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Frente Ampla pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes no Brasil

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Academic year: 2021

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AGENDA DE MOBILIZAÇÃO E INCIDÊNCIA PELA

INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DO BRASIL

“CARTA DE COMPROMISSO POLÍTICO”

A partir da Constituição Federal de 1988, da assinatura e ratificação da Convenção dos

Direitos da Criança da ONU, em 1989, e da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069/90, o país organizou sua agenda política frente aos direitos

humanos de crianças e adolescentes até então considerados não como sujeitos de direitos, mas como objetos de interesses de uma parte da população adulta ou despercebidos/invisíveis pela sociedade e pelas estruturas do Estado, consolidando a negação do direito ao acesso de bens e serviços socialmente produzidos.

A construção de marcos ético-políticos para a infância e adolescência no país avançou na implementação de estratégias e planos para a execução do que está definido por estas leis. Este processo, por ser histórico, sofreu e sofre contradições frente ao estabelecido requerendo das forças sociais e especificamente da sociedade civil protagonismo nos espaços e ações de deliberações e controle social por intermédio dos Conselhos de Direitos, Fóruns e Redes nacionais, estaduais, regionais e municipais. Neste mesmo contexto recente de construção democrática alguns elementos paradoxais se destacam: a fragilização dos movimentos e organizações sociais de base históricas no país; a criação de redes e fóruns que sobrepõem pautas e perspectivas que deveriam ser comuns; movimentos particularistas e dispersos marcados por discurso conservador, reacionário, anti-político em diversos setores e territórios; organizações da sociedade civil se transformaram em prestadores de serviços para o Estado alterando perfil de mobilização, ao mesmo tempo em que se busca construir propostas e políticas coerentes com a nova construção paradigmática.

São esses entre outros elementos neste cenário complexo e desafiador que destacamos o momento em que vivemos em que se impõe como debate prioritário para a sociedade civil a questão do Estado e do seu papel na sociedade contemporânea e da relação com a sociedade civil. Em julho de 2013 um movimento de pluri e multi reivindicações que surge nas/das ruas das principais cidades do Brasil com uma agenda que abrange desde a questão de tarifas do transporte público ao formato e fluxo da representação política no país, colocou em movimento forças e sujeitos que expressaram o desejo popular de atualização do sistema de participação e decisório do país.

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Diante deste contexto inquietante, uma mobilização nacional em favor dos direitos humanos da infância e adolescência diversificada neste país coloca-se como urgente na defesa e construção de uma agenda de Comunicação, Mobilização e Incidência, frente aos seguintes temas e questões:

 Defesa de uma Reforma Política na perspectiva do aprofundamento da democracia, com constituição de relações Estado-Sociedade garantidoras do reconhecimento dos direitos humanos e efetivamente do poder democrático popular;

 Fortalecimento da laicização do Estado Brasileiro em todas as suas esferas e em nome do interesse público e da defesa da liberdade e da democracia;

 Garantia da participação democrática de crianças e adolescentes em todos os processos de discussões e deliberações públicas e políticas;

 Construção de uma agenda de convergência e articulação permanente dos Conselhos de Direitos, entre estes, e com outras expressões e organizações autônomas e desinstitucionalizadas da sociedade civil brasileira;

 Construção da Política da Infância e Adolescência à luz do Sistema de Direitos Humanos no país com integração dos Planos Setoriais dos direitos de crianças e adolescentes com seu respectivo Plano Decenal;

 Definição de Políticas Públicas de acordo com interesse de grupos específicos ainda invisibilizados tais como crianças, adolescentes em situação de rua; crianças e adolescentes com referentes adultos encarcerados; crianças e adolescentes refugiados/as;

 Priorização do controle do orçamento público e do Orçamento Criança (OCA) para o monitoramento transversal de todas as políticas programadas;

 Desinstitucionalização de crianças, adolescentes e jovens em serviços de acolhimento e medidas sócio-educativas;

 Desmilitarização do sistema de justiça e enfretamento do genocídio étnico- racial que vitimiza adolescentes e jovens;

 Descriminalização das drogas em contraponto à criminalização dos territórios e populações urbanas e rurais;

 Enfrentamento da medicalização de crianças, adolescentes e jovens;  Ampliação da agenda de enfrentamento da mortalidade materna, sob uma

perspectiva feminista que vise à liberdade de escolha da mãe.

 Priorização do controle do orçamento público e do Orçamento Criança (OCA) para o monitoramento transversal de todas as políticas programadas;

 Constituição de estratégias político-normativas que enfrente o uso da criança como objeto e/ou estratégia de negócio para o consumo e reprodução de valores

mercantis;

 Enfrentamento à violência e exploração sexual, sob a perspectiva dos direitos humanos, com incidência para políticas de fortalecimento e promoção dos direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes;

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 Garantia de investimento nos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente como órgãos de controle e deliberação para garantir a institucionalidade do

tamanho de sua importância constitucional, de forma que se imponha nos diálogos com as demais instituições como as casas legislativas, secretarias e

ministérios, o Poder Judiciário, entre outros.

 Renovação dos Conselhos de Direitos como espaço de participação popular, extrato da democracia e que requer alternância, pluralidade e diversidade nas representações da sociedade civil, com inserção e fortalecimento da representação social e política de indígenas, quilombolas, povos da floresta, ciganos, negros, mulheres, LGBT, sem terras, sem tetos, entre outras expressões populares da sociedade civil brasileira.

Por fim, é imperativo fortalecer os espaços da sociedade civil constitutiva de sujeitos políticos históricos e como instância de debate e proposição de uma agenda plural, para além dos Conselhos de Direitos. No momento em que o Estatuto da Criança e do Adolescente completa 24 anos e que comemoramos os 25 anos da Convenção dos Direitos da Criança da ONU, as entidades abaixo firmadas, conclamam a sociedade brasileira, especialmente os segmentos organizados para contundente defesa de uma AGENDA DE MOBILIZAÇÃO E INCIDÊNCIA PELOS DIREITOS DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NO BRASIL, envidando esforços e estratégias de mudança do atual cenário, que ganhe expressão também por meio dos conselhos de direitos como um dos espaços de garantia da participação social ampla e autônoma:

 ANCED

– ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS CENTROS DE DEFESA

DOS DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

 APSMNSP

– ARTICULAÇÃO POPULAR E SINDICAL DE

MULHERES NEGRAS DE SÃO PAULO

 ALDEIAS INFANTIS SOS BRASIL

 ABEPSS

– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA

EM SERVIÇO SOCIAL

 ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA

 ASSOCIAÇÃO DOS AGENTES DE PASTORAL NEGROS DO

BRASIL (APNs)

 AMENCAR RS

 ACAT

 ABRASME

 AESMAR- ASSOCIAÇÃO DOS EDUCADORES DOS EDUCADORES

SOCIAIS DE MARINGÁ

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FORMAÇÃO POPULAR

 ABTH

– ASSOSICAÇÃO BRASILEIRA TERRA DOS HOMENS

 BERÇO DE CIDADANIA

 BLOG NEGRO BELCHIOR

– CARTA CAPITAL

 COLETIVO NEGRADA - ORGANIZAÇÃO DE ESTUDANTES

NEGROS/AS E INDÍGENAS DA UFES

 COLETIVO NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA

– ENEGRECER

 COLETIVOS DE POETAS MARGINAIS DO XINGU

 CONSCIÊNCIA NEGRA NA USP

 COLETIVO PEDRA NO SAPATO

 COLETIVO ROSA ZUMBI

 CONSCIÊNCIA NEGRA NA USP

 CRESS

– MG

 COLETIVO DE ESTUDANTES NEGROS

– UFMG

 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRABALHADORES DA

EDUCAÇÃO – CNTE

 CMP

– CENTRAL DE MOVIMENTOS POPULARES

 COLETIVO QUILOMBAÇÃO

 COLETIVO IMARGEM

 CASA DE LUA ORGANIZAÇÃO FEMINISTA

 CÍRCULO PALMARINO

 CAMPANHA CRIANÇA NÃO É DE RUA

 CEDECA MARIA DOS ANJOS

– RONDÔNIA

 CEDECA EMAÚS

– PARÁ

 CEDECA MONICA PAIÃO TREVISAN

– SAPOPEMBA

 CEDECA ALTA PAULISTA

– SÃO PAULO

 CEDECA ZUMBI DOS PALMARES

– ALAGOAS

 CEDECA PÉ NA TÁBA

– AMAZÔNIA

 CEDECA MARCOS PASSERINE

– MARANHÃO

 CEDECA YVES DE ROUSSAN

– BAHIA

 CEDECA DAVID ARANTES

– LIMEIRA/SP

 CEDECA INTERLAGOS

– SÃO PAULO

 CENTRO DE DEFESA DE DIREITOS HUMANOS

– SAPOPEMBA

 CUT ABC

– CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

 CFESS

– CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL

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 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS QUÍMICOS

 CODH

 CDDHMP RN

 CEERT

– CENTRO DE ESTUDOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

E DESIGUALDADES

 CENTRO DE ESTUDOS DA MÍDIA BARÃO DE ITARARÉ

 DIRETÓRIO ACADÊMICO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

UFMG

 EQUIPE CASA DAS ÁFRICAS

 FÓRUM DE HIP HOP DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

 FÓRUM DAS JUVENTUDES DA GRANDE BH

 FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

ÉTNICO-RACIAL DO MARANHÃO – FEDERMA

 FÓRUM DAS JUVENTUDES DA GRANDE BH

 FÓRUM DE LUTAS DE COTIA

 GRUPO TORTURA NUNCA MAIS/ RIO DE JANEIRO

 GRUPO NOVO BANDUNG DA UFABC

 IDDH - INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E DIREITOS

HUMANOS

 INTERSINDICAL

– CENTRAL DA CLASSE TRABALHADORA

 INSTITUTO JOSÉ RICARDO

– PELO BEM DA DIVERSIDADE

 INSTITUTO NZINGA MBANDI

 INSTITUTO FOMENTANDO REDES

 INSTITUTO DONIZETE

 INSTITUTO BÚZIOS

 INSTITUTO MACUCO

 INSTITUTO FAZENDO HISTÓRIA

– IFH

 INSTITUTO PAULO FREIRE

 LABORATÓRIO FANTASMA

 LABORATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS/ UNESP

– LEPP

 MNMMR

– MOVIMENTO NACIONAL DE MENINOS E MENINAS DE

RUA

 MNDH

– MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

 MARCHA DAS VADIAS DE BELO HORIZONTE

 MOVIMENTO DE MORADIA DO CENTRO

– SP

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 MÃES DE MAIO

 MOVIMENTO PARAISÓPOLIS EXIGE RESPEITO

 MNC - MOVIMENTO DE MULHERES NEGRAS CAPIXABAS

 MOVIMENTO NACIONAL MENINOS E MENINAS DE RUA

COMISSÃO LOCAL DE MARINGÁ/PR

 MOVIMENTO NACIONAL MENINOS E MENINAS DE RUA

– SÃO

PAULO

 MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO

– MNU/MA

 MOVIMENTO NACIONAL MÃES PELA IGUALDADE

– NÚCLEO

PERNAMBUCO

 NÚCLEO DE ESTUDOS DA JUVENTUDE CONTEMPORÂNEA

 NÚCLEO DE ESTUDOS AFROBARSILEIROS E

INDIODECENDENTES DO IFMA – NEABI

 OBSERVATÓRIO DA JUVENTUDE

– ZONA NORTE/ SP

 ORGANIZAÇÃO DE MULHERES NEGRAS BLOCO DAS PRETAS

 OAB - ORDEM DOS ADVOCADOS DO BRASIL

 POSSE HAUSSA

 PROAME CEDECA - SÃO LEOPOLDO/ RS

 PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA POLÍTICA

UFSC

 PROJETO MENINOS E MENINAS DE RUA

 PROJETO LEGAL

 PROJETO EDUCAÇÃO ALTERNATIVA DESCOBRINDO O SABER

PEADS

 PROJETO HÁ! PHIRMA

– COLETIVO DE CULTURA

 PCA

– PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE ESTUDOS, PESQUISA

E DEFESA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SINDICATO DOS

QUÍMICOS ABC

 QUILOMBO URBANO

 REJU

– REDE ECUMÊNICA DA JUVENTUDE

 REAJA MINAS

 SINPEPP

– ALTAMIRA/ PA

 SOCIEDADE MARANHENSE

 SINDICATO DOS QUÍMICOS DE SÃO PAULO

 SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE SÃO BERNARDO

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 SARAU DO FÓRUM

 UNISOL

 UNEAFRO

– UNIÃO DE NÚCLEOS DE EDUCAÇÃO POPULAR

Referências

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