SUBSTRATES FOR THE PRODUCTION OF HYBRID SEEDLINGS OF CAULIFLOWER
Ana Maria Oliveira Bicca1, Edison Pimentel2, Luciane Suñe3, Tânia B. G. Morselli4 e Pedro Berbigier5
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido no Centro de Ciências Rurais da URCAMP-Bagé-RS. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho de mudas de couve hibrida, semeadas em diferentes substratos comerciais e misturas orgânicas formuladas a partir de matéria prima disponível na região, visando encontrar substratos orgânicos que minimizem o custo da produção de mudas de hortaliças. O experimento foi conduzido em ambiente protegido, testando os seguintes substratos: comercial Plantmax® (T1); 100% vermicomposto bovino (T2), 80% vermicomposto bovino + 20% casca arroz carbonizada (T3), 60% vermicomposto bovino + 40% casca arroz carbonizada (T4), 50% vermicomposto bovino + 25% terra do mato peneirada + 25% casca arroz carbonizada (T5). As variáveis analisadas foram: período de emergência da muda, ponto de transplante observado através da altura da planta e número de folhas, massa seca e fresca da parte aérea. Pelas variáveis analisadas o substrato comercial plantmax® não diferiu das misturas 60% vermicomposto bovino + 40% casca de arroz carbonizada (T4) e 50% vermicomposto bovino + 25% terra do mato peneirada + 25% de casca de arroz carbonizada (T5). Os tratamentos 100% vermicomposto bovino (T2), (T3) 80% vermicomposto bovino + 20% casca arroz carbonizada, foram os mais tardios. Isto provalmente ocorreu devido às características físicas do vermicomposto como sua elevada capacidade de retenção de água. Conclui-se que as misturas de 60% vermicomposto bovino + 40% casca de arroz carbonizada (T4) e 50% vermicomposto bovino +25% terra do mato peneirada + 25% de casca de arroz carbonizada (T5) podem substituir o substrato comercial; é possível produzir mudas de qualidade utilizando misturas de substratos orgânicos.
Palavras-chave: vermicomposto, ponto de transplante, massa fresca, massa seca.
1 Profa. AGRONOMIA -URCAMP-Bagé RS. 2 Prof. AGRONOMIA -URCAMP-Bagé RS. 3 Profa. VETERINÁRIA -URCAMP-Bagé RS.
4Profa. Dra. PPGA- SPAF/FAEM/UFPel Capão do Leão/RS.
Revista da FZVA. Uruguaiana, v.18, n. 1, p. 136-142. 2011.
ABSTRACT
This work was conducted at the Center of Rural Sciences URCAMP-Bage-RS. The aim of this study was to evaluate the performance of hybrid cabbage seedlings, grown on different substrates and commercial organic mixtures formulated from raw materials available in the region, aiming to find organic substrates that minimize the cost of seedling production of vegetables. The variables analyzed were changes from the emergency period, point of transplantation observed by plant height and leaf number, matter weight and fresh shoot. The experiment will be conducted in a protected environment, testing the following substrates: Plantmax® (T1);100% vermicompost beef (T2), 80% bovine vermicompost + 20% carbonized rice husk (T3), 60% vermicompost beef + 40% rice husk carbonized (T4), 50% vermicompost beef + 25% humus of the forest land sifted + 25% carbonized rice husk(T5).Variables analyzed by the commercial substrate Plantmax® not different mixtures of 60% vermicompost beef + 40% rice husk carbonized (T4) and vermicompost beef 50% + 25% humus of the forest land + 25% of sifted rice hulls. Treatments 100% vermicompost beef (T2), (T3) 80% bovine vermicompost + 20% rice husk carbonized , these treatments later, probably individuals that is due to the physical characteristics of vermicompost and its capacity to retain water. It is concluded, that mixtures of 60% vermicompost beef + 40% rice hulls (T4) and 50% vermicompost + 25% ground beef from grass sieve + 25% rice husk carbonized (T5) can replace the commercial substrate; is possible to produce quality seedlings using mixtures of organic substrates.
Keywords: vermicompost, point of transplantation,fresh weight, matter weight.
INTRODUÇÃO
Substrato, segundo Burés (1997), é o meio onde se desenvolvem as raízes das plantas produzidas em recipientes. Miner (1994), completa dizendo que compete ao mesmo a manutenção de um ambiente ótimo às raízes, garantindo o fornecimento de água e nutrientes às plantas, permitindo as trocas gasosas entre o ambiente externo e as raízes e promovendo suporte às plantas
devendo, ainda, ser isento de qualquer substância fitotóxica, assim como fitopatógenos, pragas e plantas indesejáveis.
Segundo Minami e Puchala (2000), a utilização de substratos é um importante pilar da produção de mudas, sendo imprescindível quando se quer agregar a produção de mudas de alta qualidade num
período de tempo e com os menores custos de produção possíveis. Neste contexto, o substrato se constitui num dos fatores mais complexos podendo ocasionar a nulidade ou a irregularidade do processo germinativo, a má formação das mudas e o aparecimento de sintomas de deficiência ou excesso de nutrientes essenciais à planta. Os materiais utilizados na confecção de substratos podem ser classificados em três categorias conforme a sua origem: orgânicos, minerais e sintéticos (VERDONCK et al.;1981).
Segundo Backes (1989), no Rio Grande do Sul, em geral os substratos baseiam-se em solo mineral acrescidos de matéria orgânica sob a forma de restos vegetais, terra de mato e estercos animais. Entre os materiais de origem orgânica, podem ser utilizados os estercos curtidos, turfas, maravalhas, vermicompostos e casca de arroz carbonizada. Dos materiais minerais, destacam-se o solo mineral e a areia e entre os sintéticos, as espumas fenólicas. Os resíduos orgânicos utilizados na composição de substratos para o cultivo de mudas contribuem sensivelmente com a aeração, capacidade de retenção de água, e formação de uma adequada estrutura física ao desenvolvimento das raízes (HEGARTY, 1977). Além disso, são capazes de fornecer macro e micronutrientes essenciais às plantas, como resultado da intensa atividade microbiana
(EPSTEIN et al., 1976). Os substratos alternativos substituem cada vez mais o uso de solo mineral como meio de cultivo, propiciando aumentos expressivos na produção hortícola, o que vem ocorrendo em diferentes países da Europa, destacando-se a Espanha com o programa nacional de investigacion agrícola (INIA). A produção de mudas de hortaliças constitui-se em uma das etapas mais importantes do sistema produtivo, influenciando diretamente o desempenho final das plantas nos canteiros (CARMELLO, 1995).
Mudas mal formadas debilitam e comprometem todo o desenvolvimento da cultura, aumentando seu ciclo e levando a perdas na produção (GUIMARÃES et al., 2002). Dentro da produção de hortaliças, as Brassicáceas têm sido objeto constante de pesquisa devido à sua importância na alimentação humana, principalmente pelo alto valor nutricional ou por sua elevada produtividade, destacando-se a couve, como excelente fonte de cálcio,potássio,vitaminas A e C e de ácido fólico (ITO et al., 2006).
Menezes Junior e Fernandes (1998) observaram que a utilização de substratos formulados com vermicomposto na proporção de 75% em volume é viável na produção de mudas de couve-flor. Furlan et al. (2007) concluíram que a utilização de misturas de vermicomposto, casca de arroz carbonizada e pó de rocha é viável em relação ao substrato comercial para a
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produção de mudas de couve. Segundo (LUZ et al., 2000), o vermicomposto possui alta capacidade de reter água e alto teor de nutrientes o que contribuiu para o melhor desenvolvimento das plântulas.
O vermicomposto por satisfazer os requisitos exigidos como: aeração, porosidade e capacidade de retenção de água, surge como uma alternativa à utilização de recursos naturais não renováveis a curto prazo, sendo fonte de material orgânico originado de subprodutos da agricultura e pecuária.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de mudas de couve hibrida, semeadas em diferentes substratos: comercial e misturas orgânicas formuladas a partir de matéria prima disponível na região.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido em ambiente protegido, localizado na área experimental da Universidade da Região da Campanha/URCAMP-BAGÉ-RS no Centro de Ciências Rurais. Foram utilizados cinco substratos, compondo cinco tratamentos e com cinco repetições sendo eles: comercial Plantmax® (T1); 100% vermicomposto bovino (T2), 80% vermicomposto bovino + 20% casca arroz carbonizada (T3), 60% vermicomposto bovino + 40% casca arroz carbonizada (T4), 50% vermicomposto bovino + 25% terra do mato peneirada +
25% casca arroz carbonizada (T5). Para o preparo dos substratos, o vermicomposto bovino e a terra de mato foram passados em peneira de 2mm de diâmetro, sendo então misturados nas combinações e homogeneizados manualmente. Em seguida, os substratos foram transferidos individualmente para cinco bandejas de poliestireno expandido com 200 células. A semeadura foi manual colocando-se uma semente no centro de cada célula da bandeja, realizada no dia 26/10/2010. Após a semeadura, as bandejas foram colocadas no sistema “floating” que foi instalado, dentro da estufa plástica, sobre uma bancada de madeira recoberta por plástico, formando piscinas individualizadas, com uma capacidade total de 12 bandejas. As bandejas permaneceram em lâmina de água de 5cm até a retirada das mudas (29 a 38 dias). O experimento foi avaliado segundo delineamento em blocos inteiramente casualizados com cinco repetições, pois cada bandeja constituiu um bloco com cinco parcelas e, cada parcela foi constituída de 40 células. Os tratamentos foram avaliados conforme as plantas atingiam o ponto de transplante escolhendo-se aleatoriamente 15 plantas de cada bloco. Foram analisados os seguintes parâmetros: período de emergência da muda, ponto de transplante observado através da altura da planta (10cm) e número de folhas (5 a 6 folhas definitivas), massa fresca e massa
seca da parte aérea. Os resultados foram submetidos à análise da variância utilizando o SANEST (ZONTA e MACHADO, 1984).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observando a Tabela 1, verifica-se que para as variáveis: precocidade, ponto de transplante, massa fresca de parte aérea (mfpa) e massa seca parte aérea (mspa), o substrato comercial Plantmax® (T1), 60% vermicomposto bovino + 40% casca de arroz carbonizada (T4) e 50% vermicomposto bovino + 25% terra do mato peneirada + 25% casca arroz carbonizada (T5) não tiveram diferença significativa entre si, mas diferiram dos demais tratamentos. Os tratamentos 100% vermicomposto bovino (T2), (T3) 80% vermicomposto bovino + 20% casca arroz carbonizada, foram os tratamentos mais tardios, isto provalmente se deve às características físicas do vermicomposto como sua elevada capacidade de retenção de água, como relata Luz et al. (2000),
sendo que 20% de casca de arroz carbonizada não foi suficiente para promover a aeração necessária nestes substratos, esses dados concordam com também com Diniz et al. (2001), que avaliaram a produção de mudas de tomate e pimentão em substrato a base de vermicomposto e observaram que a ausência ou a menor quantidade de vermiculita no substrato, condicionaram os piores resultados. Estes dados não concordam com Menezes Junior (1998) onde observou que a utilização de vermicomposto em substratos olerícolas demonstrou ser viável na produção de mudas de alface e repolho em 75% do volume do substrato, mas concordam com Furlan et al. (2007) onde concluíram que a utilização de misturas de vermicomposto, casca de arroz carbonizado e pó de rocha é viável em relação ao substrato comercial para a produção de mudas de couve.
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TABELA 1. Emergência, precocidade, ponto de transplante, massa fresca da parte aérea (mfpa) e massa seca da parte aérea (mspa), de couve híbrida cultivada em diferentes substratos. Tratamentos Emergência (dias) Precocidade (dias) Ponto de transplante
Altura (cm) Número folhas Definitivas mfpa (g) mspa (g) T1 4/11 29 10,2 a 6 a 14,21 a 3,60 a T2 12/11 38 5,1 b 3 b 9,58 b 2,46 b T3 12/11 38 3,2 b 3 b 9,07 b 2,31 b T4 4/11 32 9,9 a 5 a 12,40 a 3,10 a T5 4/11 32 9,5 a 5 a 12,16 a 3,07 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si para cada variável, pelo teste de Duncan 5%
CONCLUSÕES
É possível produzir mudas de qualidade utilizando misturas de substratos orgânicos.
As misturas de 60% vermicomposto bovino + 40% casca de arroz carbonizada (T4) e 50% vermicomposto bovino + 25% terra do mato peneirada + 25% de casca de arroz carbonizada (T5) podem substituir o substrato comercial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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