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COMUNICAÇÃO. AVALIAÇÃO DE DOIS AGENTES ANTIOXIDANTES NO ESTABELECIMENTO IN VITRO DE INFLORESCÊNCIAS DE BANANEIRA (Musa spp)

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Academic year: 2021

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COMUNICAÇÃO

AVALIAÇÃO DE DOIS AGENTES ANTIOXIDANTES NO

ESTABELECIMENTO IN VITRO DE INFLORESCÊNCIAS

DE BANANEIRA (Musa spp)

MAGDY AHMED IBRAHIM ALLOUFA

1

CRISTIANE ELIZABETH COSTA DE MACÊDO

2

PAULO AUGUSTO VIANNA BARROSO

3

ANDRERSON DEYVISON BARBALHO

4

CARLOS HENRIQUE BEZERRA DE OLIVEIRA

4

RESUMO – Altas taxas de contaminação microbiana

o-correm na fase de estabelecimento da cultura in vitro da bananeira (Musa spp.) utilizando ápices caulinares como fonte de explantes. Na tentativa de minimizar os descar-tes no início da cultura, foi descar-testado o comportamento do ápice floral como fonte alternativa de explante. Também foi testado o efeito do carvão ativo (1g.L-1) e da cisteína (125mg.L-1) na oxidação dos ápices florais. Os ápices florais foram obtidos de plantas da variedade ‘Pacovan’ colocados em meios contendo os diferentes tratamentos,

e avaliados a cada sete dias quanto à contaminação e à oxidação. Os níveis de contaminação dos explantes fo-ram altos, provavelmente causado por microrganismos endofíticos existentes nas estruturas florais. Os níveis de oxidação também foram elevados, independentes da utilização de antioxidantes. Pelos resultados, verificou-se que os ápices florais da variedade ‘Pacovan’ não a-presentaram bom desempenho in vitro , não havendo, aparentemente, vantagens em relação ao ápice caulinar.

TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Cultura de tecidos, oxidação, ápice floral, Musa.

EVALUATION OF THE USE OF INFLORESCENCES OF BANANA

PLANT VARIETY ‘PACOVAN’ (Musa spp) AS EXPLANTS SOURCE

FOR THE CULTURE IN VITRO IN THE PRESENCE OF

DIFFERENT ANTIOXIDANT AGENTS

ABSTRACT – High contamination rates occur in the

initial phase of the in vitro culture of banana using shoot apexes as explants. In the attempt to minimize the discard in the beginning of the culture, the performance of the floral apex was tested as alternative explants source. The effect of some antioxidant agents was tested: active charcoal (1g.L-1) and cisteine (125 mg.L-1). The floral apexes were obtained from plants of the ‘Pacovan’ variety, placed in media containing the

different treatments. The contamination and oxidation were evaluated weekly. The contamination levels of the explants were relatively high, caused by bacteria entophytic probably present in the floral structures. The oxidation levels were also relatively high, whatever the use and the type of antioxidant agent used. These results obtained during that study showed that the floral apex could not be recommended for multiplication process of ‘Pacovan’.

INDEX TERMS: Tissue culture, oxidation, floral apex, Musa.

1. Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Professor Adjunto IV, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, Cen-tro de Biociências, Caixa Postal 1581 - 59.000.000 – Natal, RN.

2. Bióloga, D.Sc., Bolsista DCR – UFRN,

cristianemacedo.costa@bol.com.br

(2)

Tradicionalmente, a bananeira (Musa spp) é pro-pagada vegetativamente a p artir de brotações laterais, as quais não fornecem taxas de multiplicação altas. Além disso, a qualidade genética e fitossanitária das mudas nem sempre é adequada (Scarpare Filho et al., 1998). A expansão da bananicultura no Estado do Rio Grande do Norte faz com que a demanda por mudas, especialmente da var. ‘Pacovan’, a principal variedade cultivada, seja alta e não seja suficiente para atender à necessidade dos produtores, tanto em quantidade quanto em qualidade.

Uma das alternativas para amenizar o problema é estabelecer um protocolo eficiente de multiplicação in

vitro. Diferentes estudos demonstraram que o uso de

á-pices caulinares no processo de micropropagação em bananeira é eficiente (Gupta, 1986; Novak et al., 1989; Dhed’a et al., 1991; Israeli et al., 1991; Vuylsteke et al., 1991). Por meio de outros estudos, verifica-se que a cul-tura in vitro da bananeira também pode ser iniciada u-sando ápices florais (Balakrishnamurthy & Sree Ranga-samy, 1988; Cronauer-Mitra & Krikorian, 1988).

Contudo, Gupta (1986) observou a formação de compostos fenólicos que oxidavam rapidamente e pro-vocavam a morte de ápices caulinares usados como ex-plantes.

Para evitar a oxidação, Gupta (1986) testou a ação do ácido ascórbico, ácido cítrico e carvão ativado, ob-servando que o agente antioxidante mais efetivo foi o á-cido ascórbico. Resultados semelhantes já tinham sido obtidos por Vuylsteke & De Langhe (1985). Bakry & Rossignol (1985) recomendam a utilização de tecidos flo-rais, argumentando que esses são menos susceptíveis às oxidações em conseqüência da menor liberação de fe-nóis. Mediante estudos preliminares da cultura in vitro da variedade ‘Pacovan', constatou-se que o nível de descarte, devido à contaminação de ápices caulinares utilizados como explantes, é elevado e que problemas com a oxidação ocorrem com maior intensidade em ápice floral (Santana, 1999).

Este trabalho foi realizado com o objetivo de utili-zar ápices florais como fonte alternativa de explantes pa-ra início da cultupa-ra in vitro de bananeipa-ra da variedade ‘Pacovan’, bem como empregar agentes oxidantes, vi-sando a reduzir os níveis de oxidação.

Inflorescências de bananeira foram coletadas na

(p/v) por 1 minuto e hipoclorito de sódio 10% por 15 mi-nutos, seguido por lavagens com água destilada estéril. Em câmara de fluxo laminar, os explantes, com aproxima-damente 2 cm, foram inoculados em frascos de vidro (12 cm de altura x 6 cm de diâmetro) contendo 20 mL de meio MS (Murashige & Skoog, 1962) suplementado com saca-rose (30 g.L-1), BAP (2,5 mg.L-1), mio-inositol (100 mg.L-1) e solidificado com ágar (6g.L-1). Dois antioxidantes foram adicionados ao meio, antes da autoclavagem, corres-pondendo aos tratamentos: T0 - controle; T1 - carvão a-tivo (1g.L-1); T2 - cisteína (125mg.L

-1

). O pH do meio foi ajustado para 5,7 e autoclavado durante 20 minutos a 1 atm e 120ºC. Os recipientes com os explantes foram incu-bados a 24oC ± 1 sob 16/8 horas de luz e escuro, respec-tivamente. Foram realizadas três coletas: a primeira em fevereiro e as duas últimas em maio. Em cada coleta, 10 explantes foram inoculados em cada um dos tratamentos.

Os explantes foram avaliados semanalmente du-rante 21 dias quanto à freqüência de contaminação, me-dida como a porcentagem de explantes contaminados, e ao nível de oxidação externa dos explantes, medido por meio de uma escala de notas de 0 a 10, sendo atribuído o valor 0 à ausência de oxidação e 10 à oxidação completa.

O nível de contaminação dos ápices florais foi al-to (Figura 1). As contaminações verificadas foram quase sempre causadas por uma bactéria de crescimento rápido e colônia esbranquiçada. O aparecimento das colônias bacterianas a partir da base do explante é um indício de que a bactéria contaminante seja um microorganismo endofítico e, portanto, o seu desenvolvimento no meio não deve ter ocorrido devido à inadequação do procedi-mento de esterilização superficial dos ápices florais ou pelo tamanho do explante usado. O nível de contamina-ção não foi igual em todos os blocos (Figura 1), inferin-do-se que a presença das bactérias nos explantes pode variar de acordo com as condições ambientais a que as plantas-matrizes estão submetidas no momento da cole-ta. É possivel que o ambiente seja um componente im-portante nas diferenças dos níveis de contaminação ve-rificados; sendo assim, a temperatura mais alta registrada em fevereiro (primeira coleta) do que no mês de maio (segunda e terceira coletas) pode ter resultado na maior taxa de contaminação observada.

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foram semelhantes aos encontrados por Oliveira (1998) em ápices caulinares de bananeira.

Observando-se a Figura 2, pode-se constatar um aumento gradativo do nível de oxidação dos explantes ao longo do tempo. Os tratamentos T1 e T2 apresentaram padrão semelhante, havendo um acréscimo no nível de oxidação até a segunda semana. Entre a segunda e a terceira semana, os níveis de oxidação desses tratamen-tos permaneceram praticamente inalterados.

No tratamento controle (T0), não foi verificada a estabilização da oxidação após a segunda semana de cultivo, havendo crescimento das notas atribuídas até o 21o dia após a inoculação. Portanto, o efeito dos agentes antioxidantes só foi observado após duas semanas. Ve-rificou-se que o patamar em que ocorreu a estabilização da oxidação foi muito alto, não favorecendo o desenvol-vimento adequado dos explantes para a continuidade do processo de micropropagação.

Embora não se tenham determinadas as causas da estabilização da oxidação, três fatores podem estar implicados: i) a quantidade de antioxidante presente no meio foi insuficiente para eliminar o efeito tóxico dos compostos fenólicos liberados pelos tecidos lesionados desde a inoculação até a cicatrização; ii) a velocidade de

absorção dos antioxidantes pelos explantes foi menor do que a necessária para minimizar a oxidação dos tecidos até a segunda semana. iii) os antioxidantes usados não foram eficientes para controlar a oxidação em bananeira. Com a menor quantidade de fenóis liberados partir do 14o dia, a velocidade de absorção e translocação foi sufi-ciente para suprir os explantes com quantidades ade-quadas de agentes antioxidantes. Ao final de 21 dias, os tratamentos que apresentaram maior e menor oxidação média foram o T0 (controle) e T2 (cisteína), respectivmente. Contudo, as médias de todos os tratamentos a-presentaram valores similares, não sendo diferentes (p>0,05) segundo o teste F.

Portanto, nenhum dos agentes antioxidantes tes-tados foi capaz de reduzir o nível de oxidação em relação ao controle. A igualdade entre os tratamentos pode in-dicar o início tardio da ação dos agentes antioxidantes nos tecidos.

Nas condições em que foi realizado o presente trabalho, pelos resultados, infere-se que o uso de ápices florais de bananeiras da variedade ‘Pacovan’ como ex-plantes não apresentou desempenho satisfatório in

vi-tro, devido aos altos níveis de contaminação e oxidação,

mesmo em meios contendo carvão ativo ou cisteína.

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FIGURA 2 – Notas médias atribuídas à oxidação dos explantes submetidos aos tratamentos-controle (MS),carvão

ati-vo (CA), cisteína (CI) aos 7, 14 e 21 dias após a inoculação.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi financiado com recursos do CNPq, por intermédio do Projeto Nordeste.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BAKRY, F.; ROSSIGNOL, L. Analyses dês capacites de callogénés et d’organnogénése obtenues à partir de dif-férents tissues de bananiers (Musa spp. Musáceas).

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CRONAUER-MITRA, S. S.; KRIKORIAN, A. D. Deter-minate floral buds of plantain (Musa AAB) as a site of adventitious shoot formation. Annals of Botany, Lon-don, v. 61, n. 4, p. 507-512, Apr. 1988.

DHED’A, D.; DUMORTIER, F.; PANIS, B.; VUYLSTEKE, D.; DE LANGHE, E. Plant regeneration in cell suspension cultures of the cooking banana cv. “Bluggoe” (Musa spp. ABB group). Fruits, Paris, v. 46, n. 2, p. 125-135, mars./avr. 1991.

GUPTA, P. F. Eradication of mosaic disease and rapid clonal multiplication of bananas and plantains through

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VUYLSTEKE, D.; SWENNEN, R.; DE LANGHE, E. Somaclonal variation in plantains (Musa spp., AAB

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