• Nenhum resultado encontrado

A Atividade de Controladoria na Gestão Empresarial sob o Enfoque da Sustentabilidade Econômico-Ambiental

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A Atividade de Controladoria na Gestão Empresarial sob o Enfoque da Sustentabilidade Econômico-Ambiental"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

A Atividade de Controladoria na Gestão Empresarial sob o Enfoque

da Sustentabilidade Econômico-Ambiental

Aldecir da Silva Leite (Faculdades Integradas de Ponta Porã - FIP/Magsul) aldecirdourados@hotmail.com

James Gallinati Heim (Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD) jamesheim@ufgd.br

Waltecir Cardoso Pereira (Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD) waltecirpereira@ufgd.edu.br

Resumo:

O artigo apresenta uma visão de valorização da sustentabilidade a ser compartilhada com a atividade de controladoria na gestão empresarial. Todos sabemos que sob a ótica da responsabilidade social da empresa o desenvolvimento econômico não deverá ser antagônico à formação de um modelo de gestão empresarial sustentável. Entretanto, tradicionalmente a controladoria como ferramenta da gestão empresarial representa um conjunto de conceitos que contribuem para a sustentabilidade econômica, o objeto de pesquisa deste trabalho é exatamente vislumbrar a possibilidade de deslocar a controladoria para a perspectiva da sustentabilidade ambiental. Esclarecido que a pesquisa busca por pontuar os diversos problemas ligados aos aspectos relativos à aproximação da gestão empresarial com as ferramentas da controladoria como forma de se reconhecer os problemas ambientais existentes quando da execução de projetos econômicos empresarias. Portanto, foram realizados estudos baseados em levantamento bibliográfico e documental como instrumento de pesquisa. Por tratar-se de pesquisa em andamento tem-se a expectativa seguinte de se destacar contribuições advindas do levantamento dos pontos de convergência e divergência que possam existir entre a controladoria e a sustentabilidade ambiental no âmbito da gestão empresarial.

Palavras chave: Sustentabilidade. Gestão ambiental. Controladoria ambiental. Controller.

ACTIVITY CONTROLLER IN BUSINESS MANAGEMENT

UNDER THE FOCUS OF THE ECONOMIC AND

ENVIRONMENTAL SUSTAINABILITY

Abstract:

The paper presents an appreciation of sustainability to be shared with the activity controllership in business management. We understand that from the perspective of corporate social responsibility economic development should not be antagonistic to the formation of a model of sustainable business management. However, traditionally the comptroller as a tool of business management is a set of concepts that contribute to the economic, the research object of this paper is exactly to glimpse the

(2)

possibility of moving the controller to environmental sustainability perspective. Clarified that the research seeks for scoring the various problems related to the approximation aspects of business management with the tools of controllership as a way to recognize environmental problems when implementing economic projects entrepreneurial. Therefore, studies were conducted based on bibliographic and documentary as a research tool, which has the expectation to highlight the contributions from the survey of the points of convergence and divergence that may exist between the controller and environmental sustainability in the management business.

Key-words: sustainability, environmental management, controlling environmental controller

1 Introdução

Historicamente, todo o desenvolvimento econômico iniciado com a Revolução Industrial até o final do século XIX, foi marcado por um impacto significativo pelo meio ambiente, posteriormente observamos uma exploração desordenada dos recursos naturais e o despejo aleatório de resíduos na natureza. O processo de industrialização que marca esta realidade se intensificou nas primeiras seis décadas do século XX, entretanto sempre foi baseado na perspectiva da existência de três fatores de produção, que são: capital, trabalho e recursos naturais. Ainda no século XX, no início dos anos da década de setenta passam a ser quatro os fatores de produção com a inclusão da tecnologia. E, infelizmente, somente nas décadas finais do século XX passamos a questionar o valor dos recursos naturais e sua possível extinção sem preocupação com impactos ambientais, em razão da visão meramente extrativista que se tinha deste fator de produção. O desenvolvimento sustentável surge dentro de uma perspectiva de sustentabilidade ambiental em choque com aquela forma de exploração com uma visão tradicional de mera sustentabilidade econômica (FOLADORI, 2001).

Com base neste cenário extremamente complexo temos a oportunidade de propor a realização de estudos na ciência da administração. Tanto que vislumbramos dentre as diversas lacunas da literatura especializada a falta de trabalhos que façam uma abordagem científica aproximando a área da controladoria com a sustentabilidade ambiental.

Senão vejamos, atualmente testemunhamos uma ascensão de conceitos de sustentabilidade ambiental nos ambientes organizacionais das empresas. Esse fenômeno exigiu do mundo empresarial globalizado que seus planejamentos estratégicos não se concentrassem apenas na dimensão financeira e econômica como metas da organização. Por isso, partindo-se da premissa de desenvolver relacionamentos abertos e descobrir maneiras de trabalhar em busca de benefícios mútuos que encontrem resultados que resultem em ações e comportamentos pautados pela responsabilidade sócio-ética das empresas perante a sociedade visando o bem estar social.

Do exposto, construímos uma proposta de pesquisa partindo da ideia de oferecer através da controladoria uma estratégia sustentável que se enquadre na temática da gestão socioambiental, com base em três referenciais teóricos, que são: a) gestão empresarial; b) controladoria como diferencial para a competitividade; e c) sustentabilidade (MARTINE, 1996).

O texto aborda a controladoria como um viés de gestão estratégica que poderá ter ou não a possibilidade de dar ênfase à questão das consequências atividade empresária para o meio ambiente quando da implementação e execução dos projetos econômicos, focando-se na sustentabilidade dos empreendimentos sob uma ótica de gestão ambiental. O intuito é oportunizar uma compreensão desta ferramenta de gestão denominada controladoria apresentando um enfoque ambiental.

(3)

A relevância do estudo se justifica por verificar o quanto e como a controladoria realmente pode contribuir como um recurso positivo para a eficácia e eficiência da gestão da empresa, sempre com uma ótica voltada à competitividade de uma organização empresária e dentro do possível aproximá-la da ideia da sustentabilidade (NAKAGAWA, 1993).

Finalizando, com a tentativa de pontuar os diversos problemas ligados aos aspectos relativos à aproximação da gestão empresarial sustentável com as ferramentas da controladoria como forma de se conhecer os problemas ambientais existentes hoje quando da execução de projetos empresariais.

2 Controladoria e seu papel na gestão empresarial

Inicialmente, faz-se indispensável identificar a relação entre a cultura organizacional e as práticas de controladoria em uma empresa, conforme evidenciado por diversos autores a controladoria surge depois da segunda metade do século XX, principalmente no mundo empresarial norte-americano. Na verdade, naquele período muitas empresas buscavam uma forma confiável para realizar o controle das atividades para tornar mais eficiente sua gestão. Então temos a controladoria como uma área coordenadora de informações sobre gestão econômica, não se referindo em momento algum na construção um conceito que é totalmente Portanto, analisando a controladoria como ferramenta norteadora da gestão empresarial esperamos estabelecer parâmetros que poderão se transformar em pontos de simetria e assimetria existentes entre controladoria e sustentabilidade, proporcionando resultados de cunho teórico. Assim, o que pode-se relatar tem relação especificamente com a controladoria como integrante do processo de gestão empresarial, defini-se a empresa como um sistema aberto, que oferece pelo menos seis subsistemas empresariais, que são: a) subsistema institucional; b) subsistema organizacional; c) subsistema de gestão; d) subsistema de informação; e) subsistema físico-operacional; e f) subsistema socio-psico-cultural (MOSIMANN; FISCH, 1999).

Tradicionalmente, devemos entender que a finalidade da controladoria é garantir informações adequadas ao processo de decisão, além de representar uma forma de colaboração com os gestores em seus esforços para a obtenção de resultados em suas áreas e assegurar a eficácia empresarial. A controladoria cumpre o seu papel utilizando os diversos meios de coleta de informações, contribuindo com processo motivacional das diversas equipes, aprimorando a coordenação das tarefas do processo de produção, gerando uma avaliação, participando do processo de planejamento e acompanhando a execução do empreendimento, o que representa um aspecto fundamental para a continuidade da empresa como sistema organizacional.

Na doutrina existe a preocupação em estabelecer a finalidade de como desempenhar a controladoria, foi Beuren (2003) quem melhor sintetizou alguns dos principais requisitos do processo a ser operacionalizado pela figura do controller:

a) Entendimento geral do setor econômico; b) Conhecimento amplo da empresa;

c) Entendimento dos problemas da organização;

d) Entendimento dos problemas das funções administrativas; e) Habilidade para analisar e interpretar dados;

f) Habilidade para expressar ideias; g) Conhecimento da teoria contábil.

(4)

denominação de controller, ou seja, as responsabilidades pela implementação e manutenção do projeto de integração das informações necessárias às tomadas de decisões. Consideramos em razão do que foi relatado acima, que para fazer esta aproximação entre a controladoria e a sustentabilidade ambiental é fundamental que a figura do controller tenha conhecimentos sobre gestão ambiental.

Seguindo nossas considerações, temos como principais características e princípios norteadores das ações dos controllers aqueles definidos como: iniciativa, visão econômica, comunicação racional, síntese, modernização, oportunidade, persistência, cooperação, imparcialidade, persuasão e consciência das limitações.

Por outro lado, quanto ao processo de gestão empresarial, este deve ser subdividido em etapas, definidas como: a) planejamento; b) execução; e c) controle organizacional, onde o controller tem autonomia para a busca da eficácia estratégica. Com isso, podemos concluir a ideia apresentada acima da importância do controller, primeiro no sucesso da organização, e por que não em uma perspectiva ambiental, pois a controladoria reflete a somatória da cadeia de valores constantes e das influências internas de gestão, como nas influências externas econômicas. Desta forma, a responsabilidade pela eficácia econômica da empresa é direcionada à controladoria. Cabe uma reflexão sobre a oportunidade ou não de se defender o surgimento da controladoria voltada á gestão ambiental.

Com base, nestas informações tratamos dos aspectos relevantes da controladoria com relação à gestão empresarial, dentro de uma perspectiva da ciência da administração tradicional ou conservadora, descobrimos a abordagem de três aspectos relevantes, que são: a) econômico; b) financeiro; e c) operacional, como partes fundamentais do processo de gestão. Entretanto, cabe constatar a completa ignorância ou desconhecimento do elemento sustentabilidade. Será que a sustentabilidade poderia ocupar a posição de quarto aspecto relevante (GARCIA, 2010). Porém, desta argumentação podemos tirar como ponto positivo deste trabalho de pesquisa o conceito de controladoria, sua classificação como órgão administrativo, que tem uma missão e diversas funções norteadas por princípios a serem observados pela figura do controller. Com isso, estabelecemos a controladoria como um ramo de conhecimento da administração que, em nossa opinião pode ter suas finalidades ampliadas oferecendo-se como uma opção para viabilizar projetos empresariais com o viés da gestão ambiental (FIGUEIREDO, 2008).

A seguir veremos o que se refere à sustentabilidade cabendo iniciar-se um tópico apresentando os seus aspectos relevantes para a compreensão da matéria.

3 Aspectos relevantes da sustentabilidade no âmbito da gestão empresarial

Historicamente, o termo desenvolvimento sustentável foi apresentado, em 1987, pelo relatório “Brundtland” ou como é conhecido “Nosso futuro comum” onde encontramos a definição básica de desenvolvimento sustentável, que se materializa na ideia de assegurar uma gestão responsável dos recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e ao mesmo tempo atender as necessidades das gerações atuais (CMMD, 1991 apud NUNES, 2005). Em outras palavras, o desenvolvimento sustentável procura integrar e harmonizar as ideias e conceitos relacionados ao crescimento econômico, a justiça e ao bem estar social, a conservação ambiental e a utilização racional dos recursos naturais (IBGE, 2004).

Já, a sustentabilidade ambiental é um conceito associado ao desenvolvimento sustentável, pois envolve a utilização dos recursos naturais, dentro de uma perspectiva de longo prazo. Conceber a utilização sustentável dos recursos naturais é entendê-la como a maneira capaz de permitir a reposição dos recursos renováveis e a utilização de forma parcimoniosa e eficiente dos recursos não renováveis. Com isso, a sustentabilidade ambiental tem por característica báseica a manutenção da capacidade do meio ambiente de promover os serviços ambientais e

(5)

os recursos necessários ao desenvolvimento das sociedades humanas de forma perene (IBGE, 2004).

Na verdade, geralmente encontramos o termo sustentabilidade usado para definir ações e atividades humanas que visem suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Em outras palavras, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. A ideia é de seguir estes parâmetros, para que a humanidade possa garantir o chamado desenvolvimento sustentável. Neste trabalho, ao vislumbrarmos a questão nos fixamos basicamente em pensar como construir um pensamento capaz de enfatizar atitudes empresárias voltadas para o desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas visando, por exemplo diminuir o desperdício de matéria-prima, desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia, ou ainda atitudes voltadas para o consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício ou a adoção de medidas que visem a não poluição dos recursos hídricos, assim como a despoluição daqueles que se encontram poluídos ou contaminados por processos industriais sem o viés da sustentabilidade ambiental.

Também, em apresentar os benefícios da adoção de ações de sustentabilidade que garantam a médio e longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana, que é inconcebível sem as atividades de empreendedorismo ligadas à indústria, o comércio e à prestação de serviços. E, esta perspectiva de desenvolvimento sustentável é uma visão a longo prazo, pois garante os recursos naturais necessários para as próximas gerações, possibilitando a manutenção dos recursos naturais (florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e garantindo uma boa qualidade de vida para as futuras gerações.

Não iremos nos delongar quanto à questão da necesidade de um balanceamento quanto à proteção ambiental com o desevolvimento sustentável e econômico, e apenas assinalar que o progresso deverá ser orientado visando atingir metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação tecnológica, principalmente dos paises em desenvolvimento, como afirmou o relatório Brundtland quando introduziu o conceito de equidade entre grupos sociais (ricos e pobres), paises (desenvolvidos e em desenvolvimento) e gerações (atuais e futuras).

A maioria dos estudos afirma que sustentabilidade é composta por três dimensões que se relacionam: econômica, ambiental e social. Portanto, é importante salientar que a sustentabilidade precisa ser acompanhada, principalmente, pelas práticas de gestão ambiental. As mudanças no comportamento das empresas ao assimilarem o conceito de sustentabilidade, em todo o mundo, as fez se depararem com problemas não somente econômicos, mas tambpen sociais e ambientais. Como resultado desta ampliação do contexto empresarial, tem ocorrido o surgimento de novas pressóes por parte da sociedade, seja por meio de movimentos reinvidicatórios, pela atuação de grupos organizados que resultam em uma resposta política através da criação de novas leis. Essas mudanças afetam de forma intensa o ambiente onde as empresas atuam, obrigando-as a criar novas diretrizes e limitações no campo da gestão para que possam operar de forma eficaz. Com isso, surge o conceito de responsabilidade ambiental como um conjunto de atitudes empresarias voltadas para o desenvolvimento sustentável do planeta. Consequentemente, se faz essencial a criação e implantação de um sistema de gestão ambiental de caráter permanente na empresa.

(6)

Como já foi observado, no mundo empresarial e na sociedade, a sustentabilidade também entrou para a lista de prioridades das grandes discussões, pela relevância e pelos desafios que deve-se enfrentar para construir uma sociedade mais equilibrada nos aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Devemos registrar que no campo do mercado financeiro em 26 de maio de 2011, na cidade de São Paulo, no órgão denominado Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – ANEFAC, sua diretora Yara Cintra, e Leno Silva, diretor executivo, apresentaram os resultados de uma pesquisa que avaliou a presença da sustentabilidade nas práticas de controle gerencial em empresas que divulgam relatórios gerenciais no Brasil, e ficou destacado que, embora venha aumentando nos últimos anos no Brasil, ainda é muito limitado, sendo insignificante o número de empresas que divulgam em seus relatórios dados sobre os impactos ambientais causados pelas suas operações.

Devemos advertir que a divulgação socioambiental não é de cunho obrigatório para a empresa, ficando a critério de cada uma a decisão de divulgar ou não informações de natureza ambiental, em especial danos ambientais, em seus relatórios contábeis, ou mesmo os indicadores que mais lhes convém, segundo o que desejam efetivamente mostrar ou como desejam demonstrar. Cada vez mais a controladoria torna-se um mecanismo capaz de atender a necessidade de fornecer informações sobre os resultados da gestão ambiental ou falta dela dentro das empresas. Entretanto, a escolha do conteúdo do relatório que vão divulgar fica a seu cargo, em razão da inexistência de legislação específica sobre a matéria. Neste sentido, devemos nos questionar até que ponto o que os relatórios mostram à sociedade é coerente com o seu comportamento na rotina empresarial e qual sua eficácia no que tange a temática da sustentabilidade.

Portanto, ainda deve ser encarado o assunto sobre o papel da controladoria como ferramenta de gestão ambiental, como um grande potencial a ser desenvolvido, e isto não somente pela quantidade, mas principalmente sob a ênfase da qualidade da informação apresentada pelos relatórios aos diversos usuários, sejam eles internos ou externos, sejam investidores ou não. De fato, algumas empresas ainda desenvolvem seus relatórios como peças de divulgação e marketing, mas, a partir dessa decisão, o que é divulgado acaba por influenciar o comportamento dessas empresas e das pessoas com quem elas se relacionam. Nesta perspectiva, devemos entender que o relatório é um instrumento que serve para estimular a própria organização a aprimorar a inserção da busca pela sustentabilidade através de mecanismos que auxiliem a gestão ambiental em suas práticas e favoça futuramente, a sustentabilidade para a qualidade que se busca hoje, não algo separado dos resultados econômicos obtidos, mas que sejam parte integrante da gestão dos negócios e projetos empresariais de fato.

A compreensão de um conceito de sustentabilidade nem sempre é traduzida pelos números, valores e indicadores, como normalmente acontece no terreno econômico para que de maneira fácil possam ser inseridos de forma mais prática e palpável no dia a dia das empresas. Dessa forma, o papel desempenhado pela sustentabilidade acaba se restrigindo a uma mera declaração de missão, valores, visão e códigos de conduta das empresas, em consequência a sua aplicação é inexpressiva na maioria dos instrumentos mais significativos do mundo empresarial como o planejamento estratégico, o orçamento ou a avaliação de investimentos. Porém, existem algumas técnicas para controle a serviço da sustentabilidade, entretanto tudo é muito incipiente, em outras palavras, cenário que ainda se mostra como se fosse um quadro em branco tanto para o público dos administradores, como para os analistas financeiros e contadores no exercício de suas funções. Neste trabalho, o mais importante é fazer notar que esse movimento não se restringe a alguns paises, senão que é de caráter internacional pois,

(7)

está inserido na pauta de exigências feitas pelo processo de globalização e do cenário que cada vez mais tem privilegiado a criação de blocos econômicos. Como foi explicado anteriormente o controller é dentetor de um know-how capaz de criar modelos de mensuração e controlar temas diversos, devendo em um futuro próximo estar preparado para atuar com questões ligadas ao resultado social e ambiental da empresa em que atua.

Voltando aos comentários da diretora da ANEFAC, esta comenta que em seu estudo foi apontado que 70% dos controllers entrevistado entendem que a sustentabilidade tem relação com suas atividades ou com a contabildade da empresa.

Atualmente, é importante estimular uma maior participação da controladoria com a finalidade que apresente uma disposição que possa contribuir com a divulgação de relatórios mais elaborados e, ainda, precisa haver uma maior conscientização por parte dos controllers no que tange a dar ênfase à gestão ambiental que venha a propiciar o controle da sustentabilidade no âmbito empresarial. Por via de regra, atualmente todo e qualquer profissional ligado à área de controladoria não têm muita participação no controle especializado da sustentabilidade na empresa, pois até mesmo os itens eminentemente econômico-financeiros muitas vezes são supervisionados por técnicos administrativos e até os executivos ligados a outras áreas. Sem dúvida, estaríamos sendo oportunistas e injustos se não elogiássemos a atitude dos dirigentes da ANEFAC, senhora Yara Cintra e do senhor Leno Silva pelos comentários realizados na reunião, acima citada, e que ilustram de maneira significativa o que nosso trabalho defende.

Finalizando, cabe agora uma crítica construtiva no sentido de se clamar por um posicionamento de caráter mercadológico que ainda envolve este tema da sustentabilidade empresarial e sua visualização através de relatórios extraídos da atividade de controladoria. De fato, as empresas se continuarem com o pensamento do que podem ganhar com as práticas sustentáveis, só chegarão a se tornarem atividades empresariais ecoeficientes. Sem dúvida, representa um passo na direção certa, mas a sustentabilidade exige mais do que isso, pois a gestão empresarial não pode se contentar em ser apenas economicamente viável e ter algumas ações pontuais de nível ambiental sustentável. É preciso avançar para que haja uma tomada de decisão que verdadeiramente leve a empresa a ter uma inserção concreta de gestão ambiental. Consequentemente, estaremos no rumo certo e em direção do desenvolvimento sustentável necessário para garantir o futuro das próximas gerações a um meio ambiente saudável.

4 Conclusões

Sem dúvida, as empresas estão na era da sustentabilidade. Foi abandonada a antiga visão de mundo que prevalecia a ideia de crescimento contínuo, da conquista da natureza, da utilização irracional dos recursos, da obediência à legislação, do materialismo, da produção industrial em massa, do design de produtos obsoletos, em que predominava o departamentalismo. Um novo paradigma foi construído assimilando quatro fatores de produção e colocando em evidência os recursos naturais em duas categorias, os renováveis e os não renováveis.

Os problemas sociais, ambientais e econômicos decorrentes desse modelo evidenciaram que esse desenvolvimento é socialmente injusto, ambientalmente desequilibrado e economicamente inviável, o que poderia inviabilizar a vida na Terra. Dessa forma, os valores da sociedade e o paradigma do mundo dos negócios passaram e estão passando por remodelações de forma a incorporar práticas sustentáveis. Existe atualmente no mundo um movimento no intuito de modificar políticas públicas, processos produtivos e estilo de vida da sociedade em prol do desenvolvimento sustentável. No entanto, embora muito discutido teoricamente, o significado do termo não é claro, no dia-a-dia, para a maioria dos empresários, o que impede transformações práticas e efetivas em prol da sustentabilidade.

(8)

As novas práticas gerenciais que a empresa emprega são identificadas como gestão ambiental, que significa uma trajetória rumo à sociedade sustentável. Na realidade, a maioria das mudanças nos processos produtivos e discursos organizacionais em prol da sustentabilidade é imposta pelos modelos de visam a um bom desempenho econômico da empresa tem que se harmonizar com mecanismos voltados à proteção ambiental.

Com isso, vem o desafio de descobrir as simetrias que existem no uso da ferramenta denominada controladoria para alcançar uma gestão empresarial sustentável.

Dentro das expectativas, cabe o levantamento sobre a possibilidade existirem indicadores oferecidos pela controladoria capazes de serem estremamente úteis para a gestão ambiental, sabendo-se que dentro de um modelo de construção da sustentabilidade há indicações de monitoramento das ações socioambientais.

6 Referências

BARBIERI, José C.; CAJAZEIRA, Jorge E. R. Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável: da

teoria à prática. São Paulo: Saraiva, 2009.

CINTRA, Yara C. A integração da sustentabilidade às práticas de controle gerencial nas empresas no Brasil. São Paulo: 2011. Tese (Doutorado em Contabilidade e Controladoria) USP.

DESLANDES, Suely Ferreira. A construção do projeto de pesquisa. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.).

Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2004.

FERREIRA, Aracéli C. S. Contabilidade ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

FIGUEIREDO, Sandra e CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. 4ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

FLICK, Uwe. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3ª. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FOLADORI, Guillermo. Limites do desenvolvimento sustentável. São Paulo:Unicamp, 2001.

GARCIA, Alexandre Sanches. Introdução à controladoria: instrumentos básicos de controle da gestão das

empresas. São Paulo: Atlas, 2010.

GODOY, Arilda S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de empresas, v.35, n.2. Mar./Abr. 1995, p.57-63.

MARTINE, George. População, meio ambiente e desenvolvimento: verdades e contradições. 2ª. Ed. Campinas: Unicamp, 1996.

MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na administração de empresas. São Paulo; Atlas, 1999.

NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à Controladoria - Conceitos, Sistemas, Implementação. São Paulo: Atlas, 1993.

OLIVEIRA, Luis Martins de; Perez Jr, José Hernandez; Silva, Carlos Alberto dos Santos. Controladoria

estratégica: textos e casos práticos com solução. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

PAIVA, Paulo R. Contabilidade ambiental. São Paulo: Saraiva, 2005.

RAUPP, Fabiano Maury. BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da Pesquisa aplicável às ciências sociais. In: BEUREN, Ilse Maria et al. (Org). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e

prática. 2. ed. SP: Atlas, 2004.

(9)

SILVA, J.A. Direito ambiental constitucional. 2.ed. São Paulo: Malheiros, 1995.

SCHNORRENBERGER, Darci; LUNKES, Rogério João. Controladoria: Na Coordenação dos Sistemas de

gestão. São Paulo: Atlas, 2009.

Referências

Documentos relacionados

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

[r]

Diversos estudos em periodontia salientam a respeito da resposta positiva dos tecidos periodontais à presença de matériais restauradores como a resina composta e o ionômero de

RESUMO O presente estudo sobre a modernização da agricultura familiar no agreste de Itabaiana-SE analisou a produção agrícola irrigada a partir de famílias que adotaram a

No entanto, não é suficiente o processo de interatividade de qualquer forma Por exemplo, o simples fato de enviar um e-mail não pode ser

O presente trabalho levará a equipe a olhar e observar as entidades (empresas) de maneira macro ambiente, ou seja, colocará os auditores a perceber os eventos extrínsecos

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

Quando os Cristais são colocados a menos de 20 cm do nosso corpo, com uma intenção real, eles começam a detectar o que está a mais no físico, no emocional, no mental e no