas por país. A significância para o teste das hipóteses de ambos os Testes foi de 5%. Neste contexto, apresentam-se os achados desta pesquisa.

Primeiramente analisaram-se todas as empresas da amostra, considerando as empresas brasileiras e norte-americanas, totalizando assim 2.930. A Tabela 1 ilustra as médias das variáveis da pesquisa, assim como a representatividade dos custos, representatividade das despesas e representatividade do patrimônio líquido.

Tabela 1: Dados das Empresas Brasileiras e Norte-Americanas.

A no Vendas ( R $) Cu sto s ( R$) R epr es entati vi dad e dos Cu sto s ( %) Despesas ( R$) Repres entativ idad e das Despesas (%) Patri m ôni o L íqui do (R $) R epr es entati vi dad e do PL em Relação à Ven das (%) Lucr o O per ac iona l (R $) Rentabilidade (%) 2001 3.524.944 2.116.334 60,04% 741.638 21,04% 2.155.062 61,14% 435.841 20,22% 2002 3.499.136 2.195.707 62,75% 786.904 22,49% 2.046.883 58,50% 444.427 21,71% 2003 3.917.099 2.475.710 63,20% 834.383 21,30% 2.414.137 61,63% 497.807 20,62% 2004 4.382.202 2.780.351 63,45% 928.351 21,18% 2.718.059 62,02% 566.597 20,85% 2005 4.843.298 3.120.687 64,43% 1.032.896 21,33% 2.968.085 61,28% 614.968 20,72% 2006 5.232.838 3.313.874 63,33% 1.112.332 21,26% 3.307.579 63,21% 676.022 20,44% 2007 5.578.667 3.546.059 63,56% 1.184.680 21,24% 3.584.837 64,26% 726.714 20,27% 2008 6.069.000 3.976.230 65,52% 1.427.141 23,52% 3.470.195 57,18% 802.880 23,14% 2009 5.514.488 3.512.681 63,70% 1.412.198 25,61% 4.210.238 76,35% 722.436 17,16% 2010 6.332.033 4.088.376 64,57% 1.602.774 25,31% 4.992.324 78,84% 858.120 17,19% 2011 7.184.455 4.804.772 66,88% 1.727.533 24,05% 5.452.011 75,89% 933.361 17,12%

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Pode-se perceber que, em média, considerando os 11 anos da pesquisa, os custos representam 63,77% em relação às vendas, enquanto as despesas representam 22,57%, em média. Portanto, no contexto das empresas brasileiras e norte-americanas, corroborando o trabalho de Gervasoni, Rossi e Silva (2010), os custos têm maior representatividade frente às despesas, quando relacionados com as vendas. A rentabilidade média das empresas é de 19,95% e, como pode ser observado, teve queda a partir do ano de 2009. Excluindo-se os últimos três anos, que tiveram uma baixa média 17,16%, os anos de 2001-2008 têm média de 21,00%. Esta queda pode esta relacionada à crise mundial que iniciou em 2009. A Tabela 2 ilustra o resultado da regressão realizada, considerando todas as empresas da amostra.

Tabela 2: Regressão: Todas as Empresas.

Estatística de regressão R múltiplo 0,965543 R-Quadrado 0,961003 R-quadrado ajustado 0,959902 Erro padrão 0,007553 Observações 32.230

Observando a Tabela 2, têm-se um R quadrado ajustado de 0,959902, ou seja, os custos frente às vendas, despesas frente às vendas e o patrimônio líquido frente às vendas explicam 95,99% da rentabilidade das empresas brasileiras e norte-americanas, a um nível de significância de 5%. Este resultado corrobora a pesquisa de Gervasoni, Rossi e Silva (2010), que obtiveram R quadrado de aproximadamente 97%, mas para uma amostra menor (8 empresas), e de apenas um setor específico (autopeças).

Conforme evidenciado por Gervasoni, Rossi e Silva (2010), a hipótese de que o dimensionamento dos custos, despesas e patrimônio líquido frente às vendas explicam a rentabilidade foi corroborada, evidenciados estimativas de parâmetros obtidos pelas regressões demonstradas. Ainda, os mesmos autores explicam que pode-se concluir que o dimensionamento dos custos, como exposto por Porter (2004), é necessário para explicar a rentabilidade das empresas estudadas tanto no contexto do trabalho destes autores, quando no contexto de todas as empresas brasileiras e norte-americanas, evidenciado nesta pesquisa.

Então, foram analisadas, separadamente, apenas as empresas brasileiras, totalizando 1.156. A Tabela 3 ilustra as médias das variáveis da pesquisa, assim como a representatividade dos custos, representatividade das despesas e representatividade do patrimônio líquido das empresas pertencentes ao Brasil.

Pode-se perceber que, em média, considerando os 11 anos da pesquisa, os custos representam 62,53% em relação às vendas, enquanto as despesas representam 20,90%, em média. O cenário da grande representatividade dos custos em relação às vendas não se altera. A rentabilidade média das empresas é de 20,34% e, como pode ser observado, teve queda no ano de 2009, mas teve recuperação em 2010. Apesar de aumento de lucro operacional, a rentabilidade dos últimos 3 anos não superou 2008 pois os patrimônios líquidos aumentaram em grandes proporções. Isso pode ilustrar que o país investiu para não ser afetado tanto pela crise. A

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Tabela 4 ilustra o resultado da regressão realizada, considerando as empresas brasileiras da amostra.

Tabela 3: Dados das Empresas Brasileiras.

Ano Vendas (R$ ) Cust os ( R$) Represe n ta tivid ade d os Cust os ( %) Despesa s (R $) Represe nta tivid ade da s Despesa s ( % ) Patrimô n io L íq u ido (R$) Represe nta tivid ade d o PL em R elaçã o à Vendas (% ) Lucro O peracio n al (R $) Renta b ilid ade (%) 2001 1.220.761 746.142 61,12% 296.883 24,32% 873.003 71,51% 168.753 19,33% 2002 1.439.240 899.411 62,49% 347.002 24,11% 884.946 61,49% 191.415 21,63% 2003 1.775.492 1.099.918 61,95% 346.412 19,51% 998.835 56,26% 229.432 22,97% 2004 2.066.780 1.258.467 60,89% 391.498 18,94% 1.127.842 54,57% 256.787 22,77% 2005 2.376.810 1.462.606 61,54% 449.426 18,91% 1.324.403 55,72% 309.829 23,39% 2006 2.543.614 1.577.993 62,04% 474.901 18,67% 1.530.350 60,16% 340.625 22,26% 2007 2.767.660 1.697.889 61,35% 529.379 19,13% 1.764.466 63,75% 377.481 21,39% 2008 3.295.627 2.029.839 61,59% 677.753 20,57% 2.202.334 66,83% 446.300 20,26% 2009 3.299.629 2.109.195 63,92% 755.962 22,91% 2.532.804 76,76% 420.883 16,62% 2010 3.991.832 2.564.817 64,25% 792.157 19,84% 3.343.434 83,76% 560.483 16,76% 2011 4.404.162 2.938.049 66,71% 1.014.188 23,03% 3.793.087 86,13% 620.236 16,35%  

Tabela 4: Regressão: Empresas Brasileiras.

Estatística de regressão R múltiplo 0,977324 R-Quadrado 0,976535 R-quadrado ajustado 0,970012 Erro padrão 0,006553 Observações 12.716  

Observando a Tabela 4, têm-se um R quadrado ajustado de 0,970012, ou seja, os custos frente às vendas, despesas frente às vendas e o patrimônio líquido frente às vendas explicam 97% da rentabilidade das empresas brasileira. Este resultado também corrobora a pesquisa de Gervasoni, Rossi e Silva (2010), assim como o resultado obtido para todas as empresas da amostra. A significância para esta regressão também é a um nível de 5%.

Depois, foram analisadas, separadamente, apenas as empresas norte-americanas, totalizando 1.774. A Tabela 5 ilustra as médias das variáveis da pesquisa, assim como a representatividade dos custos, representatividade das despesas e representatividade do patrimônio líquido das empresas pertencentes aos Estados Unidos.

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Tabela 5: Dados das Empresas Norte-Americanas. Ano Vendas (R$ ) Cust os ( R$) Represe nta tivid ade d o s Cust os ( %) Despesa s (R $) Represe nta tivid ade da s Despesa s ( %) Patrimô n io L íq u ido (R$) Represe nta tivid ade d o PL em Rela ção à V endas (% ) Lucro O peracio n al (R $) Renta b ilid ade (%) 2001 5.579.052 3.403.843 61,01% 1.201.431 21,53% 2.861.992 51,30% 665.668 23,26% 2002 5.304.852 3.367.572 63,48% 1.192.873 22,49% 2.644.095 49,84% 649.546 24,57% 2003 5.788.247 3.691.797 63,78% 1.285.281 22,21% 3.132.691 54,12% 696.523 22,23% 2004 6.418.817 4.122.759 64,23% 1.420.194 22,13% 3.530.577 55,00% 777.888 22,03% 2005 6.964.040 4.540.405 65,20% 1.487.827 21,36% 3.762.453 54,03% 824.426 21,91% 2006 7.601.298 4.838.121 63,65% 1.684.056 22,15% 4.188.623 55,10% 929.450 22,19% 2007 8.093.677 5.189.875 64,12% 1.776.655 21,95% 4.470.802 55,24% 990.383 22,15% 2008 8.566.137 5.671.054 66,20% 2.053.187 23,97% 4.440.002 51,83% 992.345 22,35% 2009 7.536.362 4.707.134 62,46% 1.891.851 25,10% 4.833.722 64,14% 897.329 18,56% 2010 8.537.230 5.398.868 63,24% 1.957.868 22,93% 5.478.087 64,17% 903.902 16,50% 2011 9.750.901 6.394.452 65,58% 2.220.305 22,77% 5.860.733 60,10% 920.009 15,70%

Pode-se perceber que, em média, considerando os 11 anos da pesquisa, os custos representam 63,90% em relação às vendas, enquanto as despesas representam 22,60%, em média. O cenário da grande representatividade dos custos em relação às vendas não se altera. A rentabilidade média das empresas é de 21,04% e, como pode ser observado, teve queda a partir do ano de 2009. Diferentemente do Brasil, a recuperação das empresas americanas, no geral, é menor, visto que ainda não alcançaram, em média, os mesmos lucros operacionais de 2008. A Tabela 6 ilustra o resultado da regressão realizada, considerando as empresas norte-americanas da amostra.

Tabela 6: Regressão: Empresas Norte-Americanas.

Estatística de regressão R múltiplo 0,954001 R-Quadrado 0,953675 R-quadrado ajustado 0,948200 Erro padrão 0,09553 Observações 19.514

Observando a Tabela 6, têm-se um R quadrado ajustado de 0,948200, ou seja, os custos frente às vendas, despesas frente às vendas e o patrimônio líquido frente às vendas explicam 94,82% da rentabilidade das empresas brasileira. Este resultado também corrobora a pesquisa de Gervasoni, Rossi e Silva (2010), assim como o resultado obtido para todas as empresas da amostra e o resultado das empresas brasileiras, apesar um R quadrado inferior. A significância para esta regressão também é a um nível de 5%.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desta pesquisa foi analisar custos e despesas, com o intuito de calcular se estas explicam a rentabilidade das empresas Brasileiras e Norte-Americanas, com ênfase na Estratégia de Diferenciação.

Com o intuito de verificar a relação, foi utilizada a regressão linear simples, considerando a rentabilidade como variável dependente e os custos frente às vendas, despesas frente às vendas e patrimônio líquido frente às vendas como variáveis independentes.

Verificou-se que, em média, os custos representam 63,77% em relação às vendas, enquanto as despesas representam 22,57%, em média. Portanto, no contexto das empresas brasileiras e norte-americanas, os custos têm maior representatividade frente às despesas, quando relacionados com as vendas. A rentabilidade média das empresas é de 19,95% e, como pode ser observado, teve queda a partir do ano de 2009.

A hipótese de que o dimensionamento dos custos, despesas e patrimônio líquido frente às vendas explicam a rentabilidade foi corroborada, assim como no trabalho de Gervasoni, Rossi e Silva (2010). Assim, conforme Porter (2004), conclui-se que o dimensionamento dos custos e despesas é necessário para explicar a rentabilidade das empresas estudadas tanto nas empresas no geral, quanto nas empresas brasileiras e norte-americanas separadamente.

Esta pesquisa limitou-se em analisar os custos e as despesas das empresas brasileiras e norte-americanas sem diferenciá-las em relação a setores, tamanho e outras variáveis de controle que podem ser incluídas na regressão. Neste contexto, como sugestão para trabalhos futuros sugere-se incluir na regressão algumas variáveis de controle, por exemplo, setor de atuação das empresas, tamanho, níveis de governança corporativa, entre outros. Também, pode-se analisar em períodos menores, principalmente com o intuito de verificar se nos anos considerados como crise, os custos e despesas ainda possuem poder para explicar rentabilidades.

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