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Antonio Castelnou Castelnou

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Antonio

Castelnou

(2)

Introdução

No final do século XIX, as críticas ao

ECLETISMO

e a própria experiência do Arts &

Crafts apontaram para a necessidade de se

encontrar um novo estilo que abandonasse

essas tentativas frustradas de reviver o passado.

As correntes historicistas já tinham consciência

que a

MODERNIDADE

industrial colocou em

crise a arte oitocentista, a qual estava vivendo

uma carência em temas e propostas originais.

(3)

 Nascido na Bélgica, o ART

NOUVEAU opunha-se à esterilidade artística da era industrial, tendo como

principal objetivo combater as atitudes historicistas que vigoravam

desde a Renascença.

 Denominava-se “arte nova” no sentido de romper com o método criativo de inspiração no passado; e

por tentar melhorar a qualidade artística da época: visava dar novo

rumo às artes aplicadas, com

unidade e originalidade. Hôtel Guimard

(1912, Paris - França)

(4)

 O ART NOUVEAU pode ser considerado o último estilo ornamental do século XIX; uma transição moderna, através da sua funcionalidade e senso estético unitário, que recebeu várias denominações:

Style Fin-de-Siècle, Métro

ou Modern Style (França)

Jugendstil (Alemanha)

Stile Liberty ou Floreale (Itália)

El Modernismo ou Estilo Joven

(Espanha)

Drak/Dragestil (Escandinávia)

Tiffany Style (EUA) Entrées du Metropolitan

(1898/1901, Paris - França)

Hector Guimard (1867-1942)

Tiffany

(5)

 De qualquer forma, o novo estilo foi uma forte

reação ao ECLETISMO, sendo composto por uma série

de iniciativas que se baseavam, na sua totalidade, na completa

recusa da associação entre o repertório estilístico tradicional

(historicismo) e as técnicas modernas, defendendo principalmente o uso do ferro e vidro. Jules Brunfaut (1852-1942) Hôtel Hannon (1902, Bruxelas, Bélgica) Conjunto Art Nouveau

(6)

 As principais características do ART NOUVEAU foram:

- Acentuado interesse pelas artes aplicadas, por influência teórica de Ruskin e Morris, além da prática do

Arts & Crafts, resultando em uma

decoração espaçosa e bem

planejada, restabelecendo o senso de unidade;

- Motivos decorativos derivados do

ORIENTE (repertório vegetal e

mundo aquático), com tendência à estilização e abstração linear;

H. Van de Velde

E. Gallé

(7)

- Inspiração naturalista na flora

(botões de flores, orquídeas, lírios, crisântemos, nenúfares e ninféias; entrecruzamentos de

caules, espinhos e ondulações) e também na fauna (borboletas,

libélulas, pássaros e rãs);

- Inspiração na figura feminina, associando-se a mulher ao princípio elementar da vida, tanto pelo sexo como pelas formas curvilíneas (rosto, busto, quadril, cabelos, etc.);

R. Lalique

E. Gallé

(8)

- Preferência pelos ritmos

gráficos ou plásticos da

LINHA CURVA e suas

variantes, como a espiral, a voluta e a linha em chicotada (uso de arabescos, formas sinuosas e ovóides);

- Recusa de proporção e equilíbrio clássicos,

buscando-se DINAMISMO e ritmos musicais; e enfatizando-se juventude, leveza e otimismo (cores em tons pálidos e transparentes);

Mobiliário

(9)

- Tendência em resolver

valores plásticos através de elementos lineares e cromáticos, acentuando a sensação de movimento e a estruturação da forma; e - Individualismo artístico em contradição ao tentar

uma aliança entre o social e

o estético; entre o popular e o erudito: produção original,

mas cara e luxuosa (“estilo de artistas”). Victor Horta (1861-1947) Hôtel Savoy (1895/1900, Bruxelas Bélgica)

(10)

Style Moderne (França)

No final do século XIX, preocupados em responder ao gosto variado da clientela aristocrática e burguesa de

Paris, os artífices franceses inspiraram-se na Bélgica.

Passou-se a explorar as formas do

Art Nouveau, que, rebatizado de STYLE FIN-DE-SIÈCLE, MÉTRO ou

MODERNE, despontou no início do século XX e atingiu todas as esferas

da arte e decoração, inclusive superando a fama belga.

Castel Béranger

(1893/95, Paris - França)

(11)

O meio cultural parisiense buscava um estilo que refletisse a modernidade e a prosperidade, além de traduzir

o progresso tecnológico daquela época.

Embora inspirado pelo gosto popular, devido à suas formas curvilíneas e motivos florais, o

ART NOUVEAU na França teve caráter individual e elitista,

acabando exagerado e caro.

Georges De Feure (1868-1943) Eugènne Gaillard (1862-1933) Canapé Buffet Vitrine

(12)

Entre os maiores expoentes franceses, destacaram-se: o

estilista Jacques Doucet (1853-1929), o vidreiro e joalheiro René Lalique

(1860-1945), o ebanista Georges De Feure (1868-1943) e o pintor

Gaston Gérard (1878-1969).

Soma-se ainda o ilustrador suíço Théophile Steinlen (1859-1923) e o pintor tcheco Alfonse Mucha (1860-1939). J. Doucet Robe du Soir (1914) R. Lalique T. Steinlen A. Mucha

(13)

Na arquitetura e decoração, destacaram-se: Georges Chédanne (1861-1940), Eugènne Gaillard (1862-1933), Jules Lavirotte (1864-1924) e Paul Charbonnier (1865-1953); além de Hector Guimard (1867-1942), o

maior expoente do Art

nouveau parisiense. Georges Chédanne (1861-1940) Galeries Lafayette (1908, Paris) 29 Avenue Rapp (1901, Paris) Jules Lavirotte (1864-1924) Eugènne Gaillard (1862-1933)

(14)

Porte Dauphine Entrée du Métropolitain (1896/1900, Paris) Style Guimard (Métro) La Bluette (1901, Hermanville-sur-Mer, França) Hector Guimard (1867-1942) Métro Chateaud‘Eau

(15)

Escola de Nancy

Uma exposição de artes

decorativas e industriais

ocorrida em 1893 em Nancy,

cidade situada na região da

Lorena, no Noroeste da França, destacou-se

pela originalidade dos seus artíficies vidreiros,

ceramistas e ebanistas.

Em 1901, foi fundada a

ÉCOLE DE NANCY

, que

era uma associação de artistas locais que produziu

um Art Nouveau bastante delicado e colorido,

marcado por seu preciosismo.

(16)

Esta associação revolucionou as técnicas de fabricação de vidro e louça (leitosidade, uso

de matizes e decorações cravadas), assim como o desenho de móveis leves,

delicados e brilhantes.

Seus membros fundadores foram: Émile Gallé (1846-1904), Auguste Daum (1853-1909), Eugène Vallin (1856-1922) e Louis Majorelle (1859-1926), entre outros. A. Daum Maison Huot

(1901/05, Rue Lionnois, Nancy)

Émile André (1871-1933) L. Majorelle

(17)

Émile Gallé (1846-1909) Chaise Vitrine Table Cabinet

(18)

De relação intimista com a natureza, a École de Nancy explorou a

leitosidade e translucidez do vidro, através de ondulações,

entrecruzamentos de caules e efeitos de superfície espinhosos, nodosos ou mosqueados, associando flora e fauna.

Verrerie Nancy

(19)

No Império Alemão (1871-1918), o

movimento renovador das artes começou

logo após a experiência belga, mas

encontrou grande resistência. Algumas

exposições simbolistas e especialmente

revistas foram fundamentais para sua

disseminação.

A revista Jugend (1896), fundada por Georg

Hirth (1865-1902), teve ampla aceitação e

rebatizou o Art Nouveau alemão como

JUGENDSTIL

(“estilo da juventude”).

(20)

Os maiores centros de difusão do novo estilo foram Munique e

Darmstadt, apresentando-se de

forma peculiar e bastante influenciado por Van de Velde, que também atuou no país, além

de outros estrangeiros.

Destacaram-se: Hermann Obrist (1863-1927), Otto Eckmann

(1865-1902), Richard

Riemerschmid (1868-1957) e, principalmente, August Endell

(1871-1925), entre outros. Candlestich (1910)

Gertraud von Schnellenbuhel (1878-1959) Gustav Gurschner (1873-1971) Table Lamp (c.1900) Darmstadt München

(21)

Otto Eckmann (1865-1902) Richard Riemerschmid (1868-1957) Mesa e cadeira (1899) Fontes e monumentos (1895) Hermann Obrist (1863-1927) Tapeçaria em Coup-de-Fouet (1890)

(22)

August Endell (1871-1925)

Atelier Elvira (1897, Munique

(23)

Foi na Áustria que o Art Nouveau encontrou sua

versão mais geometrizada, confundindo-se com o

movimento da

SEZESSION

, termo que designou

todas as tendências artísticas que quiseram romper

com a tradição acadêmica.

De formas mais geométricas e abstratas,

o novo estilo surgiu em 1897 a partir da

fundação em Viena de um grupo liderado

por

Otto Wagner (1841-1918)

, que se

tornou seu maior propagador, reunindo

vários artistas em torno de si.

(24)

Tornando-se professor na Academia de Belas-Artes de Viena em 1894, Wagner liderou a SEZESSION, defendendo em seu livro Moderne Architektur (1896) uma arquitetura livre de

imitações do passado.

Seus maiores discípulos foram: Koloman Moser (1868-1918),

Josef Maria Olbrich (1869-1908) e Josef Hoffmann

(1870-1956), entre outros.

Estação de Metrô (1894/99, Karlplatz - Viena, Áustria)

Otto Wagner (1841-1918) Caixa Postal (1904/06, Viena) Majolikahaus (1898/1900, Viena)

(25)

Sezession Building (1898, Viena - Áustria) Josef M. Olbrich (1869-1908) Siebenkugelstuhl (1900) Josef Hoffmann (1870-1956) Sitzmachine (c.1905)

Jacob & Joseph Stuhl (c.1905) Koloman Moser (1868-1918) Vitrine (1902) Tee- Service (1903) Sezessionsstil

(26)

A Secessão vienense influenciou a difusão do novo estilo na República Tcheca, onde recebeu

o nome SECESE STYL, acabando por atingir todos os

países do centro e leste da Europa, com especial destaque para Budapeste (Hungria) e Riga

(Letônia).

Retornando de Paris, Alfons Mucha (1860-1939) trabalhou

principalmente em Praga, ao mesmo tempo em que o destaque

na Hungria foi do arquiteto Ödön Lechner (1845-1914).

Museu das Artes Aplicadas

(Budapeste – Hungria)

(27)

Grand Hotel Europe (1906, Praga Rep. Tcheca) Secese Styl Casa Municipal (1905, Praga Rep. Tcheca) Centro Histórico (Riga, Letônia) Jūgendstils

(28)

O centro espanhol do Art Nouveau foi Barcelona;

uma cidade que se industrializava e era dotada de

uma rica e próspera burguesia, enquanto o resto

do país passava por um conturbado contexto

político, marcado por rebeliões e atentados.

Chamado pelos catalães de

EL

MODERNIMO

ou Estilo Joven,

apresentou-se com traços

medievais e nacionalistas, além

de preocupações simbólicas.

El Modernismo (Espanha)

(29)

Em Barcelona, o estilo foi revestido de grande força mística expressa pelas obras de Antoni Gaudí (1852-1926),

que trabalhou com materiais rudes, formas plásticas e

conotações religiosas.

Além dele, outros

representantes do modernismo catalão foram: Lluís Domènec i Montaner (1850-1923), Josep Puig i Cadaphalc (1867-1956)

e Josep Maria Jujol (1879-1949), entre outros.

Casa Batló (1905/07, Barcelona) Antoni Gaudí (1852-1926)

(30)

Palácio Güell

(1885/89, Barcelona)

Casa Milá

(31)

Templo Expiatorio de la Sagrada Familia (1883/1926, Barcelona – Espanha) 18 torres (12 apóstolos, 4 evangelistas, Ave Maria e Cristo, esta de 170 m de altura) Parc Güell (1900/14) Banco c/110 m de extensão: obra de Josep M. Jujol (1879-1949)

(32)

No final do século XIX, a sociedade italiana

esforçava-se para se inserir culturalmente no

debate europeu, apropriando-se das vanguardas

artísticas norte e centro-européias.

O Nuovo Stile chegou por

influência direta dos ingleses,

tanto que se chamava

STILE

LIBERTY

ou

FLOREALE

, em

referência a uma loja situada

na Regent Street (Londres),

que comercializava objetos.

(33)

A publicação das revistas

Arte Italiana Decorativa e Industriali (1892) e

Emporium (1895) tornou-as

veículos de divulgação do Stile Floreale, que passou cada vez mais a ser aceito.

Sua consagração ocorreu na

Exposição Universal de Turim

(1902), seguida pela de Milão (1906), o que influenciou muitos artistas. Pietro Fenoglio (1865-1927) Casa Le Fleur (1902/03, Turim Itália) Sedia Cobra (1902) Trono Sedia (c.1910) Carlo Bugatti (1856-1940)

(34)

Entre seus expoentes, destacaram-se principalmente Carlo Bugatti (1856-1940) e Giuseppe Sommaruga (1867-1917),

entre outros como: Ernesto Basile (1857-1932), Pietro Fenoglio (1865-1927), Giovanni Michelazzi (1879-1920).

Palazzo Castiglioni

(1901/03, Milão – Itália)

Giuseppe Sommaruga (1867-1917)

(35)

Embora o Arts & Crafts tenha sido fundamental para dirigir

a renovação das artes aplicadas e decorativas no

Reino Unido, não foi suficiente para uma transformação radical.

Foi a experiência de um grupo de artistas em Glasgow

(Escócia) que acabou se inserindo no debate da

vanguarda europeia.

Glasgow Style (Escócia)

The Willow Tearoom

(1901,

(36)

THE FOURS foi um grupo de artistas escoceses que

revolucionou o design gráfico e mobiliário britânico,

expondo o Modern Style em Londres em 1896.

Era composto por: Charles Rennie Mackintosh (1868-1928), James H. MacNair (1868-1955), e suas respectivas esposas, as irmãs Margareth (1864-1933) e Frances MacDonald (1873-1921). Margareth & Charles R. Mackinsoth

James & Frances MacNair

(37)

Essa corrente escocesa diferenciou-se do restante

da Europa por manter um equilíbrio conservador entre a tradição gótica

vertical e a inovação através de arabescos geométricos e elegantes. Hill House (1902/04, Glasgow GB) Charles R. Mackintosh (1868-1928)

(38)

Nos EUA, o Art Nouveau

derivou diretamente do

europeu, tendo sido difundido a

partir da firma

Tiffany & Co.

fundada em 1837 por Charles

Lewis Tiffany (1812-1902), em

Nova York, cujo filho tornou-se

seu maior expoente.

Louis C. Tiffany (1848-1933)

iniciou-se como pintor para

depois se dedicar às artes

decorativas e vidraria, criando

seu próprio estilo.

(39)

Louis C. Tiffany tornou-se mundialmente famoso por sua prataria e artigos de luxo, criando

vitrais, abajours e vasos

soprados, de inspiração vegetal e irisações infinitamente variadas.

(40)

Leitura Complementar

APOSTILA – Capítulo 03.

BENEVOLO, L. História da arquitetura moderna. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

HARDY, W. Guia de Arte Nova. Lisboa: Estampa, 1996.

SEMBACH, K. J. Arte nova: a utopia da reconciliação. Köln: Benedikt Taschen, 2007.

CHAMPIGNEULLE, B. A arte nova. Lisboa: Verbo, 1984.

MADSEN, T. Art Nouveau. Porto: Inova, 1967.

RYKWERT, J. Los primeros modernos. Barcelona: Gustavo Gili, 1982.

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