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Que venha um bom 2022, também o 40º ano da DBO

Demétrio Costa

escontado o impacto da que- da nas cotações nos dois pri- meiros meses de suspensão dos embarques de carne para a China, em setembro e ou- tubro, não se pode negar que 2021 foi mais um bom ano para a pecuária, inclusive pela retomada dos valores recordes para a arro- ba, já em novembro. Como será, porém, o 2022, ano de eleições presidenciais e com previsões de crescimento mínimo da eco- nomia? Possivelmente melhor que 2021 é a aposta média do time de especialistas con- vidados para o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado em São Paulo no fim de novembro. Razões para isso são a oferta, que continuará apertada, a redução no custo dos insumos, com ênfase para o milho, e, claro, o retorno do mercado chinês. Para além de 22, no entan- to, o cenário muda com sinais crescentes de virada no ci- clo pecuário, a partir do aumento do abate de matrizes.

O sumo do que foi apresentado e discutido pelos analis- tas está na seção Prosa Quente, em trabalho do jornalista Moacir José.

Na reportagem de capa desta DBO de dezembro, o re- pórter Ariosto Mesquita traz o projeto da BRPec Agrope- cuária, com fazenda de mais de 130 mil hectares nos bio- mas do Pantanal e do Cerrado, nos municípios de Miranda e Corumbá, Mato Grosso do Sul. A fazenda, cujo primeiro registro é do século XIX, foi adquirida pelos atuais pro- prietários, ligados ao Grupo BTG Pactual, em 2012. Des- de então, vem tendo suas áreas de produção recuperadas, com cerca de 20 mil hectares de pastos reformados, além de 45 mil de pastos nativos. O sistema de produção, que até 2019 era de ciclo completo, com abate naquele ano de mais de 10 mil animais, virou para a cria desde o ano pas- sado. A mudança foi puxada pela maior atratividade eco- nômica da comercialização de bezerros, que este ano está fechando com 12 mil cabeças negociadas. Mas toda a es- trutura para o ciclo completo está preservada, para a mu- dança de chave se o cenário se modificar.

Neste nosso último encontro do ano, desejo, em nome de toda a equipe DBO, ótimas festas e um 2022 com saú- de e pleno de realizações a todos. Para nós, o novo ano será o 40º da DBO, com promessa de novidades a partir da edição de aniversário, em março. Obrigado a todos por seguirmos juntos.

demetrio@revistadbo.com.br

Publicação mensal da

DBO Editores Associados Ltda.

DirEtOrEs Daniel Bilk Costa Demétrio Costa Odemar Costa rEDAçãO Diretor executivo

Demétrio Costa eDitora

Maristela Franco repórteres

Carolina Rodrigues, Fernando Yassu, e Renato Villela

colaboraDores

Adilson Aguiar, Alessandra da Paz, Alexandre Zadra, Ariosto Mesquita, Danilo Grandini, Denis Cardoso, Enrico Ortolani, Gualberto Vita, Larissa Vieira, Matheus Monetti, Moacir José e Thiago Bernardino de Carvalho.

eDitoração

Edson Alves

coorDenação Gráfica

Walter Simões

cOmErciAL/mArkEting Gerente: Rosana Minante

supervisoraDe venDas: Marlene Orlovas executivosDe contas: Andrea Canal, Vanda Motta e Naira Barelli

circuLAçãO E AssinAturAs Gerente: Margarete Basile Impressãoe AcAbAmento

Gráfica Oceano

Dbo eDitores associaDos ltDa. Rua Dona Germaine Burchard, 229 Perdizes, São Paulo, SP 05002-900 Tel.: 11 3879-7099

Para assinar, ligue 11 3879-7099, de segunda a sexta, horário comercial.

Whatsapp 11 96660-1891 Ou acesse www.portaldbo.com.br Para anunciar, ligue

11 3879-7099

ou comercial@midiadbo.com.br www.revistadbo.com.br

Nossos Assuntos

D

(7)

P

rosa

Q

uente

10

As perspectivas para a pecuária em 2022, que contemplam boas margens em razão de insumos mais baratos, foram tema do Encontro de Analistas da Scot Consultoria, acompanhado e sintetizado pelo jornalista Moacir José.

M

ercados

16

Coluna do CEPEA – Abate de bovinos no País de janeiro a setembro foi o menor desde 2004

18

Após dois meses de queda, arroba do boi sobe 25%

em novembro

20

Preços da reposição reagem, mas relação de troca melhorou para quem faz recria e engorda

c

adeiaeM

P

auta

22

Falhas de vários Estados em requisitos básicos adia retirada da vacinação contra aftosa no Bloco IV

24

Após 15 anos, Programa de Carne Rubia Gallega do Grupo Pão de Açúcar caminha para o fim

28

Resultados da COP 26 e a análise de quem acompanhou a conferência

30

Coluna do Danilo – A importância de contrapor o que temos de bom com nossa complacência com as falhas

n

utrição

44

Alta dos fertilizantes, incluindo fosfato bicálcico, impacta preço dos suplementos minerais

46

Artigo de Matheus Moretti detalha atributos dos coprodutos do etanol de milho e discute a nomenclatura deles

P

astagens

48

Sistema de pastejo rotatínuo ganha ajustes e se expande no Brasil Central

52

Adilson Aguiar: Manejando a fertilidade do solo: correção e adubação, parte 2.

g

estão

54

Benchmarking Nutron-Cargill faz raio X da pecuária a pasto

g

enética

58

Novilhas bem suplementadas pedem protocolo mais curto na IATF

60

Como escolher a melhor genética para cada sistema de produção?

64

Com 30 anos de atuação na área genética, o zootecnista Alexandre Zadra dá sua visão do futuro dos cruzamentos

i

nstalações

66

A importância da cobertura dos reservatórios de água para os animais

8 DBOcomunidade

Sumário

Lay-out e arte final: Edson AlvEs

Foto: Ariosto MEsquitA

34 r

ePortageM de caPa

Seções

14 Giro Rápido 78 Empresas e Produtos

s

aúde

a

niMal

68

Foot rot, a podridão dos cascos, se alastra em bovinos criados a pasto no Acre e outras regiões

70

Coluna do Ortolani – A planta tóxica cafezinho que atrai e mata bovinos

s

eleção

72

O Simental Brasileiro da Fazenda Cravorana, de Piracaia, SP

l

eilões

74

Preço médio nos leilões de novembro corrigiu em 25% os valores de um ano atrás

Com mais de 130 mil hectares em áreas do Pantanal e do Cerrado sul- mato-grossense, a BRPec, ligada ao grupo BTG Pactual, deixa o ciclo completo e foca na cria, mas pode virar a chave ao sabor do mercado.

Em 2019, abateu mais de 10 mil bois; este ano, vendas devem superar 12 mil bezerros e bezerras.

82 Sabor da Carne

DBO dezembro 2021 7

(8)

DBOcomunidade

www.portaldbo.com.br redação@revistadbo.com.br /portaldbo

@portal_dbo

@portaldbo /portal-dbo /portaldbo /portaldbo

NO E-MAIL

Caro professor Ortolani, li na Revista DBO os teus dois artigos sobre a produção de metano de nossas boiadas, e entendi a diferença entre a produção de metano do boi capim e do boi grão - digamos assim para simplificar. A produção de CH4, embora seja maior nos rebanhos alimentados com gramíneas tropicais, pode ser reduzida de algumas formas. Isto, que já é um alento, será otimizado pela pesquisa agropecuária com certeza. Se há diferença na liberação de metano em função da dieta animal, também deve haver diferenças na produção deste e de outros gases poluentes que contribuem para o aquecimento global se contabilizarmos outras (ou todas) etapas de um sistema específico de produção de carne bovina. Obviamente, o gado que recebe dieta rica em grãos depende de enormes áreas para a produção destes grãos e esta atividade agrícola também libera gases que contribuem para a elevação da temperatura média do planeta.

Sendo assim, se analisarmos um número maior de fatores que compõem estes sistemas produtivos, qual será o balanço comparativo da liberação de gases poluentes entre a produção a pasto e a que utiliza dieta concentrada? Fico receoso quando um tipo de argumentação é empregada para desqualificar as vantagens comparativas que este País possui na produção pecuária.

O aquecimento global certamente é

um problema gravíssimo que deve ser discutido e solucionado. Porém, erosão, distribuição de chuvas, precipitação, perda de biodiversidade, poluição química, física e biológica e muitos outros problemas também devem ser introduzidos nesta discussão, que pode viabilizar a sobrevivência da humanidade na Terra.

Antônio Diamantino Santa Maria Madalena (RJ) O colunista de DBO Enrico Ortolani responde: Sua pergunta é muito pertinente.

Cerca de 92 % de nossa pecuária de corte ainda pratica o sistema extensivo. Não devemos deixar de dispor das pastagens, muito mais baratas, para tornar nosso sistema eminentemente intensivo. Porém, nossa produtividade no sistema extensivo é bem baixa, se comparada, por exemplo, com a Austrália, que tem um clima semi- tropical semelhante ao nosso. Temos muito que avançar na recuperação e no manejo das pastagens, incorporação de leguminosas nestas e suplementação de bovinos até dois anos com até 0,6% do peso vivo em concentrados e uso de certos aditivos, todas medidas que contribuirão para menor produção de metano. Com essas mudanças atingiremos a meta proposta pelo país de diminuir em 30 % a emissão de metano, pela agropecuária,

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

China busca outros fornecedores para suprir lacuna deixada pela carne bovina brasileira

Pedido de suspensão à carne brasileira nos Estados Unidos seria tentativa de barreira

comercial, apontam analistas Preços da arroba do boi gordo voltam a subir com força nas praças pecuárias brasileiras

“Não acreditamos numa enxurrada de bezerros no próximo

ano”, diz analista da Scot Em nota, CNA repudia conduta da Associação de Produtores de Carne dos EUA

Sombra, água e sal no

cocho, tudo que o gado gosta! China é mercado garantido para os exportadores brasileiros de carne bovina, diz Rabobank Boa notícia vinda da

China reforça movimento de alta nas cotações da arroba do boi gordo Carne bovina na China: quem pagará a conta dos 80 dias de cargas paradas?

Sistema de controle reduziu carrapato-do-boi em 82% sem usar químicos, revela estudo da Embrapa

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rOLOU NAs rEdEs dBO...

(9)

Nota da redação

Errata 1 – Na reportagem de capa da edição de novembro, “Pastos biodiversos na mira da pesqui- sa”, a foto publicada à pág. 48 contém um erro: o nome do pesquisador da Embrapa Gado de Corte não é Ricardo Amorim, como consta na legenda, mas Rodrigo Amorim.

Errata 2 – Na reportagem “Rotacionado morro aci- ma” do Especial de Pastagens da edição de novem- bro, à pág. 56, as fotos do empresário Jordan Bergton Andrade, dono da Fazenda Bougheville, em Firmino Alves (BA), e do coordenador da Rehagro no Nordeste, Danilo Oliveira, saíram invertidas.

DBO dezembro 2021 9 até 2030. Continue mandando suas

importantes perguntas, que, certamente, também são dúvidas de outros pecuaristas Brasil afora.

NO FACEBOOK

Não mesmo! Mato Grosso do Sul é um grande produtor de bezerros, mas devido à seca dos últimos anos, o índice de prenhez foi lá embaixo.

Mazoel Costa (“Não acreditamos numa enxurrada de bezerros no próximo ano”, diz analista)

NO INstAGrAM

Chega a ser inacreditável que tem propriedade sem balança, duas cabeças de gado pagam o valor de uma balança.

Que barbaridade!

@petrys.antonello (Sem balança é impossível falar em gestão na pecuária)

NO YOUtUBE

Inúmeros pecuaristas não conhecem as novas técnicas de bem-estar animal,

dando oportunidade para críticas.

Podemos e devemos divulgar o bem- estar animal. Não espere o governo em nada, faça sua parte como cidadão, passe o conhecimento, através de associações, cooperativas e mude sua região. Essas lives são fundamentais para espalhar conhecimento. Parabéns.

Fernando Fonseca (O panorama atual e as perspectivas do mercado do boi para 2022)

dEstAQUEs NO

Mercado futuro indica tendência de melhor precificação para o boi gordo em 2022, aponta consultor

Estação de monta curta é para todos sim!

(10)

Prosa Quente

Fôlego para um ano melhor

Insumos mais baratos devem proporcionar boas margens para a

pecuária em 2022, preveem analistas no encontro da Scot Consultoria

MoaCIr JoSé

O

ano de 2022 possivelmente um ano melhor do que este que termina, mais pela redução de custos do que pela valorização da arroba do boi gordo, ain- da que a turbulência na economia continue e seja tempo de eleições presidenciais. Esta é a principal conclusão do cenário que aguarda os pecuaristas no ano que vem, traça- do pelo time de especialistas convidados para o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado no dia 25 de novembro, no Espaço de Eventos Villa Bisutti, na zona sul da capital paulista. Dimensionado para um número limitado de participantes (176), como precaução sanitária por causa da pandemia do novo coronavírus, o encontro foi transmitido, pela internet, para outras 307 pessoas.

Na abertura do bloco de macroeconomia ‒ media- do pela jornalista Lilian Munhoz, do canal Terraviva ‒, o zootecnista Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot, apresentou alguns números para discussão, como a previ- são de 4,8% crescimento do PIB neste ano e apenas 1%

em 2022; a elevação da taxa de juros para os níveis pré pandemia (7,75% ao ano, no fechamento desta edição) e câmbio acima de R$ 5,50 ao longo de 2021. Entre os palestrantes, prevaleceu um clima de reserva e apreensão com o que acontecerá no ano que vem.

A consultora econômica Zeina Latif avaliou que o Brasil já entrou num quadro de estagflação (estagnação econômica aliada a um alto nível de inflação/desempre- go), em função do crescimento pífio do PIB previsto para o ano que vem. “Teremos um quadro recessivo em 2022.

Há, obviamente, erros na política econômica do gover-

no, que elevaram o risco fiscal e que motivaram uma in- flação bem superior aos 6% registrados em outros países da América Latina (México, 5,7%; Chile e Colômbia, 3,9%)”, avaliou. Um dos fatores que pressionaram a in- flação foi o câmbio, que, considerando-se parâmetros his- tóricos, deveria estar na casa dos R$ 4,20 e não de R$

5,50. “O Banco Central está em maus lençóis, ‘enxugan- do gelo’. O governo perdeu o controle da economia, que está nas mãos do Centrão”, disparou ela.

Subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agro- ambientais do Ministério da Economia, Rogério Boueri admitiu que a situação é ruim, mas contemporizou, jus- tificando que “está ruim no mundo todo”. Preferiu desta- car ações do governo na área de capitalização do agrone- gócio, como a regulamentação da CPR “verde” [decreto 10.828, de 1º de outubro de 2021], destinada a gerar re- cursos para quem faz preservação ambiental.

Fertilizantes e grãos

O real desvalorizado foi um dos fatores que catapul- taram os preços dos fertilizantes em 2021, segundo análi- se da Scot. Das quase 24 milhões de t movimentadas até então, cerca de 20 milhões foram importadas. Somou-se a isso redução na produção dos principais produtores mun- diais (China, Rússia, Canadá e Marrocos) e do próprio Brasil (5% menos). Os preços (de supersimples, ureia, MAP, cloreto de potássio e 20-0-20) saíram da faixa de R$ 1.500-R$ 2.000 para R$ 2.500-4.000/t, aumentando custos para os agricultores.

Uma das questões da plateia foi sobre o possível im- pacto disso na pecuária. Sérgio De Zen, diretor de Polí- tica Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), argumentou que parte da ques- tão foi aliviada por não ter havido problemas mais sérios na geração brasileira de energia, que afetaria diretamente a produção dos adubos nitrogenados, mais fortemente de- mandados pelo setor. Outro ponto sempre analisado nes- se tipo de evento é o mercado de cereais. Pedro Parente, presidente do Conselho de Administração da BRF – mul- tinacional presente em 130 países –, destacou que há pers- pectiva de melhora para os preços do milho nos próximos meses, o que beneficiará principalmente os segmentos de suínos e aves, apesar do quadro recessivo gerar incertezas quanto à demanda interna.

Segundo relatório de novembro do Itaú BBA, um ce- nário de normalidade climática em 2022 deverá favorecer sobretudo o plantio de milho-safrinha e projeta uma safra de 90 milhões de t. Com mais 29 milhões da primeira sa- fra, o total irá para 119 milhões de t, maior nível dos úl-

fotos: rafael rodrigues/bela magrela

Debatedores do primeiro bloco:

apreensão com os números da macroeconomia

(11)

DBO dezembro 2021 11 timos anos e 38% superior ao da safra 2020-2021. Con-

forme a Scot, o milho iniciou este ano cotado a R$ 86/sc, pulou para R$ 107 em maio, voltou para R$ 86 em junho, subiu para R$ 106 em agosto e depois começou a cair sem parar, até 19 de novembro (R$ 81/sc). Na relação de troca, uma arroba começou o ano comprando 3 sacas de milho, apresentou baixa em maio e outubro (2,8 sc/@) e em 17 de novembro alcançou o melhor nível do ano: 3,7 sc/@.

A questão da Peste Suína Africana também mobilizou o público do evento, que dirigiu perguntas sobre o tema aos palestrantes. Pedro Parente, da BRF, respondeu que acompanha com atenção as recentes notícias da doença na Rússia e que não acredita que a China vá voltar a ser uma grande importadora de carne suína, como teve de ser nestes dois últimos anos por causa da PSA em seu terri- tório. “A China está com o preço dos suínos praticamente no mesmo nível de antes da PSA”, avaliou.

Meio ambiente e virada de ciclo

O evento da Scot também discutiu a questão ambien- tal, na esteira do fim da COP 26, onde o Brasil, num grupo de 103 países, firmou o compromisso de reduzir as emis- sões de metano em 30% até 2030. Zeina Latif ponderou que a agenda ambiental poderá aumentar os custos da agropecuária, mas recomendou aos produtores “abraçar”

essa agenda. “Até a China está fazendo”, argumentou. Pe- dro Parente concordou, considerando a questão do des- matamento como um “calcanhar de Aquiles” do agrone- gócio brasileiro. “Não podemos dar margem para críticas.

Deixar de fiscalizar, como na questão do garimpo ilegal, não é inação do governo, é ação equivocada”, conceituou.

Zeina concorda: “Não é a imagem do Brasil que está ruim e sim a do governo”.

No segundo bloco de debates, destinado à avalia- ção do mercado do boi, a analista da Scot, Thayná Dru- gowick, apresentou números sobre a relação entre aba- te de fêmeas e preço do boi gordo. Este último vinha subindo do final de 2019 até setembro, quando sofreu um tombo em função das suspensão das exportações para a China, mas voltou ao patamar de R$ 300/@) em novembro. A analista também apontou o recuo das ex- portações de carne bovina, que provavelmene se man- terá no patamar de 2019 (1,6 milhão de t), segundo maior em 10 anos, perdendo apenas para 2020.

Thayná ainda mostrou que a maioria das categorias animais que não o boi gordo apresentou perda real, pois a inflação do período foi de 10,6%. Houve divergências quanto ao ciclo pecuário. Thayná prevê que ainda haverá alguma retenção de fêmeas em 2022, já Rogério Goulart, editor da Carta Pecuária, de Dourados (MS), avalia que o abate de fêmeas vai aumentar, pois o preço do bezerro já alcançou seu pico e tende a diminuir daqui para a frente, desestimulando a retenção de fêmeas.

Veja, a seguir, as principais questões levantadas pelos participantes do encontro no segundo bloco, que, além de Rogério, contou com Bruno Andrade, diretor de opera- ções do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac); Gui- lherme Bellotti, gerente de consultoria de agronegócios

do Itaú BBA; Hyberville D’Atayde Neto, consultor de mercado da Scot; Leonardo Alencar, da XP Investimen- tos; e Luís Rua, diretor de mercado de Associação Bra- sileira de Proteína Animal (ABPA). A mediação ficou a cargo de Alcides Torres Júnior, o Scot, sócio-fundador da consultoria paulista.

Público – O que explica a retomada do preço da arroba do boi gordo nos últimos 30 dias [novembro]?

Guilherme Bellotti – Acho que a oferta de gado de confina- mento diminuiu e fez os preços retornarem aos patamares anteriores a setembro. Olhando mais para a frente, temos preocupação com a força do mercado doméstico, num contexto de economia “andando de lado” em 2022. Com a perspectiva de um arrefecimento no preço dos grãos, isso deve dar mais força para as proteínas “alternativas”

(frango, suíno); ou seja, elas ficam mais competitivas e isso dificultará o repasse de preços mais altos da arroba para a ponta do consumo. Aí, a expectativa toda se volta para a velocidade com que se poderá exportar para a Chi- na novamente, para desovar um possível excesso de car- ne no mercado interno. Do lado da oferta, acho que ainda teremos restrições – como foi 2021 –, ainda que possa- mos aumentar o peso das carcaças e, consequentemente, a oferta de carne com o mesmo número de animais.

Leonardo Alencar – Concordo com a análise do Guilherme, mas faço a ressalva de que um retorno da China não terá efeito prático sobre os preços, pois haverá uma “janela de exportação” para ser preenchida e o consumo no mercado interno ainda não mudou, já que os preços na ponta ain- da não baixaram. O varejo praticou uma “recomposição de margem”, não repassando para o consumidor a queda de preço no atacado. A associação de inflação alta e preço alto da carne resulta no que chamamos de “destruição de demanda”. Por outro lado, a queda no preço dos grãos já está melhorando a margem dos produtores de suínos e de aves. Com um spread maior, dá para girar um pouco mais a produção. Por isso, é bem provável que o consumo de carne de frango aumente mais no curto prazo, o que vai pressionar os preços da carne bovina para baixo [Segun- do Luís Rua, da ABPA, o consumo per cápita de carne de frango era de 42 kg em 2019, devendo chegar a 46 kg em 2021 e 47 kg em 2022; o de carne suína passou de 15 para 17 kg e deverá atingir 17,5 kg em 2022].

Nos últimos dois anos o lucro da cria correspondeu a 80% de margem. o que você faz numa situ- ação dessa?

Segura até vaca que ia descartar!”

Rogério Goulart, da Carta Pecuária No confronto com a inflação, todos perdem

Variação de preços nominais nov/20-nov/21. Fonte: Scot Consultoria

(12)

Prosa Quente

Scot – Com o crescimento no consumo dessas carnes, es- tamos caminhando para uma redução ainda maior no con- sumo de carne bovina, que está agora em 22-23 kg. Isso nos preocupa.

Hyberville Neto – De fato, a oferta de carne em 2021 foi a menor dos últimos 10 anos. Por isso, acho que ela será um pouco maior em 2022. Talvez com um peso de carcaça maior para os machos, mas com uma quantidade um pou- co maior de fêmeas, o que deixará a média da produção mais nivelada. Mas será uma oferta só um pouco maior, não o suficiente para caracterizar uma virada de ciclo.

Público – O ciclo pecuário está virando?

Rogério Goulart – Sim. Para baixo. Indicadores: abate de fêmeas começa a aumentar, a margem da cria a diminuir, estoque de vacas prenhes ou com bezerro ao pé nos níveis mais altos. Os preços da arroba não ficam imunes a isso, apesar de não ser novidade. Foi a mesma coisa nas outras viradas de ciclo. Concordo [com Hyberville] que a oferta de fêmeas para abate vai ser só um pouco maior, mas isso impactará o preço da arroba do boi, porque a preferência no mercado interno é por fêmeas.

Público – Acha que haverá retenção de matrizes? E qual sua pro- jeção para o preço do bezerro?

Guilherme Bellotti - Concordo com o Rogério. As margens da cria já começaram a mostrar uma piora, em relação aos patamares dos últimos anos. Isso, indubitavelmente, vai levar ao aumento no abate de fêmeas, reduzindo a taxa de retenção. Isso pode fazer com que a reposição tenha uma desvalorização mais rápida do que a do boi gordo. Então, deve haver uma melhora na relação de troca ao longo de 2022. Com insumos um pouco mais baratos, isso favore- cerá a margem dos terminadores.

Bruno Andrade – O Mato Grosso tem 30 milhões de cabe- ças [o maior rebanho de corte do País] e abate 4,5 mi- lhões por ano. De 2020 para 2021, observamos uma redu- ção de abate de aproximadamente 500.000 fêmeas e um aumento de umas 400.000 cabeças no número de animais na faixa de até 12 meses.

Público – Como podemos ter a maior quantidade de matrizes da história com o estado das pastagens que tivemos em 2021? Não haverá atraso na estação de monta, vacas com escore corporal

mais baixo e produção de bezerros do cedo prejudicada?

Rogério Goulart – A carne que vamos comer hoje é reflexo de decisão tomada quatro ou cinco anos atrás. Ou seja, a pecuária é superlenta. Segundo: ela é extremamente cí- clica. E o que define a quantidade de animais que está no pasto é o lucro da cria. Nos últimos dois anos, esse lucro correspondeu a 80% de margem, descontada a inflação.

Foi uma “baita” margem. O que você faz numa situação dessas? Segura até vaca que ia ser descartada! Então, deu uma margem grande, você aumenta o estoque. Foi o que aconteceu nos últimos dois anos. A consequência no fu- turo será uma maior oferta. Outro indicador é o pico de preço do bezerro, que, nos últimos 30 anos, se dá a cada 6-7 anos, já corrigido pela inflação. O último pico foi em 2015, de R$ 1.500; este ano, bateu nos R$ 3.100.

Público – Quais são as estratégias para o pecuarista se proteger das oscilações de preços da arroba do boi e dos insumos?

Leonardo Alencar – Em anos positivos, esquecemos da im- portância de se fazer hedge [seguro de preço]. Depois desse episódio de vaca louca e a suspensão das impor- tações da China, acho que vão aumentar as operações de hedge na Bolsa em 2022. Já se falou bastante das várias estratégias – termo, futuro, opções. Nunca sabemos quan- do vamos usar e é melhor que não usemos. É como se- guro de carro: fazemos para não usar. Neste ano, muitos pecuaristas tiveram frustração de resultados porque não fizeram seguro de preço. Por isso, acho que vale sempre a pena estudar qual opção de hedge é melhor para sua fa- zenda. Outra coisa: tem gente que só liga para o frigorífi- co quando o boi está pronto. Acho que antecipar a nego- ciação é um caminho para melhorar o preço. Entender o perfil de carteira dele também. O frigorífico não é um mal necessário, ele é parte da cadeia produtiva.

Rogério Goulart – Infelizmente, não há cultura de seguro de preço na pecuária. Acho que não custava fazer pelo me- nos seguro do custo de produção. Em outubro – portanto, depois do problema da vaca louca –, quando a arroba es- tava a R$ 260/@ em SP, quem tinha esse custo de produ- ção conseguia comprar um seguro por menos de R$ 1/@.

Não tento mais convencer. O pessoal não faz porque não quer. Depois, chora. Porque não fez o dever de casa! Faço hedge há 25 anos. Há uma “avenida” para melhorar os lu- cros da fazenda quando o produtor se preocupa com isso.

Público – O problema da falta de fertilizantes, que atinge os pro- dutores de grãos, pode impactar também os pecuaristas que precisam adubar pastos, nos próximos meses, por exemplo?

Hyberville Neto – Sem dúvida. E acho que o pessoal que precisa fazer uma reforma de pasto mais pesada, por exemplo, vai adiar esse processo. Acho que não vai ser um ano de grandes investimentos em adubação. Mesmo com o preço da arroba em níveis elevados.

Público – Como avaliam a participação do Brasil na COP 26?

Bruno Andrade – Basicamente, fomos bem. Mais em fun- ção do setor privado que esteve lá, como o Imac, que in- tegrou a comitiva do Mato Grosso. O assunto mais im- Temos de

fazer a lição de casa e correr atrás da regula- mentação do mercado de carbono, pois ele tende a ser um ótimo negócio”

Bruno Andrade, do Imac

A participação de fêmeas no abate e os preços do boi gordo

*Abates de 2021 até setembro; Fonte: Scot Consultoria

(13)

portante foi o Artigo 6, que trata sobre os mecanismos do mercado de carbono. Agora, o Brasil precisa fazer a lição de casa, que é regulamentar esse mercado, fazer funcio- nar. Tem uma reunião prevista para fevereiro. Até agora, o que temos é uma lei que precisa ser regulamentada [Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. A regulamentação está prevista no PL 528, de 23/2/2021, tramitando em re- gime de urgência na Câmara dos Deputados]. No caso da meta de redução de emissão de metano (30% até 2030, para o mundo), precisamos estar com isso definido até 2023 ou 2024, para que os senhores consigam participar, pois, em sistemas produtivos na pecuária, não se toma de- cisão de um ano para o outro. Temos de correr atrás dessa regulamentação, pois esse mercado tende a ser ótimo para o nosso segmento.

Luís Rua – Acho importante o Brasil participar propositiva- mente dessa discussão, até para não sermos pegos de sur- presa lá na frente. Já tivemos duas gerações de barreiras no comércio mundial: a primeira foi tarifária; a segunda, sanitária, e agora, essa, possível, ambiental.

Público – Qual a importância da gestão de risco para os produ- tores se adequarem às demandas geradas pela COP 26? Qual o

segmento sofrerá maior impacto?

Bruno Andrade – Terminadores podem dar a resposta mais rapidamente, usando tecnologias que melhorem a eficiên- cia da digestão dos alimentos pelos animais. Isso é primor- dial. O maior potencial está na recuperação das pastagens altamente degradadas, que, no Mato Grosso, representam 30% da área utilizada. Mas a resposta demora dois, três anos. Tem a questão da informação, com poucas pesqui- sas, o que dificulta traçar estratégias. As da Embrapa mos- tram que sistemas de produção a pasto têm uma emissão média de 50 kg de CH4/animal/ano; enquanto em siste- mas mais intensivos, especialmente, os de ILPF, a emis- são cai para 40 kg CH4/animal/ano.

Pergunta – Como pode ser alcançada a meta de redução de emissões de GEEs em 30% até 2030?

Bruno Andrade– Pegando os números do MT em 2020 te- ríamos a seguinte composição: aumento no abate de ani- mais até 24 meses (24% do total hoje; poderíamos aumen- tar para 36%); aumento do abate de 5 para 5,7 milhões de cabeças e redução de 50 para 40 kg de CH4/cabeça. Isso representaria uma redução em torno de 15% na emissão de metano.

DBO dezembro 2021 13

A Scot Consultoria aproveitou o Encontro de Analis- tas para apresentar um resumo dos dados levantados na expedição “Confina Brasil 2021”, que se propõe registrar o “estado da arte” da pecuária intensiva no País. Foram convidados a debater com a audiência os pesquisadores da Embrapa Sérgio Raposo, Geraldo Martha Júnior e Luís Gustavo Barione. O comando da apresentação ficou a car- go do coordenador da expedição, o analista Felipe Dahas.

Depois de percorrer mais de 30.000 km em 14 Estados e analisar dados de 191 fazendas ‒ responsáveis pela en- gorda de 2,093 milhões de animais, 40% dos 4,9 milhões estimados pela Scot ‒, a equipe constatou maior profissio- nalização do setor. Houve aumento de 25% na quantidade de animais confinados em relação a 2020 (1,663 milhão de cabeças em 118 propriedades). A expedição visitou 132 fazendas, entre 21 de junho e 28 de setembro. Outras 59 propriedades responderam remotamente a questioná- rios. Paraná (73%) e Mato Grosso (54%) foram os Esta- dos onde o número de animais confinados mais cresceu, com destaque para abril (21%) e maio (17%).

Das propriedades pesquisadas, 79 (41% do total) pra- ticam também o semiconfinamento, que respondeu por 214.115 bovinos (pouco mais de 10% do total). A Bahia é o Estado onde essa prática é a mais adotada (75%), em se- guida vem o Espírito Santo (66%). Minas Gerais é o Esta- do onde mais se confina o ano inteiro (89%), seguido pelo Paraná (66%). Os Estados da Bahia (83%) e Minas Gerais (79%) também se destacaram no uso de alimentos con- centrados nas dietas de engorda. Mato Grosso vem logo

Uma lupa nos confinamentos

atrás, com 78%. Minas é o Estado que detém a maior fa- tia (44%) de confinamento exclusivo, já o Pará se destaca no estratégico (92%). Mato Grosso do Sul (38%) e Mato Grosso (37%) comandam o modelo misto.

A expedição também mensurou a associação das téc- nicas intensivas de engorda com sistemas de produção como a ILP e ILPF. Os sulistas Santa Catarina (90%) e Rio Grande do Sul (73%) estão à frente. No Centro-Oes- te, Mato Grosso do Sul (69%) e Tocantins (68%) são os destaques. Finalmente, na hora da venda, Espírito Santo e Rio de Janeiro fazem a escolha por lote em 100% dos ca- sos. Mato Grosso, Minas e São Paulo vêm em seguida, na casa dos 88%; enquanto o RS (89%) e o Paraná (71%) são os que mais dão preferência à escolha por animal.

Os principais resultados apresentados no evento in- tegram o Benchmarking Confina Brasil 2021, disponível

no site www.confinabrasil.com. n

Veículo da expedição

“Confina Brasil”, da Scot Consultoria, que visitou 119 projetos em 14 Estados brasileiros.

agromovies

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Giro Rápido

MPF e ONGs apoiam TAC no Pará

O Ministério Público Federal, a orga- nização Amigos da Terra e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agríco- la (Imaflora) assinaram um termo de coo- peração para criar um comitê técnico que vai apoiar a implementação dos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) esta- belecidos com os frigoríficos que atuam no Pará, conhecidos como TAC da Car- ne. O objetivo das ONGs é montar uma estrutura para melhorar a eficiência e a transparência das ações do TAC e orga- nizar uma metodologia para a realização das auditorias com periodicidade anual e

treinamento de auditores. O comitê técni- co será supervisionado pelo MPF e terá a participação de mais três representantes de universidades ou de organizações sem fins lucrativos.

Angus Beef Week bate recorde

A Angus Beef Week voltou em gran- de estilo. Realizado entre os dias 19 e 29 de novembro nas capitais São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de Grama- do, RS, o evento contou com número re- corde de 50 estabelecimentos credencia- dos. O público pôde aproveitar o festival em restaurantes das capitais como o NB Steak e Meet the Meat, de São Paulo, e casas de carne, como a Box 18, de Porto Alegre. Quem preferiu o conforto de casa também pôde degustar toda a suculência, sabor e maciez da carne Angus. Os con- sumidores puderam fazer pedidos pelo te- lefone, no modelo delivery, ou por meio de aplicativos, ferramenta que foi um dos diferenciais desta edição da Angus Beef Week. “O consumo pelos aplicativos caiu no gosto da população por sua praticida- de”, pontuou Nivaldo Dzyekanski, presi- dente da Associação Brasileira de Angus (ABA). O evento foi promovido pela enti- dade em parceria com o Canal Terra Viva.

Rússia abrirá cota com tarifa zero

O governo russo anunciou que abrirá uma cota de 300 mil toneladas de carne (200 mil toneladas de carne bovina e 100 mil toneladas de carne suína) com tarifa zero de importação por seis meses, mer- cado que pode ser utilizado pelo Brasil.

A tarifa de importação hoje, até 530 mil toneladas, é de 15%. O anúncio foi feito após viagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Moscou, em meados de novembro. O objetivo da viagem foi abrir negociação com os principais for- necedores de fertilizantes, produto essen- cial para a produção agropecuária que en- frenta restrições na oferta mundial.

Norte-americanos querem veto à carne brasileira

Os Estados Unidos querem barrar as importações de carne brasileira. O motivo alegado pela NCBA, federação dos produ- tores norte-americanos, que encabeçou o pedido ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) é a demora do Brasil em comunicar às autoridades sanitá- rias mundiais os recentes casos atípicos de vaca louca, registrados no Mato Grosso e Minas Gerais e confirmados pelo Mapa em

setembro deste ano. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pu- blicou uma nota repudiando o pedido. No texto, a entidade diz que o País “cumpriu todos os trâmites exigidos pela Organiza- ção Mundial de Saúde Animal (OIE)” e ain- da aproveitou para cutucar os norte-ameri- canos. “O Brasil nunca registrou casos de forma típica de vaca louca, ao contrário dos Estados Unidos, que registraram três”.

Nova “estrutura” na Herd-Book Collares

No dia 29 de novembro, a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Colla- res (ANC) comemorou dois importantes feitos: a reinauguração da sua sede, fecha- da desde a pandemia da Covid-19; e a elei- ção da diretoria para o triênio 2022/2024, que terá à frente Joaquin Villegas. O cria- dor assume a presidência com o compro- misso de ampliar os registros de animais e de incluir novas raças na base do novo sis- tema da ANC. Somente nos últimos três

anos, o crescimento de nascimentos co- municados foi de 24%, quase o mesmo obtido pelo número de animais avaliados pelo Programa de Melhoramento de Bovi- nos de Carne (Promebo), de 25%.

Os números foram apresentados no evento de posse, que ocorreu durante a rei- nauguração do Casarão – sede da entida- de – obra construída entre o fim do século XIX e início do século XX, na cidade de Pelotas, RS.

Novo nome para o comando da ABCZ

O pecuarista e atual vice-presiden- te da ABCZ, Fabiano França Mendon- ça Silva, foi indicado à presidência da entidade para triênio 2023-2025. A indi- cação foi feita pelo atual presidente Ri- valdo Machado Borges Júnior, em co- municado oficial no dia 9 de novembro, que destacou a contribuição de Mendon-

ça no atual cargo, principalmente nas áreas comercial e de comunicação, além do envolvimento direto na organização de eventos promovidos pela entidade.

(15)

CNA agora em Singapura

Em live, realizada em 10 de novembro, João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), participou da abertura do segundo escritó- rio da entidade no exterior, em Singapura. A decisão resultou de uma análise aprofunda- da e tem o objetivo de estabelecer a presen- ça do agro brasileiro no sudeste asiático. A CNA já tem escritório em Xangai, na China.

A proposta, agora, é estabelecer ainda mais conexão com a Ásia. “Nossa expectativa é estar presente na região econômica mais di- nâmica do mundo para buscar oportunida- des de negócios aos produtores brasileiros”, disse. Em 2020, Singapura comprou “meio bilhão de dólares em produtos do agro”, além de ser uma importante ponte com ou- tros países da região, já que 30% do comér- cio asiático passa por ali.

UE quer restringir importação

A proposta da UE de restringir a impor- tação de produtos agropecuários sob a ale- gação de supostos problemas ambientais causou polêmica em novembro. Entre as entidades que se manifestaram, a Federa- ção da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Fapesp) repudiou o projeto, ga- rantindo que o Brasil possui uma das mais avançadas legislações ambientais do mun- do e que este fato deve ser levado em consi- deração pela UE. O bloco propôs classificar o País como de alto risco de desmatamen- to, restringindo as exportações de produtos agropecuários nacionais. As medidas pro- postas fazem parte da implementação do chamado “Acordo Verde Europeu” e visam impedir o desmatamento provocado pelos países do bloco, segundo a UE.

Alta e Minerva em prol do Angus

A Alta Genetics uniu-se à Minerva Foo- ds para lançar em Ariquemes, RO, o Pro- grama Carne Angus. O objetivo é difundir a genética da raça para melhorar a qualida- de da carne. Para aderir ao programa, que prevê bonificação, o produtor deverá utili- zar a genética da Alta e atender aos crité- rios estabelecidos pela Associação Brasilei- ra de Angus (ABA). “Clientes que usaram sêmen em 2017 e 2018, com abate progra- mado para este ano, já estão qualificados e podem obter bônus”, informa Miguel Ab- dalla, gerente de corte taurino da Alta.

DBO dezembro 2021 15 Infográficos que sintetizam informações importantes da pecuária

I nfopec

Pico de alta já ficou para trás?

China “cresceu” nas importações globais de carne bovina

Historicamente, o pico de alta da arroba do boi gordo é atingido nos meses finais do ano, período de entressafra. Em 2021, contudo, o boi gordo pode ter encontrado seu teto no 1º se- mestre, pois, desde junho ocorre um movimen- to negativo e a curva de valorização da arroba perdeu força. É o que conclui Yago Travagini, da Agrifatto. “Apesar de estarmos negociando boi a R$ 310-320/@, o comportamento de preços deste ano não foi positivo, ainda que nominal- mente estejamos próximos das máximas”, diz.

No acumulado de janeiro a novembro, os preços do boi gordo no mercado paulista recu- aram 13,1%, enquanto que, nos melhores anos da história (considerando uma base de dados levantados desde 2005), as cotações subiram

23%; nos piores, caíram 6,2%; na média de to- dos os anos, tiveram valorização de 6,8%; e, fi- nalmente, em comparação ao mesmo intervalo de 2020, os valores no período atual registra- ram elevação de 21,1% (no gráfico abaixo, os cálculos consideram a variação da arroba, pre- ços deflacionados durante o ano pelo IGP-DI).

Até abril, o preço caminhou com um de- sempenho entre os melhores anos da história, acumulando alta de 1,95%. Nos melhores anos da história, esse avanço no primeiro quadrimes- tre foi de 3,24%; nos piores anos, a queda foi de 3,33%; a média para igual período analisado ficou praticamente estável (baixa de 0,05%); e, na comparação com igual intervalo de 2020, houve alta de 1,64%.

O mercado chinês e sua participação nas importações globais de carne bovina nos últi- mos anos foi assunto da reunião da Asbram (Associação Brasileira das Indústrias de Su- plementos Minerais) em 18 de novembro.

Análise da Scot Consultoria mostra que até 2015 a China não tinha papel relevante nas importações globais de carne bovina, cenário que mudou nos anos seguintes sob forte in- fluência da peste suína africana, a partir de

2018. Felipe Fabbri, analista da Scot, lembra que neste mesmo período ocorreu uma reto- mada das conversas entre Brasil-China para reabertura da carne brasileira no mercado chinês, momento em que muitas plantas fri- goríficas foram habilitadas para exportação.

Para 2022, a consultoria prevê aumento de 8% nas importações chinesas, o que deve be- neficiar o Brasil, caso as exportações sejam retomadas.

Comportamento do preço do boi gordo deflacionado em São Paulo

Importações globais de carne bovina, em milhões de toneladas.

* estimativa | Fonte: USDA / Scot Consultoria

(16)

Coluna do Cepea

Arroba volta a valorizar com força em novembro

D

epois de recuarem com certa intensidade em setembro e outubro, os preços da arroba do boi gordo voltaram a subir em novembro. Até o início da segunda quinzena do mês, o Indicador Cepea/

B3 (mercado paulista, à vista) registrava significativo avanço de quase 20%. Vale lembrar que, em setembro e outubro, as desvalorizações da arroba haviam sido de respectivos 7% e 11,8%.

Apesar da continuidade da suspensão dos envios de carne bovina para a China – maior destino exter- no da proteína brasileira –, os valores da arroba foram impulsionados pela retração na oferta de boi para aba- te. Essa menor disponibilidade de animais ao longo do ano é evidenciada por dados oficiais divulgados, em novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles mostraram queda no abate de boi no País. Além disso, com o retorno das chuvas, pe- cuaristas que tinham animais foram favorecidos pela melhora dos pastos.

Segundo o IBGE, de janeiro a setembro deste ano, foram abatidos no Brasil 20,52 milhões de animais, 8,58% a menos do que no mesmo período de 2020.

Trata-se, também, do menor volume para esse período desde 2004. Especificamente no terceiro trimestre de 2021, foram abatidos 6,9 milhões de bovinos no País, quantidade 2,35% menor do que a resgistrada no tri- mestre anterior e 11,12% abaixo da de julho/setembro de 2020, ainda conforme dados do IBGE. Esse cená- rio pode ser resultado do abate de fêmeas entre 2018 e 2019 e também do custo alto da alimentação ao longo dos últimos meses, que pode ter desestimulado os pe- cuaristas a suplementar.

Em outubro, o poder de compra do recriador che- gou ao menor patamar da história. A recuperação nos preços da arroba bovina em novembro, por sua vez, acabou aliviando pecuaristas nacionais. Isso porque dados do Cepea mostram que a relação de troca da ar- robas de boi gordo por animais de reposição atingiu, em outubro de 2021, o momento mais desfavorável ao pecuarista que faz recria-engorda, considerando-se toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2000, no caso do bezerro.

Além das – até então – fortes quedas nos preços da arroba bovina, os valores dos animais de reposição es- tavam relativamente firmes em muitas praças acompa- nhadas pelo Cepea, reforçando a piora na relação de troca do recriador em outubro. Quando consideradas as médias mensais do Cepea deflacionadas pelo IGP-DI (base outubro/2021), o pecuarista de São Paulo preci- sou, em outubro, de 10,27@ de boi gordo para comprar um animal de reposição no mercado sul-mato-grossen- se, sendo 9,13% a mais que no mês anterior e 17,9%

acima do necessário em outubro de 2020, além de ser a maior quantidade de animais já registrada pelo Cepea.

Como comparação, a relação média da série do Ce- pea é de 7,69@ de boi gordo para um animal de reposi- ção. Em 2021, especificamente, o momento mais favo- rável ao pecuarista recriador foi observado em janeiro, quando foram necessárias 9@ para a aquisição de um bezerro. Em novembro (até o dia 16), com o avanço nos valores da arroba bovina, o poder de compra se recupe- rou um pouco, e pecuaristas de São Paulo precisavam de 9,71@ de boi gordo para comprar um bezerro em

Mato Grosso do Sul. n

Thiago Bernardino de Carvalho é pesquisador da área de Pecuária do Cepea.

Mensagens para cepea@usp.br Colaborou:

Alessandra da Paz Gestora da Equipe de Comunicação do Cepea

Quantidade de @ de boi gordo (Indicador SP) necessárias para se comprar um bezerro de 8 a 12 meses, em Mato Grosso do Sul

Fonte: Cepea-Esalq/USP. Elaboração: Cepea-Esalq/USP.

Em out/21, foram necessárias 10,27@

de boi (SP) para se comprar um bezerro em MS; um recorde.

11 10,5 10 9,5 9 8,5 8 7,5 7

nov/17 jan/18 mar/18 mai/18 jul/18 set/18 nov/18 jan/19 mar/19 mai/19 jul/19 set/19 nov/19 jan/20 mar/20 mai/20 jul/20 set/20 nov/20 jan/21 mar/21 mai/21 jul/21 set/21 nov/21

(17)
(18)

Mercado

Período de festas em dezembro eleva a demanda interna pela carne bovina

Indicador do bezerro sobe 5,4% em outubro, no MS DatasDelevantamentoDo Cepea

EspEcificaçõEs 30/11/2021 29/10/2021

PreçoàvistaPorcabeça r$ 2.918,30 r$ 2.768,21

Pesomédio/kg 198,67 203,71

PreçoPorkg r$ 14,69 r$ 13,58

PreçoPorarroba r$ 440,67 r$ 407,67

Fonte: Cepea/esalq/Usp

Indicador do boi gordo dispara em novembro

EspEcificaçõEs DatasDaliquiDaçõesDosContratosnegoCiaDosna B3

30/11/2021 29/10/2021

Preçoàvista r$ 322,30 r$ 257,10

Fonte: Cepea/esalq/Usp/BM&FBovespa. MédiadosúltiMosCinCodiasúteiseM são paUlo. o valoréUsadoparaa liqUidaçãodosContratosnegoCiadosaFUtUrona BM&FBovespa.

Preços futuros do boi gordo: arroba a R$ 334,85 em jan/22 mêsparaaliquiDaçãoDosContratosna B3

Data/

prEgõEs fEv Mar abr Mai Jun Jul ago sEt out nov DEz Jan-22

29/10/2021 - - - - - - - - - 271,35 288,00 297,50

30/11/2021 - - - - - - - - - - 330,85 334,85

Fonte: B3

Denis CarDoso

D

epois de registrar queda mensal de 12% em ou- tubro, o indicador do boi gordo Cepea/Esalq (praça paulista, à vista) teve valorização de 25%

(R$ 65,2/@) em novembro, encerrando o período a R$

322,30/@, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “O Indicador não só recupe- rou as perdas dos meses anteriores, como também atingiu um novo patamar nominal da série histórica do Cepea, ini- ciada em 1994”, ressaltam os pesquisadores do instituto.

No início de dezembro, data de fechamento desta edi- ção, a arroba bovina mirava nos R$ 330 no interior de São Paulo, o maior patamar do ano até aquele momento. Para surpresa de muitos, o processo de disparada nos preços fí- sicos da boiada gorda deu-se sem a presença da China no mercado importador de carne bovina brasileira. A escalada histórica da arroba foi motivada sobretudo pela expectati- va de crescimento na demanda interna ao longo das próxi- mas semanas, período marcado pelas festividades de fim de ano, regadas ao tradicional churrasco com cortes bovinos, largamente a proteína preferida dos brasileiros.

Dessa maneira, ao longo do mês passado, os frigorí- ficos foram às compras para reforçar os estoques nas câ- maras frias, mas se depararam com um quadro extremo de baixa disponibilidade de boiadas. “A somatória de boa de- manda por parte das indústrias e oferta minguada de ani-

Boi sobe 25% em novembro

mais terminados explica o cenário positivo para boi gordo”, ressalta a zootenista Thayná Drugowick, analista da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP.

Embora o governo chinês tenha liberado alguns lo- tes das carnes de animais abatidos antes de 4 de novem- bro (data inicial do embargo), até o início de dezembro, a decisão de suspensão aos embarques da proteína brasilei- ra ainda era mantida pelo país asiático, sem que houvesse qualquer sinalização em relação ao fim do conflito comer- cial, até então, com duração de quase 90 dias. A ausência da China, disparada a maior compradora mundial de carne bovina brasileira, derrubou os embarques nacionais em no- vembro, que atingiram 81,17 mil toneladas, recuo de 51,6%

sobre igual período de 2020. Em receita, as vendas externas no mês passado atingiram US$ 399,58 milhões, queda de 46% sobre novembro de 2020. “Para este mês de dezem- bro, as expectativas para as exportações não são otimistas, pelo fato de a janela de compra chinesa se fechar neste perí- odo e só reabrir a partir de fevereiro/22”, relata IHS Markit, sediada na capital paulista.

sobe e desce

Os preços futuros do boi gordo “subiram de escada” em novembro e “desceram de elevador” no início de dezem- bro”, segundo relata o veterinário Leandro Bovo, diretor da Radar Investimentos, de São Paulo. Em artigo divulgado no início de dezembro, Bovo relembra que, nos primeiros dois dias do mês, o mercado futuro do boi gordo devolveu “em apenas duas sessões realizadas na B3 o que havia demora- do dez sessões para subir”. No mês passado, as cotações vi- nham em um movimento intenso e ininterrupto de alta, com os contratos para dezembro/21 ficando acima de R$ 331/@

e os com entrega em janeiro/22 oscilando em R$ 335/@.

Após a aceitação por parte da China das carnes certificadas antes de 4/9, relata Bovo, a expectativa para retomada dos abates cresceu muito e o consenso era que, no curto prazo, este imbróglio estaria resolvido. “Porém, essa expectativa não foi suficiente para sustentar o ágio das cotações ao fu- turo”, observa o analista da Radar Investimento. No pregão do dia 1º deste mês, o contrato futuro de dezembro/21 des- moronou, recuando praticamente R$ 10/@, e no dia seguin- te, caiu mais R$ 5/@.

Na avaliação de Bovo, a nova realidade de altíssima vo- latilidade do boi gordo na bolsa pode incomodar ou assus- tar muitos participantes, porém esses movimentos bruscos e repentinos abrem oportunidades para quem busca travar preços de venda ou de compra em patamares remunerado- res. “O mercado futuro exagerou na baixa, depois exage- rou na alta e poderá exagerar na baixa de novo. Em vez de tentar acertar os extremos, quem tiver como referência seu custo e/ou o custo para compra de reposição poderá tirar proveito dessas oscilações”, garante o analista. n

(19)

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(20)

Mercado

Valorização da arroba melhora relação de troca aos recriadores e invernistas

Reposição recupera com alta do boi

nnn

R$ 3.450

Valor médio do garrote em São Paulo, em novembro;

avanço mensal de 4%

nnn nnn

R$ 2.918.30

Preço do indicador Cepea do bezerro (MS) no final de novembro; aumento de 5,4%

sobre o fechamento de outubro nnn

CONFIRA O DIA A DIA DO MERCADO PECUÁRIO NO PORTAL DBO Cotações, análises e tendências estão em destaque no Portal, com atualizações constantes

ao longo do dia, com base nas principais consultorias e outras fontes do mercado.

Denis CaRDoso

A

pós o marasmo em outubro, o mercado brasilei- ro de reposição começou a ganhar mais força em novembro, estimulado principalmente pela dispa- rada no preço do boi gordo, que, no início de dezembro, estava próximo de R$ 330/@ nas praças de São Paulo (veja página anterior). Segundo levantamento da Scot Consultoria, na média de todos os Estados e categorias de machos e fêmeas anelorados, os preços das categorias mais jovens registraram valorização mensal de 4,3% no mês passado. “Com valores mais firmes do boi gordo em relação ao mercado de reposição, o poder de compra do recriador/invernista melhorou na comparação mensal”, relata a zootecnista Thayná Drugowick de Andrade, ana- lista da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP. Tomando como base as regiões do interior paulista, em outubro pas- sado, eram necessárias 10,08 arrobas de boi gordo para a compra de um bezerro desmamado anelorado de 6@. Em novembro, foram necessárias 9,88 arrobas, ou seja, houve um acréscimo de 2% no poder de compra do recriador/

invernista, compara a Scot.

Além do avanço nos preços da boiada gorda, a recu- peração dos negócios na reposição reflete a escassez de oferta de animais e as boas condições de pasto nas prin- cipais regiões de pecuária do País. “As altas nas cotações foram mais consistentes nas últimas semanas de novem- bro, sobretudo naquelas regiões onde o volume de chuvas ajudou na formação da pastagem, principalmente na fai- xa centro-norte do Brasil, que segue com elevado regime de precipitação”, destaca a IHS Markit, com sede na ca- pital paulista.

Segundo a consultoria, muitos pecuaristas se dizem otimistas em relação ao comportamento do setor pecuá- rio em 2022, apostando na permanência de uma arroba do boi gordo ainda forte, sustentada pelo quadro de escassez de oferta de animais terminados, além do esperado retor- no dos embarques de carne bovina à China e de uma pos- sível recuperação da economia brasileira.

De acordo com dados levantados pela IHS Markit, na região Sudeste do País, o mercado de bezerros segue bastante movimentado, e os negócios são fechados a va-

lores superiores a R$ 2.900/cabeça. “As ofertas com lo- tes de bezerros são rapidamente absorvidas, com liquidez próxima a 100%”, conta a consultoria. No Centro-Oes- te, os preços dos animais jovens também se mostram fir- mes. Nos Estados do Mato Grosso do Sul e Goiás, ani- mais machos com 200 kg são negociados por mais de R$

15/kg, dependendo da qualidade do lote, informa a IHS.

No Mato Grosso, a vantajosa relação de troca elevou o fluxo das comercializações e deu suporte para novas altas nos preços das categorias da reposição, acrescenta a con- sultoria. Entre as praças da região Norte do País, com a firmeza dos preços do gado gordo e a enorme escassez de oferta, a pressão altista no mercado de reposição também ganhou fôlego. “No Pará e no Tocantins, os preços de al- gumas categorias da reposição chegaram a superar as co- tações praticadas em São Paulo, devido à dificuldade de compra”, informa a IHS.

Dados por categoria

O Indicador Cepea do bezerro (praça MS) fechou no- vembro a R$ 2.918.30, com valorização mensal de 5,4%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Eco- nomia Aplicada (Cepea). Ainda na praça do Mato Grosso do Sul, o valor médio do bezerro desmamado subiu 6,1%

em novembro, para R$ 2.600, em relação ao mês anterior, informa a Scot. Em Goiás, a categoria de 6@ sofreu rea- juste mensal de 7,3%, para R$ 2.750, em média. No Mato Grosso, o bezerro subiu 11% no mês passado, atingindo R$ 2.900, em média.

Em novembro, o garrote teve altas mensais mais expressivas em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e na Bahia, segundo a Scot. Nas praças paulistas, fechou o último mês valendo R$ 3.450, com acréscimo de 4%

sobre outubro. No MS, a categoria encerrou novembro com valor médio de R$ 3.650, com avanço mensal de 6%. Na região baiana, atingiu cotação mensal de R$

3.250, um valorização de 3,5%. O boi magro registrou ganhos expressivos em Minas Gerais, fechando no- vembro a R$ 4.100, uma elevação mensal de 11%. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, essa categoria, au- mentou 6%, para R$ 4.000 e R$ 4.300, respectivamen- te, informa a Scot. n

Referências

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