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Legislação de Trânsito

Registro e Licenciamento

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Aula XX

Matéria

Legislação de Trânsito

REGISTRO E LICENCIAMENTO

Introdução

Veremos a seguir os temas registro e licenciamento de veículos, que não é tão complexo como os vistos anteriormente e as medidas administrativas e penalidades, que são extremamente importantes para compreendermos as sanções aplicadas em decorrência de infrações cometidas.

Conceitos de Registro e Licenciamento

Embora o tema seja tratado em capítulos diversos do CTB, mais especificamente nos capítulos XI e XII, o legislador não nos deu uma definição expressa do que seria registro e licenciamento de veículos. Sendo assim, vamos fazê-lo:

a) Registro de veículos – foi a forma encontrada pelo legislador para qualificar o proprietário

do veículo perante os órgãos executivos de trânsito. Esta obrigatoriedade surge com o objetivo de evitar que proprietários de veículos ficassem impunes quando na direção de tais veículos, uma vez que estes podem ser tanto objeto de infrações de trânsito quanto de infrações penais.

Uma vez feita a qualificação do proprietário do veículo, ou seja, após constar todos os seus dados nos bancos de dados do DETRAN de sua residência ou de seu domicílio, o veículo deverá, ato contínuo, ser emplacado. Lembre-se que é através da placa, elemento de identificação externa do veículo, que se chega ao proprietário do veículo.

O registro se materializa através do documento chamado CRV (Certificado de Registro do Veículo), no qual vêm consignados os seguintes dados: nome do proprietário, município de residência, a categoria a qual pertence e suas características, todas essas informações são relevantes para o fim a que se presta e possuem caráter de permanência.

b) Licenciamento – É uma licença anual expedida pelo DETRAN de registro do veículo, a fim

de permitir que os veículos transitem na via pública pelo período de 12 meses da data a ser firmada em resoluções do CONTRAN e portarias do DETRAN, conforme se verá abaixo. Por fim, concluído o tema conceito, cabe destacar que os veículos de uso bélico são os únicos veículos automotores isentos do uso de placas (art. 115, § 5º, do CTB), de registro (120, § 2º, do CTB) e de licenciamento (130, § 1º, do CTB), conforme determina a Lei 9.503/1997.

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Competência para expedição

Antes de montarmos um quadro comparativo, é importante observar que órgão que é competente para registrar o veículo também será para licenciar o veículo.

DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO COMPETÊNCIA PARA EXPEDIÇÃO

1. Registro e Licenciamento de veículo automotor. DETRAN 2. Registro e Licenciamento de veículo elétrico. DETRAN 3. Registro e Licenciamento de veículo articulado. DETRAN 4. Registro e Licenciamento de veículo reboque. DETRAN 5. Registro e Licenciamento de veículo semi-reboque. DETRAN

6. Registro e Licenciamento de veículo Tração Animal. Órgão executivo de trânsito do município. 7. Registro e Licenciamento de veículo de Propulsão

Humana. Órgão executivo de trânsito do município.

Feito isso, fica fácil perceber que nos deteremos às competências dos DETRANs, que são a expedição dos documentos de Registro e Licenciamento de veículos automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque.

Neste momento, devemos atentar para o seguinte aspecto: as normas referentes a Registro e Licenciamento estão no CTB, são normatizadas pelo CONTRAN e implementadas pelos DETRANs, por delegação do DENATRAN.

As atribuições do DETRAN, de expedição do documento de Registro e Licenciamento, ocorre por delegação do DENATRAN (órgão máximo executivo de trânsito da União), o que garante um controle e uma padronização NACIONAL do processo de Registro e Licenciamento.

Pontos de contato

Este tópico foi criado para que seja possível visualizar em que momento o registro e o licenciamento se tangenciam, ou seja, se encontram relacionados. Em alguns dispositivos da Legislação de Trânsito ocorre essa interligação. Vejamos cada um deles:

a) Simultaneidade: conforme o art. 131, § 1º, o primeiro licenciamento é feito

simultaneamente ao primeiro registro. Veja a lógica do dispositivo: o que permite que um veículo transite na via é o seu licenciamento, por outro lado o veículo para transitar na via deve estar emplacado. Sendo assim, não teria o menor sentido levar o carro zero para registrar e, ao sair do posto de vistoria, não poder transitar com ele na via pública, pois é o licenciamento que autoriza a transitar na via, daí a necessidade da simultaneidade.

b) Dados em comum: a Resolução 61/1998 diz que o certificado de licenciamento anual (que

vem expresso nos arts. 131 e 133 do CTB) é o certificado de registro e licenciamento anual (CRLV). Na verdade, não poderia ser de outra forma, pois os dados do registro devem ser repetidos no Certificado de Licenciamento Anual, para que os agentes de trânsito possam

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Legislação de Trânsito – Registro e Licenciamento – Prof. Leandro Macedo

fazer uma autuação, por exemplo, qualificando o proprietário do veículo, ainda que este esteja ausente.

Perceba que a lógica encontrada pelo CONTRAN é pertinente uma vez que este Conselho deixou claro que o CRV não é documento de porte obrigatório e a dispensa de portar este documento obriga que certificado de licenciamento possua os dados do certificado de registro.

Impende observar que a Resolução 310/2009 do CONTRAN, que altera os modelos e especificações dos Certificados de Registro de Veículos – CRV e de Licenciamento de Veículos – CRLV, em seu art. 3º, nos informa que no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos – CRLV, no campo destinado ao nome e endereço deverá constar apenas o nome, não sendo mais impresso o endereço do proprietário, a fim de preservar o mesmo em caso de roubo e furto do veículo, com o respectivo documento.

c) Mesmo DETRAN: no art. 130 do CTB está expresso que o veículo deve ser licenciado

onde estiver registrado, ou seja, o DETRAN que o registrou será o órgão competente para licenciá-lo.

Transitando com veículos 0 Km

Este item ganha relevância em virtude do desconhecimento que o envolve. Pessoas que fiscalizam veículos, que vende veículos, e é claro, você, que compra veículo, normalmente, desconhecem essa regulamentação.

É claro que estamos tratando de uma excepcionalidade, uma vez que a regra é termos veículos registrados transitando. Sendo assim, vamos analisar cada uma das situações previstas pelo CONTRAN, em sua Resolução 04/1998 (alterada pela Resolução 554/2015):

a) Transporte de carga e pessoas em veículos 0 Km – É permitido o transporte de cargas

e pessoas em veículos novos, antes do registro e licenciamento, adquiridos por pessoas físicas e jurídicas, por entidades públicas e privadas e os destinados aos concessionários para comercialização, desde que portem a “autorização especial”.

Esta “autorização especial” é valida apenas para o deslocamento para o município de destino, será expedida para o veículo que portar os Equipamentos Obrigatórios previstos pelo CONTRAN (adequado ao tipo de veículo), com base na Nota Fiscal de Compra e Venda; com validade de (15) quinze dias transcorridos da data da emissão, prorrogável por igual período por motivo de força maior, e mais será impressa em (3) três vias, das quais, a primeira e a segunda serão coladas respectivamente, no vidro dianteiro (pára-brisa), e no vidro traseiro, e a terceira arquivada na repartição de trânsito expedidora.

Saiba que permissão estende-se aos veículos inacabados (chassis), do pátio do fabricante ou do concessionário até o local da indústria encarroçadora.

b) Transporte de carga e pessoas remunerados em veículos 0 Km – Após estudar o item

“a”, acima, é muito comum as pessoas perguntarem, se este transporte pode ou não ser remunerado. Antes de respondermos é necessário percebermos que a atividade “trânsito” é regulamentada pela legislação de trânsito, agora a atividade “remunerada” sobre veículos é regulamentada por um Poder Concedente, que em regra, não é um órgão de trânsito.

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Sendo assim, os veículos adquiridos por autônomos e por empresas que prestam transportes de cargas e de passageiros, poderão efetuar serviços remunerados para os quais estão autorizados, atendida a legislação específica, as exigências dos Poderes Concedentes e das autoridades com jurisdição sobre as vias públicas. Enfim, os veículos deverão se enquadrar no item “a”, acima, e na legislação referente a concessão de sua atividade.

c) Transporte de carga e pessoas “não” remunerados em veículos 0 Km – Complementando

o estudo acima, para que se transporte cargas e pessoas, sem remuneração, basta atender a legislação de trânsito, porém o CONTRAN exigiu que fosse carga própria ou pessoas com vínculo, a fim de que não restasse dúvida sobre uma possível atividade remunerada.

Por fim, os veículos consignados aos concessionários, para comercialização, e os veículos adquiridos por pessoas físicas, entidades privadas e públicas, a serem licenciados nas categorias "PARTICULAR e OFICIAL", somente poderão transportar suas cargas e pessoas que tenham vínculo empregatício com os mesmos.

d) Veículos 0 Km descarregados – Neste último tópico, embora de maneira, tácita, o

CONTRAN, no art. 4º da Resolução 04/1998 (alterada pela Resolução 554/2015), apenas refere-se a veículos descarregados, uma vez que todas as circunstâncias de transporte carregado foram abordadas acima. Sendo assim, nesta circunstância, antes do registro e licenciamento, o veículo novo, nacional ou importado que portar a nota fiscal de compra e venda ou documento alfandegário poderá transitar:

I – do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora ou concessionária e do Posto Alfandegário,

ao órgão de trânsito do município de destino, nos quinze dias consecutivos à data do carimbo de saída do veículo, constante da nota fiscal ou documento alfandegário correspondente;

II – do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora ou concessionária, ao local onde vai ser

embarcado como carga, por qualquer meio de transporte;

III – do local de descarga às concessionárias ou indústrias encarroçadora;

IV – de um a outro estabelecimento da mesma montadora, encarroçadora ou concessionária ou

pessoa jurídica interligada.

Perceba que no veículo descarregado, só há prazo para deslocamento até o município de registro, em qualquer outro caso não há prazo.

Finalmente, cabe observar que transitar com veículo sem registro e licenciamento, fica o condutor sujeito à penalidade constante do art. 230, inc. V, do Código de Trânsito Brasileiro, que é uma infração de natureza gravíssima. Veja o dispositivo:

“Art. 230. Conduzir o veículo: [...]

V – que não esteja registrado e devidamente licenciado; Infração – gravíssima;

Penalidade – multa e apreensão do veículo; Medida administrativa – remoção do veículo;”

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Padronização do documento

Vejamos onde encontrar a regulamentação do tema: • Resolução 599/2016 do CONTRAN.

• Resolução 310/2009 do CONTRAN.

Diante do exposto, vamos fazer algumas considerações:

1. O Certificado de Registro de Veículo – CRV e Certificado de Registro e Licenciamento de

Veículo – CRLV, possuem um dígito verificador no número de série, que possui doze dígitos (número + DV).

2. Para o cálculo do dígito verificador a que se refere o item anterior, será utilizado o módulo

onze, com peso de 2 a 9, voltando ao 2, a partir da mais baixa ordem, ou seja, da direita para a esquerda – este módulo 11, é na verdade uma operação matemática, que será concluída em uma divisão por 11, a fim de obter o dígito verificador. Cabe observar que em uma divisão por 11, é possível obter resto de 0 a 9, que será o dígito verificador.

3. Resolução 310/2009 do CONTRAN determina que no Certificado de Registro e

Licenciamento de Veículos – CRLV, no campo destinado ao nome e endereço deverá constar apenas o nome, não sendo mais impresso o endereço do proprietário.

4. Resolução 599/2016 do CONTRAN alter os modelos e especificações do Certificado de

Registro de Veículo – CRV e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV e sua produção e expedição. A partir de 01/01/2017 o CRLV terá um novo modelo, conforme anexo dessa resolução.

Novo registro.

Conforme abordado antes, o registro se materializa através do documento chamado CRV (Certificado de Registro do Veículo), no qual vêm consignados os seguintes dados:

• Nome do proprietário. • Município de residência.

• Categoria a qual pertence o veículo. • Todas as suas características.

Todos esses dados são relevantes e possuem caráter de permanência.

Dessa forma, pela relevância dos dados consignados no CRV, sempre que houver transferência de propriedade, mudança de Município, alteração de características e mudança de categoria deve ser expedido um outro registro, ou melhor, um novo CRV.

Ainda quanto ao exposto vamos analisar as situações que envolvem a expedição de um novo registro:

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a) Alteração de característica – Embora não encontremos na legislação uma definição

expressa do que seria característica de veículo, podemos trabalhá-la como uma descrição do veículo, através de seus elementos característicos, como cor e combustível, por exemplo. O CONTRAN definiu que para que haja uma alteração de característica, de forma legal, é necessário que o proprietário providencie uma autorização prévia do órgão executivo de trânsito do estado ou do DF (DETRAN), onde o veículo foi registrado e também um CSV (certificado de segurança veicular), expedido por empresas acreditadas junto ao INMETRO, atestando que o veículo encontra-se seguro para transitar na via.

b) Mudança de categoria – Quanto às categorias de veículos, estas se encontram reproduzidas

no art. 96, III, do CTB.

c) Mudança de município – A mudança de município é mais uma das situações que requer a

expedição de um novo registro. O candidato deve perceber que a necessidade de expedição de um novo registro surge apenas quando a mudança é entre municípios, não ocorrendo, evidentemente, quando a mudança ocorre dentro do mesmo município. Veja quadro-resumo abaixo:

Mudança de endereço O que acontece com o registro? O que acontece com o licenciamento?

No mesmo município O proprietário deve informar o novo endereço no prazo de 30 dias, apenas.

Continua válido, observando, sempre o calendário do estado do novo endereço.

Entre municípios É caso de novo registro (CRV) Continua válido, observando, sempre o calendário do estado do novo endereço.

Entre estados É caso de novo registro (CRV) Continua válido, observando, sempre o calendário do estado do novo endereço.

d) Transferência de propriedade – Quando houver transferência de propriedade deve ser

expedido um novo registro. O detalhe da transferência de propriedade é que o legislador exigiu providências tanto de quem vende (ex-proprietário) como de quem compra o veículo (novo proprietário), como ficaram essas responsabilidades:

d.1) Responsabilidade do ex-proprietário – Quanto ao ex- proprietário, este deve providenciar

a troca da propriedade nos bancos de dados do DETRAN, onde o veículo está registrado, para eximir-se da responsabilidade das infrações cometidas pelo novo proprietário. Esta transferência de propriedade nos bancos de dados é feita através de uma comunicação de venda, que nada mais é que o envio da cópia do verso do CRV, onde está consignada a transação. A obrigatoriedade está expressa no art. 134 do CTB, que nos informa que no caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da comunicação. Cabe observar que o objeto da comunicação de venda é a troca da responsabilidade administrativa, uma vez que a penal e a civil não se transmite.

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d.2) Responsabilidade do novo proprietário – Este deve providenciar a transferência de

propriedade no documento “CRV”, caso não o faça num prazo de 30 dias responde pelo art. 233, que é infração de natureza grave. Embora não seja objeto de questões de provas é muito comum os alunos perguntarem se a transferência feita pelo novo proprietário supre a omissão do ex-proprietário em fazer a comunicação de venda? A resposta é que supre, uma vez que para alterar a propriedade no documento, esta certamente foi alterada no banco de dados do órgão.

Documentos exigidos para registrar um veículo

Antes de adentrarmos no tema, devemos atentar para duas realidades de veículo: 0 Km (novo), que nunca foi registrado, e o veículo usado, que está precisando de um novo registro, pois o anterior deve ser mudado.

É importante o candidato perceber que o CTB em seu art. 122 faz referência aos documentos para expedição do registro, referindo-se ao primeiro registro, já no art. 124 faz menção aos documentos exigidos para expedição de novo registro. Vejamos então cada uma das situações:

Documentos para expedição do primeiro registro – veículo 0 Km

Há duas situações a serem analisadas, conforme previsão do art. 122 do CTB:

a) Em caso de veículo importado por membro de missões diplomáticas, de repartições

consulares de carreira, de representações de organismos internacionais e de seus integrantes – o documento a ser apresentado será fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores.

b) Demais veículos – o documento a ser apresentado será nota fiscal fornecida pelo fabricante

ou revendedor, ou documento equivalente expedido por autoridade competente. Como documento equivalente, devemos entender como aquele capaz de atestar a procedência do veículo, como por exemplo, aquele expedido pelos órgãos alfandegários em caso de veículo importado por pessoa física ou jurídica.

Documentos para expedição do novo registro – veículo usado

Previsão feita no art. 124 do CTB, de maneira genérica, uma vez que há quatro casos de novo registro previsto no art. 123 do CTB, que requer documentação variada. Os documentos foram dados pelo legislador em lista única.

Desta forma, vamos desmembrar o art. 124, de acordo com cada uma das situações apresentadas no art. 123:

a) Mudança de categoria e mudança de Município: Certificado de Registro de Veículo

anterior; Certificado de Licenciamento Anual; certidão negativa de roubo ou furto de veículo expedida no Município do registro anterior, que poderá ser substituída por informação do RENAVAM e comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.

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Perceba que o legislador não exigiu o comprovante de residência, imprescindível para evitar que o veículo seja registrado em Município diferente de onde reside o seu proprietário.

b) transferência de propriedade: os documentos exigidos são os mesmos do item “a” e

também o comprovante de transferência de propriedade, que é o verso do CRV atestando a transação.

c) alteração de características: os documentos exigidos são os mesmos do item “a” incluindo

o certificado de segurança veicular e de emissão de poluentes e ruído; comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos componentes e agregados adaptados ou montados no veículo; possuir autorização prévia conforme o art. 98 do CTB.

Finalmente, cabe ressaltar que os veículos da categoria de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de representações de organismos internacionais e de seus integrantes, além das exigências previstas acima, devem apresentar autorização do Ministério das Relações Exteriores.

Um passeio pelo CTB

Há diversos casos na legislação de trânsito de registro e licenciamento que foge à regra geral e que nos chama a atenção por terem sido colocados pelo legislador de forma esparsa na legislação, dificultando o aprendizado. Vejamos cada um desses casos:

a) Veículo oficial: os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal somente

registrarão veículos oficiais de propriedade da administração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo será registrado, excetuando-se os veículos de representação e os utilizados em caráter reservado policial, conforme o art. 120, § 1º, do CTB.

b) Veículos de tração: os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou

a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor destinado à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias B, C, D ou E, conforme arts. 115, § 4º e 144, ambos do CTB. Quando estes veículos forem utilizados exclusivamente em áreas particulares, não estarão sujeitos a registro e licenciamento, assim como não há de se falar em habilitação para seus condutores.

c) Veículos de aluguel: os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo

de passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer serviço remunerado, para registro, licenciamento e respectivo emplacamento de característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo poder público concedente, conforme art. 135 do CTB.

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d) Veículo de tração animal e propulsão humana e ciclomotores: compete aos órgãos

executivos de trânsito do Município registrar e licenciar, na forma da legislação, os veículos de tração animal e de propulsão humana, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações. Já os ciclomotores serão registrados e licenciados pelo órgão executivo de trânsito do estado ou do Distrito Federal, conforme Lei nº 13.154/15.

e) Veículos de coleção: aquele que, mesmo tendo sido fabricado há mais de trinta anos,

conserva suas características originais de fabricação e possui valor histórico próprio poderão ser registrados na espécie coleção, conforme ANEXO I do CTB.

f) Veículos de escolares: os veículos especialmente destinados à condução coletiva de

escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: • registro como veículo de passageiros;

• inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança;

• pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas;

• equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

• lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira; • cintos de segurança em número igual à lotação.

Entendendo a Resolução 110/00 do CONTRAN

Esta Resolução nos informa que os DETRANs, órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, estabelecerão prazos para renovação do Licenciamento Anual dos Veículos registrados sob sua circunscrição, de acordo com o algarismo final da placa de identificação, respeitados os limites fixados na tabela a seguir:

Algarismos final da placa Prazo final para renovação

1 e 2. Até setembro.

3, 4 e 5. Até outubro.

6, 7 e 8. Até novembro.

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De outra forma, O CONTRAN, em sua Resolução 110/2000 apenas estipulou os prazos máximos de licenciamento do país, cabendo, evidentemente, a cada DETRAN estipular seus calendários, de acordo com suas conveniências de maneira que não ultrapassem os prazos acima.

Uma pergunta muito comum feita por diversas pessoas é quando um agente de trânsito aborda um veículo e vai fiscalizar se seu licenciamento está ou não vencido. Como proceder? Que tabela usar? O fato de ser agente de trânsito federal, muda alguma coisa nesse tipo de fiscalização?

Resposta: Para responder a questão temos que considerar algumas hipóteses:

1ª hipótese: Imagine que estivéssemos no ano de 2015, e o CRLV apresentado fosse de 2015,

certamente o condutor não poderia ser autuado, uma vez que este documento tem validade de 01 (um) ano. Agora, imagine que o CRLV apresentado fosse de 2013, e estivéssemos no ano de 2015, certamente o condutor deveria ser autuado, uma vez que o documento estaria vencido, pois sua validade é de 01 (um) ano. Enfim, a dúvida surge apenas quando o condutor apresenta o CRLV 2014, uma vez que existem duas tabelas a consultar, a do DETRAN e a apresentada acima, com isso vamos para a 2ª hipótese.

2ª hipótese: Se condutor apresentar o CRLV 2014, e considerando o ano corrente como de

2015, há duas situações a considerar. Primeira, quando o veículo se encontrar fora da unidade da federação em que estiver registrado, os agentes de fiscalização de trânsito e rodoviário em todo o território nacional deverão adotar os prazos estabelecidos na tabela do CONTRAN para verificar se o licenciamento está ou não vencido. A segunda hipótese seria quando o veículo é abordado dentro do estado em que está registrado, neste caso devemos utilizar a tabela do DETRAN de registro.

E para responder ao último questionamento, é importante que o candidato saiba que o PRF, ora utiliza a tabela do CONTRAN ora utiliza a tabela do DETRAN de registro do veículo a depender se abordou um veículo registrado fora ou dentro do estado em que está lotado, incidindo sobre o PRF a regra como para os demais agentes de trânsito.

Infrações correspondentes

Quanto ao registro e licenciamento, há expresso no CTB, quatro infrações que comentaremos a seguir:

1ª Conduzir veículo que não esteja registrado e devidamente licenciado: infração –

gravíssima; penalidade – multa e apreensão do veículo; medida administrativa – remoção do veículo (art. 230, inc. V, do CTB).

Comentário:

Com base neste artigo é possível explicitar dois tipos de infrações, o primeiro caso se refere ao condutor que comprou veículo novo (0 Km) e é flagrado transitando com seu veículo, sem registro, de maneira irrestrita, ou seja, sem estar amparado pelas situações excludentes da Resolução 04/1998 do CONTRAN (alterada pela Resolução 554/2015); e o segundo caso refere-se ao condutor que é flagrado transitando com refere-seu veículo, ainda que registrado, mas com licenciamento vencido.

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2ª Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste Código:

Infração – leve; Penalidade – multa; Medida administrativa – retenção do veículo até a apresentação do documento (art. 232 do CTB).

Comentário:

Aqui se pune o condutor que esquece o documento em casa, causando com isso um transtorno a fiscalização. Note que a infração é diferente da infração de conduzir sem possuir habilitação (gravíssima) ou sem possuir registro (gravíssima).

E para complementar os comentários acima, cabe observar, com base no art. 266 do CTB, que as infrações se acumulam, ou seja, ocorrendo duas infrações, o agente de trânsito deve lavrar dois autos de infração. Sendo assim, considere a seguinte situação hipotética: imagine que Mévio estivesse com seu licenciamento vencido e, como é conhecedor da legislação de trânsito, fez o seguinte comentário com Tícia, sua esposa: “Meu amor, é melhor deixarmos o documento do carro em casa, uma vez que não portá-lo é infração de natureza leve e se formos flagrados com ele vencido constitui infração de natureza gravíssima”. Se um agente de trânsito flagrar Mévio sem os documentos do veículo, na situação descrita acima, qual é o procedimento a ser adotado pelo agente?

Resposta: como as infrações são cumulativas Mévio responderá pelo art. 230, inc. V do CTB combinado com o art. 232. Ao ser abordado, o agente, após consulta, descobrirá o licenciamento vencido e o fato de não portá- lo, obriga o agente de trânsito a lavrar os dois autos de infração.

3ª Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123: infração – grave; penalidade –

multa; medida administrativa – retenção do veículo para regularização (art. 233 do CTB).

Comentário:

Antes de iniciarmos os comentários do art. 233, devemos explicitar as hipóteses do art. 123: “Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando: I – for transferida a propriedade;

II – o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência; III – for alterada qualquer característica do veículo;

IV – houver mudança de categoria.”

Em qualquer das situações acima é obrigatório a expedição de um novo registro em 30 dias. O que você deve estar se perguntando é como os órgãos de trânsito controlariam este prazo de 30 dias? Para responder a esta pergunta duas considerações se fazem necessárias, uma vez que os procedimentos não são uniformes. A primeira consideração a ser feita é que, em caso de transferência de propriedade, no verso do CRV é consignada a data da transação e o novo proprietário terá o prazo de 30 (trinta) dias a contar dessa data para tomar as providências necessárias, ou seja, de simples controle pelos DETRANs.

A segunda consideração engloba os demais casos, onde o proprietário do veículo deverá tomar providências imediatas, a fim de que seja deflagrada a contagem de 30 dias pelos órgãos de trânsito, uma vez que não existe na legislação uma forma de controle deste prazo. Como exemplo, poderíamos citar a mudança de município, onde o proprietário deve informar a data

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de mudança de endereço imediatamente para que seja deflagrado o prazo de controle a partir dessa informação.

4ª Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor: infração

– leve; penalidade – multa (art. 241 do CTB).

Comentário:

Antes de comentarmos o dispositivo, devemos frisar que, para os órgãos de trânsito, o proprietário do veículo é aquele registrado no DETRAN, e não aquele que detém a posse do veículo.

Sabedores disso, vamos aos comentários pertinentes, pois há duas considerações a fazer. Na primeira, devemos notar a redação art. 123, § 2º, do CTB, no qual o proprietário do veículo tem 30 dias para comunicar a mudança de endereço feita dentro do mesmo Município. Caso não o faça, responde pelo art. 241 do CTB; e a segunda consideração é quanto a atualização do cadastro de habilitação do condutor que embora exigível, não há prazo estipulado na legislação, tornando o dispositivo, até que seja regulamentado o prazo, sem aplicação.

Jurisprudência

Cabe observar que o CTB condiciona o licenciamento do veículo ao pagamento de débitos de multa. Sobre o tema faz-se necessário a exposição da jurisprudência:

“STJ Súmula nº 127 – 14/03/1995 – DJ 23.03.1995 – Renovação da Licença de Veículo – Pagamento de Multa – Notificação. É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado.”

Diante do exposto, percebe-se que é inaceitável, conforme nosso ordenamento jurídico, condicionar a prestação de um serviço público ao pagamento de penalidades, até porque foi ofertada a administração o caminho para cobrança de seus débitos, via ação de cobrança, após a inscrição dos débitos em dívida ativa não tributária.

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