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FILOLOGIA ROMÂNICA E A LINGUÍSTICA

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES – DLET LICENCIATURA EM LETRAS COM A LÍNGUA INGLESA

FILOLOGIA

PROF. FABRÍCIO BRANDÃO

JOÃO BOSCO DA SILVA (prof.bosco.uefs@gmail.com)

FILOLOGIA ROMÂNICA E A LINGUÍSTICA

FEIRA DE SANTANA - BAHIA 2009

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I - FILOLOGIA:

1, Conceito:

É a ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica, a partir de documentos escritos. Contudo, a abordagem científica do desenvolvimento de uma língua ou de famílias de línguas, especialmente a pesquisa da história de sua morfologia e fonologia, tradicionalmente chamada filologia, foi englobada pelo que hoje se chama Linguística Histórica.

Podemos citar alguns Filólogos importantes, como Werner Jaeger, Ernst Robert Curtius, Ulrich Wilamowitz-Moellendor.

2. Material de estudo:

A filologia hoje é estudada a partir de crítica dos textos, abordando problemas de datação, localização e edição de textos, apoiando-se na História, na linguística, na gramática, na estilística, além das disciplinas ligadas à arqueologia, como a epigrafia ou a papirologia.

A filologia, no sentido mais restrito da linguistica histórica, foi uma das primeiras ciências do século XIX a se aproximar da linguagem humana, e na linguística no século XX, através de Ferdinand de Saussure, dando prioridade à linguagem falada.

II - A LINGUISTICA 1. Conceito:

É o estudo científico da linguagem verbal humana, tendo como estudiosos os linguistas, que pesquisam conjuntamente, mas normalmente não concordam com os argumentos entre eles.

2. A linguística histórica:

É a disciplina que estuda as mudanças das línguas ao longo do tempo e do processo de alteração linguística, ocupando um lugar importante no estudo da evolução diacrônica das línguas e seu relacionamento ou parentesco genético, tentando explicar as diferenças entre o passado e o presente.

3. Os resultados do linguística histórica:

Pode ser frequentemente comparado com outras disciplinas, como a história, a arqueologia ou genética. Em estudos interdisciplinares deste tipo, o objetivo é reconstruir a cronologia relativa aos contatos entre os povos, e expandir rotas e influências culturais.

4. Linguistica Comparada:

Tem início no Sec. XIX, com a hipótese genética ou genealógica, quando são evocadas questões sobre a natureza, pontuada as relações entre as línguas, classificadas em famílias e organismos vivos.

Os primeiros gramáticos comparativos entendiam que, através de mecanismos de mudança no decorrer do tempo, as línguas passavam por avanços ou retrocessos.

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5. Ciência:

A linguística histórica começa a se constituir como ciência quando:

a) se estuda o grego em comparação com o latim;

b) se estufada o parentesco do sânscrito com outras linguas;

c) se analisa as linguas neolatinas (português, espanhol, italiano, francês, romeno e catalão), além de grande quantidade de idiomas usados por um menor número de falantes, como o galego, o vêneto, o occitano (de Provença, França), o sardo e o romanche, uma das línguas oficiais da Suíça; e dialectos (aragonês, asturiano, valenciano, e muitos outros espalhados pela Europa Central e pela América Latina)..

III - GRAMÁTICA 1. Conceito:

É o conjunto de regras individuais usadas para um determinado uso de uma língua, não necessariamente o que se entende por seu uso "correto", e que tem por objetivo estudar a forma, a composição e a interrelação correta das palavras dentro da oração ou da frase, por isso é que a gramática normativa quer preservar o bem falar e escrever.

A Descritiva vai se preocupar com o funcionamento da lingua.

A internalizada vai explicar a competência do usuário.

2. Filologia, a Gramática e a Linguística.

Segundo Faraco (1991), as teorias que definem a linguagem têm três aspectos:

Sendo a filologia e a gramática criadas pela cultura helenística (fusão da cultura grega com a cultura oriental), enquanto que a linguística é uma ciência moderna.

A filologia estuda as manifestações escritas de culturas antigas, cujo objetivo é fixar esses textos de maneira confiável e mais próxima possível do original, isto envolve desde a comparação de manuscritos e diferentes edições de textos (após a invenção da impressa), até o estudo das palavras e seus respectivos significados.

Para o autor, a gramática é uma espécie de livro de etiqueta que dita as regras de escrita, e o gramático aquele que se ocupa em estabelecer as normas do uso da escrita.

3. Manifestação escrita:

Enquanto que a linguística tem como objeto à própria língua, o linguista preocupa-se com todos os fenômenos linguísticos em torno do uso da língua, não se prendendo ao uso culto, mas estuda toda e qualquer manifestação escrita.

4. Chomsky e Luft (Celso):

Em se tratando de linguística é indispensável recorrer aos estudos de Avram Noam Chomsky, linguista americano, nascido em 1928, e que em 1950 elevou sua pesquisa sobre linguagem ao nível científico, tendo como ponto central à capacidade inata do ser humano em comunicar-se.

Para Luft (1997) a teoria de Chomsky determina que o ser humano nasce provido de uma capacidade inata para a linguagem, que é ativada pelo meio social. (ninguém nasce

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com a gramática e sim com uma estrutura genérica que serve como base para aprender as estruturas específicas de qualquer língua)..

Não foi por escolha nossa que adquirimos o idioma que falamos: ele simplesmente se desenvolveu em nossa mente em virtude da nossa construção interior e do meio ambiente em que vivemos. [...] para cada um de nós, a língua se desenvolve em consequência de nossa constituição atual, quando somos colocados no meio ambiente apropriado. (Chomsky, 1981:18-9 IN: LUFT, 1997:56)

O grande problema é que o ensino tradicional não considera essa gramática natural do falante, mas somente aquela aprendida através dos livros.

É importante lembrar que a gramática natural de cada indivíduo é aquela que norteia a fala, a oralidade, entretanto deve servir como base para a expressão de processos comunicativos mais elaborados.

“A língua (e a gramática) é como é, não como deveria ser, como o professor queria que fosse, como os gramáticos pretendem impor que seja, presos a modelos do passado”

(LUFT, 1997:67). –

IV - ORIGENS

As línguas românicas têm origem no método histórico comparativo.

Os neogramáticos faziam trabalho diacrônico, sem detalhes linguísticos, só em textos escritos e com base na Filologia Clássica. Estudavam a partir de analogias.

No latim clássico, a duração era uma característica fonológica.

O macro (-) e a bráquia (u) muda o som e o significado da palavra.

A semântica é importante para entender a sintaxe e a morfologia.

No português o som pode ser até igual, mas o significado ser diferente (Cinto, Sinto).

Quando a palavra for paroxítona, o último “u” passa a ter o som de “o” no português.

Acentuação:

Não existe oxítona no Latim.

1.Na palavras de duas sílabas, o acento é paroxítono.

Fábam > fava / pratum > prato Rotam > roda

2. Nas palavras com três sílabas ou mais.

Amicum > amigo / acetum > azedo Latim Clásico Portugês

Sintético Analítico SOV (suj. obj.

verbo) SVO (Suj. verbo

Objeto)

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Quantidade Qualidade No latim existem 10 fonemas.

i i e e a a o o u u (macro, braquia, macro, bráquia, macro bráquia, braquia, macro, braquia e macro)

O diferencia o latim clássico do português é a síntese (latim) e a análise (português).

Um é sintético e o outro é analítico.

O caso morfológico está para o Latim, assim como o caso Sintático está para o português.

Vai depender do contexto e análise.

No latim a desinência vai diferenciar as palavras.

O que caracteriza a passagem do latim vulgar para o português é a SIMPLIFICAÇÃO.

O latim vulgar já simplificou o que seria o clássico.

O som do latim é velar e paroxítono. O português também é mais paroxítono.

Mudança lexical: Estruturas gramaticais e sons.

Equus > caballus Carro > carroça Sapere > saber Amatum > amado

Feminae rosas amant x Rosas feminae amant x Amant feminae rosas Na morfologia é. Na sintaxe, pode ser.

Redução dos casos

(Instrumental e locativo) De Nominativo para Vocativo De Acusativo para Ablativo De Dativo para Genitivo

Ex: Diana bebeu do suco de laranja.

Diana bebeu do suco de Marta.

Diana de Feira de Santana chegou agora.

Diana chegou agora de Feira de Santana

A linguística moderna é cientificista. A língua é um elemento dinâmico.

Na mudança ocorre primeiro a perda fonética, depois a morfologia e por último a sintaxe.

Gênero Natural: o indivíduo, físico, sexual.

Gênero gramatical: é o aspecto que permite classificar certas calsses gramaticais (verbos, substantivos, adjetivos) em categorias.

O masculino e o feminino não é oposição. O “a” é que se sobrepõe sempre.

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A língua é dinâmica e não morre, apenas se transforma.

Porque as línguas mudam?

a) Fatores intralinguísticos:

Pressão sintagmática (sucessão) e pressão parasintagmática (simultaneidade).

b) Fatores inter-linguísticos:

Substrato, adstrato e superstrato.

c) Fatores extralinguísticos:

Biológicos e sociais.

Princípio da regularidade fonética:

(Neogratmáticos – Séc. XIX) Sintetiza a idéia de que na passagem do latim clássico para as línguas Românicas, havia sempre uma regra geral para um grupo de palavras: Ex.:

Português passou de /t/ para /d/ e de /p/ para b (de surdos para sonoros)

Os estudos no Sec. XX de Chomsky e Saussure não levavam em consideração o social.

Chomsky dizia que a acriança já nasce com a fala, pela competência e desempenho.

Os primeiros traços em textos escritos foram as lápides dos cemitérios.

Métodos:

Histórico: apresenta o texto, sem detalhar ou comparar. É uma relação de parentesco entre línguas.

O texto escrito não dá para analisar um nativo, se ele não está vivo. Não se pode definir a variedade linguística só com o texto escrito. Precisa da fala. ,

O latim vulgar era o falado.

Quando se tem “o” breve – bráquia, passa para o português com som fechado. (novo;

novu)

Toda pós-tônica desse tipo passa para o português com o som de “u”.

O método histórico-comparativo:

Comparar é uma tendência universal dos homens e quando encontramos traços semelhantes em duas pessoas, sabemos que são parentes.

O método comparativo, em Linguística, não é necessariamente histórico e, inclusive, pode, apesar das afirmações contrárias de Saussure, ter um objetivo que não seja a

reconstrução.

O método da Linguística Histórica, ao contrário, só pode ser comparativo.

A reconstituição de palavras latinas é fundamentada na comparação das línguas românica, para se chegar à sintaxe do latim vulgar.

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O método histórico-comparativo, que combina o método histórico (baseado em fontes documentais antigas) com o método comparativo (baseado nas evidências dos exemplos comparados) prova que as línguas românicas provêm do latim vulgar e explica numerosos fatos sincrônicos e diacrônicos dessas diferentes línguas de seus dialetos.

Franz Bopp – a troca de consoante surda por uma sonora, para saber qual era a língua-mãe (proto-lingua - genealogia da língua)

O surgimento do artigo:

Ocorreu na língua Proto-românica.

Ille > lo (o, ele)

Im > de (acusativo) – obj. direto de (ablativo) – adj. Adverb.

V - FIGURAS 1. DE PALAVRAS

1. Metáfora: é o desvio da significação própria de uma palavra nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.

O pavão é um arco-iris de plumas (...é como um arco-íris...) Essa menina é uma flor.

2. Comparação (ou símile): consiste em se confrontar pessoas ou coisas de forma a se destacar semelhanças entre elas.

A criança é tal qual uma plantinha delicada: precisa de amor e proteção.

ATENÇÃO: Não confundir metáfora e comparação. A última tem os termos expressos ligados com nexos comparativos (como, assim como...)

Nero foi cruel como um monstro (comparação) Nero foi um monstro (metáfora)

3. Metonímia: consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Veja alguns exemplos:

Nas horas de folga lia Camões (O autor pela obra - lia a obra de Camões) Ele é um bom garfo (O instrumento pela pessoa que o utiliza - ele é comilão) Ele não tinha teto onde se abrigasse (A parte pelo todo - ele não tinha casa...)

4. Perífrase: é uma expressão que designa os seres por meio de alguma de suas características.

O rei dos animais foi generoso (= leão)

5. Sinestesia: é a mistura de sentidos na frase.

Sua voz doce e aveludada era uma carícia em meus ouvidos. [voz = sensação auditiva, doce = sensação gustativa, aveludada = sensação tátil]

6. Catacrese: uso especial, por analogia, de uma palavra, devido à falta ou desconhecimento do termo apropriado.

Dente de alho Barriga da perna

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2. DE CONSTRUÇÃO

1. Elipse: é a omissão de um termo facilmente subentendido.

A moça estava ali, os olhos postos no chão. (com)

2. Zeugma: Tipo especial de elipse em que se omite um termo expresso anteriormente.

Luís foi à escola; Marcos, à biblioteca. (foi)

3. Pleonasmo: é o emprego de palavras redundantes, com o fim de reforçar a expressão.

Tenha pena de sua filha, perdoe-lhe pelo divino amor de Deus.

4. Assíndeto: omissão de um conectivo coordenativo.

Vim, vi, venci.

5. Polissíndeto: É a repetição intencional de conectivo coordenativo.

Trejeita, e canta, e ri nervosamente.

Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.

6. Inversão (ou hipérbato): consiste em alterar a ordem dos termos ou orações com o fim de lhes dar destaque.

Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.

7. Anástrofe: tipo especial de inversão entre o termo regente e o termo regido:

Vamos dormir dos astros sob o manto (...sob o manto dos astros)

8. Anacoluto: é a quebra ou interrupção do fio da frase, deixando um termo sem nexo sintático. Deve-se usá-lo com sobriedade e consciência.

Eu, pouco me importa esse assunto.

9. Silepse: é a concordância com a idéia associada na mente. Podemos ter:

9.1 Silepse de gênero:

Vossa Majestade será informado acerca de tudo. (Vossa Majestade é termo feminino, mas estamos concordando com a idéia de que Vossa Majestade é homem.)

9.2 Silepse de número:

Corria gente de todos os lados, e gritavam. (O núcleo do sujeito, gente, está no singular, mas gritavam concorda com a idéia de pessoas de todos os lados...)

9.3 Silepse de pessoa:

Aliás todos os sertanejos somos assim (concordância com a idéia de que o autor da frase também é sertanejo e está se incluindo)

10. Onomatopéia:

Consiste no uso de palavras que imitam o som ou a voz natural dos seres. É um recurso fonêmico que a língua proporciona ao escritor.

Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou estrada afora.

11. Repetição: consiste em repetir uma palavra ou oração para enfatizar a afirmação ou sugerir insistência, progressão.

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Tudo, tudo, parado: parado e morto.

12. Aliteração: repetição expressiva de um fonema consonantal.

Que a brisa do Brasil beija e balança.

13. Anáfora: repetição de um termo no início de cada verso ou frase.

Agora preciso ver-te, Agora desejo amar-te.

14. Hipálage: adjetivação de uma palavra em vez de outra.

O vôo branco das garças. (As garças é que são brancas) 15. Enálage: uso de um tempo verbal por outro.

Que seria de mim, não fora sua ajuda? (fora no lugar de fosse)

16. Quiasmo: inversão e repetição de termos, com ou sem alterações.

...tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra.

17. Prolepse (ou antecipação): consiste na deslocação de um termo de uma oração para outra que a preceda, com o que adquire excepcional realce.

Os pastores parece que vivem no fim do mundo.

3. DE PENSAMENTO

1. Antítese: consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto.

Quando a bola saía, entravam os comentários dos torcedores.

2. Apóstrofe: é a interrupção que faz o orador ou escritor para se dirigir a pessoas presentes ou ausentes, reais ou fictícias.

Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas...

3. Eufemismo: consiste em suavizar a expressão de uma idéia triste com palavras amenas.

Fulano foi desta para melhor.

4. Gradação: é uma sequência de idéias colocadas em sentido crescente ou decrescente.

Ele foi um tímido, um frouxo, um covarde.

5. Hipérbole: é uma afirmação exagerada que visa um efeito expressivo.

Estava morto de sede.

6. Ironia: é a figura pela qual dizemos o contrário do que pensamos.

Fizeste um excelente serviço (para dizer que fez um serviço péssimo) 7. Paradoxo (ou oxímoro): uso intencional de um contra-senso.

O que não tenho e desejo é o que melhor me enriquece.

8. Personificação (ou prosopopéia, ou animização): é a figura pela qual fazemos seres inanimados agirem e sentirem como seres humanos.

Os sinos chamam para o amor.

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9. Reticência: consiste em suspender o pensamento, deixando-o inacabado.

De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.

10. Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.

O síndico, aliás uma síndica muito gentil, não sabia como resolver o caso.

Desinências nominais:

1 Gênero

1.1 Masculino: -o 1.2 Feminino: -a 2.Número 2.1 Singular: - 2.2 Plural: -s

O singular se caracteriza pela falta de qualquer desinência.

Desinências verbais:

Neste caso, existem as desinências número-pessoais e modo-temporais. As número-pessoais estão dispostas no presente do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e infinitivo pessoal (ou futuro do subjuntivo). Os outros tempos se encaixam em um dos casos abaixo.

Presente do indicativo (só existe a desinência número-pessoal) Eu cant-o

Tu canta-s Ele canta Nós canta-mos Vós canta-is Eles canta-m

Pretérito perfeito do indicativo (só existe a desinência número-pessoal) Eu cante-i

Tu canta-ste Ele canto-u Nós canta-mos Vós canta-stes Eles canta-ram

Infinitivo pessoal (modo-temporal de laranja e número-pessoal de azul) canta-r

canta-r-es canta-r canta-r-mos canta-r-des canta-r-em

O “m” que aparece no fim da terceira pessoa do plural é um mero símbolo gráfico que representa os ditongos nasais átonos ãu e ēi.

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As desinências modo-temporais, quando existem, aparecem depois da vogal temática (como no infinitivo pessoal acima) e identificam em que modo e tempo está o verbo.

Por exemplo, quando se diz eu canta-va, a forma -va indica que o verbo está no pretérito imperfeito do indicativo. Vejamos exemplos das duas desinências:

Pretérito imperfeito do indicativo Eu canta-va

Tu canta-va-s Ele canta-va Nós cantá-va-mos Vós canta-ve-is Eles canta-va-m

Futuro do presente do indicativo Eu canta-re-i

Tu canta-rá-s Ele canta-rá Nós canta-re-mos Vós canta-re-is Eles canta-rã-o

Pretérito imperfeito do subjuntivo Se eu canta-sse

Se tu canta-sse-s Se ele canta-sse Se nós cantá-sse-mos Se vós canta-sse-is Se eles canta-sse-m Comum de dois gêneros:

Substantivos cujas formas masculina e feminina são idênticas mas são diferenciáveis pela presença de um modificante, tal como um artigo ou adjetivo.

Exemplos:

O dentista e a dentista.

Um fã e uma fã.

Belo amante e bela amante.

O intérprete/a intérprete, o jurista/a jurista».

Não são classificados como comum de dois gêneros palavras como: Criança, pois "Ele/Ela é uma criança”.

Outros exemplos:

o / a estudante o / a imigrante o / a acrobata o / a agente o / a intérprete o / a lojista o / a patriota o / a mártir o / a viajante

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o / a artista o / a aspirante o / a atleta o / a camelô o / a chofer o / a fã o / a gerente o / a médium o / a porta-voz o / a protagonista o / a puxa-saco o / a sem-terra o / a sem-vergonha o / a xereta

o / a xerife Sobrecomum:

São os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros: Eis alguns exemplos:

o cônjuge / a criança / o carrasco / o indivíduo o apóstolo / o monstro / a pessoa / a testemunha o algoz / o verdugo / a vítima / o tipo / o animal o bóia-fria / o cadáver / a criatura / o dedo-duro o defunto / o gênio / o ídolo / o líder

o membro / o nó-cego / o pão-duro / o pé-frio o pé-quente / a personagem

o pivô / a sentinela / o sósia / o sujeito / o tira VI - GLOSSÁRIO

Adstrato: Situação de contato entre línguas de igual prestígio, em que uma se constitui em fonte de empréstimo para a outra.

Cultura Helenística: resultou da fusão da cultura grega com a cultura oriental, promovida pela expansão do império Macedônico com Alexandre Magno.

A Grécia não era mais o centro cultural do mundo. Os principais centros da cultura

helenística foram Alexandria, no Egito, Antioquia, na Turquia, e Pérgamo, na Ásia Menor.

Diacronia: Desenvolvimento de uma língua ao longo do tempo.

Morfologia: O estudo da estrutura e formação de palavras.

Neogramáticos: Depois dos gramáticos comparativistas, as evoluções fonéticas continuaram a ser estudadas pelos “neogramáticos” (Junggrammatiker)

Neogramática é uma escola de pensamento linguístico que procurou introduzir na linguística histórica os princípios positivistas, a fim de renovar a gramática comparada dentro das ciências naturais, tomando como modelos a geologia e a física.

Retórica: Estudo do uso persuasivo da linguagem, em especial para o treinamento de oradores. [Tradicionalmente cinco são as partes do estudo retórico: (a) descoberta de

argumentos; (b) arranjo das idéias; (c) descoberta da expressão apropriada para cada idéia,

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e que inclui o estudo das figuras ou tropos; (d) memorização do discurso; e (e) apresentação oral do discurso para uma audiência.]

Sincronia: Estágio (parte) da história de uma língua que é tomado para estudo.

Sintaxe: Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.

Substrato: Língua de determinada área que foi substituída por uma outra, geralmente a de um povo invasor, mas que deixou traços nesta.

Em situações de pidginização ou de crioulizacão, língua falada pelo grupo socialmente dominado.

Superstrato: Língua dum povo conquistador, posteriormente abandonada, e que exerce influência no idioma dos vencidos, idioma esse adotado pelos conquistadores.

Numa situação de pidginização ou de crioulização, língua falada pelo grupo socialmente dominante, e que fornece a maior parte do vocabulário.

REFERÊNCIAS

COUTINHO, Ismael Lima. Gramática Histórica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico. 1976.

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FARACO, Carlos Alberto. Linguística Histórica. São Paulo Ática. 1991.

ELIAS, Sílvio. Preparação à Linguística Românica. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico. 1979.

ILARI, Rodolfo. Linguística Românica. São Paulo. Ática. 1992.

Referências

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