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Qualidade percebida pelos clientes: avaliação dos serviços em um restaurante da cidade de FortalezaCE

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Academic year: 2018

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIAS, CONTABILIDADE E

SECRETARIADO

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

THAÍS PIRES BEZERRA

QUALIDADE PERCEBIDA PELOS CLIENTES: AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS EM UM

RESTAURANTE DA CIDADE DE FORTALEZA-CE

(2)

THAÍS PIRES BEZERRA

QUALIDADE PERCEBIDA PELOS CLIENTES: AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS EM UM

RESTAURANTE DA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Monografia apresentada ao Curso de

Administração da Faculdade de Economia,

Administração, Atuária, Contabilidade e

Secretariado Executivo da Universidade

Federal do Ceará como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Orientador: Prof. Dr. Augusto Cézar de Aquino

Cabral

(3)
(4)

THAÍS PIRES BEZERRA

QUALIDADE PERCEBIDA PELOS CLIENTES: AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS EM UM

RESTAURANTE DA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Monografia apresentada ao Curso de

Administração da Faculdade de Economia,

Administração, Atuária, Contabilidade e

Secretariado Executivo da Universidade

Federal do Ceará como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Data da aprovação: _____ /_____ /_____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Dr. Augusto Cézar de Aquino Cabral (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________

Prof. Dra. Sandra Maria dos Santos

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_____________________________________________

Prof. Dra. Maria Naiula Monteiro Pessoa

(5)

AGRADECIMENTOS

Pelo apoio e incentivo, por todo amor e atenção, agradeço, primeiramente aos meus

pais. Vocês são meus exemplos!

Agradeço ao Tiago, por todo companheirismo, apoio, incentivo e, principalmente,

paciência.

Agradeço a minha amiga, Vívian Lee, que, mesmo de longe, me incentivou nos

momentos de cansaço.

Agradeço também ao meu professor e orientador, Augusto de Cézar de Aquino

Cabral, especialmente, pela compreensão.

(6)

RESUMO

A participação do setor de serviços no PIB brasileiro é de aproximadamente 70%, já o mercado

de alimentação fora do lar cresce significativamente em decorrência das mudanças de hábitos

de consumo. A população gasta em média 30% do orçamento em refeições fora do lar.

Juntamente ao crescimento do consumo, houve o crescimento da quantidade de

estabelecimentos comerciais que trabalham com

foodservic

e. A competitividade acirrada do

setor de alimentação somada ao consumidor mais exigente suscitam uma necessidade

relacionada à qualidade dos serviços prestados. É necessário entender como os clientes avaliam

a qualidade dos serviços, a fim de gerenciar uma empresa que forneça experiências satisfatórias.

O objetivo geral do estudo é analisar a qualidade da prestação de serviços oferecidos por um

restaurante

self-service

localizado em Fortaleza-CE. No desenvolvimento do estudo, foi

realizada uma pesquisa conclusiva descritiva, realizada mediante estudo de caso único, no qual

a avaliação dos serviços foi mensurada por intermédio de um questionário aplicado aos clientes

do restaurante, com base na forma de avaliação do modelo SERVPERF, focando somente na

análise dos serviços de fato prestados pelo restaurante DG, e nas cinco dimensões do

SERVQUAL. Os resultados da análise dos dados, indicaram que os respondentes avaliaram a

qualidade dos serviços oferecidas de modo positivo, consequentemente, os respondentes

também se demonstraram bastante satisfeitos de forma geral. A dimensão melhor avaliada foi

a “segurança”, enquanto a pior avaliada foi a “sensibilidade”.

Em decorrência do estudo, os

gestores do restaurante conseguiram compreender que entender a necessidade dos clientes é

fundamental para oferecer serviços de boa qualidade e, consequentemente, gerar a satisfação

dos clientes.

(7)

ABSTRACT

The share of the services sector in the braziliar GDP is about 70%. The segmento f food “outside

home” grows significantly due to the change in

people´s consumer habits. The brazilian´s

population spends, on average, 30% of the budget eating out of home. Along with the growth

of consumption, there was growth in the number of comercial establishmentS working with

foodservice. The intense competition in the food sector and the increasement and requirement

of the consumer provoque needs related to the quality of the given services. Understanding how

consumers evaluate the quality of services in order to manage a company that provides

satisfactory experiences is crucial. The study´s overall goal is to examine the quality of the

services by a restaurant located in Fortaleza-CE. In the study, a descriptive research was held

through a single-subject experimental, in wich the evaluation of service quality was measured

by means of a survey applied to the restaurant´s costumers on the basis of the formo f evaluation

of SERVPERF model, focusing only on the services offered by DG restaurant and the five

dimensions of SERVQUAL. The data analysis results indicated that respondentes evaluated the

quality of services offered in a positive way, therefore, the respondentes also demonstrated to

be, in general, considerable sattisfied. The best valued dimension was “security” and the worst

evaluate

d was “sensivity”. As a

result, the restaurant´s managers came to understand that the

costumer needs are key to providing good quality service and, therefore, generate customer

satisfaction.

(8)

LISTA DE FIGURAS

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Sexo ... 40

Tabela 2 - Estado civil ... 41

Tabela 3 - Ocupações/Profissões ... 41

Tabela 4 - Faixa etária ... 42

Tabela 5 - Grau de escolaridade ... 43

Tabela 6 - Renda familiar mensal ... 43

Tabela 7 - Frequência de idas ao restaurante ... 44

Tabela 8 - Gasto diário ... 44

Tabela 9 - Serviços utilizados ... 45

Tabela 10 - Horário ... 46

Tabela 11 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 1 ... 47

Tabela 12 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 2 ... 48

Tabela 13 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 3 ... 48

Tabela 14 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 4 ... 49

Tabela 15 - Confiabilidade e média aritmética da dimensão da tangibilidade ... 49

Tabela 16 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 5 ... 50

Tabela 17 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 6 ... 51

Tabela 18 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 7 ... 51

Tabela 19 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 8 ... 52

Tabela 20 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 9 ... 52

Tabela 21 - Confiabilidade e média aritmética da dimensão da confiabilidade ... 53

Tabela 22 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 10 ... 54

Tabela 23 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 11 ... 54

Tabela 24 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 12 ... 55

Tabela 25 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 13 ... 55

Tabela 26 - Confiabilidade e média aritmética da dimensão da sensibilidade ... 56

Tabela 27 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 14 ... 57

Tabela 28 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 15 ... 57

Tabela 29 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 16 ... 58

Tabela 30 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 17 ... 58

(10)

Tabela 32 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 18 ... 60

Tabela 33 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 19 ... 60

Tabela 34 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 20 ... 61

Tabela 35 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 21 ... 61

Tabela 36 - Confiabilidade e média aritmética da dimensão da empatia ... 62

Tabela 37 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 22 ... 63

Tabela 38 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 23 ... 63

Tabela 39 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 24 ... 64

Tabela 40 - Valor médio e desvio-padrão do indicador 25 ... 64

Tabela 41 - Confiabilidade e média aritmética da dimensão dos restaurantes ... 65

Tabela 42 - Valor médio e desvio-padrão do nível geral de satisfação ... 66

Tabela 43 - Sexo

versus

valor médio da satisfação geral ... 66

Tabela 44 - Faixa etária

versus

valor médio da satisfação geral ... 67

Tabela 45 - Renda familiar mensal

versus

valor médio da satisfação geral... 67

Tabela 46 - Tipo de serviço utilizado

versus

valor médio da satisfação geral ... 67

Tabela 47 - Horário

versus

valor médio da satisfação geral ... 68

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - As dez dimensões da qualidade dos serviços ... 29

Quadro 2 - As cinco dimensões da qualidade dos serviços ... 30

Quadro 3 - Estudos utilizados como embasamento para a elaboração do questionário ... 34

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16

2.1 Definições e conceitos de qualidade ... 16

2.1.1 Evolução histórica da gestão da qualidade

... 17

2.1.2 Eras da qualidade segundo as pesquisas de Garvin

... 20

2.2 Serviços ... 21

2.2.1 Características dos serviços

... 23

2.3 Qualidade em serviços ... 25

2.3.1 Modelos de avaliação da qualidade de serviços

... 26

2.3.1.1 Modelo de Gröonros

... 26

2.3.1.2 Modelo dos Gaps

... 27

2.3.1.3 Modelo SERVQUAL

... 28

2.3.1.1 Modelo SERVPERF

... 29

3 METODOLOGIA ... 31

3.1 Classificação da pesquisa ... 31

3.2 Unidades de análise ... 31

3.3 Métodos e técnicas de coleta de dados ... 32

3.4 Análise dos dados ... 34

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 36

4.1 História dos restaurantes no Brasil ... 36

4.2 Estudo de Caso: Restaurante DG ... 38

4.2.1 Análise dos dados

... 40

4.2.1.1 Perfil socioeconômico dos clientes

... 40

4.2.1.2 Percepção dos clientes acerca da qualidade dos serviços

... 46

(13)

4.2.1.4 Análise dos quartis

... 68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 73

REFERÊNCIAS ... 76

(14)

1 INTRODUÇÃO

A participação média do setor de serviços em relação ao Produto Interno Bruto

(PIB) do Brasil, em 2012, era de 60% (sessenta por cento), no ano de 2014, a média passou

para aproximadamente 70% (setenta por cento). (ADVFN Brasil, 2016a). Destarte, Geraldi,

Spina e Oliveira (2012) afirmam que o estudo da qualidade de serviços ganhou destaque devido

ao crescimento da importância do setor de serviços no País.

É válido ressaltar, entretanto, que, desde o segundo semestre de 2014, em

consonância com Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a indústria e o comércio vêm apresentando

variações negativas, afetando, assim, o setor de serviços. Ademais, em decorrência da inflação

elevada e da menor alta da renda, os consumidores “pisaram no freio”.

(TOMAZELLI, 2015)

Apesar da desaceleração no ano de 2014, o setor de serviços ainda cresceu 0,7%, o

menor índice de expansão em mais de uma década. (CARNEIRO, 2015). Em 2015, contudo, a

economia brasileira encolheu 3,8% em relação ao ano de 2014, segundo os dados do PIB

(Produto Interno Bruto) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor de serviços, que corresponde a parte considerável do PIB, recuou 2,7%, a maior baixa

desde 1996. (ADFVN Brasil, 2016b) Além da crise econômica, a crise política que aflige o País

contribuiu para a retração da confiança dos consumidores e dos investidores. (

WORLD BANK

,

2016)

É cabível denotar, entretanto, que apesar dos resultados, o setor de serviços ainda é

responsável por mais da metade do PIB brasileiro, além de ser o foco principal dos

investimentos estrangeiros no País e o maior gerador de empregos diretos para a população

(ADVFN BRASIL, 2016b). Em 2015, segundo os dados fornecidos pela

Central Intelligence

Agence

CIA

(2015), os serviços ainda compunham, aproximadamente, 70% (setenta por

cento) do PIB do País.

Em decorrência da importância do setor de serviços, bem como das exigências

crescentes dos consumidores, Eberle, Milan e Lazzari

(2010) argumentam que as empresas

incorporaram a preocupação com a qualidade e o atendimento ao cliente, estando presente a

busca constante da satisfação.

(15)

O mercado de alimentação fora do lar, em consonância com a Associação Brasileira

de Bares e Restaurantes (ABRASEL) (2015), cresce significativamente em decorrência das

mudanças dos hábitos de consumo. A falta de tempo e a praticidade levam as pessoas a procurar

maneiras mais rápidas na hora de se alimentar, evitando, dessa forma, o deslocamento do

trabalho para casa no horário do almoço pela economia de tempo. (ABRASEL, 2015)

Ainda de acordo a ABRASEL (2015), uma pesquisa realizada pelo IBGE,

demonstra que a população gasta aproximadamente 30% (trinta por cento) do orçamento em

refeições fora de seus lares. Juntamente ao aumento do consumo, houve o crescimento em

grande escala de estabelecimentos comerciais que trabalham com o

food service.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) (2014), o

setor de alimentos detém mais de 1,4 milhões de estabelecimento em operação distribuídos por

todo o território nacional e, em decorrência da contínua expansão da demanda por serviços de

alimentação fora do lar, o número de estabelecimentos cresceu, ao longo dos últimos dez anos,

a taxa média de 2% (dois por cento) ao ano.

A competitividade mais acirrada somada ao consumidor mais exigente suscitam

uma necessidade relacionada à qualidade dos serviços prestados. É necessário entender como

os clientes avaliam a qualidade dos serviços a fim de gerenciar uma empresa que forneça

experiências satisfatórias. (FREITAS; RANGEL, 2011)

Segundo Keller e Kotler (2006), há uma ligação entre a qualidade de produtos e

serviços, satisfação de clientes e lucratividade na empresa; quanto maior o nível da qualidade,

maior o nível de satisfação dos consumidores.

Num mercado de alta competitividade, entender o cliente para gerar o nível de

satisfação adequado tornou-se essencial para a sobrevivência da empresa. Em consonância com

o SEBRAE (2015), cerca de 30% (trinta por cento) das micro e pequenas empresas não

sobrevivem aos dois anos iniciais e esse índice aumenta para aproximadamente 60% (sessenta

por cento) caso sejam considerados os cinco primeiros anos.

(16)

Com expansão anual entre 8% (oito por cento) a 10% (dez por cento), o setor de

alimentação fora de casa

– de bares e de restaurantes

– gera cerca de 450 mil novas

oportunidades de emprego anualmente. (SEBRAE, 2015)

O Ceará, entre julho de 2014 e julho de 2015, apresentou o melhor saldo de

empregos formais gerados no setor de serviços do Nordeste. Foram aproximadamente 14.000

(quatorze mil) empregos no saldo positivo, representando 38% dos empregos gerados no

Nordeste. O segmento de alimentação apresentou o melhor resultado, foram gerados

aproximadamente 4.000 (quatro mil), representando cerca de 26% do total de vagas dentro do

setor de serviços no Ceará. (ABRASEL, 2016)

Apesar de parecer simples, trabalhar no ramo da alimentação é complexo e exige

uma busca constante pela qualidade dos serviços oferecidos e conhecimento do setor. Em

decorrência dessa complexidade, o índice de mortalidade dos empreendimentos no Brasil, é

bastante elevado: 35% dos bares e restaurantes fecham nos primeiros dois anos de

funcionamento (SEBRAE, 2015)

Neste estudo, a qualidade do serviço oferecido por uma microempresa do setor de

alimentação, um restaurante

self-service

localizado em Fortaleza no estado do Ceará, será

avaliada por meio do modelo SERVPERF proposto por Cronin e Taylor (1992), que consideram

a qualidade do serviço melhor avaliada pelas percepções que os consumidores têm do

desempenho dos serviços, sem considerar as suas expectativas. A avaliação de desempenho

será realizada utilizando-se as dimensões da qualidade de serviço instituídos no modelo

SERVQUAL de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988): confiabilidade, tangibilidade,

sensibilidade, segurança e empatia.

Justifica-se o estudo pela necessidade de disseminar, especialmente dentre as micro

e pequenas empresas - essenciais para a economia do País - a importância da gestão da

qualidade de serviços e de demonstrar para essas organizações que, em um mercado de alta

competividade, entender o cliente a fim de prestar serviços de boa qualidade e,

consequentemente, gerar o nível de satisfação considerado adequado, tornou-se crítico para a

sua sobrevivência.

(17)

Com a finalidade de responder essa questão, o objetivo geral estabelecido é analisar

a qualidade da prestação de serviços oferecidos pelo restaurante, bem como a sua influência na

satisfação dos clientes.

Para a consecução desse objetivo, foram delimitados objetivos específicos, a saber:

a)

avaliar a tangibilidade, ou seja, a percepção dos clientes em relação à aparência

das instalações e dos funcionários;

b)

medir a confiabilidade do restaurante, ou seja, a capacidade de prestar o serviço

prenunciado de forma correta, além de ponderar se o comportamento dos

funcionários inspira confiança;

c)

estimar a sensibilidade, ou seja, o atendimento prestado pelos funcionários e a

capacidade de resolver as restrições que podem surgir eventualmente;

d)

avaliar a segurança oferecida, como o conhecimento e a cortesia dos

funcionários, bem como a sua capacidade de inspirar confiança;

e)

aferir a empatia, ou seja, se as necessidades individuais dos clientes, tais como

localização, horário de funcionamento, são atendidas.

No desenvolvimento do estudo, foi realizada uma pesquisa conclusiva descritiva,

realizada mediante estudo de caso único.

A estrutura geral será dividida em cinco seções, a saber: introdução; referencial

teórico; metodologia; apresentação e análise dos dados e considerações finais.

Na introdução, está demonstrada, de forma geral, a importância do setor de serviço

e a necessidade da compreensão da qualidade para a sobrevivência das micro e pequenas

empresas, bem como serão apresentadas a questão da pesquisa, sua justificativa e seus

objetivos.

A segunda seção abrange o embasamento teórico, no qual são apresentadas os

conceitos fundamentais para a consecução da pesquisa: serviços, gestão da qualidade; avaliação

da qualidade em serviços e os seus modelos.

Na metodologia, está definido o tipo de pesquisa, as unidades de análise, os métodos

e as técnicas de coleta de dados e a forma como foi feita a análise dos dados.

Na quarta seção, os dados coletados são apresentados e analisados, será

demonstrada a percepção dos clientes quanto à qualidade do serviço oferecido por meio da

avaliação de desempenho realizada com base no modelo SERVPERF.

(18)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta seção aborda os tópicos essenciais para o embasamento da pesquisa.

Primeiramente, a qualidade é abordada segundo as suas principais definições e a sua evolução

histórica.

Brasil (1994) assevera que para a abordagem da qualidade em serviços é necessária

a compreensão do que é um serviço e de suas diferenças em relação aos bens tangíveis. Destarte,

também são retratados pontos fundamentais relacionados aos serviços, a saber: as suas

definições, as suas principais características, a sua importância e, finalmente, a qualidade em

serviços, bem como os modelos de avaliação de serviço.

2.1 Definições e conceitos de qualidade

A busca por uma definição universal para a qualidade não acarretou resultados

consistentes. Tal acepção não existe, pelo contrário, diferentes definições para a qualidade são

apresentadas sob diferentes circunstâncias. É cabível salientar, contudo, que o conceito de

qualidade foi interesse durante toda a história e permanece um tópico de grande relevância.

(REEVES; BEDNAR, 1994)

Cada nova obra enfocando qualidade apresenta uma definição diferente para o

termo. Tais acepções, entretanto, são variações baseadas nas orientações dos mentores da

qualidade. (BRASIL, 1994)

Com fulcro em Feigenbaum (1951), o termo qualidade não significa o que é melhor

em todos os sentidos, mas o melhor de acordo com determinadas condições impostas pelos

consumidores, tais como a verdadeira utilidade do produto e o seu preço de venda.

O autor (1951) foi o primeiro a asseverar que a qualidade é trabalho de todos e deve

ser considerada durante todas as fases do processo, começando com as especificações dos

clientes, passando pelos projetos de montagem e finalizando com a entrega do produto para o

consumidor satisfeito com os resultados. A qualidade do produto também não deve ser separada

dos seus custos, a redução dos custos, por exemplo, é provável consequência do controle da

qualidade. (FEIGENBAUM, 1951)

(19)

“ausência de defeitos”. Uma proposição sucinta e largamente aceita, é a de qualidade como

“adequação ao uso”. (JURAN, 2000)

Deming (1990, p.32) narra que:

A qualidade só pode ser definida em termos de quem a avalia. [...] Na opinião do operário, ele produz qualidade se puder se orgulhar de seu trabalho. Baixa qualidade, para ele, significa perda de negócios e talvez de seu trabalho. Alta qualidade, pensa ele, manterá a empresa no ramo. Isto é verdade tanto para as empresas de serviços quanto para a produção de bens.

Qualidade, para o administrador de fábrica, significa produzir a quantidade planejada e atender às especificações. Sua função é também, saiba ele ou não, o constante aperfeiçoamento dos processos e constante melhora de sua liderança.

O consumidor é o elo mais importante da linha de produção. A qualidade deve visar

às necessidades atuais e futuras dos clientes. De forma sucinta, o conceito da qualidade se

modifica de acordo à evolução das necessidades dos clientes. (DEMING, 1990)

Desde as publicações de seus livros e seus artigos na década de 1960, Crosby (1990)

é favorável ao conceito de “zero defeitos”, se o gerenciamento incitar a prudência e ajudar as

pessoas, receberá produtos sem falhas.

Ainda com fulcro em Crosby (1990), havia novos fundamentos da administração

da qualidade, considerados “absolutos”: qualidade é estar em consonância com os requisitos, e

não bondade; a qualidade é conquistada por meio da prevenção, não por verificações; o padrão

de desempenho é o zero defeitos, não nível de qualidade aceitáveis; a qualidade é medida pelo

preço da não-conformidade, não índices.

Por fim, a definição da

American Society for Quality

(2015a) é a de que a qualidade

é um termo subjetivo pelo qual as pessoas dos diferentes setores definem de formas distintas.

Tecnicamente, há duas acepções: as características de um produto ou serviço que detém a

habilidade de satisfazer necessidades enunciadas ou implícitas; produto ou serviço livre de

deficiências.

2.1.1 Evolução histórica da gestão da qualidade

Ao longo da história, o homem sempre procurou o que mais se ajustasse às suas

necessidades. A relação cliente-fornecedor sempre despontou entre as famílias, os amigos, nas

organizações de trabalho, nas escolas e na sociedade em geral. (BARÇANTE, 1998).

(20)

A qualidade já estava presente na Idade Antiga, quando o homem buscava o que

considerasse melhor ou o que mais se adequasse às suas necessidades. (CARVALHO, 2002)

Na Idade Média, o artesão dominava todo o ciclo de produção. O cliente estava

próximo, e o artífice buscava sempre atender às suas necessidades, tendo em vista a

comercialização depender

bastante da qualidade, que era comunicada “boca a boca” pelos

compradores satisfeitos. O foco do controle da qualidade era o produto, não o processo, feito

por meio da inspeção de todos os produtos pelos artesãos. (PALADINI; CARVALHO, 2012)

No final do século XIX, a maior montadora de automóveis fabricava seus veículos

de acordo com as vontades dos clientes, não havia dois carros iguais, esse tipo de produção

perpetuou-se até a Primeira Guerra Mundial. (PALADINI; CARVALHO, 2012)

Uma nova ordem produtiva surgiu com a Revolução Industrial

a customização foi

substituída pela padronização e pela produção em larga escala. Em decorrência da fragmentação

do trabalho, surgiu a função do inspetor, responsável pela qualidade dos produtos. (PALADINI;

CARVALHO, 2012)

Barçante (2008) afirmou que, em decorrência da industrialização e da produção em

massa, a criação de um sistema de inspeção, no qual os produtos fossem examinados, medidos

ou testados, tornou-se essencial para a garantia da qualidade

Em consonância com Paladini e Carvalho (2012), para viabilizar a linha de

montagem, Ford adotou um sistema padronizador de medidas para todas as peças. Nessa época,

o foco do controle da qualidade ainda era a inspeção, contudo já se encontravam elementos

importante da abordagem voltada à produção e à conformidade. As necessidades dos clientes e

a participação do trabalhador não eram mais o foco.

No final da década de 1920, trabalhando no laboratório Bell, Walter A. Shewart

desenvolveu a Carta de Controle do Processo. Ele demonstrou ser possível estabelecer um

modelo estatístico de variabilidade máxima da resposta de um processo produtivo por

intermédio de ferramentas estatísticas simples, e, a partir deste modelo, monitorar a qualidade

do processo de fabricação. (CARPINETTI, 2012)

Na década de 1930, em consonância com Paladini e Carvalho (2012) houve

considerável evolução do conceito da qualidade, como o surgimento de normas específicas para

a área e o desenvolvimento do sistema de medidas, assim como a origem de técnicas de

amostragem.

(21)

resultados dos processos de fabricação, para assegurar as conformidades dos resultados com as

especificações. (CARPINETTI, 2012)

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi necessário à indústria americana aumentar

a fabricação dos produtos militares. Destarte, a produção de diversos bens civis, como

automóveis e eletrodomésticos, foi interrompida, houve um período de escassez de bens.

Durante o restante da década de 1940, para a oferta se nivelar demanda, as empresas deram

prioridade máximas aos prazos de entrega, de modo que a qualidade dos produtos caiu.

(JURAN, 1999)

Foram desenvolvidas novas técnicas para suprir a inópia da inspeção 100%. Nos

Estados Unidos e na Europa Ocidental, foram oferecidos programas de capacitação referente

ao controle de processo quanto às técnicas de amostragem, com objetivo de controlar a

qualidade por meio de métodos estatísticos. (BARÇANTE, 1998)

Ainda em consonância com Barçante (1998), nesse período, surgiram várias

associações em função da qualidade.

É relevante denotar que, de acordo com Paladini e

Carvalho (2012), o controle estatístico difundiu-se durante a Segunda Guerra Mundial, contudo

a evolução do conceito da qualidade evoluiu de forma considerável apenas no período

pós-guerra.

Na década de 1950, foi proposta a primeira abordagem sistêmica. Juran apresentou

um modelo que abrangia planejamento e custos de qualidade; Armand Feigenbaun foi o

primeiro a abordar a qualidade de forma sistêmica nas organizações, formulando o sistema de

Controle da Qualidade Total (

TQC

Total Quality Control

), que influenciou a série ISO 9000,

já Philip B. Crosby lançou elementos que criaram o programa “Zero Defeito”. (PALADINI;

CARVALHO, 2012)

Nesse período, o Japão se reestruturava do período pós-guerra. Deming e Juran,

dois teóricos da área da qualidade, influenciaram a criação do modelo japonês. Deming tinha

orientação para a estatística e controle da qualidade, mas além disto, incorporou pontos

relacionados à participação dos trabalhadores e da alta gerência aos conceitos da qualidade.

(PALADINI; CARVALHO, 2012)

A

American Society for Quality

(2015b) afirma que o surgimento da Qualidade

Total nos Estados Unidos foi uma resposta direta à revolução da qualidade no Japão que ocorreu

nos anos seguintes a Segunda Guerra Mundial.

(22)

necessidade que o consumidor apresentaria. Abrolha a “garantia da qualidade” e a célebre frase:

“sua satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”.

A qualidade assume posição fundamental para a vantagem competitiva, inclusive

levando teóricos da área estratégica e da administração, como Garvin, para a área da qualidade.

(PALADINI; CARVALHO, 2012)

Na década de 1990, diversos artigos identificaram os conceitos fundamentais da

Gestão da Qualidade Total (GQT). Ao longo dessa década, diversas empresas adotaram

programas da qualidade total. (CARPINETTI, 2012)

A

American Society for Quality

(2015b) afirma que, no início no século XXI, o

movimento da qualidade amadureceu, novos sistemas evoluíram para além dos alicerces de

Deming, de Juran e das práticas japonesas.

Infere-se, assim, a partir das evidências listadas que a gestão pela qualidade total,

ainda que a “onda” da qualidade total tenha passado, marcou pr

ofundamente a forma de

gerenciar das empresas. (CARPINETTI, 2012)

2.1.2 Eras da qualidade segundo as pesquisas de Garvin

A preocupação formal com a qualidade é dividida por Garvin (1992) em quatro

eras, a saber: inspeção; controle estatístico da qualidade; garantia da qualidade e gestão

estratégica da qualidade.

A era da inspeção, inicialmente, foi marcada pela falta de formalidade do controle

da qualidade, os produtos eram fabricados pelos artesãos em pequenas quantidades, as peças

eram ajustadas manualmente e a inspeção realizada após o produto pronto. A inspeção formal

tornou-se essencial apenas com o aparecimento da produção em massa. Contudo, a qualidade

era unicamente relacionada à fabricação, o produto deveria estar conforme as especificações.

O controle da qualidade limitava-se as atividades de contagem, classificação e reparo.

(GARVIN, 1992)

Na era do controle estatístico, as pesquisas de Shewart garantiram, pela primeira

vez, caráter científico à qualidade. Métodos estatísticos foram desenvolvidos para avaliar a

produção, contudo referida metodologia restringiu-se, em grande parte, às fábricas. (GARVIN,

1992)

(23)

como a quantificação dos custos da qualidade; o controle total da qualidade; a engenharia da

confiabilidade e o zero defeito. (GARVIN, 1992)

Finalmente, a era da gestão estratégica da qualidade é marcada pela incorporação

de aspectos estratégicos da qualidade. Em decorrência da perda de rentabilidade e da má

qualidade no mercado, as empresas compreenderam a importância da qualidade na

concorrência. Outro fator fundamental que despertou o interesse da alta gerência foram as

incursões dos fabricantes japoneses. A qualidade é definida em relação com os concorrentes,

não com padrões fixos internos, a preocupação com as especificações passou a ser secundária.

A pesquisa de mercado sobre qualidade, as pressões para melhoria contínua e os altos níveis de

comunicação e participação tornam-se necessidade às organizações. (GARVIN, 1992)

Silva, Medeiros e Costa (2009) asseveram que, nesse momento, o interesse pela

qualidade, até então focada nos produtos físicos, insurgiu também em relação aos serviços,

principalmente, em decorrência do crescimento do setor na economia.

2.2 Serviços

Há muitas acepções distintas para “serviços”, contudo uma das dificuldades

presentes na literatura da Administração é uma definição dominante para o termo. (LIMA JR.,

2014). Para precursores dos estudos acerca de “serviços”, como

Rathmell (1966, p.32), “os

“bens” são produtos econômicos tangíveis que podem ser vistos, tocados e podem ou não

apresentar cheiro, sabor e serem ouvidos, mas os “serviços” são o completo oposto...”. Ainda

segundo o autor (1966), para diferenciá-los, os “bens” podem ser considerados substantivos, e

os “serviços” podem ser considerados verbos, os “bens” são objetos, e os “serviços” são ações.

Blois (1974) assevera que a definição da

American Marketing Association

(AMA)

de que

“os serviços são atividades, benefícios e satisfações qu

e são postas à venda ou são

fornecidos juntamente à venda de bens”

é uma das mais aceitas, contudo tal acepção poderia se

referir a “bens” e não a “serviços”, por isso, em seu artigo, Blois (1974, p.

137) sugeriu a

seguinte melhoria para a definição:

“O ser

viço é uma atividade posta à venda que suscita

benefícios e satisfações sem conduzir a uma mudança física na forma de um bem”.

(24)

Infere-se, em consonância com Gil (2008), que no início do desenvolvimento da

literatura sobre serviços, acadêmicos utilizavam os bens como apoio à definição do termo. Os

serviços também eram percebidos como uma atividade ou como algo que poderia ser agregado

à oferta de bens.

Com fulcro nos estudos de Fisk, Brown e Bitner (1993), a década de 1980 e o início

da década de 19

90 foi um período em que a literatura acerca dos “serviços” auferiu interesse e

entusiastas. Zeithaml (1981) roga que a maior parte dos serviços não podem ser contados,

mensurados, inventariados, testados e verificados, antes de serem vendidos, a fim de garantir a

qualidade dos serviços. Em decorrência da sua intangibilidade, pode ser difícil compreender

como os consumidores percebem os serviços; sendo eles heterogêneos, suas performances,

usualmente, variam de produtor para produtor, de consumidor para consumidor e de dia para

dia. Por fim, a produção e o consumo de muitos serviços são inseparáveis.

Acepções mais recentes para “serviços” foram perpetradas. Las Casas (2011, p.284

-285) narra que “serviços podem ser considerados como atos, ações e desempenho. Como tal,

os serviços são intangíveis e estão presentes em quaisquer ofertas comerciais. O que muda é o

grau de prestação de serviços incluídos no objeto de comercialização”.

Já Lovelock, Hemzo e Wirtz (2011, p.21) preceituam que:

Serviços são atividades econômicas que uma parte oferece a outra. Geralmente baseada no tempo, seu desempenho traz a seus destinatários os resultados desejados, objetos ou outros ativos pelos quais os compradores têm responsabilidade.

Em troca de dinheiro, tempo e esforço, os consumidores de serviços esperam receber o valor do acesso a bens, mão de obra, habilidades profissionais, instalações, redes e sistemas, mas eles não costumam deter a propriedade de qualquer um dos elementos físicos envolvidos.

Enquanto Zeithaml, Bitner, Gremler (2011, p.39) asseguram que “serviços são atos,

processos e atuações oferecidos ou coproduzidos por uma entidade ou pessoa, para outra

entidade ou pessoa”.

Apesar de não haver uma definição totalmente aceita pelos principais estudiosos do

assunto, de acordo com Gil (2008), foi possível obter uma ideia sobre o significado da oferta

de um serviço ou sobre o que faz este setor de atividade econômica, destarte, Gil (2008, p.16)

narra que:

Os serviços, assim como os bens, devem ser oferecidos por uma parte a outra e satisfazer a necessidade daquele que compra. Constata-se, ainda, que o serviço pode ser uma atividade, um desempenho ou um processo, mas é essencialmente uma experiência que resulta na posse de nada, só da própria experiência, que deve proporcionar benefícios ao consumidor.

(25)

serviços e os bens (FISK; BROWN; BITNER, 1993). Características como a intangibilidade, a

inseparabilidade entre a produção e o consumo, a heterogeneidade e a perecibilidade distinguem

os serviços dos bens tangíveis (ZEITHAML; PARASURAMAN; BERRY, 1985).

2.2.1 Características dos serviços

Para Grönoos (1978), talvez a intangibilidade seja a característica mais importante

dos serviços. O consumidor não poder ver, experimentar, tocar e sentir os serviços antes de

comprá-los, por isso não é possível fazer uma avaliação minuciosa sobre eles. Os consumidores,

entretanto, anseiam por realizar avaliações, então ponderam o que podem: o interior de um

restaurante e o comportamento do caixa do banco, por exemplo.

Enquanto o bem é um objeto, algo palpável, o serviço é resultado de uma ação. Ao

ser vendido, o serviço ainda não foi fabricado, não tem uma existência física sensorial. Portanto,

eles são comprados, mas não geram propriedade. Como dificilmente é possível ter amostras,

pode-se considerar que existem maiores riscos na contratação dos serviços, assim, a referência

de terceiros e a reputação da empresa são fundamentais para o convencimento do consumidor

e sua decisão em favor de uma marca ou de uma prestadora de serviços (SPILLER et al, 2006).

Em consonância com Lovelock, Hemzo e Wirtz (2011), parte dos serviços quase

sempre inclui elementos tangíveis importantes, como camas de hotel e refeições de restaurantes,

no entanto são os elementos intangíveis que dominam a criação de valor em desempenho de

serviços. A intangibilidade pode ter aspectos mentais ou físicos. Enquanto a intangibilidade

mental não pode ser facilmente visualizada e compreendia, a intangibilidade física não pode ser

tocada nem experimentada.

Um teste econômico sugerido para determinar se o produto é um bem ou um serviço

é determinar se mais da metade de seu valor vem de elementos de serviços. Em um restaurante

de serviços completos, por exemplo, o custo do alimento em si pode ser responsável por

aproximadamente 20 ou 30 por cento do preço da refeição. Parte considerável do valor agregado

vem da preparação e do cozimento dos alimentos, do serviço à mesa, do ambiente do restaurante

e de comodidades como estacionamento, banheiro e chapelarias (LOVELOCK; HEMZO;

WIRTZ, 2011).

(26)

indiretos de distribuição - já que sua produção é independente do consumo – os serviços devem

utilizar canais diretos de distribuição. (WYCKHAM; FITZROY; MANDRY, 1975)

Na mesma linha de pensamento, Grönroos (1978) narra que os serviços não podem

ser separados do seu produtor, e o produtor e o vendedor são a mesma organização. O serviço,

provavelmente, será consumido no momento da produção.

Uma concepção mais recente acerca do assunto foi emitida por Spiller

et al

(2006)

que preceituam que, usualmente, os serviços são vendidos, produzidos e consumidos

simultaneamente. No teatro, por exemplo, os atores produzem um serviço artístico ao mesmo

tempo que o público vai consumindo. A presença indispensável do fornecedor ao longo do

processo requer habilidade de relacionamentos com os clientes, mas também possibilita

diferenciações em relação aos concorrentes, já que o prestador está diante do cliente,

produzindo e entregando o resultado

A terceira propriedade dos serviços, a heterogeneidade, indica o alto potencial de

variação nas suas performances. A qualidade e a essência de um serviço podem variar de

produtor para produtor, de consumidor para consumidor e de dia para dia (ZEITHAML;

BITNER; GREMLER, 1985).

Tinckham e Kleiner (1993, p.17) preceituam que:

[...] É difícil controlar os tipos de troca que acontecem entre duas ou mais pessoas, e é, geralmente, nesse encontro que a qualidade é percebida pelo consumidor. A maior parte de um serviço é imprevisível. Cada situação converge para diferentes resultados, dependendo das necessidades e das expectativas do consumidor e da competência e do conhecimento do produtor.

Os serviços são heterogêneos, ou seja, são variáveis e com o tempo, provavelmente,

a qualidade deles não será a mesma. Tal variabilidade pode acontecer em decorrência de

aspectos motivacionais individuais ou por diferenças comportamentais entre os indivíduos. As

variações por causas individuais ocorrem em decorrência do comportamento do indivíduo.

Seres humanos apresentam mudanças no estado mental, na disposição e no humor diariamente,

e estas mudanças influenciam as variações no comportamento. Considerando que a prestação

do serviço é o resultado de uma interação interpessoal, a qualidade dos serviços prestados por

um mesmo indivíduo acaba mudando invariavelmente. (LAS CASAS, 2011)

(27)

Zeithaml, Bitner e Gremler (1985) prega que perecibilidade significa que os

serviços não podem ser armazenados. Quartos de hotéis não ocupados e assentos de aviões que

não são vendidos não podem ser recuperados. Os serviços são ações que não podem ser

estocadas, assim pode ser difícil sincronizar a oferta e a demanda.

Enquanto Spiller et al (2006, p.18) asseguram:

Uma vez que produção e consumo são necessariamente simultâneos, não há possibilidade de se estocar serviços para venda e consumo futuros. Assim, diferentemente do que ocorre na indústria de bens, a capacidade ociosa em serviços representa necessariamente uma perda.

Na mesma linha de pensamento, acepções mais recentes acerca da perecibilidade

foram enunciadas por Las Casas (2011, p.289):

Como a prestação de serviços ocorre na presença dos clientes, a capacidade não usada é desperdiçada. [...] Quanto a característica da perecibilidade, é necessário muito esforço para igualar a demanda à oferta. Da mesma forma, se uma capacidade de prestação de serviços for maior que a demanda à oferta, ocorre desperdício; uma demanda excessiva pode acarretar prejuízo se não houver formas alternativas de atende-la. Portanto, deve haver muito cuidado para que se mantenha o equilíbrio entre demanda e oferta.

Las Casas (2011) ainda afirma que depois da interação com os clientes, o serviço

pode ser considerado perecível, já que produção e consumo ocorrem simultaneamente.

2.3 Qualidade em serviços

O entendimento da qualidade, inicialmente, era restrito às organizações volvidas a

produção de bens. Contudo, essa visão se modificou a medida que foi acrescendo a necessidade

de expandir a qualidade para todas as áreas, inclusive nas empresas voltadas para a prestação

de serviços. (FREITAS; CONZENDEY, 2008)

Com fulcro em Simões (2006), o interesse na qualidade de serviços majorou de

forma considerável na década de 1980, dando início com Grönroos e o conceito de qualidade

percebida de serviços e o modelo da qualidade total percebida em serviços.

(28)

2.3.1 Modelos de avaliação da qualidade de serviços

Nas últimas décadas, Freitas e Cozendey (2008) afirmaram que muitos

pesquisadores desenvolveram e aprimoraram modelos conceituais focados na qualidade de

serviços, com destaque para o Modelo de Grönroos, Modelo dos

Gaps,

o SERVQUAL e o

SERVPERF.

2.3.1.1 Modelo de Gröonros

O funcionamento do modelo proposto por Grönroos (1984) é baseado em três

variáveis: qualidade técnica, qualidade funcional e imagem corporativa.

Para Grönroos (1984), a qualidade técnica pode ser mensurada de forma objetiva,

como, por exemplo, a refeição servida por um restaurante. Contudo, é válido destacar que a

qualidade do serviço não será percebida em sua totalidade pelas dimensões técnicas. A forma

como as dimensões técnicas são apresentadas funcionalmente também será um fator

fundamental. Seguindo o exemplo, o que acontece durante à noite no restaurante, como o

comportamento dos garçons, pode ser considerado tão importante quanto os aspectos técnicos

da qualidade. (GRÖNROOS, 1984).

Em consonância com Grönroos (1984), a qualidade funcional não pode ser avaliada

de maneira tão objetiva quanto a qualidade técnica, na verdade, os aspectos funcionais são

avaliados de maneira bastante subjetivas. Resumidamente, a qualidade técnica é “o que” o

consumidor recebe da interação com a empresa prestadora de serviços, enquanto a qualidade

funcional é “como” o cliente recebe.

A terceira variável do modelo é a imagem corporativa, as expectativas do

consumidor podem ser altamente influenciadas pela imagem de uma empresa. A imagem

corporativa, usualmente, é construída pela forma como o consumidor percebe as qualidades

técnicas e funcionais de um serviço, mas também pode ser influenciada por fatores externos,

como a tradição, e por atividades tradicionais do

marketing

, como as propagandas e as relações

públicas. (GRÖNROOS, 1984)

(29)

Por fim, a qualidade percebida de um serviço será o resultado de um processo de

avaliação no qual o consumidor compara as suas expectativas à percepção do que foi o serviço

efetivamente. O cliente contrasta o serviço esperado e o serviço recebido, em relação a

características técnicas e funcionais, e o resultado deste processo será a qualidade do serviço

percebida. (GRÖNROOS, 1984)

2.3.1.2 Modelo dos Gaps

Já no desenvolvimento do modelo criado por Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1985), foram realizadas entrevistas em profundidade com executivos de quatro reconhecidas

empresas de diferentes áreas de serviços, além de discussões em grupo (

focus groups

) com

consumidores.

Padrões constantes surgiram das respostas dos executivos dos quatro setores, foi

identificado um conjunto de discrepâncias ou lacunas

(gaps)

que as empresas entendiam como

qualidade de serviço em relação à percepção dos consumidores, dessa forma surgiu o modelo

GAP

, no qual foram identificadas cinco lacunas:

a)

GAP

1: diferença entre as expectativas dos consumidores em relação aos

serviços e a percepção gerencial acerca das expectativas;

b)

GAP

2: diferença entre a percepção gerencial em relação às expectativas dos

consumidores e as especificações de qualidade do serviço;

c)

GAP

3: diferença entre as especificações da qualidade de serviço e o serviço

efetivamente prestado ao consumidor;

d)

GAP

4: diferença entre o serviço efetivamente prestado ao consumidor e o

a comunicação externa

e)

GAP

5: diferença entre as expectativas do consumidor em relação aos

serviços e as suas percepções acerca do serviço prestado.

A qualidade percebida pelo cliente depende do tamanho da lacuna

(gap)

5, que, por

sua vez, depende diretamente dos outros

gaps.

As discussões em grupo

(focus groups)

realizadas com os consumidores revelaram

(30)

Tais critérios determinam a expectativa dos consumidores e a percepção acerca dos serviços.

(PARASURAMAN, ZEITHAML, BERRY, 1985)

Quadro 1: As dez dimensões da qualidade dos serviços

Confiança A empresa realiza o serviço prometido corretamente da primeira vez e cumpre o que é prometido.

Receptividade/Capacidade de resposta Disposição e a preparação dos funcionários no fornecimento do serviço.

Competência Habilidades necessárias e conhecimento sobre o serviço fornecido.

Acesso Aproximação, acesso e facilidade de contato

Cortesia Cortesia, respeito, consideração e a amabilidade dos funcionários no contato com os clientes.

Comunicação Manter os clientes informados de maneira que eles entendam, bem como saber escutá-los.

Credibilidade Credibilidade, honestidade, bem como conhecimento acerca dos interesses dos consumidores.

Segurança Falta de perigo, riscos e dúvidas.

Entender/Conhecer o consumidor Fazer o esforço para compreender as necessidades dos clientes.

Tangibilidade Evidências físicas dos serviços.

Fonte: Baseado em Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985)

2.3.1.3 Modelo SERVQUAL

Com embasamento nos critérios e no modelo elaborado em 1985, Parasuraman,

Zeithaml e Berry (1988) desenvolveram uma escala para mensurar a qualidade de serviço

denominada SERVQUAL.

(31)

número 7 (sete) indicando “concordo totalmente” e o número 1 (um) indicando “discordo

totalmente”. (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1988)

O instrumento de 97 (noventa e sete) itens passou por estágios de coleta de dados e

refinamento. Desses processos, emergiu a escala definida como SERVQUAL: com 22 (vinte e

dois) itens divididas em cinco dimensões. (PARARUSAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1988)

Quadro 2: As cinco dimensões da qualidade dos serviços

Tangibilidade Instalações físicas, equipamentos e aparência dos funcionários.

Confiabilidade Habilidade de executar o serviço prometido de maneira segura e precisa.

Sensibilidade Disposição em ajudar o consumidor e em executar o serviço requerido.

Garantia/Segurança Conhecimento e cortesia dos funcionários e a capacidade de inspirar verdade e confiança. Empatia Atenção individualizada fornecida aos clientes. Fonte: Baseado em Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988)

Vale ressaltar que, assim como no modelo dos

GAPS

, primeiramente, os itens são

aplicados para mensurar o nível desejado para a qualidade do serviço, posteriormente são

aplicados para identificar a percepção do consumidor do serviço efetivamente realizado, a

diferença entre o nível desejado e a percepção do serviço desempenhado indica a qualidade do

serviço percebido. (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1988)

2.3.1.1 Modelo SERVPERF

Desenvolvido por Cronin e Taylor (1992), o modelo SERVPERF, diferentemente

dos modelos apresentados por Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985, 1988), é baseado apenas

na avaliação do desempenho do serviço, sem considerar as expectativas do consumidor.

Cronin e Taylor (1993) consideram a conceituação e operacionalização da escala

SERVQUAL inadequada, tendo em vista o modelo narrar que a diferença entre as expectativas

do consumidor e a avaliação do desempenho é que mensura a qualidade do serviço.

(32)

relação da qualidade do serviço e satisfação do cliente, bem como o impacto da qualidade de

serviço e da satisfação do cliente na intenção de compra. (CRONIN, TAYLOR, 1992)

Apesar dos questionamentos em relação as cinco dimensões, os 22 (vinte e dois)

itens da escala SERVQUAL foram considerados adequados para o estudo. Os resultados

empíricos sugerem que a qualidade do serviço deve ser conceituada e mensurada como uma

atitude, ou seja, a qualidade percebida deve ser avaliada pelo desempenho dos serviços. Vale

ressaltar que prosseguiram os questionamentos acerca da estrutura das cinco dimensões da

qualidade de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988). (CRONIN, TAYLOR, 1992)

Grande parte da literatura, em consonância com Cronin e Taylor (1992) considerava

a satisfação um antecedente da qualidade de serviço, contudo as análises empíricas indicaram

que a qualidade do serviço percebida suscita a satisfação. Pelos estudos também foi possível

identificar que, aparentemente, a satisfação tem efeito maior na intenção de compra do que a

qualidade de serviço. (CRONIN, TAYLOR, 1992)

Cronin e Taylor (1992) perpetuam ainda que a escala SERVPERF desenvolvida é

mais eficiente em comparação à escala SERVQUAL, tendo em vista reduzir em 50% (cinquenta

por cento) o número de itens a serem avaliados – de 44 (quarenta e quatro) itens para 22 (vinte

e dois) - já que é analisado somente o desempenho do serviço.

(33)

3 METODOLOGIA

Esta seção apresenta os aspectos metodológicos da pesquisa. Primeiramente, a

pesquisa é classificada

– quanto ao tipo e quanto à técnica. Posteriormente, as unidades de

análise são ponderadas e os processos para a elaboração do instrumento de coleta de dados são

elucidados. Finalmente, são demonstrados os procedimentos utilizados na análise e no

tratamento dos dados coletados.

3.1 Classificação da pesquisa

Para a consecução do objetivo geral do estudo

avaliar a qualidade do serviço por

meio da percepção dos clientes

o tipo de pesquisa realizada foi a descritiva, de caráter

quantitativa e concretizada por intermédio da técnica de estudo de caso único.

Em consonância com Gil (2002) as pesquisas descritivas têm como objetivo

fundamental a descrição das características de determinada população ou fenômeno e a análise

de relação entre variáveis, uma de suas características mais expressivas é a utilização de

técnicas padronizadas de coletas de dados, como os questionários. Bertucci (2012, p.50) afirma

que “pesquisas que descrevem e analisam diversos fenômenos e comportamentos

organizacionais, pesquisas de mercado e tantas outras constituem exemplos em que se pode

utilizar o tipo descritivo para categorizar a pesquisa realizada”.

Sobre as pesquisas de caráter quantitativo, Gil (2002) narra que os seus resultados

podem ser quantificados e seus dados devem ser compreendidos com base na análise bruta por

intermédio de instrumentos padronizados, recorrendo a linguagem matemática, como recursos

e técnicas estatísticas, para análise de um fenômeno e das relações entre as variáveis.

Já em relação aos estudos de caso, Bertucci (2012, p.52) expõe que “são realizados

em uma ou poucas empresas, quando se procura responder como e por que determinada situação

ocorre”.

Destarte, a pesquisa é caracterizada como estudo de caso único, já que busca mensurar

a percepção da qualidade dos serviços pelos clientes de apenas uma empresa.

3.2 Unidades de análise

A empresa escolhida como objeto do estudo é um restaurante

self-service

localizado

(34)

É relevante destacar que os principais motivos para a escolha são a estabilidade da

empresa no mercado, considerando que o restaurante DG existe há aproximadamente 20 (vinte)

anos, bem como a facilidade no acesso das informações necessárias e na aplicação dos

instrumentos de coletas de dados, já que não houve restrições por parte dos gestores neste

aspecto.

O

conceito de população, segundo Malhotra (2011) “é o total de todos os

elementos

que compartilham alguns conjuntos comuns de caracterí

sticas”. Assim, adota

-se como

população pessoas que consumam no restaurante objeto da pesquisa. Considerando que a

empresa oferece um serviço rápido e que, de acordo com os donos do restaurante, em média,

800 (oitocentas) pessoas almoçam diariamente, o cadastro de cada cliente seria inviável, assim,

não é possível mensurar a quantidade total de clientes do restaurante.

Como não é possível enumerar a população total, para a escolha da amostra

subgrupo dos elementos da população selecionada para o estudo

foi utilizada a técnica de

amostragem não-probabilística por julgamento, ou seja, não foi utilizada a seleção aleatória,

mas uma amostragem por conveniência em que os elementos da população são selecionados

baseados no julgamento do pesquisador. (MALHOTRA, 2011)

Convém denotar que, como a amostra não é feita por seleção aleatória, e o número

da população é desconhecido, não há um cálculo exato para determinar o seu tamanho. Destarte,

considerando o tempo e os recursos disponíveis, foram aplicados 150 (cento e cinquenta)

questionários, determinando, assim, o número de elementos da amostra.

3.3 Métodos e técnicas de coleta de dados

Inicialmente, foi realizado um levantamento de dados secundários, por meio de

levantamentos bibliográficos e levantamento de pesquisas realizadas a fim de embasar

teoricamente o estudo. Em relação aos dados secundários, Malhotra (2011) ressalta que, embora

raramente forneçam todas as respostas necessárias, uma análise inicial destes esclarece o

primeiro passo a ser tomado para solucionar o problema em questão.

A posteriori, para realizar a caracterização e a descrição da empresa em estudo,

além de observações realizadas

in loco

, foram realizadas conversas informais com os gestores

do restaurante.

(35)

previamente esclarecido. É relevante salientar que os questionários foram aplicados aos clientes

do restaurante, no próprio estabelecimento, durante o horário de funcionamento.

O instrumento de coleta de dados foi elaborado com base nos modelos SERVQUAL

de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988) e SERVPERF de Cronin e Taylor (1992). Convém

salientar que, conforme exposto no referencial teórico, as duas escalas utilizam os mesmos 22

(vinte e dois) itens para analisar a qualidade dos serviços, contudo, as análises dos dados são

realizadas de formas distintas. Da escala SERVQUAL, foram utilizadas as divisões dos itens

nas cinco dimensões – tangibilidade, confiabilidade, sensibilidade, segurança e empatia – que

não são consideradas no modelo SERVPERF. Enquanto da escala SERVPERF, foi utilizada a

forma de analisar os dados, considerando apenas a avaliação dos clientes quanto aos serviços

de fato oferecidos, desconsiderando as expectativas dos consumidores utilizadas na escala

SERVQUAL.

Além disso, foram analisados questionários previamente elaborados presentes em

determinados estudos. A terceira parte do instrumento de coleta de dados, quanto à satisfação

geral e a recomendações, foi embasada no questionário desenvolvido por Freitas e Cozendey

(2008).

Já Silva, Medeiros e Costa (2009) dissertam que as dimensões presentes nas escalas

são direcionadas para características gerais da prestação de serviço, contudo os serviços de

restaurante detêm particularidades que influenciam a avaliação da qualidade e devem ser

investigadas. Destarte, foram adicionados quatro itens em uma nova dimensão denominada

“restaurantes”, assim como um dos vinte e dois itens originais foi excluído, em decorrência da

similaridade com outro item da escala original.

(36)

Quadro 3: Estudos utilizados como embasamento para a elaboração do questionário

Autor/Ano Título Tipo Publicação Freitas e Cozendey

(2008)

“Um modelo SERVPERF para avaliação de

serviços hospitalares” Artigo

ENEGEP (Rio de Janeito)

Silva, Medeiros e Costa (2009)

“Qualidade dos serviços turísticos no setor de restaurantes: uma aplicação do modelo

SERVPERF”

Artigo

Revista Hospitalidade

(São Paulo)

Martins et al(2012)

“Utilização do modelo SERVQUAL em uma rede de supermercados como instrumento de

avaliação da qualidade”

Artigo IJIE (UFSC)

Barros (2012) “Modelo para avaliação da qualidade de

serviços em restaurantes” Artigo

ENEGEP (Rio Grande do Sul) Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Originalmente, nas escalas SERVQUAL e SERVPERF, foram utilizadas as escalas

Likert de 7 (sete) pontos. Contudo, no presente estudo, foi utilizada a escala Likert de 5 (cinco)

pontos, considerando 1 para discordo fortemente e 5 para concordo fortemente. A diminuição

dos pontos da escala pode ser justificada por meio de estudos, como o de Vieira e Dalmoro

(2008), que avalia a influência do número de itens da escala e conclui que o uso dos cinco

pontos tem, em média, a mesma precisão, contudo é mais fácil e mais rápida de ser aplicada e

analisada que a de sete pontos.

No final, no questionário, foram totalizados vinte e cinco itens para avaliar a

qualidade dos serviços, além do perfil socioeconômico do entrevistado e de duas perguntas

diretas referentes à nível de satisfação e à recomendação dos serviços.

3.4 Análise dos dados

Os dados coletados na aplicação dos questionários foram tabulados e analisados

com o auxílio do

software

IBM SPSS

Statistics

24. Foram desenvolvidos gráficos para auxiliar

na visualização das proporções das características socioeconômicas, calculadas as médias

aritméticas, e o desvio-padrão, para cada um dos vinte e cinco itens individualmente e para cada

uma das seis dimensões.

(37)

Ademais, com o intuito de avaliar as contribuições individuais de cada item e definir

quais as suas regiões mais críticas, foi utilizada a análise dos quartis proposta por Freitas,

Manhães e Cozendey (2006). Itens cujas médias sejam inferiores ao primeiro quartil (25% do

total dos itens) foram caracterizados como de “prioridade crítica”, ou seja, de maior necessidade

quanto a ações corretivas e preventivas; os itens inferiores ao segundo quartil (50% do total dos

itens) foram

considerados de “alta prioridade”; enquanto os itens do

terceiro quartil (75% do

total dos itens) foram

considerados de “prioridade moderada” e os itens restantes

foram

considerados de “prioridade baixa”. (FREITAS, CONZENDEY, MANHÃES, 2006)

FIGURA : Classificação das prioridades baseada na média dos desempenhos

Prioridade Crítica

Prioridade Alta

Prioridade Moderada

Prioridade Baixa

1º Quartil (25%)

2º Quartil (50%)

3º Quartil (75%)

> 3º Quartil

Fonte: elaborada pelo autor (2016) baseada em Freitas, Cozendey, Manhães (2006)

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