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Família cristã: fruto de discernimento vocacional e caminho de santidade

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Academic year: 2021

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Semanário da arquidioceSe de São Paulo

ano 66 | Edição 3358 | 11 a 17 de agosto de 2021 www.osaopaulo.org.br |

R$ 3,00

www.arquisp.org.br |

Opinião

Liturgia e Vida

Comportamento

‘Amar e ser amado e ter

amigos é o que traz maior

felicidade à vida’

A Assunção da Virgem

Maria decorre de sua

singular santidade

Não podemos tolher os pais

de exercerem a paternidade

a seu modo

Editorial

Família: querida por Deus,

santificada por Cristo e

essencial à salvação

Página 4

Encontro com o Pastor

Sem o constante alimento

da fé, é impossível

enfrentar o longo caminho

Página 2

Página 4

Espiritualidade

‘De uma comunidade

orante brotam as vocações

para a Igreja’

Página 5

Página 23

Página 7

Faculdade de Direito

Canônico inicia curso

de mestrado no Piauí

Há 90 anos, Irmãs

Paulinas anunciam o

Evangelho no Brasil

A instituição da

Arquidioce-se passou a ofertar na Arquidioce- segun-da-feira, 9, uma extensão do curso de mestrado em Direi-to Canônico em Teresina (PI), sem a necessidade de os es-tudantes virem a São Paulo.

O Cardeal Scherer, Arcebis-po de São Paulo e Grão-Chan-celer da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, e Dom Juarez Sousa da Silva, Presidente do Regional Nor-deste 4 da CNBB, participa-ram da primeira aula.

Página 18

Presentes no País desde 1931, as religiosas da Pia So-ciedade Filhas de São Paulo se reuniram na Catedral da Sé, no domingo, 8, para par-ticipar da missa que marcou o início das comemorações deste jubileu.

Atualmente, as Paulinas contam com 186 religiosas que vivem nas 18 comunida-des da congregação nas cinco regiões do Brasil, onde conti-nuam a missão confiada às pri-meiras missionárias italianas.

Página 9

Família cristã: fruto de discernimento

vocacional e caminho de santidade

“Alegria do amor na família” é o tema da Semana Nacional da Família, que acontece até o sábado, dia 14. Na Arquidiocese de São Paulo, a comemoração foi aberta no dia 7, com uma missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga.

“O casamento é uma vocação e a decisão de formar uma família deve ser fruto de um dis-cernimento vocacional”, afirmou o Arcebispo Metropolitano. “É um dom em que os casados são chamados à santidade por meio da união conjugal, alicerçados no amor e fundamenta-dos no chamado de Deus”, complementou.

Na exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, publicada em 2016, o Papa Francisco reafirma a doutrina da Igreja sobre o sacramento do Matrimônio e indica a vida familiar como um caminho eficaz para a bus-ca da santidade.

Páginas 11 a 14

Agentes da Pastoral Familiar com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, após missa realizada no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, dia 7 Luciney Martins/O SÃO PAULO

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2

| encontro com o Pastor |

11 a 17 de agosto de 2021

|

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

E

m agosto, rezamos

es-pecialmente pelas

vo-cações na Igreja e

re-fletimos sobre a ação

misteriosa de Deus nos

chama-dos que faz. Uma história não

é igual à outra. Nem sempre

compreendemos claramente

qual é a vontade de Deus a

nos-so respeito e, nesse canos-so, é

im-portante que nos coloquemos

em atitude de escuta e

dispo-nibilidade, como fizeram

tan-tos personagens chamados por

Deus na história bíblica.

O jovem Samuel ouviu a voz

de Deus, mas ainda não a

conhe-cia. Foi, então, falar com o

sa-cerdote Eli, sábio conhecedor da

voz de Deus. Eli ajudou Samuel a

dar a resposta: “Fala, Senhor, teu

servo escuta” (cf. 1Sm 3,9).

As-sim fez Maria, na cena da

anun-ciação. O anjo Gabriel trouxe-lhe

uma mensagem inesperada e

to-talmente singular. Ela não

com-preendeu e perguntou: “Como

acontecerá isso?”. Depois que o

anjo lhe explicou, ela respondeu:

“Eu sou a serva do Senhor.

Fa-ça-se em mim o que Deus quer”

(cf. Lc 1,26-38). Assim aconteceu

com os apóstolos, com São Paulo

e tantos outros.

A vocação é chamado e

con-vite de Deus para uma missão.

É bem compreensível que a

pessoa chamada se pergunte:

“Como acontecerá isso? Serei

capaz de corresponder à

vo-cação? Terei forças para

per-severar e realizar a missão que

me é dada?”. Uma coisa é

cer-ta: o mesmo Deus que chama,

também capacita para a

mis-são. Essa é uma questão de fé.

A vocação para servir a Deus

e aos irmãos é esclarecida e se

fortalece no diálogo da fé, que

acontece na consciência de

cada um. E a missão que

acom-panha a vocação só é realizável

mediante a sintonia e a

colabo-ração com a graça de Deus.

A primeira leitura do 19º

Domingo do Tempo Comum

nos trouxe a passagem em que

o profeta Elias foge da

perse-guição do rei. Elias denuncia

a idolatria e a falsificação da

religião, feita instrumento de

dominação e manipulação do

povo. O rei persegue e quer

matar Elias, que se vê obrigado

a fugir para o deserto. O

sofri-mento de Elias é tanto, que ele

cansa, desanima e pede que

Deus lhe tire a vida. Deus,

po-rém, envia seu anjo ao profeta,

com um pedaço de pão e um

jarro de água. Elias ouve:

“Le-vanta-te e come!”. Ele come e

bebe, mas ainda continua fraco

e desanimado. O anjo de Deus

vem de novo com água e pão

e lhe diz: “Levanta-te e come;

tens ainda um longo caminho

a percorrer”. Elias, depois de

recuperar as forças, continua

seu caminho pelo deserto, até

chegar à “montanha de Deus,

o Horeb”, onde Deus se revelou

a Moisés. Subir a montanha, na

Bíblia é uma expressão

simbó-lica que significa: ir ao

encon-tro de Deus (cf. 1Rs 19,4-8).

A história do profeta Elias

retrata bem o itinerário de uma

vocação. Trata-se sempre de

um chamado e de uma busca

para identificar e seguir a voz

que chama e os caminhos que

devem ser seguidos para ir ao

encontro de Deus. Não raro, é

preciso atravessar desertos

difí-ceis, que podem levar ao

can-saço e ao desânimo. Desistir,

porém, não é a solução. Deus

alimenta e dá forças para

pros-seguir na missão, até alcançar

a meta final da vida. O que

de-pende de nós é ouvir sempre de

novo a sua voz, que se nos

ma-nifesta de muitas maneiras, e

tomar o alimento que renova as

forças. Alimentos são a palavra

de Deus, a Eucaristia e o cultivo

do encontro e da amizade com

aquele que chama, é fiel e não

abandona os seus amigos. Jesus

é o pão da vida, que mata toda

fome e concede a força de que

necessitamos.

“Levanta-te e come!” Assim

Deus fala também a quem hoje

é chamado e se entrega à

voca-ção e à missão. Sem o constante

alimento da fé, é impossível

en-frentar o caminho longo, para

atravessar o deserto, subir a

montanha e chegar ao

encon-tro com Deus. O alimento

res-taurador não falta e a fonte da

água pura está ao teu alcance.

Levanta-te e come!

caRdEal odilo pEdRo schERER Arcebispo metropolitano de São Paulo

Levanta-te e come!

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Re-dator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas:

Ma-ria das Graças Silva (Cássia) • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo

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as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais. Semanário da arquidioceSe de São Paulo

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11 a 17 de agosto de 2021

| Geral/atos da cúria |

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Dispensa Das Obrigações que DecOrrem Da sagraDa OrDenaçãO, inclusive DO celibatO: - Em 30/06/2021, a Congrega-ção para o Clero concedeu ao Sr. Alessandro Francisco a dis-pensa das obrigações inerentes à Sagrada Ordenação, inclusi-ve do celibato.

- Em 29/05/2021, a Congrega-ção para o Clero concedeu ao

Sr. Eldino José Pereira a dis-pensa das obrigações inerentes à Sagrada Ordenação, inclusi-ve do celibato.

- Em 27/06/2021, o Santo Pa-dre o Papa Francisco conce-deu, através do Rescrito da Congregação para o Clero, ao Sr. Pedro Luiz Amorim Pereira, a dispensa das obri-gações inerentes à Sagrada Ordenação, inclusive do ce-libato.

Atos da Cúria

Restando poucos detalhes para a abertura e a execução da programação dos eventos que marcarão a celebração do centenário de Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), já se pode afirmar que está praticamente tudo pronto.

A Comissão do Centenário se reuniu no dia 4 de agosto com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. Primeiramente, as atenções de todos se voltaram para a preparação da mis-sa no dia mesmo em que Dom Paulo completaria cem anos de idade: 14 de setembro, que acontecerá na Catedral da Sé, às 10h. Levantaram-se vários nomes de autoridades e de entidades que

se-quenina aldeia francesa. Santo Cura d’Ars foi, sem dúvida, o discípulo fiel do Senhor, e os seminaristas, a seu exemplo, devem fazer o mesmo, sendo, nesta etapa do Discipulado, fi-éis ao chamado que o Senhor faz”, afirmou o Arcebispo na homilia.

Ao fim da missa, Dom Odi-lo, os seminaristas e os conce-lebrantes confraternizaram em um jantar no seminário.

HIstórICo

O Seminário Maior de Fi-losofia Santo Cura d’Ars, situa- do na Freguesia do Ó, serviu como Seminário Arquiepis-copal de Filosofia e Teologia entre 1927 e 1933, sendo desa-tivado em 1934 quando houve

a inauguração do Seminário Central do Ipiranga. Depois, o local foi reativado como um orfanato e, em 1955, tornou-se seminário para vocações adul-tas com o nome de Seminário Vestibular Santo Cura d’Ars, tí-tulo como padroeiro atribuído pelo antigo Reitor, Padre Pedro Tino Batistela. Em 1985, o Se-minário de Filosofia tornou-se a casa de formação de Teolo-gia da Região Episcopal Lapa, e manteve esta mesma função para a Região Brasilândia entre 1989 e 1992, tornando-se, pos-teriormente, o seminário de Fi-losofia de toda a Arquidiocese. Atualmente, o Reitor é o Padre Frank Antônio de Almeida e o Diretor Espiritual, o Cônego José Adriano.

Por ocasião da festa patronal, Dom odilo

preside missa no seminário de Filosofia

roDolFo roDrIguEs DE AlmEIDA

ColABorAÇÃo EsPECIAl PArA o sÃo PAulo

Rodolfo Rodrigues de almeida

Comissão conclui programa de

preparação do Centenário de Dom Paulo

MiSSA qUE ABRiRá AS

FESTiViDADES DOS 100

AnOS DE nASCiMEnTO

DO ARCEBiSPO DE SãO

PAULO EnTRE 1970 E 1998

ACOnTECERá EM 14 DE

SETEMBRO, àS 10H, nA

CATEDRAL DA Sé

PADrE CIDo PErEIrA

osaopaulo@uol.com.br

rão convidadas para esta celebração. Os convites já começaram a ser distribuídos para as organizações da Igreja – Nuncia-tura Apostólica, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Regional Sul 1 da CNBB, Conferência dos Religio-sos do Brasil (CRB) –, autoridades polí-ticas do estado de São Paulo e da capital paulista, representantes da família Arns, associações culturais, acadêmicas, judi-ciárias e tantas outras que atuaram com Dom Paulo durante seu ministério epis-copal na cidade e suas ações no Brasil e no mundo.

A celebração será presidida pelo Car-deal Scherer, iCar-dealizador e responsável direto pela realização do centenário. Concelebram com ele seus bispos auxi-liares, outros arcebispos, cardeais con-vidados e o clero. Um representante do clero de São Paulo lembrará a vida e a obra do Cardeal Arns no início da missa, e a palavra será dada às autoridades po-líticas e da Comissão Justiça e Paz para breve mensagem.

Um folheto litúrgico especial facilita-rá a participação na celebração. Havefacilita-rá, ainda, uma edição especial do jornal O sãO paulO, destacando a vida, a obra

e o legado deixados por Dom Paulo para

o presente e o futuro da Igreja na cidade. Entre os eventos programados es-tão debates, reflexões, a obra literária de Dom Paulo e as iniciativas pastorais que ele e seus colaboradores tomaram e que ainda hoje existem. Além disso, ao longo do ano, a Arquidiocese marcará presença em tantas outras iniciativas programadas pela Província dos Frades Menores de São Francisco e de entidades ligadas aos direitos humanos.

Será dado destaque à obra literária de Dom Paulo, com a possível reedição de um de seus livros, e uma exposição fo-tográfica mostrará momentos marcantes do seu pastoreio. Até mesmo um concer-to musical na Sala São Paulo foi progra-mado, faltando apenas confirmar a data. Dom Odilo Pedro Scherer, desde o início, deixou bem claro que não se tra-ta apenas de olhar o passado e, nele, o Cardeal Arns em ação. O que se quer é resgatar todo o legado espiritual, o pen-samento, a visão pastoral do Cardeal da Esperança. Por sua vez, os participantes da Comissão cuidaram com esmero da escolha e da programação dos eventos, tendo em vista que todos eles têm uma ligação afetiva com Dom Paulo e colabo-raram com ele no pastoreio da cidade.

Na quinta-feira, 5, o Cardeal Odi-lo Pedro Scherer presidiu missa no Seminário de Filosofia Santo Cura D’Ars, da Arquidiocese de São Paulo, por ocasião da festa patronal. Conce-lebraram Dom Carlos Silva, OFM-Cap, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e os Padres Frank Antônio de Almeida, Reitor do Seminário, e José Ferreira Filho. Participaram da missa os seminaris-tas da etapa do Discipulado (que en-volve o estudo de Filosofia).

Na homilia, Dom Odilo falou so-bre a vida de santidade de São João Maria Vianney, Pároco da pequena aldeia de Ars, na França, na transi-ção dos séculos XVIII e XIX. Santo Cura d’Ars, como se tornou mais co-nhecido, nasceu em 1786 e faleceu em 1859. “O Santo Cura ensina aos futuros padres como ser um pastor acessível ao povo de Deus, a exem-plo de Jesus, o Bom Pastor. São João Maria Vianney difundia santidade em sua vida diária, homem de pouco estudo e com dificuldades, porém, grande em sabedoria e espirituali-dade, o que lhe possibilitou ser um importante confessor das almas de Ars ou daqueles que vinham de todo o país ao encontro do Padre da

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Família

Editorial

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

No artigo anterior “O niilismo, o utilitarismo e a perda progressiva da ca-pacidade de amizade”, refletimos sobre como a cultura ocidental valorizou a busca do útil em detrimento do belo, do bom e do verdadeiro, que eram os valo-res mais importantes da cultura clássica, dizendo que esses são valores relativos, diferentes para cada indivíduo, não uni-versais e, portanto, o desejo de buscá-los não pode reunir os seres humanos, nem deve ser a coisa mais importante a fazer na vida. Em outras palavras, se cada in-divíduo tem um conceito diferente do que é belo, bom e verdadeiro para si, então não é possível uma comunhão profunda entre cada ser humano; e cada um estaria sozinho na busca da própria felicidade, entendida como aquilo que é útil para si.

Essa mesma cultura afirmou ainda que a felicidade pode ser conquistada por quem consegue ter mais dinheiro e comprar mais coisas.

Um olhar mais detalhado sobre a condição real da sociedade atual tem revelado, porém, que não é bem assim. É ilustrativo a esse respeito o estudo do Prêmio Nobel de Economia Daniel Kah-neman sobre a relação entre felicidade e salário. Sua equipe de pesquisadores entrevistou mais de 450 mil pessoas nos Estados Unidos para avaliar o bem-es-tar emocional (também chamado de experiência de felicidade), que se refere

A felicidade está na qualidade dos relacionamentos e nas amizades que vivemos

amizades fortes foi o fator mais impor-tante para a saúde e a felicidade. Quem criou laços fortes com os outros era mais feliz e tinha mais saúde.

Em conclusão: amar e ser amado, e ter amigos é o que traz maior felicidade à vida. Pesquisas como essas vêm pro-gressivamente mostrando que se pode mudar a cultura de uma sociedade, ma-nipular a estrutura das relações entre os seres humanos, mas não é possível mudar a natureza humana, senão à cus-ta de destruí-la. E não há dinheiro que compre o bem-estar material que con-quiste o que o coração humano clama mais do que tudo: amar e ser amigo de alguém.

A experiência da amizade como fator constitutivo da natureza humana não é um ideal antropológico abstra-to, tampouco uma utopia irrealizável, como denunciou Nietzsche ao refletir sobre a experiência da cultura que ti-nha diante dos olhos (artigo anterior). Pelo contrário, a importância da amiza-de tem sido reconhecida e relatada por muitos pensadores ao longo da história. Por isso, acreditamos ser útil para os dias de hoje nos debruçar sobre algu-mas reflexões e exemplos dessa experi-ência. A começar por aspectos eviden-ciados pela tradição grega, e esse será o tema do próximo artigo.

Arte: Sergio Ricciuto Conte

à qualidade de vida diária das pes-soas e à frequência e intensidade de experiências de alegria e fascínio, em relação às experiências de ansiedade, tristeza, raiva ou distúrbios afetivos, e compará-lo com os valores de seus salários. Os resultados dessa e de ou-tras pesquisas semelhantes mostra-ram que salários acima de um valor médio de 7,5 mil dólares (que equi-vale a um salário muito bom, mas não particularmente alto nos Estados Unidos) não aumentam a felicidade emocional. De fato, esse valor repre-senta o limiar acima do qual não há melhora nas experiências que geram felicidade. Esses estudos descobriram

ainda que os fatores mais associados ao bem-estar emocional foram: estar com os amigos, evitar dores e doen-ças e fazer coisas que trazem alegria à vida.

Outros estudos ainda, como o de Jordi Quoidbach, mostraram, in-clusive, que salários muito altos au-mentam a infelicidade e prejudicam a capacidade de apreciar as coisas da vida. Nesse mesmo sentido vão os resultados encontrados por uma pes-quisa da Universidade de Harvard, que mapeou as condições de vida re-lacionadas à felicidade em um grupo de pessoas ao longo de 80 anos e des-cobriu que estar com amigos e fazer

AnA lyDIA sAwAyA

Opinião

Ana Lydia Sawaya é doutora em nutrição pela

Universidade de Cambridge. Foi pesquisadora visitante do Massachusetts institute of Technology (MiT) e atualmente é professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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| Ponto de Vista |

11 a 17 de agosto de 2021

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A

Igreja Católica no Brasil ce-lebra, de 8 a 14 de agosto, a Semana Nacional da Famí-lia, um projeto programado para acontecer a cada ano em agosto, mês vocacional, com o objetivo de lem-brar que ser família é, na realidade, um chamado de Deus.

Este ano, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar escolheu como tema “A alegria do amor na família”, oportu-no diante dos desafios que a pandemia trouxe para a vida cotidiana. Segundo os dizeres de Dom Ricardo Hoepers, Presidente da Comissão Episcopal Pas-toral para a Vida e a Família da Con-ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o que se pretende com este tema é resgatar a alegria que deve per-mear os lares cristãos, alegria esta que “não é passageira, vazia de sentido ou superficial (...), mas que brota do cora-ção, como fruto do fortalecimento dos vínculos conjugais que unem os filhos

e vencem juntos obstáculos e as crises porque foram sustentados pela fé”.

A escolha do tema da alegria está em perfeita conformidade com o desejo do Papa Francisco, recordando que o Pon-tífice dedicou 2021 como o Ano Família

Amoris Laetitia, em comemoração ao

quinto aniversário de sua exortação apos-tólica. Nela, em um verdadeiro resgate de sentido, o Papa recorda que “o sacramen-to do Matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal ex-terno de um compromisso. O sacramen-to é um dom para a santificação e a sal-vação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, por meio do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja, a lembrança per-manente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, tes-temunhas da salvação, da qual o sacra-mento os faz participar” (AL, 72).

Na direção de resgate de sentidos, vale

recordar que a família, como instituição humana, com núcleo constituído de pai, mãe e filhos, aparece como chamado de Deus no próprio ato da criação: “Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá a uma mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24), mandato este reafirmado por Jesus Cristo: “Assim, eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (cf. Mt 19).

Como fins específicos, o Matrimônio visa ao bem e à felicidade do casal – “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar- -lhe uma auxiliar que lhe seja adequa-da” (Gn 2,18); “Eis agora aqui o osso dos meus ossos e a carne de minha car-ne” (Gn 2,23) – e a constituição de uma prole (“Deus criou o homem à sua ima-gem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: ‘Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos’” Gn 1,27-28), que, pelo sacramento do Batismo, é consagrada a Deus (“Eu e minha casa serviremos ao Senhor” – Js

24,15), gerando, dessa maneira, a Igreja, Corpo Místico de Cristo, perpetuando a fé, a verdade sobre Deus e seus desíg-nios e a salvação de geração em geração. Assim, não é exagero dizer que a família é uma realidade querida por Deus, san-tificada por Jesus Cristo – também Ele viveu no seio de uma família – e parte essencial da economia da salvação.

Pensemos que Deus constituiu um povo para si a partir de um casamento (Abraão e Sara) e da descendência dele advinda; que, no sacramento do Matri-mônio, Deus une e funde duas belezas (a do homem e da mulher), que, doando- -se mutuamente, geram novas belezas (a dos filhos); que das famílias cristãs nas-cem os futuros cristãos, os futuros líde-res da sociedade, os futuros religiosos e religiosas, os futuros sacerdotes e todos os futuros ministérios da Igreja, tanto os ordenados quanto os consagrados, como pais, mães, catequistas, apóstolos etc.).

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11 a 17 de agosto de 2021

| regiões episcopais/Fé e Vida |

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E

stamos no mês de agosto, mês vocacional, e somos chamados a rezar pelas vocações e a pro-movê-las na Igreja. A oração tem importância fundamental na vida cristã e na evangelização; logo, também no serviço da animação vocacional. A oração é necessidade prioritária para a pastoral das vocações, e seu compromis-so permanente. De uma comunidade

orante brotam as vocações para a Igreja. Antes de tudo, a oração vocacional foi comandada explicitamente por Jesus, quando disse: “Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita” (cf. Mt 9,37-38 e Lc 10,2). A necessidade da oração se fundamenta na natureza da vocação. Esta, de fato, se coloca na dimensão transcendente da fé, é dom gratuito, é projeto de Deus, ação do Espírito e graça. A oração é parte es-sencial do plano divino da salvação. Nós mesmos, mediante a oração, nos torna-mos colaboradores de Deus. Tudo o que pedirmos ao Pai, em nome de Jesus, Ele nos alcançará. Sem a oração, não existe autêntica pastoral vocacional.

A oração vocacional é eficaz, pois se fundamenta na Palavra do mesmo Cris-to e responde a uma necessidade essen-cial da Igreja; logo, é um compromisso

de todos. Das vocações depende o futuro da Igreja. Esta, para realizar o projeto de Deus, em Jesus Cristo, pela força do Es-pírito Santo, de salvação da humanida-de, deve pedir os dons e ministérios que somente o Espírito Santo pode suscitar. Trata-se do compromisso maior e mais sagrado, sem o qual os demais meios se tornam estéreis e vazios.

A oração pelas vocações se expressa nas várias formas propostas pela Igreja. Toda oração pode ser vocacional. Pen-semos na liturgia e seus momentos e tempos orantes; a sagrada Eucaristia e a adoração eucarística; a oração a Maria, mãe e modelo de toda vocação, tão pre-sente em nossa piedade; a oração pessoal e comunitária, a partir da Sagrada Escri-tura; as orações de louvor, de agradeci-mento, de perdão, de intercessão. Enfim, de tantos modos podemos elevar nossa

prece, que abranja todas as vocações, na sua multiplicidade e complementaridade na Igreja. E rezamos também pela fideli-dade e perseverança dos vocacionados e pela fecundidade ministerial dos que já vivem sua própria vocação a serviço da Igreja e dos irmãos.

A oração pelas vocações é perene, contínua, deve se tornar habitual, que não se interrompa, e não pode ser redu-zida a tempos ou situações específicas. É preciso rezar sempre, sem cessar, pois é o modo mais comum e característica consistente do apostolado vocacional. A oração permite criar um clima – e uma cultura – que favorece a descoberta da própria vocação, seu discernimento e de-cisão. Que Maria, Mãe e modelo de toda vocação, por nós interceda, juntamente com seu Esposo São José, nosso guardião e protetor. Dom ÂngElo ADEmIr mEzzArI, rCJ BIsPo AuXIlIAr DA ArQuIDIoCEsE nA rEgIÃo IPIrAngA

Espiritualidade

Rezar pelas vocações: necessidade e compromisso

lapa

A Animação Bíblico-Catequética da Re-gião Lapa, que tem como Assistente Eclesi-ástico o Padre Geraldo Pereira, promoveu, em 28 de julho, um encontro on-line com os catequistas de Eucaristia, com a partici-pação de Dom José Benedito Cardoso.

Na formação, o Bispo Auxiliar da Ar-quidiocese na Região Lapa falou sobre a importância da Catequese na vida da Igre-ja. Trata-se da educação da fé católica e, ao contrário do que muitos pensam, não se limita a “dar catecismo” às crianças para a primeira Eucaristia. A Catequese – des-tacou Dom José Benedito – pode ser feita a qualquer momento da vida. Por meio dela, as pessoas têm a chance de conhecer a doutrina católica, permitem-se à ação do Espírito Santo e se abrem para receber os sacramentos.

Dom José Benedito recomendou que as paróquias “utilizem um material único, que esteja de acordo com a proposta da Igreja

em trabalhar a iniciação cristã com inspira-ção catecumenal”.

O Bispo também apresentou três co-leções de referência para os catequistas: “Iniciação à vida cristã – NUCAP”; “Casa da Iniciação Cristã – Paulinas” e “Iniciação Cristã de Inspiração Catecumenal – Dio-cese de Joinville”. A coleção que a Paróquia optar deverá ser usada para todos os sacra-mentos da iniciação cristã.

Dom José falou também sobre as difi-culdades na Catequese, tais como: superar a ideia de escola; Catequese separada da liturgia; Metodologia; Fragmentação dos sacramentos Batismo-Eucaristia-Crisma; Formação para catequistas; O cuidado com as redes sociais; ter o envolvimento de toda a comunidade, do padre, da família e dos catequizandos.

Ele recomendou que a celebração dos sacramentos da Eucaristia e da Crisma aconteça no Tempo Pascal ou próximo dele e que a Catequese caminhe em consonân-cia com a proposta da Arquidiocese e da Região Episcopal.

[LAPA] Na quinta-feira, 5, a Pastoral da Ação Social da Paróquia Santo Alber-to Magno, no Jardim Bonfiglioli, SeAlber-tor Butantã, distribuiu 350 cestas básicas, 300 bandejas de ovos, 150 kits de higiene, 300 litros de leite, 150 pacotes de achoco-latado, além de duas camas de solteiro, dois enxovais para mães grávidas e rou-pas usadas em bom estado. No domingo, 8, aconteceu a ação de Dia dos Pais na Paróquia: 16 pais e 18 crianças puderam cortar o cabelo e lhes foi servido um café da manhã. (por Pastoral da Comunicação da Região Lapa)

A comunidade de fiéis da Paróquia São João Maria Vianney, na Água Bran-ca, Setor Lapa, celebrou o padroeiro, no dia 4, em missa presidida pelo Padre Rai-mundo Rozimar Vieira da Silva, Pároco, tendo como concelebrantes os Padres Antônio Francisco Ribeiro e Romildo Vasconcelos de Oliveira, OSB.

Padre Antônio, na homilia, recor-dou que esta Paróquia é a única na Ar-quidiocese de São Paulo dedicada a São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, que é padroeiro dos padres, um zeloso pastor

de almas, sacerdote que se santificou e santificou a vida de seu povo, com muita simplicidade, na busca constante de fa-zer a vontade de Deus acima de tudo.

Padre Antônio ressaltou, ainda, que o Santo, com o seu exemplo, mostrou que só se vence o mal por meio da oração persistente, do jejum e da prática da ca-ridade. Destacou ainda que o Cura d’Ars fez da cadeira do confessionário um tro-no de conversão e de santificação do seu povo e que atraiu multidões à pequena aldeia de Ars com a sua santidade. (bn)

são João maria Vianney é festejado

em paróquia na Água Branca

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Dom José Benedito conduz formação para catequistas

BEnIgno nAVEIrA

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A Paróquia São Geraldo, Setor Perdizes, intensificou as ações caritativas para ajudar os que mais precisam, realizando a “Sopa Solidária” e o “Chocolate Solidá-rio”, por meio da arrecadação de alimentos, agasalhos, cobertores e meias, além de levar uma palavra amiga, principalmente neste período de pandemia e de intenso frio na cidade.

O recebimento das doações ocorreu diretamen-te na secretaria da Paróquia, sob a coordenação do

Padre Leonardo Venício, colaborador na Paróquia. Com a ajuda de uma equipe de paroquianos e vo-luntários, foram preparadas a sopa, o chocolate quente e organizados os agasalhos.

A distribuição às pessoas em situação de rua ocor-reu entre as noites de 29 de julho e 1º de agosto, nos logradouros e praças dos arredores da Paróquia, como a Avenida General Olímpio da Silveira, percorrendo a região que fica sob o “Minhocão” até o Largo Santa Cecília.

(por Padre Leonardo Venício)

[SÉ] No contexto da Semana Nacional da Família, aconteceu na quinta-feira, 5, uma live organizada pelos grupos da Pastoral Familiar nas Regiões Sé e Belém, com palestras sobre os temas “O amor ver-dadeiro mais ama do que é amado” e “Acompanhar, discernir e integrar”, ministrados pelo Padre Cleiton Silva, da Diocese de Mogi das Cruzes, que é profes-sor, teólogo e escritor, com a mediação do Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, Assessor Eclesiásti-co da Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Pau-lo. A íntegra da live pode ser vista no link a seguir: https://cutt.ly/fQUvZg0.

(por Centro Pastoral da Região Sé)

[SÉ] A abertura da Semana Nacional da Família, na Região Episcopal Sé, aconteceu na manhã do domingo, 8, com missa na Basílica Nossa Senhora do Carmo, Setor Pastoral Cerqueira César, presidida pelo Frei Thiago Borges Isidoro, O. Carm. O tema deste ano foi “Alegria do amor na família”, em sintonia com a proposta do Papa Francisco ao convocar o Ano Fa-mília Amoris Laetitia. Agentes da Pastoral Familiar da Região Sé participaram da missa. (por Centro Pastoral da Região Sé)

[SÉ] Na manhã do sábado, 7, na Paróquia Santa Fran-cisca Xavier Cabrini, Setor Santa Cecília, em missa pre-sidida pelo Assistente Pastoral, Padre Luiz Claudio de Almeida Braga, 24 crianças receberam o sacramento da primeira Eucaristia. Elas são estudantes do Colégio Boni Consilii, no bairro de Campos Elísios, dirigido pelas Irmãs Missionárias do Sagrado Coração. Após quase dois anos, uma missa de primeira Eucaristia voltou a ser realizada na matriz paroquial, seguindo todos os protocolos recomendados para o atual mo-mento de pandemia. Antes, era realizada na quadra do colégio. (por Padre Luiz Claudio de Almeida Braga)

Entre os dias 8 e 13, a Paróquia São Domingos, Setor Perdizes, realiza a Se-mana Dominicana Ecointegral, com o tema “Meio ambiente, espiritualidade e economia”, com lives das 20h às 21h sobre temas ecumênicos relacionados ao meio ambiente, organizadas pela comissão so-cioambiental inter-religiosa da Paróquia. A abertura do evento foi no

domin-go, 8, com a missa presidida pelo Cô-nego José Bizon, Assessor Eclesiástico do Diálogo Inter-religioso na Arquidio-cese de São Paulo. Concelebrou o Páro-co, Frei Márcio Alexandre Couto, OP. O evento ocorre no contexto do jubi-leu de 800 anos da morte de São Domin-gos de Gusmão. E também em atendi-mento ao apelo feito pelo Papa Francisco por um comprometimento com a quali-dade de vida na casa comum, à luz das encíclicas Laudato si’ e Fratelli tutti.

Ao fim da celebração, Frei Márcio e Cônego Bizon destacaram a conti-nuidade da campanha de arrecadação de alimentos da Paróquia e lançaram a “Campanha das Tampinhas”, por meio da qual a comunidade de fiéis é chamada a levar todo tipo de tampinhas plásticas (de garrafas, de caixinhas de leite, de ga-lões etc.), lacres de latinhas de alumínio e blísters de embalagens de comprimidos para que possa contribuir com o Hospi-tal do Câncer Infantil. Os itens devem

ser trazidos em embalagens separadas, para facilitar a organização e o envio ao hospital.

No encerramento da missa, hou-ve a bênção aos pais que lá estavam presencialmente e os que assistiram à missa pelas redes sociais da Paróquia. Todas as atividades da Semana Do-minicana Ecointegral podem ser vis-tas no YouTube, pelo link a seguir: https://cutt.ly/mQUc0ON.

(Colaborou: Frei Márcio Alexandre Couto, OP)

Por CEntro DE PAstorAl DA rEgIÃo sÉ

semana Dominicana Ecointegral acontece até o dia 13

Paróquia são geraldo realiza ações solidárias

Por CEntro DE PAstorAl DA rEgIÃo sÉ

Contrariamente ao noticiado na página 6 da edição 3357 do O SÃO PAULO (4 a 10 de agosto) na missa em que 20 jovens

re-ceberam o sacramento da Crisma, no dia 1º, na Paróquia Santa Inês, Setor Mandaqui da Região Santana, o senhor Edival Alves dos Santos não foi um dos concelebrantes. A informação correta é que a celebração foi presidida por Dom Jorge Pierozan, tendo como concelebrantes os Padres Cândido da Costa, Pároco; Aloizio José Nunes de Azevedo Junior e Claudir Costenaro, MS; assistidos pelo Diácono Márcio Cesena. (por Pascom da Região Santana)

Balanços Patrimoniais Em 31 de Dezembro de 2020 e 2019 (Centavos eliminados)

ativo

2020 2019

Circulante

Caixa e Equivalentes de Caixa 50.626.405 35.750.955 Bancos Conta Vinculada 2.764.291 2.404.437 Convênios a Receber - 1.215.567 Adiantamentos 542.835 -Despesas Pagas Antecipadamente 19.490 33.820

53.953.021 39.404.779 Não Circulante Imobilizado e Intangível 7.707.214 7.455.521 7.707.214 7.455.521 Total 61.660.235 46.860.299 Passivo 2020 2019 Circulante

Salários e Encargos Sociais 5.812.299 4.173.454 Provisão para Rescisão Contratual 2.827.520 4.037.150 Férias e Encargos Sociais 5.952.767 4.764.128 Fornecedores 170.376 54.106 Contas a Pagar 387.170 292.696

15.150.132 13.321.535 Não Circulante

Provisão para Ações Trabalhistas 162.493 205.861

Patrimônio Social Patrimônio Social 46.051.241 33.036.535 Reserva de Doações 296.369 296.369 46.347.610 33.332.904 Total 61.660.235 46.860.299 Demonstrações De suPerávits Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2020 e 2019 (Centavos eliminados)

2020 2019

Receita bruta para serviços prestados Convênios com entidades públicas

SMADS - Secretaria Munic. De Assist. e Desenv. Social 29.652.848 26.010.111 SME - Secretaria Munic. de Educação 14.539.756 26.108.742 SMS - Secretaria Municipal da Saúde 49.360.135 26.296.961 Outros Convênios e Projetos - 1.134.574

93.552.740 79.550.388

Convênios / Projetos com Entidades Privadas 650.113 1.072.427 Doações de Entidade Privadas 2.843.933 1.239.772 Doações Particulares e Campanhas 46.856 196.914 Voluntários - 247.764 Outras Receitas 4.518 207.719

3.545.420 2.964.597

(-) Custo dos Serviços Prestados (83.885.950) (79.162.877)

Superávit Bruto 13.212.209 3.352.108

(Despesas) / Receitas Operacionais

Administrativas e Gerais (594.970) (493.452) Voluntários - (247.764) Financeiras Líquidas 397.467 1.345.597 (197.503) 604.380

Superávit do Exercício 13.014.706 3.956.488

Reconhecemos a exatidão do Balanço encerrado em 31 de dezembro de 2020 confor-me docuconfor-mentação apresentada.

OSVALDO BISEWSKI SUSI CASADO SILVEIRA MIGUEL

Diretor Presidente Contadora CPF 705.814.449-49 CRC 1SP-168923

Errata

Padre Leonardo Vinicio

Padre Luiz Cláudio Braga

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Fé e Cidadania

mArlI PIrozEllI n. sIlVA

Pesquisas recentes revelam que em muitos países au-mentaram as ameaças à liberdade de expressão e de im-prensa, partidos extremistas voltaram à cena política com maior número de seguidores, eleições foram questionadas, regras eleitorais foram alteradas para favorecer governantes que têm estimulado a polarização por meio da dissemina-ção de falsas informações na mídia.

São muitos os sinais de que a democracia está em crise no mundo atual. Segundo relatório do Instituto V-Dem, as democracias liberais diminuíram de 41 para 32 países na última década.

Vários países têm sofrido um processo de “autocratiza-ção”, um gradual enfraquecimento das normas democráti-cas e esvaziamento das instituições, que continuam a exis-tir, mas comprometidas com o poder vigente. A autonomia dos poderes tende a desaparecer, assim como a oposição, que passa a ser desqualificada e perseguida.

Mas o que leva as pessoas a apoiarem ideologias e regi-mes autoritários?

Em períodos de crises de grande intensidade, como o que temos vivido, aumenta a insatisfação com a democra-cia e sua capacidade de solucionar os problemas que afli-gem a população.

As instituições, incapazes de responder às demandas sociais, passam a ser questionadas e consideradas inú-teis. Se há uma solução política, esta deve ser buscada em modelos diferentes dos atuais, e a confiança só poderá ser depositada em outsiders, políticos que se denominam an-tissistema, que desprezam as instituições democráticas e incitam ao radicalismo.

Essa é a porta de entrada para políticos e ideologias po-pulistas, que oferecem leituras e soluções simplistas.

Ao tomarmos este caminho, porém, estamos renun-ciando à própria capacidade de reflexão, decisão e partici-pação – um dos grandes princípios da Doutrina Social da Igreja (DSI).

Desde Pio XII, a DSI defende a democracia como sen-do o regime mais apropriasen-do ao homem, pois valoriza sua dignidade, sua natureza racional e livre, capaz de assumir a responsabilidade por suas decisões e colaborar para realizar o bem comum. São João Paulo II, que conheceu de perto a violência dos regimes autoritários e lutou pelo restabeleci-mento das liberdades democráticas na Polônia e países so-cialistas, reconheceu o valor e a necessidade da democracia, praticada num Estado de direito “sobre a base de uma reta concepção da pessoa” (Centesimus annus, CA, 46).

Bento XVI também foi um ferrenho defensor da de-mocracia e por ela lutou em seu pontificado, aprofundan-do a reflexão sobre suas virtudes e ressaltanaprofundan-do seus limites, quando não assentada na justiça e no direito, mas baseada exclusivamente na decisão da maioria.

A democracia, como qualquer obra humana, neces-sita de aperfeiçoamento contínuo. Em alguns momentos, mostra-se forte e, em outros, se torna bastante frágil. Por isso, não podemos abandoná-la por suas imperfeições, mas legitimá-la, ampliando os mecanismos de participação e buscando a justiça social.

O momento que atravessamos no Brasil pede que este-jamos vigilantes e nos manifestemos contra as medidas, de-cretos e manobras legais que atentem contra as liberdades civis e a Constituição.

O magistério do Papa Francisco tem nos encorajado a fortalecer a democracia, atuando diretamente em vários âmbitos da esfera social e política, ressaltando que devemos trabalhar para torná-la representativa e solidária, porque a democracia só existe onde todas as pessoas têm garantido seu direito à vida, à alimentação, à educação e participação. Esta é, sem dúvida, a tarefa mais urgente que temos hoje em nosso país.

Marli Pirozelli N. Silva é graduada em História, mestra em Filosofia

da Educação e professora universitária de Doutrina Social da igreja.

Quem tem medo

da democracia?

belém

sImonE rIBEIro CABrAl FuzAro

Aproveitando que ainda esta-mos em clima de Dia dos Pais, gos-taria de chamar a atenção para algo que venho percebendo há algum tempo: muitas vezes, as mães têm tolhido os pais de viverem, a seu modo, esse importante papel que têm na vida da família.

Vivemos, hoje, uma men-talidade de busca de conforto e bem-estar nas relações, um medo enorme de traumatizar as crianças, surgindo, assim, em meio a tantas preocupações, um apagamento das diferenças entre o pai e a mãe.

As mães saem para o trabalho profissional, seja por necessidade financeira, seja por realização pro-fissional. O trabalho em casa – cui-dado com os filhos, com a própria casa e com a família em geral – fica dividido entre o casal, que preci-sa penpreci-sar em estratégias para que tudo aconteça da melhor maneira possível. Não há problema que seja assim, desde que as coisas estejam bem planejadas, as prioridades bem identificadas e os papéis bem estabelecidos.

Mais do que nunca é necessário que o casal seja uma equipe de tra-balho e, a própria ideia de equipe traz à cena a diversidade – numa equipe nem todos são experts em tudo, mas cada um coloca o seu melhor a serviço do projeto que a equipe empreende.

Pensar na vida da família pode ter como ponto de partida essa

mesma lógica. Existem habilidades e competências mais específicas das mães e outras mais específicas dos pais, pelo próprio fato de se-rem pessoas diferentes do ponto de vista de sua manifestação se-xual. Não podemos cair na falácia da igualdade ou da diversidade so-mente cultural. Somos pessoas ab-solutamente iguais em dignidade, porém, Deus, em sua sabedoria, criou pessoas masculinas e femini-nas, e isso traz consequências para a vida, evidentemente.

O modo de uma mulher e de um homem perceberem e se re-lacionarem com a realidade, com os filhos e com a vida é marcado por sua corporeidade (hormônios, força muscular, capacidade afetiva, funcionamento cerebral etc.), por sua biografia e sua personalidade. Somos marcados desde o início da vida gestacional por esse traço que é fundamental da nossa constitui-ção pessoal. Como seria possível, então, desprezar tal fato no mo-mento de equalizar as atividades no seio da família?

Trabalhar em equipe significa planejar com sabedoria e prudên-cia o que cabe a cada um segundo as habilidades e modo de ser e, aci-ma de tudo, respeitar o modo do outro de fazer aquilo que foi a ele atribuído. Pais farão de um modo e mães de outro, a mesma atividade e, tudo bem, as crianças percebe-rão e entendepercebe-rão. Mais do que isso, terão possibilidade de se identificar mais com um modo do que com

outro. Conhecerão as manifesta-ções mais próprias dos homens e as mais próprias das mulheres, o que é um grande bem diante de tantas confusões ideológicas que vivemos na pós-modernidade.

O que observo são mães que-rendo que os pais exerçam como elas as atividades próprias da vida da família e das rotinas das crianças. Fiquem atentas: o im-portante é que as atividades e ro-tinas sejam garantidas, que sejam realizadas com dedicação, envol-vimento, amor – lembrem-se, po-rém – cada um a seu modo. Pais terão modos próprios de condu-zir essas demandas.

Quando houver algum ajuste a ser feito, alguma discordância so-bre o modo de conduzir as coisas, que a “equipe” se reúna e conver-se. Discuta os objetivos e veja se estão sendo comprometidos pelos procedimentos, enfim, valorizem os diferentes modos de fazer. O que não podemos é tolher os pais de serem pais a seu modo. Nossas crianças e a sociedade precisam de homens fortes, ativos, que ocupem seu lugar exatamente como são. Homens que tenham coragem de assumir seu papel na vida da famí-lia de modo responsável, dedicado, sem se sentirem inaptos diante de tantas críticas que normalmente recebem de suas parceiras.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é

fonoaudióloga e educadora. Mantém o site: www.simonefuzaro.com.br. instagram: @sifuzaro.

Comportamento

Que os pais possam ser pais

morre aos 59 anos o

Diácono marcos Antônio Domingues

A Região Belém comunicou no domingo, 8, o falecimento do Diácono Marcos Antônio Do-mingues, aos 59 anos, em decor-rência de complicações de saú-de após ter se contagiado com a COVID-19. Ele deixa a esposa, duas filhas e netos.

Diácono Domingues atuava como Assistente Pastoral na Paró-quia Santa Cruz, no Setor Vila An-tonieta, da Região Belém. Também era colaborador da Rede Vida de

Televisão e fazia parte da

Comuni-dade Luz das Nações. Seu lema de ordenação diaconal era “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

Ordenado diácono em 24 de abril de 2010 pela imposição das mãos do Cardeal Scherer, Marcos Antônio Domingues atuou em

diferentes atividades na Igreja, entre as quais a de responsável administrativo do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB).

Em nota de pesar, a presidên-cia do Regional Sul 1 lembrou que o Diácono “organizou a situação contábil e financeira, reestrutu-rou os cargos e salários, remane-jou a infraestrutura do ambiente

de trabalho com móveis e equi-pamentos de informática, reduziu em 30% as despesas, regulamen-tou a situação fiscal e tributária e, por último, administrou a im-plantação da missão no continen-te africano e a continuidade da missão do Regional na Amazô-nia, visitando ambos os projetos, como um grande animador e mo-tivador dessas iniciativas”.

rEDAÇÃo

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brasilândia

ipiranga

[IPIRANGA] No sábado, 7, Dom ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Ar-quidiocese na Região Episcopal Ipiranga, presidiu missa na Paróquia Santa Cândida, du-rante a qual conferiu o sacramento da Crisma a quatro crismandos. (por Caroline Dupim)

[IPIRANGA] A Pastoral Familiar do Santuário Arquidiocesano Nossa Senho-ra Aparecida iniciou a Semana da Família sob a temática da HoSenho-ra da Família. Pa-dre Zacarias Paiva, Pároco e Reitor, afirma que “a participação das famílias nes-ta semana é um sinal de comunhão eclesial e espiritual, além de colaborar com a formação humana das famílias!”. (por Padre Zacarias Paiva)

No sábado, 7, em missa na Comuni-dade São Francisco de Assis da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, Setor Pereira Barreto, teve início a jornada da Iniciação à Vida Cristã (IVC) na Região Brasilândia, com o intuito de refletir a missão de ser catequista.

A celebração foi presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap, tendo como con-celebrantes os Padres Silvio Oliveira, May-con Wesley, Francisco Barros e Juarez Dir-ceu Passos, todos atuantes em paróquias do Setor, além do Padre Sebastião Júnior, da Arquidiocese de Campo Grande (MS) e colaborador na Paróquia Nossa Senhora do Retiro, assistidos pelo Diácono Nelson Silva. Também participaram os catequis-tas de Batismo, primeira Eucaristia, Perse-verança, Catequese de Adultos e Crisma. No começo da missa, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia apresentou três reflexões: “Ide pelo mun-do” (apontando para a cruz), “Eis-me aqui” (sinalizando a imagem de Nossa Senhora Aparecida) e “Recomeçar” (ao relembrar São Francisco em seu leito de morte). Falou, ainda, sobre a carta

apos-[BRASILâNDIA] No domingo, 8, aconteceu a missa de abertu-ra da Semana Nacional da Família na Paróquia Santos Apóstolos. A celebração, organizada pela Pastoral Familiar, foi presidida pelo Pá-roco, Padre Jaime Izidoro. (por Pascom da Paróquia Santos Apóstolos)

[BRASILâNDIA] No sábado, 7, na Paróquia Santos Apóstolos, Dom Carlos Silva, OFMCap, presidiu missa com a participação dos catequistas que atuam no Setor São José Operário. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia recordou que Maria Santíssima é a referência para o cristão como aquela que se coloca à disposição e a serviço de Deus. Ao fim da celebração, o Bispo entregou aos repre-sentantes das comunidades um exemplar da carta apostólica Antiquum ministerium, pela qual o Papa ins-tituiu o ministério de Catequista. Por fim, realizou o envio dos catequistas, reforçando que são convocados a assumir esta missão evangelizadora. (por Pascom da Paróquia Santos Apóstolos)

Dom Carlos silva ressalta a missão dos catequistas na Igreja

PrIsCIlA roCHA

ColABorADorA DE ComunICAÇÃo nA rEgIÃo

tólica Antiquum ministerium, pela qual o Papa instituiu o ministério de Catequista.

Na homilia, Dom Carlos agradeceu a cada um que escutou, deu a resposta ao chamado para ser catequista e reforçou que a vocação é plena e perfeita quando Deus chama e há resposta de quem é cha-mado.

O Bispo lembrou que se atualmente há padres, diáconos e bispos é porque houve catequistas. Comentou, também, que “o Senhor é único e o nosso Deus”, e que uma pessoa sem fé “é incapaz de ter resultados em seus projetos”, de modo que um cate-quista sem fé não vai plantar a semente nas crianças, jovens e adultos. Dom Carlos

Silva ressaltou que a fé é um alimento es-sencial da esperança de que se é capaz de vencer obstáculos e é concedida a todos, mas depende da aceitação individual: “Se aceitamos, Deus realiza sua obra; se nos fe-chamos, Deus respeita”. Ele também lem-brou que a fé, ainda que limitada, é aceita por Deus.

Ao fim da celebração, Dom Carlos, a Irmã Elisabete e o Padre Silvio fizeram um momento de envio dos catequistas, que re-ceberam um exemplar da carta apostólica, além do círio da assembleia catequética da Região Brasilândia, e uma carta com a recomendação de uma celebração para o Dia do Catequista em cada paróquia, a fim

de se renovar os votos de cada catequista. Dom Carlos lembrou que a comissão da IVC na Região será composta pelo Pa-dre Silvio, PaPa-dre Dorival, Irmã Elisabete e mais dois representantes de cada setor. Como primeira missão, caberá à comis-são fazer um mapa da região para pensar propostas e projetos, reforçando a impor-tância do recomeçar. Por fim, o Bispo fez a bênção de envio: “Catequistas, que suas palavras sejam eco da voz de Cristo” e os consagrou a Nossa Senhora Aparecida.

Outros setores pastorais da Região Brasilândia terão uma celebração que marcará a escolha de pessoas da Comissão Regional da IVC.

Priscila Rocha

Pascom Santos Apóstolos Pascom Santos Apóstolos

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11 a 17 de agosto de 2021

| reportagem |

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As religiosas da Pia Socieda-de Filhas Socieda-de São Paulo (Paulinas) se reuniram na Catedral da Sé no domingo, 8, para celebrar a missa que marcou o início das comemo-rações dos 90 anos de sua presença no Brasil.

A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce-bispo de São Paulo, que agradeceu às Paulinas os anos de serviço à Igreja com a missão de anunciar o Evan-gelho pelos meios e pela cultura da comunicação.

HIstórIA

No dia 21 de outubro de 1931, desembarcou no porto de Santos (SP) a primeira missionária paulina em terras brasileiras, Irmã Dolores Baldi. Em 28 de dezembro do mes-mo ano, uniu-se a ela a Irmã Este-fanina Cillario. Ambas vieram da Itália.

A cidade de São Paulo foi o pri-meiro destino missionário das Pau-linas fora da Itália. Fundada em 1915 pelo Bem-Aventurado Tiago Albe-rione e pela Venerável Irmã Tecla Merlo, essa congregação é o segun-do ramo da Família Paulina, inicia-da com a funinicia-dação inicia-da Pia Socieinicia-dade de São Paulo (Padres e Irmãos Pau-linos), que chegou ao Brasil meses antes das Paulinas. Hoje, a Família Paulina é constituída de cinco con-gregações religiosas, cinco institutos seculares e uma associação de coo-peradores leigos.

O primeiro trabalho das mis-sionárias no Brasil foi a produção editorial de materiais de evangeli-zação e espiritualidade. Atualmen-te, a Paulinas Editora está entre as maiores editoras católicas do País, publicando obras nas áreas de Es-piritualidade, Catequese, Psico-logia educacional e familiar, Co-municação, Sociologia, Filosofia e Teologia, além de documentos da Igreja, biografias, estudos acadê-micos e literatura infantojuvenil.

mIssÃo

Aos poucos, começaram a surgir jovens vocacionadas para essa mis-são e a congregação foi se expan-dindo. No começo, o apostolado da difusão dos livros e revistas era feito pelas irmãs, porta a porta. Então, surgiram as primeiras livrarias que logo se tornaram referência para os católicos.

Em 1934, nasceu a edição bra-sileira da revista Família Cristã, inspirada na versão italiana, fun-dada pelo Padre Alberione. As primeiras capas da revista eram importadas da Itália e anexadas

no conteúdo, no formato de folheto. Cortada, perfilada e grampeada, em um processo artesanal de acabamento, feito pelas próprias irmãs, tornou-se a revista católica de maior circulação no Brasil.

As Filhas de São Paulo também se destacaram na produção fonográfica, quando, em 1960, fundaram a gravado-ra Paulinas-Comep, que lançou ggravado-randes nomes da música católica no País, entre os quais o Padre Zezinho. No campo au-diovisual, as Paulinas-Multimídia já pu-blicou inúmeros DVDs sobre a vida de

santos, shows, documentários e histórias infantis e juvenis.

A congregação também conta com o Serviço de Animação Bíblica (SAB), com sede em Belo Horizonte (MG), e o Ser-viço à Pastoral da Comunicação (Sepac), em São Paulo, que há mais de 30 anos contribuem no estudo, aprofundamen-to e difusão de conteúdos bíblicos e da comunicação, formando e habilitando profissionais e agentes de pastoral nessas áreas.

As Paulinas também desenvolvem um trabalho social há mais de 20 anos

no bairro do Grajaú, na periferia da zona Sul de São Paulo, por meio do Centro de Promoção Humana Irmã Tecla Merlo, voltado para o atendi-mento de crianças, adolescentes e suas famílias.

DEsAFIos DA moDErnIDADE

Atualmente, as Paulinas contam com 186 religiosas que vivem nas 18 comunidades da congregação nas cinco regiões do Brasil, onde conti-nuam a missão confiada às primei-ras missionárias italianas.

“Muitos passos foram dados para levarmos adiante nossa mis-são de viver e comunicar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, por este Brasil continental... A trajetória das Paulinas é marcada pelos grandes desafios da moder-nidade: da composição manual à editoração eletrônica, do vinil à música digital, do telefone à inter-net, e dos pontos de venda às livra-rias virtuais”, afirmou a Superiora Provincial das Paulinas no Brasil, Irmã Marlene Konzen.

E, para acompanhar essas evo-luções, as Paulinas estão em cons-tante inovação. Desde o início de 2021, a revista Família Cristã pas-sou a ser uma publicação inteira-mente digital, reformulada para atender às necessidades das novas gerações. As músicas da

Paulinas-Comep também estão disponíveis

nas plataformas de streaming. No campo da formação, além dos cursos presenciais, a congregação investe em cursos na modalidade a distância (EAD), nas áreas de Bí-blia, Comunicação e Catequese.

Além das 31 livrarias físicas es-palhadas pelo Brasil, a Paulinas conta com uma livraria virtual que, especialmente no período da pande-mia, expandiu seu alcance.

grAtIDÃo A sÃo PAulo

“A cidade e a Igreja em São Paulo nos acolheram por primeiro. Daqui, as irmãs foram enviadas para todas as regiões do Brasil e assim conti-nua. Toda a nossa missão, os meios de comunicação e produção partem de São Paulo e, por que não dizer, do coração do Apóstolo Paulo, nosso patrono”, disse a Provincial.

Irmã Marlene recordou que o Beato Alberione dizia que toda pes-soa que adquire um material das Paulinas, seja um livro, revista, mú-sica ou curso, torna-se um “evange-lizador, comunicador e colaborador na missão”.

O Cardeal encorajou as Irmãs Paulinas a permanecerem firmes na fé e, alimentando-se sempre do Pão da Palavra e da Eucaristia, que con-tinuem a testemunhar ao mundo o carisma que Deus lhes confiou.

Irmãs Paulinas comemoram 90 anos

de presença missionária no Brasil

FErnAnDo gEronAzzo

osaopaulo@uol.com.br

(10)

10

| Geral |

11 a 17 de agosto de 2021

|

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

Essa pergunta foi enviada pelo Nilso Nepomuceno, da Vila Mariana. Ser Mi-nistro da Eucaristia ou MiMi-nistro Extraor-dinário da Sagrada Comunhão, Nilso, é um serviço confiado a homens e mulheres leigos. Eles prestam essa colaboração em nossas comunidades, ajudando quando há uma quantidade muito grande de co-munhões a serem distribuídas. Também levam Jesus sacramentado aos idosos e

en-fermos que estão em casa ou nos hospitais. Na Arquidiocese de São Paulo, cada comunidade se reúne com seu pároco e decide quem possui condições para este ministério. Os critérios são a vida pessoal, familiar e cristã do candidato, seu compro-misso com Cristo e com os irmãos na fé. E é bom que o tempo de ministério não pas-se de dois ou três anos, no máximo, para que outros tenham a oportunidade de ser-vir à comunidade. É bom que eles também passem por um tempo de preparação, aprofundando a doutrina sobre o

Santís-simo Sacramento. Não basta ser chamado: é preciso ser qualificado, e iniciar o serviço com uma linda celebração.

É claro, nem precisava dizer isso, mas eu digo: é preciso que os ministros tratem bem o povo de Deus, não se sintam empo-derados e “os tais” diante da comunidade. Não há coisa mais triste e menos cristã do que humilhar publicamente um irmão ou irmã na fé.

Como você vê, meu irmão, os critérios e orientações são muitos. Em nossa Igreja em São Paulo, há um encontro solene dos

ministros, no qual eles recebem o manda-to ou o envio solene do arcebispo ou do bispo de cada região episcopal.

Eu concluo lembrando que o Ministro Extraordinário da Eucaristia deve colocar muito amor e respeito no exercício de seu ministério. Nunca se esqueça de que está distribuindo Jesus, o Pão da Vida, aos ir-mãos. Que eles comunguem o Cristo de suas mãos e vejam o Cristo presente em suas palavras, gestos e atitudes. Espero ter respondido à sua pergunta. Fique com Deus!

Você Pergunta

Como são escolhidas as pessoas para ministro Extraordinário da Eucaristia?

PADrE CIDo PErEIrA

osaopaulo@uol.com.br

Neste mês das vocações, o Serviço de Animação Vocacional da Arquidiocese de São Paulo tem realizado, nas terças-feiras de agosto, à noite, uma série de lives sobre o chamado de Deus na vida dos cristãos.

A primeira ocorreu no dia 3, com des-taque para a vocação aos ministérios orde-nados, em especial o sacerdócio. A temá-tica foi tratada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, com a participação de Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar de São Paulo e Referencial para a Animação Vocacio-nal, e o Padre José Carlos dos Anjos, Co-ordenador da Pastoral das Vocações.

Inicialmente, o Cardeal falou sobre a vocação de todos os cristãos, recebida no Batismo. “Essa é a primeira vocação, de sermos filhos de Deus, membros da sua família, herdeiros dos seus bens com Cristo”, disse, lembrando ainda que pelo Batismo cada cristão é chamado à santi-dade, vocação universal de todo o povo de Deus.

Em seguida, Dom Odilo explicou que o sacerdócio é um chamado a viver a vo-cação à santidade no serviço aos irmãos,

Arquidiocese realiza série de

lives sobre o mês vocacional

rEDAÇÃo

osaopaulo@uol.com.br a Cristo e à sua Igreja, ajudando o mundo a acolher o Evangelho. “Para isso, os

sa-cerdotes exercem aqueles dons que Jesus Cristo, mediante o Espírito Santo, deixou à sua Igreja: anunciar o Evangelho, santificar o povo de Deus por meio dos sacramentos e realizar o serviço pastoral da caridade”, completou.

A íntegra da reportagem pode ser lida no site do O sãO paulO, pelo link a se-guir: https://cutt.ly/vQIFVYb.

mAIs 3 lives

AContECErÃo nEstE mês

A segunda live vocacional aconteceu na noite da terça-feira, 10, a respeito da vo-cação familiar, com a participação do casal Osmarina e Toninho Baldon, que atua na Pastoral Familiar.

Nas próximas três semanas estão pre-vistos outros encontros on-line, que serão transmitidos pela página da Arquidiocese de São Paulo no Facebook.

17/08, às 19h30: Vocação à Vida Consagrada

Realizada pela Conferência dos Reli-giosos do Brasil (CRB);

24/08, às 20h: Vocação Laical Convidado: Professor João Cláudio Rufino;

31/08, às 20h: Vocação do Catequista Convidado: Padre Thiago Faccini.

EnContro Com CoroInHAs,

ACólItos E CErImonIÁrIos

No contexto do mês das vocações, acontecerá uma live com os coroinhas, cerimoniários e acólitos, no sábado, 14, às 10h, com Dom Odilo Scherer e o Padre Tarcísio Mesquita, com transmissão em https://facebook.com/arquisp.

A atividade on-line será realizada na véspera da memória litúrgica de São Tarcí-sio. Em 15 de agosto de 257, Tarcísio, com 12 anos de idade, acólito do Papa Xisto II, foi assassinado por pagãos enquanto leva-va a Eucaristia a cristãos presos. O Mar-tirológio Romano descreve que Tarcísio “julgou ser uma coisa vergonhosa atirar pérolas [a Eucaristia] aos porcos, e, por isso, foi atacado por pagãos durante longo espaço de tempo, com paus e pedras, até entregar o seu espírito a Deus. Quando lhe reviraram o corpo, os assaltantes sacríle-gos não puderam encontrar nem sinal do sacramento de Cristo, nem em suas mãos nem por entre as vestes”. Por seu martírio ainda criança e seu testemunho de amor à Eucaristia, São Tarcísio é venerado como padroeiro dos coroinhas.

Divulgação

www.osaopaulo.org.br

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias

sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publica-dos recentemente.

Jogos de Paris 2024 terão um

delegado episcopal

https://cutt.ly/JQOzIhp

Religiosos cubanos relatam

que há detidos sem

julgamento após protestos

https://cutt.ly/QQOc0ek

Dom Odilo: ‘Como São

Lourenço, sejamos

testemunhas da caridade’

https://cutt.ly/eQOjBQc

Falece aos 94 anos o cardeal

espanhol Martínez Somalo

https://cutt.ly/BQOxvtV

Curso de atualização do

clero é concluído com acento

na mística e nas fontes

espirituais

https://cutt.ly/vQOj9De

CRB divulga programação da

2ª Semana Nacional da Vida

Consagrada

https://cutt.ly/MQOzc5B

COVID-19: um em cada

quatro jovens no mundo tem

sintomas de depressão

https://cutt.ly/PQOzaNx

Referências

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