• Nenhum resultado encontrado

Rev. paul. pediatr. vol.35 número4

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. paul. pediatr. vol.35 número4"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

*Autor correspondente. E-mail: mauromuszkat@uol.com.br (M. Muszkat).

aNúcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo – São Paulo, SP, Brasil.

Recebido em 9 de junho de 2017.

© 2017 Sociedade de Pediatria de São Paulo. Publicado por Zeppelini Publishers.

Este é um artigo Open Access sob a licença CC BY (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).

MAU DESEMPENHO ESCOLAR:

IMPORTÂNCIA DA VISÃO DA PRÓPRIA CRIANÇA

Poor school performance: importance of child self-report

Mauro Muszkat

a,

*

EDITORIAL

http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;4;00017

REFERÊNCIA

1. Rezende BA, Lemos SM, Medeiros AM. Quality of life and health self-perception in children with poor school performance.

Rev Paul Pediatr. 2017;35:415-21.

V

ivemos numa época de espantosa velocidade na produção, difusão e interconexão dos saberes. Esse ritmo acelerado tem trans-formado a maneira pela qual as crianças pensam, aprendem e interpretam as informações. A escola, espaço da aprendizagem formal, assume nesse contexto um papel sociocultural e afetivo marcante, particularmente no Brasil, país de tantas desigual-dades. Assim, ao papel de utilizar métodos de ensino atuais — que permitam aperfeiçoamento de habilidades, desenvolvimento de potencialidades e estratégias de ensino individualizadas e motivadoras —, acresce-se o de compensar as diferenças, diminuindo a desi-gualdade de oportunidades. Neste sentido, é fundamental fortalecer e identiicar precocemente fragilidades e desenvolver o potencial de enfrentamento das crianças mais vulneráveis. Daí a necessidade de abordagens interdisciplinares extensivas a proissionais de saúde e educação tanto para a identiicação como para a seleção de estratégias de reabilitação efetivas frente às diiculdades de aprendizagem. Estima-se que em torno de 15 a 20% das crianças no início da escolarização apresentam diiculdades em aprender, e essas esti-mativas podem chegar a 30 a 50% se forem analisados os primeiros seis anos de escolaridade. O mau desempenho escolar, deinido como um rendimento acadêmico abaixo do esperado para determinada idade, habilidades cognitivas e escolaridade, é complexo e multifatorial. Inclui desde Diiculdades de Aprendizagem relacionadas a fatores múltiplos — como baixas oportunidades socioam-bientais e conlitos emocionais — até Transtornos de Aprendizagem de natureza neurobiológica — como a dislexia, a discalculia e o Transtorno do Déicit de Atenção/Hiperatividade. O mau desempenho escolar, independentemente da etiologia, afeta as diversas esferas da rede relacional da criança, levando a problemas emocionais como ansiedade, baixa autoestima e desmotivação.

Reconhecer como a criança avalia seu próprio desempenho e nível de satisfação com a vida parte da premissa metacognitiva de que a criança em desenvolvimento é capaz de se expressar e de acessar a sua subjetividade. O trabalho “Qualidade de vida e autopercep-ção de saúde de crianças com mau desempenho escolar1” do grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais é um

bom representante dessa premissa. A pesquisa, realizada em 99 crianças escolares com mau desempenho escolar, utilizando a Escala de AUQEI, validada no Brasil e de fácil operacionalidade, é muito bem-vinda nesse sentido, pois vai de encontro com a visão atual de que não basta apenas reconhecer e tratar transtornos, mas trazer a visão da própria criança, de sua autonomia e percepção de saúde enquanto potencializadora do sentido de pertencimento e identidade, fundamentais para a inclusão por meio da educação e da cultura.

Financiamento

O estudo não recebeu inanciamento.

Conflito de interesses

Referências

Documentos relacionados

he diagnostic hypotheses most frequently referred by the caretaker were mental disorders (44.9%), and the most used therapeutic approach was the drug treatment (44.5%), followed

Métodos: Estudo de coorte retrospectivo com 7.887 nascidos vivos do ano de 2012 registrados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e associados por meio de linkage

In our study, some indicators, such as high levels of hospi- tal delivery (99.8%) and pregnant women who attended the proper number of prenatal care appointments (71.6%), besides

Considerando que, entre os hábitos de SNN, a intro‑ dução da chupeta é realizada por um adulto, as variáveis cate‑ góricas sobre inclusão da chupeta no enxoval e avaliação das

Based on these considerations, the purpose of this study was to assess the knowledge and expectations of mothers of PTNBs hospitalized in NICU about BF and the use of a

As variáveis utilizadas neste estudo foram: consumo de LNM (fórmula infantil ou LV), idade materna ( ≤ 19, 20–34 ou ≥ 35 anos), primiparidade (sim ou não), escolaridade materna

A cross‑sectional study that analyzed the consumption of milk among Brazilian children aged less than 60 months found that 91.8% of the ones aged less than 6 months were

Para a avaliar a qualidade de vida e os domínios propostos (autonomia, funções, lazer e família) as crianças responderam ao Autoquestionnarie Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI)