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O CONCEITO DE PROTEÇÃO SOCIAL NO SUAS E O PROCESSO DE GESTÃO DO TRABALHO: A PRÁXIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

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O CONCEITO DE PROTEÇÃO SOCIAL NO SUAS E O PROCESSO DE GESTÃO DO TRABALHO: A PRÁXIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Felipe Ferreira Pinto* (Mestrando no Programa de Pós Graduação em Psicologia e Sociedade, Linha de Pesquisa: Atenção Psicossocial e Políticas Públicas - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Letras, Assis/SP, Brasil); Sílvio José Benelli (Doutor em Psicologia Social-IP/USP, São Paulo, Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Letras, Assis/SP, Brasil.

contato: ferreira.felipe.1989@gmail.com Palavras-chave: Assistência Social. Proteção social. Trabalho.

Introdução

O Sistema Único da Assistência Social (SUAS) possibilitou ao Brasil a construção de um referencial ético e político que responsabilizou o Estado na consolidação do Direito de acesso a uma política social não contributiva, bem como garantiu um arranjo institucional que agisse sobre a desigualdade social como fator estruturante e histórico a ser desnaturalizado (ISOLDA, 2012). A rede de serviços socioassistencias tem o desafio de experenciar no cotidiano dos diversos estabelecimentos institucionais – Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro Pop, etc. – a democracia como possibilidade de acesso a direitos e a construção coletiva de um cenário de Proteção Social que se desenvolva a partir das demandas de pessoas usuárias dos serviços e seus respectivos territórios. Gestão do trabalho no SUAS pode significar ampliar uma concepção de trabalho que se restrinja ao cumprimento de tarefas e ao desenvolvimento de ações individuais e imediatistas. Para tanto, podemos imaginar que a discussão sobre o processo de trabalho se compõe com a discussão sobre o Sistema de Proteção Social no Brasil, e em especial a formação da Proteção Social na Assistência Social. A partir deste cenário, colocamos em discussão neste trabalho, recorte de uma pesquisa de mestrado, o tema da Proteção Social no SUAS e também como se “inicia” a preocupação com o tema dos direitos sociais, considerando os desdobramentos da relação entre trabalho e capital em nossa sociedade. Buscamos para além do processo de “investigação” sobre a Proteção Social na Assistência Social, nos aprofundar sobre a capacidade de pensar e agir no contemporâneo mediante a tantas violações de direitos humanos e

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de sentir a vida e estar com outro de modo que não seja mediado pelo acirramento – quando o outro torna-se automaticamente um inimigo – na competitividade que provoca, sobretudo, a desumanização das pessoas nas suas relações cotidianas no contexto da Proteção Social construída na Assistência Social. Entendemos que trazer esses questionamentos acerca da forma como o acirramento e a desumanização se manifestam nas relações do contemporâneo, permite uma análise que esteja voltada a colocar em discussão a ética e a política do cotidiano como componentes essenciais para construção de outra sociedade.

Objetivos

O objetivo deste trabalho é problematizar a construção da Proteção Social no Brasil, tendo em vista o processo de gestão do trabalho como práxis ética e política que (re)significa as ações no contexto da política de Assistência Social, a partir do referencial teórico do Materialismo Histórico Dialético

Método

A dialética não é um método a ser aplicado, ou uma ciência que possa quantificar a realidade de modo que esteja neutra às questões éticas, políticas e históricas. Pelo contrário, em sua relação com o campo científico e a produção do conhecimento, o materialismo histórico dialético questiona a forma como a sociedade se organiza a partir dos pressupostos do capital, bem como relaciona-se com esta realidade, de forma a agir e pensar sobre sua transformação, pois a dialética vai para além de um sistema filosófico;como conhecimento, ela está em movimento, caminhando:

- do abstrato (elaborado pela reflexão) ao concreto; - do formal (lógico) ao conteúdo (práxis);

- do imediato ao mediato (desenvolvido pelas mediações e em particular por aquela da lógica dialética, que é do menos complexo ao mais complexo) (LEFEBVRE, 1975 p. 4).

A dialética não busca formulas prontas e acabadas. A dialética como postura ética entra em contato com a realidade no seu plano histórico, pois não se trata de colocar em evidência a formação de uma estrutura social, mas, sobretudo, qual a concepção de sociedade se antecipa em relação à análise (FRIGOTTO, 2010).

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O desafio é construir um fazer pesquisa que seja dialético. Portanto, pesquisar é algo que não se distancia de uma concepção ética, política e histórica da realidade. O conhecimento como produção de outra realidade se propõe a estar em movimento. O novo a se produzir depende do quanto avançamos sobre novas práticas sociais que considerem o lugar ético, político, ou melhor, a nossa práxis como conteúdo essencial que faz a mediação com novas possibilidades de pensar outra realidade. Novas práticas sociais.

Resultados e discussão

A partir do que já encontramos na literatura, considerando que este trabalho de pesquisa de mestrado encontra-se em andamento, apresentamos alguns resultados obtidos com a discussão que problematiza a ideia de proteção social no Brasil, tendo em vista a operacionalização deste conceito no âmbito da Assistência social.

No percurso de pesquisa, foi possível, por hora, identificar a proteção social como uma proposta institucional que está inserida em um contexto político, econômico e cultural que, em tese, deve atender as demandas da população de forma a promover o bem comum a todas(os). Estratégias que possibilitem a responsabilização do Estado, na formação de uma sociedade menos desigual, isto é, construir intervenções que possam minimizar a estratificação da sociedade, segundo os interesses do mercado. Isso é o que se espera de um sistema de proteção social.

Contudo, a proteção social está intimamente ligada à distribuição de poderes na sociedade e como efeito, produz uma ideia de cidadania que está ligada ao poder de consumo, bem como a capacidade de estar como mão de obra produtiva que vende sua força de trabalho. A partir deste cenário de investigação identificamos como poder de consumo e possibilidade de inserção no mercado de trabalho, evidencia a contradição como a característica fundamental desse processo de construção de intervenções por parte do Estado, ou seja, a capacidade de “proteger” é também a legitimação da desigualdade social, como algo inerente ao Modo Capitalista de Produção, pois as pessoas que terão acesso a direitos serão aquelas capazes de manter a estrutura de exploração e consumo do sistema. Trata-se de evidenciar, portanto, que a sua característica contraditória, segundo Pochman (2004) nos leva a pensar, que a sua estruturação como um modelo que pôde garantir novas formas de intervenção do Estado e avanços na sociedade, produziu, também,

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mecanismos de controle e acessos a direitos que não romperam com as velhas práticas de privilégios destinados a grande burguesia industrial.

A priori consideramos que toda análise será sempre transitória e com limites, pois não se trata de enquadrar a discussão sobre proteção social; processo de trabalho e Assistência Social, como um formato – para o “bem” ou para “mal” – que seja aplicado em uma realidade como um manual a ser cumprido, ou mesmo, identificando seus problemas, desconsiderar as possibilidades de construção de uma outra proteção social que entendemos, sobretudo, como a possibilidade de construção de uma outra sociedade que não seja esta que vivenciamos, ou seja, que valoriza estratégias reformistas que fortalecem a hegemonia do capital.

Muito do que apresentamos enquanto resultados de pesquisa, está fundamentado no que Pochman (2004) nos traz em relação a estrutura da proteção social vivenciada por países do centro do capitalismo - Estado de Bem Estar Social – que teve em suas bases: a lógica industrial moderna; a democracia de massa; e a sociedade salarial. Diferente do que aconteceu aqui no Brasil, onde não atingimos um Estado de Bem Estar Social, quer dizer, resultado, principalmente, do nosso processo civilizatório de base escravocrata, consolidado em privilégios e que confunde público como possibilidade de fortalecer e legitimar interesses privados. Antes mesmo de nos debruçarmos sobre os resultados obtidos no caso brasileiro, vamos retomar as três categorias apresentadas pelo autor.

A lógica Industrial moderna possibilitou a redução dos níveis de desigualdade entre a burguesia e a classe operária, pois o pagamento de salários, antes fixado por meio de acordos individuais, passa a ser feito a partir de contratos de trabalho coletivos os quais preveem ganhos menos desiguais, o que ocasionou o acesso a direitos e ao mercado de consumo de forma mais igual.

A democracia de massa tornou-se, então, a condição que produziu a criação de um novo cenário político: com o aumento dos ganhos, as pessoas passaram a se organizar em partidos operários e sindicatos, o que permitiu que a classe operária ganhasse um novo status na sociedade, pois passaram a participar dos processos de decisão política. Essa estrutura garantiu uma nova distribuição de renda, bem como permitiu que os ricos fossem taxados com impostos e que essa arrecadação pudesse ser destinada em ações aos mais pobres, de modo a permitir a redução da pobreza nas economias do centro do capitalismo.

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Por fim, Pochman (2004) descreve a sociedade salarial. No cenário em questão, havia por volta de oito a nove funções pagas em forma de salários, as quais, definidas em negociação direta entre empresários e sindicatos, permitiram a construção de legislações coletivas que asseguraram melhores condições de trabalho. Tais medidas de abrangência trabalhista possibilitaram um arranjo de proteção social que garantiu investimentos por parte do Estado, tendo em vista as novas demandas políticas e sociais da classe trabalhadora. O salário remunerado nas fábricas garantiu poder de consumo a trabalhadoras(es). O poder de compra experimentado no período - fim da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra do Vietnã -, é efeito de altas taxas de crescimento que todas as mudanças produzidas pelo investimento do Estado em Proteção Social provocaram.

Considerando o que o Autor apresenta e analisando a realidade do nosso país, podemos perceber que, embora com algumas conquistas, produzimos um sistema de proteção social que ora restringiu o acesso a direitos a nova classe trabalhadora industrial, ora reforçou estratégias que favoreceram os novos interesses da burguesia industrial do país, o que manteve, em grande medida, o velho jogo de interesses dos grandes proprietários rurais, mesmo após a Constituição de 1988.

Proteção Social em interface com a Assistência Social no Brasil e os efeitos sobre o processo de trabalho

Ao longo da nossa história, não fomos capazes de implantar um sistema de Bem Estar social que pudesse intervir na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Segundo Rizotti (2006), no Brasil:

Implantou-se aqui um sistema de proteção social que, subordinado às instituições políticas e econômicas nacionais, desenvolveu-se marcado pelo papel hegemônico que o modelo de desenvolvimento conservador desempenhou na trajetória brasileira: ao invés de respostas políticas apropriadas às demandas dos movimentos sociais organizados, as políticas sociais brasileiras caracterizaram-se, de modo geral, como elementos periféricos no sistema de repressão aos movimentos sociais e de controle social que a burguesia nacional logrou empreender ao longo da recente história nacional (p. 3).

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Neste processo de análise sobre a proteção social, consideramos que as questões ideológicas, políticas e econômicas que compõem esse debate evidenciam a perversidade do sistema democrático brasileiro forjado por bases conservadoras - ações não públicas pensadas para o público - e orientadas por valores neoliberais (DAGNINO, 2004).

Sabemos que o Brasil avançou ao longo da sua história na construção de direitos sociais a brasileiras(os). A constituição federal de 1988 se consolidou como Lei que responsabilizou o Estado na construção de ações de interesse público, diante do quadro de pobreza e desigualdade do país. A lei maior no Brasil foi pensada como proposta que trouxe novas perspectivas comunitárias no atendimento a sujeitos cidadãos de direitos e baseada por novos vínculos sociais e coletivos. Exemplo disso é o sistema de seguridade social, que coloca Assistência Social e Saúde como direitos não contributivos.

O Sistema Único da Assistência Social (SUAS), por sua vez, possibilitou-nos a construção de um referencial ético e político que responsabilizou o Estado na consolidação do direito de acesso a uma política social não contributiva, bem como garantiu um arranjo institucional que agisse sobre a desigualdade social como fator estruturante e histórico a ser desnaturalizado (ISOLDA, 2012). A rede de serviços socioassistencias tem o desafio de experenciar no cotidiano dos diversos estabelecimentos institucionais - CRAS, CREAS, CENTRO POP, etc. - a democracia como possibilidade de acesso a direitos e a construção coletiva de um cenário de Proteção Social que se desenvolva a partir das demandas de pessoas usuárias dos serviços e seus respectivos territórios.

A formação da Assistência Social como parte de um Sistema de Proteção Social mais amplo nos permitiu uma análise do menos para o mais complexo. Sabe-se que, diferente de outras políticas que não trazem a especificidade do conceito de proteção social, a Assistência Social é a única política que apresenta-o em destaque no seu arranjo institucional e nos textos que conduzem a perspectiva ética e política que projeta na prática cotidiana de trabalhadoras(es) as realidades de intervenção por níveis de complexidade – proteção social básica e especial –, de forma a implantar uma lógica que organiza sua execução.

A proteção básica tem como objetivos prevenir situações de risco, por meio do desenvolvimento de potencialidades, aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social, decorrente da pobreza, privação ( ausência de renda,

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precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento e de pertencimento social (...) A proteção social especial tem por objetivos prover atenções socioassistenciais a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras (BRASIL, 2005p. 20).

Questionamos, ao longo deste processo de análise sobre proteção social no SUAS e como resultado de pesquisa, se é possível olhar para o cenário de desigualdade e pobreza do nosso país a partir de níveis de complexidades. Se proteção social produz efeitos nas práticas, como identificar o que é básico e especial, e de que maneira essa separação contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária no Brasil a partir da defesa dos Direitos constitucionais? Essas e outras inquietações, considerando nossa inserção enquanto trabalhador que busca fazer intercessões e repensar sua práxis, nos permite colocar em movimento análises e como conseqüência, que elas não sejam finitas em relação ao papel do Estado e sua necessidade de “proteger” os sujeitos. Ou talvez, como somos levados a crer, que suas ações são tentativas ineficazes de proteger as pessoas que o próprio Estado (des)protege.

Questionamos, ainda, se o processo de (re)democratização brasileiro foi capaz de responder as reivindicações populares por direitos sociais, proporcionando, assim, a garantia de acesso, a bens culturais, intelectuais e de consumo produzidos pelo processo de industrialização do país. Dessa maneira, é possível analisar se o Estado foi competente o suficiente para consolidar um conjunto de ações que almejavam reduzir os efeitos da desigualdade social na vida dos sujeitos, a partir das condições criadas por um Estado democrático que a priori trabalha com o ideal de uma cidadania do bem comum a todas(os). Como a questão do acesso a direitos pôde romper, portanto, com o imaginário social, de que o simples fato de se esforçar individualmente poderia produzir como resultado a garantia de acesso a direitos. Se o Estado não assegura condições econômicas, políticas de participação e instituições democráticas que possibilitem o enfrentamento do problema da pobreza e da desigualdade, ele não opera como instituição capaz de interferir sobre o quadro social.

Há que se pensar sobre o processo de análise em relação ao tema da proteção social, pois não se pretende naturalizar o lugar da política pública como algo pronto e que nos permitirá

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resolver todas as questões que envolvem as diferentes formas de estar no mundo e lidar com o sofrimento das pessoas, bem como a sua desproteção em relação ao acesso a direitos sociais. Experenciar a diversidade e a diferença, a partir de práticas criadoras em relação à Proteção Social, em especial na Assistência Social, nos permite entender e (re)significar concepções cristalizadas em relação as formas de proteção social que foram inventadas ao longo tempo, tendo em vista a garantia de direitos sociais e a formação histórica, política, social e subjetiva dos sujeitos sociais.

Conclusão

Com a oportunidade de ultrapassar a questão da formação da Proteção Social e sua relação com o processo de trabalho que o desenvolvimento da pesquisa nos permite, concluímos que é preciso considerar a contradição posta nos discursos oficiais – encontrados em leis, portarias, manuais – como parte importante desse processo de análise. No momento que o Estado pretende proteger os indivíduos no âmbito do Modo Capitalista de Produção (MCP), ele acaba por produzir um cenário de desigualdade social que não é discutido por trabalhadoras(es) no cotidiano da Assistência social, tendo em vista que o arranjo institucional produzido o coloca – Estado - na situação de estar, talvez não sem saber disso, “servindo a dois senhores”.

Concluímos, por hora, ainda, que o efeito deste arranjo institucional, bem como o imaginário social da caridade, da filantropia e da (des)responsabilização do Estado, vem produzido nos contextos de trabalho atualmente, que a Assistência Social volte a retroceder enquanto política de Estado. Estamos distantes da possibilidade de definir estratégias de construção coletiva; de democratização do espaço de trabalho e, sobremaneira, estamos reféns do engessamento de práticas que aniquilam potencias criadoras, encontros com as diferenças e a construção de consensos políticos, tendo em vista o projeto civilizatório que está sendo evidenciado no Brasil a partir de discursos que promovem a defesa de interesses individuais e acirra a competição e a violência entre as pessoas.

Portanto, é urgente que haja uma discussão sobre o atual momento histórico, político e econômico do país, pois o desafio de consolidar ações do Estado na defesa de uma sociedade onde as pessoas possam acessar políticas de seguridade social, como alcance a efetivas melhorias

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na qualidade de vida, seja um processo democrático, participativo e que possa romper com a estrutura de privilégios dos espaços públicos.

Neste cenário, é fundamental que a ampliação do debate entre os atores sociais envolvidos com o tema da proteção social, possibilite que novas práticas sociais superem a burocratização das relações no processo de trabalho e, sobremaneira, que haja debates e exercícios de reflexão que superem análises, por vezes, midiáticas e com objetivos que não se apresentam como alternativas reais de solução ao atual momento de crise civilizatória do país.A partir deste processo de pesquisa que nos permite repensar a práxis (SANCHEZ, 2011) e rever os olhares em relação aos discursos, nos parece evidente que a discussão sobre proteção social possa superar análises que acabam valorizando subjetivismos e perspectivas que estão distantes das reais necessidades de trabalhadoras(es) e pessoas usuárias do serviços – sujeitos históricos, políticos e desejantes – que por direitos, podem discutir junto aos seus pares, soluções cabíveis de serem executadas e que, principalmente, possam oportunizar e experenciar encontros que promovam novas sociabilidades, ou seja, políticas de proteção que consideram solidariedade política e histórica nos territórios, respeito ao debate e a possibilidade de contrapor ideias e que se efetive espaços, nos diversos estabelecimentos institucionais, de livre expressão e protagonismos que sejam,de fato, singulares, a partir da ética do coletivo e da defesa de uma sociedade mais justa e igualitária.

Referências

BRASIL. (2005). Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004; Norma Operacional

Básica – NOB/SUAS. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e à

Miséria (MDS) – Secretaria Nacional de Assistência Social.

DAGNINO, E (2004). Construção democrática, neoliberalismo e participação: os dilemas da confluência perversa. Política e Sociedade, out: p.139-164.

FRIGOTTO, G. (2010). O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In FAZENDA, I. (Org.). Metodologia da pesquisa educacional. 12ª Ed. São Paulo: Cortez.

LEFEBVRE, H. (1975). Lógica formal/ Lógica dialética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. POCHMAN, M. (2004). Proteção Social na Periferia do Capitalismo: considerações sobre o Brasil. São Paulo em Perspectiva, 18(2): 3-16.

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SANCHEZ, A. V (2011). Filosofia da Práxis. São Paulo: Expressão Popular, Brasil.

RIZOTTI, M. L. A. (2006). A Construção do Sistema de Proteção Social no Brasil: avanços e retrocessos na legislação social. Doutrinas Jurídicas, v. 25, p. 11.

Referências

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