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REGENERAÇÃO NATURAL EM FRAGMENTOS DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA BACIA DO RIO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO

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D E P A R T A M E N T O D E C I Ê N C I A F L O R E S T A L P R O G R A M A D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E M C I Ê N C I A S F L O R E S T A I S

REGENERAÇÃO NATURAL EM FRAGMENTOS DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA BACIA DO RIO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO

ALDENÍ SILVA DE LIMA

RECIFE, PE Fevereiro/2011

(2)

ALDENÍ SILVA DE LIMA

REGENERAÇÃO NATURAL EM FRAGMENTOS DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA BACIA DO RIO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais, Área de concentração: Silvicultura.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Ana Lícia Patriota

Feliciano

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Luiz Carlos

Marangon

RECIFE, PE Fevereiro/2011

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ALDENÍ SILVA DE LIMA

REGENERAÇÃO NATURAL EM FRAGMENTOS DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NA BACIA DO RIO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO

Aprovada em: 11/02/2011

Banca Examinadora:

_______________________________________________ Profa. Dra. Elba Maria Nogueira Ferraz

(IFPE) – Titular

_______________________________________________ Profa. Dra. Rita de Cássia Araújo Pereira Galindo

(IPA) - Titular

_______________________________________________ Prof. Dra. Maria Jesus Nogueira Rodal

(UFRPE) - Titular Comitê de Orientação:

_______________________________________________ Profa. Dra. Ana Lícia Patriota Feliciano

(Orientadora)

_______________________________________________ Prof. Dr. Luiz Carlos Marangon

(Co-orientador)

Recife – PE Fevereiro/2011

(4)

DEDICO

A minha família, meu tudo.

“Saiba que as flores mais lindas sucedem dos invernos mais rigorosos. Tenha a convicção de que dos momentos mais difíceis da sua vida você poderá escrever os mais belos capítulos de sua história.”

Augusto Cury

OFEREÇO

A meu pai, Antônio, que

(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom mais precioso, a vida.

A meus pais (Antonio e Dorinha) e irmãos (Eliane, Edna, Edmundo e Ada), por ser a minha fortaleza, minha razão de viver.

A minha família (meu tudo), em especial as minhas lindas sobrinhas Rebeca Laís e Raysla e aos meus tios João e Maninho, que mesmo distantes sempre estão presentes.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco (PPGCF/ UFRPE) pela oportunidade no curso de Mestrado;

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa;

A minha orientadora Profa. Dra. Ana Lícia Patriota Feliciano e ao meu co-orientador Prof. Dr. Luiz Carlos Marangon por sempre estarem presentes e dispostos a ajudar;

À Usina Petribú S/A por ter permitido a realização desse estudo em áreas de sua propriedade e também pela logística;

Ao Prof. Hernande do Laboratório de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (GEOSERE) dessa Universidade por ter disponibilizado imagens de satélites das áreas de estudo.

A Marquinhos e a Seu Cristino pela valiosa ajuda nos trabalhos de campo, os quais foram peças fundamentais para o desenvolvimento desse trabalho;

Ao Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que disponibilizou seu acervo para comparação das espécies botânicas;

A todos colegas da turma da Pós-Graduação, especialmente a Séfora, Romário e Lamartine, sem os quais seria bem difícil essa caminhada, por todos os momentos de trabalhos e estudos.

Aos amigos Thyêgo, Cleuma, Mayara, Cybelle, Rubeni e Marquinhos que colaboraram com o levantamento de dados em campo. E a Everson por ter sido uma das primeiras pessoas a ajudar-me no desenvolvimento desse trabalho.

Aos amigos (na verdade anjos que encontramos nessa vida), Amanda, Poliana, Wanderléia, Gerlânia, Renata, Elaine, Wanessa, Sarah, Ismael, Karla, Patrícia, Lucas, Eliane, Agna e Tina por todo o apoio e amizade.

(6)

A Profa. Dra.Marta Maria de Almeida Souza da Universidade Regional do Cariri (URCA) pela amizade e por ter iniciado a minha vida científica durante a graduação.

(7)

SUMÁRIO Pág. LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 01 2. REVISÃO DE LITERATURA 03 2.1 Fragmentação Florestal 03 2.2 Matas Ciliares 04 2.3 Regeneração Natural 06 3. MATERIAL E MÉTODOS 08 3.1 Caracterização da Área 08

3.1.1 Localização e Limites da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe 08

3.1.2 Solo, Clima e Precipitação 11

3.1.3Mata de São João 11

3.1.4 Mata de Camurim 11

3.1.5 Mata de Quizanga 11

3.1.6 Mata de Gravatá 13

3.1.6 Mata de Indaiá 13

3.2 Amostragem e Análise dos dados 15

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 17

4.1 Mata de São João 25

4.2 Mata de Camurim 30

4.3 Mata de Quizanga 36

4.4 Mata de Gravatá 42

4.5 Mata de Indaiá 47

4.6 Diversidade, Equabilidade e Similaridade 54

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 61

(8)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Listagem das espécies do componente arbóreo em regeneração (CAB 0,30 cm < 15 cm e H > 1m) encontradas nos fragmentos SJ (Mata de São João), CAM (Mata de Camurim), QUIZ (Mata de Quizanga), GRAV (Mata de Gravatá) e IND (Mata de Indaiá) em ordem alfabética de família, gênero e espécie, com a quantidade de indivíduos presente em cada fragmento e o seu respectivo grupo ecológico (GE): PI- pioneiras; SI- secundária inicial; ST-

secundária tardia e SC- sem caracterização 17

Tabela 2. Estimativa da Regeneração Natural Total (RNT) da população

amostrada por classes de altura nas unidades amostrais do fragmento Mata de São João, Paudalho, PE. Em que: DA: Densidade Absoluta (ind.ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%); DoA: Dominância Absoluta (m2): DoR: Dominância Relativa (%); VI: Valor de Importância; RNC1: Regeneração Natural da Classe de altura 1 (%); RNC2: Regeneração Natural da Classe de altura 2 (%); RNC3: Regeneração Natural da Classe de altura 3 (%) e RNT: Regeneração Natural Total (%)

25

Tabela 3. Estimativa da Regeneração Natural Total (RNT) da população

amostrada por classes de altura nas unidades amostrais do fragmento Mata de Camurim, São Lourenço da Mata, PE. Em que: DA: Densidade Absoluta (ind.ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%); DoA: Dominância Absoluta (m2): DoR: Dominância Relativa (%);VI: Valor de Importância; RNC1: Regeneração Natural da Classe de altura 1 (%); RNC2: Regeneração Natural da Classe de altura 2 (%); RNC3: Regeneração Natural da Classe de altura 3 (%) e RNT: Regeneração Natural

Total (%) 32

Tabela 4. Estimativa da Regeneração Natural Total (RNT) da população

amostrada por classes de altura nas unidades amostrais do fragmento Mata de Quizanga, São Lourenço da Mata, PE. Em que: DA: Densidade Absoluta (ind.ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%); DoA: Dominância Absoluta (m2): DoR: Dominância Relativa (%);VI: Valor de Importância; RNC1: Regeneração Natural da Classe de altura 1 (%); RNC2: Regeneração Natural da Classe de altura 2 (%); RNC3: Regeneração Natural da Classe de altura 3 (%) e RNT: Regeneração Natural

Total (%) 38

Tabela 5. Estimativa da Regeneração Natural Total (RNT) da população

amostrada por classes de altura nas unidades amostrais do fragmento Mata de Gravatá, São Lourenço da Mata, PE. Em que: DA: Densidade Absoluta (ind.ha -1

); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%); DoA: Dominância Absoluta (m2): DoR: Dominância Relativa (%);VI: Valor de Importância; RNC1: Regeneração Natural da Classe de altura 1 (%); RNC2: Regeneração Natural da Classe de altura 2 (%); RNC3: Regeneração Natural da Classe de altura 3 (%) e RNT: Regeneração Natural

(9)

Tabela 6. Estimativa da Regeneração Natural Total (RNT) da população

amostrada por classes de altura nas unidades amostrais do fragmento Mata de Indaiá, São Lourenço da Mata, PE. Em que: DA: Densidade Absoluta (ind.ha -1

); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%); DoA: Dominância Absoluta (m2): DoR: Dominância Relativa (%);VI: Valor de Importância; RNC1: Regeneração Natural da Classe de altura 1 (%); RNC2: Regeneração Natural da classe de altura 2 (%); RNC3: Regeneração Natural da classe de altura 3 (%) e RNT: Regeneração Natural

Total (%) 49

Tabela 7. Índices de Diversidade de Shannon (H’, nats./ind.) registrados nos

fragmentos estudados e em outros trabalhos realizados em regeneração em

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização dos fragmentos florestais em estudo na Bacia do Rio

Capibaribe, PE. (Fonte: Adaptado do Google Earth, 2009).

08

Figura 2. (A) Localização da Bacia do Rio Capibaribe no estado de

Pernambuco; (B) Representação gráfica dos corpos d’água da Bacia do Rio Capibaribe, PE. (Fonte: Mapa das Bacias Hidrográficas do Estado de Pernambuco - CONDEPE, 1998).

Figura 3. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de São João as

margens do Riacho Massurepe (B) Engenho Pitangueiras, Município de Paudalho, PE. (Foto: Aldení Lima, 2010).

10

12

Figura 4. Vista parcial (A) e vista do interior do Fragmento Mata de Camurim as

margens do Riacho Camurim, detalhe para solo encoberto por folhas secas de bambu (B), Engenho Camurim, município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto:

Aldení Lima, 2010). 12

Figura 5. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Quizanga as

margens do Riacho da Bóia (B), Engenho Quizanga no município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Rubeni C. Santos, 2010). 13

Figura 6. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Gravatá as

margens do Riacho Gravatá (B), Engenho Camurim no município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Aldení Lima, 2010).

Figura 7. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Indaiá as

margens do Riacho Mulungu (B), Engenho Camurim no município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Aldení Lima, 2010).

14

14

Figura 8. Representação da distribuição das parcelas em cada fragmento.

Figura 9. Detalhe do material botânico, coletado em um dos fragmentos em

estudo, sendo comparados com exsicatas pertencentes ao Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) do Departamento de Biologia da UFRPE. (Foto: Lamartine Soares, 2010)

15

16

Figura 10. Classificação sucessional das espécies amostradas (%) e classificadas

em pioneiras (PI), secundária inicial (SI) e secundária tardia (ST), na Mata de

São João, Município de Paudalho, PE. 24

Figura 11. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores índices de

Regeneração Natural Total (RNT) da população amostrada, expressos em porcentagem, no fragmento Mata de São João, Paudalho, PE. 29

Figura 12. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores Valores de

Importância da população amostrada, no fragmento Mata de São João, Paudalho,

(11)

Figura 13. Classificação sucessional das espécies amostradas (%) e classificadas

em pioneiras (PI), secundária inicial (SI) e secundária tardia (ST), na Mata de Camurim, Município de São Lourenço da Mata, PE. 31

Figura 14. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores índices de

Regeneração Natural Total (RNT) da população amostrada, expressos em porcentagem, no fragmento Mata de Camurim, São Lourenço da Mata, PE.

Figura 15. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores Valores de

Importância da população amostrada, no fragmento Mata de Camurim, São Lourenço da Mata, PE.

Figura 16. Classificação sucessional das espécies amostradas (%) e classificadas

em pioneiras (PI), secundária inicial (SI) e secundária tardia (ST), na Mata de Quizanga, Município de São Lourenço da Mata, PE.

35

36

37

Figura 17. Relação das sete espécies que apresentaram maiores índices de

Regeneração Natural Total (RNT) da população amostrada, expressos em porcentagem, no fragmento Mata de Quizanga, São Lourenço da Mata, PE. 41

Figura 18. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores Valores de

Importância da população amostrada, no fragmento Mata de Quizanga, São Lourenço da Mata, PE.

Figura 19. Classificação sucessional das espécies amostradas (%) e classificadas

em pioneiras (PI), secundária inicial (SI) e secundária tardia (ST), na Mata de Gravatá, Município de São Lourenço da Mata, PE.

42

43

Figura 20. Relação das nove espécies que apresentaram maiores índices de

Regeneração Natural Total (RNT) da população amostrada, expressos em porcentagem, no fragmento Mata de Gravatá, São Lourenço da Mata, PE. 46

Figura 21. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores Valores de

Importância da população amostrada, no fragmento Mata de Gravatá, São Lourenço da Mata, PE.

46

Figura 22. Classificação sucessional das espécies amostradas (%) e classificadas

em pioneiras (PI), secundária inicial (SI) e secundária tardia (ST), na Mata de Indaiá, Município de São Lourenço da Mata, PE. 47

Figura 23. Relação das oito espécies que apresentaram maiores índices de

Regeneração Natural Total (RNT) da população amostrada, expressos em porcentagem, no fragmento Mata de Indaiá, São Lourenço da Mata, PE.

Figura 24. Relação das 10 espécies que apresentaram maiores Valores de

Importância da população amostrada, no fragmento Mata de Indaiá, São Lourenço da Mata, PE.

Figura 25. Dendrograma de Similaridade de Jaccard pelo método de Ward nos

48

(12)

cinco fragmentos estudados e comparados com outros estudos enfocando regeneração e desenvolvidos em Pernambuco.

Figura 26. Análise de Correspondência Decorana (DCA): diagrama de

ordenação das parcelas (representadas por números) dos fragmentos (A, B, C, D e E) baseada na distribuição do número de indivíduos de 29 espécies em 50 parcelas em fragmentos de Floresta Ombrófila Densa na Bacia do Rio Capibaribe, PE.

Figura 27. Dendrograma de similaridade pelo método de Ward, relacionando a

variáveis estruturais, baseado na distância euclidiana entre as parcelas dos cinco fragmentos de Floresta Ombrófila Densa na Bacia do Rio Capibaribe, PE, em que: A- Mata de São João; B- Mata de Camurim; C- Mata de Quizanga, D- Mata de Gravatá, E- Mata de Indaiá.

56

57

59

Figura 28. Dendrograma de similaridade pelo método de Ward, baseado na

distância euclidiana entre as parcelas dos cinco fragmentos de Floresta Ombrófila Densa na Bacia do Rio Capibaribe, PE, em que: A- Mata de São João; B- Mata de Camurim; C- Mata de Quizanga, D- Mata de Gravatá, E- Mata de Indaiá.

(13)

RESUMO

Os fragmentos florestais ciliares são de grande importância para manutenção da diversidade biológica, pois atuam como corredores ecológicos, facilitando a dispersão animal e vegetal entre áreas, além de auxiliarem na regularização do regime hídrico e na estabilidade dos solos. Assim, o presente trabalho objetivou caracterizar a fitossociologia do componente lenhoso regenerante em áreas ciliares, visando avaliar o potencial de regeneração natural em cinco fragmentos de Floresta Ombrófila Densa na Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe, PE. Os fragmentos estudados (Mata de São João, Mata de Camurim, Mata de Quizanga, Mata de Gravatá e Mata de Indaiá) pertencem à usina Petribú. O clima é do tipo tropical úmido (As’ de Köppen), com temperatura média anual de 25ºC e a precipitação média anual de 1.500 mm, com chuvas concentradas nos meses de abril a julho. Para a amostragem do componente lenhoso regenerante foram alocadas 50 parcelas permanentes de 1x25 m (25 m2), sendo 10 em cada fragmento, dispostas sistematicamente, partindo do leito do rio adentrando o fragmento e distanciadas 25 m uma das outras (1.250 m2). Nessas parcelas foram amostrados todos os indivíduos com circunferência à altura da base (CAB 0,30 cm) < 15 cm e com as seguintes classes de altura: Classe 1 com H > 1,0 m e H < 2,0 m, classe 2 com altura H > 2,0 m e H < 3,0 m e classe 3 com H > 3,0 m. A identificação dos indivíduos procedeu-se por meio da coleta do material botânico e por comparação em Herbário, utilizando o sistema de classificação de Cronquist (1988). Foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: Densidades, Dominâncias e Frequências (Absolutas e Relativas), além da estimativa da Regeneração Natural Total e por classe de tamanho. Nos cinco fragmentos, as famílias mais representativas em riqueza de espécies foram Myrtaceae, Melastomataceae, Moraceae, Sapindaceae e Mimosaceae. Em relação ao número de espécies e indivíduos, destacaram-se as Matas de São João e Indaiá. Para a estimativa da regeneração natural relacionado ao valor de importância há uma correlação e a espécie que ocorre em todas as áreas estudadas é Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. Os valores de densidade e dominância absoluta variaram de 8.160 a 17.560 ind.ha-1 e de 18,35 a 34,24 m2.ha-1, respectivamente. Na distribuição dos indivíduos por classes de regeneração, nas cinco áreas houve um predomínio de indivíduos nas primeiras classes, indicando um estágio inicial de sucessão. Pelas análises multivariadas (DCA e Agrupamentos - distância euclidiana), observou-se que os fragmentos possuem uma similaridade significante em relação à florística e a variáveis estruturais.

(14)

ABSTRACT

The riparian forest fragments are of great importance to maintaining biological diversity, because they act as corridors facilitating the spread of animal and plant between areas, beyond of auxiliary in regulated of hydric regime and it stability soil. Thus, this study aimed to characterize the phytosociology regeneranting component in riparian areas, to evaluate the potential for natural regeneration in five fragments of Rain Forest in the Watershed of River Capibaribe, PE. The fragments studied (Mata de São João, Mata de Camurim, Mata de Quizanga, Mata de Gravatá and Mata de Indaiá) belong to the Usina Petribú. The climate is humid tropical (As’ of Köppen), with average annual temperature of 25ºC and average annual precipitation 1,500 mm, with concentrations of rainfall in the months of April to July. For sampling were allocated 50 plots 1x25 m (25 m2), 10 in each fragment, arranged systematically, starting from the riverbed entering the fragment and 25 m apart from each other (1,250 m2) . In this plots were sampled all individuals with circumference at base height (CBH 0.30 cm) < 15 cm and the following height classes: Class 1 with H > 1.0 m and H < 2.0 m, Class 2 with H > 2.0 m and H < 3.0 m and Class 3 with H > 3.0 m. The identification of individuals proceeded through the collection of botanical material and comparison in herbarium, using the Classification System of Cronquist (1988). Were calculated following phytosociological parameters: density, dominance and frequencies (Absolute and Relative), and the estimative of Total Natural Regeneration and class size. In the five fragments, the most representative families in common in species richeness were Myrtaceae, Melastomataceae, Moraceae, Mimosaceae and Sapindaceae. Regarding the number of species and individuals, stood out Mata de São João and Mata Indaiá. To estimate the natural regeneration related to the importance value there is a correlation and the specie that occurred in all areas studied was Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. The values of density and absolute dominance ranged from 8,160 to 17,560 ind.ha-1 and 18.35 to 34.24 m2.ha-1, respectively. In the distribution of individuals by class of regeneration, in the five areas had a predominance of individuals in the first class, indicating an early stage of succession. By multivariate analysis (DCA and Cluster - Euclidean distance), was observed that the fragments have a significant similarity in relation to the floristic and structural variables.

(15)

1. INTRODUÇÃO

A fragmentação florestal das comunidades vegetais pode provocar diversas modificações estruturais e funcionais, como o empobrecimento da vegetação e consequente perda de habitat nos fragmentos florestais quando comparados com uma área de floresta contínua (BERNACCI et al., 2006). Na maioria das vezes, a fragmentação florestal ocorre devido à substituição de parte da floresta por pastagens e atividades agrícolas (CARVALHO et al., 2005), assim poucos desses fragmentos representam porções intactas ou pelo menos pouco modificadas (MACIEL, 2007).

Devido à extrema fragmentação de algumas áreas de Mata Atlântica, a conectividade entre as florestas nativas torna-se primordial para garantir a proteção da biodiversidade da água e do clima nessas regiões (SOS MATA ATLÂNTICA, 2009), visto que as florestas nativas têm grande importância na manutenção da qualidade e quantidade dos recursos hídricos (FERREIRA; DIAS, 2004).

Independentemente do estado atual dos remanescentes, o fato é que a Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos do mundo, ainda que altamente devastada, sendo enquadrado entre as cinco regiões (hotspots) de maior prioridade para conservação da biodiversidade (MYERS et al., 2000). As características geográficas desse bioma aliada com a elevada altitude tem contribuído com a alta diversidade e endemismo (RIBEIRO et al., 2009), sendo necessária uma avaliação urgente de sua diversidade biológica por meio de sua quantificação, bem como de uma compreensão da organização espacial (CARVALHO et al., 2005).

As matas ciliares, que são denominadas de formações florestais localizadas às margens de rios, lagos, nascentes e demais cursos e reservatórios de água, desempenham importante função ambiental, mais notadamente na manutenção da qualidade da água, estabilidade dos solos, regularização do regime hídrico, corredores para o movimento da fauna, assim como para a dispersão vegetal e manutenção do ecossistema aquático (LIMA; ZAKIA, 2000; ALVARENGA; BOTELHO; PEREIRA, 2006).

O conhecimento da composição florística e da estrutura das matas ciliares, são fundamentais para o entendimento das comunidades (SALIS, 1990) e para a manutenção da biodiversidade (MARANGON et al., 2008), devido às variações do ambiente e a direção das mudanças nos processos ecológicos (CARVALHO et al., 2005). Essas variações ambientais ocorrem devido aos distúrbios, quer sejam naturais ou antrópicos e influenciam na estrutura da vegetação (LUNDBERG; INGVARSSON, 1998), ocasionando áreas degradadas.

(16)

Os diferentes aspectos relacionados à regeneração natural e a fitossociologia de indivíduos arbóreos são importantes em ecossistemas florestais, pois fornecem dados sobre a dinâmica do processo de sucessão natural, permitindo que sejam feitas várias inferências sobre o processo de sucessão, e para a conservação da biodiversidade ou recuperação de áreas exploradas (MEDEIROS, 2004; MARANGON et al., 2008).

Tem sido constatado um grande avanço na pesquisa científica e nos projetos de recuperação de matas ciliares, devido ao ritmo acelerado da degradação ambiental (NUNES; PINTO, 2007), baseando-se na avaliação do processo de regeneração natural (PINTO et al., 2005; ALVARENGA; BOTELHO; PEREIRA, 2006; SILVA et al. 2007; PEREIRA et al, 2010; OLIVEIRA et al., 2009). Entretanto, esses trabalhos ainda são escassos na Região Nordeste, sendo que a maioria dos trabalhos realizados se restringe às Regiões Sul e Sudeste (DURIGAN; SILVEIRA, 1999; GAMA; BOTELHO; BENTES-GAMA, 2002; CABRAL; FISZON, 2004; CARDOSO-LEITE et al., 2004; ANDRADE et al., 2006; MARANGON et al.,2008).

A variedade de respostas do meio ambiente frente à multiplicidade de formas e amplitude dos impactos e a crescente necessidade de expansão de novas fronteiras na utilização dos espaços naturais apontam a urgência na realização de estudos com a abordagem de composição florística e dinâmica de desenvolvimento de áreas degradadas (VIEIRA; PESSOA, 2001).

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar a fitossociologia do componente regenerante em áreas ciliares, visando avaliar o potencial de regeneração natural em cinco fragmentos de Floresta Ombrófila densa na bacia do Rio Capibaribe, PE, para fornecer subsídios que auxiliem a elaboração de futuros projetos de recuperação em matas ciliares nessas áreas.

(17)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Fragmentação Florestal

A fragmentação florestal na Mata Atlântica é um processo extremamente crítico que agrava a proteção da rica biodiversidade existente. No período pré-colonial, o território da Mata Atlântica ocupava cerca de 15% da área total do país, abrangendo 17 estados, por ocasião da colonização européia, sofreu um processo de desmatamento que começou com a extração do pau-brasil (século XVI), seguida pelo ciclo do ouro, da cana-de-açúcar, do café e posteriormente a industrialização e a urbanização (ALMEIDA, 1998; CANSI, 2007).

Zaú (1998) realizou um estudo enfocando aspectos teóricos da fragmentação da Mata Atlântica baseado em dados relacionando anos e taxa de desmatamento e previu que depois de algumas décadas haveria uma redução significativa da biodiversidade. Myers et al. (2000) demonstraram a nível mundial a diminuição da biodiversidade e apontaram áreas prioritárias para a conservação.

O efeito mais evidente da fragmentação é a redução do número de espécies que ocorre por duas razões principais: 1- pelos fragmentos apresentarem áreas restritas; e 2- o isolamento pode reduzir ainda mais o tamanho da população intrisicamente rara, tornando inviável a sua sobrevivência em longo prazo (TONHASCA JÚNIOR, 2005).

Em um estudo feito por Viana; Pinheiro (1998) enfocando a conservação da biodiversidade em fragmentos florestais, os autores reforçaram a hipótese de que os fragmentos florestais não são auto-sustentáveis e ainda relataram que a complexa interação entre os fatores relacionados ao processo de fragmentação (redução da área, maior exposição ao efeito de borda e ao isolamento e a constante pressão antrópica) resulta na degradação destes fragmentos. Essa afirmativa vem sendo constatada por vários autores (VIEIRA; PESSOA, 2001; CABRAL; FISZON, 2004; TABARELLI; GASCON, 2005).

Segundo Tonhasca Júnior (2004) um dos argumentos mais preponderantes para a preservação da natureza e das florestas tropicais é sua importância como fonte de renda e de bens de consumo, pois mais de 100 milhões de brasileiros utilizam a água de rios e riachos que nascem na mata atlântica ou passam por ela.

As florestas nativas têm grande importância na manutenção da qualidade e quantidade dos recursos hídricos e devido ao elevado índice de fragmentação acarreta perda significativa dessas florestas, tornando-se urgente um acréscimo de estudos e ações que visem à recuperação e conservação da cobertura florestal (MENDES, 2004; TONHASCA JÚNIOR,

(18)

2005), pois a diversidade biológica é necessária ao equilíbrio dos ecossistemas e fonte de imenso potencial de uso econômico (MACIEL, 2007).

2.2 Matas ciliares

Para Ab’Saber (2000), a expressão florestas ciliares envolve todos os tipos de vegetação arbórea vinculada à beira de rios. Do ponto de vista fitoecológico, pode-se considerar como a vegetação florestal as margens de curso d’água, independentemente de sua área ou de sua região de ocorrência e de sua composição florística.

Quanto a hidrologia florestal, as matas ciliares ocupam as áreas mais dinâmicas da paisagem, tanto em termos hidrológicos, como ecológicos e geomorfológicos. Devido à grande frequência de alterações que ocorrem nas zonas ripárias (enchentes, cheias), a vegetação presente nessas áreas deve, geralmente, apresentar uma alta variação em termos de estrutura, composição e distribuição espacial (LIMA; ZAKIA, 2000).

Rodrigues (2000) comentou que as florestas ocorrentes ao longo dos cursos d’água têm características vegetacionais definidas por uma interação complexa de fatores dependentes das condições ambientais ciliares, tais como tamanho da faixa ciliar florestada, estado de conservação ou degradação dos remanescentes florestais ciliares, matriz vegetacional onde está inserida a formação florestal ciliar, entre outros. Essa complexidade de fatores atua nas matas ciliares com uma variação de frequência e intensidade espaço-temporal, resultando na heterogeneidade ambiental que é registrada para essas florestas.

Diversos autores têm relatado a importância da existência de florestas ao longo dos rios baseando-se nos benefícios que esse tipo de vegetação traz ao ecossistema, como exercer função protetora sobre os recursos naturais bióticos e abióticos (BENTES-GAMA, 2002; CARDOSO-LEITE et al. 2004; DURIGAN; SILVEIRA, 1999; FAGUNDES et al. 2007; GAMA; BOTELHO; LACERDA et al., 2005).

Durigan; Rodrigues; Schiavini (2000) afirmaram que dentro de um mesmo domínio morfoclimático, numa área delimitada por condições geográficas, climáticas e edáficas específicas, os remanescentes da vegetação florestal que acompanham os cursos d´água apresentam características em comum, como uma matriz própria de espécies, conjunto particular de espécies em destaque, variações estruturais e histórico de perturbação dotados de previsibilidade e outras, que se representem de acordo com as situações ambientais existentes. Entretanto, mesmo com toda a importância das matas ciliares e apesar de ser protegida pelo Código Florestal Brasileiro, Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 (BRASIL, 2001),

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estas matas são alvo frequente dos impactos negativos causados pelo homem na bacia hidrográfica (LACERDA et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2009), devido ao fato de comumente conterem os solos mais férteis de uma bacia, tornando-as mais propensas a serem derrubadas para fins agrícolas (VAN DEN BERG; OLIVEIRA-FILHO, 2000).

Ações que visam à proteção e recuperação desses ecossistemas degradados fazem parte de uma linha de pensamento que tem como objetivo garantir o suprimento de água, fonte primária de sobrevivência humana (OLIVEIRA FILHO et al., 2004), pois entre outros fatores, o desenvolvimento sustentável de uma região está diretamente relacionado com as características gerais de sua cobertura florestal, como o estado de conservação dos fragmentos (MENDES, 2004).

Alguns trabalhos realizados em remanescentes de formações florestais ciliares mostraram que a similaridade entre áreas é muito baixa (ANDRADE et al., 2006; HARDT et al., 2006; LACERDA et al., 2005; PINTO et al., 2005; SANTOS et al., 2007; VAN DEN BERG; OLIVEIRA-FILHO, 2000) revelando assim a grande diversidade florística destes ecossistemas (CARDOSO-LEITE, et al., 2004). Alguns dos fatores promotores da heterogeneidade florística entre os remanescentes de florestas ciliares são citados por Rodrigues (2000), como:

- Tamanho da faixa ciliar florestada;

- O estado de conservação ou degradação desses remanescentes; - O tipo vegetacional de origem dessa formação florestal ciliar;

- e principalmente, a heterogeneidade vegetacional como resultado da heterogeneidade espacial das características físicas do ambiente ciliar.

Este autor fez uma comparação de quarenta e três levantamentos florísticos e fitossociológicos realizados em formações florestais ciliares no Brasil extra-amazônico, em condições de altitude, clima e coordenadas geográficas muito variáveis e encontraram como as famílias de maior riqueza florística: Myrtaceae, Fabaceae, Rubiaceae, Lauraceae, Melastomataceae, Euphorbiaceae, Mimosaceae e Caesalpiniaceae, correspondendo a um total de 44,08% do total de espécies amostradas, sendo que se for considerado Leguminosae como uma única família, esta seria a de maior riqueza florística amostrada em florestas ciliares.

Essas mesmas famílias também foram encontradas com maior riqueza em outro estudo de similaridade realizado por Bernacci; Goldenberg; Metzger (1998), comparando a estrutura florística de quinze fragmentos florestais ripários na Bacia do Rio Jacaré-Pepira em São Paulo em condições de topografia semelhantes com diferentes tamanhos e formações florestais

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comparando com mais 44 levantamentos de várias formações localizados a 150 km do centro da Bacia em questão.

2.3 Regeneração Natural

O termo Regeneração Natural tem um conceito bastante amplo. Finol (1971) considera como Regeneração Natural todas as espécies arbóreas que estejam entre 0,1 m de H (altura) e 9,99 cm de Diâmetro a Altura do Peito (DAP), ou seja, todos os descendentes das plantas arbóreas que se encontram no solo da floresta e são classificadas em três categorias de tamanho (Ct):

Ct. I- de 0,1 m a 1 m de H

Ct. II- de 1 m a 3 m de H

Ct. III- de 3 m de H a 9,9 cm de DAP

O critério de Finol (1971) é bastante abrangente, pois esse autor considera como adulto somente os indivíduos que apresentem DAP >9,9 cm.

Lima-Filho et al. (2002) conferiram dois conceitos sobre o termo em questão: o estático, relacionado com a situação atual da regeneração, como o número de indivíduos de cada fase juvenil, e o dinâmico, que refere-se aos processos silviculturais, que permitam o favorecimento da regeneração já existente e a indução em espécies, com regeneração ausente ou incipiente representadas no povoamento.

Marangon et al. (2008) agruparam os indivíduos em três classes de altura assim descritas:

Classe 1 com H > 1,0 m e H < 2,0 m; Classe 2 com H > 2,0 m e H < 3,0 m e

Classe 3 com H > 3,0 m e CAB 0,30 m < 15 cm

Os autores justificaram a adoção da altura mínima de 1,0 m para análise da regeneração das espécies arbóreas, devido às espécies apresentarem uma melhor definição da sua caracterização morfológica nesta altura. Vale ressaltar que esses autores avaliam como adulto os indivíduos com Circunferência a Altura da Base > 15 cm.

Para Schorn; Galvão (2006), a regeneração natural é representada pelo estrato arbóreo inferior da floresta, que geralmente apresentam-se com um comportamento diferenciado em

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muitos aspectos da estrutura e dinâmica, tais como a densidade, as taxas de ingresso e mortalidade, além do crescimento.

O processo de regeneração natural é parte do complexo biológico ativo das florestas tropicais que formam, desenvolvem e mantêm as fitofisionomias, portanto, estudos envolvendo a regeneração nesse processo devem ser implementados nas diversas fitofisionomias da floresta tropical brasileira, em função da necessidade de informações básicas desse ecossistema (MARANGON et al., 2008).

A regeneração de um ecossistema considera as alterações estruturais, os padrões de substituição das espécies e como ocorrem os eventos relacionados à manutenção da comunidade (GUARIGUATA; OSTERTAG, 2001; GAMA; BOTELHO; BENTES - GAMA, 2002; MEDEIROS, 2004).

De acordo com Kennard (2002), vários estudos mostram que há uma menor frequência de surgimento de novas espécies de acordo com o aumento do distúrbio. Afirmativa essa que está de acordo com Swaine; Lieberman; Putz (1987), os quais relataram que alguns estudos em florestas tropicais indicam que, em áreas não atingidas por distúrbios severos, ocorreram poucas mudanças na densidade e composição de espécies, sugerindo uma aparente estabilidade. Porém estes trabalhos foram desenvolvidos em curta escala de tempo, assim essas conclusões ainda são pouco consistentes (BERTANI et al, 2001).

Alterações na estrutura do componente de regeneração, tais como diminuição da densidade e riqueza de estoque de novos indivíduos pode ser bons indicadores da degradação de florestas secundárias (ALVES; METZGER, 2006; ASSIS, 1991). É importante reconhecer que estas florestas exercem uma função ecológica, econômica e social fundamental (SIMINSKI et al., 2004).

A compreensão da regeneração e da dinâmica das espécies arbóreas dos ecossistemas é de fundamental importância para a manutenção da biodiversidade florística das áreas (MARANGON et al., 2008) e para aplicação de práticas sivilculturais direcionadas ao aproveitamento contínuo da floresta (GAMA et al., 2003).

A partir do conhecimento obtido com estudos tanto em áreas naturais como em áreas restauradas podem-se executar projetos de conservação dos recursos biológicos a longo prazo (GONZAGA, 2008), levando em consideração as particularidades do ecossistema onde vai atuar suas limitações e sua capacidade de recuperação, através do estudo de variação espacial na estrutura, composição e diversidade de espécies (ALVES; METZGER, 2006; BARREIRA et al., 2002; MARACAJÁ et al., 2003; VIEIRA; GANDOLFI, 2006).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da Área

O estudo foi realizado em cinco fragmentos florestais ciliares localizados no terço inferior da Bacia do Rio Capibaribe, PE, pertencentes à Usina Petribú S/A e denominados de Mata de São João, Mata de Quizanga, Mata de Camurim, Mata de Gravatá e Mata de Indaiá (Figura 1). A vegetação predominante nos fragmentos é a Floresta Ombrófila Densa (IBGE, 2004).

A localização dos fragmentos situa-se nos municípios de São Lourenço da Mata e Paudalho (mesorregião da mata e na microrregião mata setentrional pernambucana) (CPRM, 2005).

Figura 1. Localização dos fragmentos florestais em estudo na Bacia do Rio Capibaribe, PE. (Fonte: Adaptado do Google Earth, 2009)

3.1.1 Localização e Limites da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe

A Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe está localizada na porção norte - oriental do Estado de Pernambuco (Figura 2 a), entre as coordenadas 07o41'20" e 08o19'30" S e 34o51' 00" e 36o41'58" W e inserida nas microrregiões do Recife, da Mata Setentrional pernambucana (parte norte), de Vitória de Santo Antão, do Médio e Alto Capibaribe, e da parte norte do Vale do Ipojuca. Possui uma área de 7.557,40 km2 (cerca de 7,58% da área do

(23)

Estado), sendo a maior bacia hidrográfica do agreste pernambucano. A área de drenagem da bacia integra 42 municípios, dos quais 26 estão com suas sedes inseridas na bacia (SIRH/SRH/PERH, 1998).

O Rio Capibaribe nasce nas encostas na divisa dos municípios de Jataúba e Poção, a uma altitude aproximada de 1.000 metros. Este rio tem origem na Zona do Agreste, a cerca de 200 km da cidade do Recife, passando por vários centros urbanos. Apresenta direção inicial sudoeste-nordeste até as proximidades da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, quando seu curso toma a direção geral oeste-leste, percorrendo uma extensão total de 280 km, até sua foz na cidade do Recife. O regime fluvial do rio é intermitente no seu alto e médio curso, tornando-se perene somente no seu baixo curso, a partir da cidade de Limoeiro. Entre os seus principais afluentes (2 b) pela margem direita estão: Riacho Aldeia Velha, Rio Fazenda Velha, Riacho Doce, Riacho Carrapatos, Riacho das Éguas, Rio Catunguba, Rio Goitá e Rio Tapacurá. Na margem esquerda encontram-se: Riacho Jataúba, Rio Caraibeira, Rio Mulungu, Rio Olho d'Água, Rio Tapera, Riacho Doce, Riacho do Manso e Riacho Camaragibe (SIRH/SRH/PERH, 1998).

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Figura 2. (A) Localização da Bacia do Rio Capibaribe no estado de Pernambuco; (B) Representação gráfica dos corpos d’água da Bacia do Rio Capibaribe, PE. (Fonte: Mapa das Bacias Hidrográficas do Estado de Pernambuco - CONDEPE, 1998)

A

(25)

3.1.2 Solo, Clima e Precipitação

Segundo o SIRH/SRH/PERH (1998), pode-se dividir a bacia do Rio Capibaribe em três grandes conjuntos descritos como terço inferior, médio e superior. Os fragmentos em estudo estão localizados no terço inferior, onde predominam solos desenvolvidos e profundos. Ocorrem Latossolo Vermelho Amarelo Eutróficos e Distróficos, e Podzólico Vermelho Amarelo Distrófico, com grande domínio de solos com relevo entre plano a ondulado. O clima é do tipo tropical úmido (As’ de Köppen), com temperatura média anual de 25ºC e a precipitação média anual é de 1.500 mm, com concentrações de chuvas nos meses de abril a julho e os demais meses secos (SECTMA, 2003).

3.1.3 Mata de São João

O fragmento Mata de São João (Figura 3 a, b) está inserido no Engenho Pitangueiras, com uma área de 167,03 ha (Usina Petribu, S/A), a uma altitude de 121 m, as margens do Riacho Massurepe e é externamente circundado por uma matriz de cana de açúcar, sob as coordenadas 07º56’67’’ S e 35º06’27’’ W. Segundo a CPRH (2008) esse fragmento é considerado como uma Área de Reserva Legal.

3.1.4 Mata de Camurim

O fragmento Mata de Camurim (Figura 4 a, b) está inserido no Engenho Camurim, margeado pelo Riacho Camurim, com uma área de 68,81 ha (Usina Petribu, S/A) e altitude de 60 m, sob as coordenadas 07º55’73’’ S e 35º04’69’’ W e também é circundado externamente por uma matriz de cana de açúcar. Em comparação com os outros fragmentos esse é o que possui uma área menor e vale salientar também que há presença de bambus no fragmento, os quais estão distribuídos de forma agregada e próximos ao riacho que corta o fragmento.

3.1.5 Mata de Quizanga

O fragmento Mata de Quizanga (Figura 5 a, b) localiza-se no Engenho Quizanga, possuindo uma área total de 108,39 ha (Usina Petribu, S/A), com altitude de 105 m, as margens do Riacho da Bóia e externamente é circundado por uma matriz de cana de açúcar,

(26)

sob as coordenadas 07º 57’ 59’’ S e 35º 03’ 57’’ W. Assim como o fragmento Mata de São João, a Mata de Quizanga também é uma Área de Reserva Legal (CPRH, 2008).

Figura 3. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de São João as margens do Riacho Massurepe (B) Engenho Pitangueiras, Município de Paudalho, PE. (Foto: Aldení Lima, 2009)

Figura 4. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Camurim as margens do Riacho Camurim, detalhe para bambus as margens do riacho (B), Engenho Camurim, município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Aldení Lima, 2010)

A B

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Figura 5. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Quizanga as margens do Riacho da Bóia (B), Engenho Quizanga no município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Rubeni C. Santos, 2010)

3.1.6 Mata de Gravatá

O fragmento Mata de Gravatá (Figura 6 a, b) localiza-se no Engenho Camurim, com uma área total de 76,34 ha (Usina Petribu, S/A), margeado pelo Riacho Gravatá. Assim como os outros fragmentos, este também tem uma matriz de cana de açúcar e encontra-se sob as coordenadas 07º 56’ 43.3’’ S e 35º 03’ 57.8’’ W.

3.1.7 Mata de Indaiá

O fragmento Mata de Indaiá (Figura 7 a, b) está localizado também no Engenho Camurim, com uma área total de 243,57 ha (o maior dos fragmentos em estudo) (Usina Petribu, S/A), margeado pelo Riacho Mulungu e sob as coordenadas 07º 56’ 18’’ S e 35º 03’ 53’’ W. Novamente, a matriz de cana de açúcar está presente.

(28)

Figura 6. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Gravatá as margens do Riacho Gravatá (B), Engenho Camurim no município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Aldení Lima, 2010)

Figura 7. Vista parcial (A) e vista do interior do fragmento Mata de Indaiá as margens do Riacho Mulungu (B), Engenho Camurim no município de São Lourenço da Mata, PE. (Foto: Aldení Lima, 2010)

A B

(29)

3.2 Amostragem e Análise dos Dados

Para a amostragem foram alocadas 50 parcelas permanentes de 1 x 25 m (25 m2), sendo 10 em cada fragmento, dispostas sistematicamente, partindo do leito do rio adentrando o fragmento e distanciadas 25 m uma das outras (Figura 8). No geral, as parcelas implementadas corresponderam a uma área total de 1.250 m² (0,125 ha). Nessas parcelas foram mensuradas as alturas e diâmetros dos indivíduos regenerantes em um nível de inclusão menor ou igual a 15 cm (CAB 0,30 m < 15 cm), com classes de altura adotadas por Marangon et al. (2008).

Figura 8. Representação da distribuição das parcelas em cada fragmento.

Todos os indivíduos mensurados receberam placas de PVC (5 x 5 cm) com uma numeração progressiva e para fixação dessas placas foi utilizada linha de nylon. As mensurações das circunferências das árvores foram realizadas com auxílio de uma fita métrica e a altura dos indivíduos até 2,0 m com trena de bolso, acima disso foi estimada com auxílio de varas graduadas de 2,0 m.

A identificação dos indivíduos foi por meio da coleta do material botânico e por comparação no Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) do Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (Figura 9), utilizando o sistema de classificação de Cronquist (1988). A correção da grafia e a autoria dos nomes das espécies foram feitas pelos sites do International Plant Name Index (http://www.ipni.org) e Missori Botanical Garden (http://www.mobot.org).

(30)

Figura 9. Detalhe do material botânico coletado em um dos fragmentos em estudo, sendo comparados com exsicatas pertencentes ao Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) do Departamento de Biologia da UFRPE. (Foto: Lamartine Soares, 2010)

Para caracterizar a classificação sucessional seguiu-se os grupos ecológicos segundo Gandolfi et al. (1995): pioneiras, secundárias inicias, secundárias tardias e sem caracterização. Essa caracterização foi realizada através de pesquisa bibliográfica (BRANDÃO et al., 2009; CARDOSO LEITE et al., 2004; FERREIRA; DIAS, 2004; GAMA et al., 2002; GANDOLFI et al., 1995; LOPES et al., 2002; MARANGON et al., 2007; ROCHA et al., 2008; SILVA et al., 2003; PRADO JÚNIOR et al., 2010) e também pelas observações em campo.

Após a coleta de dados foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos utilizados na estrutura horizontal: Densidade Absoluta e Relativa, Frequência Absoluta e Relativa, Dominância Absoluta e Relativa. Para a análise da estrutura vertical foi realizada a estimativa da Regeneração Natural por classes de alturas (RNC1, RNC2, RNC3) e RNT (Regeneração Natural Total) (FINOL, 1971; VOLPATO, 1994).

Na análise da diversidade de espécies foi utilizado o Índice de Diversidade de Shannon (H’, em nats./ind.) e equabilidade de Pielou (J’) (FELFILI; REZENDE, 2003).

As fórmulas utilizadas para cálculo dos parâmetros fitossociológicos seguiram a metodologia proposta por Felfili; Rezende (2003) e em relação à estimativa da Regeneração Natural por classe de altura e Regeneração Natural Total foi por meio das expressões que seguem Volpato (1994). Na realização destes cálculos o programa utilizado foi o software Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006) e EXCEL 2007.

Para comparar a fisionomia entre os cinco fragmentos (São João, Camurim Quizanga, Gravatá e Indaiá), foram analisados o número de indivíduos, CNS (Circunferência ao Nível do Solo) médio e alturas médias, além da diversidade, equabilidade e riqueza por parcela e por fragmento. Essa metodologia foi proposta por Ferreira et al (2008),

(31)

considerandoas análises de componentes principais, por proporcionarem uma simplificação estrutural dos dados originais. Para a realização dessa comparação de variáveis estruturais foi utilizado o programa PC-ORD for Windows versão 4.14 (McCune; Mefford,1999) onde se gerou dendrogramas (distância euclidiana). Também foi feito uma análise de Ordenamento-DCA, utilizando-se uma matriz de abundância de espécies constituída pelo número de indivíduos por parcelas das espécies que apresentavam três ou mais indivíduos na amostra total (AYRES et al., 2000).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão listadas as espécies ocorrentes nos cinco fragmentos (São João, Camurim, Quizanga, Gravatá e Indaiá) com a quantidade de indivíduos presentes em cada fragmento, mas os resultados serão apresentados separadamente.

Os 1565 indivíduos mensurados pertenceram a 116 espécies (60 gêneros e 34 famílias). Do total de espécies, 68 foram identificadas em nível de espécie, 31 em nível de gênero e 17 no nível de família, excluindo as 11 indeterminadas nessa contagem.

Tabela 1. Listagem das espécies do componente arbóreo em regeneração (CAB 0,30 cm < 15 cm e H >

1m) encontradas nos fragmentos SJ (Mata de São João), CAM (Mata de Camurim), QUIZ (Mata de Quizanga), GRAV (Mata de Gravatá) e IND (Mata de Indaiá) em ordem alfabética de família, gênero e espécie, com a quantidade de indivíduos presente em cada fragmento e o seu respectivo grupo ecológico (GE): PI- pioneiras; SI- secundária inicial; ST- secundária tardia e SC- sem caracterização

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

ANACARDIACEAE

Tapirira guianensis Aubl. Cupiúba 1 2 ---- 1 ---- SI

Thyrsodium spruceanum Benth. Caboatã de leite ---- 2 ---- 4 1 SI ANNONACEAE Anaxagorea dolichocarpa

Sprague & Sandwith

---- ---- ---- 18 ---- ---- ST

Annona salzmannii A. DC. ---- 3 ---- ---- ---- ---- SC

Cymbopetalum brasiliense

(Vell.) Benth. ex Baill.

---- ---- ---- 1 6 ---- SC

Guatteria pogonopus Mart. ---- 4 ---- 1 2 ---- SC Continua...

(32)

Tabela 1 - Continuação

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

ANNONACEAE Guatteria schomburgkiana Mart. ---- ---- ---- ---- 1 ---- ST Annonaceae 1 ---- ---- ---- ---- ---- 2 ST APOCYNACEAE Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson Banana de papagaio ---- 1 ---- ---- ---- SI ARALIACEAE

Schefflera morototoni (Aubl.)

Maguire , Steyerm & Frodin

Sambaqui 4 ---- ---- ---- ---- SI

BIGNONIACEAE

Tabebuia sp. ---- ---- ---- 3 ---- ---- SC

BORAGINACEAE

Cordia nodosa Lam. ---- ---- 3 2 5 4 PI

Cordia superba Cham. Gardaúba 1 ---- ---- ---- ---- SI

BURSERACEAE

Protium giganteum Engl. Amesclona ---- ---- 11 18 1 ST

Protium heptaphyllum (Aubl.)

Marchand Amescla de cheiro 71 155 17 16 17 SI CECROPIACEAE Cecropia sp. Embaúba 1 ---- ---- ---- ---- PI CAESALPINIACEAE Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.

Macbr.

---- 1 ---- ---- ---- 3 SI

Dialium guianense (Aubl.)

Sandwith Pau ferro da mata 16 ---- ---- ---- ---- ST Hymenaea sp. Jatobá 2 ---- ---- ---- 1 SC Caesalpiniaceae 1 ---- ---- ---- ---- ---- 1 SC CELASTRACEAE

Maytenus obtusifolia Mart. ---- 1 ---- ---- ---- ---- SI

CHRYSOBALANACEAE

Couepia rufa Ducke Oiti coró 2 ---- ---- ---- ---- SI

Hirtella racemosa Lam. Cabo de quengo

---- 5 ---- 2 ---- SC

(33)

Tabela 1 - Continuação

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

CHRYSOBALANACEAE

Hirtella P. Cabo de quengo

---- 1 ---- ---- ---- SC

Licania tomentosa (Benth.)

Fritsch

---- ---- 3 ---- ---- ---- SI

Licania P. Cega machado 1 ---- ---- ---- ---- SC

CLUSIACEAE

Rheedia gardneriana Planch.

& Triana

---- 1 ---- ---- ---- ---- SC

Symphonia globulifera L.f. ---- ---- ---- 4 ---- ---- SI

Vismia guianensis (Aubl.) Pers. ---- ---- 1 ---- ---- ---- PI ELAEOCARPACEAE Sloanea P. Murta 2 ---- ---- ---- ---- SC ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum citrifolium A. St.-Hil. Cumichá ---- 3 ---- ---- 15 ST Erythroxylaceae 1 ---- ---- 1 ---- 4 ---- SC EUPHORBIACEAE

Mabea occidentalis Benth. ---- ---- ---- 8 ---- 1 PI

Pera ferruginea (Schott) Müll.

Arg. Sete casco (Chorão) 1 ---- ---- 1 ---- SI Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. Cocão 2 1 ---- ---- ---- ST Euphorbiaceae 1 Estoupeira 10 ---- ---- ---- ---- SC FABACEAE

Andira nitida Mart. ex. Benth. Uruçuba ---- 2 1 ---- 1 SI

Andira sp. Uruçuba 6 ---- ---- ---- 4 SC

Fabaceae 1 ---- ---- ---- 4 ---- ---- SC

FLACOURTIACEAE

Casearia javitensis Kunth Cafezinho 1 6 1 1 ---- SI

LAURACEAE

Ocotea glomerata (Nees) Mez ---- ---- ---- ---- 1 ---- SI

Ocotea cf. longifolia Kunth Louro 2 ---- ---- ---- ---- SI

Nectandra sp. Louro 2 ---- 1 ---- 5 SC Continua...

(34)

Tabela 1 - Continuação

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

LAURACEAE

Lauraceae 1 Louro 1 ---- 6 ---- ---- SC

LECYTHIDACEAE

Eschweilera ovata (Cambess.)

Miers.

Embiriba 38 72 20 12 31 SI

Gustavia augusta L. Japaranduba 7 7 ---- ---- ---- SI

Lecythidaceae 1 ---- 3 ---- ---- ---- 3 SC

MELASTOMATACEAE Henriettea succosa (Aubl.)

DC.

---- 1 ---- 1 1 ---- SI

Miconia cf. albicans (Sw.)

Steud.

---- 4 ---- ---- ---- ---- SI

Miconia hypoleuca (Benth.)

Triana

---- 12 1 ---- ---- ---- SI

MELASTOMATACEAE Miconia minutiflora (Bonpl.)

DC.

---- 1 ---- 3 ---- ---- SI

Miconia cf. nervosa (Sm.)

Triana

---- ---- ---- 3 ---- ---- SI

Miconia prasina (Sw.) DC. Cinzeiro 12 41 8 41 25 SI

Miconia sp.1 Cinzeiro 4 2 ---- 5 1 SI

Miconia sp.2 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SI

Miconia sp.3 Casquim 1 ---- ---- ---- ---- SI

MELIACEAE

Guarea guidonia (L.) Sleumer ---- ---- ---- ---- 1 ---- ST

Guarea sp. Pau sangue 16 ---- ---- ---- ---- SC

Trichilia lepidota Mart. ---- 2 ---- ---- ---- ---- ST

Trichilia sp. ---- ---- ---- ---- ---- 1 SC

MIMOSACEAE

Albizia pedicellaris (DC.) L.

Rico

Jaguarana 1 ---- ---- ---- 1 SC

Inga ingoides (Rich.) Willd. Ingá ---- ---- ---- ---- 1 SI

Inga thibaudiana DC. Ingá ---- 2 1 21 4 SI

Inga sp. Ingá 1 ---- 1 ---- ---- SI

Parkia pendula (Willd.) Benth. ex. Walp.

Visgueiro 2 6 ---- 1 1 ST

Plathymenia foliolosa Benth. Favinha ---- 4 1 1 1 SI

MONIMIACEAE

Siparuna guianensis Aubl. Aticum do mato

17 42 2 41 23 SI

(35)

Tabela 1 - Continuação

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

MORACEAE

Brosimum discolor Schott Quiri-preto 9 9 10 3 2 SI

Brosimum guianense (Aubl.)

Huber

Quiri-branco 2 1 4 4 1 SI

Brosimum sp. ---- ---- ---- ---- ---- 2 SC

Helicostylis tomentosa

(Poepp. & Endl.) Rusby

Amora 1 1 27 ---- 6 SI

Sorocea hilarii Gaudich. Leiteiro 9 3 4 4 7 SI

MYRISTICACEAE Virola sp. ---- ---- ---- ---- 1 ---- SC MYRTACEAE Calyptranthes sp. ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC Campomanesia cf. eugenioides (Cambess.) Legrand Guabiraba 3 ---- ---- ---- ---- SI MYRTACEAE Campomanesia sp. Guabiraba 11 ---- ---- ---- 3 SC Eugeniasp.1 Jerimum 7 ---- ---- ---- 1 SC Eugenia sp.2 Ororoba 10 ---- ---- ---- 1 SC Eugenia sp.3 ---- ---- 2 2 ---- ---- SC Eugenia sp.4 ---- ---- 1 ---- ---- 5 SC Gomidesia blanchetiana O. Berg ---- 6 ---- ---- ---- ---- SC Gomidesia sp.1 ---- 2 ---- 2 ---- ---- SC Gomidesia sp.2 ---- ---- 2 ---- ---- ---- SC

Myrcia fallax (Rich.) DC. Bucho de viado

2 2 1 2 1 SI

Myrcia guianensis (Aubl.)

DC.

---- ---- 2 ---- 15 4 SI

Myrcia sylvatica (G. Mey.)

DC. Araçá da mata 1 ---- ---- ---- ---- SI Myrtaceae 1 Murta 1 ---- ---- ---- ---- SC Myrtaceae 2 Murta 4 ---- ---- ---- ---- SC Myrtaceae 3 ---- 3 ---- ---- ---- ---- SC Myrtaceae 4 ---- ---- 2 ---- ---- ---- SC Myrtaceae 5 ---- ---- ---- 2 ---- ---- SC Myrtaceae 6 ---- ---- ---- ---- 1 ---- SC NYCTAGINACEAE

Guapira opposita (Vell.) Reitz ---- ---- 2 ---- ---- 1 SI Continua...

(36)

Tabela 1 - Continuação

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

POLYGONACEAE

Coccoloba mollis Casar. ---- ---- ---- ---- 1 ---- PI

Coccoloba sp.1 Cabaçu da mata 4 ---- 3 ---- ---- SC Coccoloba sp.2 Cabaçu da mata 1 ---- ---- ---- ---- SC RUBIACEAE Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult.

Erva de rato ---- 5 ---- 6 1 SC

Palicourea sp. Erva de rato 35 11 ---- 1 5 SC

Posoqueria sp. ---- ---- ---- 1 1 14 SC Psychotria cf. carthagenensis Jacq. Lacre da mata 9 ---- 4 ---- ---- SI Rubiaceae 1 ---- ---- ---- 2 ---- ---- SC RUBIACEAE Rubiaceae 2 ---- ---- ---- ---- ---- 2 SC SAPINDACEAE

Cupania oblongifolia Mart. Caboatã 1 ---- ---- ---- 1 SI

Cupania paniculata Cambess. Caboatã de rego

6 ---- ---- ---- 9 SC

Cupania racemosa (Vell.) Radlk.

Caboatã-lisa 6 3 ---- ---- 2 SI

Cupania cf. revoluta Rolfe Caboatã ---- 21 9 6 3 SI

Cupania sp. ---- ---- 4 ---- ---- ---- SC

Sapindaceae 1 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC

SAPOTACEAE

Pouteria cf. bangii (Rusby)

T.D. Penn.

---- 2 ---- ---- ---- ---- SI

Pouteria gardneri (Mart. &

Miq.) Baehni ---- ---- ---- ---- 1 4 SI Pouteria sp. ---- 9 1 ---- ---- ---- SC SOLANACEAE Solanum sp. ---- ---- ---- ---- ---- 1 PI Solanaceae 1 ---- 3 ---- ---- ---- 25 SC ULMACEAE

Ulmaceae 1 Murta preta 2 ---- ---- ---- ---- SC

VIOLACEAE

Paypayrola blanchetiana Tul. ---- 2 ---- 6 ---- ---- SC Continua…

(37)

Tabela 1 - Conclusão

Famílias/Espécies Nomes

populares

Fragmentos GE

SJ CAM QUIZ GRAV IND

VIOLACEAE Paypayrola sp. ---- ---- ---- 1 ---- ---- SC INDETERMINADA 1 Indet. 1 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 2 Indet. 2 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 3 Indet. 3 ---- 2 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 4 Indet. 4 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 5 Indet. 5 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 6 Indet. 6 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 7 Indet. 7 Fuguitião 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 8 Indet. 8 ---- 1 ---- ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 9 Indet. 9 ---- ---- 4 ---- ---- ---- SC INDETERMINADA 10 Indet. 10 ---- ---- ---- 2 ---- ---- SC INDETERMINADA 11 Indet. 11 ---- ---- ---- 5 ---- ---- SC TOTAL 429 439 204 233 260

4.1 Mata de São João

No levantamento fitossociológico desse fragmento foram amostrados 429 indivíduos pertencentes a 78 espécies, distribuídas em 43 gêneros e 29 famílias. Desse total, 40 foram identificadas no nível de espécie, 21 no nível de gênero, 6 no nível de família e 8 não foram identificadas (Tabela 1), sendo denominadas como indeterminadas e enquadradas cada uma como famílias independentes.

(38)

Do total de espécies levantadas nesse fragmento, somente 38 foram caracterizadas quanto a sua classificação sucessional, devido à maioria dessas espécies terem sido identificadas apenas em gênero e família ou como indeterminadas. Observa-se que entre as espécies caracterizadas, a maioria (81%) foi identificada como secundária inicial, seguida pelas secundárias tardias com 16% e posteriormente pelas pioneiras com 3% (Figura 10). Trabalhos desenvolvidos em Floresta Atlântica em Pernambuco, também encontraram a maioria das espécies como secundárias iniciais (BRANDÃO et al., 2009; ROCHA et al., 2008; SILVA et al., 2010a). Assim como nesses trabalhos, o fragmento em questão apresenta características de uma floresta em estágio inicial de sucessão.

Figura 10. Classificação sucessional das espécies amostradas (%) e classificadas em pioneiras (PI), secundária inicial (SI) e secundária tardia (ST), na Mata de São João, Município de Paudalho, PE.

As famílias que contribuíram com maior riqueza de espécies foram Myrtaceae (12.), Melastomataceae (8 sp.), Moraceae e Sapindaceae (4 cada), Euphorbiaceae e Lauraceae (3 cada) e as demais famílias foram representadas por uma ou duas espécies.

Silva et al. (2010b) encontraram as famílias Myrtaceae e Melastomataceae como as de maiores riquezas e juntas elas representaram 15,38% da regeneração natural em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa em Pernambuco.

Em relação ao número de indivíduos por espécies, destacaram-se Protium

heptaphyllum (71), Eschweilera ovata (38), e Palicourea sp. (35), representando 33,57% dos

indivíduos, além de apresentarem as maiores densidades e frequências absolutas.

A densidade total e a dominância absoluta estimada foram de 17.200 ind.ha-1 e 34,24m2.ha-1 (Tabela 2), respectivamente.

(39)

Tabela 2. Estimativa da Regeneração Natural Total (RNT) da população amostrada por classes de altura nas unidades amostrais do fragmento Mata de São João, Paudalho, PE. Em que: DA: Densidade Absoluta (ind.ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%); DoA: Dominância Absoluta (m2): DoR: Dominância Relativa (%);VI: Valor de Importância; RNC1: Regeneração Natural da Classe de altura 1 (%); RNC2:

Regeneração Natural da Classe de altura 2 (%); RNC3: Regeneração Natural da Classe de altura 3 (%) e RNT: Regeneração Natural Total (%)

Nome Científico DA DR (%) FA FR (%) DoA DoR (%) VI RNC1(%) RNC2(%) RNC3(%) RNT (%)

Protium heptaphyllum 2800 16,28 100 5.41 3,52 10,24 31,93 11,13 13,73 11.99 12,28 Eschweilera ovata 1480 8,60 100 5,41 3,45 10,06 24,07 6,76 9,77 11,03 9,19 Palicourea sp. 1400 8,14 80 4,32 3,87 11,29 23,75 6,65 7,52 8,76 7,64 Guarea sp. 720 4,19 80 4,32 1,36 3,97 12,48 2,96 6,86 5,52 5,11 Dialium guianense 720 4,19 80 4, 32 1,29 3,76 12,27 3,00 8,18 2,28 4,48 Siparuna guianensis 680 3,95 60 3,24 1,34 3,91 11,11 4,31 3,16 5,52 4,33 Eugenia sp.1 280 1,63 40 2,16 0,77 2,26 6,05 0,55 2,51 5,52 2,86 Sorocea hilarii 360 2,09 30 1,62 0,82 2,38 6,09 1,30 3,56 3,24 2,70 Miconia hypoleuca 480 2,79 40 2,16 0,59 1,71 6,66 2,81 2,90 2,28 2,66 Cupania racemosa 200 1,16 40 2,16 0,45 1,31 4,64 1,10 0,00 6,83 2,65 Miconia prasina 440 2,56 70 3,78 1,02 2,96 9,30 3,36 2,11 2,28 2,58 Brosimum discolor 360 2,09 60 3,24 0,91 2,64 7,98 2,96 1,45 2,28 2,23 Euphorbiaceae 1 400 2,33 20 1,08 1,59 4,63 8,03 1,15 2,24 3,24 2,21 Protium giganteum 320 1,86 30 1,62 0,52 1,52 5,01 2,05 1,05 3,24 2,12 Eugenia sp. 400 2,33 40 2,16 0,80 2,34 6,83 2,45 1,45 2,28 2,06 Gustavia augusta 280 1,63 40 2,16 0,93 2,69 6,48 1,50 2,11 2,28 1,96 Campomanesia sp. 440 2,56 40 2,16 0,76 2,20 6,92 1,90 3,96 0,00 1,95 Pouteria sp. 360 2,09 10 0,54 0,62 1,79 4,43 1,34 1,85 2,28 1,82 Continua...

(40)

Tabela 2 – Continuação

Nome Científico DA DR (%) FA FR (%) DoA DoR (%) VI RNC1(%) RNC2(%) RNC3(%) RNT (%)

Gomidesia blanchetiana 240 1,40 20 1,08 0,75 2,19 4,67 1,10 1,85 2,28 1,74 Psychotria cf. carthagenensis 360 2,09 50 2,7 0,34 1,00 5,80 3,36 1,05 0,00 1,47 Schefflera morototoni 160 0,93 30 1,62 0,70 2,04 4,59 1,10 0,00 3,24 1,45 Annona salzmannii 120 0,70 20 1,08 0,34 1,00 2,78 0,55 1,05 2,28 1,29 Brosimum guianense 80 0,47 20 1,08 0,41 1,19 2,74 0,00 1,05 2,28 1,11 Cupania paniculata 240 1,40 40 2,16 0,50 1,44 5,00 2,05 1,05 0,00 1,04 Andira sp. 240 1,40 20 1,08 0,52 1,50 3,98 1,50 1,45 0,00 0,99 Guatteria pogonopus 160 0,93 20 1,08 0,34 1,00 3,01 0,75 2,11 0,00 0,95 Myrtaceae 2 160 0,93 30 1,62 0,26 0,75 3,30 1,66 1,05 0,00 0,90 Coccoloba sp. 200 0,23 10 0,54 0,03 0,08 2,55 1,50 1,05 0,00 0,85 Myrtaceae 3 160 0,93 10 0,54 0,27 0,79 2,26 0,55 1,85 0,00 0,80 Calyptranthes sp. 40 0,23 10 0,54 0,23 0,66 1,43 0,00 0,00 2,28 0,76 Helicostylis tomentosa 40 0,23 10 0,54 0,15 0,45 1,22 0,00 0,00 2,28 0,76 Lecythidaceae 1 40 0,23 10 0,54 0,20 0,59 1,36 0,00 0,00 2,28 0,76 Myrcia sylvatica 40 0,23 10 0,54 0,28 0,83 1,60 0,00 0,00 2,28 0,76 Miconia cf. albicans 160 0,93 10 0,54 0,21 0,60 2,08 0,75 1,45 0,00 0,73 Ulmaceae 1 80 0,47 20 1,08 0,23 0,66 2,21 0,00 2,11 0,00 0,70 Miconia sp. 160 0,93 10 0,54 0,11 0,32 1,79 0,95 1,05 0,00 0,67 Trichilia sp. 160 0,93 30 1,62 0,12 0,34 2,89 1,86 0,00 0,00 0,62 Couepia rufa 80 0,47 20 1,08 0,19 0,56 2,11 0,55 1,05 0,00 0,54 Parkia pendula 80 0,47 20 1,08 0,20 0,59 2,14 0,55 1,05 0,00 0,54 Continua...

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