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Academic year: 2021

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DIA DO CERRADO

DIA NACIONAL DO CERRADO

Como o 2º maior bioma da América Latina se tornou um dos biomas mais ameaçados do mundo

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Sumário

Apresentação Um dos maiores biomas do mundo está ameaçado

Rico em Fauna e Flora O Berço das Àguas Povos do Cerrado Cerrado em Risco de Desaparecimento Preservação do Cerrado

Minas Gerais em Risco Você Conhece o

07 08 11

13 14 16 06 04 03

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DIA DO CERRADO

APRESENTAÇÃO

No dia 11 de setembro é celebrado o Dia Nacional do Cerrado. A data surgiu para destacar a relevância des- te bioma para todo o mundo e relembrar a importân- cia da luta para sua preservação. Conhecido como a savana brasileira ou berço das águas, o Cerrado é fun- damental para a manutenção do equilíbrio hidrológico no país.

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, além de ser essencial para as comunidades in- dígenas, quilombolas, ribeirinhos, geraizeiros e baba- çueiras, que retiram dele o seu sustento, abriga uma das mais ricas e importantes fauna e flora do país.

Apesar de sua grandiosidade, é um dos ambientes mais ameaçados do mundo. Durante quatro décadas, com a expansão da atividade agropecuária, queima- das e o crescente desmatamento, o Cerrado perdeu metade da sua vegetação nativa. Segundo o Núcleo de Estudos Socioambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alter- ações com a ocupação humana.

Preservar o Cerrado significa preservar grande parte da água do Brasil. Ele abastece três das maiores bacias hi- drográficas da América Latina e alimenta três dos maio- res aquíferos do mundo. Proteger o Cerrado é proteger a vida! Pensando nisso, o Instituto Guaicuy desenvolveu esse ebook, apresentando um panorama atualizado so- bre a savana brasileira e a sua importância para a manu- tenção da vida. Confira.

BOA LEITURA!

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Um dos maiores biomas

do mundo ESTÁ AMEAÇADO!

O cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul. Ele ocupa aproximadamente 22% do território brasileiro, abrangendo uma área de 2,036.448km², atravessando 11 estados e o Distrito Federal. São mais de 2 milhões de quilômetros quadrados distribuídos entre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal.Dentro do Cerrado estão as nascentes de alguns dos principais rios das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata.

Rios como o São Francisco, Araguaia, Xingu, Tocantins, além daqueles que abastecem o Pantanal nascem no bioma, que é considerado a savana mais rica do planeta em biodiversidade.

Área ocupada pelo bioma no território brasileiro

correspondente a um total de 2.036.448 km² distribuídos por 11 Estados e o Distrito Federal.

22%

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Atualmente, estima-se que mais da metade do territó- rio foi convertido em áreas de produção agropecuária.

O avanço das queimadas, desmatamento e retirada das matas para utilização agropecuária, fez com que o bioma perdesse mais de 50% da sua vegetação natu- ral, além de ocasionar em cerca de 130 espécies amea- çadas de extinção. Apenas no estado de São Paulo, o Cerrado já chegou a ocupar 14% do território; hoje, resta menos de 1% de sua vegetação natural. Por isso, tam- bém é considerado o segundo bioma mais ameaçado do Brasil. Em Minas Gerais, por exemplo, o bioma sofre com os altos índices de queimadas. Em setembro de 2020, de um total de 5 mil pontos de queimadas con- tabilizados em Minas, mais de 3,1 mil estavam entre as árvores retorcidas desse tipo de vegetação.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu com as atividades humanas.

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Rico em fauna e flora

Sendo considerado a savana mais rica em diversida- de do mundo, o Cerrado é o segundo maior Bioma do Brasil - com mais de 420 espécies de árvores e arbus- tos - fazendo limite com a Mata Atlântica, a Floresta Amazônia, a Caatinga e o Pantanal. Em Minas Gerais, por exemplo, a vegetação de Cerrado aparece em cerca de 50% do Estado, especialmente nas bacias dos rios São Francisco e Jequitinhonha. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, ele possui mais de 11,6 mil espécies de plantas catalogadas. Além da vegetação, existem em torno de 199 espécies de mamíferos, 837 de aves, 1,2 mil de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios. E es- tima-se que, aproximadamente, 35% da população de abelhas de todo o país estejam lá, assim como 13% das

MAIS DE 837 ESPÉCIES DE AVES

Mais de 420 espécies de árvores e arbustos

MAIS DE 199 ESPÉCIES DE MAMÍFEROS

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DIA DO CERRADO

borboletas e 23% dos cupins dos trópicos. O Cerrado também é, há centenas de anos, moradia de popu- lações indígenas, que retiram da terra seu próprio sustento. Algumas das principais comunidades indí- genas pertencentes ao Cerrado são os Karajás, Avá- -Canoeiros e Xerentes.

O berço das águas

Conhecido como berço das águas, ou “caixa d’água do Brasil”, é considerado por muitos também o co- ração do Brasil. Além de sua localização central, suas reservas subterrâneas de água doce abastecem oito das doze mais importantes bacias hidrográficas do país: a bacia Amazônica (rios Xingu, Madeira e Trom- betas); a do Rio Tocantins-Araguaia (rios Araguaia e Tocantins); a Atlântico Nordeste Oriental (Rio Itapecu-

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ru); na Bacia do Parnaíba (rios Parnaíba, Poti e Longá);

na do São Francisco (rios São Francisco, Pará, Paraope- ba, das Velhas, Jequitaí, Paracatu, Urucuia, Carinha- nha, Corrente e Grande); na do Atlântico Leste (rios Pardo e Jequitinhonha); na Bacia do Paraná (rios Para- naíba, Grande, Sucuriú, Verde e Pardo); na do Paraguai (rios Cuiabá, São Lourenço, Taquari e Aquidauana).

É no Cerrado que nascem os rios que formam seis das principais regiões hidrográficas do Brasil: Parnaí- ba, Paraná, Paraguai, Tocantins-Araguaia, São Fran- cisco e Amazônica.

E, ainda, 70% da área ocupada pelo aquífero Guarani (840 mil km²), a segunda maior reserva subterrânea

O CERRADO ABASTECE TRÊS DAS MAIORES BACIAS HIDROGRÁFICAS DA AMÉRICA DO SUL

FONTE IBGE

Araguaia-Tocantins

Paraná

São Francisco

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DIA DO CERRADO

de água doce do mundo, se encontra no subsolo do centro-sudoeste do Brasil, o que significa que uma grande parte deste aquífero está na área do Cerrado.

Por isso, a preservação desta região se torna ainda mais importante.

Além de sua relevância econômica, as águas do Cer- rado alimentam a população que vive do extrativismo sustentável na região, uma atividade realizada pelas mãos dos povos nativos tradicionais do Cerrado, que perpetuam e valorizam a vegetação do bioma. O im- pacto dos rios, córregos, cachoeiras, cascatas, cânions, lagos, riachos e demais paisagens do Cerrado também se estende para as áreas do turismo, que possuem forte influência na economia de vários municípios. As bele- zas naturais incomparáveis do Cerrado atraem aqueles que buscam lazer e contato com a natureza. Se o des-

POSIÇÃO DO AQUÍFERO GUARANI EM RELAÇÃO AO BRASIL

Aquéfero Guarani

FONTE IBGE

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matamento do Cerrado seguir no ritmo em que vem se ampliando nas últimas décadas, o coração do país cor- rerá o risco de deixar de existir.

Povos do Cerrado

O Cerrado é lar de em torno de 216 terras indígenas (TIs), com uma população indígena de cerca de 100 mil habitantes e 83 diferentes etnias. Existem, tam- bém, 44 territórios quilombolas, como por exemplo, os Kalungas, comunidade quilombola localizada na Chapada dos Veadeiros, no norte de Goiás. Também estão presentes os Geraizeiros, população tradicional localizada entre o norte e noroeste de Minas Gerais e o oeste da Bahia; as quebradeiras de coco babaçu, mulheres que assim se denominam pelo trabalho da colheita e quebra do coco; as comunidades Vazantei- ras, localizadas nas margens do Rio São Francisco, que vivem da pesca, extrativismo e criação de animais; as comunidades de Fundo e Fecho de Pasto, que man- têm uma grande importância para a manutenção

deste bioma; e os apanhadores de flores sempre-vivas, que se intitulam guardiões de sementes, flores e ou- tras plantas agrícolas tradicionais.

Cerrado em risco de desaparecimento

Os índices de degradação do Cerrado apontam para um futuro devastador para o bioma, que sofre com in- cêndios e queimadas e o desmatamento em função do avanço da agropecuária. O Cerrado possui poucas chances de sobrevivência caso medidas de proteção emergenciais mais rígidas não sejam tomadas, como a

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ampliação de sua área protegida e a adoção de práticas produtivas menos danosas ao meio ambiente.

As projeções demonstram que a área de plantio de soja pode aumentar de 21 para 30 milhões de hectares nos próximos dez anos, e a área mais afetada será o Cerrado, devido às suas “terras baratas”. Além do plantio da soja, a demanda pela produção de carnes também cresce de forma preocupante.

De acordo com dados fornecidos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), a destruição do Cerrado chega a 127,5 mil km². A pecuária extensiva, o plantio de soja e cana-de-açúcar são os principais influenciadores para o agravamento das condições do bioma. A área desmat- ada cresceu em 6,3% de 2002 a 2008, saltando de 41,9%

para 48,2%, ou seja, quase um milhão de km². Ainda de segundo o relatório do MMA, 12 mil espécies nativas desapareceram. Desde a década de 70, o cenário ambi- ental do Cerrado se torna cada vez mais desanimador e sua destruição não cessou durante os últimos anos.

A degradação do bioma já se equipara à Amazônia em níveis de emissão de gás carbônico. Entretanto, a deser- tificação do Cerrado apenas continua.

De acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, produzido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), devido, principalmente, à extensa atividade agro-

pecuária, o Cerrado é o segundo bioma com maior quantidade de espécies da fauna ameaçadas de ex- tinção. São 308 espécies ameaçadas, de acordo com o ICMBio, incluindo entre elas a arara azul, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira.

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55

MINERAÇÃO

47

POLUIÇÃO 0

20 40 60 80 100 120 140 160 180

200 195

AGROPECUARIA

72

PRODUÇÃO DE ENERGIA

63

CAPTURACAÇA

62

EXPANSÃO URBANA

NÚMERO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS VERSUS VETORES DE PRESSÃO

BIOMA Cerrado: 308 ESPÉCIES AMEAÇADAS

FONTE ICMBIO

A pecuária extensiva, o plantio de soja e cana-de-açúcar são os principais influenciadores para o agravamento das condições do bioma.

Cerrado chega a 127,5 mil km²

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A preservação do Cerrado

Proteger o Cerrado é sinônimo de proteger as águas e a existência de todo um ecossistema essencial para a população e a natureza. Hoje, por lei, apenas 8%

do Cerrado faz parte de unidades de conservação, e apenas 3% são de proteção integral. A preservação do Cerrado depende diretamente de como tratamos este bioma e como sua biodiversidade é utilizada. A atividade agropecuária extensiva e as constantes queimadas são as principais causas de sua destruição, mas, com a diminui- ção destes impactos de produção e melhorias nos pro- cessos de desenvolvimento sustentável, é possível come- çar a reverter os danos causados a este ecossistema. A população tradicional que reside nestas áreas realiza isso há anos, utilizando os recursos do Cerrado de forma cons- ciente e sustentável, provando que não é preciso destruir o Cerrado para aproveitar seus recursos.

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A DISPUTA ENTRE PRESERVAÇÃO DE MEIO AMBIENTE E AGRONEGÓCIO É ANTIGA. Em termos de produção, é uma atividade econômica importante, mas são visíveis os impactos nos recursos hídricos por conta dos desmatamentos. Ou seja, há menos retenção de água em áreas sem a vegetação e impactos nos recursos hídricos. Várias cidades entraram em situação de emergência por causa da falta d’água, o que, em partes, está ligado às questões climáticas mas também ao desmatamento. Em todo país, o Cerrado e a caatinga são subvalorizados, ao contrário do que acontece com a Amazônia.

O fato é que eles são igualmente importantes. [...] É preciso que a sociedade reflita e inicie uma discussão sobre os usos da terra e a preservação das florestas”

Professor do curso de Engenharia Ambiental das Faculdades Kennedy

LUCAS PESSOA

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Nos últimos 10 anos, com o aumento do desmatamento, mineração, garimpo e queimadas, mais de 241 mil hectares de áreas verdes foram varridas do mapa de Minas Gerais.

Enquanto que no mesmo período, apenas 70 mil hectares de áreas verdes foram restaurados - segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) -, os impactos das atividades predatórias humanas avançam e afetam o meio ambiente.

Para se ter uma dimensão do estrago, o espaço destruído de 2009 a 2018 equivale a sete vezes o tamanho de Belo Horizonte ou, ainda, a 13.850 estádios do Mineirão. Tudo consumido por atividades ligadas ao agronegócio, ao crescimento urbano ou a atividades industriais como a mineração. As áreas

atingidas incluem mata atlântica, caatinga e Cerrado, bioma predominante no Estado e principal alvo da devastação.

Ainda segundo a Semad, mais de 70% do desmatamento ilegal em Minas atingiram o Cerrado desde 2016.

ANIMAIS EM RISCO Entre os animais que habitam o bioma estão espécies em extinção, como a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo- guará e a águia-cinzenta – vulneráveis tanto às queimadas quanto ao plantio do eucalipto.

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• Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

• Portal de Educação Ambiental WWF-Brasil

• Orientar Centro Educacional

• Ministério do Meio Ambiente

• Instituto Sociedade, população e natureza

• Brasil Escola

• Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)

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VOCÊ CONHECE O INSTITUTO GUAICUY?

Acreditamos que entender a cidadania, o meio ambiente e a saúde a partir das bacias hidrográficas nos dá a visão necessária da complexidade e da riqueza da vida em socie- dade. Por isso, nossa atuação sempre está voltada para com- preender e fortalecer os laços entre as populações e seus territórios a partir dos rios e cursos d’água.

Criado no ano 2000 por pesquisadores, professores e

ativistas sociais que atuavam no projeto Manuelzão (UFMG), o INSTITUTO GUAICUY é uma entidade não governamental associativa, cultural e técnico-científica sem fins lucrativos.

Seu trabalho é desenvolver ações socioambientais, culturais e educativas voltadas para a preservação e recuperação ambiental, à promoção da saúde e à cidadania. Atualmente o Guaicuy conduz o Água Limpa Para Todos, focado na

educação ambiental como forma de preservação de

nascentes em um bairro de Itabirito, além de dois projetos de Assessorias Técnicas Independentes (ATI).

Na bacia do Paraopeba, o Instituto acompanha o processo de reparação das regiões 4 (Curvelo e Pompeu) e 5 (região do Lago de Três Marias), afetadas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Já em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, o Instituto foi eleito pelos moradores para prestar assessoria técnica para a comunidade que convive nos últimos anos com o risco de rompimento da barragem de Doutor, também pertencente à Vale.

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Referências

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