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Caracterização química, avaliação da toxicidade e atividade moluscicida dos óleos essenciais da folha de pimenta dióica Lindl, casca de Citrus limon Linneo e Rizoma de Zingiber officinale Roscoe

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

TESE DE DOUTORADO

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE E ATIVIDADE MOLUSCICIDA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DA FOLHA

DE Pimenta dioica Lindl, CASCA DE Citrus limon Linneo E RIZOMA DE Zingiber officinale Roscoe

ROMER PESSÔA FERNANDES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

TESE DE DOUTORADO

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE E ATIVIDADE MOLUSCICIDA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DA FOLHA

DE Pimenta dioica Lindl, CASCA DE Citrus limon Linneo E RIZOMA DE Zingiber officinale Roscoe

ROMER PESSÔA FERNANDES

Orientador: Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho 2° Orientador: Prof. Dr. Antônio Gouveia de Souza

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F363c Fernandes, Rom er Pessoa.

Caract erização quím ica, avaliação da t oxicidade e at ividade m oluscicida dos óleos essenciais da folha de pim ent a dióica Lindl, casca de Cit rus lim on Linneo e Rizom a de Zingiber officinale Roscoe.- João Pessoa, 2011. 130f. : il.

Orient adores: Vict or Elias Mouchrek Filho, Ant ônio Gouveia de Souza

Tese ( Dout orado) – UFPB/ CCEN 1. Quím ica Analít ica. 2. Óleos essenciais. 3.

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DEDICAÇÃO

A Zenith Pessôa Costa, minha mãe (in memoriam) e Aulette Fernandes Costa, meu pai (in memoriam) que sempre estiveram ao meu lado nos melhores e piores momentos de minha vida.

A Deus, por tudo que tenho conseguido ao longo da vida e por ter me ensinado o caminho da verdade, da paz e do amor.

A Eisenhower, Stephenson, Rosemari e Rolf, meus irmãos; pelos momentos maravilhosos que passamos juntos.

Aos meus eternos amigos que fiz no caminhar da vida, em especial ao professor Mauro, Aroldo e Jobim (in memoriam).

A Arildo Capitão e família, um

agradecimento especial, por ter

(6)

Ao tentar se transpor etapas em nossas vidas encontramos aqueles que dificultam, mas também os que facilitam, os que incentivam e os

que reprovam gratuitamente, cultiva-se

(7)

7

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr Vict or Elias Mouchrek Filho, pelo incentivo, apoio e orient ação segura oferecidos durant e a m inha vida acadêm ica;

Ao Prof. Dr. Ant ônio Gouveia de Souza, pela co n f i a n ça d e p o si t a d a e o r i e n t a çã o p a r a d e se n v o l v i m e n t o d e st e t r a b a l h o ;

A Profa Dra. I vone Garros Rosa, por t oda at enção, com preensão e colaboração durant e t odo o t rabalho;

Ao Prof. Msc. Nêut on Silva- Souza, pelo grande apoio nas experiências;

Ao pessoal do NI BA, em especial a Adalbert o Alves Pereira Filho, Clícia Rosane Cost a França, Monique Sant os do Carm o e Edna Maria da Silva, que m e acolheram de braços abert os e t ant o aj udaram para o sucesso dest a pesquisa;

Aos professores e colegas do Pavilhão, em especial ao Prof. Dr. Nest or Evert on Mendes Filho, Prof. Dr. Arm ando Barbosa Baym a, ProfaDra. Adenilde Ribeiro Nascim ent o, Prof. Dr. João Elias Mouchrek Filho e Prof. Dr. André Gust avo Lim a de Alm eida Martins, pelo estim ado apoio, aj uda nest e t rabalho e pela am izade dedicada;

A Profa Denise Fernandes Coutinho Moraes e aos alunos Clarice e

Thaise, pelo apoio nas análises da t oxicidade e refração dos óleos; Ao am igo Weber e fam ília pela am izade dedicada durant es esses anos de convivência e apoio nos m om ent os difíceis;

Ao am igo Ant onio Clem entino da Silva Filho, um a pessoa para t odas as horas que se fizer necessária na vida;

(8)

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS... i

LISTA DE FIGURAS... iii

LISTA DE TABELAS... vii

RESUMO... ... Viii ABSTRACT... ix

CAPÍTULO 1... 1 1 - INTRODUÇÃO... 2

CAPÍTULO 2... 5

2 - REVISÃO DA LITERATURA... 6

2.1- Considerações sobre plant as m edicinais... 6

2.1.1- Pimenta dióica Lindl ... 7

2.1.2- Citrus limon Linneo... 8

2.1.3- Zingiber officinale Roscoe... 10

2.2- Óleos essenciais... 11

2.2.1- Ext ração... 12

2.2.2- Análise dos com ponent es dos óleos essenciais... 15

2.2.3- Óleo essencial da Pimenta dióica Lindl... 17

2.2.4- Óleo essencial do Citrus limon Linneo... 18

2.2.5- Óleo essencial do Gengibre, Zingiber Officinale Roscoe... 19

2.2.6- Aplicabilidade indust rial... ... 20

2.3- Esquist ossom ose... 20

2.3.1- Ciclo evolutivo... 23

(9)

9

CAPÍTULO 3... 31

3- OBJETIVOS... 32

3.1- Obj etivo geral... 32

3.2- Obj etivos específicos... 32

CAPÍTULO 4... 33

4- PARTE EXPERIMENTAL... 34

4.1- MATERIAIS... 34

4.1.1- Moinho elét rico... 34

4.1.2- Ext rat or de clevenger... 34

4.1.3- Colet or de m olusco... 34

4.1.4- Reservat ório dos m oluscos... 35

4.1.5- Expoit or dos m oluscos a luz... 35

4.1.6- Est ereoscópio de análise... 35

4.1.7- Refrat ôm et ro... ... 35

4.1.8- Balança digit al... 35

4.1.9- Picnôm et ro... 35

4.1.10- Espect rofot ôm et ro de infraverm elho... 36

4.1.11- Crom at ógrafo a gás acoplado a espect rôm et ro de m assas.... 36

4.2- METODOLOGIA EXPERIMENTAL... 36

4.2.1- Colet a das am ost ras... 36

4.2.1.1- Folhas da plant a: Pimenta dióica Lindl... 36

4.2.1.2- Frut os da plant a: Citrus limon linneo... 37

4.2.1.3- Rizom a da plant a: Zingiber officinale Roscoe... 37

4.2.2- Ext ração dos óleos essenciais... 37

4.2.2.1- Rendim ent o de ext ração do óleo essencial... 38

4.2.3- Caract erização físico- quím ica dos óleos essenciais... 38

4.2.3.1- Densidade... 39

4.2.3.2- Solubilidade em et anol ( 90 % ) ... 39

(10)

4.2.3.4- Cor e aparência... 39

4.2.4- Análise espect rom ét rica vibracional na região do infraverm elho... 40

4.2.5- Análise por Crom at ografia Gasosa Acoplada a Espect roscopia de Massas ( CG- EM) ... 40

4.2.6- Am ost ragem dos caram uj os... 41

4.2.6.1- Análise para t est ar positividade dos caram uj os... 41

4.2.6.2- Test e para atividade m oluscicida... 42

4.2.6.3- Análise dos dados est atísticos do t am anho da am ost ra... 43

4.2.7- Cult ura de Artemia salina... 43

4.2.7.1- Análise da t oxicidade... 44

4.2.8- Análise est atística da concent ração let al(CL50) ... 45

CAPÍTULO 5... ... 47

5- RESULTADOS E DISCUSSÃO..... 48

5.1- Avaliação dos parâm et ros físico- quím icos dos óleos essenciais... 48

5.2- Avaliação da cinética de ext ração e rendim ent o dos óleos essenciais... 49

5.3- Análise espect rocóspica vibracional na região do infraverm elho.. 51

5.3.1- Branco com Brom et o de pot ássio ( KBr) ... 51

5.3.2- Pimenta dióica Lindl... 52

5.3.3- Citrus limon Linneo... 54

5.3.4- Zingiber officinale Roscoe... 55

5.4- Avaliação das caract erísticas quím icas dos óleos essenciais obt idas por crom at ografia gasosa acoplada a espect roscopia de m assas ( CG- EM) ... 56

(11)

11

5.5- Captura e t est e da positividade dos caram uj os... 86

5.6- Avaliação da atividade m oluscicida... 86

5.6.1- Avaliação do t este pilot o... 86

5.6.2- Avaliação da concent ração let al... 88

5.6.2.1- Pimenta dióica Lindl ... 88

5.6.2.2- Citrus limon linneo ... .. 91

5.6.2.3- Zingiber officinale roscoe... 93

5.6.3- Avaliação do t este cont role... .. 97

5.7- Avaliação do t este de t oxicidade... 97

5.7.1- Pimenta dióica Lindl ... 97

5.7.2- Citrus limon linneo ... 99

5.7.3- Zingiber officinale roscoe... 101

5.7.4- Avaliação do t este cont role... 102

CAPÍTULO 6... 104

6- CONCLUSÕES... 105

CAPÍTULO 7... 107

7- PERSPECTIVAS FUTURAS... 108

CAPÍTULO 8... 109

(12)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Ag ANVI SA

ASTM

Aglae

Agência Nacional de Vigilância Sanit ária

Am erican Society for Test ing and Materials

AMDI S Aut om at ed m ass spect ral deconvolution m ass & identification syt em

CG Crom at ografia Gasosa

CLAE Crom at ografia Líquida de Alt a Eficiência

CG- EM Crom at ografia gasosa acoplada a espectrocospia de

m assas

CL50 Concent ração let al 50%

EPI Equipam ent o de prot eção individual

EM Espect rom et ria de Massas

eV Elét ron- Volt

FUNASA Fundação Nacional da Saúde

FI D Det ect or de I onização de Cham as

F.M. Fórm ula Molecular

I E I m pact o de elét rons

I UPAC I nt ernational Union of Pure and Applied Chem ist ry

I V I nfraverm elho

LACOM Laborat ório de com bustíveis e m at eriais

m L m ililit ro

m g m iligram a

m V m ilivolt s

m / z Relação carga- m assa

(13)

13

OMS Organização Mundial de Saúde

RMN Ressonância m agnética nuclear

Tr Tem po de retenção

UV Ult raviolet a

Vis Visível

 Absort ividade m olar

m áx Com prim ent o de onda (nm ) de absorção m áxim a

µL m icrolit ro

(14)

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1. Árvore e Folhas da Pimenta dioica Lindl... 8

Figura 2.2. Árvore do Citrus limon Linneo e o frut o do lim ão... 9

Figura 2.3. Zingiber officinale Roscoe: Plant a e Rizom a... 10

Figura 2.4. Fórm ula est rutural do Eugenol... 18

Figura 2.5. Fórm ula est rutural do Lim oneno... 19

Figura 2.6. Fórm ula Est rut ural do Zingibereno... ... 20

Figura 2.7. B. glabrata, B. straminea e B. Tenagophila... 22

Figura 2.8. Caram uj os da espécie Biomphalaria glabrata... 22

Figura 2.9. Ciclo Evolutivo... 23

Figura 2.10. Os ovos e o m irácidio... 24

Figura 2.11. Cercária da S. mansoni... 24

Figura 2.12. Fórm ula est rut ural da Niclosam ida... 27

Figura 4.1. Cult ura de Artemia salina Leach ... 44

Figura 5.1. Cinética referent e ao rendim ent o de ext ração dos óleos em função do t em po, com m assa de 30g e t em perat ura de 100oC... 50

Figura 5.2. Espect ro do branco KBr ... 52

Figura 5.3. Espect ros na região do infraverm elho: padrão do eugenol e do óleo essencial da Pimenta dióica Lindl... 53

Figura 5.4. Espect ros na região do infraverm elho: padrão do lim oneno e do óleo essencial do Citrus limon Linneo... 54

Figura 5.5. Espect ros na região do infraverm elho: do óleo essencial do Zingiber officinale Roscoe... 55

Figura 5.6. Crom at ogram a da am ost ra do óleo das folhas da

pimenta dióica Lindl, apresent ando os picos selecionados e

(15)

15

Figura 5.9. Espect ros de m assas do com post o chavicol... 61

Figura 5.10. Fragm ent ação do com posto chavicol... 62

Figura 5.11. Espect ros de m assas do composto β- m irceno... 63

Figura 5.12. Clivagem bialílica do β- m irceno... 64

Figura 5.13. Clivagem alílica do β- m irceno... 64

Figura 5.14. Espect ros de m assas do com post o lim oneno... 65

Figura 5.15. Reação de ret ro- Diels- alder na fragm ent ação do lim oneno... 66

Figura 5.16. Espect ros de m assas do com post o 1- oct en- 3- ol... 67

Figura 5.17. Fragm ent ação do com posto 1- oct en-3- ol... 68

Figura 5.18. Crom at ogram a da am ost ra do óleo das cascas do citrus limon Linneo, apresent ando os picos selecionados e identificados at ravés da com paração dos respect ivos espect ros de m assas com a espect rot eca NI ST21... 69

Figura 5.19. Espect ros de m assas do com post o lim oneno... 71

Figura 5.20. Espect ros de m assas do composto β- pineno... 72

Figura 5.21. Espect ros de m assas do com post o α- pineno... 73

Figura 5.22. Espect ros de m assas do com post o et il dim etil benzeno... 74

Figura 5.23. Espect ros de m assas do com post o sabineno... 75

Figura 5.24. Fragm ent ação do com posto sabineno... ... 76

Figura 5.25. Crom at ogram a da am ost ra do óleo do rizom a zingiber officinale Roscoe, apresent ando os picos selecionados e identificados at ravés da com paração dos respect ivos espect ros de m assas com a espect rot eca NI ST21... 77

Figura 5.26. Espect ros de m assas e possíveis fragm ent os do com post o α- zingibereno... 79

Figura 5.27. Fragm ent ação do com posto α- zingibereno... 80

Figura 5.28. Espect ros de m assas e possíveis fragm ent os do com post o geranial... 81

(16)

Figura 5.30. Espect ros de m assas do nerolidol... 82

Figura 5.31. Espect ros de m assas e possíveis fragm ent os do com post o neral... 83

Figura 5.32. Espect ros de m assas e possíveis fragm ent os do

composto β- sesquifelandreno... 84

Figura 5.33. Fragmentação do β- sesquifelandreno ... 85

Figura 5.34. Gráfico do percent ual de m ort alidade por t em po de exposição e observação de cada óleo para o t est e pilot o... 87

Figura 5.35. Gráfico do percent ual de m ort alidade pelas concent rações do óleo essencial da Pimenta dióica Lindl... 88

Figura 5.36. Taxa de m ort alidade dos caram uj os nas cinco concent rações do óleo essencial de Pimenta dióica Lindl... 90

Figura 5.37. Estim ativa da CL50 do óleo essencial de Pimenta dióica

Lindl pelo m ét odo Reed- Muench a part ir do acum ulado de caram uj os vivos e m ort os... 90

Figura 5.38. Gráfico do percent ual de m ort alidade pelas

concent rações do óleo essencial da Citrus limon Linneo... 91

Figura 5.39. Taxa de m ort alidade dos caram uj os nas cinco concent rações do óleo essencial de Citrus limon Linneo... 92

Figura 5.40. Estim ativa da CL50 do óleo essencial de Citrus limon

Linneo pelo m ét odo Reed- Muench a part ir do acum ulado de caram uj os vivos e m ort os... 93

Figura 5.41. Gráfico do percent ual de m ort alidade pelas concent rações do óleo essencial da Zingiber officinale Roscoe... 94

Figura 5.42. Taxa de m ort alidade dos caram uj os nas cinco concent rações do óleo essencial de Zingiber officinale Roscoe... 95

Figura 5.43. Estim ativa da CL50 do óleo essencial de Zingiber

(17)

17

Figura 5.45. Taxa de percent agem da m ort alidade das larvas nas concent rações do óleo essencial da Pimenta dióica Lindl... 98

Figura 5.46. Estim ativa da CL50 do óleo essencial de Pimenta dióica

Lindl pelo m ét odo Reed- Muench a part ir do acum ulado de larvas vivas e m ort as... 99

Figura 5.47. Taxa de percent agem da m ort alidade das larvas nas

concent rações do óleo essencial de Citrus limon Linneo... 100

Figura 5.48. Estim ativa da CL50 do óleo essencial de Citrus limon

Linneo pelo m ét odo Reed- Muench a part ir do acum ulado de larvas

vivas e m ort as... 100

Figura 5.49. Taxa de percent agem da m ort alidade das larvas nas

concent rações do óleo essencial de Zingiber officinale Roscoe... 101

Figura 5.50. Estim ativa da CL50 do óleo essencial de Zingiber

officinale Roscoe pelo m ét odo Reed- Muench a partir do acum ulado de

larvas vivas e m ort as... 102

(18)

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1. Parâm et ros físico- quím icos dos óleos essenciais est udados... 48

Tabela 5.2. Com post os identificados na am ost ra do óleo essencial ext raído da Pimenta dióica Lindl... 58

Tabela 5.3. Com post os identificados na am ost ra do óleo essencial ext raído da casca de Citrus limon Linneo... 70

Tabela 5.4. Com post os identificados na am ost ra do óleo essencial do

Zingiber officinale Roscoe... 78

Tabela 5.5. Mort alidade dos caram uj os após t est es m oluscicidas com óleo essencial de Pimenta dióica Lindl... 89

Tabela 5.6. Mort alidade dos caram uj os após t est es m oluscicidas com óleo essencial de Citrus limon Linneo... 92

Tabela 5.7. Mort alidade dos caram uj os após t est es m oluscicidas com óleo essencial Zingiber officinale Roscoe... 95

Tabela 5.8. Mort alidade das larvas após t est es de t oxicidade com óleo essencial Pimenta dióica Lindl... 98

Tabela 5.9. Mort alidade das larvas após t est es de t oxicidade com óleo essencial Citrus limon Linneo... 99

Tabela 5.10. Mort alidade das larvas após t est es de t oxicidade com

(19)

19

Título: CARACTERI ZAÇÃO QUÍ MI CA, AVALI AÇÃO DA TOXI CI DADE E ATI VI DADE MOLUSCI CI DA DOS ÓLEOS ESSENCI AI S DA FOLHA DE

PIMENTA DIOICA LI NDL, CASCA DE CITRUS LIMON LI NNEO E

RI ZOMA DE ZINGIBER OFFICINALE ROSCOE

Autor: Rom er Pessôa Fernandes

Orientadores: Prof. Dr. Vict or Elias Mouchrek Filho Prof. Dr. Ant ônio Gouveia de Souza

RESUMO

O uso de m oluscicida de origem veget al no cont role da esquist ossom ose t em m otivado pesquisas de novas subst âncias, ent re elas, os óleos essenciais. Nest a pesquisa, os óleos essenciais foram ext raídos das folhas de Pimenta dioica Lindl, da casca de Citrus

limon Linneo e do rizom a de zingiber officinale Roscoe por m eio de

hidrodest ilação, det erm inando- se as propriedades físico- quím icas, quantificando- se os com ponent es m ajorit ários e m inorit ários pela t écnica de crom at ografia gasosa acoplado à espect rom et ria de m assas ( CG-EM) , sendo o constituinte m aj orit ário da Pimenta dioica

Lindl, o eugenol, com t eor de 85,67 % , do Citrus limon Linneo, o lim oneno, com 48,99 % e do Zingiber officinale Roscoe, o zingibereno, com 27,14 % e caract erizando os m aj orit ários por espect rom et ria na região do infraverm elho com parando- se com os padrões. Os result ados m ost raram um rendim ent o ( m / m ) de 1,80% para o óleo da Pimenta dioica Lindl de 0,96 % para o Citrus limon

Linneo e de 0,71 % para o zingiber officinale Roscoe. Os óleos foram t est ados quant o á t oxicidade (ensaio de let alidade com Artemia

salina) , utilizando o crit ério de Dolabela e com o agent e m oluscicida,

at ravés da t écnica preconizada pela Organização Mundial de Saúde ( OMS) . Calculou- se a concent ração letal (CL50) dos óleos, além do

lim it e de confiança a 95 % de probabilidade pelo m ét odo Reed-Muench e Pizzi respectivam ente. Dent re os óleos est udados, o ext raído da casca de Citrus limon Linneo além de ser at óxico, com CL50 de 263,03 m g.L- 1 alcançou o m elhor result ado quant o a atividade

m oluscicida com CL50 de 13,18 m g.L- 1, m ost rando- se, port ant o, ser o

m ais ativo frent e ao caram uj o Biomphalaria glabrata com parado ao óleo ext raído das folhas de Pimenta dióica Lindl e do rizom a de

zingiber officinale Roscoe que obtiveram CL50 de 39,81 e 56,2 m g.L- 1

respect ivam ent e, não sendo considerados ativos.

(20)

Title: CHEMI CAL CHARACTERI ZATI ON, EVALUATI ON OF TOXI CI TY AND EVALUATI ON OF THE MOLLUSCI CI DAL ACTI VI TY OF ESSENTI AL OI LS EXTRACTED FROM THE LEAF PIMENTA DIOICA LI NDL, FROM THE PELL OF CITRUS LIMON LI NNEO AND FROM THE RHI ZOME OF GI NGER, ZINGIBER OFFICINALE ROSCOE

Author: Rom er Pessôa Fernandes

Advisors: Prof. Dr. Vict or Elias Mouchrek Filho Prof. Dr. Ant ônio Gouveia de Souza

ABSTRACT

The use of plant m olluscicide in cont rolling schist osom iasis has m otivated t he survey in t he search for new, am ong them t he essential oils. This survey, the essential oils ext ract ed from the leaves

of Pepper dioica Lindl, bark of Citrus limon Linneo and Rhizom e of

Zingiber officinale Roscoe t hrough hydrodistillation, det erm ining t he

physico- chem ical propert ies, quantifying t he m aj ority and m inority com ponent s of each essential oil by gas chrom at ography coupled t o m ass spect rom et ry ( GC/ MS) , where t he m aj orit y constituent of

Pepper dioca Lindl was eugenol, cont ent of 85.673 % , in Citrus limon

Linneo, the m aj orit y was lim onene, 48.996 % and Zingiber officinale

Roscoe, where t he was zingibereno, wit h 27.14 % , charact erizing by in t he region infrared spect rom et ry com pared wit h the st andards. The result s showed an incom e (m / m ) 1.80 % for oil Pepper dioica

Lindl 0.96 % for Citrus limon Linneo and 0.71 % of Zingiber officinale

Roscoe. These oils have been t est ed for t oxicity (lethalit y t est wit h Art em ia salina) , using t he crit erion of Dolabella and as a m olluscicide, t hrough t he t echnique recom m ended by t he World Health Organization ( WHO) . Estim at ed t he let hal concent ration ( Lc50) of oils beyond t he lim it of t he 95 % interval by Reed- Muench and Pizzi respect ively. Bet ween the analysed oils in t his research, t he ext racted from t he peel of Citrus limon Linneo were consedered t o be nont oxic

wit h Lc50 263,03 m g.L- 1, achieving t he best result as a m olluscicide

wit h Lc50 activit y 13, 18 m g.L- 1, t hus being t he m ost active front in

t he snail Biomphalaria glabrata in com parat ion with t he oil st ract ed

of Pepper dioca Lindl and t he oil of t he rhizom e of Zingiber officinale

(21)

21

CAPITULO i

introdução

(22)

1- INTRODUÇÃO

Os recursos t erapêut icos eram predom inantem ent e constit uídos por plant as e ext rat os veget ais at é o m eado século XVI I I . No Brasil, o guaraná e j aborandi são m uit o utilizados, t endo origem da cult ura indígena. Atualm ente a utilização desses veget ais não se rest ringe apenas às zonas rurais ou regiões desprovidas de assistências m édicas e farm acêuticas ( MOUCHREK FI LHO, 2000; TELES 2003) .

Segundo Nascim ent o ( 2004) , com o advent o da revolução indust rial, a utilização de plant as dim inuíram em função do desenvolvim ent o de drogas sint éticas. Porém , a preocupação do hom em m oderno na busca de um a vida saudável fez com que as pesquisas com plant as m edicinais volt assem .

As plant as arom áticas e seus sub- produt os t êm at raído a at enção de pesquisadores do m undo int eiro, por suas propriedades m edicinais e organolépticas ( TEI XEI RA et al, 1986) . Essas plant as possuem subst âncias biologicam ent e ativas, podendo ser usadas para fins t erapêuticos ou para fornecer precursores para a sínt ese quím ica farm acêutica. Exist e um a grande variedade de espécies usadas popularm ent e para diversos fins, dos quais o conhecim ent o científico é escasso ou nulo. (TELES, 2003) .

(23)

23

produção de sabonet es, perfum es e out ros produt os de higiene pessoal.

As plant as utilizadas nest e t rabalho são conhecidas da com unidade científica e alguns est udos realizados com os óleos essenciais ext raídos das espécies t êm m ost rado result ados int eressant es: a pim ent a da Jam aica (Pimenta dioica Lindl) possui efeit o com provadam ent e analgésico e antipirético ( LOPEZ et al., 1998) ; o gengibre (Zingiber officinale Roscoe) t em sido com provado com o agent e antibacteriano ( SRI NI VASAN et al., 2001) e utilizado cont ra dist úrbios gast rint estinais ( MARTI NS et al., 2001) e o óleo

volátil de Citrus limon L. inibe o crescim ent o de Cândida albicans

( EZZAT et al, 2001) .

A esquist ossom ose, causada pelo t rem at oíde Schistosoma

mansoni, é um a im port ant e doença endêm ica no Brasil e em m uit os

países t ropicais, onde o caram uj o Biomphalaria glabrata é o hospedeiro interm ediário do schistosoma mansoni e t ransm issor para

o hom em , hospedeiro definitivo ( Souza, Mendes 1991) .

Para o cont role da esquist ossom ose, além dos t rat am ent os das pessoas infect adas, é preciso que se faça um cont role da população de caram uj os, com o form a de redução do risco de t ransm issão da doença. Na at ualidade est e cont role é lim it ado a subst âncias sint éticas, que acarret am em vários problem as para out ras espécies da fauna, com o t am bém aos aplicadores por serem t óxicos, out ra inconveniência é seu alto cust o ( WHO, 1983) . Devido ao expost o, a ut ilização de m oluscicida sint ético é ext rem am ente lim it ada a casos necessários ( AMARAL, PORTO 1994) .

Nest e cont ext o, os óleos essenciais ext raídos de plant as represent am um a alt ernativa no cont role do caram uj o t ransm issor da esquist ossom ose, a fim de quebrar o ciclo evolutivo, ant es que est e venha cont am inar o hospedeiro definitivo, levando os est udiosos

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a pesquisarem subst âncias oriundas de veget ais que pudesse cont ribuir na elim inação dos m esm os com m ais eficiência ( DOS

SANTOS & SANT’ANA, 1999) .

As plant as em est udo devem ser abundant es em áreas endêm icas da doença, ou serem facilm ent e cultiváveis, o produt o ativo responsável pela t oxidez deve estar present e em part es de fácil regeneração da plant a, com o folhas, flores, frut os e sem ent es. O princípio ativo deve ser ext raído preferencialm ent e com água, o ext rat o deve m ant er- se ativo sob quaisquer alt erações físicas e quím icas ( Kloos & McCullough, 1981; WHO, 1983) .

Tendo em vist a cont ribuir com a pesquisa científica volt ada aos óleos essenciais, o presente t rabalho t eve com o obj etivo caract erizar quim icam ent e, avaliar a t oxicidade e a atividade m oluscicida de óleos essenciais ext raídos da folha de pimenta dióica

Lindl, da casca do Citrus limon Linneo e do rizom a do Zingiber

officinale Roscoe, espécies de plant as de grande im port ância

(25)

25

CAPITULO iI

Revisão da literatura

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2- REVISÃO DA LITERATURA

2.1- Considerações sobre plantas medicinais

O uso de produt os nat urais com propriedades t erapêuticas é t ão antigo quant o à civilização hum ana e por um longo período, as plant as e os m inerais foram as principais fontes de m edicam ent os utilizadas pelo hom em ( RATES, 2001) . De fat o, Essawi e Srour ( 2000) descrevem que na Pré- Hist ória havia uso de plant as para com bat er doenças com o bronquit e, úlceras, pneum onias, desordens gast rint estinais, dent re out ras.

Nesse cont ext o, as plant as são um a im port ant e font e de produt os biologicam ent e ativos, m uit os dos quais se constit uem em m odelos para a sínt ese de um grande núm ero de fárm acos. Sim ões

et al. ( 1999) referem que pesquisadores da área de produt os nat urais

m ost ram - se im pressionados pelo fat o desses produt os encont rados na nat ureza revelarem um a gam a quase que inacredit ável de diversidades em term os de est rutura e de propriedades físico-quím icas e biológicas. Apesar de ser not ável o volum e de estudos nessa área, os dados disponíveis revelam que apenas 15 a 17% das plant as foram est udadas quant o ao seu pot encial m edicinal.

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27

que em 2003, os m edicam ent os derivados de veget ais represent aram um a const ância de 25% de t odas as prescrições m édicas nos Est ados Unidos, e est e percent ual t orna- se m ais significant e na dem onst ração da im port ância das plant as m edicinais e, t am bém , com o estím ulo à sua investigação.

A respeit o desse m ercado que vem em ergindo

acent uadam ent e, é interessant e ressaltar que as em presas do set or fit ot erápico olham para as plant as de form a diferenciada, dent ro do conceit o da OMS, que preconiza o uso de t odos os princípios ativos das plant as de form a int egral. Câm ara (2004) diz que est e é o grande diferencial ent re o fit ofárm aco ( princípio at ivo isolado) e o fit ot erápico ( princípios ativos int egrais) .

Calixt o et al. (1997) explanam que as plant as têm sido em pregadas na m edicina popular para o t rat am ent o de diversas doenças e alguns dos const ituint es isolados dessas plant as, com o os flavonóides, t aninos, alcalóides, cum arinas e t erpenos, parecem ser os principais responsáveis pelas ações analgésicas, anti-inflam at órias, antivirais, hipoglicem iantes, antiespasm ódicas e antialérgicas desses veget ais. Salvat et al. ( 2001) relat am que m uit as pesquisas com subst âncias biologicam ent e ativas, ist o é, de plant as m edicinais, t êm sido font es de agent es t erapêuticos m uit o proveit osos.

2.1.1- Pimenta dioica Lindl

A Pim ent a da Jam aica, m undialm ent e conhecida com o

Pimenta dioica Lindl pert ence à fam ília Mirt ácea, é um a árvore que

m ede de 6 a 15 m de alt ura, apresent ando folhas pecioladas, elíptico alongadas e um fort e arom a em t odas as suas part es ( Figura 2.1) , originária da Am érica Cent ral e Oest e da Í ndia ( CAVI CCHI OLI , 1986; WEYERSTAHL, 1998) . Ao chegar à Jam aica os exploradores espanhóis

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ficaram im pressionados com o gost o e arom a dos seus frut os e folhas.

Conform e, Guent her, ( 1950) ; Parry, ( 1969) ; Kat zer, ( 2004) ,

devido ao fruto seco da árvore da ―allspice‖, foi atribuído o nome ―pimenta‖, originário da palavra "pimienta" (termo espanhol para

pim ent a) por exploradores espanhóis, logo depois que Colom bo descobriu o Novo Mundo. Est e t erm o foi com plet am ent e im próprio, pois foi baseado som ente na aparência visual com o grão de pim ent a pret a, no que diz respeit o ao t am anho, form a e arom a.

No Brasil, a Pimenta dioica Lindl., apresent a alguns

sinônim os com o: pim ent a da j am aica, pim ent a de coroa e m urt a pim ent a. A espécie apresent a a seguinte posição t axonôm ica: Reino: Veget al; Divisão: Angiosperm a; Classe: Dicotiledôneas; Ordem : Mirt ales; Fam ília: Mirt ácea; Gênero: Eugenia; Espécie: Pimenta dioica

Lindl ( PURSEGOLVE, 1960; PARRY, 1969; CORREA, 1998; BARROSO, 1978) .

Fonte: O aut or

(29)

29

2.1.2- Citrus limon Linneo

O Citrus limon Linneo conhecido com o lim ão verdadeiro é o

frut o do lim oeiro ( Figura 2.2) , t endo origem na região sudest e da Ásia, é um a árvore pert encente à fam ília das Mirt áceas, perenifólia, pequena de 3 - 6 m et ros de alt ura, com num erosos ram os e espinhos. Folhas unifolioladas de cor verde, form at o lanceolada, elíptico - ovada de 6 - 12,5 cm de com prim ent o e 3 - 6 cm de largura; pont a obt usa; m argem serreada - dent ada; pecíolo curt o e ext ensam ent e alado; folhas j ovens averm elhadas; flores solit árias ou em racim os axilares, averm elhadas em form a de bot ão; pét alas brancas na part e superior e púrpura abaixo. 20 - 40 est am es; frut o oblongo ou oval, 7 - 12 cm de com prim ent o, am arelo claro ou dourado; casca m ais ou m enos grossa e com presença de glândulas, dependendo das variedades; sem ent es pequenas, ovais e pont iagudas ( OJASTI et al., 2001) .

Fonte: O aut or

Figura 2.2. Árvore do Citrus limon Linneo e frut o do lim ão.

Segundo Raquel Pat ro, ( 2007) , no Brasil o lim ão se popularizou devido a sua eficácia no com bat e de diversas pat ologias,

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t ais com o infecções, febres, at erosclerose, acidez gást rica, alt erações do fígado e biliares ent re out ras, por possuir propriedades antibiótica, antit érm ica, antiinflam at ória, verm ífuga, anti- séptica e antiespasm ódica.

2.1.3- Zingiber officinale Roscoe

O gengibre, t am bém conhecido com o ajengibre, jengibre

dulce ( Argentina e Espanha) , ginger (Est ados Unidos e I nglaterra) ,

gingembre (França) é um a plant a herbácea e perene, nativa do

sudest e da Ásia e out ros clim as t ropicais, que pertence à fam ília

Zingiberaceae ( MORGAN, 1994) .

A plant a pode atingir 1,50 m e o rizom a – principal part e com ercial do veget al ( o óleo t am bém é de int eresse) (Figura 2.3) é form ada por ram ificações horizont ais, sendo usada com o rem édio, condim ent o, m atéria- prim a no preparo de bebidas (incluindo refrigerant es) e na indúst ria de perfum aria, conhecida na Europa á m ais de 2000 anos e at ualm ent e vários est udos t êm sido publicados relat ando os seus efeit os m edicinais ( NASCI MENTO, 2004; ANDRADE, 2004; AMBR, 2004) .

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31

2.2-Óleos essenciais

Os óleos essenciais, t am bém denom inados de óleos volát eis, são m isturas com plexas de subst âncias orgânicas volát eis, form adas por com ponent es de consist ência sem elhant e ao óleo. São constit uídos basicam ente de t erpenos, t erpenos oxigenados, sesquit erpenos oxigenados, ácidos graxos, m at eriais corant es, et c. ( TELES 2003) .

Os t erpenos são classificados de acordo com a quant idade de unidades isoprênicas ( C5): m onot erpenos ( C10) ; sesquit erpenos ( C15) ; diterpenos ( C20) ; t rit erpos ( C30) e carot enóides ( C40) . Todos os t erpenos derivam de unidades do isopreno ( 2- m etil- 1,3- but adieno) ( SI MÕES; SPI TZER, 2004) . O isopreno é com post o de dois isôm eros, o isopent enil pirofosfat o ( I PP) e o dim etil- alil- pirofosfat o ( DMAPP) , os quais se ligam ent re si, originando o geranil pirofosfat o ( GPP) , que é o precursor de quase t odos os m onot erpenos ( TAI Z; ZEI GER, 2004) .

Est e grande núm ero de com post os quím icos present es nos óleos essenciais apresent am inúm eras atividades biológicas, avaliadas em vários est udos, com o antiinflam at ória, pesticida, inseticida, m oluscicida, larvicida, carrapat icida, antioxidant e, anti-séptica, herbicida, antioxidant e, ent re out ras atividades ( WORWOOD, 1995; DAVI S, 1996; CHENG, 2003) .

Conform e a I nt ernational St andart Organization ( I SO) , podem os definir com o óleos essenciais:

[...] os produtos obtidos de partes de plantas através de

destilação por arraste de vapor d’água, bem como os

produtos obtidos por expressão dos pericarpos de frutos

cítricos (Rutácea). De forma geral, são misturas

complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente

odoríferas e líquidas. Também podem ser chamados de

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óleos voláteis, óleos etéreos ou essências. Eles são assim

chamados por serem: geralmente de aparência oleosa e

líquidos, voláteis; geralmente possuem aroma agradável;

solúveis em solventes apolares, como o éter. Em água,

eles apresentam solubilidade limitada, mas o suficiente

para aromatizar suas soluções aquosas, que nesse caso

são denominadas hidrolatos.

Exist e um a grande diferença quím ica ent re óleos essenciais, óleos veget ais e óleos m inerais. Os prim eiros são m isturas de t erpenos e oxigenados, j unt os com out ros tipos de com post os orgânicos, os óleos veget ais são ést eres da glicerina com ácidos graxos de longas cadeias, enquant o que os óleos m inerais são parafinas líquidas m ist uradas a out ros hidrocarbonet os de peso m olecular elevado. ( WI LLI ANS, 1996) .

Devido à baixa solubilidade dos óleos essenciais em água, há necessidade de se utilizar um t ensoat ivo hidrofílico, geralm ent e solúvel ou dispersível em água, em pregado para se obt er um a em ulsão do tipo óleo em água ( O/ A) . Nest e t rabalho utilizou- se o TWEEN 80 com o dispersant e ou solubilizant e dos óleos, a serem est udados, t em com o nom e quím ico, m onooleat o Sorbit an Et oxilado, cuj a fórm ula m olecular C64H124O26, de peso m olecular 1310,0 e

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33

2.2.1- Extração de óleo

A determ inação das condições de ext ração de óleos volát eis é um a et apa m uit o im port ant e, por ser um fat or det erm inant e na relação ent re a com posição quím ica e a qualidade do óleo ext raído, em bora t odas as part es de um a plant a possam acum ular óleo essencial, sua com posição pode variar segundo a localização na plant a( SI MÕES et . al., 2007) .

Segundo Mouchrek Filho (2000) , o t em po de ext ração do óleo essencial é um dos principais parâm et ros físico- quím icos da indúst ria de essências, no que se refere à qualidade e à natureza econôm ica. Por isso, um a dest ilação rápida pode conduzir a um produt o cont endo predom inant em ent e constituint es m ais volát eis, porém destit uído das m elhores características; ao cont rário, um a ext ração prolongada encarece o produt o e t am bém pode sobrecarregá- lo de com post os de arom as indesej áveis ( CHAAR, 2000) .

Existem vários m ét odos de ext ração dos óleos essenciais, variando de acordo com a região da plant a em que ele se encont ra, e com a propost a de ut ilização do m esm o. Os m ais com uns são: enfloração, prensagem , ext ração com solvent es orgânicos, ext ração por fluido supercrítico e arrast e por vapor d’água ( MOUCHREK FI LHO, 2000) .

A enfloração é um m ét odo que j á foi bast ant e utilizado, m as at ualm ent e é em pregado apenas por algum as indúst rias de perfum es, no caso de algum as plant as com baixo t eor de óleo de alt o valor com ercial. É em pregada para ext rair óleo essencial de pét alas de flores onde as pét alas são deposit adas, a t em perat ur a am biente, sobre um a cam ada de gordura, durant e cert o t em po. Em seguida, est as pét alas esgot adas são substit uídas por novas at é a saturação

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t ot al, quando a gordura é t rat ada com álcool. Para se obt er o óleo essencial, o álcool é destilado a baixa tem perat ura e o produt o assim obt ido possuem alt o valor com ercial ( WI LLI ANS, 1996) .

Na prensagem , os pericarpos de frut os cít ricos são prensados e a cam ada que cont ém o óleo essencial é, ent ão, separada. Post eriorm ent e, o óleo essencial é separado da em ulsão form ada com a água por decant ação, cent rifugação ou dest ilação fracionada ( SI MÕES; SPI TZER, 2004)

A ext ração de óleos essenciais com solvent es orgânicos envolve o uso de com post os com o o ét er et ílico, ét er de pet róleo ou diclorom et ano que, ent ret ant o, ext raem out ros com post os lipofílicos, além do óleo essencial. Por isso, os produt os obt idos assim raram ent e possuem valor com ercial ( SI MÕES; SPI TZER, 2004) .

Pela ext ração por fluido supercrítico consegue- se recuperar os arom as nat urais de vários tipos não som ent e óleo essencial, de m odo bast ant e eficient e e, at ualm ent e, é um dos m ét odos de escolha para ext ração indust rial de óleos essenciais. Nenhum t raço de solvent e perm anece no produt o obt ido, t ornando- o m ais puro do que aqueles obt idos por out ros m ét odos. Para t al ext ração, o CO2 é

prim eiram ent e liquefeit o por com pressão e, em seguida, aquecido a um a tem perat ura superior a 31 º C. Nessa t em peratura, o CO2 atinge

um quart o est ado, no qual sua viscosidade é análoga a de um gás, m as sua capacidade de dissolução é elevada com o a de um líquido. Um a vez efetuada a ext ração, faz- se o CO2 ret ornar ao est ado

gasoso, result ando na sua t ot al elim inação ( SI MÕES; SPI TZER, 2004) .

A ext ração por arraste por vapor d’água é um dos métodos

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35

vapor; a prim eira é cham ada de hidrodestilação, onde a am ost ra fica im ersa na água contida num a caldeira; a segunda de destilação pela água e vapor, onde um a rede colocada na part e inferior de um a caldeira m ais alt a separa a água da am ost ra e a terceira de destilação pelo vapor de água, onde a am ost ra é colocada em um a caldeira e o vapor de água ali inj et ado provém de um gerador próprio, independent e ( WI LLI ANS, 1996) .

A indúst ria utiliza, de preferência, o vapor d’água por ser

reduzido o cont at o com a água, relativam ente aos m ét odos ant eriores, é m enos acent uada a hidrólise dos ést eres e a polim erização de out ros constit uintes, em particular dos aldeídos ( WI LLI ANS, 1996) .

2.2.2- Análises dos componentes dos óleos essenciais

A análise quím ica de separação e identificação dos constit uint es dos óleos é feit a por m eio de t écnicas de crom at ografia gasosa( CG) , crom at ografia líquida de alt a eficiência ( CLAE) ( ROBLES, 1998; WEYERSTAHL, 1998; KI RK, 1981) e espect roscópicas ( SI LVERSTEI N, 2007) , dent re as quais as m ais freqüent es são a espect rofot om et ria de ult raviolet a ( UV) , infraverm elho ( I V) , ressonância m agnética nuclear de hidrogênio(RMNH1) e de carbono

13 ( RMN C13) e a espect rom et ria de m assas ( EM) , além do uso de

bibliot ecas cont endo inform ações exist ent es na literat ura de um grande núm ero de subst âncias j á conhecidas ( KOLLMANNSBERGER, 1993; DI STASI , 1996; FAJARDO, 1997; CAVI CCHI OLI , 1986; WEYERSTAHL et al., 1998; SI LVERSTEI N, 2007) .

A crom at ografia gasosa perm ite det erm inar, qualit ativam ent e e quantit ativam ent e, as frações individuais que podem ser observadas nos crom at ogram as ( SCHREI ER, 1984;

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LANÇAS, 1993) . Com o os óleos são m ist uras com plexas, requer um a aplicação de m ét odos analíticos m ais m odernos e inst rum ent ação adequadas. A t écnica baseia- se na separação da m ist ura em com ponent es individuais, na dist ribuição dos com ponent es da am ost ra ent re a fase est acionária ( sólido ou líquido) e um a fase m óvel ( gás ou líquido) ( SCHREI ER, 1984; LANÇAS, 1993) .

A absorção m olecular na região do UV e do Vis depende da est rut ura elet rônica da m olécula. A absorção de energia é quantizada e conduz à passagem dos elét rons de orbit ais do est ado fundam ent al para orbit ais de m aior energia em est ado excit ado. Para m uit as est rut uras elet rônicas est a absorção ocorre em um a porção acessível do UV. Na prát ica, a espect rofot om et ria no UV é lim it ada, na m aior part e, aos sist em as conj ugados ( SI LVERSTEI N, 2007) .

Com o alt ernativa para avaliações crom at ográficas de com post os volát eis, podem ser usadas t écnicas que proporcionam inform ação diret a acerca da com posição de um a am ost ra particular sem prévia separação dos com ponent es, ist o é, os m ét odos espect roscópicos com plem ent ares. A espect roscopia no infraverm elho pode ser usada para obt er inform ações acerca dos grupos funcionais da com posição dos óleos essenciais, principalm ent e grupos cont endo oxigênio, um a vez que as vibrações m oleculares são percept íveis nessa região do espect ro. Apesar de ser um a t écnica alt am ent e sensível, é pouco seletiva no caso de m isturas de m ulticom ponentes e difíceis para fazer m edidas quantit ativas de concent rações de com ponent es individuais ( RALPH, 1983) .

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37

um a função da variação do m om ent o de dipolo envolvido na vibração ( CRACKER, 1987) .

Duas cat egorias básicas de vibrações m oleculares são conhecidas: as vibrações de deform ações axiais e as de deform ações angulares. Um a vibração de deform ação axial ( estiram ent o) envolve um a m udança contínua na dist ância interat ôm ica ao longo do eixo da ligação ent re dois át om os. Vibrações de deform ação angular são caract erizadas pela m udança no ângulo ent re duas ligações. O espect ro I V é obt ido depois que um a t ransform ação de Fourier convert e o int erferogram a do dom ínio do t em po à form a m ais fam iliar do dom ínio de freqüências. O interferogram a é um a série oscilat ória de com binações dest rutivas ou construtivas, result ando de um a variação com plet a de com prim ent os de onda ( SI LVERSTEI N, 2007) . Existem no m ercado várias em presas que oferecem o conj unt o crom at ográfico a gás- espect rom et ria de m assas ( CG- EM) , acoplado por m eio de um a interface que aum ent a a concent ração da am ost ra no gás de arrast e, aproveit ando à m aior difusibilidade do gás. A velocidade de varredura é grande o suficient e para per m itir a obt enção de diversos espect ros de m assas por pico eluído no crom at ógrafo ( ADAMS, 2007) .

A conexão diret a de colunas capilares de crom at ografia gasosa ao espect rôm et ro de m assas, sem a interface de enriquecim ent o, perm it e várias varreduras de m assas rápidas em pont os diferent es de um pico crom at ográfico, de m odo a t est ar sua

hom ogeneidade. Desse m odo, é possível resolver picos

crom at ográficos parcialm ent e superpost os. Assim , a espect rom et ria de m assas acoplada à crom at ografia gasosa fornece as fragm ent ações dos com ponent es individuais separados ( ADAMS, 2007) .

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usada em espect rom et ria de m assas, um espect rôm et ro de m assas bom bardeia m oléculas na fase vapor com um feixe de elét rons de alt a energia e regist ra o result ado do im pact o dos elét rons com o um espect ro de íons separados na base da razão m assa/ carga ( m / z) . A m aior part e dos íons form ados t em carga unit ária. Os espect ros de m assas são obt idos rot ineiram ent e com o uso de um feixe elet rônico de energia de 70 eV. O event o m ais sim ples que pode ocorrer em fase gasosa é a rem oção de um único elét ron pelo feixe, com form ação do íon m olecular, um cátion- radical ( M+ ) . O pont o sim ples represent a o elét ron desem parelhado. A m aior part e dos íons desint egra- se em 10- 10 - 10- 3 s, dando, no caso m ais sim ples, um

fragm ent o carregado posit ivam ent e e um radical. Assim , form a- se cert o núm ero de fragm ent os iônicos que podem ser post eriorm ent e decom post os em fragm ent os m enores (SI LVERSTEI N, 200 7) .

2.2.3- Óleo essencial da Pimenta dióica Lindl

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39

Fonte: O aut or

Figura 2.4. Fórm ula estrut ural do eugenol.

2.2.4- Óleo essencial do Citrus limon Linneo

A constit uição quím ica dos óleos essenciais de frut as cít ricas com preende hidrocarbonet os m onot erpênicos e sesquit erpênicos e m onot erpênicos oxigenados. O óleo volátil da casca do frut o e das folhas de Citrus limon L. é rico em lim oneno, b- pineno, g- t erpineno, t erpinoleno, neral e geranial ( GHELARDI NI et al., 1999; BI SSET; VEKI ARI et al., 2002) .

O Lim oneno ( I UPAC: 1-m etil- 4-isopropenilcilohex- 1- eno) , é o com ponent e quím ico m aj orit ário, um a subst ância quím ica, orgânica, natural, pert encent e à fam ília dos t erpenos, classe dos m onot erpenos, de fórm ula m olecular C10H16, encont rado em frut as

cít ricas ( cascas principalm ent e de lim ões e laranj as) , volátil, por isso responsável pelo cheiro que essas frut as apresent am .

Por possuir um cent ro quiral, concretam ent e um carbono assim ét rico, apresent a isom eria óptica. Port ant o, exist em dois isôm eros ópticos: o d - lim oneno e o l - lim oneno. A nom enclat ura I UPAC corret a é R - lim oneno e S - lim oneno ( Figura 2.5) , porém se em prega com m ais freqüência os prefixos d e l ou alfa e bet a.

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Fonte: O aut or

Figura 2.5. Fórm ula est rut ural do Lim oneno.

2.2.5- Óleo essencial do Gengibre, Zingiber officinale Roscoe

Segundo Araúj o ( 1999) o com ponent e m aj orit ário do óleo essencial de gengibre é o zingibereno ( C15H24) ( Figura 2.6) , em m édia

30% present e no óleo. Por conseguinte, Morgan ( 1994) relat a que grande part e das atividades farm acológicas encont r adas nos ext rat os da plant a é isolada dos rizom as e algum as frações de seus princípios ativos são: cit ral, 1,8- cineol, zingibereno, bisaboleno, geraniol, acet at o de geranila, gingerol, shogaol, zingiberol, canfeno, felandreno, borneiol, lilanol, acet at os e caprilat os de zingiberol; além de aldeídos e cet onas.

O gingerol é descrit o na literat ura com o princípio ativo que dá ao gengibre seu sabor caract erístico e m arcante ( adocicado e ardent e) ( MORGAN, 1994 e ANDRADE, 2004) . A respeit o desse constit uint e, o ext rat o de 6- gingerol possui com provada at ividade cont ra larvas Shistosoma mansoni ( ALEJO et al., 1999) .

Ham m er et al. ( 1999) est udaram diversos óleos essenciais

frent e a bact érias gram positivas e gram negativas e a atividade antibact eriana do óleo de gengibre foi com provada para Enterococcus

(41)

41

Fonte: O aut or

Figura 2.6. Fó r m u l a e st r u t u r a l d o z i n g i b e r e n o

2.2.6- Aplicabilidade industrial

As indúst rias utilizam os óleos essenciais para conferir arom as especiais em inúm eros produt os, t ais com o perfum es, cosm éticos, sabonet es, condim ent os e et c., com o t am bém para m ascarar odores desagradáveis em am bient es de t rabalho e inst alações sanit árias, e m uit o usadas com o insum os em diversos produt os das indúst rias de plásticos, tint as, borrachas, inseticidas e out ras. ( TELES, 2003) .

2.3- Esquistossomose

A esquistossomose, conhecida como barriga d’água, xist osa, doença do caram uj o, xist osom ose t ransm itida por caram uj o, da espécie Biomphalaria glabrata ( RAGHAVAN et al, 2003) . É um a doença com plexa devido aos seus variados fat ores causais e sua am pla dist ribuição geográfica, m otivo pelo qual se encont ra inserida no cont ext o das doenças consideradas problem a de saúde pública ( ORGANI ZAÇÃO MUNDI AL DA SAÚDE, 1994) .

No Brasil, a esquist ossom ose m ansônica é endêm ica em vast a ext ensão do t errit ório, porque acom et e m ilhões de pessoas, provocando, anualm ent e, um núm ero expressivo de form as graves e

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óbit os. ( MI NI STÉRI O DA SAÚDE, 1995) . Considera- se um a doença endêm ica, aquela que exist e const ant em ent e em det erm inado lugar, at acando um núm ero m aior ou m enor de indivíduos; j á epidem ia refere- se ao at aque rápido de um a doença, que acom et e um grande núm ero de pessoas ao m esm o t em po. A epidem ia pode, t am bém , ser o surt o de agravam ent o de um a endem ia ( MI NI STÉRI O DA SAÚDE, 1995) .

A doença ocorre em localidades sem saneam ent o ou com saneam ent o básico inadequado, sendo adquirida pela pele e pelas m ucosas devido ao cont at o do hom em com águas cont am inadas com as form as infect ant es de S. mansoni ( MI NI STÉRI O DA SAÚDE, 1995) .

Ent ret ant o, para que ocorra a t ransm issão da doença, é indispensável a presença do hom em na condição de hospedeiro definitivo, que excret a os ovos do verm e pelas fezes, e dos caram uj os aquát icos do gênero Biomphalaria, que atuam com o hospedeiros int erm ediários, liberando as larvas infect antes do

Schistosoma mansoni nas coleções hídricas utilizadas pelos seres

(43)

43

Fonte: Surveillance and Cont rol of Mollusks with Epidem iological I m port ance: t echnical directives: Schist osom iasis.

Figura 2.7. ( a) B. Glabrata, ( b) B.straminea e (c) B. Tenagophila.

O Biomphalaria glabrata ( Figura 2.8) , reconhecido

popularm ent e com o caram uj o, pert encent e ao reino Anim ália, da classe Gast ropoda, e da fam ilia Planorbidea é um im port ant e vet or do

Schistosoma mansoni nas Am éricas, devido ao alt o pot encial

biológico de infecção nat ural e vast a dist ribuição ( SOUZA et al., 1995; BARBOSA et al., 2000) , sendo encont rado em t odos os Est ados brasileiros desde a Paraíba at é o Rio Grande do Sul e t am bém em algum as áreas do Pará, Maranhão e Piauí, ao nort e e Goiás e Mat o Grosso no Cent ro- Oest e.

Fonte: O aut or

Figura 2.8. Caram ujo da espécie Biomphalaria glabrata (c)

(b) (a)

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Os índices elevados da esquist ossom ose m ânsonica correspondem , na m aioria dos casos, à presença do m olusco B.

glabrata, principal hospedeiro interm ediário do Schistosoma mansoni

( COUTO, 2005) .

Segundo Sant os et al., ( 2007) , a esquist ossom ose se enquadra nas cham adas doenças negligenciáveis. Port ant o, os est udos com plant as com propriedades m oluscicidas, que sej am de fácil acesso à população, represent a um a form a de redução do risco de t ransm issão da esquist ossom ose, pois age diret am ente no ciclo da doença e constit ui- se um a alt ernativa de baixo cust o ( LEMMI CH et al., 1995; LUNA et al., 2006) .

2.3.1- Ciclo evolutivo

O ciclo evolutivo acontece de duas form as, um a no int erior do caram uj o e out ra no int erior do hom em (Figura 2.9) .

(45)

45

O hom em , quando doent e, elim ina ovos do verm e pelas

fezes. Est es, em cont at o com a água, rom pem - se e libert am o m iracídio ( Figura 2.10) que é a larva ciliada, que nada ativam ent e, penet rando no caram uj o onde penet ram pelo t egum ent o.

Fonte: Sinclair St am m ers/ OMS/ TDR

Figura 2.10. ( a) Os ovos e ( b) O m iracídio.

Por reprodução assexuada, os m iracídios t ransform am - se em esporocist os prim ários, que produzem int ernam ent e esporocist os secundários; estes desenvolvem cercárias de cauda bifurcada após 25 a 35 dias ( Figura 2.11) .

Fonte: Sinclair St am m ers/ OMS/ TDR Figura 2.11. Cercária da S.mansoni.

( b) ( a)

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As cercárias, por estím ulo de luz e calor, deixam o caram uj o e passam para a água, onde nadam à procura de cont at o com o hospedeiro vert ebrado; nest e penet ram at ivam ent e at ravés da pele e perdem a cauda. Após a penet ração no vert ebrado, as cercárias dão origem a esquist ossôm ulos, que podem ser dest ruídos na derm e, ou ganhar a circulação geral, sendo arrast adas para o coração e pulm ões, de onde m igram ativam ent e at é o fígado. Ao chegar no sistem a port a int ra- hepático, os esquist ossôm ulos desenvolvem - se at é a fase adult a 28 a 48 dias após a penet ração no órgão. Os verm es adult os m achos e fêm eas acasalam - se e m igram para as vênulas da parede int estinal, cam inhando cont ra a corrent e sanguínea da veia port a e das veias m esent éricas. As fêm eas elim inam ovos um a um , em fila, at é 300 por dia. Em t orno de 22% dos ovos chega à luz int estinal e saem com as fezes, e o rest ante fica ret ido nos t ecidos do fígado e paredes do int estino, dando origem a granulom as. Os parasit os podem viver de 20 a 25 anos no organism o hum ano não t rat ado ( CUNHA, 1970; SOUZA; LI MA, 1990; REY, 2001) .

2.4- Atividade moluscicida

(47)

47

a utilização de plant as ricas em subst ancias m oluscicidas que são eficazes no cont role do caram uj o ( CARVALHO et al., 1998; RUG, RUPPEL, 2000) . Esses est udos com ext rat os veget ais, visando a obt enção de m oluscicidas t êm sido realizados de acordo com as especificações da Organização Mundial de Saúde ( WHO, 1965, 1983, 2002) , afim de padronizar os ensaios fit oquím icos publicou um guia de avaliação de plant as com pot encial m oluscicida, onde define que um bom m oluscicida deve apresent ar efeit o t óxico em m oluscos adult os em concent ração m enor ou igual a 20 m g.L- 1 do ext rat o solúvel e m enor ou igual a 100 m g.L- 1 do ext rat o brut o, além de ser

at óxico para os dem ais organism os do m eio.

A Organização Mundial de Saúde ( WHO, 1983) recom enda que, após a identificação de um a espécie com pot encial m oluscicida, sej am realizados est udos do perfil quím ico do veget al, seguido da identificação da est rut ura quím ica responsável pela ação m oluscicida, ensaios em cam po, de est abilidade do com post o e de t oxicidade. Não exist e um a ordem det erm inada para esses est udos.

No passado, diversos produt os foram test ados e utilizados em cam po, porém som ente a niclosam ida é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanit ária ( ANVI SA) ( CAS n.º 50- 65-7) com o agent e m oluscicida e perm anece disponível com ercialm ent e ( MI NI STÉRI O DA SAÚDE, 1995) .

A niclosam ida ( Figura 2.12), subst ância com ercialm ent e conhecida com o Bayluscide, com nom enclatura ( I UPAC) de 2’,5 -dicloro-4’- nit rosalicilanilida, fórm ula m olecular C13H8Cl2N2O4, de uso

exclusivo em Cam panhas de Saúde Pública, no cont role da esquist ossom ose, no com bat e aos caram uj os vet ores, sendo no Brasil, usada sob a responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde. A sua baixa seletividade, podendo ser t óxica t am bém sobre out ras espécies da fauna e flora e a resistência de caram uj os a essa

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subst ância fazem com que aum ent e a procura por subst âncias de origem veget al, facilm ente biodegradáveis e com baixa t oxicidade ( NEVES, 2004) .

Fonte: O a u t o r

Figura 2.12. Fórm ula est rutural da niclosam ida

Os caram uj os são considerados m ort os quando a sua m assa cefalopodal estiver ret raída para o int erior da concha, liberar a hem olinfa ou ent ão estiver inchada e est endendo o cefalópode para fora da concha ( MCCULLOUGH et al., 1980) .

Segundo Chifundera et al., ( 1993) , as subst âncias com o t erpenóides, est eróides e saponinas, oriundas do m et abolism o secundário dos veget ais, são pot enciais agent es m oluscicidas. Ao t est ar as saponinas ext raídas de Agave decipiens, Abdel- Gawad, ( 1999) , obt eve 90% de m ort alidade de Biomphalaria alexandrina ( espécie t ransm issora da esquist ossom ose no Egit o) .

As pesquisas realizadas por Jurberg et al., ( 1989) com 344 espécies, dist ribuidas em 73 fam ílias, dem onst raram m ort alidade de 20% a 100% , nas concent rações variaram de 0,5 m g/ L a 20 m g/ L, ou sej a, dent ro dos critérios est abelecidos pela OMS. As seguint es espécies, m ost raram bons result ados: Anacardium ocidentale,

Dasyphylium brasiliensis, Delonix regla, Eclipta alba, Euphorbia

(49)

49

Luna ( 2005) estudando 23 espécies de plant as da região nordest e sobre o m olusco B. glabrata, dessas, o ext rat o das folhas de

Annona muricata ( graviola Annonaceae) na concent ração de 100

m g.L- 1 foi eficaz em 100% na m ort alidade dos m oluscos adult os. A

suspensão aquosa das folhas, sem ent es e cascas das raízes do

Guaiacum officinale, apresent aram 100% de m ort alidade para

m oluscos do gênero B. glabrata, nas concent rações de 20, 50 e 100m g.L- 1 ( MENDES et . al., 1993) . Pinheiro et al ( 2003) , test ando a atividade m oluscicida do ext rat o m et anólico de Kielm eyera variabilis Mart num a concent ração de 12,5, 25, 50 e 100m g.L- 1 foi eficaz em

100% . Para o ext rat o de Magonia pubescens na concent ração de 25 m g.L- 1, Corrêa, Bezerra et al, ( 2006) obt eve 100% de m ort alidade dos m oluscos. Est udos realizados por Arauj o ( 2008) do ácido úsnico ext raído da Cladonia substellata Vainio num a concent ração de 10

m g.L- 1 dem onst raram um a m ort alidade de 100% dos m oluscos. Silva Filho et al ( 2009) , est udando o ext rat o de cúrcum a ( Curcum a longa L.. Zingiberacea) obt eve um índice de m ort alidade de 94% para um a concent ração de 70 m g.L- 1.

Algum as espécies com o Piper marginatum produzem subst âncias de com posição quím ica e ação conhecidas, que agem com o m oluscicida e cercaricida, e t em atividades antiespasm ódicas com ação seletiva em recept ores m uscarínicos e hist am inérgicos da m usculat ura lisa ileal, enquant o Piper nigrum produz com post os com am pla utilização com o estim ulant e indut or da secreção de bile, com bat e à cólera, flat ulência, diarréia e art rit e ( Maia 2002) .

2.5- Toxicidade

Segundo Forbes e Forbes ( 1994) , o t est e de t oxicidade t em com o finalidade avaliar ou prever os efeit os t óxicos nos sist em as

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biológicos e dim ensionar a t oxicidade relativa das subst âncias.

Existem diversos ensaios que podem avaliar os efeit os t óxicos de ext rat os ou subst âncias isoladas de plant as. No ext rat o, os

órgãos de defesa de animais e os altos custos dos ensaios ―in vivo‖

vem estimulando a substituição destes por testes ―in vitro‖. Dentre

est es; t em - se dest acados o ensaio de let alidade com o m icrocrust áceo Artemia salina, que além de avaliar t oxicidade geral, pode det ect ar com post os bioativos em ext rat os veget ais ( MEYER et al., 1982) .

Test es utilizando com o bioindicador a Artemia salina j á

foram realizados por pesquisadores com o, Ruiz et al. ( 2005) , Sant os

et al. ( 2007) , Silva-Filho et al. ( 2009) . Os óleos essenciais em

est udos foram subm etidos ao bioensaio com Artemia salina para verificar a t oxicidade frent e a out ros organism os que coabit am com caram uj os.

A Artemia salina é um a espécie de m icrocrust áceo da

ordem Anost racea. Est a espécie é utilizada em t est es de t oxicidade devido à sua capacidade de form ar cist os dorm ent es, fornecendo desse m odo m at erial biológico que pode ser arm azenado durant e longos períodos de t em po sem perda de viabilidade e sem necessidade de se m ant erem culturas contínuas de organism o- t est e. É um a espécie de fácil m anipulação em laborat ório e baixo cust o econôm ico ( CALOW, 1993) .

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51

at ualm ent e aceit o pela com unidade científica ( CAVALCANTE et al ., 2001) . Pode ser útil t am bém para prever a t oxicidade de ext rat os de plant as e orient ar seu fracionam ent o fitoquím ico ( CÁCERES, 1996) . A Artemia salina vive em águas salinas e salobras de t odo o

m undo. Possui quat ro est ágios de desenvolvim ent o ( ovo, náuplio, m et anáuplio e adult o) e alguns m ecanism os de adapt ação que as t ornam cosm opolit as, com o a osm orregulação, a presença de pigm ent os respirat órios com o alt ernativas reprodut ivas que facilit am a dispersão e a perpet uação dessa espécie. Os indivíduos adult os apresent am not ável dim orfism o sexual e, em condições adequadas, é possível eclodir sim ult aneam ente as larvas em cult ura. O cust o da im plant ação e m anut enção da cult ura de Artemia salina é m uit o baixo, o que faz dest a, um excelent e m odelo experim ent al, utilizado nas m ais diversas áreas da biologia. Artemia salina é am plam ent e

conhecida com o indicador de t oxicidade em um bioensaio ( Brine Shrim p Test) , utilizando- se a Concent ração Let al Média ( CL50) com o

parâm et ro de avaliação da atividade biológica (t oxicidade) de um com post o ou ext rat o nat ural ( LOPES et al., 2002) .

Diversos t rabalhos t ent am correlacionar a t oxicidade sobre

Artemia salina com atividades com o antifúngica, viruscida e

antim icrobiana ( MacRae, et al 1988) , parasiticida ( Sahpaz et al 1994) , ent re out ras. McLaughlin, et al ( 1995) e colaboradores t êm utilizado sistem aticam ent e est e bioensaio na avaliação prévia de ext rat os de plant as conhecidas com o antitum orais. As frações ou subst âncias ativas são post eriorm ent e t est adas em diferentes cult uras de células t um orais, obt endo- se um a boa correlação.

Pesquisadores utilizam sist em aticam ent e est e bioensaio na avaliação prévia de ext rat os de plant as conhecidas com o antit um orais ( Meyer et al., 1982; Mclaughlin et al., 199 3) , m ost rando- se boa correlação para subst âncias com CL50 < 103 m g.L- 1.

Imagem

Figura 5.1.  Cinética referent e ao rendim ent o de ext ração dos óleos em  função do  t em po, com  m assa de 30g e t em peratura de 100º C
Tabela 5.2. Com post os ident ificados na am ost ra do óleo essencial extraído da  Pimenta dioica Lindl
Figura 5.10. Fragm ent ação do chavicol.
Figura 5.12. Clivagem  bialílica
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