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Controle da febre amarela e de outras doenças transmitidas por mosquito

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Academic year: 2017

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CONTROLE DA FEBRE AMARELA E DE OUTRAS DOENCAS TRANSMITIDAS POR MOSQUITO*

PeloDr. ADHEMARPAOLIELLO

Sert@o Nacional de Febre Amareb, Bra&l

Programa Anti-aegypli, Reparti@o San2tátia Panamerkana Introducão.-Os modernos recursos para o contr61e das doencas trans- mitidas por mosquitos são : (a) inseticidas de a@o tóxica residual para a campanha contra os vetores; (b) imuniza$o artificial ; (c) quimio- terapicos. Abordamos em primeiro lugar o contrôle da febre amarela e, por extensão, o do dengue, malaria e filáriasis. De passagem, muitas vêzes, trataremos de mais de um deles.

Febre amarela.-Para o controle da febre amarela e dengue não há recursos quimioterápicos. 0 principal transmissor da febre amarela, também do dengue, é o Aëdes (Stegomyia) aegyp& A sua erradica@0 baseia-se nos seguintes fatos de sua biologia : (1) a evolupão da postura a adulto varia de acôrdo com a correlapão de certas condipóes, principal- mente de temperatura e humidade. Teófilo Torres (Manáus, Brasil) observou sua evolupão em 7 dias em condigóes ótimas de laboratorio. Em regra, entanto, a evolucáo demora mais de 7 dias e menos de 21 dias, em natureza; (2) o ovo de estegomia pode se manter viável, na ausência de Agua, por mais de 450 dias,l em natureza, e assim ser transportado. Isto se dá comumente nas zonas assoladas pela seca, cujas flagelados levam seus pertences e transportam os focos de aegypfi;‘B4 (3) os ovos comumente ficam abrigados nas porosidades das paredes dos depósitos e assim podem resistir mesmo a flambagem;’ (4) se bem que Bauer tenha conseguido manter o aegyptz’ com vida em laboratorio por 200 dias, em natweza, parece que não chega a viver um mês, pois extinto seu foco pupario, duas semanas após não mais são encontrados adultos.’ Reed conseguiu febre amarela pela picada de um mosquito de 57 dias; (5) se bem que Shannon e Davis (1930) tenham conseguido que o aegypli de uma embarcapão ao largo, para atingir a terra, voasse 1 km., em natureza, é excepcão o seu afastamento expontâneo por mais de 100 metros de seu foco pupário ou das casas habitadas.l A convencão Internacional das Repúblicas Americanas estabeleceu que os navios com infectados deverão ancorar pelo menos 200 metros de litoral habitado ;

(6) nos predios, os adultos têm urna grande preferência pelos dormitorios e pode-se admitir que, pelo menos urna vez, durante a sua vida, vai a um aposento dormitkio ; (7) o mosquito está apto para a fecunda@0 ao

*Com os artipos que aparecem na p8g. 998 a p&. 1056 inicia-se a publica@0 dos

trabalhos científicos apresentados na VI Conferência Panamericana de Diretores

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1006 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre deixar a exuvia e não há postura antes do repasto sanguíneo. Para cada postura há novo repasto. Um s6 mosquito pode pois infectar varias pessoas e produsir vários focos ; (8) se bem que Davis tenha provado que há urna diminuicão da quantidade de virus no mosquito, após cada picada, êle é, entretanto, infectante toda sua vida, depois do periodo de incubacão extrínseca, pois a diminuicão náo e táo grande a ponto de se esgotar 0 virus, antes que 0 mosquito morra; (9) os ovos resistem à refrigera@0 e congelapáo (Hindle, 1930) ; (10) as posturas são feitas em depósitos com agua ou húmidos, artificiais, fabricados pelo homem ou com as mesmas características, colocados dentro das casas ou em seus arredores, em geral, de metal, cerâmica, vidro, madeira, lauca e alvenaria.

Desde os magníficos trabalhos de Ribas, Gorgas e Oswaldo Cruz, nos primeiros anos do século, muitos aperfeicoamentos têm sido introduzidos na técnica de ataque ao aegypti. Os aperfeicoamentos+ 3@ 4 redundaram numa simplificacáo dos trabalhos e apreciável economia, possibilitando urna campanha Continental, tendo por base a racionalizagáo da técnica através urna vasta e contínua experiencia no campo.

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lW1 FEBRE AMARELA

1007

até conseguir a norma atual de trabalho, os países americanos poderáo desde logo adotar a norma atual sem a necessidade de experimentar medidas já afastadas pela prática. Os resultados ja obtidos no Brasil, Bolívia, Guiana Inglesa e Perú no combate ao aegypti e as normas atuais de tal luta, desde que o problema seja considerado e atacado como real- mente merece ser por todos os pafses do Continente, conduziráo a uma conclusáo menos pessimista do que a de Shannon+ “It is therefore ap- parent that stegomyia control will long continue as a public health problem in the Americas.” Os trabalhos de Soper, Froes, Antunes e colaboradores têm influido muito para que seja devidamente encarado o problema continental do aegypti. Cada vez cresce mais o perigo da entrada da febre amarela nos países infestados de aegypti, pois o numero de não imunes cresce com a ausencia da infeccáo.

Campanha anti-aegypk-A campanha anti-aegypti se iniciará pelas localidades servidas por estradas de ferro ou navegapão. Em cada urna será, inspecionado um predio sim, dois náo e tôdas as embarcacões. Náo sendo encontrado foco, a localidade é dada como negativa para aegypti. Encontrado o primeiro foco, todos os depósitos seráo tratados pelo DDT, mesmo os sem foco ou sem água, sendo entanto contados separadamente os que forem ou náo encontrados com foco. As localidades encontradas positivas para aegypti seráo reinspecionadas em todos os depósitos, e todos estes seráo dedetizados, até que possam ser consideradas negativas, depois de uma captura rotineira, de adultos, conforme adiante será ex- plicado. 0 guarda náo procurará chaves de casas fechadas ou deshabitadas, nem escadas para examinar depósitos de difícil acesso, como calhas e caixas dágua, salvo se náo tiver de se afastar muito do seu itinerário e náo acarretar muita perda de tempo. Recomendará sempre a limpeza dos quintais e porões das casas. 0 intervalo das inspecões náo excederá de 3 meses, podendo ser mais curto, dependendo da dis- ponibilidade de pessoal, material, transporte, facilidade ou náo de sua movimentacáo, inexistência de outras localidades a trabalhar e aproveita- mento de itinerários. 0 poder residual do DDT perdura por 3 meses, seguramente.

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1008 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre Caso contrario, novas pesquisas de focos seráo procedidas até que nem focos, nem adultos sejam encontrados. As pesquisas de foco oculto seráo feitas em todos os prédios, independente das informacóes da dona da casa, em todos os seus escaninhos, inclusive porões, caixas dágua, calhas, casas fechadas ou deshabitadas, mesmo que isto acarrete maior gasto de tempo e obrigue o guarda a procurar escada ou chave em casas vizinhas ou alhures. 0 guarda náo carrega escada como parte de seu equipamento, pois quasi sempre 6 possível conseguir uma escada ou caixões no próprio prédio ou vizinhos ou na sede de seu pôsto, se se trata de urna localidade grande. Nas localidades pequenas, raramente há necessidade de escada. As pesquisas de focos geradores seráo feitas, como regra, pelos próprios guardas do servico rotineiro, depois de coberta a localidade ou a sua zona de trabalho, pois muitas vêzes, mais de um prédio com aegypti seráo orienta@0 para urna única pesquisa desde que haja grande proximidade dos focos. 0 guarda chefe poder& rever algumas das pesquisas, controlá-las por captura ou mesmo complementar os trabalhos dos guardas, de pesquisas de focos ocultos.

Captura rotineira.-Quando náo forem mais encontrados focos, nem as capturas de controle de pesquisas de focos encontrarem aegypti, sera feita urna captura de adulto, nos dormitórios de um terco do número total de prédios da localidade. Caso náo sejam encontrados adultos, a localidade poderá passar para vigilancia.

Vigilhcia.-Regime de inspecáo do terco do total de prddios, pelo menos, e cuja intervalo de inspecáo ficará na dependência de disponibili- dade de pessoal, material, facilidade ou náo de sua movimentacáo, inexistencia de outras localidades a trabalhar, intercâmbio com outras infestadas e aproveitamento de itinerários, mas pelo menos de 3 em 3 anos. As que forem encontradas com aegypti seráo novamente trabal- hadas, de acôrdo com a rotina já descrita. Ponha-se em destaque: a passagem das localidades, em que não mais se encontra aegypti, náo deve ser feita apenas com critério de se ter um melhor aproveitamento .do pessoal, maior economia, mas também como um elemento para se aquila- tar que as localidades já se acham realmente sem aegypti.

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W4 FEBREAMABELA

1009

levando-se em conta o servigo de tôda a Amazônia (Postos de Belém, Manáus e 4 outros menores), sáo dedetizadas menos de 50 embarcacões por ano. É êste o maior servipo atual de dedetizacáo de embarcacões, contra o aegypti em todo o mundo. Sua eficiência ficou demonstrada,ï mesmo com o servico de dedetiza@o centralizado, apenas em Belém. Depois da aplicacáo do DDT, sbmente uma embarcacáo, parcialmente dedetizada, foi encontrada com aegypti, dois meses depois de tratada. Simplifkou-se, pois, a solucáo do problema de protecão das embarcacões e fica impedido o transporte do aegypti pela navegacáo. Se idêntica medida f6r tomada peIos demais pafses com portos infestados, mais suave tornar-se-á o contrôle de embarcacóes, pois que a dedetizacáo 6 feita sòmente de 4 em 4 meses. Como sáo raras as embarcacóes que náo voltam ao mesmo pdrto antes de 4 meses, o problema fica, pois, assim bastante simplificado, sendo a descentralizacáo adotada apenas por um excesso de seguranca e para atingir as embarcacóes de roteiros mais restritos em trechos ainda positivos cujas condigóes náo oferecam ainda absoluta garantia. Esta era urna das fases do probIema que mais dificuldades apresentavam (multas, tubulacóes para larvicidagem do lastro, selo de seguranca nos depósitos, etc.) No Brasil os responsaveis pelas embarcacóes se prontificam a pagar a dedetizacáo, mas náo há urna base legal para o recebimento da importância. No Equador’O os re- sponsáveis já estáo pagando a dedetizagáo de suas embarcacóes. Na embarcacáo será devida e adequadamente anotada a inspecáo, a de- detizacáo, se feita, e o número de focos ou adultos de aegypti encontrados.

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1010 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

metros. Tais providências seráo repetidas de 6 em 6 meses, pelo menos, até que fique afastada a mais remota possibilidade de reinfestacáo.

Legislacão.-Para facilitar a a@o do guarda haverá urna Iegislacáo que possibilite a sun entrada em todos os comodos de todos os prédios, em- barcagóes e outros locais, sempre que fôr julgado necessários e o uso do insecticida indicado pelo servico, de acôrdo com suas instrucóes;84 que obrigue os moradores e outras pessoas a manterem seus quintais e poróes limpos e devidamente abrigados, de maneira a náo coletarem água, os materiais de qualquer órdem mantidos em depósito ; que impeca o uso e fabricacáo de depósitos que difìcultem a erradica@0 de aegypti. A legislapão4 é, pois, grandemente simplificada com o uso do DDT.

Equipamento do guarda.-Um vidro ou outro depósito com cêrca de 300 gramas de urna solucáo, emulsáo ou suspensáo de DDT, de maneira que possa obter 5 a 10 partes de DDT por milháo de capacidade de cada depósito a tratar ; lanterna elétrica ; lápis ; uma pasta de papeláo que caiba no bolso, com formularios para registro de seu trabalho do dia; um espelho pequeno para examinar os depósitos com a luz do sol, quando possível; documento que o credencie para o trabalho. Para o servico nas embarcacóes B necessário também o equipamento para a dedetizacáo das paredes e um modêlo para ser afixado no interior da embarcapáo, de maneira que seja possível fazer o contrôle das inspepóes. (Ver modêlos) . Se bem que o guarda deva levar para o campo o material folgadamente suficiente, para o servico do dia, é muito prejudicial conduzí-lo em ex- cesso, porque além do desperdício, dificulta-lhe o trabalho.

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19481 FEBRE AMARELA 1011

nas embarcagóes (exceto as aberta.s ou pequenas), o número médio de inspe$íes baixa. Entretanto, em regra, um guarda usa DDT como larvicida em 100 prédios, no mesmo tempo que um dedetizador de parede faz sòmente 10 prédios.

Registro de trabalhos.-Os trabalhos de cada localidade seráo resumidos em um formulario próprio a ser enviado para o escritório, e as pesquisas de foco oculto o seráo em formulário igual, mas separado. 0 escrit6rio preencherá mensalmente um formulário com todas as IocaIi- dades cujas trabalhos tenham findado no mes, náo importando em que data tenha se iniciado. Será conveniente que o formulário dê também uma idéia do desenvolvimento do trabalbo no país ou Estado, desde seu infcio e desde o princípio do ano. Desde quando se tem em mira a er- radica@0 da espécie, deve-se evitar o trabalho rotineiro com cácuIos de índices, médias e percentagens de focos, salvo para determinados estudos. 0 pessoal de campo, todavia, náo deverá absolutamente ser ocupado em tais cálculos. (ver Modêlos) .

Toxidês do DDT.-Foi expôsto o sistema de combate ao aegypti baseado no uso do DDT como larvicida, sistemàticamente em todos os depósitos de água, inclusive nos de água potável. Releva notar que o aegypti tem uma especial preferência pelos depósitos domésticos, de água para uso pessoal. Poderá ser arguido que o uso do DDT em tais con- dicóes acarretaria casos de intoxica@o. Pela via oral, em soIu@o em 61eo de milho, 70 miligramos por quilo de pêso náo matou nenhum rato.8 Nesta base seria necessária a ingestáo de mais de 70 centigramos de DDT, por uma crianca de 10 quilos, para que houvesse algum perigo. Se se usar, pois, o DDT, na base de 10 p.p.m. como Iarvicida, em 10 litros dágua haveria apenas 10 centigramos de DDT. Seriara, pois, necessários mais de 70 litros dágua de urna só vez, para causar algum dano à crianca de 10 quilos. Acresce ainda que o DDT em emulsáo na água 6 muito menos tóxico para os animais de sangue quente do que dissolvido em óleo. “Cobáias com um pêso de cêrca de 400 gramas suportam urna dose única oral de 1 grama de DDT em emulsáo aquosa sem apresentar qualquer fenômeno tóxico visível ; isto corresponderá % dose de 175 gramas para o homem de 70 quilogramas de pêso. A absorpáo do DDT no intestino é mfnima e o veneno é eliminado pelas fezes”.g Quanto ao dano que poderia causar o uso prolongado de pequenas quantidades, pode-se dizer que, sendo o DDT táo eficiente, o seu uso realmente náo se prolonga por muito tempo ; que o fato mesmo de haver a acáo residual demonstra que grande parte da pequena dose úsada permanece no de- pósito e, além do mais o DDT s6 é colocado cada trimestre ou cada mês no depósito. Na proporcáo usada como larvicida. com os solventes

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1012 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

Toxidês para os servidores.-Os servidores que fazem a aplicapão I’ do DDT como larvicida ngo necessitam de protepão especial contra a intoxica@o, salvo evitar que o DDT entre em contacto com a pele e quando isto se der, lavar a parte atingida com sabão. Como rotina devergo lavar as mãos mais a miude. Em Belém, um guarda, com o fito de demonstrar que o DDT não é Uxico, para vencer a resistência de um morador, a seu arbitro, ingeriu cerca de 125 CC de urna emulsão em água de DDT a 1 para 300. Ingeriu, pois, de urna so vez 40 centigramos de DDT. Idade: 56 anos. Tinha uma dilatagão da aorta, palpitagoes e visão boa com úculos. Teve “sensa@o de ardência, pela manhã;, na mucosa bucal logo após a ingestão. h noite, moderada cefalagia. No dia seguinte aparecimento de vesículas do tipo herpes bucal. Cefal- algia intensa. Sinais e sintomas de conjuntivite. Edema subpalpebral. Extrema fadiga. No outro dia acentuacão de todos os sintomas e sinais observados anteriormente. No dia seguinte, declínio gradual dos sinais e sintomas, permanecendo ainda urna cefalalgia intermitente, porém com grandes períodos de bem estar. Sente que baixou sua acuidade visual.” A protecão dos dedetizadores de parede reside no di aperfeicoamento da técnica de trabalho ; no uso de um dispositivo simples

(urna chapinha) abaixo do hico do aspersor para evitar que se escorra o .“ líquido pelo tubo ; no rodízio sempre que possfvel do pessoal ; na trota ., e lavagem diária da roupa ; na lavagem com sabão das maos, bracos, pescopo e rosto de quatro em quatro horas, pelo menos ; no banho vespertino diário com sabao. 0 uso de máscaras, óculos e luvas e urna 1 complica$Xo ineficiente na prática e que tem que ser facultativo.

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lW1 FEBREAMARELA 1013 se, a priori, pensar também que mais prático seja a colocacão do DDT nos reservatórios e depósitos de estoque e distribuipão de agua para as populapões, tal como se faz a clora@o, de maneira a garantir 5 p.p.m. nos depósitos domésticos. Isto merece uma experiencia e não há razáo para o temor de intoxicacáo, desde quando já se admite que náo 6 tóxico o DDT usado na proporcáo necessária para a a@o larvicida e seu uso seria restrito apenas at6 a erradica@0 do aegypt2. 0 servico de rotina, conforme já ficou descrito, seria usado apenas para complemen- tar a medida básica, especialmente nas zonas náo servidas pela agua do reservatório e para contrôle. Caso dê resultado, a medida concorreria muito para baratear a campanha.

Cambournac e FonsecaI fizeram, com bons resultados, a aplica@0 do DDT, náo nos focos diretamente, para a profilaxia da malaria, em zonas de cultura de arroz, em Portugal, mas pela aplicacáo do DDT nos pontos mais elevados das vaIas, de maneira a permitir a distribuicáo do larvicida pela difusibilidade e tensão superficial. No Equador,lr Venezuela” e Perú l2 I a dedetizapáo total das paredes do interior das casas 6 usada quando há o problema da malária na localidade e entáo tal providencia basta para tornar negativa a presenta do aegypti, comu- mente com uma s6 dedetizacáo total da parede. Na Guiana Inglesa a dedetizacáo total dis paredes tem sido largamente usada para combater o aegypti, num servigo comum contra o darlingi e culex.ls~ *5p 86 Adedetiza- #io total das paredes, no combate ao aegypti, tem sua indica@0 formal no caso das embarcacóes fluviais, lacustres e outras infestadas ou infestáveis, por irem para ou virem de pontos infestados ou suspeitos7 e tamb6m nas instalacões e casas próximas dos portos infestados ou infestáveis. Poderá ser usada também para apressar a queda de urna infesta&0 residual resistente, pela dedetizacáo das casas com aegypti e das próximas, para maior eficiencia, do trabalho. Enquanto a inspecáo e trata- mento de todos os depósitos com DDT, de um prédio, fica em média em Cr $0.50 (U.S. $0.03), um, tratado pela dedetizacáo total das paredes fica em cêrca de Cr $20.00 (U.S. $1.00).

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1014 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

embarcapões, ja referidas. A priori, entretanto, parece que tal técnica seja mais cara do que a do uso do DDT como larvicida, desde quando o trabado 6 mais demorado, exige material mais complicado, mais diffcil adestramento de pessoal e a necessidade também do controle de seus resultados. No caso do uso do DDT como larvicida, a própria rotina do servico já faz também o controle dos resultados, pela pesquisa do foco.

Bombas aspersoras.-Dos vários tipos de bombas aspersoras, o fabri- cado por ‘Smith” (Utica, New York) 6 o mais econômico, leve, de fácil manejo, pois pode ser colocada diretamente em qualquer depósito com o inseticida, dispensando a trabalho de enchê-las repetidamente. A fabricada por L‘Cooper”18 6 semelhante à “Smith”, mas três vêzes mais cara. Ambas sáo supridas de um hico muito simples e prático que proporciona um jato em cone oco, muito mais eficiente do que o jato em leque. Em Sao Paulo e no Rio sáo fabricadas as bombas ‘<Arbo” e “Maravilha” semelhantes as acima referidas. A prática tem demon- strado que o uso do manometro á desnecessário nas bombas manuais, pois, mais importância tem o adestramento do guarda para fazer a aspersáo de maneira regular, evitando que o liquido escorra na parede. Outras bombas sáo usadas e, quando o servigo anti-aegypti 6 feito na dependência ou em colaboracão com o de malaria ou de outra doenpa transmissível, o material dêsses servipos pode ser utilizado, pois sua aplica@0 é muito menos extensa na luta contra 0 aegypti.

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f9.481 FEBRE AMARELA 1015 e emulsivos, vide a publica@0 No. E-742, do Departamento de Agricul- tura dos Estados Unidos.)

Outros inseticidas.-Deixamos de entrar em detalhes de discussão sôbre outros inseticidas, porque aão oferecem em conjunto, as vantagens do DDT ou porque a sua aquisipão não seja táo fácil como a dêsse.

Resumo do combate ao aegyp¿i.-Em última análise deve ser o se- guinte o desenvolvimento da campanha antiestegamica: (1) descoberta das localidades com estegomia, pela inspe@,o preliminar; (2) trabalho nas localidades positivas até que não sejam encontrados mais focos nem adultos de estegomia; (3) vigilância das localidades cujas trabalhos ten- ham sido suspensos em conseqiiência da presunp%o de que estejam isentas de estegomia; (4) reinstala@0 dos servicos rotineiros nas localidades encontradas com estegomia pela vigilância, para serem trabalhadas até que não sejam mais encontrados focos nem adultos de estegomia. a escusado par em destaque a necessidade de m pessoal devidamente treinado e atualisado. 0 treinamento de um técnico sanitário s6 termina quando êle deixa o respectivo servico de saúde pública.

MODELOS

Para justificar a simplicidade do registro de trabalhos, transcrevemos :

“Al1 persons concerned with public heslth administration must have become disturbed about the increasing volume and complexity of reports and records that characterize our routine operations. Paper work in public health has long since paased the stage of being a source of irritation; it now constitutes a significant drain on the time of professional and technical personnel and thus has become an appreciable item in health department budgets.‘J3T

“ Detailed records and maps pay for themselves many times over if they are studied and if they are used to orient an ever-shifting strategy of campaign against AMes aegyptLJJ4

Em 1940, o Servipo Nacional de Febre Amarela do Brasil, usava 40 modêlos para o trabalho anti-aegyptL4 Atuahnente com os aperfeicoa- mentos e com o DDT, a campanha anti-aegyptz’ pode ser feita com 4 modêlos. Para melhor compreensão da utilidade e maneira de preenchi- mento, referiremos os equivalente constantes do “The Organization of permanent nation-wide anti-Aëdes aegyptz’ measures in Brazil. J’4

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1016

Localidade

OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

SERVICO ANTI-AEGYPTI-INSPEcõES DI&IAS

Zona Data

-i-/- -I-i-I--l-i-I-l-l-i-i-i-l-l-

d-(_1-‘_1_(_‘-

;-2bm2 motonave G-Gaiola

R-Rebocado? A-Alvarenga OT-Outras.

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-1~1-,-(~1-,-,-,-,-1----

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. . . _. . . .Cys c” rozos tôdss %pticies . . . ‘< I< ~~!zY Pb

. . . <I ninfa . . . . . . . “ “ mosquito ,... “ aegypti

(13)

19481 FEBRE AMARELA 1017 %-Resumo do trabalho de campo.-Equivalente aos FA-4, FA-4 Reverse, FA-4 Suplementary, FA4 Suplementary Reverse, FA-4R, FA-14, FA-14 Reverse, FA-15, FA-15R, FA-15 Reverse, FA-44, FA47, FA-58, FA-58 Reverse, FA-140. Está adaptado também para as inspe- @es portuitrias. Para cada localidade é feito um “Resumo do trabalho de campo” e, separadamente, um para as pesquisas do foco oculto ou captura. Quando as cidades são muito grandes, um “Resumo” é feito para cada distrito, isto B, um conjunto de várias Zonas, em geral, seis. Para o servigo das embarcacões é feito também um “Resumo” & parte. Os “Resumos” sáo feitos pelos guardas ou guardas chefes e enviados para o escritorio do servico anti-aegypti. Na primeira coluna será referido pelo guarda o número da zona trabalhada. Se f&- servico de embarca- @es, referi& em cada linha abaixo o tipo das embarcacóes, conforme a discriminapão do vértice inferior esquerdo do modêIo Inspecões c&drias. Se f6r guarda chefe ou guarda chefe geral referirá em cada linha a zona fiscahsada ou das localidades, se forem diversas.

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SERVIGO ANTI-AEGYPTI

Resumo do Trabalho de Campo DEPÓSITOS

- z <

_- -

Com Focos ~sp. p/Fiscalis. . . . . * . .

Localidade .,... Municipio . . . Estado ,...,.... Ciclo ~..,... Data do tér-

mino da Inspe&o - - - I .- --

aegypti om Focos

Espkie - -

72 2 - - -_ - tiI %

-

__

-

-

-

a

-

--

b .- -- I .- -- - Caixas D’ågua. ...

Tanques. ... Depósitos de barro. ... Barrfs, toneis e Tinas. .. Depósitos artificias

especiais ... Calhas. ... Arvores e plantas. ... Cacimbas, pocos e cis-

ternas ... Porões, Grinaldas e

lastros ... Baleeiras. ... Trincanizes e pisos de

camarotes ... Guinchos. ... Outros depósitos. ...

Totais . . . . . . . . .

CAJAS ou EMBAFXA@ES

Adultos 1 Fiscalisagks (casas)

I I

Cm Guarda Com Focos 1 Adult. I I

_- __ __ _. _. - Revisáo Localidades

cm zonas 0” Tipos de

embarcac% p g 1 Com Focos 1 Adult.

3 â .a G :ki --- --- --- --- --- --- _____ aeg. T. - T. aeg

T. N. --- --- --- ---_- --- --- 2

.a T. aeg. % - T. N. T. aeg -__-_- --- --- --- --- --- .f .e z - - - - - - - 8 PI - _ _. _. -. _. -. - --- --- --- Totais - - -

I -

Observapões e enderepos dos focos e adultos de aegypti, depois da 2a. inspec- ~$0, no verso.

T. = Total N. = Ninfa aeg. = aegypti

(15)

Estado : Mês : Ano :

SERVIGO ANTI-AEGYPTI-RELATOR10 MENSAL

:aptura

ChSRS

- C

-

l

-

L _-

-

< --

-

- B

1 Fiscalizado

Guardas visitadores

-

casas

COUI

FOCOS aeg. -

l /

4 I i -

Localidades

d : 3 - ? f 3

7 . _-

-

T -

r 1 -

I t - l

-- , - -

VIGILANCIA RUXJJXO GERAL

s

(Localidades negativa.

ha mais de seis meses) No Localdades inspecionadas

Desde o inkio do semico inclu-

sive as deste m&. N este ano inclusive as dbste mês.

Total c/aeg. Total c/aeg. No inspecinadas

no ano, indu-

sive as com aeg. ddste mês

T = Total aeg. = aegypti

. . .

(16)

1020 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembm

foi encontrada infestada. No “Resumo Geral” cada localidade s6 ser& contada urna vez. Depois de confecionado o “Relatório Mensal,” os “Resumos” serão arquivados em órdem alfabética pelo nome da localidade e cronológica, por Estado ou Território ou equivalente, para constituirem o fichário de localidades trabalhadas, com os resultados das inspecões.

&-Certificado de Protecáo anti-aeg@fi.-Equivalente ao FA-52, no caso das embarcacões, ao FA-118 e ao FA-l 19. Desde que a embarca- $50 esteja livre de aegypti e dedetisada, quando fôr o caso, será fornecido o “Certifkado” para que ela possa obter o passe para deixar o porto.

El

MINISTÉRIO DE HIGIENE

Armas

da DEPARTAMENTO NACIONAL DE SAÚDE

RepGblica SERVICO ANTI-AEGYPTI

Certificado de Protecão Anti-Aeggpti

Vcflido sb por sete dias neste pôrto

Embarca@0 (nome). . . Tipo.. . . . , .

Nacionalidade.. . . . Responsável.. . . . Fócos., . . . , Dedetisago (data). . .

Este certificado s6 6 fornecido quando a embarca@0 satisfaz todas aa exighcias regulamentares e faz parte dos documentos de bordo.

Sem este certificado, a critério do Servico, a embarca@0 6.0 poded trafegar. Data.. . . . de . . . de 19..

(Localidade)

. . .

Guarda do Servico Observacaes:

Mosquitos silvestres.-Não ha na atualidade, em uso, um sistema pr& tico de controle dos mosquitos silvestres, transmissores da febre amarela. Provàvelmente as tentativas que estão sendo feitaszO* 21 para contrôle de anofelinos, especialmente kerteszia70 e outros mosquitos por meio de nuvens de inseticidas com auxílio de aviões e helicopteros, darão algum resultado para determinadas indicapões no caso dos mosquitos silvestres, transmissores da febre amarela.

(17)

W481 FEBRE AMARELA 1021 febre amarela transmitida pelo aegypti apareca em qualquer localidade : a erradicacao do transmissor. Ninguem ainda garantiu, entretanto, a possibilidade da febre amarela silvestre e, muito menos, dos mosquitos silvestres serem erradicados das Américas. A erradicapão do aegyptz’ constitue medida protetora definitiva para urna coletividade, ao passo que a imunizacão artificial difkilmente poderia atingir urna percentagem eficiente de receptíveis que váo, vivem ou trabalham nas selvas. Por outro lado a imunizacáo artificial é uma providência muito dependente de cada indivíduo e para ser efetivada na populacáo atual e futura (nas- cimentos e imigrantes). Náo 6 pois urna providência definitiva, como a erradica@0 do aegypti. Nas condicões atuais é impossfvel impedir-se que uma pessaa infectante ou mosquito infetado possa atingir qualquer ponto do globo, muito menos das Américas. Pesa, pois, sobre as locali- dades infestadas de aegyptz’ a ameaca da irrupcáo de uma epidemia,4 tantòmais temível quanto mais tempo esteja a localidade sem febre amarela, pois, entáo maior será o número de receptíveis. Nao se pode confiar na possibiljdade de um diagnóstico do primeiro caso, pois quando confirmada a in.fecFáo, já a cidade estará tomada pela epidemia. Foi justamente o que aconteceu no Rio em 1928, apesar de entáo haver alí, talvés, o grupo maior e mais abalisado de médicos, em todo mundo, capaz de diagnosticar a febre amarela. Quando foi confirmado o pri- meiro caso, já a linda capital era presa da febre amarela. 0 Govêrno que negara, algum tempo antes, poucas centenas de milhares de cruzeiros para a execugáo de urna campanha anti-aegypt2, para evitar que a febre amarela invadisse a cidade, teve de fornecer urna centena de milhões de cruzeiros para debelar a epidemia, sem poder, todavia, oferecer qual- quer compensacáo pelas vidas perdidas, pelo prejuizo do comercio e pela vergonha que o fato representou para os foros sanitários do país no conceito das na@es civilizadas.

Imuniza~ão artificial.-No momento há dois tipos de vacina em uso: (a) virus cultivado 17D ; (b) virus neurotrópico da amostra francesa, usado com e como a vacina anti-varíolica.

(18)

1022 OFICINA SANITARIA PANAMERICAYA [Noviembre

reimunizacões. 0 Brasil náo exige a imunizacão para as pessoas que entram ou se movimentam no país, salvo as levas de imigrantes, tropas, pessoal do ServiGo Nacional de Febre Amarela e tripulantes de aviões e navios da amazonia. Náo houve casos entre os imunizados. Entret- anto, náo tem evitado o aparecimento de surtos epidêmicos, nem os casos endêmicos.

É

difícil prever-se com seguranca, com antecedencia, onde a îebre amarels silvestre poder& aparecer para uma providência antecipada. Quando aparece, já pràticamente urna. grande área foi invadida, servindo entáo a vacina apenas para limitar o numero de casos. Neste ano houve um caso e no passado houve dois casos, um em 1946 ; e no fim de 1944 e principio de 1945, um surto epidêmico, com 102 casos. no Brasil. Na Colombia ha casos todos os anos ; houve 68 casos em 1947 e nos primeiros meses dêste ano, 50. Na Venezuela, há casos todos os anos. No Perú e Bolívia a situacão B semelhante. No Equador náo hà servico de colheita de material para diagnóstico (Viscerotomia). Con- forme tem sido possfvel, pois, utilisar-se do Virus 17D, não tem êle conseguido controlar a febre amarela silvestre.

Casos de Pebre Amarela Silvestre nos Estados do Pard Casos de Pebre Amarela Silvestre nos Estados do Pard

Amazonas e Territúrios Limítrofes pelo Viscerotomia Amazonas e Territúrios Limítrofes pelo Viscerotomia

1952 a 1947 1952 a 1947

Estados e Territhio

Estados e Territhio 193211933 1934’1935~193ú 193711938 1939~l940!1941~l942 1943’1944 1945 1946 1947 193211933 1934’1935~193ú 193711938 1939~1940!194h942 1943’1944 1945 1946 1947 --- ---_-___

--- ---_-___

Par&. . . . . . .

Par&. . . . . . . 0022011131 0022011131 52 52 2 2 ll 2 2 ll 1 1

Amazonas.. . .

Amazonas.. . . 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 12 12 10 10 40 40 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 Acre.. . . . . . . . . . .

Acre.. . . . . . . . . . . . . 0 0 o 0 0 0 0 o 0 0 00 00 0 0 0 0 4401100 4401100 ----_---_-_-_--__

----_---_-_-_--__ Total. . . . .

Total. . . . . . . 0 1 3 2 1 12 3 4 1 16 6 4 3 2 1 1 0 1 3 2 1 12 3 4 1 16 6 4 3 2 1 1

Os casos aquí considerados ocorreram antes, durante e depois do início da vacinacáo (sbro. 1938). Pelo quadro se verifica que, pelo menos, náo diminuiu o numero de casos, após a vacinacão. Náo se deve im- pressionar muito com o numero pequeno de casos nos últimos anos, pois também nao houve casos, diagnosticados em 32 e sòmente um em 33 e 36. Se fôr computado separadamente o mesmo número de anos antes da vacinacáo e depois da vacinayão, poder-se-á até verificar que houve aumento do número de casos depois da vacinacáo iniciada.

(19)

Territ. do Acre . . $Vgz onas.

. ... Maranháo ...

Piauí ... Cea&. . . . R. G. do Norte.. Paraíba. , . . . . Pernambuco.. Alag&as. . . . . . Babia... Esp. Santo.. . . . , Rio de Janeiro.. . Dist . Federal. . . . Minas Gerais . . . . Gola. . . . Mato Grosso.. . São Paulo.. . . . . Para&. . . . . . .

Santa Catarina. R. G. do Sul.. . -Total. . . .

1 _-

..- .l

-

SERVICO NACIONAL DE FEBRE AMARELA DO BRASIL

CASOS POSITIVOS DE FEBRE AMARELA (Diagnóstico Histopatológico) 1931 _ 1 _- c : _- 6 .- - 125

1932 I 1933 I 1934 1935 1936 1937 1938 ----

UI s UI s UI s UI s

---

IIIII

TSUSUS

--- ---,-,-,-,-,-,--I-I-

2000000 OO oó 00 0

7010000 00 00 00 0

!lOSOOOO OO OO OO 0

0000000 00 00 00 0

4000010 10 10 00 0

ooóóóoo OO

0 0 0 0 0 019 32 1 0 0 0 0 0 0 0 49 0 0000020121

0000000150

0 57 0 165 0 0

0 :

0 0

0 27 0 0

- 1939

1939 1940 1941 1940 1941 --- --- ususus L~L!qL”I” -_--_- 0

0 00 00 004 004 0

0 10 10 004 004 0

0 30 30 10E 10E 0

0 00 00 ooc ooc 0

0 00 00 ooc ooc 0

0 00 00 ooc ooc 0

0 00 00 OO( OO( 0

0 00 00 OO( OO( 0

0 00 00 OO( OO(

0 00 OO(

0 00 OO(

0 10 10:

0 10 10:

0 109

0 109 0162 0 C 0162 0 C

0 30 4oc

0 00 ooc

0130 2OC

0 00 ooc

0 00 ooc

0 00 ooc

0 OO 000

0 OO 000

---

---

0 130 0172 0 19 0 130 0172 0 19 --_

--_

130 172 19 130 172 19

1942 1943 1944 l l l

1945

----

usususu s

-_-_--- _

3400010 1

0002000 c

0202020 1

0000000 c

0000000 c

0000000 c

0000000 c

0000000 c

0000000 c

0000000 c

0102000 0

0000000 c

0000000 c

0000000

a

0 0 0 0 0 0 0 26 0 0 0 0 0 9 0 77

0000030 0

0000000 0

0000000 0

0000000 0

0000000 0

---

3 7 0 6 0 15 0105 ----

10 6 15 105

12 casos importados, um de Sáo Paulo (Bananal) e o outro do Estado do Rio (Aparecida). a Suspeito, provàvelmente positivo.

U = urbano S = silvestre

-

.-

2

-

Total u s Geral --__

i :å :7

37 39

0 2 2

93 0 i3

22 64 86

27 334 36: 0 135 135 A 20; 270: 1

331

0 1

---

49 1,224 1,473 --

(20)

1024 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviemlm

compensa@o para as despesas com a sua aplicacão. Dá uma percenta- gem de imunizados maior do que a do 17D, pode ser fàcilmente aplicado, náo exigindo aparelhagem complicada e cara. Está fadado, pois, a substituir o 17D, caso não aprareca um processo ainda mais seguro de imuniza@o artificial contra a febre amarela, apesar de provocar mais reapão do que o 17D. Releva, todavia, por em destaque que a vacina anti-varíolica existe hB muitos anos e é de f&cil aplicacao, eficientíssima e obrigatória em muitos paises. Mesmo assim houve varíola ate em Nova Iorque recentemente e existe na maioria dos países.

É,

pois; um grande perigo pensar-se que a imunizacão artificial modificara algo do que disse Soper: “Já é tempo de se considerar a ocorrência de casos de febre amarela transmitida pelo Aëdes aegypli como um crime, conse- qüente à incapacidade administrativa e comprometedor da responsabi- lidade das autoridades sanitárias”.26 A vacina contra o dengue está no domfnio experimental. A campanha anti-aegypt2, extingue também o dengue. Os trabalhos recentes26~27+28~41 demonstram que a imuniza- $0 anti-amarílica perdura por mais de 4 anos. Corroborando o labora- torio, a prática demonstra que pessoas imunizadas artificialmente o estão para sempre.

É

, pois, desnecessária e revacina@o a seria de muits vantagem que as convencões internacionais deixassem de exigir as revacinapões. Sobrecarregam desnecessàriamente os gastos, criam dificuldades aos viajantes e impecilhos aos turistas. “The answer to t.he yellow fever menace in cities and ports is the erradication of Aëdes aegypli.“2g

Viscerotomia.-Com o advento da imunizacão artificial quanto à febre amarela, a viscerotomia passou a ter maior importancia pois “En la actualidad sirve tambien para orientar en forma conveniente las campanas de vacunaci6n,“38 pela localizapgo da febre amarela, embora dificilmente possa descobrir todos os casos, mas “The discovery of human clinical cases is difficult without a widespread viscerotomy service. The recent finding of a positive case in the Ituni area (Sept. 1945) suggests that cases would be found more frequently if such service existed and it might afford an intelligent basis for the vaccination of persons inhabiting infected regions” (Guiana Inglesa).3g A viscerotomia na Colombia, de

(21)

19481 FEBRE AMARELA 1025 E?î;idemZa XZZves¿re Ocortida em 19&-19.46 em Minas e Goids (Brasil)

Grupos Etirios No. de Casos

l- 4 2

r 5-9 1

10-14 4

l-- 15-19 6 -7

20-24 19

25-29 15

30-34 12 74 85

35-39 5

L-40-44 17 -J

45-49 7 J

50-54 4

55-59 3

60 e + 10

Total.. . . . 105

Os dados acima demonstram que dos 105 casos, 85 ou cerca de 81% ocorreram em individuos de 10 a 50 anos. Como a finalidade da Viscero- tomia B descobrir focos silenciosos de febre amarelat9 basta pois a pun- 950 dos individuos de 10 a 50 anos. Se não se estivesse puncionando nos grupos etáticos de velhos e crincas, ter-se-iam obtido 81% dos casos de febre amareIa e as providências para controle da epidemia teriam sido as mesmas.

Dos 135 casos de febre amarela (por estegomia uns, silvestre, outros) ocorridos no su1 do Brasil, de 1935 a 1940, houve apenas um caso em indivfduo de menos de 10 anos (8 anos). Com mais de 60 anos houve 7 casos. Na epidemia estegômica do Rio, em 1928, dos 125 casos obser- vados por Sinval Lins, 61 houve 5 em criancas de menos de 10 anos, isto 6, 4yo apenas do total de casos, apesar de ser febre amarela urbana.

óbitos, Casos Indicados e Casos PunczTonados

Setor Belo Horizonte-Janeiro e Fevereiro de 1946-E. Minas, Brasil

I

Óbitos

Individuos de menos de 10 anos ... Individuos de mais de 10 anos ...

2,182 1,764

Total... l 3,946 370 I 309

CaSO casos

Indicados Puncionados

186 I

150

184 159

(22)

1026 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

quadro mostra também que cêrca de 50% dos casos indicados pelas recomendacões e os puncionados ocorrem em criangas, embora seja pequena a percentagem de óbitos pela febre amarela, em crianqas. Entre os 1,998 casos urbanos40 das antigas epidemias na Argentina, in- ternados no Lazareto do Hospital San Roque, ocorreram 1,479 ‘<entre los 21 a 50 años que agrupa al 74yo de los enfermos.“40 Verificamos que dos 1,285 óbitos dos casos acima, 1,155 ou 90% ocorreram no grupo de 10 a 50 anos.

Casos de Febre Amarela por aegypti e Silvestres, BrasiE: 1938-1947

1938 1939 1946 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1948

Total . . . . . .

-

- -

-- -. -

Sexos

M F

217 45 262

122 10 132

155 25 139

12 7 19

9 1 10

6 0 6

13 2 15

86 26 112

1 0 1

2 0 2

623 116

-- _ -

739

84.3% 15.7ye

Y-

TOtd

Epidemia urbana de 1W&1929, no Rio de Janeiro:

Homens... 561casos, 338óbitos Mulheres.. . . . . . . . . 177 casos, 98 6bitos3

No Rio, “80% dos casos, em 1928, ocorreram em pessoas do sexo masculino.“66 Pelo estudo do quadro abaixo sobre a febre amarela silvestre,26 pode-se concluir que 79% dos casos se acham entre os homens. Distribui@o dos casos de febre amarela, suspeitos e confirmados em 1932,

no vale do Canaan, por sexo e idade, quando esta poude ser estabelecida Grupos Etáticos HOUlC%Y

9-4 3

5-9 2

19-14 6

15-19 10

29 e mais 35

Total . . . 56

Mulher

1

8 6

15

Total

3 3 6 18 41

(23)

~9-44 FEBRE AMARELA 1027 0 quadro seguinte25 mostra que a percentagem de imunes, numa popu- lacao atingida pela febre amarela silvestre é quatro vêzes maior entre os homens do que entre as mulheres e que é de 52.5% sòmente entre os individuos masculinos de 10 a 39 anos.

Llistribui~ão por sexo e idade, da imunidade para a febre amarela no vale do Canaan, de acôrdo com os resultados das provas de protecão

em camondongos (19%?)

Grupos etáticos

MascuIiio TOtd

“n,“‘-

Posi-

tivo 70 Pos. $$- % Pos.

-- --

l-4a. 10 0 0

5- 9 a. 65 2 3.1 2 4 3.2

W-14 a. 47 3 6.4 1 4 4.3

15-19 a. 43 5 ll.6 2 7 6.5

20-29 a. 92 15 16.3 5 20 12.3

30-39 a. 62 19 30.6 2 21 20.8

40 e mais 43 22 51.3 2 24 38.8

__-- --

362 66 18.2 14 80 12.0

7 60 46 64 71 39 19

0 3.3 2.2 3.1 7.0 5.1 10.5

17 125 93 107 163 101 62

Total . . . , . 306 4.6 668

(24)

1028 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

probabilidade de descobrir e localizar a febre amarela, de urna maneira mais econômica, eficiente e provocando menor resistência por parte da populacão. Isto permitirá : (a) urna queda de cerca de 70yo no número de amostras e maior compensacao monetária por amostra ; (b) economia de material, de embalagem, conservacao e de seu transporte; (c) maior

SERVICO NACIONAL DE FEBRE AMARELA

(BRASIL) CIRCUNSCRlCkO NORTE

Aegypli: Condicões atuais

(25)

W81 FEBRE AMARELA 1029 a infec@o. Melhor 6 também ter-se um número razoável de postos eficientes e em localidades epidemiològicamente selecionadas, do que um grande número de postos mesmo produtivos, com um grande número de amostras, mas sem a necessária indica@0 epidemiolbgica e com acrés- timo de despesa.

SERVICO NACIONAL DE FEBRE AMARELA (BRASIL)

Circunscri@o Norte : Area : 3,800,OOO km2 Pob. : 1,480,OOO

(Estados do Par& e Amazonas: Territórios do Acre, Amapá, Guaporé e Rio Branco)

Aegypti: Condicões atuais Localidades : Inspepão preliminar

I Localidades inspeciomdas Estados

---

Pad . . . 7,717 7,660 57

Território do AmapS.. 72 70 2

Amazonas... 2,961 2,932 29

Territhio do Acre. . . . 414 407 7

Territ. do Guaporé . . . 172 159 13

Territ. do Rio Branco. 31 30 1

---

Totais.. . . . 11,367 11,258 109

1948 até 268-48

162 71 4 31 35 0 303 -. - 162 71 4 30 35 0 - 302 -

:i a _ _ -- -

-

-1

-l- En- contr. com WYPt 0 0 0 1* 0 0 1 Tota%

19294948 até 26-a

Encontr. Eacontr. sem mm aegypti aegypti

--

7,822 57

141 2

2,936 29

437 7

194 13

30 1

--

11,560 109 + Reinfesta@o: Junho, 1948. Já contada na coluna 1929-1947.

Colaboracãlo interamericana.-0 plano para a Colômbia, muito econômico, prevê o aproveitamento da lotacao já existente no ServiGo de Saúde e colabora@0 do Servigo de Malária. Está para ser iniciada a execucão de mn programa de erradica@o do aegypti dos afluentes colom- bianos e peruanos do Amazonas, de Benjamin Constant (fronteira ocidental norte do Brasil) até Iquitos, exclusive, como colaboracão do S.N.F.A. do Brasil, aos dois países amigos. Nos países americanos que não figuram na pág. 1030 parece que não há qualquer trabalho anti-

(26)

1030

OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

DADOS ANUAIS SOBRE ALGUNS PAfSES AMERICANOS

P& Bolivia... Guiana Inglesa Peti.... VelleZUelll Ecuador. Paraguai.. Urugud Argentina

2. Canal Panama. Guinna

Holandez

Chile.. . E.E.U.U... Mexico... Trinidad. Col&nbia,. Guiana Francesa PI -- 4 . . . . . . la..

. . 1

. . .

I.

! I -2 ‘E

Dpula&%o 2 aprox. oi 3 % --

8,000,000 2,596

3,500,000 12

380,000 207 8,000,000 32

4,3oo,oOu 61

4,000,000 5(

1,200,000 2,600,000 16,000,000 62,000 200,000 6,600,000 40,000,000 23,000,000 670,000 10,000,000 24,000 ata1 Loc balhada 1

j9 (42)

78,000 :8, 86, 3, 43) 12e44)

118,000 (11)

64,80( 10 e 17

35,30( (45)

(46) (13) 26,OO / (36) (47) (15) (Ano 1945) (81) (Ano 104.5) (81) (48)

(41, 51 13,e 3E

(49, 1: -- A E F ‘1 1 ) ( r ( 1 -_

sea circunscrita de e@rea de 5% do total de c&rca de 10% da popul. ainda o/aegypti. Jão meis encontrado

aegypti.

‘&icamente livre do aegypti.

?em assist@noia da Fund. Rockefeller e do Inter-Ameritan Affairs.

lesde abril 48 sssi&&n- oia temica: 1 mbdico, 6 inep. SNFA (Brasil) sob. os ausp. Of. San. Pan.

1 plano prevê 66 .9eìv. assist. técn. de um 8erv. (SNFA-Brasil) sob. ausp. Of. Sen. Pan.

rem assist&oin TQcnica (SNFA-Brasil), sob. os ausp. ds Of. San. Pan.

&ullento para 0 20 semestre de 1848. U.S. $18,000.

Est&emorganiza~oum

Serviqo para a erradi- ca+% do aegypti.

Ka servico anti-aegypti.

ServiGo iniciado em 1948.

Servitas prec&rios no Sul, conforme pesso- almente observamos. Serviqx em algunas cidades s/o critério de erradice@o conforme observacão pessoal. Serviîo precario em

Pôrt of Spain, s/cri- terio de erradica& conforme observacáo pessoal.

Servicos prec&rios c/po- licia sanit. salvo Letí- cis trab. pelo SNFA- Brasil já. sem aegypti.

(27)

1Wl PEBRE AMARELA 1031 tomia, vacina@o, e cooperaqão internacional, há cêrca de 2,500 servi- dores, dos quais perto de 800 são ocupados em servigo anticulidiano total no Rio de Janeiro, algumas outras capitais e grandes eidades, tôdas sem aegyptz’ há vários anos.13 No Estado de Sã;o Paulo, o Governo Estadual fazia a profilaxia da febre amarela, até maio de 1938, gastando 300,000

DISTRIBUt$iO APROXIMADA ATUAL DO AEGYPTI

NA AMERICA DO SUL

(28)

1032

OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

intenso e produtivo serviqo de viscerotomia e vacina@o?3# 33 Como quasi tudo isto fara feito antes do DDT,53 poder-se-8 faaer urna idéia de quanto menos custoso e demorado será o desenvolvimento de urna campanha de erradicacão atualmente.54 Em Port of Spain, Trinidad,4* Estados Unidoss e México,83 e 84 há servigos contra o aegypti, sem o criterio de erradicacao há varios anos. No MBxico e Trinidad pelo menos, as cidades com trabalho, jamais deixaram de ter aegypti. Assim as despesas foram e serão sempre repetidas nos mesmos lugares, sem um resultado definitivo, portanto, de maneira pouco eficiente e economica, salvo se far modificada a orienta@0 para um programa de erradicacão. Tambem a campanha anti-aegypti, sempre que na localidade haja malária ou filaria, poderá se valer de colaboracáo do servico respectivo, quanto 8, dedetisagáo total das paredes das casas, com apreciável economia, tal como já está sendo feito na Guiana Inglesa,rg Venezuela,1* Equador,” e Perú,12 especialmente no caso dos andrófilos domiciliários darlingi, elatus, superpictus, labranchioe, etc., e mesmo para outros menos domi- ciliarios como o quadrimaculatus, o aquasalis, o pseudopunctipenis. A dedetisagáo total das paredes acarreta tantos outros benefícios que já as populag6es por eles atingidas expontâneamente oferecem pagamento para obtê-los ou de bom grado o fazem quando solicitadas.34s 351 36 017

0 programa de erradica@0 do aegypti, nas condicões atuais, pode ser feito em comum, parcialmente, com o de malária ou filária, mas as experiencias demonstram que jamais deu OU dará resultado quando

(29)

19@1 FEBRE AMARELA 1033 outra razão. Náo estáo livres, entretanto de receber pessoas, ou mos- quitos ou outros animais silvestres infectantes e nem de ver desenvoler-se uma epidemia local,4 tanto mais perigosa quanto o número de receptí- veis, 6 pràticamente o total de sua populacáo. Urna campanha con- tinental contra 0 aegypti, no momento, náo é pois, ùnicamente uma re- tribuicáo aos países que já vêm trabalhando, há decenios, com grande dispendio de numerário, para a protecáo de todo o mundo. Nenhum pais, com aegypti estará garantido com medidas rotineiras para evitar a entrada de infectantes (homem, mosquito, ou outro animal silvestre). Tais medidas são de relativa e precária eficiência e, no geral, s6 servem para dificultar o trânsito de passageiros, prejudicar o comércio, dificultar o turismo, acarretar antipatia para os servicos de saúde, complicacões diplomáticas e contrariedades entre os povos, salvo em situacões es- pecialíssimas, como exemplo, o cólera no Egito em 1947. “Today even those who mere at first most skeptical of the existence and importance of jungle yellom fever are forced to rccognize the permanent threat of invasion from this source hanging over ton-ns and cities which permit high densities of aegyptz breeding to persist in these days of rapid trans- portation linking all parts of the Americas.” Os países que desenvol- vem urna campanha anti-aegypti não precisaráo dizer “Que constituimos um peligro permanente para los países que desarrollan lucha anti- aegypti, porque el Aëdes aegypti puede passar del nuestro a ellos” e ficaráo também livres da ameaca da febre amarela.

(30)

1034 OFICIKA SANITARIA PANAh’IERICANA [Nova’embre MALARIA

Introducão.-0 contrôle da malária, de acordo com os recursos moder- nos, se baseia no combate ao transmissold B 53 especialmente pela aplica- cáo, em última análise, do DDT, de maneira gera1.36* 61* 16* lg. 20, 21, 62* 84* *61 87* 88e8g Em segundo plano vem a hidrografia sanitaria, que, em alguns casos, resolve de maneira espetacular certos problemas restritos. A telagem apresenta vantagens muito preteridas pelo DDT. A quimio- terapia deve ser considerada como fator complementar. Medida, prbpriamente de saúde pública, tem sua aplicacáo mais formal, nas tropas,62 durante e após a acáo em zonas malarígenas e nas levas de . imigrantes para áreas nas mesmas condicões. Isto se deu durante as batalhas do Pacífico, da Itália e da borracha, Brasil, na última guerra mundial. Os repelentes e mosquiteiros, sob o ponto de vista pròpria- mente sanitário, têm relativa aplicacáo, salvo quanto aos mosquiteiros para tropas, em zona malarígena, como meio secundário.G2 Mesmo no caso de movimentapáo de tropas, as zonas malarígenas a serem atin- gidas, seráo previamente tratadas pelo DDT, por meio de aviões.21* G2 e 63

(31)

W81 MALiiRIA

1035

(32)

1036 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

os vetores que nao sejam domiciliários ou que, pelo menos, não o sejam preferentemente. No caso das Kerteszias, como no Brasil, a desmata- r$o e remopão das bromélias, e, o uso do DDT por meio de avióes, sao as medidas de combate indicadas.33 e ‘0 Como imagocida, nos avióes, emprega-se o freon, com DDT ou com diclorifluorometana e também piretrina. Os excelentes trabalhos de Giglioli, Ayroza Galvão, An- tunes, Cabaldon, Gillete, Pittendrigh, Deane, Maia Penido, Ernani Braga, Abel Vargas, para so citarmos alguns técnicos da América do Sul,

permitem-nos

alimentara esperanca de que, também dos pafses sulameri-

canos, poderá ser erradicada a malária, dentro do próximo decênio, conforme Russell prognosticou para os Estados Unidos. E tao grande a eficiência do DDT, no combate principalmente à malária, febre amarela, filária, dengue e também sôbre outras doencas transmitidas por insetos, que as disponibilidades de recursos monetários, técnicos e de material, decorrentes de sua utiliza@0 tornam grandemente diffcil o calculo sôbre a sua imensa signifka@o econômica. Pelo quadro abaixo,18

pode-se

fazer um cálculo aproximado de quanto representará para as Américas, em dólares, sòmente o contrôle da malária e far-se-á urna idéia da econo-

mia resultante, no

capítulo dessa parasitose, pelo emprêgo do DDT-

realmente 0 elemento mais importante na sua profilaxia.

ORCAMENTO DE ~GUNS SERVICOS ANTEMAL~ICOS DOS PAfsEs

AMERICANOS _-

I Orgmento em

mil daares

americanos

1941 1942 1943

Argentina ... 305.7 Brasil. ... 416.9

Chile. ... 25.8

Colombia ...

Costa Rica ... 17.8

Cuba, ... 100.6

Ecuador. ...

El Salvador ... 16.9

Guatemala. ... 37.4

Haitf ... 25.0

Honduras. ... 1.8

México ... 155.2 PanamA. ...

Paraguai. ...

Per-G. ... 104.2

Rep. Dominicana. ... 10.0

Venezuela ... 714.0

345.8 982.7 31.0 9.2 67.2 30.0 52.5 9.6 1.8 165.0 123.3 453.8 1,775.3 65.0 68.6 8.2 67.2 34.0 60.0 50.3 12.0 1.8 165.0 258.9

149.6 232.6

lS.2 14.2

567.3 1,155.7

Totais ... 1,930.4 2,553.2 4,314.6

- I- D !

-5

.-

--

-

Percemtagem ara 1943 s6bre Orcamento do

lept. Nacional de Saúde

15.1 8.9 3.0 1.5 2.5 14.2 31.9 32.4 12.2 2.3 2.9 64.7 100 621 252 59 100 353 111 60 100 100

11.8 207

1.7 122

18.6 163

hsto em 1943

por cada 100 n 1941 (moeda

(33)

19481 FILARIASIS 1037 Quimioterápicos.-A quinina e atebrina (derivado da acridina) estão cedendo lugar a outros medicamentos de ac$o mais pronta, em geral, menos onerosos e menos tóxicos: cloroquina, cloridrato de cloro- guanida, paludrina, nivaquina, e camoquin.65* w 62* ao A plasmoquina também a pamaquina e gamefar, pela acão gameticidasO e por evitar recafdas, especialmente se associadas a outro antimalárico, não foi ainda deslocada e têm hoje a companhia da pentaquina e isopentaquina. Todos os medicamentos acima referidos têm alguma a@o profilática, mas talves so a paludrina 62* T8 tenha acão supressiva, exo-eritrocftica e profilática causal. Interessante é referir também o sistema de dis- tribuicáo em toda Venezuela, da droga anti-malárica através dos servi- dores federais, escolas, vendedores de sêlos, correios e telégrafos.7Q No Brasil também é feita distribuicão semelhante. “One does not destroy sporosoites in the body by the use of drugs but rather one achieves partial prophylaxis, OP suppression. One does not drive malaria out of a community by widespread use of antimalarial drugs but one can Iower the mortality rate and also can sometimes make control by other meas- ures a little easier by proper distribution of such remedies.“8O

FIIAlUASIS

Transmissores.-Váriss especies de Culex, Aëdes, Anopheles e Manso- n20ides.‘gl ‘r* 65 Os trabalhos especialmente de Giglioli,lg na Guiana Inglesa, e os de Causey e colaboradores7’ em Belém, Pará, colocaram em particular destaque o darlkgi como transmissor da filária. Gigliolilg não conseguiu demonstrar que o aegypt2, na Guiana Inglesa, tenha papel importante na transmissáo da filária, como fôra referido por outros au- tores em outros países. 0 darlingi e ofatigans, na Guiana Inglesa, sáo os transmissores, embora o aegyptz’ fosse uma espécie igualmente freqüente, nos pontos investigados. Já em Belém, Causey e colaboradores71 dem- onstraram que, embora o darlingi (3 naturalmente (0.5%) infestadas em 563 examinados) è muito freqüente e tem importância muito maior como transmissor. Entáo, o aegyptz’ náo mais era encontrado em Belém. 0 fato de ter baixado tanto a incidencia da filária, nas cidades brasileiras, poderia ser explicado pelo extenso e intenso combate feito ao aegypti. Entretanto, tal trabalho fez baixar muito também o fndice de Culex nas localidades trabalhadas. Porto Alegre (Capigal do Estado do Rio Grande do Sul, com cerca de 300,000 habitantes) foi a última Capital

(34)

1038 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

Tambem Belém está livre de aegypti, a partir de 1942’ c l3 e desde varios anos antes, o fndice respectivo já havia baixado muito.13 Entretanto, o índice de Culex, nos arredores da cidade, mantém-se elevado e a filária af se acha presente. Em cada 100 mosquitos capturados nas casas, 99

são de Culex.71 Acontece, pois, com os transmissores da filária o mesmo que com os da malária : um incriminado transmissor numa regiáo pode não ser o transmissor em outra, embora possa estar presente, no mesmo tempo, no mesmo lugar, em que exista a doenca. Desde antes de junho de 1943, tôdas as capitais e grandes cidades brasileiras estavam sem aegypti e o fndice predial de Culez, em 17 capitais, então trabalhadas pelo ServiGo Nacional de Febre Amarela,13 eram os seguintes:

.

Rio de Janeiro. ... São Paulo. ... Belo Horizonte. ... Niteroi ... Natal. ... Recife ... Manáus. ... Sáo Luiz ... Salvador. ...

0.3 1.1 9.5 3.6 0.9 1.4 1.4 1.5 1.6

Maceió... Joáo Pess6a. Vitória... Fortaleza.. Aracajú... Terezina . . Belbm. . . . Rio Branco..

... ... ...

. . . . . . . . . . ... ... ...

1.9 2.1 2.4 3.1 3.3 4.0 4.7 5.9

Na maioria das cidades brasileiras, a filkia é urna raridade considerada já como “caso interessante” pelos clfnicos. Entretanto, em muitas outras capitais de pafses americanos, sem qualquer servico anticulici- diano, a filária tem elevada incidência.

(35)

19481 FILARIASIS 1039 estudos que estão sendo realizados pelo ServiGo Especial de Saúde Púb- lica em Belém, Pará, sob a orienta@0 da Dra. Maria P. Deane, médica do Instituto Evandro Chagas, estão coníkmando as publicapões já feitas sôbre a acão eficiente do Hetrasan, na filária (W. bancrofti).77 A cuti-rea@o, pelo uso do extrato de filária,72 pode ser mn auxilio nas investigacões epidemiológicas e talvés para contrôle de tratamento.

CONCLUSOES

(1) A dedetixacão intradomiciliar total é um elemento eficiente no combate aos mosquitos domiciliários. Não é bastante, todavia, para eliminar uma espécie como o aegypti, cujas ovos mantidos a seco são viáveis num período maior do que a a@o residual do inseticida. A aplica@0 combinada do larvicida em todos os depósitos dágua domés- ticos, mesmo sem foco, não acarreta apreciável aumento de despesa, mas torna o método mais eficiente.

(2) Combinado com a pesquisa sistemática de focos ocultos, orientada pelos adultos e fócos encontrados depois da primeira inspecão, o sistema torna-se ainda mais eficiente.

(3) 0 uso exclusivo do larvicida em todos os depósitos, mesmo sem foco, combinado com a pesquisa de fócos ocultos, é o melhor sistema, para o combate único ao aegypti, por ser suficiente, económico e de mais fácil aplicacão, ao passo que o sistema referido no número dois deve ser método de escolha para o combate combinado ao aegypti e outros mos- quitos domiciliários.

(4) A dedetizacão das embarcacões procedentes de ou destinadas a portos infestados de aegypti é um elemento de tão alto valor no combate ao seu transporte que sua exigencia deveria ser de órdem internacional.

(5) 0 sistema atual de combate ao aegypti é tão simples e econômico, que sua aplica@0 torna-se um imperativo para cada pafs infestado. A presenta de aegypti representa uma ameaca para o próprio país e para os demais povos, e a sua erradica@0 não deve ser considerada uma simples colaboracáo ou efetivacão de compromissos já assumidos.

(6) Qualquer medida para obstar a entrada de infectantes (doente, vetor ou outro animal), numa localidade, tem valor muito relativo e não pode ser base para evitar a invasão do país pela febre amarela.

“The answer to the Yellow Fever menace in cities and ports is the erradication of Aëdes aegypti” (29).

(7) A dificuldade relativa do sistema de conserva@o e aplica@0 atual do virus 17D, em comparacão com o virus neurotrópico da amostra francesa, por escarifica@o, conjLmta com a vacina antivariólica, indicam a conveniência maior do uso do virus neurotrópico, em substituicão ao 17D.

(36)

1040 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembrs duos masculinos de 10 a 50 anos, falecidos com menos de onze dias de doenca, com manifesta economia e facilidade de organiza@0 e execucão do servico.

(9) Embora os elementos quimioterápicos tenham se aperfeicoado muito nos últimos anos, o DDT deve ser considerado o elemento básico no controle da malária. A sua utilizasão faz antever a possibilidade da malaria chegar ao mesmo nivel da febre amarela nos países que combatem o aegyptz’, possibilitando a futura solucáo de outros problemas sanitarios, pelo uso das disponibilidades conseqüentes.

(10) 0 DDT veio facilitar grandemente a solucáo do problema da filariose. Os resultados já obtidos com o cloridrato de metil dietilcar- bamil piperazine sáo urna grande esperanca na quimioterapia da para- sitose.

REFERENCIAS

(1) Manual de Instrufles Técnicas e Administrativas do Servi9o Nacional de Febre Amarela, Brasil, 1946 (mimeografado).

(2) Paoliello, A.: A Polfcia de Focos de Mosquitos na Profilaxia da Febre Amar- ela, 1930, Editado pela Tribuna, Rio.

(3) Fraga, Clementino: A Febre Amarela no Brasil, 1930, Of. Graf. Insp. Dem. Sanitaria, Rio.

(4) Soper, F. L.; Wilson, D. B.; Lima, S.; e Antunes, W. S.: The Organiaation of Permanent Nation-nride anti-Aëdes aegypli Measures in Brazil, 1943, The Rockefeller Foundation, N.Y.

(5) Soper, F. L., e Wilson, D. B.: Anopheles Gambiae in Brazil-1930 to 1949, 1943, The Rockefeller Foundation, N. Y.

(6) Shannon, R. C.: Prefacio do “Catálogo dos Mosquitos Neotropicos” de J. Lane, 1939, S. Paulo.

(7) Paoliello, A., e Santos, Anibal: 0 Aedes ueggpti e a dedetizaeo das embar- capões, 6” Congresso Brasileiro de Higiene, Rio. Impresso pelo S. E. S. P., outubro, 1947, Rio.

(8) Parker, W. L., e Beacher, J. H.: Toxapheno, Delaware Agr. Ezp. Stal. Bull., No. 264,1947.

(9) Wasicky, R. e Unti, 0.: Revista “&ufmica”, No. 108, dezembro, 1945, S. Paulo. (10) García, Egberto: DDT residual como larvicida, Bolelin de Sanidad, Quito,

agosto e setembro, 1947, Informes pessoais também. (ll) Informe do Servioo Anti-aegypti da Venezuela, 1948. (12) Informe do Departamento de Febre Amarela do Per& 1948. (13) Informe do Servioo Nacional de Febre Amarela do Brasil, 1948. (14) Informe do Servico de Febre Amarela do Paraguai, 1948.

(15) Rodrfguez, A. N.: Control del Aëdes aegypli en Chile, Bol. Of. San. Pan., outubro, 1930.

(16) Cambournac, F. J., e Ezaguy da Fonseca, A. (Instituto de Medicina Tropical, Lisboa): The Department of State. Fourth International Congresses on Tropical Medicine and Malaria, Abstracts, Washington, D. C., maio, 1948.

(17) Informe do ServiGo Nacional de Febre Amarela do Equador, 1948.

(18) British Guiana-Mosquito (Aedes aegypti) Control Service, Bol. Oí. San. Pan., 1947-1948.

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