0 Unidade I:
Unidade: Desenvolvimento de
cursos, produção de material
didático para o ensino virtual
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Unidade: Desenvolvimento de cursos, produção de material didático para o ensino virtual
Unidade: Desenvolvimento de cursos, produção de material didático para o ensino virtual
A distância entre o sucesso e fracasso de um curso a distância para o ensino virtual 1 é uma linha muito tênue e frágil. Assim como no ensino presencial, o fato de planejarmos um curso seguindo todos os cuidados metodológicos e didáticos, buscarmos os recursos mais variados e utilizarmos instrumentos de avaliação pertinentes, não temos a garantia de que os objetivos propostos serão alcançados.
Um bom curso a distância possibilita em que aconteça uma “química”, algo de diferente entre os participantes. O bom curso nessa modalidade de ensino gera situações que permitem contribuições significativas e põe em contato as pessoas, as experiências e as idéias interessantes.
Um bom curso a distância depende de termos professores e tutores preparados intelectual e emocionalmente, abertos para o novo, para o desafio, que saibam motivar e dialogar, que consigam atrair os participantes não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. É preciso que eles conheçam e considerem as principais características a Educação a Distância2 ao longo do planejamento e execução do curso.
Um bom curso a distância depende também dos alunos. Alunos curiosos, motivados, disciplinados em seus estudos facilitam enormemente o processo e contribuem significativamente para o desenvolvimento do curso e para o alcance dos objetivos, pois tornam-se parceiros do professor e dos tutores.
1 A palavra virtual pode ser entendida, segundo Piere Lévy, em diferentes sentidos: na acepção filosófica é virtual aquilo que existe apenas em potência e não em ato; no uso corrente, a palavra virtual é empregada, muitas vezes, para significar a irrealidade, enquanto a "realidade"
pressupõe uma efetivação material, uma presença tangível. A rigor, em termos filosóficos, o virtual não se opõe ao real, mas ao atual. É virtual, então, para o autor toda entidade
"desterritorializada" capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem contudo estar ela mesma presa a algum lugar ou tempo em particular. No centro das redes digitais, a informação certamente se encontra fisicamente situada em algum lugar, em determinado suporte, mas ela também está virtualmente presente em cada ponto da rede onde seja pedida (Lévy, 1999, pág.
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Além disso, para o sucesso de um bom curso, é importante a presença de um corpo técnico que garanta habilmente as ferramentas tecnológicas necessárias para o acesso e desenvolvimento de um curso virtual.
Nesse contexto, o papel do material didático 3 é o de contribuir para a constituição de ambientes virtuais ricos e com recursos e possibilidades diversificadas e que favoreçam o aprendizado dos alunos e o desenvolvimento das atividades planejadas pelos professores.
Embora o ato de planejar já seja uma ação conhecida e do cotidiano dos professores no ensino presencial, quando se trata de ambientes virtuais e elaboração de um curso a distância o processo exige uma mudança nas práticas 4em função de vivermos no tempo do ciberespaço. 5
Para um bom planejamento, é preciso considerar inicialmente o perfil do aluno, nesse caso especificamente, o perfil do aluno que participa de cursos em ambientes virtuais. Os objetivos do curso devem ser bem claros para o professor, uma vez que tais objetivos nortearão a definição do conteúdo e das ferramentas e recursos que serão utilizados para desenvolvimento do curso.
Sugerimos que algumas estratégias sejam seguidas no processo de planejamento de um curso a distância:
• Estratégias de organização6
• Estratégias hipertextuais7
• Estratégias cooperativas 8
• Estratégias de avaliação9
Estratégias de organização são aquelas que garantem uma lógica na seqüência didática do curso, uma unicidade e a coerência entre as atividades por meio de ações de entrada, desenvolvimento e saída. Pensar tais estratégias implica em “desenhar” o curso, considerando que todo planejamento precisa ser flexível. É preciso prever momentos ao longo do processo que necessitem de ajustes e redirecionamentos em função do nível dos alunos com relação aos conhecimentos anteriormente adquiridos sobre a
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temática em estudo, com relação à participação e intervenção dos alunos e possíveis dificuldades de ordem tecnológica , de modo a não perder-se o foco nos objetivos do curso.
Estratégias hipertextuais são aquelas usadas para a apresentação e desenvolvimento dos conteúdos a serem trabalhados ao longo do curso. Os materiais podem ser na forma de hipertextos ou de diferentes mídias como teleconferências, vídeos e cd, entre outros. O hipertexto é o principal recurso utilizado nos cursos em ambientes virtuais e ele possibilita a articulação com outros materiais ou etapas dos do processo de aprendizagem do aluno.
As estratégias cooperativas referem-se às atividades propostas que favorecem a interação nas seguintes dimensões:
entre os participantes, os professores e os tutores por meio das ferramentas de comunicação;
entre os usuários e as ferramentas através de um ambiente virtual criativo e eficiente ou
entre os alunos, os professores e o acesso aos materiais do curso, de modo a incentivar a participação e produção em fóruns, blogs, portfólios e outras ferramentas interativas.
Por fim, as estratégias avaliativas são as que possibilitam, ao longo do processo, a retomada dos objetivos, identificação dos avanços e limites a serem transpostos. Nesse sentido, o professor pode de forma criativa e sempre coerente com os objetivos elaborar e aplicar diferentes instrumentos de avaliação para verificar a aprendizagem os alunos. Também é possível e importante prever diferentes instrumentos de avaliação para os alunos darem retorno acerca do curso, dos materiais, das experiências vividas. O material didático precisa ser avaliado ao longo do curso.
O material didático deve ser pensado de forma estratégica, pois tem papel primordial no contexto da relação educativa. Suas funções são inúmeras e entre elas destacamos o apoio ao esforço de mediação e de atribuição de significados por parte do professor, o auxílio na organização das intervenções pedagógicas ou o estabelecimento de um fio condutor para a construção de conhecimentos por parte dos alunos.
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Como funções do material didático, podemos destacar:
1. proporcionar a transferência de conhecimentos;
2. facilitar a comunicação formador-aluno;
3. subsidiar a organização dos processos de ensino e aprendizagem;
4. explicitar projeto comunicacional do formador;
5. criar espaço para a interatividade cognitiva.
Para que o material didático cumpra as funções apresentadas é preciso levar em consideração as seguintes recomendações:
delimitar a situação problema que solicita, demanda uma ação educativa;
identificar e caracterizar o público-alvo;
formular concepção de EaD e definir o suporte a ser utilizado;
definir os objetivos do curso e, conseqüentemente do material didático;
elaborar auxílios internos e externos ao material didático;
formular atividades finais de avaliação e revisão de conteúdo;
adaptar linguagem e estilo e comunicação ao público alvo (Lembrem-se das disciplinas desenvolvidas pela Profa. Ana Lúcia!);
desenvolver material com equipe multidisciplinar.
Qualquer que seja sua função na equipe multidisciplinas, a elaboração ou a seleção do material didático corresponde a um procedimento complexo de tomada de decisão com relação aos auxílios internos e externos aos quais os professores precisam recorrer para a organização do trabalho pedagógico.
Sendo estrategicamente pensado, o material didático e sua relação didática com o professor, devem "funcionar" em consonância, articulados, com de objetivos de aprendizagem.
A produção de material didático adequado e interativo constitui-se em um grande desafio para o professor formador. Existe uma diversidade de textos impressos e hipertextos já produzidos e disponíveis nas bibliotecas e Internet, todavia, a articulação entre os conhecimentos produzidos e o aluno necessita ser mediada pelo professor através de um texto produzido por ele e da seqüência didática proposta.
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Articular as diferentes mídias, próprias de ambiente virtual com as práticas de leitura, os diferentes estilos de aprendizagem e os objetivos do curso é uma habilidade a ser apreendida e desenvolvida por meio do exercício de reflexão-ação –reflexão.
Para que de fato seja possível fazer uso das várias ferramentas disponíveis na Web, dois aspectos precisam ser enfatizados: a necessidade de buscar fundamentos teóricos, metodológicos e tecnológicos para o desenvolvimento dos cursos e, principalmente, a vivência de experiências significativas no ambiente virtual.
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Referências
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância na internet:
abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem.
Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, 2003.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517
AUTHIER, Michel. Le bel avenir du parent pauvre. In Apprendre à distance.
Le Monde de L’Éducation, de la Culture et de la Formation – Hors-série – France, Septembre, 1998.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
7 Responsável pelo Conteúdo:
Profª. Dra. Rita Maria Lino Tarcia
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