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Linfangiectasia Intestinal: Diagnóstico e Tratamento

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Academic year: 2021

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(1)

Linfangiectasia Intestinal:

Diagnóstico e Tratamento

Adriana Chebar Lozinsky

Residente de 3° Ano

Disciplina de Gastroenterologia

Departamento de Pediatria

Escola Paulista de Medicina

(2)

Introdução

Waldmann e cols. em 1961

Patologia apresenta perda gastrointestinal

de proteínas e dilatação dos canais

linfáticos na mucosa e no mesentério do

intestino delgado

Há aproximadamente 200 casos relatados

na literatura internacional desde então

Wen J etal. Dig Dis Sci. 2010, 55: 3466-3472 Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7

(3)

Introdução

Faz parte do grupo das doenças

gastrointestinais perdedoras de proteínas,

que incluem:

doenças não ulcerativas:

Gastrite eosinofílica e doença de Menetrier

doenças ulcerativas:

Gastrite erosiva e doença inflamatória intestinal

doenças resultantes da obstrução linfática:

Linfangiectasia intestinal e doença de Whipple

Pode ser primária ou secundária

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7 Suresh N. Indian Pediatrics. 2009,46: 903-906

(4)

Introdução

Secundária a doenças que causam obstrução

linfática ou elevada pressão linfática

Fibrose retroperitoneal

Pancreatite crônica

Tumores abdominais ou retroperitoneais

Tuberculose mesentérica

Doença de Crohn

Má rotação intestinal

Pericardite constritiva

Outras....

(5)

Introdução

Linfangiectasia intestinal primária é uma

doença congênita rara

Atinge crianças e adultos jovens

Não há predominância de sexo

Não há prevalência definida

Pode estar associada a imunodeficiência

celular e humoral (exsudação intestinal?)

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7 Vignes S. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(6)

Introdução

Caracterizada por dilatação e obstrução

dos vasos linfáticos que leva a ruptura dos

mesmos

Perda de proteínas e linfócitos e má

absorção de quilomicrons e vitaminas

lipossolúveis do lúmen gastrointestinal

Patogenia incerta

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7 Vignes S. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(7)

Quadro Clínico

Leve a grave

Transitório a crônico

Diarréia:

sintoma digestivo mais comum

em algum período da doença

crônica ou intermitente

pode ser acompanhada de outros sintomas

gastrointestinais

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7

Vignes S. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(8)

Quadro Clínico

Edema:

principal característica clínica (95% casos)

simétrico

moderado (edema de membros inferiores) a

intenso (face e genitália)

pode apresentar ascite, derrames pleural e

pericárdico

Hipoalbuminemia→menor pressão oncótica

Suspeita diagnóstica pré-natal ou ao

nascimento, caso o feto apresente ascite ou

edema de MIs à ultrasonografia

Yokocama M, Fagundes-Neto. E-gastroped.2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare diseases 2008, 3:5 Wen J etal. Dig Dis Sci. 2010,55: 3466-3472

(9)

Quadro Clínico

Crianças podem apresentar também:

fadiga

dor abdominal

náuseas e vômitos

perda de peso

failure to thrive

esteatorréia

sangramento intestinal recorrente

má absorção pode levar à deficiência de

vitaminas lipossolúveis e hipocalcemia

(convulsões)

(10)

Quadro Clínico

Linfedema:

localizado principalmente nos pés, tornozelos e

panturrilhas

geralmente bilateral

Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5 Figueiredo M etal. J Port Gastrenterol. 2010 vol 17

(11)

Quadro Clínico

Outros achados clínicos:

massa abdominal: edema da parede intestinal

íleo mecânico pelo edema intestinal

(espessamento da parede e diminuição do

lúmen)

anemia por deficiência de ferro – secundária à

perda sanguínea por múltiplas úlceras não

específicas no intestino delgado

eritema migratório necrolítico pode ocorrer

Suresh N etal. Indian Pediatrics. 2009 vol 46 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(12)

Quadro Clínico

síndrome hemolítico-urêmica recorrente

osteomalácia por deficiência de vitamina D

cegueira – edema de mácula: reversível

hipoplasia do esmalte dentário e gengivite

secundários à hipocalcemia, linfopenia e

hipoproteinemia

Suresh N etal. Indian Pediatrics. 2009 vol 46 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(13)

Quadro Clínico

(14)

Diagnóstico

Suspeita diagnóstica: quadro clínico

Realização de exames para identificar

hipoproteinemia, hipoalbuminemia,

hipogamaglobulinemia e linfopenia

É sempre importante a exclusão de outras

causas de perda intestinal de proteínas,

como doenças cardíacas, hepáticas, renais

e desnutrição

(15)

Diagnóstico

Para confirmação de perda anormal de

proteínas pelo intestino deve ser realizada

a dosagem da

α-1 antitripsina fecal e

depuração da

α-1 antitripsina (aumentada)

Testes funcionais de absorção, como a D-

xilose, são normais

Yokocama M, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(16)

Diagnóstico

Exames Complementares:

Cintilografia marcada com albumina:

se mostrar acentuação significativa no

intestino, indica perda de proteína na região

como a perda protéica pode ser intermitente, o

exame deve ser feito durante 24h

alta sensibilidade – capaz de identificar local

da perda protéica

foi substituída pela

α-1 antitripsina, por esta

ser mais acessível

Yokocama M, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3;.5

(17)

Diagnóstico

Ultrassonografia abdominal:

sinais indiretos sugestivos LI

dilatação do intestino, espessamento

regular e difuso da parede intestinal

edema no mesentério

em alguns casos, ascite

(18)

Diagnóstico

Tomografia Computadorizada:

deve ser realizada com contraste oral e

intravenoso

normalmente há edema e espessamento das

pregas da mucosa intestinal, que são

consequentes a vasos linfáticos dilatados

dentro das vilosidades, além de protusões

nodulares discretas

pode ser útil para identificar a localização da LI

Mazzie JP etal. Clinical Imaging. 2003 vol 27(5) Uguralp S etal. JPGN. 2001, 33: 508-10

(19)

Diagnóstico

Mazzie JP etal. Clinical Imaging. 2003 vol 27(5) Uguralp S etal. JPGN. 2001, 33: 508-10

(20)

Diagnóstico

Linfocintilografia com Tc-99m:

método efetivo para identificar anormalidades

na árvore linfática dos membros superiores e

inferiores

confirma linfedema – captação de isótopos

mostra a ausência de linfonodos, o que indica

obliteração dos linfáticos ou vasos linfáticos

incapazes de transportar a linfa

não é um método de rotina para o diagnóstico

da LI

Yokocama M, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(21)

Diagnóstico

Alterações imunológicas:

Defeito das células B: níveis baixos de

imunoglobulinas (IgM, IgG e IgA) e anticorpos

com menor resposta

defeito das células T: linfopenia, resposta

proliferativa comprometida em experimentos in

vitro a agentes estimulantes ( CD3,

anti-CD28)

níveis baixos de CD4+ Tcel

Yokocama M, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008,3:5

(22)

Diagnóstico

Diagnóstico é confirmado pelos achados

endoscópicos e histológicos

Na EDA pode-se observar manchas ou

placas esbranquiçadas na mucosa

duodenal, além de nódulos brancos ou

císticos que correspondem aos linfáticos

dilatados com quilomicrons e proteínas

precipitadas.

Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Disease.2008, 3:5 Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastrped 2003 vol8

(23)

Diagnóstico

A EDA pode ser negativa em casos de

lesões localizadas ou segmentares

Nestes casos o uso da cápsula

endoscópica é útil para detectar a

linfangiectasia intestinal, além de definir a

localização e a extensão da lesão

(24)

Diagnóstico

Cápsula: mucosa do jejuno edemaciada e

vilosidades com aspecto esbranquiçado

(25)
(26)

Diagnóstico

Uso de videocápsula endoscópica (VCE)

em crianças é pouco relatado na literatura

Rivet C e cols. estudaram 4 crianças que

apresentavam quadro clínico e histológico

compatível com LI

3 crianças ingeriram a cápsula (>10 anos) e

1 foi colocada por via endoscópica. Todas

expeliram a cápsula nas fezes, sem

complicações

VCE demonstrou aspecto esbranquiçado

da mucosa

(27)

Diagnóstico

3 apresentavam lesões do duodeno até a

válvula íleo cecal; 1 apresentava LI

localizada no duodeno

Resultados sugerem que VCE pode ser útil

para diagnosticar LI e determinar a

extensão da lesão

(28)

Diagnóstico

A histologia confirma o diagnóstico

Devem ser realizadas biópsias múltiplas do

intestino delgado (lesões focais ou

segmentares)

Ductos linfáticos dilatados na lâmina

própria, mucosa e submucosa. Também

pode haver distorção e alargamento das

vilosidades

Yokoama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped. 2003 vol7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(29)

Diagnóstico

Importante dilatação dos ductos linfáticos

(30)

Complicações

Transformações Malignas:

poucos linfomas estão associados à LI

Waldmann e cols., 1972, estudaram 50 casos

de LI, e 3 destes apresentaram linfomas ente 3

e 25 anos após o diagnóstico

alguns pacientes apresentaram linfomas

confinados ao TGI (estômago, jejuno, íleo),

locais envolvidos pela LI. Há outros

extra-intestinais (mediastino, osso)

em todos os estudos apenas linfomas de

células B foram encontrados

VignesS etal. Orphanet of Rare Diseases. 2008, 3:5 Waldmann TA etal. Ann Intern Med 1972, 77:605-628

(31)

Complicações

Verrugas: associada a imudeficiência ou

secundária a linfomas

Infecções: apesar dos pacientes com LI

apresentarem hipogamaglobulinemia e

linfopenia, o risco de infecção bacteriana

não é elevado e infecções por agentes

oportunistas são incomuns

Transformação gelatinosa da medula

óssea: substituição das células

hematopoiéticas e de gordura por tecido

amorfo (mucopolissacarídeos) –raro

(32)

Tratamento

Não há tratamento específico para a LI

O principal tratamento é:

Dieta com baixo teor de gordura e rica em

triglicérides de cadeia média (TCM)

baixo teor de gordura, principalmente

triglicérides de cadeia longa, com o objetivo de

diminuir seu acúmulo nos linfáticos e reduzir a

pressão dos vasos linfáticos dilatados,

evitando ruptura com perda de proteína e

linfócitos

(33)

Tratamento

como o TCM é absorvido diretamente no

sistema porta, fornece nutriente e evita

engurgitamento do linfático

em algumas semanas o tratamento pode

reverter os sintomas e as alterações

bioquímicas

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(34)

Tratamento

Nos pacientes que não respondem, pode

ser usado dieta enteral (elemetar,

semi-elementar e polimérica). Em poucos casos

faz-se necessário o uso de dieta parenteral

A dieta deve ser permanente, pois os

sintomas e as alterações laboratoriais

reaparecem caso esta deixe de ser seguida

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(35)

Tratamento

Antiplasmina:

poucos autores descreveram casos de LI

que responderam a tratamento com

antiplasmina

respostas heterogêneas à medicação, com

atenuação parcial dos sintomas (dose 1g

3x ao dia)

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(36)

Tratamento

hipótese: LI→ aumenta a atividade

fibrinolítica, aumentando a permeabilidade

linfática às proteínas. Com o tratamento

com antiplasmina, reduz-se a

permeabilidade das proteínas e das

imunoglobulinas

em alguns casos há normalização dos

linfócitos, imunoglobulinas e

desaparecimento das lesões

macroscópicas

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(37)

Tratamento

Octreotide:

análogo sintético da somatostatina→ inibe

a liberação de acetilcolina no plexo

gastrointestinal, além de efeito inibitório na

motilidade gastrointestinal→ inibe a

absorção de triglicérides e reduz a

circulação sanguínea esplâncnica (reduz o

tempo de trânsito intestinal)

inibe também a excreção do fluído linfático

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(38)

Tratamento

dose 150-200

µg 2x dia

Com o tratamento há melhora clínica,

laboratorial e histológica

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(39)

Tratamento

(40)

Tratamento

Estudo realizado de 1999 a 2008

Acompanhamento de 6 pacientes com LI

primária

Octreotide15-20mg/Kg 2x ao dia,

subcutâneo

Duração do tratamento 3 a 37 meses

EDA em 3 crianças (18-24 meses após) -

mantinha achados endoscópicos típicos da

LI, porém 1 paciente à microscopia

apresentava mucosa duodenal normal

(41)

Tratamento

Todos os pacientes apresentaram redução

na frequência das evacuações

3 apresentaram normalização da albumina

sérica

Apenas 1 paciente apresentou efeito

colateral ao tratamento – pancreatite

(42)

Tratamento

Cirurgia:

ressecções intestinais são úteis em casos

de LI segmentar e localizada, podendo

ocasionar cura

há poucos casos de sucesso pois é difícil

localizar com precisão a área afetada por

exames de imagem e na maioria dos casos

os segmentos afetados são extensos

(43)

Tratamento

(44)

Tratamento

4 casos em adultos

3 deles a ressecção foi de grande parte do

delgado (150-180cm)

Apenas em 1 caso a LI estava localizada

no jejuno

Todos os pacientes evoluíram com melhora

do quadro, ganho de peso, aumento da

contagem dos linfócitos, normalização do

valor da albumina, dieta sem restrições

(45)

Tratamento

Corticóides:

foram prescritos para pacientes com LI

secundária à doença inflamatória intestinal,

com eficácia variável

também prescritos para paciente com LES

e enteropatia perdedora de proteínas

Yokocama MY, Fagundes-Neto U. E-gastroped 2003 vol 7 Vignes S etal. Orphanet Journal of Rare Diseases. 2008, 3:5

(46)

Tratamento

Albumina:

a infusão de albumina é considerada

tratamento sintomático, proposto para

pacientes que apresentam derrames

serosos importantes ou edema dos

membros inferiores importante

útil na redução do edema, porém sua

eficácia é transitória (extravazamento

persistente da linfa)

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